UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA Ob ra Geoquímica do Granito Pós-Colisional de Mangaratiba (Granito Mangaratiba), RJ, Brasil ra pa FERNADA SETTA DUARTE (2005040094) Co ul ns Prof. Dr. Rubem Porto Jr. DG/UFRuralRJ Orientação ta Dezembro / 2008 ÍNDICE 2 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 2 1.2.Objetivo 2 1.3. Metodologia aplicada. 2 1.4. Localização da Área de Estudo e Acessos 4 1.5. Revisão bibliográfica/Geologia Regional 4 Ob 1.1. Caracterização da Temática e Justificativa do Estudo 4 1.5.1 Subdivisão Tectônica do Setor Central da Faixa Ribeira 1.5.2. Unidades Litológicas do Terreno Oriental (Domínio Cambuci, Costeiro e 8 Italva). 8 9 ra 1.5.3 A área de estudo – Domínio Costeiro na região de Mangaratiba (RJ) 1.5.4 Granitóides Brasilianos do Setor Central da Faixa Ribeira 13 CAPÍTULO 2 – GEOLOGIA LOCAL 13 2.1.1. Unidade Metassedimentar Lídice (Terreno Ocidental) 13 pa 2.1. Caracterização dos litotipos ocorrentes na área estudada 2.1.1.1 Aspectos de campo do Granada-biotita gnaisse 2.1.1.2 Aspectos petrográficos do Granada-biotita gnaisse. 13 13 ra 2.1.2. Ortognaisse do Complexo Rio Negro: Biotita-Hornblenda Gnaisse. 13 2.1.3. As Rochas Graníticas Tardi a Pós-Colisionais 15 19 2.1.3.1 As Rochas Graníticas Tardi a Pós-Colisionais: Aspectos de campo Co 2.1.3.2 As Rochas Graníticas Tardi a Pós-Colisionais: Aspectos petrográficos CAPÍTULO 3 – GEOQUÍMICOS APRESENTAÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 28 ul ns CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES E 22 43 44 ta Indice de Figuras Legenda Página Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27 Figura 28 Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Figura 40 Figura 41 Figura 42 Figura 43 Figura 44 Figura 45 Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51 Figura 52 Figura 53 Figura 54 Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 Figura 60 Figura 61 Figura 62 Figura 63 Figura 64 Figura 65 Figura 66 Figura 67 Localização da área estudada Aspecto geral da vegetação e geomorfologia Aspecto geral dos campos de matacões Seção transversal do segmento central da Faixa Ribeira Mapa Litotectônico para o segmento central da Faixa Ribeira Granada-biotita gnaisse – aspecto geral de campo Granada-biotita gnaisse – aspecto de sua migmatização Granada-biotita gnaisse – aspecto geral da textura ao microscopio Granada-biotita gnaisse – aspecto geral da textura ao microscopio Granada-biotita gnaisse – textura granoblástica Granada-biotita gnaisse – textura lepidoblástica Biotita Hornblenda gnaisse migmatizado Contato entre Biotita granada gnaisse e Biotita Hornblenda gnaisse Allanita granito preenchendo zonas de cisalhamento do Biotita hornblenda gnaisse Biotita Hornblenda gnaisse polideformado Biotita Hornblenda gnaisse rico em enclaves xenolíticos Biotita Hornblenda gnaisse invadido por material granitico no plano da foliação Biotita Hornblenda gnaisse: textura granoblástica ao microscópio Biotita Hornblenda gnaisse: textura lepidoblástica ao microscópio Biotita Hornblenda gnaisse: banda leucocrática ao microscópio Biotita Hornblenda gnaisse: banda mesocrática ao microscópio Mapa geológico da região de Mangaratiba Granito Pós-colisional: Afloramento e matacões “in situ” Granito Pós-colisional: matacões “in situ” Granito Pós-colisional: matacões movimentados Granito Pós-colisional: blocos “in situ” na parte mais alta dos morros de Mangaratiba Granito Pós-colisional: fluxo magmático incipiente Granito Pós-colisional: dique alimentador Granito Pós-colisional: enclaves máficos microgranulares Granito Pós-colisional: enclaves de variadas composições e formas Granito Pós-colisional: glômeros máficos arredondados Granito Pós-colisional: textura glomero-porfirítica Granito Pós-colisional: aspecto de campo da faciologia Titanita granito Granito Pós-colisional: aspecto de campo da faciologia Titanita granito Granito Pós-colisional: aspecto geral da textura ao microscópio. Facies equigranular Granito Pós-colisional: quartzo com padrão “embayment” Granito Pós-colisional: grãos de quartzo de caráter intersticial Granito Pós-colisional: inclusões arredondadas de quartzo em megacristal de microclina Granito Pós-colisional: intercrescimento mimerquítico Granito Pós-colisional: megacristal de microclina Granito Pós-colisional: cristais médios de microclina Granito Pós-colisional: “gotas de sílica” aprisionadas em microclina Granito Pós-colisional: contatos reativos de grãos de microclina Granito Pós-colisional: plagioclásio com hábito prismático Granito Pós-colisional: plagioclásio modificado hidrotermalmente Granito Pós-colisional: plagioclásio com zonamento composicional Granito Pós-colisional: plagioclásio com sobrecrescimento Granito Pós-colisional: plagioclásio intercrescido à quartzo Granito Pós-colisional: grãos de ortoclásio sericitizado Granito Pós-colisional: grão de biotita cloritizada Granito Pós-colisional: grão idiomórfico de allanita Granito Pós-colisional: grão idiomórfico de allanita Granito Pós-colisional: grão de zircão Granito Pós-colisional: carbonato como produto da alteração hidrotermal Granito Pós-colisional: Clorita como mineral secundário Granito Pós-colisional: aspecto geral da textura glomeroporfirítica Granito Pós-colisional: aspecto geral da textura glomeroporfirítica Granito Pós-colisional: grãos de titanita em associação aos grumos máficos Granito Pós-colisional: grãos de titanita individualizados na matriz Granito Pós-colisional: diagrama TAS Granito Pós-colisional: índice de Shand (alcalinidade) Granito Pós-colisional: diagrama AFM Granito Pós-colisional: dagrama de Peacok Granito Pós-colisional: diagrama de classificação TAS (Cox) Granito Pós-colisional: padrão para os elementos terras raras Granito Pós-colisional: diagramas “tipo Harker” para elementos maiores Granito Pós-colisional: diagramas “tipo Harker” para elementos traços ra Ob Figura ra pa ul ns Co 5 6 6 7 7 14 14 14 14 14 14 16 16 16 16 16 16 17 17 17 17 18 20 20 20 20 20 20 20 20 21 21 21 21 23 23 23 23 23 23 24 24 24 24 24 24 24 24 26 26 26 26 26 26 27 27 27 27 27 32 32 32 33 33 34 35 36 ta Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 Figura 72 Granito Pós-colisional: diagramas “tipo Harker” para elementos maiores com expressão de R2 Granito Pós-colisional: diagramas “tipo Harker” para elementos traços com expressão de R2 Granito Pós-colisional: diagramas Tectônico Nb x Y Granito Pós-colisional: diagramas Tectônico Rb x Nb + Y Granito Pós-colisional: diagramas R1 x R2 39 40 42 42 42 Índice de Tabelas Legenda Página Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Resumo com as caracteríscas dos granitos da Faixa Ribeira Limite de detecção para os elementos químicos analisados Dados geoquímicos para os granitos pós-colisionais de Mangaratiba Parâmetros petroquímicos utilizados 2 Níveis de significância do quadrado do coeficiente de regressão (r ) 12 28 30 31 38 ra Ob Tabelas ra pa ul ns Co ta APRESENTAÇÃO O presente trabalho consiste na conclusão da disciplina de Trabalho de Graduação oferecida aos alunos do 8° período do curso de Graduação em Geologia da Universidade Federal Rural do Rio Janeiro, como requisito para obtenção do grau de bacharel em geologia. O que aqui é apresentado é o resultado obtido sobre os estudos referentes à geologia e petrografia e geoquímica das rochas graníticas ocorrentes na região de Mangaratiba, cidade Ob localizada no litoral sul fluminense. O presente trabalho encontra-se sob a responsabilidade do Professor Dr. Rubem Porto Jr (DG/UFRuralRJ). Foi desenvolvido entre agosto e dezembro de 2008. A área alvo da pesquisa está inserida no contexto geológico da Faixa Ribeira, mais ra precisamente no Domínio Costeiro do Terreno Oriental. Nesta área os dados geológicos e geoquímicos são ainda pouco representativos quando comparados aos existentes para os demais terrenos da Faixa Ribeira. ra pa ul ns Co ta 1 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.1. Caracterização da Temática e Justificativa do Estudo Os granitóides do Estado do Rio de Janeiro encontram-se presentes ao longo de uma faixa de direção NE-SW, cruzando praticamente toda a área do estado. São vários diques, “stocks”, apófises e batólitos, foliados ou não, com diferentes formas e com ampla variação textural. A região do litoral tem sua representação como um complexo gnáissico-migmatítico de idade Ob proterozóica, apresentando seqüências orto e paraderivadas. São nessas seqüências que estão alojados os plutons graníticos com composição e textura variáveis entre si ou em si mesmos. Na parte sul do litoral do Estado do Rio de Janeiro são ra dezenas de corpos, nitidamente intrusivos e com caráter tardi- a pós-colisional, localizados próximos às cidades e localidades de Parati, Mambucaba e Mangaratiba. pa As suítes granitóides existentes no segmento centro-sul do Estado do Rio de Janeiro vêm sendo tema pouco freqüente de estudo ao longo das últimas décadas. Trabalhos publicados em revistas científicas, teses e demais comunicações são raros e generalistas. A individualização de ra tais corpos, considerando aspectos de sua evolução magmática, não vem recebendo a mesma atenção dada às pesquisas envolvendo esta abordagem, entretanto, avanços neste sentido foram recentemente feitos com a apresentação de trabalhos de cunho geológico básico (mapeamento, estruturação e petrografia). Vinha e Porto Jr (2007 a e b); Vinha (2008) e Bittencour (2008) Co Esta pesquisa, especificamente, visou ao longo destes meses recolher o maior número de dados geoquímicos a partir dos dados de campo e petrográficos de um corpo granitóide tardi a 1.2.Objetivo ul ns pós-colisional, denominado, na literatura, de Granito Mangaratiba. O objetivo deste trabalho de graduação está relacionado à caracterização petroquímica de ta um conjunto granítico, entendido como tardi a pós-colisional (Vinha e Porto Jr, 2007a,b), ocorrente nos limites do município de Mangaratiba, litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. 1.3. Metodologia aplicada. Para que fossem alcançados o objetivo anteriormente proposto, a seguinte metodologia de trabalho foi adotada: 2 a) Etapa pré-campo: Nesta etapa foi feito o levantamento bibliográfico sobre a Faixa Ribeira, dando-se ênfase às ocorrências de rochas granitóides tardi a pós-colisionais do Domínio Costeiro, mais especificamente aquelas relacionadas ao litoral sul do Estado. b) Etapa de campo: Esta etapa consistiu na realização de perfis geológicos representativos da geologia da área, que visaram a apresentação das características de campo das rochas estudadas. Não foram Ob realizados trabalhos de campo específicos, haja visto o recém encerramento de tal atividade pela bolsista de IC Juliana B. Vinha (Vinha, 2008), que durante a realização de seu trabalho mapeou e coletou as amostras que agora são trabalhadas do ponto de vista petrográfico (revisão) e ra geoquímico. c) Etapa pós-campo: As amostras coletadas na etapa de campo foram selecionadas e preparadas para pa laminação no LGPA (Laboratório Geológico de Processamento de Amostras) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Destas, foram confeccionadas lâminas delgadas dos granitos (16 amostras) e algumas poucas (6 amostras) de suas encaixantes com o intuito de caracterizá- ra las petrograficamente. Posteriormente foram feitas as análises petrográfico-petrológicas no laboratório de microscopia do Departamento de Geociências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), onde foram descritas a mineralogia, texturas, interações minerais de Co cada litotipo. As análises modais, com contador de pontos para classificação das rochas estudadas, foram realizadas no laboratório petrográfico FGEL da UERJ. Ainda nesta etapa, foi feita a análise e interpretação dos dados geoquímicos para elementos maiores, menores e ETRs, para as rochas do conjunto granítico estudado. Aos dados ul ns geoquímicos inéditos aqui gerados, foram acrescentados aqueles já existentes na bibliografia da região (Guimarães, 1999). Este conjunto de dados foi então interpretado e para tal tarefa foram utilizados os programas computacionais NEWPET e EXCEL. Como resultado, foram produzidos diagramas, gráficos analíticos e tabelas que apontam para as caractrísticas geoquímicas da rocha estudadas. ta Análises petrográfica de lâminas delgadas também foram feitas, e neste caso, se analisou a composição mineralógica tendo como objetivo de detalhar suas características para dar suporte a interpretação geoquímica. 3 1.4. Localização da Área de Estudo e Acessos A área alvo do estudo deste trabalho está localizada no município de Mangaratiba (Figura 1), litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, entre os paralelos 22°51’25’’e 23°03’04’’ de latitude sul e meridianos 44°000’00’’ e 44°015’00’’ de longitude oeste de Greenwich, abrangendo a parte sudeste da carta topográfica (Mangaratiba) 1:50.000 – IBGE. O principal acesso à área é a rodovia BR-101 que corta boa parte da área de estudo. Já na Cidade de Mangaratiba, o corpo ígneo principal ocorre na parte central da cidade e em seus arredores, podendo ser alcançado por meio da antiga estrada de ferro (em parte hoje operada Ob pala MBR), pela estrada de acesso a área central do município, bem como por uma série de estradas e caminhos vicinais espalhados pela região. A área de estudo representa um trecho do litoral sul do estado do Rio de Janeiro, ra englobando partes da planície litorânea e encostas da Serra do Mar. Trata-se de uma região representada por relevos rochosos e escarpados, bem como pela presença de morros arredondados do tipo meia laranja, dissecados pela drenagem. A vegetação da região consiste de matas nativas características de regiões litorâneas, pa estando mais preservadas nas áreas de maior quota topográfica, onde dominam os granitóides. São comuns as ocorrências de campos de matacões à meia encosta e nas praias (Figuras 2 e 3). As áreas mais desmatadas ocorrem principalmente nas regiões dos vales, próximas a ra Conceição de Jacareí, para o cultivo de bananas e exploração de granito. Nas baixadas de Mangaratiba e Monsuaba, a vegetação foi totalmente retirada visando a formação de pastos para criação bovina ou para loteamentos de condomínios fechados. Co 1.5. Revisão bibliográfica/Geologia Regional A área de Mangaratiba insere-se no contexto geológico da Província Mantiqueira, mais precisamente na parte central (Orógeno Ribeira). Este por sua vez trata-se de uma extensa faixa ul ns de 1400 km que margeia à borda sudeste do Cráton do São Francisco e constituída de rochas formadas durante o Ciclo Brasiliano (Almeida et al.,1973). O Orógeno Ribeira resulta da interação entre o Cráton são Francisco, Congo e um terceiro cráton atualmente encoberto pela bacia do Paraná (Cráton do Paraná ou Paranapanema). Apresenta um trend estrutural NE-SW e sua evolução tectônica está relacionada á subducção ta para SE da placa São Franciscana por baixo da micro placa Serra do Mar e do paleocontinente do Congo durante a Orogênese Brasiliana (Heilbron et al.,2000). 1.5.1 Subdivisão Tectônica do Setor Central da Faixa Ribeira Encontra-se subdividida em quatro terrenos tectônoestratigráficos distintos separados ora por falhas de empurrão, ora por zonas de cisalhamento oblíquas (Heilbron et al,2000,2004). Estes terrenos são: Terreno Ocidental, Klippe Paraíba do Sul , Terreno Oriental e Terreno Cabo Frio (Figura 4). 4 ra Ob ra pa Área Estudada ul ns Co ta Figura 1: Localização da área estudada 5 ra Ob pa Figura 2: Aspecto da geomorfologia da área. Observar o padrão dos morros com quebra de relevo e a densa vegetação ra ul ns Co a ta Figura 3: Campos de matacões a meia encosta (a) e na praia (b) b 6 ra Ob ra pa Figura 4: Seção estrutural composta do Orógeno Ribeira com a relação entre os diferentes terrenos e domínios estruturais. Legenda: Terreno Ocidental (1-6): 1 à 3 Megasseqüência Andrelândia nos domínios Autóctone, Andrelândia e Juíz de Fora, Terreno Ocidental; 4 à 6- associações do embasamento (Complexo Barbacena, Mantiqueira e Juíz de Fora); Terreno Paraíba do Sul (7-8); 7Grupo Paraíba do Sul; 8- Complexo Quirino; Terreno Oriental (9-13): 9- Sequencia Cambuci; 10Sequncia Italva; 11- Sequencia Costeiro; 12- Arco magmático Rio Negro; 13- Granito colisionais; Terreno Cabo Frio (14-15): 14- Sequencia Búzios e Palmital; 15- Complexo Região dos Lagos. ul ns Co ta Figura 5: Mapa tectônico da borda Sul do Cráton do São Francisco com domínios da Faixa Ribeira (Heilbron et. al., 2000). 7 O Terreno Ocidental representa o domínio autóctone, tem vergência para noroeste e composto pelos complexos Andrelândia e Juiz de fora que são separados por zonas de cisalhamento maiores. O Klippe Paraíba do Sul trata-se de uma estrutura sinformal que esta situada sobre o Domínio Juiz de Fora composta basicamente por ortognaisses e metassedimentos de idade Paleoproterozóica. O Terreno Ocidental compreende o domínio Costeiro, Cambuci e Italva relacionados por zonas de empurrões e cavalgamentos. O Terreno Cabo Frio é composto basicamente por ortognaisses, sillimanita gnaisses, anfibolitos e rochas calcissilicáticas relacionados à Orogênese Búzios de aproximadamente 510-535 Ma. Ob 1.5.2. Unidades Litológicas do Terreno Oriental (Domínio Cambuci, Costeiro e Italva). O Terreno Ocidental é composto por três domínios estruturais onde ocorrem sucessões ra metassedimentares distintas. O Domínio Cambuci estruturalmente está localizado acima do Domínio Costeiro e é composto por seqüência de rochas metassedimentares (sillimanita-granadabiotita gnaisse) intercaladas com mármores dolomíticos e subordinariamanete, lentes de rochas calcissilicáticas e anfibolitos (Heibron & Machado, 2003). pa O Domínio Costeiro é composto por duas associações de rochas metassedimentares intrudidas pelo Arco Magmático Rio Negro (Tupinambá, 1999),constituído por rochas intrusivas ra Neoproterozóicas e diversas gerações de rochas granitóides mais jovens (Heibron & Machado, 2003) tardi- a pós- colisionais.Há o predomínio de gnaisses peraluminosos (Kinzigito) ricos em granada e sillimanita.Esta sucessão possui muitas intercalações de quartzitos impuros, biotitas Co gnaisses bandados, rochas cálcio-silicáticas e anfibolitos. O Domínio Italva representa uma kipple, é composto por uma sucessão metassedimentar que inclui granada-biotita gnaisse bandado, mámores calcíticos intercalados com anfibolitos ul ns bandados e hornblenda-biotita gnaisses homogêneos (Heibron & Machado, 2003). 1.5.3 A área de estudo – Domínio Costeiro na região de Mangaratiba (RJ) A área alvo de estudo deste trabalho está tectonicamente inserida no Domínio Costeiro da Faixa Ribeira. Esse domínio compreende duas associações de rochas metassedimentares ta intrudidas por rochas granitóides do Arco Magmático Rio Negro. Compreende ainda gerações de granitóides mais novos. As associações metassedimentares são divididas em gnaisses bandados intercalados a quartzitos e rochas calcissilicáticas e gnaisses kinzigíticos com lentes métricas de quartzitos e rochas calcissilicáticas (Heilbron & Machado, 2003). Embora rochas do embasamento não tenham sido identificadas nesse domínio, resultados de estudos de geocronologia U-Pb em zircão detrítico indicam que parte do material clástico é proveniente de fonte Paleoproterozóica com 8 idade de 2,0 Ga (Valladares et al., 1999). As paragêneses minerais dessas rochas indicam condições da fácies granulito. A estrutura interna predominante no Domínio Costeiro é uma xistosidade grossa, marcada por dobras D2 recumbentes e dois sets de zonas de cisalhamento subverticais para NE e NW. Alguns poucos indicadores cinemáticos associados à xistosidade indicam movimento de topo para NW (Heilbron et al., 1993). As rochas do Arco Magmático Rio Negro são intrusivas nas rochas metassedimentares inseridas desse domínio. Têm idade Neoproterozóica e compreende gnaisses de, no mínimo, Ob duas séries calcioalcalinas: médio-K e alto-K. A série de médio-K ocorre na zona central e a nordeste do estado do Rio de Janeiro e compreende tonalitos de composição diorítica a granodiorítica. Já a série de alto-K é composicionalmente variável, de granitos a granodioritos e ra alguns monzonitos, tendo rochas porfiríticas com cristais de biotita (Heilbron & Machado, 2003). Ocorrem diversos corpos granitóides sin- a pós-colisionais no Domínio Costeiro. Os granitóides sin-colisionais são representados basicamente por granada-biotita granodioritos foliados e granitos porfiríticos, sendo um exemplo bem representativo o Gnaisse Facoidal que pa circunda as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Ocorre ainda um leucogranito sin-colisional intrusivo nos ortognaisses do Arco Magmático Rio Negro. O magmatismo sin- a tardi-colisional é representado por granada-biotita granitóides de ra composição variando de granodiorito a granito, fracamente foliados sendo a maior intrusão o batólito da Serra dos Órgãos, de idade U-Pb 560Ma (Tupinambá et al., 1999). Plútons de granitóides calcioalcalinos (Pedra Branca, Suruí, Favela, Andorinha, Nova Co Friburgo, Sana, Vila Dois Rios, Mombaça, Frades, Mangaratiba, entre outros) representam o episódio magmático mais novo do Terreno Oriental, sendo relacionados ao relaxamento do terreno depois de diversas colisões. ul ns 1.5.4 Granitóides Brasilianos do Setor Central da Faixa Ribeira As rochas graníticas do Estado do Rio de Janeiro encontram-se presentes ao longo de uma faixa de direção NE-SW, cruzando praticamente toda a área do estado. São vários diques, “stocks”, apófises e batólitos, foliados ou não, com diferentes formas e com ampla variação textura. A região onde estes corpos se inserem tem sua representação como um complexo ta gnáissico-migmatítico de idade pré-cambriana, apresentando seqüências orto e paraderivadas. São nessas seqüências que estão alojados os plutons graníticos com composição e textura variáveis entre si ou em si mesmos (Penha, 1984). Os principais corpos graníticos da região centro-sul do estado foram descritos na tentativa de ordená-los em seqüência, segundo suas idades relativas, do mais velho para o mais novo (Penha, 1984). Rochas plutônicas gnaissificadas predominam em termos mais básicos, formando as unidades mais antigas da área (Unidades Santo Aleixo, Rio Negro (Penha et al., 1980) e Série inferior (Hemlbold et al., 1965)). Em seguida, ocorreriam corpos gnaissificados em maior ou 9 menor grau, representados principalmente pelo Batólito da Serra dos Órgãos. São rochas de composição granítica a granodiorítica e com características sin a tardi-tectônicas. Cortando esta suíte são reconhecidos corpos tardi- a pós-colisionais de composição quartzo diorítica a granodiorítica, na forma de pequenos “stocks” e bem representado pelo granito Suruí em Magé que tem como uma de suas principais características a presença de megacristais de K-feldspato orientados; o que propicia sua correlação com granito Pedra Branca na cidade do Rio de Janeiro (Porto Jr. & Valente, 1988). Corpos graníticos de idades mais jovens representados pelo granito Andorinha (Penha et Ob al., 1980), posicionaram-se em estágio francamente pós-colisão. Esses corpos apresentam-se como diques espessos de composição granítica, tendendo a texturas porfiríticas e contendo xenólitos das rochas encaixantes, com conseqüente assimilação eventual dos mesmos. ra Como última manifestação do magmatismo pós-colisional, são reconhecidas rochas plutônicas mais jovens, que caracterizam um último evento magmático ácido ocorrido na região. São leucogranitos (Granito Rosa, (Rosier, 1957)) aos quais se admite afinidades genéticas com o granito Andorinha, podendo representar uma fase mais diferenciada daquele magmatismo. pa Do ponto de vista geoquímico, a primeira real tentativa de correlação entre os magmatismos referenciados para a região foi realizada a partir da comparação de três complexos graníticos de idade brasiliana comparados por Junho e Wiedemann (1987) e Junho (1991), são ra eles: Pedra Branca, Nova Friburgo e Frades. Também baseado em dados geoquímicos além de química mineral, Machado & Demange (1991) relataram que o magmatismo brasiliano gerador de granitos como Nova Friburgo, Frades, Co Suruí e Pedra Branca é do tipo “I”. Concluíram ainda que esse magmatismo brasiliano é muito similar ao magmatismo do tipo Cordilheirano de margem continental ativa do tipo Andino. Ainda segundo estes autores, teria ocorrido uma zona de subducção do tipo “B”, em direção a NW, que mergulharia por debaixo do Cinturão Ribeira. ul ns Trabalhos realizados nas Serras da Pedra Branca e Misericórdia (Porto Jr., 1994), considerou os corpos graníticos ocorrentes nessas regiões correlacionáveis, do ponto de vista petrográfico, geoquímico e de campo. Considerou ainda a cristalização fracionada como sendo o principal mecanismo de diferenciação dentro da evolução do granito Pedra Branca. As unidades ta encontradas ao longo do complexo granítico Pedra Branca, teriam origem a partir de uma fonte de composição básica originário em regiões profundas. Mais recentemente os granitos ocorrentes na Serra da Pedra Branca bem como suas encaixantes foram analisados sob ponto de vista isotópico e geocronológico que apontam para uma variada gama de processos envolvidos na evolução destas rochas. Modelagem geoquímica também aponta para o envolvimento de porções crustais na geração e evolução dos corpos aí representados (Porto Jr, 2004). Estudos baseados em posicionamento estrutural também foram realizados. A partir deles os maciços Bela Joana, Angelim, Serra dos Órgãos e Niterói, foram caracterizados como tendo se 10 posicionado durante uma fase de deformação ocorrida a aproximadamente 600 M.a., denominada “F2” (Machado & Demange, 1992). Para outros maciços como Vassouras, Getulândia e VarreSai, consideraram uma idade mais jovem de 500 M.a., associada a uma fase de deformação “F3”. Uma descrição dos corpos graníticos situados a sul do estado foi realizada, porém sem intuito de correlação petrogenética ou individualização dos corpos (Castro et al., 1984). Os granitos ParatiMirim, Parati, Mangaratiba, Mombaça, Angra, Mambucaba e Carrasquinho, ao serem submetidos a análise petrográfica apresentaram similaridades quanto a mineralogia. A presença de quartzo, microclina, plagioclásio (oligoclásio), biotita, apatita, hornblenda, magnetita e titanita, são Ob constantes ao longo desses conjuntos rochosos. Heilbron (1995) aplicou conceitos tectônicos para subdividir o conjunto de rochas graníticas ocorrentes no estado do Rio de Janeiro, sendo definidos então cinco conjuntos ra principais, a saber: 1 e 2 tidos como contemporâneos à deformação principal podendo ser exemplificados pelos Batólito da Serra dos Órgãos e Gnaisse Facoidal (1) e Graníticas Turvo, Serra da Concórdia, Granada Charnockitóide, Granitóide Matias Barbosa e Leucogranitos tipo S pa (2). Os denominados 3 que seriam tardios à deformação principal e que podem ser exemplificados pelo Granito Serra do Lagarto e pela Suíte Taquaral. Os denominados 4 são granitóides sin a tardi à deformação principal, exemplificados por dois tipos principais: os tipo I ra (Getulândia, Pedra Branca, Fortaleza e Araras), e aqueles do tipo S que ocorrem fora da área deste trabalho nas folhas Liberdade e Arantina em Minas Gerais. Os denominados 5 são aqueles francamente pós tectônicos e que possuem variados nomes locais, como Andorinha, Favela, Co Ipiranga, Nova Friburgo, Sana, Caju, Teresópolis dentre outros. Mais recentemente com o aumento da base de dados geocronológicos U/Pb, a Orogênese Brasiliana e o magmatismo a ela relacionado foi subdividida em quatro principais períodos ul ns tectônicos (Machado et al.,1995; Heilbron et al., (1995), Tupinambá et al., 1998), são eles: I. pré-colisional (630-600 Ma); II. sin-colisional (590-565 Ma); e III. pós-colisional (540-520 Ma). Os granitóides da Faixa Ribeira podem ser divididos, basicamente, segundo os estágios ta tectônicos aos quais estão relacionados. Tal divisão parece ser aceita pela maioria dos autores, tendo sido modificada de acordo com a evolução dos dados geoquímicos e geocronológicos. O magmatismo pré-colisional é caracterizado por um magmatismo de arco magmático, representado pelo Arco Magmático Rio Negro (Tupinambá, 1999). Este ocorre somente no Terreno Oriental (Tupinambá et al., 1998), sendo progressivamente mais deformado em direção ao Limite Tectônico Central (CTB). Os granitóides brasilianos sin a pós-colisionais ocorrem em ambos os terrenos (Ocidental e Oriental) e mostram uma polaridade espacial e temporal dentro da Faixa Ribeira (Heilbron, 1995; Machado et al., 1996). Os granitóides foliados do tipo-I e tipo-S são interpretados como produtos 11 de fusão crustal do embasamento e da cobertura e refletem o espessamento da crosta continental por colisão. São exemplos deste tipo de magmatismo o Batólito Serra dos Órgãos e o Granito Niterói. Granitóides pós-colisionais à tarde-colisionais são associados a rochas toleíticas, sugerindo extensiva fusão de rochas crustais com contribuição mantélica. Interpreta-se que estas intrusões provavelmente são relacionadas ao soerguimento e relaxamento termal da crosta que segue ao período ápice da colisão. Os granitos do estágio tardi/pós-colisional são representados por diversos corpos Ob intrusivos, de dimensões variadas, que afloram ao longo da porção oeste do Domínio Costeiro no Terreno Oriental da Faixa Ribeira (Heilbron & Machado, 2003). Dentre eles, está o corpo granítico alvo deste trabalho, o Granito Mangaratiba. ra Uma compilação geral e simplificada deste conjunto pode ser observada na Tabela 1. Corpos Estágio Tectônico Representativos pa Pré-Colisional Graníticos Idade mínima para este Rio Negro magmatismo: ~620 Ma ra Sin-Colisional Niterói (Gnaisse Facoidal), Batólito Serra dos Órgãos Co Tardi: Parati, e Getulândia Tardi/Pós-Colisional Observações Pós: Pedra Branca, Favela e Andorinhas ~578 ~513 Ma ~480 Ma ul ns Tabela 1: Resumo envolvendo alguns corpos granitóides estudados no Domínio Costeiro, Terreno Oriental da Faixa Ribeira e sua relação Tectônica. (Elaborada com base em Machado, 1997; Porto Jr., 1994; Heilbron et al., 1995; Trouw et al., 2000; Tupinambá,2000; Heilbron & Machado, 2003; Heilbron et al., 2003). ta 12 CAPÍTULO 2 – GEOLOGIA LOCAL 2.1. Caracterização dos litotipos ocorrentes na área estudada 2.1.1. Unidade Metassedimentar Lídice (Terreno Ocidental) A Unidade Metassedimentar Lídice é representada pelo litotipo granada-biotita gnaisse. Este litotipo é uma das rochas que atua como encaixante para as rochas granitóides pós à tardecolisionais. A seguir, estão apresentadas as principais características geológicas e petrográficas Ob deste litotipo. 2.1.1.1 Aspectos de campo do Granada-biotita gnaisse. Na região de Mangaratiba, o granada-biotita gnaisse ocorre principalmente em afloramentos nos cortes de estrada (Figura 6), onde apresenta-se pouco alterado, exibindo ra manchas acastanhas em sua superfície. A rocha apresenta bandamento com espessura centimétrica que confere textura gnáissica e eventualmente migmatítica. Quando a migmatização é evidente observa-se que o bandamento migmatítico está representado por leucossoma, pa mesossoma e melanossoma bem diferenciados (Figura 7). 2.1.1.2 Aspectos petrográficos do Granada-biotita gnaisse. O granada-biotita gnaisse é uma rocha que leucocrática, de coloração cinza, que exibe ra coloração bege quando alterada. Possui tons avermelhados associados à alteração da biotita. Exibe textura porfiroblástica, sendo a gramulação da matriz de fina a média. Os porfiroblástos são de plagioclásio (0,8cm) e granada almandina (0,3cm). Os grãos de biotita encontram-se Co preferencialmente orientados, atribuindo xistosidade à rocha. Ao microscópio, observa-se que o granada-biotita gnaisse é composto de quartzo (31,75%), plagioclásio (21,25%), microclina (19,50%), ortoclásio (6,25%), clorita (5,78%), granada ul ns (4,75%), muscovita (4,25%), biotita cloritizada (4%), zircão (0,75%), apatita (0,75%) (Figuras 8 e 9), com saussurita, carbonato e minerais opacos completando sua mineralogia. Apresenta textura predominantemente granoblástica (Figura 10), podendo ainda ser observada textura lepdoblástica não muito pronunciada, com grãos de biotita pouco orientados dispostos segundo uma orientação preferencial (figura 11) ta 2.1.2. Ortognaisse do Complexo Rio Negro: Biotita-Hornblenda Gnaisse. O Biotita-hornblenda gnaisse é uma das rochas pertencentes ao Complexo Rio Negro. Corresponde a uma rocha granitóides de caráter pré a sin-colisional associada ao Arco Magmático Rio Negro, Terreno Oriental (Domínio Tectônico Costeiro) (Tupinambá et al., 1999). A seguir, são apresentadas suas características geológicas e petrográficas obtidas pela sua observação em campo na região de Mangaratiba. 13 Ob Fig.36 ra pa 6 ra Fig.38 Figura 7 Figura 6 Fig.7 Fig.6 Figura 8 ul ns Co Fig.35 Figura 9 ta Figura 10 Figura 11 14 O Biotita-hornblenda gnaisse é migmatítico (Figura 12) ortoderivado, com contatos bruscos com a unidade metassedimentar (Figura 13) e é um dos litotipos que serve de encaixante para os granitóides pós à tarde colisionais na região. Em campo, foram vistos afloramentos desses gnaisses com zonas de cisalhamento preenchidas por Allanita granito (Figura 14). Trata-se de uma rocha polideformada (Figura 15) e apresentando uma zona de contato rica em material xenolítico (Figura 16). Observa-se que a encaixante (gnaisse) foi retrabalhada na região próxima da intrusão. Observa-se ainda a injeção destes granitóides paralelamente aos planos de foliação do biotita gnaisse (Figura 17). Ob O biotita gnaisse é uma rocha leuco a mesocrática de coloração cinza clara. É um litotipo metamórfico de alto grau, com textura variada: porfiroblástica, lepidoblástica. Os porfiroblastos mais comuns são de K-feldspato e plagioclásio. As micas estão fracamente orientadas, conferindo ra uma foliação espaçada à rocha. Sua mineralogia é composta de plagioclásio (35%), microclina (25%), ortoclásio (7%), quartzo (13%), biotita (15%), apatita (2%), minerais opacos (1%), allanita, muscovita, zircão e rara granada. Apresenta textura predominantemente granoblástica, sendo os pa porfiroblastos de plagioclásio e eventual ortoclásio (Figura 18). Também é observada ligeira orientação dos grãos de biotita, conferindo uma foliação espaçada à rocha além de uma textura lepidoblástica não muito pronunciada (Figura 19). A rocha apresenta bandamento metamórfico ra pouco pronunciado, sendo as bandas leucocráticas compostas de plagioclásio, microclina e quartzo preferencialmente (Figura 20). As bandas mesocráticas possuem menor espessura, sendo caracterizadas por maiores teores de biotita e clorita (Figura 21). Em geral, os minerais encontram-se bastante fraturados e pouco alterados. Co 2.1.3 As Rochas Graníticas Tardi a Pós-Colisionais Na área estudada ocorrem diversos corpos graníticos sob variadas formas (bolsões, ul ns diques e sills) e espessuras (de centimétricas a métricas). Correspondem a rochas granitóides tardi- a pós-colisionais com predomínio daqueles de caráter pós-colisional. Estes corpos podem ser enquadrados como granitóides pós-D +D (tardi a pós-colisionais), tardios ou posteriores às 1 2 fases da deformação principal (Heilbron et al., 1995), caracterizados como corpos isotrópicos, intrusivos, discordantes da foliação principal, que possuem contatos bruscos e, por muitas vezes, ta xenólitos das encaixantes. O mapa geológico da região (Vinha, 2008) permitiu a identificação de um tipo granítico predominante para a região, que apresenta características de posicionamento tardio com caráter tardi a pós-colisional (Figura 22). Trata-se de um Biotita granito cinza que apresenta duas faciologias distintas, sendo uma equigranular (largamente predominante em volume e área) e outra com tendência porfirítica e que se mostra mais enriquecido em Titanita. Este conjunto, tem ocorrência ampla e pode ser representada em mapas de escala de semidetalhe (1:50.000). 15 Ob Fig.36 Fig. 13 Fig.12 ra ra pa 6 Fig.6 Fig.14 Fig.39 ul ns Co Fig.35 Fig.15 Fig.40 Fig.17 ta Figura 12:Biotita Hornblenda gnaisse migmatizado. Figura 13:Contato entre Biotita granada gnaisse e Biotita Hornblenda gnaisse. Figura 14: Allanita granito preenchendo zonas de cisalhamento do Biotita hornblenda gnaisse. Figura 15:Biotita Hornblenda gnaisse polideformado. Figura 16: Biotita Hornblenda gnaisse rico em enclaves xenolíticos. Fig.16 Figura 17:Biotita Hornblenda gnaisse invadido por material granitico no plano da foliação. 16 ar ap r Ob Fig.36 Fig.18 Fig.19 Fig. 13 Fig.39 Fig.6 Fig.20 Fig.40 Fig.15 Fig.21 lta su on aC Fig.35 Fig.17 Figura 18: Biotita Hornblenda gnaisse: textura granoblástica ao microscópio. Figura 19: Biotita Hornblenda gnaisse: textura lepidoblástica ao microscópio. Figura 20: Biotita Hornblenda gnaisse: banda leucocrática ao microscópio. Figura 21: Biotita Hornblenda gnaisse: banda mesocrática ao microscópio. Fig.16 17 ra Ob ra pa ns Co Figura 22: Mapa Geológico da região de Mangaratiba (Vinha, 2008) ul ta 18 Há ainda a ocorrência de um outro litotipo granítico, em volumes bastante restritos, que representa a mais jovem manifestação magmática granítica da região. Trata-se de um Allanita granito que ocorre como intrusões pouco espessas (centimétricas), quase sempre associadas a zonas de cisalhamento e que cortam indistintamente todas as litologias anteriores. 2.1.3.1 As Rochas Graníticas Tardi a Pós-Colisionais: Aspectos de campo O biotita granito compreende um corpo plutônico pós-colisional de grande dimensão que ocorre na parte superior da Serra de Mangaratiba, correspondendo a porção central da área Ob mapeada. Ele coincide, em distribuição areal, com o denominado Granito Mangaratiba (DRM- RJ,1983 e Guimarães, 1999), sendo que as características faciológicas dessas rochas, analisadas em campo e laboratório, permitiram a individualização de duas faciologias: uma ra equigranular e outra glomeroporfirítica. O posicionamento topográfico e estratigráfico destes corpos sugere a possibilidade destes serem correspondentes a estruturas “dique-sill”. Por apresentar contatos geralmente de baixo ângulo com as rochas encaixantes, o biotita granito pode ser interpretado como um corpo de atitude subhorizontal podendo corresponder, em parte, a um pa lacólito ou facólito. Em campo, a ocorrência do biotita granito se dá sob a forma de blocos “in situ” (Figura 23) e matacões “in situ” (Figura 24) ou movimentados (Figura 25). Mais comumente ocorrem nas ra partes mais altas do morros que constituem a parte central da Cidade de Mangaratiba (Figura 26), na margem de estradas e nas drenagens. Também foram mapeados afloramentos em cortes de estrada e na Praia Ibicuí. Em alguns afloramentos, foi possível visualizar estruturas de fluxo Co magmático não muito pronunciadas (Figura 27). Estas ocorrências pontuais de fluxo podem ser interpretadas, por analogia a outros corpos estudados em outras regiões do Estado do Rio de Janeiro, como possíveis diques alimentadores verticalizados das intrusões graníticas que se colocam sob a forma de “sills” quase horizontalizados (Figura 28). O biotita granito é rico em ul ns enclaves máficos microgranulares de coloração cinza escuro (Figura 29). Enclaves de variadas composições ocorrem dispostos sob formas discóides, arredondadas e angulosas, caracterizando diferentes níveis de assimilação (Figura 30). Outra característica associada este litotipo é a presença de glômeros máficos arredondados (Figura 31) em geral constituídos de agregados de biotita, mineral opaco e titanita (mais raramente também allanita) que lhe confere uma textura ta glomero-porfirítica (Figura 32) que vem caracterizar a faciologia aqui denominada de Titanita granito (Figura 33 e 34). O biotita granito é uma rocha de aspecto homogêneo, com estrutura maciça, leucocrática, com colorações cinzentas a levemente rosadas, equigranular a glomeroporfirítico, de granulação média. Sua mineralogia é formada basicamente por microclina, plagioclásio, quartzo e biotita; por vezes, apresenta pórfiros rosados de K-feldspato (10-30 mm) e, comumente, apresenta agregados máficos (glomeros), compostos de biotita, hornblenda, mineral opaco e titanita. 19 ra Ob Fig. Fig.24 24 Fig. 23 ra pa Fig. 26 Fig. 25 ul ns Co Fig. 27 Fig. 28 ta Fig.16 Fig. 29 Fig. 30 20 Fig. 33 Figura 33: Granito Pós-colisional: aspecto de campo da faciologia Titanita granito. Figura 34: Granito Pós-colisional: aspecto de campo da faciologia Titanita granito. lta Figura 32: Granito Pós-colisional: textura glomero-porfirítica. su Figura 31: Granito Pós-colisional: glômeros máficos arredondados. on aC ar ap r Ob Fig. 32 Fig. 31 Fig. 34 21 2.1.3.2 As Rochas Graníticas Tardi a Pós-Colisionais: Aspectos petrográficos Duas faciologias distintas foram identificadas no campo: uma fácies equigranular com presença de allanita e outra glomeroporfirítica com presença de titanita. A seguir serão apresentadas as características petrográficas de cada uma dessas faciologias. > Facies Equigranular (com presença de allanita) É uma rocha leucocrática, de cor cinza claro e granulação predominantemente média (grãos variando entre 1 a 5 mm) (Figura 35). É composto de quartzo (26%), microclina (27%), Ob plagioclásio (24%), biotita (10%), ortoclásio (2%), allanita (1,%), e carbonato, clorita, muscovita, minerais opacos, zircão e apatita completando o conteúdo mineralógico da rocha. Os grãos de quartzo variam de hipdiomórficos a xenomórficos, com granulometria variando de fina (0,6mm) a média (1,5mm). Os grãos apresentam-se com tendência a um hábito arredondado, exibindo ra contatos do tipo em baía com a microclina e muscovita (Figura 36). Já com relação a titanita, os contatos são mais retilíneos. Alguns grãos ter sido formados intersisticialmente, revelando ser uma fase de cristalização mais tardia (Figura 37). É comum a ocorrência de grãos de quartzo pa arredondados como inclusões em megacristais de microclina (Figura 38) apontando para o fato de seu comportamento residual, bem como formando intercrescimento mirmequítico junto a grãos de plagioclásio destabilizados (Figura 39). ra Os grãos de microclina ocorrem tanto como megacristais de até 1 cm (Figura 40), mas em geral são médios com dimensão em torno de 2 mm (Figura 41). São grãos hipdiomórficos, com granulometria variando de fina (0,3 mm) a média (2 mm). Os grãos maiores mostram-se ricos em inclusões de quartzo arredondado que podem representar “gotas” de líquido magmático Co aprisionado na fase final da cristalização (Figura 42). Estes grãos são hipdiomórficos com limite de grãos apresentando contatos reativos (embainhados) (Figura 43). Quando em contato com plagioclásio, apresenta contatos algo mais corrosivo. Alguns grãos apresentam sericita nas ul ns extremidades. Em geral, apresentam-se bem preservados. Os grãos de plagioclásio são hipdiomórficos, de granulometria variando de fina (0,5mm) a média (3 mm). Exibem hábito prismático (Figura 44), contatos corroídos com a biotita, ortoclásio e microclina. Podem apresentar-se muito modificados hidrotermalmente (saussuritizados) (Figura 45) e não raramente mostram-se zonados composicionalmente (Figura 46). Podem apresentar ta inclusões, neste caso englobando grãos de biotita cloritizada de hábito tabular, minerais opacos de hábito octaédrico, zircão e apatita, mas nunca microclina ou ortoclásio, estabelecendo uma relação temporal clara de crescimento para este conjunto de minerais. Uma segunda geração pode ser estabelecida a partir da existência de um sutil sobrecrescimento apresentado por alguns grãos. Como este sobrecrescimento não foi afetado por modificações hidrotermais, entende-se ser ele tardio em termos de aparecimento (Figura 47). Intercrescimento mimerquítico com o quartzo é bastante comum (Figura 48). 22 Ob Fig.36 Fig.35 ra ra pa Fig.38 Fi.15 Fig.6 Fig.37 ul ns Co Fig.35 Fig.40 Fig.40 ta Fig.39 Figura 35 - Granito Pós-colisional: aspecto geral da textura ao microscópio. Facies equigranular (Nicóis cruzados). Figura 36- Granito Pós-colisional: quartzo com padrão “embayment” .(Nicóis cruzados). Figura 37- Granito Pós-colisional: grãos de quartzo de caráter intersticial.(Nicóis cruzados). Figura38- Granito Pós-colisional: inclusões arredondadas de quartzo em megacristal de microclina.(Nicóis cruzados). Figura39- Granito Pós-colisional: intercrescimento mimerquítico. (Nicóis cruzados). Figura 40- Granito Pós-colisional: megacristal de microclina. 23 r Ob 48 Fig1 49 Fig.41 aC ar ap 50 Fig.37 Fig.6 Fig.38 Fi.15 Fig.39 Fig.47 Fig.40 lta Fig.45 Fig.39 Fig.16 su on Fig.35 Fig.40 Fig.46Fig.46 Fig.17 Fig.48 24 Eventual presença de ortoclásio foi observada. São grãos hipdiomórficos a xenomórficos, com granulometria em torno de 1 mm. Apresentam fraturas preenchidas por carbonatos. Em geral, apresentam-se razoavelmente sericitizados (Figura 49). Os grãos de biotita apresentam-se fortemente alterada (Figura 50). São grãos hipdiomórficos a xenomórficos de hábito tabular. A granulometria varia de fina (0,05mm) a média (2,00mm). Pode conter inclusões de minerais opacos e, em geral, ocorrem juntos com apatita, minerais opacos e zircão. A allanita é um mineral acessório de relativa importância pois foi utilizado como parâmetro Ob de distinção faciológica. Ocorre como grãos hipdiomórficos de granulação fina a média em geral junto às porções mais félsicas das rochas (Figuras 51 e 52). Os grãos de apatita, minaral opaco e zircão (Figura 53) e aparecem como minerais ra acessórios comuns. Os carbonatos ocorrem intersisticialmente, preenchendo fraturas ou por alteração principalmente do plagioclásio. (Figura 54). Clorita (Figura 55) e muscovita são minerais secundários observados. pa > Facies Glomero-porfirítica (com presença de titanita) ra As diferenças fundamentais que podem ser estabelecidas entre esta faciologia e a anteriormente descrita é a presença de uma textura glomeroporfirítica (Figuras 56 e 57) desenvolvida a partir da presença de grumos de material máfico (biotita-mineral opaco-apatita- Co titanita) além da presença de titanita em grãso individualizados na matriz da rocha (Figuras 58 e 59). É uma rocha leucocrática, de cor cinza claro e granulação média com presença de glomeros que podem ter até 1 ,2 cm de dimensão. Sua composição modal é similar a da facies equigranular apresentando quartzo (21%), microclina (26%), plagioclásio (27%), biotita (12%), ortoclásio (4%), ul ns titanita (4,%), e carbonato, minerais opacos, zircão, allanita e apatita completando o conteúdo mineralógico da rocha. O padrão descritivo das fases minerais é muito similar ao descrito anteriormente. Será aqui acrescentada apenas a descrição da fase titanita ainda não descrita. A titanita é um mineral acessório de relativa importância. Ocorre como grãos ta hipdiomórficos de granulação fina a média em íntima associação à minerais opacos e biotita caracterizando a presença de grumos máficos (Figuras 58 e 59). 25 Ob Fig.49 Fig.41 Fig1 ra Fig.41 Fig.50 ra pa Fig.51 8Fig.52 Fig.40 Fig.54 ta Fig.53 Fig.39 Fig.16 ul ns Co Fig.35 Figura 49: Ganito Pós-colisional: grãos de ortoclásio sericitizado (Nicóis Cruzados) Figura 50: Granito Pós-colisional: grão de biotita cloritizada.(Nicóis Cruzados) Figura 51: Granito Pós-colisional: grão idiomórfico de allanita.(Nicóis Cruzados) Figura 52: Granito Pós-colisional: grão idiomórfico de allanita.(Nicóis Paralelos) Figura 53: Granito Pós-colisional: grão de zircão.(Nicóis Cruzados) Figura 54: Granito Pós-colisional: carbonato como produto da alteração hidrotermal.(Nicóis Cruzados) 26 ra Ob Fig.55 Fig.56 Fig1 05 ra pa Fig.57 Fig.51 Fig.43 ul ns Co 8Fi.15 Fig.58 ta Fig.59 Figura 55: Granito Pós-colisional: Clorita como mineral secundário.(Nicóis Paralelos) Fig.40 Figura 56: Granito Pós-colisional: aspecto geral da textura glomeroporfirítica. (Nicóis Paralelos) Figura 57: Granito Pós-colisional: aspecto geral da textura glomeroporfirítica. (Nicóis Paralelos) Figura 58: Granito Pós-colisional: grãos de titanita em associação aos grumos máficos. (Nicóis Paralelos) Figura 59: Granito Pós-colisional: grãos de titanita individualizados na matriz.(Nicóis Paralelos) 27 CAPÍTULO 3 – APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS GEOQUÍMICOS. O volume total de amostras analisadas foi de 24. Todas contam com dados para elementos terras raras. Nesse total incluem-se os dados gerados por Guimarães (1999) e as novas análises produzidas em um só lote previamente preparado no LGPA (UERJ), e analisadas no Canadá pela ACTLABS. As amostras neste laboratório foram submetidas as seguintes técnicas de detecção: a) elementos maiores, Ba, Sr, Y, Zr, Sc, Be e V por ICP/AES (Inductively Coupled Ob Plasma - Atomic Emission Spectrometry) e b) todos os demais elementos traços incluindo as terras raras por ICP/MS ((Inductively Coupled Plasma - Mass Spectrometry). No primeiro caso, ICP/AES, a amostra é dissolvida pela utilização de ácidos puros ou misturados ou por fusões com emprego de agentes fundentes. A solução obtida é então introduzida em um plasma excitado a ra cerca de 8000o K. Cada elemento produz um espectro característico cuja intensidade das linhas espectrais é proporcional a quantidade do elemento presente na fusão. No segundo caso, ICP/MS, agrega-se o material em chamas pela técnica padrão do ICP a um espectrômetro de pa massa para medir a massa do elemento. Os limites de detecção dos métodos empregados são apresentados na Tabela 2. Para os elementos maiores e para perda ao fogo o limite de detecção é de 0.01% ra Tabela 2: Limites de detecção de análises por ICP/MS Limite (ppm) Elemento Limite (ppm) Elemento Limite (ppm) Ag 0.5 Ni 10 La 0.1 As 5 Pb Ba 1 Rb Bi 0.2 Sb Co 0.5 Sn 1 Cr 10 Sr 0.1 Cs 0.5 Ta 0.05 Cu 10 Th 0.1 Ga 1 Tl 0.1 Ge 1 U Hf 0.2 In Co Elemento 5 Ce 0.1 0.5 Pr 0.05 0.1 Nd 0.1 ul ns 0.1 Eu 0.05 Gd 0.1 Tb 0.1 Dy 0.1 0.1 Ho 0.1 V 5 Er 0.1 0.2 W 0.5 Tm 0.05 Mo 0.5 Y 1 Yb 0.1 Nb 1 Zr 0.5 Lu 0.04 ta Sm 28 Os granitóides estudados são caracterizados por apresentar uma variação em SIO2 entre 56 e 73% (Tabela 3). São litotipos subalcalinos (Figura 60), metaluminosos (Figura 61) evoluídos ao longo de uma tendência calcioalcalina, como bem definido em diagrama do tipo AFM (Figura 62) bem como pelo índice de alcalinidade de Peacock (Figura 63). Quando classificadas em diagrama TAS, variam desde tipos quatzo dioríticos até graníticos passando por tonalitos e granodioritos (Figura 64). A distribuição dos ETRs nas rochas ígneas é função do conteúdo em ETRs apresentado pela rocha-fonte, bem como é relativo aos processos relacionados a fase magmática pré- Ob cristalização (Hanson, 1989). O exame do conteúdo em ETRs (Tabela 4) aponta para uma relativa coerência no que diz respeito às duas faciologias descritas. Deve ser dito que o grupo que correspondente à facies glomeroporfirítica apresenta razões (La/Yb)n algo mais mais baixas ra quando comparados às amostras da facies equigranular. Isso implica em assumirmos que o fracionamento foi mais intenso no que concerne às rochas da facies equigranular. No geral, entretanto, o conjunto correspondente ao granito pós-colisional mostra forte fracionamento e apresenta anomalias negativas para Eu bem marcadas, com forte paralelismo o que nos permite pa assumir o caráter cogenético para as mesmas (Figura 65). A observação do diagrama normalizado mostra forte similaridade no contorno do envelope (Figura ). Deve ser ainda realçado que em magmas calcialcalinos o controle do conteúdo total de ETRs cabe, de maneira ra fundamental, às fases acessórias, como alanita e titanita em rochas de composição granodiorítica/granítica, concentrando até 95% do volume do total de ETRs, restando a minerais como plagioclásio, K-feldspato, epidoto, biotita, zircão e apatita uma contribuição máxima de 1% Co para cada uma dessas fases minerais. A exceção é o controle exercido pelo pelos feldspatos, principalmente o plagioclásio, sobre o Eu. Conclui-se então que, se o magma cristalizar precocemente fases minerais acessórias, essa cristalização será responsável pelo decréscimo no ul ns conteúdo de ETRs no líquido residual. Quando utilizamos estes preceitos na análise dos resultados para o granito estudado, deve ser realçado que os elevados valores em ETRs apresentados pela totalidade das amostras, resulta da cristalização de fases acessórias como allanita, titanita e zircão, fases acessórias comuns a ambas as faciologias desta rocha. A análise dos diagramas de variação de Harker dos elementos maiores aponta correlação negativa com a sílica para os elementos Ti, Mg, Fe3, Ca, P. Correlações positivas são ta encontradas para K, enquanto o Na e o Al apresentam dispersão ou disposição em patamares (Figura 66). A análise dos elementos traços remete a ocorrência de dispersão para Ba, Y, Nb, e Zr, enquanto Rb mostra boa correlação positiva e o Sr uma leve correlação negativa, todos para com a sílica (Figura 67). O resultado obtido para os elementos traços, mostra a coerência de suas correlações com os elementos maiores com o Sr acompanhando as variações de Ca no plagioclásio e o Rb acompanhando, principalmente, as variações de K dentro dos K-feldspatos mostrando-se enriquecido, portanto, nas rochas mais diferenciadas. 29 Tabela 3: Composição química para os granitos pós-colisionais: elementos maiores SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 LOI Total 49C 49B 47A 20 75,00 39,2 127 14 21 64A 16,00 92-1 MG-BT-5B MA-BT-7B MA-BT-9A MA-BT-9B MA-BT11A MA-BT12C MA-BT17A MA-BT17B MA-BT24F MA-BT26B MA-BT26C MA-BT28B 72,80 67,20 67,00 72,40 72,5 69,9 66,00 66,1 65,4 59,5 58,40 57,90 61,8 69,9 70,3 64,3 0,42 1,10 1,00 0,40 0,49 0,64 1,1 1,2 1,2 1,9 1,80 2,20 1,3 0,8 0,6 1,3 14,00 14,50 14,70 14,00 14,3 14,6 14,9 14,7 15,5 15,6 16,60 14,90 14,6 13,7 13,8 14,2 1,6 2,1 2,1 1,0 1,7 1,7 3,1 3,1 3,2 4,2 4,1 4,7 6,3 3,9 3,4 5,9 0,02 0,07 0,07 0,02 0,02 0,05 0,08 0,07 0,08 0,1 0,10 0,11 0,1 0,05 0,05 0,1 0,12 0,86 0,97 0,31 0,39 0,6 1,3 1,3 1 2,1 2,70 2,90 1,7 0,8 0,6 1,5 1,30 2,70 2,80 1,20 1,7 2,2 3,4 3,6 3,6 4,9 5,70 5,60 3,8 2,1 1,7 3,4 1,70 2,00 2,10 1,90 2,1 2,30 2,8 2,1 2,1 2,2 2,40 2,30 5,0 6,0 6,1 5,0 6,60 5,60 5,60 6,70 6,00 5,9 5,2 4,8 5,2 4,3 3,50 3,50 5,0 6,0 6,1 5,0 0,11 0,47 0,46 0,18 0,2 0,25 0,43 0,63 0,62 0,83 1,10 1,30 0,6 0,3 0,2 0,5 0,76 0,70 0,32 0,44 0,28 0,43 0,44 0,28 0,27 0,9 0,40 0,63 1,3 1,3 1,5 1,3 100,52 100,40 100,56 99,92 100,41 100,18 100,84 100,13 100,34 100,53 100,6 100,41 98,9 100,9 100,3 99,8 66,2 67,9 1,1 0,8 14,1 13,8 5,1 4,6 0,1 0,1 1,3 0,9 3,1 2,3 5,0 5,6 5,0 5,6 0,5 0,3 1,3 0,7 100,1 99,2 ra Ob Sample 2,3 14,6 10,3 0,1 3,1 6 3,1 3,1 1,3 0,9 100,1 68,9 0,9 14,6 4,6 0,05 0,8 2,3 5,5 5,5 0,2 0,8 100,9 68,8 0,8 14,1 4,3 0,1 0,9 2,2 5,5 5,5 0,3 1,3 100,2 57,3 2,0 14,6 9,7 0,1 2,8 5,7 3,9 3,9 1,0 1,1 100,3 0,5 13,4 3,2 0,04 0,5 1,9 5,6 5,6 0,1 1,4 99,9 0,7 14,8 4,4 0,1 0,9 2,7 4,5 4,5 0,1 0,9 101,0 71,2 69,4 ra pa 56,4 Tabela 3 (cont): Composição química para os granitos pós-colisionais: elementos traços Amostra Rb Ba Sr Nb Zr 2843 883 52 788 MA-BT-7B 231 1896 418 40 556 MA-BT-9A 228 1267 240 27 475 MA-BT-9B 200 2743 663 67 709 MA-BT-11A 206 1917 567 49 MA-BT12C 231 1714 413 MA-BT-17A 90 2166 MA-BT-17B 202 MA-BT-24F Ta Th V Co Zn Pb U 56 19 2,3 15,8 93 14 140 26 1,8 61 14,3 2,6 47,2 43 12 90 32 1,6 22 13,2 0,9 56 30 12 140 33 1,5 52 18,1 3,3 23,9 78 16 140 26 2,2 556 43 14,8 2,2 31,7 65 17 120 27 1,8 47 596 74 15,2 3,8 35,4 53 14 80 20 3,5 1003 45 665 47 16,2 1,9 13,4 171 24 190 24 1,6 1776 372 33 856 29 21,8 1,1 24,3 43 12 90 35 1,1 233 1590 332 31 649 27 17,3 0,9 55,2 42 12 100 36 1,5 MA-BT-26B 111 2631 957 60 805 59 19,4 2,2 12,9 148 22 190 28 1,2 MA-BT-26C 149 1776 462 21 443 34 12,7 1,5 26,7 28 27 50 21 1,7 MA-BT-28B 241 862 213 24 225 18 6,7 1,1 41,2 37 11 90 21 1,8 MG-BT-5B 151 2843 883 52 788 56 19 2,3 15,8 93 14 140 26 1,8 MA-BT-7B 231 1896 418 40 556 61 14,3 2,6 47,2 43 12 90 32 1,6 ul ns 151 Hf Co MG-BT-5B Y ta 30 Tabela 3 (cont): Composição química para os granitos pós-colisionais: elementos terras raras Amostra Ce Nd Sm Eu Gd Dy Ho Er Yb Lu 199,5 210,5 212,6 181,8 136,7 156,2 172,9 159,6 192,6 144,6 133,2 158,4 168 307 262 189 223 200 145 192 290 185 129 115 398 417 416 360 268 307 339 333 398 291 267 321 372 576 502 430 441 388 300 380 552 381 260 239 149 165 168 130 105 123 144 151 157 128 121 147 121 178 132 151 136 138 108 102 157 136 87,9 72,8 20,4 25,4 25,3 19,1 15,9 19,5 22,3 24,0 23,2 20,4 18,2 22,9 21,9 30,4 21,7 26,4 23,3 26,5 20,7 16,1 23,3 25,0 14,6 12 1,7 3,1 3,3 1,5 1,9 2,7 3,2 3,2 3,8 3,6 3,2 4,4 4,5 3,3 2,1 4,8 3,3 3,3 4,6 2,4 2,4 5,3 1,5 1,4 9,7 16,6 15,6 9,9 9,6 13,0 14,1 15,1 14,9 13,6 11,6 14,3 16,5 21,2 12,2 18,6 15,7 18,9 15,4 10,9 14,6 19,4 10 8 5,4 13,0 11,9 0,8 7,8 10,8 11,3 11,8 11,5 10,1 7,8 9,3 11 13,5 5,2 11,0 9,5 13,5 9,6 6,3 6,5 12 6,9 4,1 0,7 2,3 2,0 2,4 1,3 1,9 2,0 2 2,0 1,9 1,2 1,5 1,9 2,3 0,8 1,9 1,6 2,5 1,7 1,1 1,1 2,1 1,3 0,7 1,9 6,7 5,7 19,1 3,8 5,5 5,9 5,7 5,8 4,6 3,4 4,1 5,6 6,1 2,2 5,3 4,3 7,1 4,6 3 3 5,8 3,5 1,7 1,0 5,2 4,4 1,4 0,4 0,7 0,7 4,5 4,9 3,6 2,3 2,7 4,9 4,6 1,6 4,5 3,3 5,6 3,6 2,2 2,2 4,7 3 1,2 0,2 0,8 0,6 0,2 7,8 10,8 11,3 0,6 0,8 0,6 0,3 0,4 0,7 0,6 0,2 0,6 0,5 0,8 0,5 0,3 0,3 0,7 0,4 0,2 ra Ob 49C 49B 47A 20 75,00 39,2 127 14 21 64A 16,00 92-1 MG-BT-5B MA-BT-7B MA-BT-9A MA-BT-9B MA-BT-11A MA-BT12C MA-BT-17A MA-BT-17B MA-BT-24F MA-BT-26B MA-BT-26C MA-BT-28B La ra pa Tabela 4: Parâmetros Petroquímicos utilizados (La/Yb)N Ba / Sr Ba / Y 49C 49B 47A 20 75 39,2 127 14 21 64A 16 92-1 MG-BT-5B MA-BT-7B MA-BT-9A MA-BT-9B MA-BT-11A MA-BT12C 788,0 866,2 865,1 713,5 552,6 645,7 720,1 710,6 814,9 622,5 569,2 685,7 774,1 1211,0 994,0 897,7 912,4 850,1 275,3 58,2 41,2 19,0 451,0 81,3 250,6 4,4 37,1 57,3 78,8 85,6 36,8 95,6 112,8 60,1 54,7 51,1 5,3 6,4 4,2 3,7 3,3 3,8 3,7 3,3 2,3 2,8 1,6 2,0 3,2 4,5 5,3 4,1 3,4 4,2 18,2 28,9 29,0 11,3 16,1 36,0 51,5 33,4 40,6 52,4 73,1 87,8 50,8 31,1 57,6 52,8 44,6 23,2 MA-BT-17A MA-BT-17B MA-BT-24F MA-BT-26B MA-BT-26C MA-BT-28B 650,5 757,9 1115,3 825,0 548,6 483,8 50,1 125,0 82,0 56,4 60,1 137,2 2,2 4,8 4,8 2,7 3,8 4,0 46,1 61,2 58,9 44,6 52,2 47,9 ul ns Co ETR Amostras ta 31 16 14 Figura 60: Granito Pós-Colisional. Diagrama TAS 12 10 8 Alkaline 6 4 2 Ob 0 SubAlkaline 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 SiO2 (% de peso) 3 ra Metaluminoso Peraluminoso pa Al2O3/(Na2O + K2O) Na2O + K2O (% de peso) 18 Figura 61: Granito Pós-Colisional Índice de alcalinidade de Shand 2 ra 1 1 2 Al2O3/(CaO + Na2O + K2O) ul ns Tholeiitic Co FeO* Peralcalino ta Figura 62. Granito Pós-Colisional. Diagrama AFM Calc-Alkaline Na2O + K2O MgO 32 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Alcalino A-C C-A Calcio ap r Ob CaO e (K2O + Na2O) (% de peso) Figura 63: Índice de alcalinidade de Peacok. 50 60 70 ar 40 80 SiO2 (% de peso) aC on 10 Granito Tonalito 0 QTZ Diorito 40 50 60 Granodiorito lta 5 su Na2O + K2O ( % de peso) 15 70 SiO2 ( % de peso) Figura 64: Classificação das rochas em diagrama TAS 33 1000 ra Ob 100 pa ra 10 Co 1 ul ns La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu Figura 65: Padrâo de distribuição para os elementos terras raras. ta 34 3 4 MgO (% de peso) TiO2 ( % de peso) 2.5 2 1.5 3 2 1 1 .5 0 55 60 65 70 0 75 55 60 65 SiO2 % de peso) Ob CaO (% de peso) 5 ra Fe2O3 (% de peso) 6 55 60 70 55 60 65 SiO2 (% de peso) 7 K2O (% de peso) .6 6 5 Co 4 .3 55 60 65 70 75 3 55 60 65 70 75 ul ns SiO2 ( % de peso) SiO2 (% de peso) 17 3.5 16 Al2O3 (% de peso) 3 2.5 2 15 ta Na2O (%de peso) 2 ra .9 1.5 3 0 75 1.2 0 4 1 pa 65 SiO2 (% de peso) 1.5 P2O5 (% de peso) 5 7 1 75 6 8 2 70 7 9 3 75 SiO2 (% de peso) 10 4 70 14 13 55 60 65 SiO2 70 (de peso%) 75 12 55 60 65 70 75 SiO2 (% de peso) Figura 66; Diagramas bivariantes(tipo “Harker”) para os Elementos Maiores 35 100 3000 2900 90 80 2300 70 2000 60 Y (ppm) Ba (ppm) 2600 1700 1400 40 30 Ob 1100 800 50 55 60 20 65 SiO2 (% de peso) 70 10 75 60 60 65 70 75 SiO2 ( % de peso) ra 70 55 300 250 30 20 10 55 60 65 SiO2 (% de peso) 70 150 50 55 60 65 70 75 SiO2 (% de peso) Co 1000 900 1300 800 1150 Zr (ppm) 850 700 700 ul ns 1000 Sr (ppm) 200 100 75 1500 1450 600 500 550 400 400 300 250 100 Rb (ppm) 40 ra pa Nb (ppm) 50 55 60 65 75 200 55 60 65 70 75 SiO2 (% de peso) ta SiO2 (% de peso) 70 Figura 67; Diagramas bivariantes(tipo “Harker”) para os Elementos Traços. 36 A observação dos diagramas “tipo Haker” em espaços xy permite ainda que abordemos outro aspecto importante referente ao resultado obtido. Quando aplicamos o método estatístico dos mínimos quadrados para a obtenção da melhor correlação possível entre os pontos plotados, dentro de seus graus de significância, sistematicamente podemos observar que as melhores correlações, aqui assinaladas pelo traço das curvas bem como pelo cálculo do fator de regressão R2, são aquelas associadas à curvas polinomiais em relação àquelas lineares. Como já mostrado na literatura (Porto Jr., 2004), cada um dos processos evolutivos magmáticos pode ser estudado a partir de suas expressões em espaços xy. É aceito que Ob cristalização fracionada, com mudança da assembléia fracionante, apresenta como resultados gráficos funções polinomiais (curvilineares), sendo a ausência de intervalos composicionais, outra de suas características. Assim, em espaços xy, a expressão destes processos se dá pela ra presença de curvas ou inflexões relativamente bem marcadas. Para o caso de um processo de cristalização fracionada sem mudança da assembléia fracionante o padrão esperado é linear, ainda sem presença de intervalos composicionais Já para processos que envolvam mecanismos de mistura e contaminação, o resultado esperado, plotados em espaços xy, resulta em funções pa lineares, sendo expressos por retas, bem como são esperadas ocorrências de intervalos composicionais bem marcados. (Porto Jr., 2004). Para todos os diagramas gerados em espaços xy foram aplicados polinômios de primeira e ra segunda ordem (função linear e curvilinear, respectivamente) para a obtenção das curvas de regressão e detecção do ponto real de inflexão. Para que o ajuste destas curvas fosse o melhor possível, foi utilizado o método de regressão dos mínimos quadrados para todos os diagramas de Co variação xy gerados. A utilização de um método estatístico para o ajuste da curva desejada, implica na vantagem de não termos uma ação individual, eventualmente tendenciosa, no momento da escolha do traçado da curva. Dentre as várias formas de se obter curvas de regressão, a regressão do menor quadrado ul ns de y em x (método dos mínimos quadrados) foi o escolhida para este trabalho e aplicada a todos os diagramas de variação xy. A inclinação da curva será expressa por a = r (Sy/Sx), onde r é o coeficiente de correlação e Sx e Sy os desvios padrão das amostras em x e y respectivamente. O coeficiente r é calculado como r = Sxy / (Sx2.Sy2), onde Sxy é a co-variância para uma população n. Esses princípios são verdadeiros tanto para regressões lineares quanto para ta polinomiais. Deve ser dito que, quanto mais r se aproximar da unidade, melhor a correlação, seja ela linear ou polinomial (Porto Jr., 2004). Neste estudo optou-se por se trabalhar com o quadrado de r (r2). Assim, se r = 0,8, r2=0,64, ou seja, deve ser entendido que 64% da variância total da amostragem pode ser explicada por uma correlação linear ou polinomial, conforme o caso. Como em todo método estatístico, é evidente que existe uma dependência relativa do resultado com o número de amostras na regressão, segundo padrão apresentado na tabela 5 apresentada a seguir: 37 Tabela 5: Níveis de significância do Quadrado do Coeficiente de Regressão (r2) F (grau de liberdade f=n-2) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 16 18 23 28 29 40 60 120 ra Ob N (número de amostras) 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 18 20 25 30 31 42 62 122 90% 95% 99% 99,9% 0.951 0.800 0.687 0.608 0.551 0.505 0.472 0.443 0.419 0.398 0.380 0.365 0.351 0.317 0.299 0.265 0.241 0.237 0.202 0.165 0.117 0.988 0.900 0.805 0.729 0.669 0.621 0.582 0.549 0.521 0.497 0.476 0.457 0.441 0.400 0.378 0.337 0.306 0.301 0.257 0.211 0.150 0.997 0.950 0.878 0.811 0.755 0.707 0.666 0.632 0.602 0.576 0.553 0.532 0.514 0.468 0.444 0.396 0.361 0.355 0.304 0.250 0.178 1.000 0.990 0.959 0.917 0.875 0.834 0.798 0.765 0.735 0.708 0.684 0.661 0.641 0.593 0.561 0.505 0.463 0.456 0.393 0.325 0.232 1.000 0.999 0.991 0.974 0.951 0.925 0.898 0.872 0.847 0.823 0.801 0.780 0.706 0.708 0.679 0.618 0.570 0.562 0.490 0.408 0.294 ra pa 80% Co Pelos resultados obtidos a partir do exame dos diagramas em espaço xy, fica claro, conforme já aasinalado, que as correlações curvilineares são mais significativas do que as correlações lineares. Do ponto de vista da evolução petrológica, Isso remete a proposta de que ul ns estas rochas possam ter evoluído por processos magamáticos que gerem padrões deste tipo (curvilinear) em detrimento daqueles que gerem padrões retilíneos (Figuras 68 e 69) o que, em última instância, parece indicar a cristalização fracionada com mudança da assembléia fracionante como processo favorecido para a evolução deste conjunto de rochas. A caracterização tectônica do granito pós-colisional permite defini-lo com do tipo associado à fase tardia da evolução do orógeno, por suas características de campo. Quando examinado sob ta o prisma de seu quimismo, estas rochas mostram algumas características que devem ser aqui realçadas. O exame do diagrama Nb x Y (Pearce et al. 1984) mostra não aponta para separações entre as faciologias glomeroporfirítica e equigranulares (Fig.70), com plote no campo dos granitóides intraplacas e de algumas amostras direcionadas para o campo de arco. Quando examinados no diagrama Rb x Nb+Y (Pearce et al. 1984), da mesma forma, o conjunto plota sistematicamente no campo dos granitos intraplacas com alguma fuga para o campo dos de arco (Fig.71). isso caracteriza ainda mais a natureza pós-colisional deste conjunto granítico apontando 38 SiO2 x MgO SiO2 x Al2O3 3,50 17,00 3,00 16,00 2,50 R = 0,9594 2,00 R² = 0,9726 1,50 Al2O3 MgO 2 15,00 14,00 1,00 R2 = 0,3746 13,00 0,50 0,00 55,00 60,00 SiO2 65,00 70,00 12,00 55,00 75,00 Ob SiO2 x TiO2 R² = 0,3926 60,00 65,00 SiO2 70,00 75,00 SiO2 xFe2O3 (Fe Total) 10,00 2,50 ra 8,00 2,00 R2 = 0,5576 TiO2 2 R = 0,9665 1,00 0,00 55,00 pa R² = 0,9682 0,50 60,00 R2 = 0,5624 6,00 1,50 65,00 70,00 4,00 2,00 SiO2 75,00 SiO2 0,00 55,00 60,00 ra SiO2 x MnO 0,16 70,00 75,00 SiO2 x CaO 7,00 0,14 6,00 0,12 Co 5,00 0,10 R2 = 0,4503 CaO MnO 65,00 0,08 R² = 0,2758 0,06 R2 = 0,968 4,00 R² = 0,9694 3,00 2,00 0,04 ul ns 1,00 0,02 0,00 55,00 60,00 65,00 SiO2 70,00 0,00 55,00 75,00 60,00 65,00 70,00 75,00 SiO2 SiO2 x Na2O SiO2 x K2O 3,50 7,00 6,50 R2 = 0,1642 2,00 5,50 K2O Na2O R² = 0,2105 2,50 6,00 ta 3,00 R2 = 0,8368 5,00 R² = 0,8386 4,50 4,00 3,50 1,50 3,00 2,50 1,00 55,00 60,00 65,00 SiO2 70,00 75,00 2,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00 SiO2 Figura 68; Diagramas bivariantes(tipo “Harker”) com expressão de r2. 39 SiO2 x P2O5 SiO2 x Ba 2,00 3000,00 1,80 1,40 R2 = 0,9163 1,20 R² = 0,9298 1,00 R² = 0,6485 2000,00 Ba P2O5 R2 = 0,4663 2500,00 1,60 1500,00 0,80 1000,00 0,60 0,40 500,00 0,20 Ob 0,00 55,00 60,00 65,00 70,00 0,00 55,00 75,00 SiO2 x Y ra 700,00 60,00 600,00 50,00 300,00 pa 400,00 30,00 70,00 R² = 0,1877 500,00 40,00 65,00 R2 = 0,0607 800,00 Zr Y 900,00 70,00 60,00 200,00 100,00 0,00 55,00 75,00 60,00 SiO2 ra 1400,00 R2 = 0,7479 80,00 70,00 R2 = 0,0107 600,00 R² = 0,0781 50,00 Nb 800,00 75,00 SiO2 x Nb 60,00 R² = 0,7482 40,00 30,00 400,00 20,00 200,00 60,00 65,00 SiO2 70,00 ul ns 10,00 0,00 55,00 75,00 60,00 65,00 70,00 75,00 SiO2 SiO2 x Rb 350,00 300,00 200,00 150,00 R2 = 0,7732 100,00 R² = 0,7818 ta 250,00 Rb Sr 1000,00 0,00 55,00 70,00 Co 1200,00 65,00 SiO2 SiO2 x Sr 1600,00 75,00 1000,00 R² = 0,0459 80,00 0,00 55,00 70,00 SiO2 x Zr R2 = 0,0457 90,00 10,00 65,00 SiO2 100,00 20,00 60,00 SiO2 50,00 0,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00 SiO2 Figura 69; Diagramas bivariantes(tipo “Harker”) com expressão de r2. 40 para a existência de uma crosta estabelecida e não “orogênica” durante a evolução e colocação destes corpos. Quando examinados sob o prisma da avaliação multicatiônica, o granito pós-colisional estudado mostra uma distribuição que aponta para a sua natureza tardia a francamente póscolisional (Fig.72). A dispersão apresentada passa pelo campo das rochas “pré-colisionais” que têm assinatura em muitos pontos coincidentes aos pós-colisionais, pelo campo das rochas tardicolisionais e sin-colisionais haja visto que sua colocação se dá na fase terminal de evolução do Ob orógeno Ribeira. Logo, esta dispersão pode representar o fato deste conjunto estar associado a processos de evolução relacionados ao momento de relaxamento termal que se segue à colisão o que provocaria uma "mistura" de processos em sua formação, como fusões advindas da parte ra superior do manto (provocadas por descompressão adiabática) acompanhada por erosão e soerguimento pós-colisional. Esses fatores influenciariam e provocariam mudanças na composição da rocha que, eventualmente, mascarariam sua verdadeira característica tectônica. ra pa ul ns Co ta 41 Ob 1000 10 sin-Colisional Rb (ppm) arco vulcânico+ sin-Colisional 100 10 pa cadeia oceânica 1 10 100 cadeia oceânica arco vulcânico 1 1000 1 10 100 1000 Y + Nb (ppm) ra Y (ppm) Figura 70: Diagrama tectônico Nb x Y Figura 71: Diagrama tectônico RB x Nb + Y 1 - Manto diferenciado 2 - Pré-colisional 3 - Pós-soerguimento 4 - Tardi Orogênicos 5 - Anorogênicos 6 - Sin-colisionais 7 - Pós-orogênicos 2000 1500 ul ns Co 2500 1 2 1000 3 4 500 6 5 0 0 500 1000 ta R2 = 6Ca + 2Mg + Al 1 intra-placas intra-placa 100 ra Nb (ppm) 1000 7 1500 2000 2500 30003250 R1 = 4Si - 11(Na + K) - 2(Fe + Ti) Figura 72: Diagrama tectônico RB x Nb + Y 42 CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES As conclusões aqui apresentadas representam uma análise ainda preliminar de alguns fatores que ainda precisam ser melhor estudados e compreendidos. De qualquer forma, ao conjunto granítico estudado podem ser associados os seguintes tópicos: Ob 1. São rochas de composição granítica a granodiorítica predominante; 2. Apresentam composição mineralógica pouco variável, entretanto, titanita e allanita podem ser fases minerais que representem diferentes condições de formação ou de cristalização; 3. Duas faciologias puderam ser identificadas ao estudo petrográfico, entretanto, sua ra representação em mapa não pode ser formalizada, pelo menos em escal 1:50.000; 4. Do ponto de vista de posicionamento, é um conjunto francamente pós-colisional (em relação ao Orógeno Ribeira), cortando todas as rochas mais antigas identificadas; pa 5. Trata-se de tipo não deformado, apresentando apenas um discreto fluxo magmático em áreas entendidas como prtencentes a diques alimentadores; 6. Ocorrem sob a forma de sills levemente inclinados, preferencialmente nas partes mais altas da região estudada; ra 7. Do ponto de vista de sua caracterização geoquímica, trata-se de um conjunto subalcalino, metaluminoso que evoluiu ao longo de uma tendência calcialcalina. 8. A análise de suas correlações em planos xy apontam para processos de cristalização Co fracionada com variação na assembléia fracionante como o processo preferencial para sua evolução; 9. A análise de seu conteúdo em ETRs indica que o conjunto sofreu forte processo de ul ns diferenciação; 10. Tectonicamente a avaliação realizada permitiu caracterizar o conjunto como apresentando características que realçam suas características tardias a francamente pós-colisional; 11. Este conjunto deve ser co-relacionado ao Granito Mangaratiba, anteriormente descrito na região, mas também deve por suas características de campo, petrográficas e geoquímicas ser correlacionado ao conjunto de rochas graníticas de caráter tardi-pós-colisional ta ocorrente no segmento central da Faixa Ribeira, como por exemplo os Granitos Favela, Andorinhas, Teresópolis, Nova Friburgo, dentre outros. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F.F.M.; AMARAL, G.; CORDANI, U.G.; KWASHITA, K. (1973) - The Precambrian evolution of the South America cratonic margin south of Amazon River. In: Nairn, AEM & Stehli, FG. Edts. Ocean basins and margins. N. York, Plenum. V 1:411-446. GUIMARÃES, M.T. (1999) – Geologia, Petrografia e Geoquímica do complexo granítico de Mangaratiba - Conceição de Ob Jacareí, RJ. Tese de Mestrado. UFF. HELMBOLD, R. ; VALENÇA, J.G. & LEONARDOS Jr., O.H. (1965)- Mapa 1: 50000. 3 geológico do Estado da Guanabara, esc. Folhas. MME/DNPM. 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