Exoplanetas Emerson Penedo [email protected] Kepler-186f Onde a grama é sempre mais vermelha no outro lado. Um exoplaneta (ou planeta extra-solar) é um planeta que orbita uma estrela que não seja o Sol e, portanto, pertence a um sistema planetário diferente do nosso. Até 06 de Agosto de 2015, os dados do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA afirmam que 5.587 candidatos a exoplanetas foram descobertos e 1.883 confirmados. Concepção artística do 51 Pegasi b, um exoplaneta do tamanho de Júpiter e sua companheira, uma estrela ligeiramente mais massiva que o Sol. Falaremos mais dele adiante. Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/ news/208 Essa concepção artística da Via Láctea mostra a localização de um dos mais distantes exoplanetas descoberto, localizado a 13.000 anos-luz de distância. 14 de Abril de 2015 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/news/187 Breve Histórico Desde 450 a.C. filósofos gregos ponderavam sobre a existência de outros mundos. Em 1440, Nicolau de Cusa, um cardeal da Igreja Católica Romana, argumentou em “Em douta ignorância” que se Deus é infinito, o Universo também é infinito. Disso “conclui-se que não existe centro do Universo, [...] e tampouco existe ponto de referência, tudo é relativo e não existe um lugar de privilégio no Universo”. Argumentou ainda que “como a Terra não pode ser o centro do Universo, então ela não poderia estar livre de todo movimento”. A Terra se movimentaria. Vale mencionar que seus trabalhos influenciaram ninguém menos que Johannes Kepler. Na imagem ao lado, o cardeal alemão Nicolau de Cusa. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_de_Cusa Ao lado, parte da argumentação utilizada pelo autor para demonstrar que o Universo é infinito. Vocês podem ler gratuitamente o livro “On Learned Ignorance” (tradução para o inglês do original “De Docta Ignorantia”) aqui: http://www1.umn.edu/ships/galil eo/library/cusa.htm Breve Histórico Em 1584, o frade católico Giordano Bruno afirmou em seu livro “Acerca do Infinito, do Universo e dos Mundos”, que existiam “incontáveis sóis e incontáveis terras todas girando ao redor dos seus sóis”. E ainda mais, “que, assim como esta Terra, o Sol e os outros astros são também habitados”. Foi acusado por defender a doutrina da infinitude do Universo. Acabou sendo preso e julgado por ainda outras heresias contra a Igreja Católica. Em 1600 foi morto na fogueira da Inquisição Romana. Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Giordano_Bruno e https://it.wikipedia.org/wiki/De_l%27infinito,_universo_e_mondi Breve Histórico Em 1543, ano da sua morte, Nicolau Copérnico publicou “Da revolução das esferas celestes”, um marco na transição do modelo geocêntrico do Universo para o modelo heliocêntrico. Em 1610, Galileu Galilei utilizando um telescópio construído por ele mesmo, descobriu as quatro maiores luas de Júpiter (as luas de Galileu), e que o planeta Vênus apresentava fases, fatos importantes publicados no mesmo ano no seu livro “O mensageiro das estrelas”, que o levou a defender o modelo heliocêntrico de Copérnico. Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Cop%C3%A9rnico e https://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu_Galilei Breve Histórico Em 1698, Christiaan Huygens publicou Cosmotheros, um livro que imagina como seria a vida em outros planetas. Em 1750, Thomas Wright, no seu livro “Uma teoria original ou nova hipótese sobre o Universo”, se torna o primeiro a postular que a Via Láctea pode ser um disco massivo de estrelas, e que alguns dos objetos no céu podem ser discos de estrelas similares ao nosso. Fontes: http://www.staff.science.uu.nl/~gent0113/huygens/huygens_ct_en.htm (nesse link é possível ler o Cosmotheoros em inglês). e https://en.wikipedia.org/wiki/Thomas_Wright_(astronomer) Breve Histórico Em 1925, Edwin Hubble demonstrou a existência de outras galáxias além da Via Láctea, mudando profundamente a maneira como nós enxergamos o Universo. Hoje acredita-se que há pelo menos um planeta para cada estrela (da Via Láctea), em média. Fonte (em inglês): http://www.physicsoftheuniverse.com/scientists_hubble.html Para uma linha do tempo mais completa sobre os exoplanetas acesse esse link (em inglês): http://planetquest.jpl.nasa.gov/system/interactable/2/timeline.html Imagem publicada na página do Facebook da NASA no dia 30 de julho de 2015. Fonte: https://www.facebook.com/NASA/photos/a.67899501771.69169.54971236771/10153434 186561772/?type=1 Nomeando exoplanetas Em geral, o nome de um exoplaneta é composto do nome da estrela em torno do qual ele orbita, seguido por uma letra minuscula, dando a ordem de descoberta do planeta no sistema planetário da estrela, começando pela letra “b”. Concepção artística do Kepler452b, um exoplaneta que possui característica muito interessantes, falaremos mais dele depois. Notícia publicada no site da NASA em 23 de Julho de 2015: https://www.nasa.gov/pressrelease/nasa-kepler-missiondiscovers-bigger-older-cousinto-earth Nomeando exoplanetas Mas em 2014 a International Astronomical Union (IAU) lançou um concurso mundial para clubes de astronomia e organizações sem fins lucrativos darem nomes populares a exoplanetas juntamente com as suas estrelas hospedeiras. Após algumas etapas previamente organizadas pela IAU, em Janeiro de 2015 esses clubes e organizações iniciaram o envio de propostas para nomes desses planetas e estrelas e o resultado foi divulgado em uma cerimônia especial pública durante a IAU XXIX General Assembly in Honolulu, USA, entre 3 e 14 de Agosto de 2015. Sim acabou de acontecer!!! Nomeando exoplanetas Agora os nomes escolhidos estão disponíveis para votação do público nesse link: http://nameexoworlds.iau.org/ A data limite para votação é 31 de Outubro de 2015. Participem :) Identificando exoplanetas Apesar da pesquisa de exoplanetas ser motivada principalmente pela busca por planetas parecidos com o nosso, os primeiros planetas detectados fora do Sistema Solar possuem característica muito distintas da nossa Terra, e também de qualquer outro planeta do nosso Sistema Solar. Alguns exoplanetas orbitam suas estrelas a uma distancia muito pequena, esses planetas também possuem massas muito grandes, da ordem de algumas vezes a massa de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Esse tipo de planeta não era esperado, uma vez que aqui em nosso sistema planetário, todos os chamados planetas gigantes gasosos residem em orbitas distantes, da ordem de 5 a 30 vezes a distancia da Terra ao Sol. Identificando exoplanetas Alguns exoplanetas chegam a orbitar a estrela a menos de um centésimo da distancia da Terra ao Sol. Isso faz com que esses corpos sejam muito quentes – “Júpiteres Quentes” –, bem diferente do que acontece com os planetas gigantes do nosso sistema. Concepção artística do Júpiter Quente HD189733b, um dos exoplanetas mais estudados e mais famoso. Orbita sua estrela-mãe a cerca de 0,03UA. Fonte: http://www.astropt.org/2013/08/01/chandra-e-xmm-newton-observam-transitos-de-jupiterquente-em-raios-x/ Isso revela a importância de estudarmos esses objetos, pois são relevantes na compreensão da formação de sistemas estelares. O que antes considerávamos padrão – o nosso Sistema Solar –, agora é apenas uma possibilidade que pode evoluir de nuvens de gás e poeira. Concepção artística das etapas da formação do nosso Sistema Solar. Imagem divulgada na nossa página do Facebook no dia 06 de Agosto de 2015. Fonte: https://www.facebook.com/permalink.php? story_fbid=869217416510040&id=387315 644700222 Primeiro aprendemos que a Terra era redonda. Então nós descobrimos que nós não eramos o centro do Cosmos, apenas um planeta orbitando o Sol. Somente 20 anos atrás veio a confirmação do primeiro exoplaneta encontrado orbitando outra estrela. Agora são 5.000 exoplanetas e contando, e nossa visão do Universo, mais uma vez, mudou para sempre. 20 de Julho de 2015 Fonte: http://planetquest.jpl.n asa.gov/image/249 Identificando exoplanetas Existem vários métodos para a detecção de exoplanetas, entre eles abordaremos o método da imagem direta, por efeitos gravitacionais, pelo método da velocidade radial, do trânsito, das microlentes gravitacionais e do “timing”. A técnica utilizada para a detecção dos exoplanetas influencia muito no tipo de planetas que conhecemos até a atualidade. Por exemplo, até pouco tempo não se conhecia nenhum exoplaneta tão pequeno quanto a Terra. Isso deve-se ao fato de que os métodos favorecem a detecção de planetas de alta massa. Nossos métodos de observação criam um viés observacional, pois planetas de alta massa são mais facilmente detectados. Fonte (em inglês): http://www.wired.com/2010/10/exoplanet-stats/ Agradeço ao NASA Exoplanet Archive pelo uso dessa imagem. Fonte: http://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/exoplanetplots/ Agradeço ao NASA Exoplanet Archive pelo uso dessa imagem. Fonte: http://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/exoplanetplots/ Fotografar Exoplanetas (Imagem Direta) Fotografar um planeta do Sistema Solar é relativamente fácil, pois eles estão entre os astros mais brilhantes do céu. Isso porque eles estão relativamente próximos, porém, a medida que nos distanciamos, os planetas se tornam cada vez mais fracos. Além de serem pouco brilhantes, os planetas se encontram ao redor de uma estrela que, assim como nosso Sol, é muito brilhante. Isso faz com que a luz da estrela ofusque o fraco brilho dos planetas e dificulte ainda mais a obtenção de imagens. A dificuldade de se conseguir essa foto é comparável a fotografar uma formiga ao lado de um farol que se encontra a 400 km de distância. Fonte no próximo slide. Imagem direta do exoplaneta GU Psc b. Um gigante gasoso com uma órbita de 2.000 UA; calcula-se que ele demora 163.000 anos terrestres para completar uma volta ao redor de sua estrela-mãe. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/GU_Piscium_b Fotografar Exoplanetas (Imagem Direta) Apesar da dificuldade, já existem imagens diretas de exoplanetas. Essas imagens foram obtidas utilizando-se de diversas técnicas, como o uso de coronógrafos (instrumentos que realizam eclipses artificiais da estrela). Essas imagens são obtidas em infravermelho. No infravermelho, os planetas são um pouco mais brilhantes e as estrelas um pouco mais fracas, isso ajuda na diminuição do contraste e melhora as condições para obter imagens diretas. Concepção artística do exoplaneta Fomalhaut b orbitando o seu sol. O texto abaixo trata da controversa gerada quando questionou-se se esse objeto era ou não um exoplaneta. Após reanálise dos dados feitas pelo Hubble, ele é considerado um exoplaneta. Fonte: http://www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/fomalhaut-exo.html Essa imagem em luz visível do telescópio espacial Hubble mostra a vizinhança da estrela Fomalhaut, incluindo a localização do seu anel de poeira e seu planeta disputado, Fomalhaut b. Link idêntico ao slide anterior. Fomalhaut e Fomalhaut b em 2012. Sistema planetário a 25 anos-luz de distância, na constelação de Peixes. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Fomalhaut_b Fotografar Exoplanetas (Imagem Direta) Por este método, é possível estimar a temperatura (pela “cor”/espectro) e o tamanho (pelo brilho aparente) do exoplaneta, mas o método não ajuda muito para determinar a massa. O método só serve para encontrar planetas que orbitam as suas estrelas a grandes distâncias (>100 UA). Apesar de ser o método mais direto de detecção, poucos exoplanetas foram encontrados por Imagem Direta. Descoberto em 2009, esse exoplaneta chamado β Pictoris b, está a 63,4 anos-luz de distância, possui cerca de 7 a 11 vezes a massa de Júpiter e sua temperatura efetiva está entre 11.000 e 17.000°C. Fonte: http://www.aanda.org/2011-press-releases/690new-observations-of-the-giant-planet-orbiting-bpictoris Efeitos gravitacionais Sabe-se que as estrelas exercem uma força gravitacional sobre os planetas, mantendo-os em órbita. Da mesma maneira, os planetas também exercem forca gravitacional sobre a estrela, porém, muito mais fraca que aquela exercida pela estrela. Assim, da mesma forma que os planetas realizam órbitas ao redor da estrela, a estrela também realiza pequenas órbitas ao redor de um ponto chamado centro de massa, que é o ponto que pode ser pensado como se toda a massa do corpo está concentrada nele para o cálculo de vários efeitos. Como a estrela é muito maior que o planeta, o centro de massa normalmente localiza-se dentro da própria estrela. Portanto, a estrela realiza órbitas que mais se parecem com um bamboleio. Medir esse bamboleio da estrela requer uma grande precisão instrumental. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Exoplaneta Efeitos gravitacionais A vantagem dessa técnica é que que ela possibilita estimar a massa do exoplaneta diretamente, ao invés de determinar um limite mínimo. O problema dela é que funciona apenas para estrelas próximas a Terra, e ainda assim, requer equipamentos extremamente acurados para medir as variações muito pequenas na posição da estrela. Os princípios da observação de efeitos gravitacionais. Fonte: http://www.astro.wisc.edu/~townsend/static.php?ref=diploma-2 Velocidade Radial O método de velocidade radial, também conhecido como "método Doppler", mede variações na velocidade com a qual a estrela se afasta ou se aproxima de nós. Mais especificamente, mede a componente da velocidade estelar ao longo da linha de visada (a linha imaginária que une o observador ao objeto). Concepção artística demonstrando a técnica da velocidade radial para encontrar exoplanetas. Fonte: http://www.nasa.gov/audience/formedia/telecon-20071106/ Velocidade Radial A velocidade radial pode ser deduzida do deslocamento nas linhas espectrais da estrela hospedeira, devido ao efeito Doppler. Temos aqui a luz de uma estrela decomposta em seu espectro eletromagnético, apresentando algumas linhas escuras de absorção. Tais linhas são deslocadas para o vermelho caso a estrela esteja se afastando do observador, e para o azul caso se aproxime. Isto mostra que a estrela está se movendo em relação ao observador na Terra. Velocidade Radial Já que a influência do planeta sobre a estrela é maior se o planeta tem massa alta e uma órbita perto da estrela (com raio pequeno), é este o tipo de planeta, as vezes chamado de “Júpiteres Quentes”, que é predominantemente encontrado por este método. O método também favorece a detecção de planetas com órbitas paralelas a linha de visada, e fornece um limite inferior para a massa do exoplaneta. Até o final de 2011, a velocidade radial era o método de detecção de exoplanetas de maior sucesso. Essa técnica sozinha detectou da ordem de 800 de todos os exoplanetas encontrados. Eclipses Exoplanetários (Trânsitos) A técnica mais bem sucedida atualmente para detectar exoplanetas é o chamado método de trânsito. O "trânsito" em Astronomia refere-se à passagem de um astro em frente de um outro. Ele funciona apenas com uma pequena percentagem de exoplanetas cujos planos orbitais estejam perfeitamente alinhados com nossa linha de visada, mas pode ser aplicado mesmo a estrelas muito distantes. Kepler-186f, um planeta do tamanho da Terra passando a frente de uma estrela como o Sol e a frente de uma anã M. Fonte: http://www.seti.org/seti-institute/kepler186f-first-earth-sized-planet-orbiting-inhabitable-zone-of-another-star Eclipses Exoplanetários (Trânsitos) A passagem de um planeta na frente de uma estrela faz com que a estrela pareça estar um pouquinho menos brilhante e dessa forma destacamos o planeta. Assim, quanto maior for o planeta, maior será a diminuição do brilho que esse planeta causa, o que ajuda a estimar o tamanho dele. Por isso, é muito difícil detectar planetas pequenos (do tamanho da Terra!). Combinando os métodos da velocidade radial e de trânsito, dá para determinar a massa, o raio e o raio orbital de um exoplaneta. À direita, um dado experimental mostrando o fluxo de energia por horas do exoplaneta Kepler20e (falaremos mais dele adiante). Fonte: http://kepler.nasa.gov/Mission/discoveries/kepler 20e/ Eclipses Exoplanetários (Trânsitos) Algo interessante, porém nem sempre abordado é que além do eclipse primário - que ocorre quando o exoplaneta passa a frente da estrela -, podemos buscar também identificar um eclipse secundário - quando o exoplaneta passa atrás da estrela, e portanto é completamente ocultado por ela – no caso de planetas dos quais recebemos (e reconhecemos) a radiação térmica emitida. Podemos observar durante o eclipse secundário a radiação térmica desaparecer e reaparecer quando o exoplaneta começa e termina de passar por trás da estrela, respectivamente. Fonte: http://seagerexoplanets.mit.edu/ exoplanet.htm Microlentes Gravitacionais A atração gravitacional causada por uma estrela ou um planeta curva a luz, assim como fazem as lentes de óculos, por isso o nome microlentes gravitacionais. Mais do que curvar a luz, esta é intensificada, assim, pode-se medir a estrela se tornando mais brilhante devido a esse fenômeno. A presença de um planeta em torno da estrela lente faz com que a luz seja curvada de forma diferente, como se fosse uma lente com pequenos riscos. Isso faz com que a intensidade da luz varie de forma distinta, permitindo detectar o planeta. Esse método possui o inconveniente de que ele só acontece uma vez e não se repetirá para aquela estrela, por isso há somente uma oportunidade de realizar a observação. Fonte:http://www.nature.com/ nature/journal/v467/n7314/im ages/467405a-f1.2.jpg Nesse e no slide anterior é possível ver a intensificação da lente gravitacional na presença de um exoplaneta. Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/287 Identificação do Exoplaneta OGLE-2014-BLG-0124L a 13.000 anos-luz de distância. Mesmo exoplaneta destacado no Slide 3. Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/204# “Timing” A presenca de um exoplaneta pode afetar fenômenos temporais da estrela-mãe ou de outros planetas presentes (e talvez já detectados), por exemplo a órbita do(s) outro(s) planeta(s); as frequências das pulsações da estrela, caso esta seja uma estrela variável; as emissões de pulsos da estrela, caso esta seja um pulsar, etc. Esse método não muito produtivo: até o ano passado, forneceu só cinco detecções, mas o primeiro exoplaneta confirmado foi um destes cinco). Concepção artística do exoplaneta 51 Pegasi b, um exoplaneta descoberto em 1992 por Aleksander Wolszczan orbitando o pulsar PSR B1257+12 a 50 anos-luz da Terra, e confirmado em 1995. Fonte:http://asd.gsfc.nasa.gov/blueshift/index.php/ 2010/07/16/faiths-blog-exoplanets-swiss-style/ Possíveis indicadores de vida em Exoplanetas • Residir em uma zona habitável – região em torno de uma estrela onde o nível de radiação emitida pela mesma permitiria a existência de água líquida na superfície de um planeta/satélite natural que ali se encontre – em torno da estrela • Sua estrela não pode ser muito ativa. • Possuir idade suficiente para evolução da vida. • Possuir uma superfície sólida ou líquida. • Possuir água? • Possuir gases atmosféricos produzidos por reações biológicas, como o gás metano e ozônio? • Possuir gás oxigênio? • Possuir características que na Terra são produzidas pelos seres vivos, como a ausência do carbono na atmosfera e a presença de clorofila devido as plantas? • Possuir campo magnético intenso, assim como a Terra. Comparando dados antigos e novos... Fonte: http://phys.org/news/2012-03-kepler-planet-candidates.html Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/274 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/278 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/259 Agradeço ao NASA Exoplanet Archive pelo uso dessa imagem. Fonte: http://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/exoplanetplots/ O número de candidatos e de exoplanetas vem crescendo rapidamente. Seria uma boa ideia fazermos uma revisão (sem o intuito de ser exaustiva) da descoberta de exoplanetas. Um dos primeiros sistemas a ser descoberto e que merece destaque é o Sistema Gliese 581 a 20,3 anos-luz da Terra na constelação de Libra. O exoplaneta Gliese 581 b foi descoberto em Novembro de 2005, mas o exoplaneta que recebeu maior atenção da comunidade científica foi o Gliese 581 c, descoberto em 2007 e apontado como o provável primeiro exoplaneta potencialmente habitável. Atualmente esse sistema conta com 6 exoplanetas. 25 de Abril de 2007 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/263 Concepção artística A estrela Kepler-10 encontra-se a 564 anos-luz de distância da Terra. Entre Maio de 2009 e Janeiro de 2010 dados colhidos pela sonda Kepler convergiam para o fato de que existiria um exoplaneta nesse sistema. A descoberta foi anunciada em 2011. Exoplaneta Kepler-10b: o menor planeta rochoso até Janeiro de 2011 com 1.4 raio da Terra Descoberta anunciada em 10 de Janeiro de 2011. Fonte: http://www.nasa.gov/topics/universe/features/rocky_planet.html Concepção artística Kepler-20e (a esquerda) e Kepler-20f (a direita). Dois exoplanetas na zona habitável. Os menores exoplanetas confirmados até 21 de Dezembro de 2011 ao redor de uma estrela como o Sol. 20 de Dezembro de 2011 Fonte: http://www.nasa.gov/mission_pages/kepler/news/kepler-20-system.html Concepção artística 20 de Dezembro de 2011 Fonte: http://www.nasa.gov/mission_pages/kepler/news/kepler-20-system.html Concepção artística Kepler-22b: Mais perto de encontrar outra Terra 05 de Dezembro de 2011 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/219 Concepção artística Concepção artística Fonte: http://www.jpl.nasa.gov/infographics/infographic.view.php?id=10694 28 de Agosto de 2012 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/97 Concepção artística Que tal pensar um pouco fora da caixinha... 11 de Setembro de 2012 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/99 Concepção artística 18 de Abril de 2013 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/124 Concepção artística 18 de Abril de 2013 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/123 Concepção artística 18 de Abril de 2013 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/131 Concepção artística Kepler-186f, o primeiro exoplaneta do tamanho da Terra na zona habitável 17 de Abril de 2014 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/198 Concepção artística 17 de Abril de 2014 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/199 Concepção artística Uma pausa para a física. Compreendendo o significado de uma medida e da incerteza associada a essa medida… 17 de Junho de 2015 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/254 23 de Julho de 2015 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/262 Concepção artística Concepção artística Concepção artística Concepção artística Concepção artística Concepção artística 23 de Julho de 2015 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/265 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/260 Concepção artística Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/268 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/282 Concepção artística Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/269 Concepção artística Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/258 23 de Julho de 2015 Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/image/257 Concepção artística Em resumo, o primeiro exoplaneta menor que a Terra, Kepler-20e, foi descoberto em Dezembro de 2011, orbitando uma estrela como o Sol, mas ligeiramente mais fria e menor. Porém, ele é muito quente e incapaz de manter uma atmosfera ou um oceano de água em estado líquido. Kepler-22b foi anunciado no mesmo mês, como o primeiro exoplaneta na zona habitável de uma estrela como o Sol, mas sendo duas vezes maior que o tamanho da Terra e, portanto, susceptível de ter uma superfície sólida. O Kepler-186f foi descoberto em Abril de 2014 e é o primeiro exoplaneta de tamanho similar ao da Terra encontrado na zona habitável de uma pequena e fria estrela do tipo M, com cerca de metade do tamanho e massa solares. Kepler-452b é o primeiro exoplaneta próximo à Terra em tamanho na zona habitável de uma estrela muito parecida com o Sol. Imagem publicada na nossa página do Facebook no dia 25 de julho de 2015. Fonte: https://www.facebook.com/permalink.php? Concepção artística story_fbid=862850527146729&id=387315644700222 20 anos da confirmação do exoplaneta 51 Pegasi b Concepção artística 31 de Julho de 2015 Fonte: http://www.nasa.gov/jpl/exoplanets-2020-looking-back-to-the-future Concepção artística Concepção artística Concepção artística Concepção artística 31 de Julho de 2015 Fonte: http://www.nasa.gov/jpl/exoplanets-2020-looking-back-to-the-future Um pouco de humor... Humor da NASA Descoberto em Outubro de 2013 usando o método de imagem direta, o PSO J318.522 pertence a uma classe especial de planetas chamados solitários, ou planetas flutuando livremente. Vagando sozinho pela Galáxia, ele não orbita nenhuma estrela-mãe. Pouco é conhecido sobre como esse tipo de planetas vieram a existir, mas os cientistas teorizam que eles devem ser ou estrelas que falharam ou planetas ejetados dos seus jovens sistemas depois de um encontro com outro planeta. Esses planetas solitários brilham fracamente com o calor da sua formação. Uma vez que esfriarem, eles irão dançar no escuro. PSO J318.5-22 Onde a vida noturna nunca acaba. Humor da NASA Duas vezes maior em volume que a Terra, o HD 40307g fica na linha entre as “Super Terras” e os “mini Netunos” e os cientistas não tem certeza se ele tem uma superfície rochosa ou uma que está enterrada sobre grossas camadas de gás e gelo. Embora uma coisa seja certa: com cerca de oito vezes a massa da Terra, sua atração gravitacional é muito, muito mais forte. Humor da NASA Experimente a Gravidade de uma Super Terra. Como o planeta "Tatooine" do Luke Skywalker de Star Wars, Kepler-16b orbita um par de estrelas. Retratado aqui como um planeta terrestre, Kepler-16b pode também ser um gigante gasoso como Saturno. As perspectivas para vida neste mundo incomum não são boas, uma vez que tem uma temperatura similar ao do gelo seco. Mas a descoberta indica que o icônico duplo pôr do sol do filme não é nada de ficção científica. Relaxe em Kepler-16 b Onde sua sombra sempre tem companhia. Humor da NASA Kepler-186f foi o primeiro planeta do tamanho da Terra descoberto na potencial “zona habitável” ao redor de outra estrela, onde água líquida poderia existir na superfície do planeta. Sua estrela é muito mais fria e vermelha que o nosso Sol. Se vida vegetal existe em um planeta como o Kepler-186f, sua fotossíntese poderia ter sido influenciada pelos fótons de comprimento de onda vermelhos da estrela, para fazer uma paleta de cores que é muito diferente dos verdes na Terra. Essa descoberta foi feita pelo Kepler, telescópio caça planetas da NASA. Kepler-186f Onde a grama é sempre mais vermelha no outro lado. Humor da NASA Fonte: http://planetquest.jpl.nasa.gov/exoplanet_ travel_bureau Curiosidade: Exolua Em 2014 a primeira candidata a exolua foi encontrada, mas infelizmente não teremos a chance de observá-la novamente como disse David Bennett da Universidade de Notre Dame, autor do artigo científico no qual a descoberta foi publicada. O motivo para não podermos observá-la novamente é que sua descoberta ocorreu pelo método de microlentes gravitacionais, num sistema chamado MOA-2011-BLG-262. Mas como o próprio David apontou, ao menos agora “nós podemos esperar mais descobertas inesperadas como essa”. 10 de abril de 2014 Fonte:http://www.jpl.nasa.gov/news/ news.php?feature=4103 Concepção artística Curiosidade: Missão TESS Com lançamento previsto para 2017, Transiting Exoplanet Survey Satellite - TESS é uma missão astrofísica projetada para usar quatro câmeras para observar todo o céu, em busca de planetas fora do nosso Sistema Solar, conhecidos como exoplanetas. A missão irá monitorar mais de 500.000 das mais brilhantes estrelas do céu, procurando por diminuições na claridade das estrelas o que poderia indicar um planeta atravessando seu caminho. TESS prevê encontrar mais de 3.000 candidatos a exoplanetas, que vão desde gigantes gasosos até pequenos planetas rochosos. Espera-se que cerca de 500 desses planetas sejam do tamanho da Terra. Curiosidade: Missão TESS As estrelas monitoradas pelo TESS serão de 30 a 100 vezes mais brilhantes que aquelas observadas pela sonda espacial Kepler, fazendo com que as observações de acompanhamento sejam muito mais fáceis. Usando os dados do TESS, missões como o James Webb Space Telescope podem determinar características específicas desses planetas, incluindo a possibilidade deles poderem suportar vida. Para saber mais sobre o TESS: http://tess.gsfc.nasa.gov/ Veja o vídeo no Youtube: https://www.youtube.com/watch? v=ZsPStvGgNuk Obrigado! Próxima aula 22/08 – Cosmologia I Baseei essa aula nas aulas dos anos anteriores do Pieter e do Paulo, cujo agradecimento deixo aqui registrado. Leitura complementar Planetas no Caos. Fonte em português: http://www.universoracionalista.org/planetas-no-caos/ Fonte em inglês: http://www.nature.com/news/astronomy-planets-in-chaos-1.15480