Avaliação das alterações na qualidade de vida provocadas pelo

Propaganda
Fundação José Bonifácio Lafayette de Andrada
Faculdade de Medicina de Barbacena
Projeto de Pesquisa Clínica
Avaliação das alterações na qualidade de vida
provocadas pelo tratamento em pacientes
oncológicos
Pesquisador Responsável: Prof. Dra. Priscilla Brunelli Pujatti
Pesquisador Colaborador: Prof. Dr. Antônio José F. de Paula
Barbacena, abril de 2014
Sumário
1 Introdução .................................................................................................................. 1
2 Objetivo Geral ........................................................................................................... 2
3 Objetivos específicos ................................................................................................. 2
4 Justificativa ................................................................................................................ 3
5 Revisão da literatura................................................................................................... 3
6 Metodologia ............................................................................................................... 7
6.1 Seleção da amostra .............................................................................................. 7
6.2 Coleta dos dados ................................................................................................. 7
6.3 Riscos e Benefícios ............................................................................................. 8
6.4 Análise dos resultados ......................................................................................... 9
6.5 Análise Estatística ............................................................................................. 10
7 Cronograma de atividades e planejamento financeiro ............................................... 10
8 Referências Bibliográficas........................................................................................ 11
1
1 Introdução
O câncer é uma doença crônica degenerativa que se caracteriza por uma série
de modificações nos genes que controlam o crescimento e comportamento celular
resultando em uma proliferação anormal e descontrolada, ocasionando a invasão de
tecidos e órgãos. Essas alterações, ocorridas no DNA da célula, podem ser causadas
por vários fatores, podendo ser hereditárias ou por fenômenos químicos, físicos e
biológicos. Porém uma só alteração no DNA não causa câncer. São necessárias várias
alterações em sequência para que essa célula torne-se cancerosa (ROMANZOTI, 2013).
O câncer está entre as doenças não transmissíveis responsáveis pela mudança
do perfil de adoecimento da população mundial. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) mostra que a maioria dos 12,7 milhões de novos casos de câncer e 7,6 milhões
de mortes pela doença em todo o mundo ocorreu em países em desenvolvimento. Os
tumores mais comumente diagnosticados em todo o mundo são pulmão (1,61 milhão
de casos ou 12,7% do total), mama (1,38 milhão ou 10,9%) e colorretal (1,23 milhão ou
9,7%). Estima-se que para o ano de 2020, o número de novos casos anuais seja da
ordem de 15 milhões em todo o mundo (INCA, 2013a).
No Brasil, as estimativas para o ano de 2012 serão válidas também para o ano
de 2013 e apontam a ocorrência de aproximadamente 518.510 casos novos de câncer,
incluindo os casos de pele não melanoma, reforçando a magnitude do problema do
câncer no país. Sem os casos de câncer da pele não melanoma, estima-se um total de
385 mil novos casos. Os tipos mais incidentes serão os cânceres de pele não
melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago para o sexo masculino; e os
cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glândula tireóide
para o sexo feminino (INCA, 2013b).
Os métodos terapêuticos disponíveis para o tratamento do câncer incluem as
ressecções cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia e hormonioterapia. Embora
essas intervenções apresentem, na maioria dos casos, boa eficácia na remoção e/ou
ataque a células malignas, acabam por afetar células saudáveis, desencadeando uma
série de efeitos adversos que podem levar a debilitações agudas e crônicas, afetando a
qualidade de vida dos pacientes (SEIXAS, KESSLER e FRISON, 2010).
2
Segundo a OMS, qualidade de vida (QV), de maneira geral, é a percepção do
indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos
quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
O elevado número de casos de câncer, associado com uma taxa de cura insatisfatória,
sugere intervenção de uma equipe multidisciplinar com redobrados esforços para
mensurar a qualidade de vida nos portadores da neoplasia (FLECK et al, 1999). A
importância de avaliar a qualidade de vida em pacientes oncológicos reflete na
angústia que eles enfrentam em todos os estágios da doença como o medo do
diagnóstico e da cirurgia, a incerteza do prognóstico, os efeitos dos tratamentos e o
enfrentamento da possibilidade da reincidência e da morte (FRANZI e SILVA, 2003).
Os instrumentos utilizados para avaliar a qualidade de vida abrangem todos os
processos da doença, desde a descoberta até a resolução final. A análise de QV
considera o impacto da doença em parâmetros como o estado físico, funcional,
psicológico, social, espiritual, bem estar e sexualidade (ZANDONAI et al., 2010).
Instrumentos para avaliação da QV em pacientes com câncer já foram
utilizados para relacioná-la com a qualidade do atendimento paliativo (KAMAL et al.,
2013); com a capacidade de prática de exercícios em pacientes com câncer de pulmão
não pequenas células (YILMAZ et al., 2013); com tratamento radioterápico em
pacientes com câncer de cabeça e pescoço (LOFDAHL et al., 2012); com anemia
ocasionada pelo tratamento (WASADA et al., 2013); com sobrevida livre de doença
(MANTEGNA et al., 2013); dentre outros. O grande número de estudos publicados
recentemente reforça que a qualidade de vida é um item fundamental na abordagem
atual do câncer e deve ser levada em conta para avaliação das funções eventualmente
alteradas pela doença e/ou durante o tratamento.
2 Objetivo Geral
Avaliar as alterações na qualidade de vida de pacientes oncológicos provocadas
pelo tratamento e relacioná-las a fatores associados à doença.
3 Objetivos específicos
Os objetivos específicos são:
3
 Comparar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos antes, durante e após o
tratamento;
 Relacionar o tipo e estádio do tumor à qualidade de vida observada antes, durante
e após o tratamento;
 Relacionar o tipo do tratamento às mudanças na qualidade de vida observadas
durante e após o tratamento para um mesmo tipo e estádio de tumor.
4 Justificativa
Pacientes diagnosticados com câncer apresentam uma redução da qualidade
de vida durante e após o tratamento em maior ou menor grau, dependendo do seu
estado físico, social, econômico e psicológico (HENDREN et al., 2012). A detecção
nessas alterações da qualidade de vida provocadas pelo tratamento é fundamental
para levantar os domínios afetados e planejar as intervenções da equipe de saúde
juntamente com os familiares para reabilitação desses indivíduos, controle de
sintomas, efeitos adversos e diminuição da mortalidade.
5 Revisão da literatura
Em 1980, um grupo de estudo em qualidade de vida foi criado na Organização
Européia para Pesquisa e Tratamento do Câncer (European Organization for Research
and Treatment of Cancer (EORTC). Seu objetivo era desenvolver um instrumento para
acessar a qualidade de vida em experimentos internacionais envolvendo pacientes
com câncer de pulmão, esôfago e mama (MICHELS et al., 2013). O questionário geral
de qualidade de vida é conhecido como EORTC-C30 e consiste em um questionário
multidimensional e auto-administrável de 30 questões (AARONSON et al., 1993). Já foi
traduzido e validado para diversas línguas, inclusive para o português. De forma
complementar ao EORTC-C30, outros módulos foram desenvolvidos para serem
aplicados a pacientes com tipos específicos de câncer. Esses módulos também foram
traduzidos e validados para outras línguas. Em língua portuguesa dispõe-se dos
módulos específicos para câncer de cabeça e pescoço (H&N35), câncer gástrico
(STO22), mieloma múltiplo (MY20), câncer colorretal (CR29), câncer de pulmão (LC13),
câncer cervical (CX24), metástases ósseas (BM22), carcinoma hepatocelular (HCC18),
4
câncer de mama (BR23), câncer de próstata (PR25), câncer oroesofágico (OES18),
câncer gastrointestinal neuroendócrino (GI.NET21) e câncer de cérebro (BN20). O
EORTC-C30, bem como os módulos específicos e as instruções para pontuação são
disponibilizados gratuitamente na página eletrônica da EORTC, mediante cadastro do
projeto e do pesquisador por ele responsável.
O EORTC-C30 e seus módulos já foram aplicados a diversos estudos para
avaliação da qualidade de vida de pacientes com câncer sob várias condições. Jordan e
colaboradores publicaram um estudo transversal, bi-nacional, multicêntrico com 154
pacientes com mieloma múltiplo do Reino Unido e da Alemanha. Os pacientes eram
maiores de 18 anos com diagnóstico e eram representantes de um dos quatro
subgrupos
pré-definidos:
assintomáticos,
oligossintomáticos,
moderadamente
sintomático, ou severamente sintomático. A qualidade de vida dos pacientes foi
avaliada por meio do questionário geral EORTC-C30 e de seu módulo específico para
mieloma múltiplo (MY20). Pacientes dos grupos de sintomas graves mostraram uma
tendência para um maior número de comorbidades e foram mais propensos a estar
num regime de mielose múltipla. Os autores concluíram que, em adição a sintomas e
eventos desfavoráveis específicos, o nível geral de gravidade também é um importante
preditor de qualidade de vida dos pacientes. Novas estratégias de tratamento devem,
portanto, incidir não só sobre a melhoria do controle da doença e prolongar a
sobrevivência, mas também contribuir para manter a qualidade de vida do paciente
(JORDAN et al., 2014).
Wintner e colaboradores (2013) relataram a qualidade de vida dos pacientes
em tratamento paliativo para câncer de pulmão para conhecer mais sobre a QV
durante as múltiplas linhas de quimioterapia. O estudo envolveu 187 pacientes com
câncer de pulmão que receberam quimioterapia, sendo utilizados como método de
pesquisa o EORTC-C30. Independentemente da linha quimioterápica a qual o paciente
foi submetido, a QV se manteve estável durante o tratamento uma vez que nenhuma
das taxas de variações mensais atingiu significância clínica. Os que fizeram três ou mais
quimioterapias paliativas apresentaram os piores índices de qualidade de vida, ao
passo que pacientes recém submetidos ou que estão na primeira quimioterapia
paliativa apresentaram QV bastante comparáveis.
5
Acar e colaboradores (2014) avaliaram a qualidade de vida em 144 pacientes
portadores de câncer de próstata de baixo risco, após serem submetidos a diferentes
modalidades de tratamento incluindo braquiterapia, prostatectomia laparoscópica
assistida por robô e vigilância ativa. Na coleta de dados foramutilizados os
instrumentos EORTC-C30, e seu módulo para câncer de próstata (PR25), além do
International Index of Erectile Function (IIEF)-15 e do International Consultation on
Incontinence Questionnaire Short Form (ICIQ-SF). A partir dos resultados obtidos, foi
verificado que pacientes com câncer de próstata de baixo risco que são tratados com
braquiterapia ou prostatectomia laparoscópica assistida por robô apresentaram
declínio da qualidade de vida de domínios específicos como micção, incontinência e
funcionamento sexual em comparação com os pacientes submetidos à vigilância ativa.
A diminuição da função erétil também foi observada durante a vigilância ativa. A
qualidade de vida geral foi semelhante para as três opções de tratamento.
Um outro estudo investigou se as mudanças na QV poderiam prever a
sobrevida em pacientes com câncer de próstata. Foram avaliados 250 pacientes com
câncer de próstata entre janeiro de 2001 e dezembro de 2009 e a QV foi avaliada com
o EORTC-C30 no início e após três meses do início do tratamento. A sobrevida média
foi de 89,1 meses. A dispnéia e o funcionamento cognitivo foram os parâmetros
observados na análise multivariada ao se comparar mudanças na qualidade de vida e
sobrevivência. Cada aumento de 10 pontos (agravamento) da dispnéia foi associado
com um risco 16% maior de óbito, e cada aumento de 10 pontos (melhora) no
funcionamento cognitivo foi associado com uma diminuição de 24% do risco de morte
(GUPTA, BRAUN e STAREN, 2013).
Oitenta quatro pacientes com câncer de reto localmente avançado que
receberam a cirurgia, quimioterapia e radioterapia neoadjuvante completaram o
questionário EORTC-C30 pelo menos uma vez, um ano após a conclusão do seu
tratamento. Apesar de limitações moderadas frequência urinária, flatulência e
impotência sexual, a pontuação para a avaliação funcional foi adequada. Pacientes
com ressecção anterior baixa apresentaram maior frequência de evacuações do que
aqueles com ressecção abdominoperineal. E pacientes com ressecção anterior baixa
com anastomose inferior apresentou maior incontinência fecal. Com base nesses
resultados, os autores concluíram que os pacientes tinham se adaptado à sua doença e
6
tratamento. As poucas diferenças na qualidade de vida encontradas entre
modalidades de cirurgia estão de acordo com outros estudos recentes e em contraste
com os anteriores que sugeriam uma qualidade de vida mais baixa (ARRARAS et al.,
2013).
Andrade, Sawada e Barrichello (2013) associaram aspectos sócio-demográficos
e clínicos aos domínios de qualidade de vida relacionada à saúde em 32 pacientes
onco-hematológicos submetidos à quimioterapia entre dezembro de 2009 e dezembro
de 2010, utilizando o EORTC-C30. O EORTC-C30 mostrou média das funções física,
cognitiva, emocional, social e desempenho de papel de 41,18 a 54,81, demonstrando
um nível de QV pouco satisfatório. Nas escalas de sintomas, houve predomínio de
fadiga média, seguida de insônia e perda de apetite. Esses sintomas interferiram nas
funções físicas, emocionais e cognitivas demonstrando que efeitos colaterais do
tratamento influenciam negativamente na QV dos pacientes.
Um estudo clínico de coorte com 364 mulheres com câncer de mama
descreveu a evolução da qualidade de vida das pacientes que foram submetidas há
cirurgia há mais de um ano utilizando o EORTC-C30 e seu módulo para câncer de
mama. As variáveis sócio-demográficas levantadas pelo estudo foram idade, estado
civil, nível de escolaridade e situação ocupacional. As variáveis clínicas foram estádio
da doença, a quimioterapia de indução, biópsia de linfonodos sentinela (BLS),
dissecção axilar, tipo de cirurgia, radioterapia e quimioterapia adjuvante. A maioria das
escalas de sintomas mostrou pouca incapacidade do paciente de realizar suas
atividades diárias. A dimensão de prazer sexual apresentou escores intermediários,
sem alterações significativas ao longo do tempo. Não houve queixas significativas de
efeitos colaterais após á cirurgia, entretanto as pacientes se queixaram insatisfeitas e
chateadas pela queda do cabelo. Em relação às perspectivas futuras das pacientes,
percebeu-se que, embora os sintomas melhorem, algumas alterações físicas e
psicológicas podem persistir, tais como estresse e ansiedade (MORO-VALDEZATE et al.,
2013).
7
6 Metodologia
6.1 Seleção da amostra
Será conduzido um estudo clínico prospectivo, de coorte, por meio da aplicação
de questionários, com os pacientes diagnosticados com câncer no Setor de Oncologia
do Hospital Ibiapaba, em Barbacena, Minas Gerais. O município tem população
aproximada de 135000 habitantes e é referência regional para atendimento de
algumas doenças, abrangendo mais 14 municípios: Alfredo Vasconcelos, Antônio
Carlos, Alto Rio Doce, Capela Nova, Carandaí, Cipotânea, Desterro do Melo, Iber oga,
Paiva, Ressaquinha, Santa Bárbara do Tugúrio, Santana do Garambéu, Santa Rita do
Ibitipoca e Senhora dos Remédios.
Os critérios de inclusão serão: pacientes maiores de 18 anos que tenham
conhecimento prévio do seu diagnóstico e tratamento ao qual será submetido;
orientados; alfabetizados (ou seja, que saibam ler e escrever) ou semi-alfabetizados
(que saibam assinar o nome); diagnosticados com câncer pela primeira vez (ou seja,
que não apresentem recidiva da doença) e admitidos para início do tratamento entre
1° de julho de 2014 e 30 de junho de 2017; em quaisquer estádios da doença; que
apresentem um tipo de câncer para o qual há um questionário específico da EORTC
validado para a língua portuguesa; e que concordem em participar da pesquisa por
meio da assinatura do “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (Apêndice 1).
Todos os pacientes que atenderem a esses critérios serão incluídos no estudo.
6.2 Coleta dos dados
Os pacientes passarão por uma triagem em uma reunião com equipe
multidisciplinar do Hospital Ibiapaba, a qual os avaliará e informará aos pesquisadores
os pacientes elegíveis para o presente estudo. Após a reunião, esses pacientes
receberão uma breve explicação sobre a pesquisa e serão convidados a dela participar.
Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, um formulário
contendo dados pessoais, características sócio-demográficas e clínicas do paciente
será preenchido pelo pesquisador que fará a entrevista (Apêndice 2). De forma
subseqüente, o paciente será entrevistado pelo pesquisador, utilizando o questionário
geral EORTC-C30 Versão 3.0 (Anexo 1), validado para a língua portuguesa, e o módulo
8
correspondente à doença do paciente. Esse instrumento consiste em 30 questões e
avalia os sintomas dos pacientes nas duas semanas que antecedem à sua aplicação,
por meio da seguinte escala: 1 – não; 2 – pouco; 3 – moderadamente; 4 – muito,
exceto para a escala de saúde geral e qualidade de vida na semana anterior à aplicação
do questionário, a qual vai de 1 a 7, em que 1 significa péssima e 7, ótima. Os
questionários são divididos em três escalas: escala de saúde geral / qualidade de vida,
escala funcional e escala de sintomas. De acordo com tipo de tumor, e de forma
complementar, será aplicado também o questionário suplementar. Além de ser
aplicado antes do ínicio do tratamento, na reunião dos pacientes com a equipe
multidisciplinar, os questionários serão aplicados durante (aproximadamente na
metade do tempo estimado para duração do tratamento) e após o tratamento (um
mês após a cirurgia ou a última sessão de quimioterapia e/ou radioterapia ou após o
início da terapia de manutenção) dos pacientes.
Os formulários contendo os dados pessoais, sócio-demográficos e clínicos dos
pacientes serão arquivados e os dados pessoais dos pacientes serão mantidos em
sigilo, sob responsabilidade do pesquisador, e serão utilizados apenas para contato
com o paciente para agendamento das entrevistas posteriores ou em outras situações
nas quais o contato se faça necessário.
6.3 Riscos e Benefícios
O estudo permitirá o levantamento das alterações provocadas pelo tratamento
na qualidade de vida dos pacientes e planejamento das intervenções da equipe de
saúde, individual e coletivamente, dentro do ambulatório de oncologia, bem como
individualmente juntamente com os familiares do paciente para reabilitação, controle
de sintomas, redução dos efeitos adversos e da mortalidade.
Não há risco associado à realização do presente estudo, já que a aplicação do
questionário não altera o tratamento estabelecido aos pacientes e/ou a forma como
serão atendidos e não coloca em risco sua saúde.
9
6.4 Análise dos resultados
A análise dos resultados será realizada conforme recomendado por Fayers e
colaboradores (2001). O EORTC-C30 é composto de escalas multi-item e medidas de
item único. Isso inclui cinco escalas funcionais, três escalas de sintomas, uma escala de
saúde global / escala de qualidade de vida e seis itens únicos. Cada uma das escalas
multi-item inclui um grupo diferente de itens e nenhum item se repete em outra
escala.
A cada escala e medida de item único atribui-se uma pontuação de 0 a 100.
Uma pontuação alta representa um alto nível de resposta, da seguinte maneira:
 Alta pontuação para a escala funcional representa um alto nível de saúde funcional;
 alta pontuação para o estado geral de saúde / qualidade de vida representa uma
alta qualidade de vida, mas
 alta pontuação para a escala de sintomas representa um alto nível de sintomas e/ou
problemas.
O princípio para atribuir os pontos a cada escala é o mesmo para todas elas:
1) Estima-se a média dos itens que contribuem para a escala, obtendo-se a pontuação
bruta (PB), por meio da equação:
=
( +
+
+⋯
)
2) Aplica-se uma transformação linear para padronizar a pontuação bruta, de forma
que a pontuação final (PF) varie de 0 a 100, da seguinte maneira:
Para a escala funcional:
Para a escala de sintomas:
Para a escala de saúde global:
= 1−
=
=
−1
−1
−1
100
100
100
Sendo que o Range é a variação entre o valor máximo e mínimo de pontuação bruta
(PB) em cada escala. Como os itens na mesma escala têm a mesma faixa de pontuação
10
possível, o range das escalas funcional e de sintomas é 3 e da escala geral de saúde /
qualidade de vida é 6.
6.5 Análise Estatística
Os dados dos questionários serão transcritos para planilha digital e processados em
software estatístico STATA v.9.2. Serão produzidas tabelas de frequência do tipo linhas por
colunas com frequências absolutas e relativas das variáveis estudadas, além do cálculo de
prevalências, médias, desvios padrão e medianas. A existência de relação entre variáveis
qualitativas estudadas será determinada por teste de Quiquadrado e Exato de Fisher e a
comparação das variáveis quantitativas através de análise de variância, teste T de Student,
Teste U de Man-Whitney e Kruskal-Wallis conforme indicação. O nível de significância
utilizado será de 0,05.
7 Cronograma de atividades e planejamento financeiro
O cronograma de atividades previsto para o presente projeto é apresentado na
TAB. 1.
TABELA 1 – Cronograma de atividades previsto para o presente projeto.
Ano
Semestre
Atividade
Submissão e análise pelo CEP
Coleta e análise dos dados
Análise estatística dos dados
Apresentação dos resultados em congressos
Preparação e submissão de manuscrito para
publicação
Elaboração do relatório final da pesquisa
2014
1°
2015
2016
2017
2°
1°
2°
1°
2°
1°
X
X
X
X
X
X
2°
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
O planejamento financeiro previsto para o presente projeto é apresentado na
TAB. 2.
11
TABELA 2 – Despesas previstas para o presente projeto de pesquisa.
Descrição da Despesa
Valor (R$)
Material de papelaria
150,00
Fotocópias dos questionários
250,00
Transporte
100,00
TOTAL
500,00
As despesas serão custeadas pelo pesquisador responsável e pela Faculdade de
Medicina de Barbacena (FAME/FUNJOB), por meio de recursos atribuídos a projetos de
pesquisa selecionados. Não haverá investimento de recursos por parte dos sujeitos da
pesquisa, bem como da instituição na qual o projeto será desenvolvido (Hospital
Ibiapaba de Barbacena).
8 Referências Bibliográficas
1. AARONSON, N. K.; AHMEDZAI, S.; BERGMAN, B.; BULLINGER, M.; CULL, A.; DUEZ, N.
J.; FILIBERTI, A.; FLECHTNER, H.; FLEISHMAN, S. B.; DE HAES, J. C. J. M.; KAASA, S.;
KLEE, M. C.; OSOBA, D.; RAZAVI, D.; ROFE, P. B.; SCHRAUB, S.; SNEEUW, K. C. A.;
SULLIVAN, M.; TAKEDA, F. The European Organisation for Research and Treatment
of Cancer QLQ-C30: A quality-of-life instrument for use in international clinical trials
in oncology. Journal of the National Cancer Institute 1993; 85: 365-376.
2. ACAR, C.; SCHOFFELMEER, C. C.; TILLIER, C.; BLOK, W.; MUILEKOM, E. V.; POEL H. G.
V. D. Quality of life in patients with low-risk prostate cancer. A comparative
retrospective
study:
brachytherapy
versus
robot-assisted
laparoscopic
prostatectomy versus active surveillance. Journal of Endourology 2014; 28(1): 117124.
3. ANDRADE, V.; SAWADA, N. O.; BARICHELLO, E. Qualidade de vida de pacientes com
câncer hematológico em tratamento quimioterápico. Revista da Escola de
Enfermagem USP 2013; 47(2): 355-361.
12
4. ARRARAS, J. I.; SUÁREZ, J.; ARIAS-DE-LA-VEGA, F.; VERA, R.; IBÁNEZ, B.; ASIN, G.;
VIUDEZ, A.; ZARANDONA, U.; RICO, M.; HERNÁNDEZ, I. Quality of life assessment by
applying EORTC questionnaires to rectal cancer patients after surgery and
neoadjuvant and adjuvant treatment. Revista Esparola de Enfermedades Digestivas
2013; 105(5): 255-261.
5. FAYERS, P. M.; AARONSON, N.K.; BJORDAL, K.; GROENVOLD, M.; CURRAN, D.;
BOTTOMLEY, A., on behalf of the EORTC Quality of Life Group. The EORTC QLQ-C30
Scoring Manual (3rd Edition). European Organisation for Research and Treatment of
Cancer, Bruxelas 2001.
6. FLECK,M.P.A.; LEAL, O.F.; LOUZADA, S.; XAVIER, M.; CHACHAMOVICH, E.; VIEIRA G;
et. al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de avaliação de
qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Revista Brasileira de Psiquiatria
1999;21(1):19-28
7. FRANZI, S.A; SILVA, P.G. Avaliação da qualidade de vida em pacientes submetidos á
quimioterapia ambulatorial
no
Hospital
Heliópolis.
Revista
Brasileira
de
Cancerologia,2003, 49(3):153-158
8. GUPTA, D.; BRAUN, D. P.; STAREN, E. D. Prognostic value of changes in quality of life
scores in prostate cancer. BMC Urology 2013; 13:32.
9. HENDREN, S.; GRIGGS, J. J.; EPSTEIN, R.; HUMISTON, S.; JEAN-PIERRE, P.; WINTERS,
P.; SANDERS, M.; LOADER, S.; FLACELLA, K. Randomized controlled trial of patient
navigation for newly diagnosed cancer patients: effects on quality of life. Cancer
Epidemiology, Biomarkers & Prevention, 2012; 21(10).
10.
INCA. Agência internacional lança estatística global de câncer. Dísponivel
em:<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/notici
as/2010/agencia_internacional_pesquisa_cancer_lanca_estatisticas>. Acesso em 19
de novembro de 2013.
11.
INCA. Pesquisa de incidência de câncer no Brasil - Estimativa 2012. Disponível
em: <http://www.inca.gov.br/estimativa/2012/index.asp?ID=2>. Acesso em 19 de
novembro de 2013.
12.
JORDAN, K.; PROSKOROVVSKY, I.; LEWIS, P.; ISHAK, J.; PAYNE, K.; LORDAN, N.;
KYRIAKOU, C.; WILLIAMS, C. D.; PETERS, S.; DAVIES, F. E. Effect of general symptom
level, especific adverse events, treatmant patterns, and patient characteristics on
13
health-related quality of life in patients with multiple myeloma: results of a
European, multicenter cohort study. Support Care Cancer, 2014; 22: 247-246.
13.
KAMAL, A.H.; BULL, J.; STINSON, C. S.; BLUE, D. L.; ABERNETHY, A. P.
Conformancewithsupportivecarequalitymeasuresisassociatedwithbetterqualityoflify
in patients with cancer receiving palliative care. Journal of Oncology Practice, 2013;
9(3): 73-76.
14.
LOFDAHL, E.; BERG, G.; JOHANSSON, K. A.; ZACHRISSON, M. L.; MALMGREN, H.;
MERCKE, C.; OLSSON, E.; WIREN, L.; JOHANNSSON, G. Compromised quality of life in
adult patients who have received a radiation dose towards the basal parts of the
brain. A case-control study in long-term survivers from cancers in the head and neck
region. Radiation Oncology Journal 2012; 7: 179.
15.
MANTEGNA, G.; PETRILLO, M.; FUOCO, G.; VENDITTI, L.; TERZANO, S.;
ANCHORA, L. P.; SCAMBIA, G.; FERRANDINA, G. Long-term prospective longitudinal
evaluation of emotional distress and quality of life in cervical cancer patients who
remained disease-free 2-years from diagnosis. Biomed Central Cancer 2013; 13:127.
16.
MICHELS, F. A. S.; LATORRE, M. R. D. O; MACIEL, M. S. Validity, reliability and
understanding of the EORTC-C30 and EORTC-BR23, quality of life questionnaires
specific for breast câncer. Revista Brasileira de Epidemiologia 2013; 16(2): 352-63.
17.
MORO-VALDEZATE, D.; PEIRÓ, S.; BUCH-VILLA, E.; CABALLERO-GÁRATE, A.;
MORALES-MONSALVE, D.; MARTÍNEZ-AGULLÓ, A.; CHECA-AYET, F.; ORTEGASERRANO, J. Evolution of health-related quality of life in breast cancer patients
during the first year of follow-up. Journal of Breast Cancer 2013; 16(1): 104-111.
18.
ROMANZOTI, N. O que é câncer. Hypescience 2013. Disponível em
<http://www.hypescience.com/o-que-e-cancer/>.
19.
SEIXAS, J.R.; KESSLER, A; FRISON, V. B. Atividade física e qualidade de vida em
pacientes oncológicos durante o período de tratamento quimioterápico. Revista
Brasileira de Cancerologia 2010;56(3):321-330.
20.
WASADA, I.; EGUCHI, H.; KURITA, M.; KUDO, S.; SHISHIDA, T.; MISHIMA, Y.;
SAITO, Y.; USHIOROZAWA, N.; SETO, T.; SHIMOZUMA, K.; MORITA, S.; SAITO, M.;
YOKOMIZO,
Y.;
ISHIZAWA,
K.;
OHASHI,
Y.;
EGUCHI,
K.
Anemia
affectsthequalityoflifeofjapanesecancerpatients. The TokaiJournalof Experimental
andClinical Medicine 2013; 38(1): 7-11.
14
21.
WINTNER, L.M.; GIESINGER, J. M.; ZABERNIGG, A.; SZTANKAY, M.; MERANER,
V.; PALL, G.; HILBE, W.; HALZNER, B. Quality of life during chimotherapy in lung
cancer patients: results across diferente treatmant lines. British Journal of Cancer
2013; 109: 2301-2308.
22.
YILMAZ, E.; OZALEVLI, S.; ERSOZ, H.; YEGIN, A.; ONEN, A.; AKKOÇLU, A.
Comparisonofhealth-relatedqualityoflifeandexercisecapacityaccordingtostage
in
patientswith non-smallcelllungcancer. TuberkToraks 2013; 61(2): 131-139.
23.
ZANDONAI, A.P; CARDOZO, F.M.C; NIETO, I.N.G; SAWADA, N.O.Qualidade de
vida nos pacientes oncológicos: Revisão integrativa da literatura latino americana.
Revista
Eletrônica
de
Enfermagem
2010;12(3):554-561.
em<http://www.fen.ufg.br/revista/v12/n3/v12n3a20.htm.>.
novembro de 2013.
Acesso
Disponível
em
19
APÊNDICES
Apêndice 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Projeto: “Avaliação das alterações na qualidade de vida provocadas pelo tratamento
em pacientes oncológicos”
Pesquisador responsável: Prof. Dra. Priscilla Brunelli Pujatti
Eu,
_____________________________________,
inscrito
sob
CPF
n°
____________-___, identidade n° _______________, ________, estou sendo
convidado a participar desse estudo, cujo objetivo é avaliar as alterações na minha
qualidade de vida provocadas pelo tratamento e relacioná-las a fatores relacionados
a minha doença. A detecção nessas alterações na minha qualidade de vida é
fundamental para o auxílio da equipe de saúde, com o intuito de melhorá-la.
A minha participação no referido estudo será no sentido de responder a um
questionário sobre minha qualidade de vida em geral e sintomas que tenho, em três
momentos: antes do início do meu tratamento, mais ou menos na metade do meu
tratamento e após o período de tratamento.
Fui alertado de que, dessa pesquisa, posso esperar alguns benefícios, tais como
levantamento das alterações provocadas pelo tratamento na minha qualidade de
vida e planejamento das intervenções da equipe de saúde juntamente com os meus
familiares para reabilitação, controle dos meus sintomas e efeitos colaterais que eu
tiver. Também recebi o esclarecimento de que essa pesquisa não me causará
desconfortos e não há risco a minha saúde, já que não haverá alterações no meu
tratamento ou na forma como serei atendido.
Durante todo o período de realização da pesquisa serei acompanhado pelos
pesquisadores envolvidos no referido projeto, além da equipe de saúde envolvida em
meu tratamento, tendo direito a saber os resultados obtidos em relação à minha
qualidade de vida. Após o término da pesquisa, poderei ter acesso aos meus
resultados a qualquer momento por até 5 anos de sua realização, sendo necessário
apenas entrar em contato com o pesquisador responsável.
Apêndice 1
Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou
qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será
mantido em segredo.
Também fui informado de que posso me recusar a participar do estudo, ou
desistir de participar em qualquer momento da pesquisa, sem precisar justificar, e de
que, por desejar sair da pesquisa, não sofrerei qualquer prejuízo à assistência que
venho recebendo.
É assegurada a assistência durante toda pesquisa, bem como me é garantido o
livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas
conseqüências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha
participação. Fui informado de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a
pagar, por minha participação. Além disso, me é garantido a devolução de qualquer
despesa e o recebimento de indenização por quaisquer danos que eu tenha por
causa dessa pesquisa.
A pesquisadora responsável é a Dra. Priscilla Brunelli Pujatti, e com ela poderei
manter contato antes, durante e após o término da pesquisa pelos telefones
(32)33311895, (32)33392950 e (21)980369876. A pesquisadora pertence à Faculdade
de Medicina de Barbacena (FAME/FUNJOB).
Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e
compreendido a natureza e o objetivo do estudo, manifesto meu livre consentimento
em participar, assinando termo em duas vias, sendo que uma delas ficará em meu
poder.
Barbacena, ________ de ___________ de 20___
_________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa
_________________________________________
Assinatura e carimbo do pesquisador responsável
Apêndice 2
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA PROVOCADAS
PELO TRATAMENTO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS
Pesquisador(a) Responsável: Prof. Dra. Priscilla Brunelli Pujatti
FORMULÁRIO DE CADASTRO DE PACIENTE
DADOS PESSOAIS
Nome do
Paciente:
Idade:
Escolaridade:
Renda Familiar:
Sexo:
( ) 18 a 30 anos ( ) 31 a 40
Estado
anos
civil:
( ) 41 a 50 anos ( ) 51 a 60
anos
( ) 61 a 65 anos ( ) > 65 anos
( ) Analfabeto
Filhos:
( ) 1° Grau Incompleto
( ) 1° Grau Completo
( ) 2° Grau Incompleto
( ) 2° Grau Completo
( ) Superior Incompleto
( ) Superior Completo
( ) Até R$ 725,00
( ) R$ 726 a 1550
( ) R$ 1551 a 2275
( ) R$ 2276 a 3000
( ) > R$ 3000
( )M
( )F
( ) Solteiro(a)
( ) Casado(a)
( )
Divorciado(a)
( ) Viúvo(a)
( )0
( )1
( )2
( )3
( ) 4 ou mais
Endereço:
Telefones de Contato:
DADOS DA DOENÇA
Tipo do tumor:
Localização:
Tratamento:
Grau:
( ) I ( ) II
( ) III ( ) IV
TNM:
( ) Cirurgia
( ) Quimioterapia
( ) Radioterapia
( ) Outro:
____________________
Barbacena, ______ de _______________ de 20____
Próxima entrevista prevista para: ________________ (Mês/Ano)
Responsável pela coleta: __________________________________________________
ANEXO
Anexo 1
Anexo 1
Download