13/10/2011 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Bacharelado em Ciência e Tecnologia Teófilo Otoni - MG Profa. Dra. Flaviana Tavares Vieira Profa. Dra. Flaviana Tavares Vieira POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS E TERMOFIXOS Os polímeros podem ser classificados em termoplásticos e termofixos. TERMOPLÁSTICOS • Podem ser conformados mecanicamente repetidas vezes, desde que reaquecidos (são facilmente recicláveis). • Parcialmente cristalinos ou totalmente amorfos. • Lineares ou ramificados. 1 13/10/2011 TERMOFIXOS • Podem ser conformados plasticamente apenas em um estágio intermediário de sua fabricação. • O produto final é, em geral, rígido e não apresenta escoamento (não se liquefaz) com o aumento da temperatura. • São insolúveis e infusíveis. • Mais resistentes ao calor do que os termoplásticos. • Usualmente amorfos. • Possuem uma estrutura tridimensional em rede com ligações cruzadas. ELASTÔMEROS 2 13/10/2011 TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO VÍTREA - Tg -Do inglês: glass temperature (Tg) -Temperatura na qual o polímero apresenta a transição no estado no qual apresenta as características de uma borracha para o estado rígido. -É devida a uma redução no movimento de grandes segmentos das cadeias moleculares. -A Tg corresponde a uma transformação gradual de um líquido em um material borrachoso e, finalmente, em um sólido rígido. 3 13/10/2011 TRANSIÇÕES TÉRMICAS 4 13/10/2011 Utilização do polímero de acordo com a temperatura 5 13/10/2011 SIMBOLOGIA PEBD X PEAD O polietileno de baixa densidade – PEBD - tem muitas ramificações e é menos resistente que o polietileno de alta densidade PEAD - que praticamente não possui ramificações. 6 13/10/2011 PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS -A técnica usada para o processamento de um polímero depende basicamente: 1.do material ser termoplástico ou termofixo, 2.da temperatura na qual ele amolece (no caso de material termoplástico), 3.da estabilidade química (resistência à degradação oxidativa e à diminuição da massa molar das moléculas) do material a ser processado, 4.da geometria e do tamanho do produto final. 7 13/10/2011 - Os materiais poliméricos normalmente são processados em temperaturas elevadas (> 100 ºC) e geralmente com a aplicação de pressão. - Os termoplásticos amorfos são processados acima da temperatura de transição vítrea e os semicristalinos acima da temperatura de fusão. Em ambos os casos a aplicação de pressão deve ser mantida durante o resfriamento da peça para que a mesma retenha sua forma. - Os termoplásticos podem ser reciclados. PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS TERMOFIXOS -Geralmente é feito em duas etapas: 1. Preparação de composição reativa contendo polímero de baixo peso molecular - algumas vezes chamado “prépolímero”. 2. Processamento e cura (reticulação, vulcanização) do “pré-polímero” para obter uma peça dura e rígida, geralmente em um molde que tem a forma da peça acabada. 8 13/10/2011 -As ligações formadas entre as cadeias de polímeros fazem com que o polímero fique mais firme. -A borracha natural é macia demais e quimicamente reativa para produzir um material útil. -Através da vulcanização da borracha (formação de ligações cruzadas entre as cadeias de polímeros) produzse materiais úteis. -A borracha com ligações cruzadas é mais firme, mais elástica e menos suscetível à reação química. 9 13/10/2011 - A etapa de “cura” pode ser realizada através de aquecimento ou pela adição de catalisadores, em geral com a aplicação de pressão. - Durante a “cura” ocorrem mudanças químicas e estruturais em escala molecular, com formação de ligações cruzadas ou reticuladas. - Os polímeros termofixos são dificilmente recicláveis, não são fusíveis, podem ser usados em temperaturas maiores do que as temperaturas de utilização dos termoplásticos e são quimicamente mais inertes. PROCESSAMENTO DE POLÍMEROS Processamento de polímeros termoplásticos 10 13/10/2011 -Existem diversos métodos para produzir peças ou componentes poliméricos; -As técnicas utilizadas para conformar os polímeros dependem da natureza deles; -Os termoplásticos são conformados a partir de grande variedade de técnicas; *O polímero termoplástico é aquecido, próximo ou acima da temperatura de fusão, de modo que ele se comporte como borracha ou líquido, é então introduzido em um molde ou em uma matriz, para se produzir a forma desejada. *Elatômeros termoplásticos podem ser conformados do mesmo modo. *Nesses processos, as rebarbas e sobras podem ser recicladas e o desperdício é minimizado. *Um menor número de técnicas é utilizado para os termofixos, uma vez que a reticulação tenha ocorrido eles não podem mais ser moldados. TÉCNICAS DE PROCESSAMENTO • Processos Contínuos – Extrusão de filmes, extrusão de fibras • Preenchimento de molde – Moldagem por injeção, moldagem por compressão • Moldagem de pré-forma – Sopro, conformação térmica • Moldagem gradual – Revestimento, moldagem por rotação 11 13/10/2011 EXTRUSÃO -É a técnica mais utilizada. -Tem 2 propósitos: *produzir continuamente polímeros sob formas simples e regulares; *funcionar como misturador eficiente entre os aditivos e os polímeros EXTRUSORA 12 13/10/2011 EXTRUSORA -Um mecanismo em forma de rosca empurra o termoplástico aquecido e aditivos, através de uma abertura da matriz para produzir formas sólidas, filmes, chapas, tubos, sacos plásticos, etc. -Uma extrusora industrial pode ter de 18 a 21 m de comprimento. MOLDAGEM POR INJEÇÃO 13 13/10/2011 -O molde é fechado, a válvula é aberta e o polímero é empurrado para dentro do molde, pela rosca que serve de êmbolo. -Após a infeção, uma grande pressão é aplicada para compensar a retração no molde por resfriamento. 14 13/10/2011 Vídeo: http://youtu.be/Wd4vIvT_Myw Processamento de polímero por injeção EXTRUSÃO DE FILMES -Uma pré-forma oca de um termoplástico é introduzida em uma matriz e por pressão do ar é expandida contra as paredes do molde. -Na extrusão de filmes e películas, o material é extrudado através de um jato de ar soprado e resfriado por outro jato de ar cuja temperatura é controlada. -Depois o filme é achatado entre 2 roletes de tração e é bobinado 15 13/10/2011 EXTRUSÃO DE FILMES Vídeo: http://youtu.be/bu_QoXQUzJU Processamento de filmes poliméricos por extrusão 16 13/10/2011 -O polímero resfria-se dentro do molde até uma temperatura abaixo da Tg (polímeros amorfos) ou abaixo da Tf (polímeros semicristalinos). -O objeto solidificado é extraído do molde com pinos extratores. -Um novo ciclo pode começar. MOLDAGEM POR SOPRO -Uma pré-forma oca de um termoplástico é introduzida em uma matriz e por pressão do ar é expandida contra as paredes do molde. -Esse processo é usado para produção de garrafas plásticas, recipientes, tanques de combustível de automóvel e outras formas ocos. 17 13/10/2011 Vídeo: http://youtu.be/bu_QoXQUzJU Processamento de polímero: moldagem por sopro -Moldagem por Termoformação: chapas de plímero termoplástico podem ser conformadas em uma matriz para produzir vários produtos, como caixas de ovos, painéis decorativos. A moldagem pode ser feita utilizando moldes duplos, a vácuo ou sob pressão de ar. -Calandragem: Em uma calandra, plástico fundido é vazado em um conjunto de rolos com uma pequena abertura. Uma fina camada de polímeros passa pelos rolos, que podem ter um padrão em alto relevo. Ex.: cortinas de boxes. 18 13/10/2011 -Fiação: o polímero termoplástico fundido é pressionado por um molde contendo pequenos furos. O molde (fieira) pode girar e produzir fios trançados de tecidos. Ex.: filamentos, fibras e fios de tecido. -Vazamento: os polímeros podem ser vazados em moldes e solidificados neles. Os moldes podem ser de vidro para produzir grossas chapas ou correias móveis de aço inoxidável para o vazamento contínuo de chapas mais finas. A moldagem rotativa é um processo especial onde a ação centrípeda força o polímero contra as paredes do molde, produzindo uma forma fina. -Ex.: toldos. -Moldagem por Compressão: a maioria dos termofixos é formada colocando-se se o material sólido antes da reticulação em uma matriz aquecida. A aplicação de alta pressão e o controle da temperatura fazem o polímero fundir, preencher o molde e endurecer. Ex.: pára-lamas e paineis de automóveis -Moldagem por Injeção Reativa: termofixos na forma de resinas liquidas são injetados em um misturador e colocados em um molde aquecido para serem conformados. Um material de reforço constituído de partículas ou fibras curtas é introduzido no molde e impregnnado pelas resinas líquidas para produzir o compósito. Ex.: amortecedores de automóveis e móveis 19 13/10/2011 -Espumas: o polímero é produzido na forma de grânulos, frequentemente contendo um agente de expansão. Durante o processo de pré-expansão, o grânulo aumenta seu diâmetro em até 50 vezes. -São injetados em uma matriz, com os grânulos individuais fundindo-se uns aos outros, sob vapor, para formar produtos leves com baixa densidade. Ex.: copos descartáveis, material para embalagem e isolamento Vídeo: http://youtu.be/J_2FdkRqmCA Crescimento de grãos em 2 dimensões 20 13/10/2011 PROPRIEDADES MECÂNICAS -A determinação e/ou conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para uma determinada aplicação, bem como para o projeto e fabricação do componente. -As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeitos à esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se deformar de forma incontrolável. Principais Propriedades Mecânicas -Resistência à tração -Elasticidade -Ductilidade -Fluência -Fadiga -Dureza -Tenacidade,.... -Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às forças mecânicas e/ou de transmiti-las. 21 13/10/2011 Tipos de Tensões que uma Estrutura está Sujeita -Tração -Compressão -Cisalhamento -Torção Como determinar as propriedades mecânicas? -A determinação das propriedades mecânicas é feita através de ensaios mecânicos. -Utiliza-se normalmente corpos de prova (amostra representativa do material) para o ensaio mecânico, já que por razões técnicas e econômicas não é praticável realizar o ensaio na própria peça, que seria o ideal. -Geralmente, usa-se normas técnicas para o procedimento das medidas e confecção do corpo de prova para garantir que os resultados sejam comparáveis. 22 13/10/2011 NORMAS TÉCNICAS As normas técnicas mais comuns são elaboradas pelas: -ASTM (American Society for Testing and Materials) -ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) Fonte: Carlos Alexandre dos Santos-Pucrs 23 13/10/2011 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO -É medida submetendo-se o material à uma carga ou força de tração, paulatinamente crescente, que promove uma deformação progressiva de aumento de comprimento. Partes básicas de uma máquina para ensaio de tração: -Sistema de aplicação de carga -Dispositivo para prender o corpo de prova -Sensores que permitam medir a tensão aplicada e a deformação promovida (extensiômetro) 24 13/10/2011 Resistência à Tração Tensão (σ) X Deformação (ε) -Como efeito da aplicação de uma tensão tem-se a deformação (variação dimensional). A deformação pode ser expressa: •O número de milímetros de deformação por milímetros de comprimento; • O comprimento deformado como uma percentagem do comprimento original. Comportamento dos materiais quando submetidos à tração Resistência à tração Dentro de certos limites, a deformação é proporcional à tensão (a lei de Hooke é obedecida) Lei de Hooke: σ = E ε A tensão aplicada = elasticidade x deformação resultante 25 13/10/2011 Deformação Elástica e Plástica DEFORMAÇÃO ELÁSTICA -Prescede à deformação plástica -É reversível -Desaparece quando a tensão é removida -É praticamente proporcional à tensão aplicada (obedece a lei de Hooke) Elástica DEFORMAÇÃO PLÁSTICA -É provocada por tensões que ultrapassam o limite de elasticidade -É irreversível porque é resultado do deslocamento permanente dos átomos e portanto não desaparece quando a tensão é removida Plástica 26 13/10/2011 Fluência Viscoelástica -Muitos materiais poliméricos são suscetíveis a deformações dependentes do tempo quando o nível de tensão é mantido constante, tal deformação é denominada Fluência Viscoelástica. -Esse tipo de deformação pode ser significativo mesmo à temperatura ambientee sob tensões modestas que se encontram abaixo do limite de escoamento do material. Ex.: Pneus de automóveis podem desenvolver áreas achatadas em suas superfícies de contato quando o automóvel fica estacionado por períodos de tempo prolongado. -Nos ensaios é aplicada uma tensão (normalmente de tração) e mantida em nível constante enquanto a deformação é medida em função do tempo. E= σ/ ε σ é a tensão aplicada e ε é a deformação Considerações gerais sobre módulo de elasticidade Como consequência do módulo de elasticidade estar diretamente relacionado com as forças interatômicas: -Os materiais cerâmicos tem alto módulo de elasticidade, enquanto os materiais poliméricos tem baixo; -Com o aumento da temperatura o módulo de elasticidade diminui. 27 13/10/2011 28 13/10/2011 29 13/10/2011 30 13/10/2011 31 13/10/2011 Vídeos: http://youtu.be/j0SQRLfQQLg Ensaio de polímero – tensão 32 13/10/2011 Capítulo do Callister sobre este assunto: 15 Capítulo do Askeland sobre este assunto: 16 33