Doenças O eucalipto pode ser atacado por vários patógenos, principalmente fungos, desde mudas até árvores adultas. As doenças causam significativos impactos econômicos, de acordo com a espécie atacada e da época do ano. As principais doenças que ocorrem nos eucaliptos são: Tombamento SINTOMAS E SINAIS Lesão necrótica na região do colo da plântula; Murcha, enrolamento e secamento de cotilédones; Tombamento de plântulas em reboleira e sua morte. CAUSAS CONTROLE Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Ataque de fungos na fase de Seleção e descarte das plantas doentes e germinação, destruindo as mortas; plântulas; Retirada de recipientes sem mudas e com Uso de substratos contaminados mudas mortas e de folhas caídas e por fungos de solo; senescentes; Condições de alta umidade no Adubação equilibrada das mudas; viveiro. Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico. Podridão de raízes SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Murcha e morte de mudas; Ataque dos fungos Phytophthora Lesões necróticas sp., Pythium sp. E Fusarium sp. em raízes. CONTROLE Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Seleção e descarte das plantas doentes e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes; Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico. Mofo cinzento SINTOMAS E SINAIS Enrolamento de folhas, seca e queda das mesmas; Formação de mofo acinzentado sobre as plantas afetadas. CAUSAS Ataque do fungo Botrytis cinerea CONTROLE Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Seleção e descarte das plantas doentes e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes; Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico. Murcha e morte de mudas; Lesões necróticas em raízes. Podridão de estacas SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Secamento e morte de estacas; Ataque dos fungos Cylindrocladium Lesões escuras na base candelabrum, Colletotrichum sp., ou em outras partes da Fusarium sp. e Rhizoctonia solani estaca. CONTROLE Além das medidas anteriormente citadas: Descontaminação de brotações e recipientes com hipoclorito de sódio e/ou fungicidas; Pulverização de estufas com sulfato de cobre. Esporotricose SINTOMAS E SINAIS Infecção da haste principal de mudas e porção apical de brotações de minicepas; Lesões arroxeadas em folhas; Anelamento e morte de caules e pecíolos. CAUSAS CONTROLE Ataque do fungo Sporothrix eucalypti Uso de controle químico. Oidio SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Enrugamento e deformação de folhas jovens e brotações; Ataque do fungo Aspecto acanoado das folhas adultas; Oidium sp. Formação de uma película pulverulenta e esbranquiçada sobre as folhas. CONTROLE Aplicação de fungicidas em mudas severamente afetadas. Murcha bacteriana SINTOMAS E SINAIS Avermelhamento ou amarelecimento da copa em árvores com idade entre 4 e 8 meses; Murcha da folhagem e queda parcial de folhas; Secamento da copa; Ao cortar-se a planta, ocorre exsudação de pús bacteriano no caule. CAUSAS CONTROLE Evitar o plantio de mudas passadas; Usar mudas produzidas em tubetes suspensos; Evitar o dobramento e a Ataque da bactéria compactação da extremidade das Ralstonia solanacearum. raízes no plantio; Evitar preparo de solo que favoreça o afogamento do coleto; Uso de espécies ou procedências resistentes. Enfermidade rosada ou rubelose SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Lesões e sinais em galhos e na haste principal Ataque do fungo de árvores com idade entre 2 a 5 anos; Corticium salmonicolor. Mortalidade de galhos e hastes. CONTROLE Uso de espécies ou procedências resistentes. Cancro SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Secamento da copa e morte de árvores jovens (5 meses em diante) por estrangulamento da colo; Fendilhamento da casca e seu Ataque do fungo intumescimento; Cryphonectria Formação de cancro no tronco, com cubensis. depressão e rompimento da casca em fitas; Aparecimento de gomose (exsudação de quino). Ferrugem CONTROLE Uso de populações resistentes (espécies, procedências, híbridos e clones). SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Pontuações cloróticas em folhas jovens e caule em formação; Formação de pústulas de coloração amarelo-vivo Ataque do fungo sobre lesões (esporos do fungo); Puccinia psidii. Formação de verrugas nas lesões: Seca e morte de tecidos afetados, com aspecto de queima. CONTROLE Uso de controle químico em viveiros; Uso de espécies e procedências resistentes. Murcha de cilindrocladium SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Lesões no ápice ou bordos do limbo foliar que podem atingir toda a folha; Manchas de coloração marrom-claro a Ataque de fungos do gênero marrom arroxeado e cinza; Cylindrocladium. Queda de folhas lesionadas; Desfolha intensa; Lesões necróticas em ramos. CONTROLE Uso de controle químico em viveiros; Uso de espécies e procedências resistentes. Podridão do cerne SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Ausência de sintomas externos; Associação de vários grupos de Uso de espécies Podridão interna de coloração esbranquiçada fungos decompositores de resistentes ao ou parda que ocorre mais pronunciadamente na madeira. problema. região medular. Doenças foliares (possuem sintomas de doenças, mais tem origens diversas) SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Ataque de espécies dos fungos Coniella Causam diferentes tipos de fragariae, Mycosphaerella spp. e lesões necróticas e queima em Kirramyces epicocoides, Rhizoctonia folhas e copas de árvores. solani. CONTROLE A pouca expressão destas doenças não tem recomendado medidas de controle. Complexos etiológicos (possuem sintomas de doenças, mais tem origens diversas) SINTOMAS E SINAIS Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD): Sintomas em plantas com mais de 1 ano. CAUSAS Ataque de espécies dos fungos Coniella fragariae, Mycosphaerella spp. e Kirramyces epicocoides, Rhizoctonia solani. Seca de ponteiros de Arapoti (SPEA): Sintomas em plantas com menos de 7 meses. Secamento das porções apicais dos ramos e galhos; Fatores ambientais favorecem a ocorrência de distúrbios fisiológicos, predispondo as árvores ao ataque de insetos e a associação de patógenos secundários. CONTROLE O retorno das condições ambientais normais pode promover a recuperação do desenvolvimento normal das árvores; No caso da seca por falta de boro, a aplicação do elemento no solo, durante o plantio pode evitar ou minimizar e os efeitos do problema; Plantio de espécies resistentes ao problema; Existe tolerância das plantas ao problema da SPEVRD E SPEA, a Redução do crescimento; Perda de touças e árvores severamente afetadas. partir do quarto ano. Seca de ponteiros por falta de Boro: Encarquilhamento de folhas jovens; Clorose das bordas do limbo até ocorrer necrose; Ramos flácidos sem forma cilíndrica; Fendilhamento da casca, formação de cancro e estrangulamento da haste; Bifurcação do tronco. Fatores ambientais favorecem a ocorrência de distúrbios fisiológicos, predispondo as árvores ao ataque de insetos e a associação de patógenos secundários. Seca da saia do Eucalyptus viminalis: Secamento geral da folhagem; Morte de árvores. Deficiência de boro na planta e associação de fungos do gênero Botryosphaeria em cancros de haste e tronco. Seca Seca Seca Seca de de de da ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD): ponteiros de Arapoti (SPEA) ponteiros por falta de Boro saia do Eucalyptus viminalis Algumas doenças de origem abiótica são importantes, pela intensidade e freqüência com que têm sido verificadas, na cultura do eucalipto. Geralmente, as doenças de origem abiótica são decorrentes de fatores adversos e estressantes do ambiente. Durante ou após a ação do fator adverso, as árvores podem tornar-se suscetíveis à infecção de patógenos secundários. Os principais patógenos secundários (também chamados de doenças abióticas) observados são: Afogamento do coleto SINTOMAS E SINAIS Intumescimento do colo Plantas com pouco desenvolvimento Seca e morte de plantas. CAUSAS CONTROLE Enterrio de parte do caule das mudas no Cuidados no plantio e no preparo de plantio solo para evitar o afogamento Aterramento da muda no campo decorrente de tratos culturais ou enxurrada. Enovelamento de raízes SINTOMAS E SINAIS Plantas com pouco desenvolvimento Seca e morte de plantas. CAUSAS Plantio de mudas com sistema radicular enovelado Entortamento de raízes no plantio. CONTROLE Evitar o aproveitamento de mudas passadas e com raízes enoveladas Evitar o entortamento de raízes durante o plantio. Gomose SINTOMAS E SINAIS CAUSAS Ferimentos mecânicos Injúrias de insetos Escorrimento de quino (goma) em Ventos fortes alguns pontos do tronco. Plantas parasitas Desordens fisiológicas por fatores adversos de clima e solo. CONTROLE Evitar a ocorrência do fator injuriante, quando possível Uso de espécies ou procedências bem adaptadas à região. Pau-preto SINTOMAS E SINAIS Escorrimento de quino e posterior oxidação em numerosos pontos do tronco. CAUSAS CONTROLE Sem conhecimento completo de sua origem. Uso de espécies ou procedências bem adaptadas à região. Geada SINTOMAS E SINAIS Desde queima de ponteiros até a perda total da copa Queima e bronzeamento da folhagem Morte de mudas árvores jovens. CAUSAS Resfriamento brusco da temperatura ambiente e congelamento, com ou sem formação de crosta de gelo sobre a planta. CONTROLE Proteção de mudas em viveiros Uso de espécies ou procedências tolerantes ou resistentes. Granizo SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Desfolhamento e descascamento de ramos, hastes e árvores Como o problema decorre de um evento Surgimento de pequenos cancros Queda de granizo climático, ocasional e localizado, não existe em ramos e hastes ou chuva de pedra. meio de se evitar. Seca de ramos e morte de árvores. Seja qual for o problema, a prescrição de medidas de controle eficientes depende da correto e completo diagnóstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a implementação de uma medida de controle precisa ser balizada entre sua viabilidade técnica e a econômica. Por vezes, a medida mais eficiente e econômica pode provocar impactos ambientais indesejáveis, como por exemplo a contaminação ambiental por agrotóxico. Fonte: Embrapa Florestas