Professor Rodrigo Simão Revisão Discursivas: Período Colonial 1

Propaganda
Professor Rodrigo Simão
Revisão Discursivas: Período Colonial
1. (Unesp 2012) O artista holandês Albert Eckhout (c.1610- c.1666) esteve no Brasil entre
1637 e 1644, na comitiva de Maurício de Nassau. A tela foi pintada nesse período e pode ser
considerada exemplar da forma como muitos viajantes europeus representaram os índios que
aqui viviam.
Identifique e analise dois elementos da imagem que expressem esse “olhar europeu” sobre o
Brasil.
2. (Fuvest 2012) A formação histórica do atual Estado do Rio Grande do Sul está
intrinsecamente relacionada à questão fronteiriça existente entre os domínios das duas coroas
Ibéricas na América meridional. Desde o século XVIII, esta região foi cenário de constantes
disputas territoriais entre diferentes agentes sociais. Atritos que não estiveram restritos apenas
às lutas travadas entre luso-brasileiros e hispano-americanos pelo domínio do Continente do
Rio Grande.
Eduardo Santos Neumann, “A fronteira tripartida”, Luiz Alberto Grijó (e outros). Capítulos de
História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004, p. 25. Adaptado.
a) Caracterize a “questão fronteiriça”, mencionada no texto acima.
b) Quais são as principais diferenças e semelhanças entre a organização socioeconômica do
Rio Grande colonial e a de regiões açucareiras, como Bahia e Pernambuco, na mesma
época?
3. (Unicamp 2012) Durante o século XVIII, a capitania de São Paulo sofreu grandes
transformações territoriais e administrativas. Em 1709, nasceu a capitania de São Paulo e das
Minas do ouro, abrangendo imenso território correspondente à quase totalidade das atuais
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, à exceção da então capitania do Rio de Janeiro e do
Espírito Santo. Até 1748, sucessivos desmembramentos formaram as regiões de Minas, Santa
Catarina, Rio Grande de São Pedro, Goiás e Mato Grosso. O novo capitão-general, mais
conhecido como Morgado de Mateus, foi diretamente instruído pelo futuro Marquês de Pombal
a ocupar-se da fronteira oeste ameaçada pelos espanhóis e a fomentar a produção de gêneros
de exportação.
Página 1 de 11
Professor Rodrigo Simão
(Adaptado de Ana Paula Medicci, "São Paulo nos projetos de império", em Wilma Peres Costa
e Cecília Helena de Oliveira, De um império a outro: formação do Brasil, séculos XVIII e XIX.
São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2007, p. 243.)
a) Cite duas atividades econômicas que sustentavam a capitania de São Paulo no século XVIII.
b) Considerando a política territorial na América Portuguesa nos séculos XVI e XVII, comente
as mudanças significativas do século XVIII nesse aspecto.
4. (Unifesp 2011) (...) o paulista nunca se afez às coisas do mar. É homem do interior. A
palavra interior é das que mais usa o paulista. É no sertão que está a terra boa e não na
beirada do oceano, como no Norte.
(Rubem Borba de Morais. Prefácio do livro de Saint-Hilaire, Viagem à província de São Paulo,
1819.)
O texto alude às diferenças históricas existentes entre São Paulo e o Norte do Brasil (atual
Nordeste brasileiro), que remontam ao início da colonização portuguesa.
a) Quais condições geográficas e econômicas favoreceram a colonização litorânea de
Pernambuco e do Recôncavo baiano nos séculos XVI e XVII?
b) Explique a razão da rápida ocupação econômica do Oeste Velho paulista, a partir de 1830.
5. (Unicamp 2011) Uma análise das lutas suscitadas pela ocupação holandesa no Brasil pode
ajudar a desconstruir ideias feitas. Uma tese tradicional diz respeito ao reforço da identidade
brasileira durante as lutas com os holandeses: a luta pela expulsão dos holandeses seria obra
muito mais dos brasileiros e negros do que dos portugueses. Já a tese que critica essa
associação entre a experiência da dominação holandesa e a gênese de um sentimento
nativista insiste nas divisões – no âmbito da economia açucareira – entre senhores de engenho
excluídos ou favorecidos pela ocupação holandesa.
(Adaptado de Diogo Ramada Curto, Cultura imperial e projetos coloniais (séculos XV a XVIII).
Campinas: Editora da Unicamp, 2009, p. 278.)
a) Identifique no texto duas interpretações divergentes a respeito da luta contra a dominação
holandesa no Brasil.
b) Mencione dois fatores que levaram à invasão de Pernambuco pelos holandeses no século
XVII.
6. (Unb 2011) Em termos de contribuição para o ordenamento territorial, sobressai, na Região
de Influência da Estrada Real, o processo de ocupação e de constituição de núcleos pioneiros
de atividade econômica — como foram os polos de mineração —, e a criação e a organização
de aldeias, vilas e cidades, muitas das quais incorporavam arruamentos, infraestruturas,
serviços básicos e técnicas construtivas do mais elevado nível tecnológico, equivalente àquele
prevalente no Portugal de correspondente época.
G.D. Calaes; G.Ferreira (Eds). A estrada real e a transferência da corte portuguesa. Programa
Rumys – Projeto Estrada Real. Rio de Janeiro: CETEM/MCT/CNPq/CYTED, 2009, p. 36 (com
adaptações).
A partir das informações acima, julgue os itens seguir.
a) No século XVIII, o desenvolvimento da economia mineradora na região da Estrada Real foi
acompanhado de significativos movimentos populacionais e culminou com o deslocamento
do eixo administrativo e econômico do Brasil colônia para a região Centro-Sul. É nesse
contexto que se pode entender a transferência da capital do Vice-Reinado do Brasil, de
Belém para o Rio de Janeiro, em 1763.
b) No século XVIII, no Centro-Sul do Brasil Colônia, onde se encontram atualmente as cidades
de Goiás e Pirenópolis, surgiu a capitania de Goiás. O modelo de organização urbana e
econômica utilizado nas cidades dessa capitania, que esteve na Região de Influência da
Página 2 de 11
Professor Rodrigo Simão
Estrada Real, serviu de base para a criação do Distrito Diamantino, retardatário com relação
ao processo de expansão da atividade de extrativismo mineral no Brasil.
7. (Unb 2011) Qualquer pessoa que matar outra ou mandar matar, morra por isso morte
natural*. Porém, se algum fidalgo de grande solar matar alguém, não seja julgado à morte sem
no-lo fazerem saber, para vermos o estado, linhagem e condição da pessoa, assim do matador
como do morto, qualidade e circunstâncias da morte, e mandarmos o que for de serviço de
Deus e bem da República.
O escravo, ora seja cristão, ora o não seja, que matar seu senhor, ou filho de seu senhor, seja
atenazado, e lhe sejam decepadas as mãos, e morra morte natural na forca para sempre; e se
ferir seu senhor sem o matar, morra morte natural. E se arrancar alguma arma contra seu
senhor, posto que não o fira, seja açoitado publicamente com baraço e pregão pela vila, e sejalhe decepada uma mão.
(*) A expressão morrer morte natural designa a condenação de alguém à pena de morte.
Lara, Silvia H. (ed.). Ordenações filipinas, Livro V. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p.
143-44; 158.
Considerando o texto acima, que apresenta um extrato das Ordenações Filipinas, base do
direito português do início do século XVII até meados do século XIX, julgue os itens que se
seguem.
a) As Ordenações Filipinas, como tal, nunca chegaram a ser aplicadas no território brasileiro.
b) Pode-se depreender do texto que nobres acusados de ter cometido crime de assassinato
dispunham de tratamento especial por parte da justiça portuguesa.
8. (Ufmg 2011) Observe este mapa:
Nesse mapa, estão representados os limites territoriais da Colônia Portuguesa na América
estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494, e pelo Tratado de Madri, em 1750.
Página 3 de 11
Professor Rodrigo Simão
1. Considerando os respectivos períodos históricos, identifique e explique uma diferença que
caracteriza o traçado correspondente a cada um desses tratados.
Tratado de Tordesilhas:
Tratado de Madri:
2. Caracterize o contexto em que cada um desses tratados foi estabelecido.
Tratado de Tordesilhas:
Tratado de Madri:
9. (Fuvest 2011) Observe a seguinte foto.
Essas duas estátuas representam bandeirantes paulistas do século XVII e trazem conteúdos
de uma mitologia criada em torno desses personagens históricos.
a) Caracterize a mitologia construída em torno dos bandeirantes paulistas.
b) Indique dois aspectos da atuação dos bandeirantes que, em geral, são omitidos por essa
mitologia.
10. (Uerj 2011) Pelo que, começando, digo que as riquezas do Brasil consistem em seis
coisas, com as quais seus povoadores se fazem ricos, que são estas: a primeira, a lavoura do
açúcar; a segunda, a mercancia; a terceira, o pau a que chamam do Brasil; a quarta, os
algodões e madeiras; a quinta, a lavoura de mantimentos; a sexta e última, a criação de gados.
De todas estas coisas o principal nervo e substância da riqueza da terra é a lavoura dos
açúcares.
BRANDÃO, Ambrósio Fernandes, 1618.
Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2001.
Considera-se hoje que o Brasil colonial teve um desenvolvimento bastante diferente da
interpretação de Caio Prado Júnior. É que mudou a ótica de observação: os historiadores
passaram a analisar o funcionamento da colônia. Não que a intenção da política metropolitana
fosse diferente do que propõe o autor. Mas a realidade se revelava muito mais complexa. No
lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à tona um grande dinamismo do
comércio colonial.
Sheila de Castro Faria
Adaptado de www.revistadehistoria.com.br
Página 4 de 11
Professor Rodrigo Simão
O texto do século XVII enumera interesses da metrópole portuguesa em relação à colonização
do Brasil; já o segundo texto, uma análise mais contemporânea, descreve uma sociedade mais
complexa que ia além dos planos dos exploradores europeus.
Indique dois objetivos da Coroa Portuguesa com a implantação da empresa açucareira no
Brasil colonial. Em seguida, identifique duas características da economia colonial que
comprovam o seu dinamismo interno.
11. (Ufrj 2010) “A primeira coisa que os moradores desta costa do Brasil pretendem são índios
escravizados para trabalharem nas suas fazendas, pois sem eles não se podem sustentar na
terra”.
(adaptado de GANDAVO, Pero Magalhães. Tratado descritivo da terra do Brasil. São Paulo:
Ed. Itatiaia e EDUSP, 1982, p. 42 [1576])
Nesse trecho percebe-se a adesão do cronista ao ideário dos colonos lusos no Brasil de fins do
século XVI.
Com base no texto, e considerando que em Portugal prevalecia uma hierarquia social
aristocrática e católica, explique por que, ao desembarcarem na América portuguesa da época,
os colonos imediatamente procuravam lançar mão do trabalho escravo.
12. (Ufrj 2010) “Por mais de um século o Brasil foi o principal exportador mundial de açúcar.
De 1600 a 1650 o açúcar respondia por 90% a 95% dos ganhos brasileiros com exportações.
Mesmo no período em torno de 1700, quando o setor açucareiro declinou, ele continuava a
representar 15% dos ganhos do Brasil com exportações.”
(SKIDMORE, Thomas E. Uma história do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 36)
Explique um fator, externo à América portuguesa, responsável pelo declínio relativo do setor
açucareiro brasileiro na segunda metade do século XVII.
13. (Unicamp 2010) Os ventos e as marés constituíam um entrave considerável ao tráfico de
escravos índios pela costa do Atlântico Sul. Nos anos 1620, houve transporte de cativos
“tapuias” do Maranhão para Pernambuco, mas parte do percurso foi feita por terra, até atingir
portos mais acessíveis no litoral do Ceará. Ao contrário, nas travessias entre Brasil e Angola,
zarpava-se com facilidade de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro até Luanda ou a
Costa da Mina.
(Adaptado de Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico
Sul (séculos XVI e XVII). São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 61-63.)
a) A partir do texto e de seus conhecimentos, explique de que maneiras o sistema de
exploração colonial da América portuguesa foi influenciado pelas condições geográficas.
b) Relacione essas condições geográficas às atividades dos bandeirantes.
14. (Uerj 2010) As expedições destinadas ao apresamento de indígenas constituíram, como se
pode observar no mapa a seguir, a principal atividade realizada pelos bandeirantes paulistas
entre os séculos XVI e XVIII.
Página 5 de 11
Professor Rodrigo Simão
Estabeleça a relação existente entre as expedições de apresamento e as atividades
econômicas desenvolvidas pelos habitantes da Capitania de São Vicente. Em seguida,
identifique um efeito dessas expedições para a colônia portuguesa na América.
15. (Ufscar 2010) Comparando-se o passado colonial do Brasil com o passado colonial dos
Estados Unidos, indique os principais elementos
a) comuns.
b) distintos.
Página 6 de 11
Professor Rodrigo Simão
Gabarito:
Resposta da questão 1:
Importante perceber que a questão não exige que o aluno destaque elementos quaisquer da
obra, mas aqueles que mostram o “olhar europeu”, ou seja, a visão do conquistar/colonizador,
frente a uma nova realidade. Nesse sentido pode-se destacar:
1. A folha cobrindo o sexo da indígena, elemento introduzido pelo autor da obra, devido ao
moralismo cristão da época, uma vez que os índios andavam nus.
2. Os pedaços de corpos carregados pela índia, em sua mão e na cesta, indicando a visão de
que os nativos eram selvagens e canibais, representando uma ameaça.
3. A exuberância da natureza, em uma visão idílica, influenciada pela ideia bíblica de “paraíso
perdido”.
Resposta da questão 2:
a) As disputas que se desenvolveram na região estão diretamente relacionadas à
importância do Rio da Prata e de alguns afluentes. Pelo porto de Buenos Aires era escoada
parte das riquezas provenientes das minas peruanas e, paralelamente, se desenvolveram
diversas atividades mercantis, abrindo possibilidades de enriquecimento. Tal situação levou
colonos portugueses a fundarem a colônia de Sacramento, em terras teoricamente
pertencentes à Espanha. No extremo oeste do atual estado do Rio Grande, as missões de
jesuítas espanholas – Sete Povos das Missões – também foram alvo de disputa entre as
duas nações ibéricas.
b) no século XVIII podemos caracterizar como semelhança o latifúndio, apesar de muito melhor
definido no nordeste. Enquanto no nordeste a principal atividade era agrária e destinada ao
mercado externo, no sul destacou-se a pecuária, destinada ao mercado interno, tanto com a
venda de animais para a região mineradora, como na produção de charque (carne salgada).
Resposta da questão 3:
a) A capitania de São Paulo conheceu intenso desenvolvimento no século XVIII devido à
mineração. Como o texto destaca as duas regiões integravam a mesma capitania. Pensando
na região que atualmente é denominada de São Paulo, destacava-se o comércio de
passagem, como a principal atividade, com destino às regiões mineradoras – inclusive Goiás
– tanto de gêneros agrícolas, como de animais provenientes do sul.
b) Nesse período houve grande preocupação com as redefinições das fronteiras, pois
brasileiros ocupavam porções significativas além do limite de Tordesilhas. Atividades
mineradoras e de exploração de drogas do sertão na região norte. Diversos tratados de limites
foram assinados, destacando-se o Tratado de Madri, que mais que duplicou o território
brasileiro.
Resposta da questão 4:
a) A colonização dessas regiões foi determinada pela necessidade de obtenção de um gênero lucrativo,
de grande comercialização na Europa, como o açúcar, sendo que a terra e o clima do norte eram
favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar.
b) A ocupação do interior de São Paulo foi limitada nos primeiros séculos de colonização. A grande
ocupação após 1830 está diretamente relacionada à expansão da cafeicultura, uma vez que a chamada
“terra roxa”, que abunda nessa região, era muito adequada a esse gênero agrícola. A expansão da
industrialização na Europa e Estados Unidos no século XIX foi fundamental para a expansão das
exportações de café brasileiro.
Resposta da questão 5:
a) Uma interpretação considera que a luta contra os holandeses foi movida por um elemento
ideológico, abstrato, o sentimento de pertencer a uma “nacionalidade” – a brasileira - e de
pertencer a um país, o Brasil, ocupado por elementos estrangeiros. A segunda interpretação
Página 7 de 11
Professor Rodrigo Simão
valoriza os interesses econômicos, considerando que a luta pela expulsão dos holandeses
se deve ao processo de exploração imposto aos latifundiários ligados a produção canavieira.
b) O interesse dos holandeses – na verdade da WIC – no comércio do açúcar, já praticado
pelos holandeses antes mesmo da União Ibérica; e a luta contra a Espanha, maior potência da
época, da qual a Holanda havia se separado em 1579.
Resposta da questão 6:
a) Incorreto. – o erro na afirmação esta no fato de considerar que a antiga capital do Brasil
era Belém. A Capital foi transferida de SALVADOR para o Rio de Janeiro
b) Incorreto. – a Estrada Real fez a ligação da região mineradora ao Rio de Janeiro e, portanto,
não esta relacionada à ocupação de terras a oeste, como as regiões de Goiás.
Resposta da questão 7:
a) Incorreto – segundo a afirmação acima, “foi a base do direito português durante cerca de
150 anos e, dentre outras coisas, preocupa-se com ações dos escravos, que existiam na
colônia, não em Portugal”.
b) Correto – o texto deixa claro que a pena aplicada a alguém dependia de sua condição social.
Se ‘fidalgo’, ou seja, membro da nobreza ou da elite colonial, devem ser analisadas as
motivações.
Resposta da questão 8:
1. Tratado de Tordesilhas: a linha de Tordesilhas é imaginária e foi estabelecida para
dividir o mundo entre Portugal e Espanha; Tratado de Madri: a linha demarcatória divide as
terras de Portugal e Espanha na América e baseia-se no princípio do uti possidetis, que leva
em consideração a ocupação dessas regiões
2. O Tratado de Tordesilhas foi definido em 1494, época em que apenas Portugal e Espanha
realizavam a expansão marítima e a conquista de terras fora da Europa. As duas nações eram
as grandes potencias econômicas europeias. O Tratado de Madri foi definido em 1750, época
de apogeu da exploração aurífera no Brasil, que garantia riqueza significativa para Portugal; ao
mesmo tempo, a Espanha vivia um período de decadência, com a redução da extração de
minérios em suas colônias e com a derrota na Guerra de Sucessão, encerrada em 1715, que a
forçou a fazer diversas concessões.
Resposta da questão 9:
a) A historiografia tradicional - principalmente paulista – retrata os bandeirantes como
heróis, pois teriam sido responsáveis por grandes façanhas, tanto no que se refere à
conquista e ocupação de novos territórios, como na descoberta de pedras e metais
preciosos, sempre enfrentando e superando as adversidades naturais, doenças tropicais e
os ataques indígenas. Contribuíram dessa forma para o alargamento do território e para o
enriquecimento do Brasil. Apesar de ser um elemento da sociedade colonial, tal mito foi
construído no século XX, em 1932, quando da Revolução Constitucionalista contra o
governo Vargas, movimento que procurou congregar “os paulistas”, independentemente de
condição socioeconômica ou de opção política, em uma grande aliança contra o governo
federal, e que buscou fortalecer o “sentimento regionalista”, do “povo paulista”
b) A construção do mito implica na exaltação de aspectos vistos como positivos e carecem de
uma análise mais acabada do papel desenvolvido pelo elemento mitificado. No caso dos
bandeirantes, a historiografia tradicional omite o confronto com índios e jesuítas, com ataques
às missões e a captura dos nativos para escraviza-los ou vendê-los como escravos. Omite
ainda a ação de alguns bandeirantes na liderança dos movimentos que se enfrentavam e
destruição os quilombos, a mando de grandes proprietários rurais e dos governantes.
Resposta da questão 10:
Dois dos objetivos:
• fixar população portuguesa à terra.
Página 8 de 11
Professor Rodrigo Simão
• garantir o controle político do território por Portugal.
• produzir mercadoria de alto valor comercial no mercado europeu.
• garantir rendas à Coroa Portuguesa por meio da produção de gêneros de valor comercial.
• garantir o monopólio do Atlântico Sul e, consequentemente, da rota marítima para o Oriente.
• afirmar a preponderância portuguesa no cenário das grandes nações europeias do século
XVI.
Duas das características:
• existência de atividades econômicas utilizando mão de obra livre.
• desenvolvimento de relações comerciais internas e com outras regiões, apesar das proibições
características do monopólio metropolitano.
• existência de uma quantidade de capital circulante na colônia, empregado não só no tráfico
negreiro como também na criação do gado e na lavoura de subsistência, voltadas
principalmente para o mercado interno.
O texto destaca principalmente os objetivos econômicos, enumerando atividades produtivas,
destacadas como geradoras de riqueza.
A crítica à análise tradicional procura destacar o dinamismo da colônia, que pressupõe a
existência da pequena propriedade voltada para a subsistência ou a pecuária, desenvolvida a
partir do trabalho livre.
Resposta da questão 11:
O candidato deverá explicar que o ideal aristocrático prevalecente em sua sociedade de
origem levava os colonos a viver à custa do trabalho alheio como traço de distinção social.
O ideal aristocrático a que se refere a questão, é uma herança do feudalismo medieval onde o
trabalho era visto como algo incompatível com as funções da nobreza e destinado às
populações sem linhagem, no caso os servos.
Resposta da questão 12:
O candidato deverá explicar que o declínio relativo do setor açucareiro da América portuguesa,
a partir da segunda metade do século XVII, deveu-se à concorrência da produção de açúcar
implementada em diversas colônias europeias na região caribenha (Martinica, Guadalupe,
Jamaica, Barbados, dentre outras).
O declínio da economia açucareira no Brasil a partir da segunda metade do século XVII
relaciona-se à expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro em 1654. Estes ocuparam a
região desde 1630 após terem sido privados do lucrativo comércio do açúcar brasileiro na
Europa, do qual eram os principais intermediários, pelo governo espanhol no contexto da União
das Coroas Ibéricas. Após a expulsão, passaram a produzir o açúcar em seus domínios nas
Antilhas e negociá-lo a preços e condições mais vantajosos que o produto brasileiro nos
mercados europeus, contribuindo assim, para o declínio dessa atividade no Brasil durante o
período colonial.
Resposta da questão 13:
a) De acordo com o texto, as condições de ventos e marés no litoral do Brasil constituíam
um obstáculo ao tráfico de escravos indígenas por mar, diferentemente do tráfico negreiro
cujo transporte entre a África e a costa brasileira era favorecido. Isso se explica em razão do
movimento das correntes marítimas no Atlântico Sul em direção ao Brasil e o conhecimento
que navegadores portugueses tinham da movimentação dessas correntes.
b) Considerando-se, de acordo a questão o bandeirismo de apresamento, sobretudo a partir de
São Paulo, essa atividade foi favorecida pelas condições geográficas, quais sejam rede fluvial,
as condições do relevo e a regularidade das chuvas.
Resposta da questão 14:
A ocupação das terras do planalto pelos paulistas ocasionou conflitos com as populações
nativas locais, que foram em grande parte aprisionadas e então utilizadas como mão de obra
Página 9 de 11
Professor Rodrigo Simão
escrava na lavoura de gêneros alimentícios. Por sua vez, o desenvolvimento dessa lavoura,
destinada ao comércio intracolonial, estimulou a organização de novas expedições destinadas
ao apresamento de indígenas.
Um dos efeitos:
• desbravamento e conhecimento dos sertões
• descoberta de ouro na região das Minas Gerais
• extermínio e escravização de populações ameríndias
• criação de caminhos e estradas entre as regiões desbravadas
• ampliação da oferta de mão de obra escrava indígena para outras regiões da América
portuguesa
• legitimação das pretensões territoriais portuguesas na negociação do tratado de Madri
A questão analisa o bandeirismo de apresamento enfatizando o caráter cíclico dessa atividade
e seus efeitos no processo colonizador.
Resposta da questão 15:
a) As duas regiões estiveram subordinadas a metrópoles europeias e ao pacto colonial. No
entanto, não existiram “Estados Unidos” no período colonial e as áreas de colonização
inglesa – as 13 colônias – tiveram um desenvolvimento diferenciado, sendo que as cinco
colônias localizadas ao sul possuíam uma estrutura semelhante a do Brasil, subordinada aos
interesses mercantilistas, apoiadas no latifúndio, monocultura para exportação e trabalho
escravo.
b) As principais distinções são percebidas quando se comparam as colônias do centro-norte,
consideradas de povoamento, que desenvolveram uma estrutura voltada para suas
características e interesses, como a pequena propriedade, policultura, apoiada no trabalho
livre, em especial na servidão temporária. Pode-se destacar a existência do Auto-governo nas
13 colônias como elemento diferenciador em relação ao Brasil.
Página 10 de 11
Professor Rodrigo Simão
Resumo das questões selecionadas nesta atividade
Data de elaboração:
Nome do arquivo:
26/03/2012 às 19:29
REVISÃO PERÍODO COLONIAL DISCURSIVAS 01 UP
Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
Q/prova
Q/DB
Matéria
Fonte
Tipo
1 ................. 110053 ............ História ............... Unesp/2012 ............................ Analítica
2 ................. 110436 ............ História ............... Fuvest/2012 ............................ Analítica
3 ................. 110665 ............ História ............... Unicamp/2012 ........................ Analítica
4 ................. 101806 ............ História ............... Unifesp/2011 .......................... Analítica
5 ................. 102101 ............ História ............... Unicamp/2011 ........................ Analítica
6 ................. 109687 ............ História ............... Unb/2011 ................................ Analítica
7 ................. 109698 ............ História ............... Unb/2011 ................................ Analítica
8 ................. 103841 ............ História ............... Ufmg/2011 .............................. Analítica
9 ................. 101926 ............ História ............... Fuvest/2011 ............................ Analítica
10 ............... 101294 ............ História ............... Uerj/2011 ................................ Analítica
11 ............... 91510 .............. História ............... Ufrj/2010 ................................. Analítica
12 ............... 91511 .............. História ............... Ufrj/2010 ................................. Analítica
13 ............... 92457 .............. História ............... Unicamp/2010 ........................ Analítica
14 ............... 92647 .............. História ............... Uerj/2010 ................................ Analítica
15 ............... 96559 .............. História ............... Ufscar/2010 ............................ Analítica
Página 11 de 11
Download