2º UNIDADE – NOÇÕES DE MICROECONOMIA 1 – O que é Microeconomia: A Microeconomia trata do comportamento das unidades econômicas individuais, como as empresas, os trabalhadores, investidores, proprietários de terras, ou seja, qualquer indivíduo ou entidade que desempenham um papel funcional na economia. 2 – O Objetivo da microeconomia: O objetivo da microeconomia é explicar como e porque as unidades tomam decisões econômicas. Também esclarecem a influencia nos preços, produção e emprego com as decisões tomadas pelas unidades econômicas. Outro importante objetivo da microeconomia é saber como as unidades interagem entre si de modo a formar unidades maiores – mercados e indústrias. 3 – Teoria Elementar de Demanda: Sendo um comportamento do consumidor, a demanda (procura) é o inicio do estudo de mercado. Para se adquirir um bem, geralmente o consumidor se baseia pelo preço. Logo... “Com tudo mantido constante, quanto menor o preço do produto maior a quantidade adquirida pelo consumidor.” – LEI DA DEMANDA. Então a Quantidade Demandada é Inversamente Proporcional ao Preço. Vamos ilustrar com um exemplo a lei da Demanda: Um consumidor esta querendo consumir uma cachaça. Vai ao bar com R$ 5,00. O preço do “martelinho”, que representamos por “Copo de Bebida” é de R$ 0,50. Ele poderá consumir 10 “martelinhos” com seus R$ 5,00. Se o preço diminuísse ele consumiria mais, se o preço aumentasse ele consumiria menos. “Com tudo mantido constante”, ou seja, o bar não faz fiado e/ou não existe “caderninho”, quanto menor o preço do copo de bebida maior a quantidade que este consumidor compra, podendo até entrar em coma alcóolico. (bebida proibida para menores de 18 anos, beba com moderação, Narcóticos Anônimos 0800 888 6262) 3.1 – Curva da Demanda: Análise do Gráfico: Primeira coisa: CADE A CURVA? Exatamente, temos na realidade uma reta que utilizamos para introduzir o conceito de Demanda. Retornando ao exemplo anterior, formalmente ela seria uma curva, pois quanto mais o preço se aproxima de zero mais o produto é vendido e, quanto mais o preço se aproxima de R$ 5,00 menos produtos são consumidos. Cabe agora ressaltar que o consumo (demanda) pode ser infimamente pequeno ou infimamente grande, se aproximando (mas não chegando) a zero ou a R$ 5,00. (Obs.: estudar conceito de limite) O valor de R$ 5,00 é a restrição orçamentaria do consumidor em questão. Vamos lá: 1 – Note que quando o preço é R$ 0,50, a quantidade demandada é de 10 unidades, representada pelo ponto F. 2 – A medida que o preço aumenta para R$ 1,25 a quantidade consumida diminui para 4, representado pelo ponto C. 3 – Quando o preço chega a R$ 5,00 por unidade, o consumo é 1, representado pelo ponto A. 4 – Podemos dizer então que o inverso também é verdadeiro; à medida que o preço diminui, aumenta a quantidade consumida e a ressaca do outro dia. Observações: Existem diferentes tipos de bens, vamos apresentar estes: Bem normal: Aquele que a demanda aumenta toda vez que a renda aumenta. Bem inferior: Aquele que a demanda diminui toda vez que a renda aumenta. 3.2 – Demanda de mercado: A demanda de mercado é a soma das demandas individuais. (Simples assim!) 3.3 – Deslocamento da Curva de Demanda: Toda a mudança que aumente a quantidade que os consumidores desejam adquirir desloca a curva para a direita. Toda a mudança que diminua a quantidade que os consumidores desejam adquirir desloca a curva para a esquerda. 3.4 – Variáveis que influenciam a decisão dos consumidores: Variável Preço Renda Preço de bens relacionados Gosto Expectativas Numero de conpradores Tipo de mudança na curva da demanda Movimento ao longo da curva Desloca a curva de Demanda Desloca a curva de Demanda Desloca a curva de Demanda Desloca a curva de Demanda Desloca a curva de Demanda 3.5 – Bens Relacionados: São bens parecidos em sua função podendo ser: Substitutos: Através de seu consumo, qualquer um deles satisfaz a necessidade. Se o preço de um aumenta, a demanda por ele cai e aumenta a demanda pelo outro. (margarina e manteiga) Complementares: Como o nome diz, para se consumir um é necessário ter o outro. O aumento do preço de um produto diminui também a procura pelo outro bem. (console de game e jogo para game) 4 – Teoria da Oferta: Vamos agora inverter o olhar e nos focarmos na empresa. Se existe um produto no mercado que seja bem rentável ou, em outras palavras, o custo para produzi-lo seja infimamente menor que o lucro de suas vendas, a lógica é que o dono da empresa fabricasse cada vez mais unidades do produto. Também notamos um fenômeno bastante interessante, outras empresas começam a produzir um produto similar ou até igual a este, aumentando a quantidade vendida no mercado. Podemos então relacionar esta história a LEI DA OFERTA: “Com tudo mais constante, a Quantidade Ofertada de um bem aumenta quando seu preço aumenta”. (LEI DA OFERTA) Quero fazer um comentário breve, a expressão “Com tudo mais constante” também pode ser encontrada nos livros de economia, ou falada por economistas como “Ceteris Paribus”. Então a quantidade de ofertada (quantidade que os vendedores estão dispostos e podem vender) será diretamente proporcional ao preço do produto. Com essa lei, podemos ilustrar graficamente o que acontece no mercado, com o foco na oferta. 4.1 – Curva de Oferta: Vamos nos colocar no lugar do dono do estabelecimento comercial na historinha contada no tópico 3. Imagine que só você tem o aguardente que nosso consumidor procura. Com certeza você irá cobrar um preço mais alto. Mas se tiverem mais estabelecimentos que estejam vendendo o mesmo produto na mesma hora, então você deverá ter um atrativo: O preço. Como dono do estabelecimento, você iria encontrar uma maneira de ofertar (Produzir) mais se o preço for de R$ 5,00 por copo de bebida. Porém nem faria esforço para vender se o preço fosse menos de R$ 0,50. E isto é lógico, se para comprar uma garrafa você pagou R$ 5,00 e cada garrafa rendesse 10 copos, então você faria R$ 50,00 com uma garrafa, subtraindo o quanto gastou para compra-la (R$ 5,00) teria no caixa R$ 45,00. Ao contrario, se vendesse cada copo a R$ 0,50, os mesmos 10 copos renderiam R$ 5,00 de receita, subtraindo o preço da garrafa (R$ 5,00) seu caixa estaria com grave problema. Se isso ocorrer e você continuar vendendo nestes moldes, então estaria precisando estudar mais. 4.2 – Oferta de Mercado e Oferta Individual: O exemplo acima é de uma oferta individual, porém, se vários estabelecimentos vendessem o mesmo produto, então: “A Oferta de Mercado é a soma das Ofertas Individuais” (simples assim!) 4.3 – Deslocamento da Curva de Oferta: 4.3.1 – Para a direita: Imagine agora que você é o Diretor Estratégico de Mercado da indústria, que além de produzir cachaça, produz açúcar. Pela manhã, ao tomar café, abre o jornal e vai direto para a página econômica. O preço do açúcar diminuiu então a cachaça é mais atrativa (lucrativo). A primeira decisão que vai tomar em sua cadeira de diretor é: Diminuir a produção de açúcar e aumentar a de cachaça. Outras indústrias também farão o mesmo e, isso vai aumentar a oferta da bebida, por consequência a curva da oferta se desloca para a direita: O mecanismo é simples, o dono do estabelecimento comercial recebia a visita de 3 fornecedores, agora tem 10, é “óbvio” que ele comprará do mais barato, então a curva se deslocará para a direita, reduzindo o preço que a indústria cobra pelo produto. 4.3.2 – Para a Esquerda: Oportunidade de realizar um bom lucro no mercado é escassa, mas a de realizar um excelente lucro é rara. Tenha certeza que assim como sua indústria aumentou a produção de cachaça para realizar mais lucro, outras empresas também fizeram a mesma coisa. Um conselho: A mercadoria mais cara, rara e importante no mundo dos negócios é a informação. A empresa que obtém informação antes das demais poderá realizará mais lucro ou evitar de perder Capital. Segundo a teoria da “Mão Invisível” de Adam Smith o mercado a curto, médio ou longo prazo vai se estabilizar, chegará ao ponto de equilíbrio entre quantidades ofertadas e demandadas dado o preço correspondente. Isso significa que as indústrias produzirão muita cachaça e pouco açúcar. Agora nós já sabemos onde isso vai parar. Com pouca oferta de açúcar no mercado, seu preço sobe, ficando mais atrativo para a indústria produzir açúcar. O jogo recomeça, as indústrias correm para industrializar mais açúcar diminuindo a produção de cachaça. Antes o dono da venda estava sendo visitado por 10 representantes de cachaça, agora sobrou só 1. A oferta diminuiu. A consequência foi o deslocamento da Curva de Oferta para a Esquerda, como mostra abaixo o gráfico 6: 5 – EQUILIBRIO DO MERCADO (Alice no país das maravilhas.) Como vimos nos exemplos anteriores, o mercado é bem dinâmico, alguns economistas estudam ele como “Cíclico”. Mas a pergunta aqui é: quando o mercado se estabiliza, quando ele entra em equilíbrio? Existem muitas variáveis envolvidas no mercado que necessitam de uma análise mais profunda para darmos a resposta a esta questão. Porém, podemos simplificar com o seguinte raciocínio: A Demanda aumenta quando o preço cai; A; Oferta diminui quando o preço cai; Logo; O preço é uma variável importante para ambos, sendo este o ponto em comum entre Demanda e Oferta, Então; Onde o preço da Demanda é o mesmo da Oferta, as quantidades serão as mesmas, indicando o ponto de equilíbrio do mercado (P.E.M.). (Simples assim!) Vamos retornar ao exemplo que estamos trabalhando, juntando o gráfico 2 com o gráfico 4 iremos produzir o gráfico 7 que esta na próxima página: Verificamos com o gráfico 7 que o mercado estará em equilíbrio no ponto (P.E.M.) onde a curva de demanda encontra a curva de oferta. Podemos dizer também que o mercado estará em equilíbrio quando a oferta foi de 5,5 copos á R$ 2,75 cada. (não se preocupe com o calculo) Preço de equilíbrio: R$ 2,75 Quantidade de equilíbrio: 5,5 Simplificando a teoria: “O mercado esta em equilíbrio quando o preço atingiu o nível em que a quantidade de ofertada é igual a quantidade demandada”. “Ponto de equilíbrio do mercado é o ponto onde a Curva da Demanda intercepta a Curva da Oferta”. (para se aprofundar leia sobre mercado em desequilíbrio, excedente de produção e excedente de consumo) 6 – Introdução a Elasticidade: A elasticidade é uma media que ajuda a analisar os efeitos que podem ocorrer na Oferta e/ou na Demanda após uma mudança tecnológica, medidas dos governos ou quando qualquer variável exógena ou endógena ao mercado comece a agir e interferir no mesmo. Vamos separar este tópico em 2; Elasticidade-Preço da Demanda e Elasticidade-Preço da Oferta. 6.1 – Elasticidade-Preço da Demanda: O assunto não é tão complexo, mas exige um pouco mais de atenção. A elasticidade-preço da demanda varia muito entre os indivíduos, também varia com o comportamento, a cultura, a sociedade entre outros. A pergunta fundamental da elasticidade-preço da demanda é: Em termos percentuais, o que acontece com a demanda quando altera-se o preço? Para responder esta questão devemos conhecer o mercado e aplicar, de forma simplificada em valores absolutos (sem utiliza símbolos de – ou +); “Elasticidade-preço da Demanda é a Variação do Percentual da Quantidade Demandada dividida pela Variação percentual do Preço” ∆% ∆% Com este calculo podemos encontrar as seguintes situações: Elasticidade-Preço da Demanda Perfeitamente Inelástica Inelástica Com elasticidade unitária Elástica Perfeitamente elástica Resultado 0 <1 =1 >1 Abaixo de um preço X a demanda é infinita. Podemos verificar na prática alguns exemplos de Elasticidade-Preço da Demanda ao analisar algumas categorias de bens: a) Bens que possuem substitutos próximos: - Demanda elástica, pois se subir o preço de um podemos consumir o outro. (Ex. Manteiga e Margarina) b) Bens Necessários: - Demanda inelástica, pois o aumento do preço não altera a quantidade consumida. (Ex. Combustível) c) Bens Supérfluos: - Demanda elástica, pois quando sobre o preço altera imediatamente a quantidade consumida. (Ex. Iate) (Obs. Para se aprofundar mais neste tema leia sobre a Elasticidade-preço cruzada da demanda e sobre a relação da Receita Total e a Elasticidade-Preço da demanda.) 6.2 – Elasticidade-Preço da Oferta: A Elasticidade-Preço da Oferta é determina como a relação entre a percentagem da quantidade ofertada pela percentagem do preço. Ela vai nos mostrar como a oferta de um produto se comporta quanto existe uma variação no preço deste produto. Usando a linguagem matemática temos: ∆% ∆% E podemos chegar aos seguintes resultados: Elasticidade-Preço da Oferta Perfeitamente Inelástica Inelástica Com elasticidade unitária Elástica Perfeitamente elástica Resultado 0 <1 =1 >1 Abaixo de um preço X a demanda é infinita. (Para saber mais, pesquisar sobre métodos de cálculo da elasticidade e suas aplicações práticas) 7 – Concorrência de Mercado: (Acorda Alice! Volta do país das maravilhas.) Até então trabalhamos com um só produto e mercado, em livre concorrência. Este é um mundo imaginário, onde apenas o preço controla tudo. Porém, existe mercados que possuem esta característica, outros não chegam nem perto disso. Vamos então conhecer os tipos de mercados: - Monopólio: Uma empresa controla o mercado; - Monopsónio: Um comprador, vários vendedores; - Oligopólio: Um grupo de empresas controlam o mercado; - Oligopsónio: Poucos compradores, vários vendedores; - Concorrência perfeita: Grande numero de produtores e consumidores, sem que algum controle o mercado; - Concorrência monopolística: Grande numero de empresas oferecendo produtos similares as vezes mudando apenas a embalagem, porém com controle de preços e grande numero de compradores. Exemplos: - Monopólio: PETROBRAS; - Monopsónio: Empresa de processamento de cimento; - Oligopólio: Viação civil, TAM, Gol, Azul – As vezes posto de gasolina: - Oligopsónio: Soja; - Concorrência perfeita: Leite longa vida; - Concorrência monopolística: Pizzas de 2 empresas– Empresas de combustíveis como gasolina e álcool. (Para se aprofundar mais no assunto leia sobre estratégias de mercado, que esta no capitulo da teoria da firma nos livros de microeconomia) 8 – Teoria do Firma; Custo, Produção, Receitas, Lucro: Entramos na Teoria da Firma, o ramo da economia que estuda as unidades, arranjos e processos produtivos. Vamos desenvolver alguns conceitos para expressar como os economistas entendem os custos, receitas e lucros. É provável que uma pessoa resolva abrir uma empresa porque ela gosta do que faz, ou porque ela quer prover o mercado que ela vai entrar. Os economistas acham mais provável que seja porque ela quer ganhar dinheiro. Utilizamos sempre o pensamento que o objetivo das empresas é maximizar o lucro. Para isso a empresa deve aumentar a sua receita e diminuir o seu custo. Bem, encontrar a receita é fácil, basta multiplicar as quantidades vendidas pelo valor vendido. Já para calcular o custo é um pouco mais trabalhoso. Como estamos falando de economia, vamos nos ater nos tipos de custo que os economistas estudam. 8.1 – Custo Econômico versus Custo Contábil: O tratamento do custo dado pelos economistas diverge dos contabilistas. O contabilista esta preocupado em cuidar do ativo e passivo da empresa pois seu objetivo esta na demonstração de resultados. Então ele fornece um estático comparativo atual das mensurações anteriormente lançadas nas contas. Já os economista – e administradores – tendem a olhar mais a frente. Fazem previsões de custo para minimizar os riscos futuros e maximizarem seus lucros. Enquanto a demonstração contábil mostra os custos da empresa, economistas e administradores olham para o mercado e verem as oportunidades de alocarem futuros custos de maneira diferente de como estão alocados hoje. Vamos citar um exemplo real que aconteceu com a Faculdade de Direito da Universidade de Northwestern situada e Chicago E.U.A., eles Iriam construir um novo prédio e tinham duas alternativas: 1 – Construir no local atual, no centro da cidade, onde havia muitos escritórios de direito e não teriam custo com a aquisição do terreno. 2 – Construir em Evanston, onde seria fisicamente integrado com o restante da universidade, porém precisaria fazer aquisição de um grande terreno, elevando o custo. Contabilistas calcularam o custo e verificaram que seria mais barato construir no mesmo lugar. De fato eles analisaram com o enfoque contábil. A administração da Faculdade tomou esta decisão, começou a construir uma nova cede no mesmo local da antiga. Esta decisão foi muito custosa para a empresa. Este erro é muito comum, pois não se souber diferenciar Custo Contábil de Custo Econômico. Após algum tempo de construção, os custos aumentaram mais que o previsto, a receita estava fraca, mesmo assim conseguiram concluir a obra com o cronograma atrasado e endividamento maior que o previsto. Enquanto a obra estava em construção e os números assustavam, os administradores chamaram os consultores econômicos, fizeram uma longa análise juntos e verificaram que a escolha do local estava errada por não levarem em consideração o custo-oportunidade e apenas o custo contábil. Se fizessem uma analise de custo econômico antes de decidir iriam verificar que ao construir próximo da Universidade teriam as seguintes oportunidades: a) O terreno poderia ser comprado com o valor da venda do outro prédio e ainda sobraria capital para ajudar nos custos com a construção, diminuindo o custo de financiamento. b) Enquanto o novo prédio estava sendo construído, os alunos continuariam estudando no antigo prédio, o que garantia a receita mensal. c) O novo prédio estando integrado a Universidade reduziria os custos futuros, pois não teriam custo com translado algum, nem de material humano ou físico. Neste exemplo ficou demonstrado o quanto é importante para um administrador diferir os tipos de custo e utilizar a ferramenta econômica. 8.1.2 – Custo Oportunidade: Como já vimos, sempre que decidimos por um produto deixamos de consumir outro. Ou seja, o custo de um produto é a oportunidade que você desiste para obtê-lo. 8.1.3 – Custo total (CT): O Custo Total é a soma do custo fixo e custo variável. 8.1.4 – Custo fixo (CF): Não varia com o aumento ou a diminuição do Nível de Produção. 8.1.5 – Custo variável (CV): Varia com o aumento ou diminuição do Nível de Produção. 8.1.6 – Custo Marginal (CMg): Também conhecido como custo incremental, é o custo ocasionado pela produção de uma unidade adicional do produto. Matematicamente podemos encontra-lo calculando a 2º derivada da função da curva de custo variável. 8.1.7 – Custo Médio (CMe): Utilizado para saber a lucratividade da empresa, é a soma do Custo Fixo Médio (CFMe) com o Custo Variável Médio (CVMe). 8.1.8 – Custo Fixo Médio (CFMe): Calcula-se dividindo o Custo Fixo (CF) pelo nível de produção(quantidade produzida). 8.1.9 – Custo Variável Médio (CVMe): Calcula-se dividindo o Custo Variável (CV) pelo nível de produção(quantidade produzida). 8.1.10 – Simplificando os Custos em Planilha: Vamos trabalhar de maneira simples, não trataremos de funções, mas sim de matemática simples. Analise a tabela abaixo; TABELA SIMPLIFICADA DE CUSTOS Nível de Custo Custo produção Fixo Variável NP CF CV 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 0 50 78 98 112 130 150 175 204 242 300 385 Custo Total Custo Marginal Custo Fixo Médio CT CMg CFMe Custo Variável Médio CVMe Custo Total Médio (CF + CV) (CT2 - CT1) (CF / NP) (CV / NP) (CFMe + CVMe) 50 100 128 148 162 180 200 225 254 292 350 435 50 28 20 14 18 20 25 29 38 58 85 50 25,0 16,7 12,5 10,0 8,3 7,1 6,3 5,6 5,0 4,5 50 39,0 32,7 28,0 26,0 25,0 25,0 25,5 26,9 30,0 35,0 100,0 64,0 49,3 40,5 36,0 33,3 32,1 31,8 32,4 35,0 39,5 CTMe Considerações: - NP, CF e CV são dados colhidos na empresa; CT tende a aumentar com o tempo; CMg Começa em declínio e em certo nível de produção começa a subir; CFMe tende a cair; CVMe Começa em declínio e em certo nível de produção começa a subir; CTMe Começa em declínio e em certo nível de produção começa a subir. 8.1.11 – Análise das Curvas no Gráfico: Gráfico 9: CF X CV 450 400 350 CUSTOS 300 250 200 CF 150 CV 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Nível de produção Gráfico 10: CT X CV 500 450 400 CUSTO 350 300 250 CT 200 CV 150 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Nível de Produção 9 10 11 12 Gráfico 11: Custos Médios X Marginal 120 100 CUSTOS 80 CMg 60 CFMe 40 CVMe CTMe 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Nível de Produção Desenvolvemos estes gráficos de exemplo para dar sequencia ao raciocínio e conseguir chegar a escolha do nível ótimo de produção para a empresa. (Trabalharemos no curto prazo) 8.2 – Receita Marginal Antes de descobrirmos o nível ótimo de produção para acharmos o equilíbrio da firma, vamos conceituar a receita marginal. Da mesma forma como fizemos com o custo marginal, a Receita marginal é a razão entre a variação receita total pela quantidade vendida (nível de produção). Na economia trabalhamos com a equação receita, sendo a Receita Marginal a inclinação da curva. A Receita Marginal nos diz quanto de incremento vou ter em minha receita para produzir uma unidade a mais. Acompanhe a tabela: Nível de produção Preço unitário Receita Total NP P RTo RMg (NP X PU) (RTo2 - RTo1) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00 180,00 200,00 220,00 Receita Marginal R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 Note na tabela ao lado que a Receita Marginal (RMg) é constante e igual ao preço unitário (P). As coincidências não para aí, o RMg também é igual a Receita Média (RMe). Isso acontece porque estamos considerando o curto prazo, onde os preços (Ceteris Paribus), não variam. 8.3 – Determinando no Curto Prazo o Nível Ótimo de Produção para o Ponto de Equilíbrio da Empresa; Agora sim, podemos determinar qual o nível de produção (quantas unidades produzidas) para ao preço dado pelo mercado, que a empresa não tenha prejuízo. “O Ponto de equilíbrio de uma empresa é o nível de produção onde a Receita Marginal (RMg) encontra-se com o Custo marginal (CMg)”. Sendo o lucro unitário para dado nível de produção é a diferença entre Receita Margina e Custo marginal, encontramos: Nível de Produção RMg CMg Lucro Unitário R$ R$ R$ 3 20,00 20,00 - 4 R$ 20,00 R$ 14,00 R$ 6,00 5 R$ 20,00 R$ 18,00 R$ 2,00 6 R$ 20,00 R$ 20,00 R$ - Observe que no ponto A, em um nível de produção 3, temos lucro Unitário 0. Também conhecido como Ponto de Equilíbrio da Empresa. A partir deste nível de produção a empresa não tem lucro nem prejuízo. Também é conhecido como LUCRO ZERO. Já no nível de produção 4, no ponto B, a empresa encontra o melhor lucro unitário ($ 6,00) pelo menor custo unitário, ou seja: Neste Ponto Minimizamos os Custos e Maximizamos os Lucros. Sendo ele o Nível ótimo de Produção. Em nível 5, a empresa começa a perder pois o custo marginal aumenta. No nível 6 o lucro é zero novamente e não atrativo, pois a empresa estará produzindo mais sem ter lucro. FIM DA UNIDADE 2