2.2 2.2.1 Fatores Dinâmicos e Estáticos O clima da região

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2
CLIMA, QUALIDADE DO AR E EMISSÕES SONORAS
2.2
CLIMA
2.2.1
Fatores Dinâmicos e Estáticos
O clima da região é tropical quente e semi-úmido (de quatro a cinco meses
secos), sendo resultado de uma combinação de fatores estáticos (localização
geográfica e topografia) e dinâmicos (massas de ar). Os fatores dinâmicos que
determinam o clima são de micro, meso e grande escala, como a Zona de
Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e as Frentes Frias, principais responsáveis
pela precipitação na região, o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e o
Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN) que, dependendo das suas posições,
ocasionam grandes períodos de estiagem (MINUZZI et. al., 2007).
A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é definida como uma
persistente banda de nebulosidade e precipitação, com orientação noroestesudeste, que se estende desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do
Oceano Atlântico Sul-Central por alguns milhares de quilômetros, bastante
presente nos meses de verão. Além disso, deve haver persistência de pelo menos
quatro dias desta configuração, pois, caso contrário, a confluência pode ser
gerada apenas pela penetração de um sistema frontal (KODAMA, 1992, 1993;
SATYAMURTI et. al., 1998; LIEBMANN et. al., 2001; CARVALHO et. al., 2002a,
2004).
Para as regiões sul-sudeste no período de verão, a ZCAS tem importante papel
na ocorrência de veranicos e enchentes severas. Além disso, existem
modulações na escala intrasazonal e interanual que dão origem a significativas
anomalias climáticas no Brasil.
Outro fator que influencia o regime pluviométrico regional são as altas
subtropicais, que são sistemas de alta pressão localizados em torno da latitude de
30º, nos principais oceanos do planeta (Figura 2.2-1). Elas estão associadas à
circulação média meridional da atmosfera, surgindo devido às células de Hadley.
No Atlântico Sul, a Alta Subtropical (ASAS) é de grande importância para o clima
da América do Sul. Ela afeta o clima tanto no inverno quanto no verão.
Durante o período de inverno, ela inibe a entrada de frentes e causa inversão
térmica e concentração de poluentes nos principais centros urbanos das regiões
sul e sudeste. A dinâmica desse sistema também favorece a formação de
nevoeiros e geadas nas regiões sul e sudeste. Por outro lado, no verão o
transporte de umidade nos baixos níveis troposféricos ao longo da ZCAS é
afetado pela circulação associada a ASAS.
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A
B
Legenda:
ITCZ = Zona de Convergência Intertropical
Monthly Precipitation (mm) = Precipitação Mensal (mm)
Polar Front = Frente Polar
Hadley Cells = Células de Hadley
Profile View = Vista de Perfil
Subtropical Highs = Altas Subtropicais
Article Circle = Círculo de Ártico
Tropic of Cancer = Trópico de Câncer
Equator = Equador
Tropic of Capricorn = Trópico de Capricórnio
Antarctic Circle = Círculo de Antártico
FIGURA 2.2-1: CENTROS DE ALTA PRESSÃO (H), BAIXA PRESSÃO (L);
A) JANEIRO – PERÍODO DO VERÃO, B) JULHO – PERÍODO INVERNO.
FONTE: EARTH, SPACE & AVIATION SCIENCES (2009)
BASTOS & FERREIRA (2000) citam que no período de inverno a ASAS influencia
grandes centros urbanos, principalmente nas proximidades do litoral da região
sudeste do Brasil. Pelo fato do continente estar mais frio que o oceano, a ASAS
tende a migrar para o continente, onde o vento encontra-se consideravelmente
fraco nas regiões sul e sudeste. Esta migração pode ser também visualizada na
Figura 2.2-1. Esses fatores são propícios à formação de nevoeiros de radiação, e
inversões térmicas. A inversão térmica é muito comum, caracterizada pela
anomalia da temperatura que aumenta com a altitude. As regiões que mais
sofrem influência da ASAS são as regiões sul, sudeste e centro oeste do Brasil.
Durante o verão, os ventos de superfície associados a ASAS enfraquecem à
medida que se aproximam do continente, com exceção da vizinhança do Atlântico
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Sudeste. Esta característica diminui o transporte de vapor d’água na costa do
nordeste. Ao longo do litoral dos estados da região sudeste os ventos são
predominantemente de NE, favorecendo o transporte de umidade do oceano
Atlântico Equatorial para o ramo oceânico da ZCAS. Do ponto de vista da
circulação, comparando as situações de inverno e verão, observa-se que a ASAS
desloca-se ligeiramente para sudoeste e se torna mais presente no verão.
Como dito anteriormente, na região sudeste do Brasil, durante todo o ano, sopram
ventos de NE a E (Sistema de Correntes de Nordeste a Leste) oriundos da ASAS.
Segundo NIMER (1989), esta massa de ar tropical possui temperaturas
relativamente elevadas, fornecidas pela intensa radiação solar e do solo das
latitudes tropicais, além de forte umidade específica fornecida pela intensa
evaporação marítima, que fica em geral limitada à camada superficial. Tais
condições conferem à massa de ar um caráter de homogeneidade e estabilidade,
mantendo o tempo estável e geralmente ensolarado, sendo a condição
meteorológica predominante no sudeste do Brasil.
O Estado do Rio de Janeiro, por estar situado na região sudeste do Brasil, sofre
influência direta em seu clima dos fenômenos meteorológicos descritos
anteriormente. Nele, a chegada de correntes perturbadas apresentadas na
Figura 2.2-2, normalmente provoca instabilidades e bruscas mudanças do tempo,
geralmente acompanhadas de chuvas. Tais correntes são denominadas de:
 Sistema de Correntes Perturbadas de Sul (S): representadas pela invasão de
anticiclone polar;
 Sistema de Correntes Perturbadas de Oeste (W): o sistema de instabilidade de
W. Nos meados da primavera a meados do outono, a Região Sudeste é
regularmente invadida por ventos de W a NW trazidos por linhas de
instabilidade tropicais (IT); e
 Sistema de Correntes Perturbadas de Leste (E): são característicos dos litorais
das regiões tropicais atingidos pelos alísios.
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Sistema de Circulação Predominante (NE-E)
Sistema de Circulação Perturbada de S (FP)
Sistema de Circulação Perturbada de W (IT)
Sistema de Circulação Perturbada de E (EW)
FIGURA 2.2-2: SISTEMAS DE CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA ATUANTES NO RIO
DE JANEIRO. FONTE: ADAPTADO DE NIMER (1989).
2.2.2
Elementos Climáticos
Nesta seção são descritas as variáveis meteorológicas na região de inserção do
empreendimento, contemplando:







Precipitação pluviométrica;
Temperatura;
Evaporação e cobertura de nuvens;
Umidade relativa do ar;
Radiação solar;
Pressão atmosférica; e
Direção e velocidade do vento.
A caracterização climática foi realizada com a base de informações apresentada
no Quadro 2.2-1 obtida das seguintes fontes:
 Agência Nacional de Águas (ANA) – Sistema HidroWeb;
 Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) – Rede de Estações e Normais
Climatológicas; e
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 Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET) – Estações
Meteorológicas.
QUADRO 2.2-1: DADOS DAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS
ESTAÇÃO
CÓDIGO
FONTE
COORDENADAS
PARÂMETROS
PERÍODO
Cardoso Moreira
2141003
ANA
229.201 E
7.621.142 S
PP
1939 a 2005
Campos – Ponte
Municipal
2141002
ANA
262.108 E
7.592.705 S
PP
1946 a 2005 b
Usina Quissamã
2241002
ANA
245.063 E
7.553.358 S
PP
1966 a 2005
c
São Fidélis
2141005
ANA
215.132 E
7.603.910 S
PP
1939 a 2005
d
Dois Rios
2141006
ANA
204.109 E
7.603.926 S
PP
1939 a 2005 e
Presidente Kennedy
A-622
INMET
288.220 E
7.665.295 S
PP, TA, UR, VV, DV,
PA
2009
261.874 E
7.598.794 S
DV, VV, PA, TA, CN 2007 a 2009
285.824 E
7.582.909 S
PP, TA, UR, VV, DV,
2008 a 2010
RS, PA, DP
Aeroporto de Campos
MPX – Água Preta
SBCP REDEMET
ND
EcoSoft
a
Legenda:
PP precipitação pluviométrica;
RS
radiação solar;
TA temperatura do ar;
PA
pressão atmosférica;
UR umidade relativa do ar;
CN
cobertura de nuvens;
VV velocidade do vento;
PA
pressão atmosférica;
DV direção do vento;
IN
insolação;
EV evaporação;
DP
desvio padrão da direção do vento;
NA Não Aplicável;
ND
Não Disponível.
Notas:
a) os efetivos períodos das medições foram: 1939 a 1977, 1982 a 1995 e 2001 a 2005;
b) os efetivos períodos das medições foram: 1946 a 1970 e 2002 a 2005;
c) o efetivo período da medição foi de 1966 a 2005;
d) os efetivos períodos das medições foram: 1939 a 1977, 1989 a 1995 e 2001 a 2005;
e) os efetivos períodos das medições foram: 1939 a 1977, 1982 a 1995 e 2001 a 2005.
O Mapa 2.2-1 apresenta a localização das estações meteorológicas, bem como
sua disposição em relação à área de estudo.
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MAPA 2.2-1: ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS UTILIZADAS NO DIAGNÓSTICO DE CLIMA
VI .2-7/38
2.2.3
Precipitação Pluviométrica
Com base no Mapa Climático de Precipitação Pluviométrica Acumulada Anual
(1931-1990) do INMET (2010), observa-se na região um total de chuvas da ordem
de 1.200 mm por ano, e a ocorrência de aproximadamente 130 dias de chuva por
ano. A Figura 2.2-3 e a Figura 2.2-4, a seguir, mostram os valores médios
mensais de precipitação pluviométrica e o número de dias de chuva, compilados a
partir das séries de dados registradas nas estações. Os gráficos mostram
claramente os períodos chuvosos e de estiagem na região. O segundo se estende
de maio a setembro, onde a precipitação média está em torno de 50 mm. A partir
do mês de outubro inicia-se o período chuvoso, o qual se prolonga até meados de
abril. Nesta época do ano a atuação dos sistemas frontais e da ZCAS favorece o
aumento de precipitação, ocasionando muitas vezes enchentes.
FIGURA 2.2-3: MÉDIAS MENSAIS DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
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FIGURA 2.2-4: NÚMERO DE DIAS DE CHUVA
2.2.4
Temperatura do Ar
A Figura 2.2-5 e a Figura 2.2-6, a seguir, apresentam, respectivamente, as
variações de temperatura do ar baseadas no Mapa Climático das Normais
Climatológicas do INMET, e as médias mensais registradas nas estações
meteorológicas do Aeroporto de Campos, Presidente Kennedy e MPX-Água
Preta. A temperatura média apresenta pequena oscilação ao longo dos meses do
ano, variando em torno de 6 ºC do mês mais quente (fevereiro) ao mês mais frio
(junho).
As médias mensais da temperatura apresentam um padrão sazonal, sendo
maiores no verão, em torno de 27 ºC, e menores no inverno, em torno de 21 ºC. A
estação do aeroporto de Campos possui temperaturas mais altas do que as
demais estações, cerca de 3 ºC acima, devido a sua localização mais afastada do
litoral. As temperaturas médias observadas foram de 25,6 ºC na estação do
aeroporto de Campos, 24,1 ºC na estação de Presidente Kennedy e de 23,8 ºC na
estação MPX-Água Preta.
Verifica-se que o período chuvoso possui relação direta com o aumento da
temperatura durante a primavera e verão. Isso ocorre devido à combinação do
aumento do transporte de umidade, através da intensificação do sistema de Alta
Pressão sobre a Bolívia, transportando umidade da região amazônica para o
Brasil Central e Região Sudeste, juntamente com o transporte de umidade do
oceano ocasionado pela ação da Alta do Atlântico Sul. Esses transportes de
umidade, combinados com altas temperaturas, proporcionam uma significativa
convecção sobre a região, ocasionando as chuvas intensas observadas durante
este período.
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Área de Estudo
FIGURA 2.2-5: MAPA CLIMÁTICO DE TEMPERATURA MÉDIA
ANUAL – 1931-1990. FONTE: ADAPTADO DE INMET (2010)
FIGURA 2.2-6: MÉDIAS MENSAIS DE TEMPERATURA.
2.2.5
Evaporação e Nebulosidade
Com base no Mapa Climático de Evaporação e no Mapa Climático de
Nebulosidade do Brasil (INMET, 2010), observa-se na região que a evaporação
acumulada anual é da ordem de 800 a 1.200 mm e que a nebulosidade (cobertura
de nuvens) média varia entre 5 e 6 décimos.
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2.2.6
Umidade Relativa
A umidade relativa do ar mantém-se geralmente elevada durante todo o ano,
condição típica de região litorânea no sudeste brasileiro, com média anual de
80%. A Figura 2.2-7 apresenta as médias mensais obtidas da análise da série
temporal das estações MPX-Água Preta e Presidente Kennedy. Diferentemente
dos outros parâmetros analisados anteriormente, a umidade relativa (UR) não
exibe um padrão sazonal. Nas estações MPX-Água Preta e Presidente Kennedy,
os valores médios de umidade relativa são altos e semelhantes, da ordem de
77 % devido à proximidade com o oceano.
FIGURA 2.2-7: MÉDIAS MENSAIS DE UMIDADE RELATIVA.
2.2.7
Pressão Atmosférica
A média anual registrada nas estações MPX-Água Preta e Campos são
semelhantes, com valores de 1016 e 1015 hPa, respectivamente (Figura 2.2-8).
Na estação Presidente Kennedy os valores são inferiores (média de 1005 hPa). A
sazonalidade é similar nas 3 estações meteorológicas, com máximas durante o
inverno e mínimas durante o verão. A oscilação para cima durante o inverno é
fruto da migração dos centros de alta pressão do oceano para o continente,
devido à queda de temperatura sobre o continente. O período chuvoso (verão) é
caracterizado pelo abaixamento de pressão, padrão esperado para esta região.
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FIGURA 2.2-8: MÉDIAS MENSAIS DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA
2.2.8
Insolação e Radiação Solar
A insolação indica o número de horas de exposição à luz solar que ocorre em
determinada região. De acordo com o Mapa Climático de Insolação, a insolação
média anual normalizada da região está entre 2.100 a 2.400 horas de sol (INMET,
2010). A radiação solar indica o fluxo de energia solar incidente sobre uma
determinada área. A Figura 2.2-9 apresenta as médias horárias de radiação
solar, observadas na estação MPX-Água Preta, que entrou em operação desde
julho de 2008. Observa-se um comportamento padrão da variável analisada, com
máximos ao meio dia. O fluxo de radiação médio incidente em São João da Barra
foi de aproximadamente 222 W.m-2.
FIGURA 2.2-9: MÉDIAS HORÁRIAS DA RADIAÇÃO SOLAR
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2.2.9
Direção e Velocidade do Vento
Foram identificadas três estações com séries de registros de direção e velocidade
do vento com informações adequadas para o diagnóstico regional. A
Figura 2.2-10 apresenta a variação da velocidade do vento ao longo do ano nas
estações de Presidente Kennedy, Aeroporto de Campos e MPX-Água Preta. As
velocidades médias nas três estações foram de 3,5 m.s -1 em Presidente Kennedy,
3,7 m.s-1 no Aeroporto de Campos e 3,1 m.s-1 na estação MPX-Água Preta.
Observa-se que as três estações possuem um comportamento sazonal
semelhante, com velocidades mínimas de março a julho (durante outono inverno) e máximas entre agosto e fevereiro (durante primavera - verão). De
acordo com a classificação de intensidade dos ventos de Beaufort, as médias de
velocidades apresentam-se com graus entre 2 e 3, classificados como brisa suave
e brisa leve, respectivamente.
FIGURA 2.2-10: VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO
A Figura 2.2-11 apresenta as rosas dos ventos obtidas das análises das séries
temporais de direção e velocidade do vento medidas nas estações Presidente
Kennedy, Aeroporto de Campos e MPX-Água Preta. Observa-se em todas elas a
predominância das direções do primeiro quadrante, com maior ocorrência (10 –
15 %) da direção nordeste (NE) e de 5 a 10 % de ocorrência de ventos da direção
sudoeste (SW). Na estação do Aeroporto de Campos é verificado um
deslocamento da direção predominante do vento (de NE e SW), com ventos na
direção leste-nordeste (ENE), sendo a ocorrência de 15%. Atribui-se essa
mudança ao fato de que a estação está situada mais afastada do litoral,
diferentemente das estações Presidente Kennedy e MPX – Água Preta.
Na estação de Presidente Kennedy há um forte componente de SW (superior a
10 %) devido à presença de montanhas localizadas 10 km a oeste da estação,
fazendo com que a brisa de vale-montanha seja frequente na região. O percentual
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de calmaria é da ordem de 3,1 % para MPX-Água Preta; 0,8 % em Presidente
Kennedy e 14 % no Aeroporto de Campos.
FIGURA 2.2-11: ROSAS DOS VENTOS
2.3
QUALIDADE DO AR
Na região prevista para a implantação do empreendimento, o monitoramento da
qualidade do ar vem sendo realizado desde 2008, quando foi instalada uma
estação automática de propriedade da empresa MPX, situada no povoado de
Água Preta, no município de São João da Barra, na parte sul da área prevista
para o DISJB. As análises de qualidade do ar apresentadas foram geradas a
partir da compilação e interpretação dos dados obtidos pela referida estação
automática (Figura 2.3-1), no período de 01/12/2008 a 14/05/2010.
285.824 E
7.582.909 S
FIGURA 2.3-1: ESTAÇÃO METEOROLÓGICA E DE
QUALIDADE DO AR – MPX ÁGUA PRETA
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2.3.1
Parâmetros Monitorados
O Quadro 2.3-1 apresenta a relação de parâmetros medidos na estação MPXÁgua Preta e suas respectivas metodologias de medição, que são certificados
pela USEPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América).
Atualmente, o local que abriga a estação se apresenta isento de fontes emissoras
antropogênicas interferentes, possibilitando estabelecer um bom cenário
referencial da qualidade do ar da região.
QUADRO 2.3-1: PARÂMETROS MONITORADOS NA ESTAÇÃO AUTOMÁTICA DE PROPRIEDADE DA
MPX INSTALADA EM ÁGUA PRETA - SÃO JOÃO DA BARRA
PARÂMETRO MONITORADO
METODOLOGIA DE MEDIÇÃO
EQUIPAMENTO UTILIZADO
Partículas totais em suspensão (PTS)
Absorção de raios beta
Met One BAM 1020
Partículas inaláveis (PI como PM10)
Absorção de raios beta
Met One BAM 1020
Dióxido de enxofre (SO2)
Fluorescência aos raios ultravioleta
Horiba APSA-360CE
Dióxido de nitrogênio (NO2)
Quimiluminescência
Horiba APNA-360CE
Monóxido de nitrogênio (NO)
Quimiluminescência
Horiba APNA-360CE
Óxidos de nitrogênio (NOx)
Quimiluminescência
Horiba APNA-360CE
Monóxido de carbono (CO)
Infravermelho não dispersivo
Horiba APMA-360CE
Hidrocarbonetos totais (HCT)
Ionização de chama
Horiba APHA-360CE
Hidrocarbonetos não metano (HCnM)
Ionização de chama
Horiba APHA-360CE
Metano (CH4)
Ionização de chama
Horiba APHA-360CE
Ozônio (O3)
Absorção de ultravioleta
Horiba APOA-360CE
Velocidade escalar do vento (VV)
Anemômetro de conchas
Met One 014A
Direção escalar do vento (DV)
Biruta com pá balanceada
Met One 024A
Temperatura do ar (TA)
Termistor
Met One 083D-1-35
Umidade relativa do ar (UR)
Termistor
Met One 083D-1-35
Precipitação pluviométrica (PP)
Pluviômetro de gangorra
Met One 372
Radiação solar global (RS)
Piranômetro
Met One 096-1
2.3.2
Padrões de Qualidade do Ar
A qualidade do ar de uma dada região é o resultado de diversos fatores,
envolvendo a emissão de contaminantes atmosféricos por fontes fixas e móveis,
locais e distantes, juntamente com as condições físicas e meteorológicas
reinantes que determinam, assim, a concentração dos poluentes na atmosfera.
Com o intuito de estabelecer estratégias para o controle, preservação e
recuperação da qualidade do ar válidas para todo o território nacional, conforme
previsto na Lei nº 6.938/81, foi instituído o Programa Nacional de Controle da
Qualidade do Ar - PRONAR pela Resolução CONAMA nº 05/89, dando definições
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VI. 2-16/38
e diretrizes para o gerenciamento. Com base nesta norma, foi editada, em
28/06/90, a Resolução CONAMA nº 03/90, que estabelece padrões de qualidade
do ar, métodos de amostragem e análise dos poluentes atmosféricos, assim como
níveis de qualidade atinentes a um plano de emergência para episódios críticos
de poluição do ar, visando subsidiar providências dos governos estaduais e
municipais, com o objetivo de prevenir grave e iminente risco à saúde pública.
A mesma resolução estabeleceu também que: “Enquanto cada Estado não definir
as áreas de Classe I, II e III mencionadas no item 1.3, subitem 1.3.2, da
Resolução CONAMA nº 05/89, serão adotados os padrões primários de qualidade
do ar estabelecidos nesta resolução”. Desta forma, para a área de estudo,
aplicam-se os padrões primários de qualidade do ar.
O Quadro 2.3-2 apresenta os padrões de qualidade do ar, primários e
secundários, estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 03/90.
QUADRO 2.3-2: PADRÕES DE Q UALIDADE DO AR – RESOLUÇÃO CONAMA Nº 03/1990
PADRÃO PRIMÁRIO b
POLUENTE
Partículas Totais em
Suspensão (PTS)
Partículas Inaláveis <10 µm
(PI)
Dióxido de Enxofre (SO2)
Monóxido de Carbono (CO)
Dióxido de Nitrogênio (NO2)
Fumaça
Ozônio (O3)
PADRÃO SECUNDÁRIO c
CONCENTRAÇÃO
(µg/m³)
T EMPO DE
MÉDIA
CONCENTRAÇÃO
(µg/m³)
T EMPO DE
MÉDIA
80 a
1 ano
60 a
1 ano
240
24 horas
150
24 horas
50
1 ano
50
1 ano
150
24 horas
150
24 horas
80
1 ano
40
1 ano
365
24 horas
100
24 horas
10.000 (9 ppm)
8 horas
10.000 (9 ppm)
8 horas
40.000 (35 ppm)
1 hora
40.000 (35 ppm)
1 hora
100
1 ano
100
1 ano
320
1 hora
190
1 hora
150
24 horas
100
24 horas
60
1 ano
40
1 ano
160
1 hora
160
1 hora
Notas:
a. Média Geométrica;
b. Padrão Primário – concentrações que se ultrapassadas poderão afetar a saúde da população.
c. Padrão Secundário – concentrações abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população
bem como o mínimo dano à fauna e à flora. Em áreas poluídas, podem ser entendidos como níveis desejados de
concentração de poluentes, constituindo-se em meta de
longo prazo.
2.3.3
Situação da Qualidade do Ar
As
concentrações
dos
poluentes
atmosféricos,
regulamentados
e
complementares, presentes na atmosfera da região vêm sendo continuamente
medidas e registradas como médias horárias, 24 horas por dia, na estação
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VI. 2-17/38
mencionada. Para interpretação das séries de dados gerados, foram utilizadas
análises estatísticas descritivas e gráficos de séries temporais.
As concentrações dos poluentes são comparadas aos padrões primários de
qualidade do ar estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 03/90, quando
cabíveis, uma vez que nem todos os parâmetros monitorados pela estação
possuem limites estabelecidos pela Resolução.
É importante observar que a comparação com os padrões é feita graficamente
através da leitura direta das medições, para o caso de padrões com referência
temporal de 1 hora, ou com a leitura da média de intervalo compatível, no caso de
referências temporais maiores que 1 hora. As escalas dos gráficos foram
ajustadas para facilitar a comparação dos resultados com os padrões de
qualidade do ar aplicáveis à região.
O Quadro 2.3-3 apresenta apenas para conhecimento dos dados registrados e
sem objetivo de comparação com o padrão ambiental, as análises estatísticas
descritivas das séries horárias dos dados de qualidade do ar, obtidas na estação
MPX-Água Preta.
QUADRO 2.3-3: ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS SÉRIES DE DADOS DE Q UALIDADE DO AR DA
ESTAÇÃO ÁGUA PRETA: PERÍODO DE 01/12/2008 A 14/05/2010
POLUENTE
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
MÍNIMO
MÁXIMO
PTS [µg/m³]
41,0
43,0
2,0
941,0
PI [µg/m³]
24,0
25,0
0,0
642,0
SO2 [µg/m³]
4,4
2,3
0,0
20,2
NO2 [µg/m³]
3,8
3,1
0,0
30,2
NO [µg/m³]
1,5
1,7
0,0
70,0
NOX [µg/m³]
5,3
4,2
0,0
90,0
CO [µg/m³]
172,0
64,9
29,2
2.901,1
HCT [ppm]
2,3
0,4
1,7
5,8
HCnM [ppm]
0,3
0,3
<0,1
2,7
CH4 [ppm]
1,9
0,3
1,2
5,3
O3 [µg/m³]
28,9
16,9
0,0
106,3
Da Figura 2.3-2 a Figura 2.3-9 são exibidos gráficos compreendendo os
resultados das concentrações médias dos poluentes monitorados na estação
MPX-Água Preta, com suas respectivas comparações com os padrões primários
de qualidade do ar, quando aplicáveis.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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Maio, 2011 – Rev. 00
VI. 2-18/38
280
240
200
160
120
80
40
0
1/1/2009
1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009 1/11/2009 1/1/2010
1/3/2010
1/5/2010
Partículas Totais em Suspensão [µg/m³] - Médias de 24 h - Estação MPX
Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 24 h
FIGURA 2.3-2: CONCENTRAÇÕES DE PARTÍCULAS TOTAIS EM SUSPENSÃO
175
150
125
100
75
50
25
0
1/1/2009
1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009 1/11/2009 1/1/2010
1/3/2010
1/5/2010
Partículas Inaláveis (<10µm) [µg/m³] - Médias de 24 h - Estação MPX
Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 24 h
FIGURA 2.3-3: CONCENTRAÇÕES DE PARTÍCULAS INALÁVEIS
Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
VI. 2-19/38
400
350
300
250
200
150
100
50
0
1/1/2009
1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009 1/11/2009 1/1/2010
1/3/2010
1/5/2010
Dióxido de Enxofre [µg/m³] - Médias de 24 h - Estação MPX
Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 24 h
FIGURA 2.3-4: CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE ENXOFRE
360
320
280
240
200
160
120
80
40
0
1/1/2009
1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009 1/11/2009 1/1/2010
1/3/2010
1/5/2010
Dióxido de Nitrogênio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX
Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 1 h
FIGURA 2.3-5: CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO
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Maio, 2011 – Rev. 00
VI. 2-20/38
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1/1/2009
1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009
1/11/2009
1/1/2010
1/3/2010
1/5/2010
Monóxido de Nitrogênio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX
Óxidos de Nitrogênio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX
FIGURA 2.3-6: CONCENTRAÇÕES DE MONÓXIDO DE NITROGÊNIO E Ó XIDOS DE NITROGÊNIO
11.000
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
1/1/2009 1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009 1/11/2009 1/1/2010 1/3/2010 1/5/2010
Monóxido de Carbono [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX
Monóxido de Carbono [µg/m³] - Médias de 8 h - Estação MPX
Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 8 h
FIGURA 2.3-7: CONCENTRAÇÕES DE MONÓXIDO DE CARBONO
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VI. 2-21/38
6
5
4
3
2
1
0
1/1/2009
1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009
1/11/2009
1/1/2010
1/3/2010
1/5/2010
Hidrocarbonetos Totais [ppm] - Médias de 1 h - Estação MPX
Metano [ppm] - Médias de 1 h - Estação MPX
Hidrocarbonetos Não-Metano [ppm] - Médias de 1 h - Estação MPX
FIGURA 2.3-8: CONCENTRAÇÕES DE HIDROCARBONETOS
200
Ozônio [µg/m³]
160
120
80
40
0
1/1/2009
1/3/2009
1/5/2009
1/7/2009
1/9/2009 1/11/2009 1/1/2010
1/3/2010
1/5/2010
Ozônio [µg/m³] - Médias de 1 h - Estação MPX
Padrão Primário de Qualidade do Ar - Médias de 1 h
FIGURA 2.3-9: CONCENTRAÇÕES DE OZÔNIO
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Maio, 2011 – Rev. 00
VI. 2-22/38
Pode-se inferir que nenhum parâmetro apresentou concentrações superiores aos
limites estabelecidos pelos padrões legais vigentes no Brasil (Resolução
CONAMA nº 03/1990).
É importante frisar que o ozônio, utilizado como um traçador de um grupo de
poluentes denominado de oxidantes fotoquímicos, não é um poluente emitido
diretamente por fontes industriais, veiculares ou naturais, mas é formado na
troposfera por meio de reações fotoquímicas de poluentes precursores, tais como
os óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs).
O ozônio normalmente apresenta-se com maiores concentrações em horários
com maior intensidade de luz solar. Os óxidos de nitrogênio, NO e NO 2, são
normalmente resultantes de processos de combustão veicular e industrial. Já os
hidrocarbonetos e os compostos orgânicos voláteis são emitidos através de
processos evaporativos, queima incompleta de combustíveis automotivos, em
processos industriais e também por certos tipos de vegetais.
Na atmosfera mais próxima ao solo, na presença dos precursores, o ozônio é
tanto formado quanto consumido em complexas reações fotoquímicas,
estabelecendo um equilíbrio químico dependente ainda das condições
meteorológicas. As massas de ar contendo precursores e/ou ozônio podem se
dispersar desde as áreas de maior emissão para áreas afastadas das fontes
emissoras.
Assim, concentrações elevadas de ozônio também podem ser encontradas nas
periferias dos grandes centros e mesmo em áreas distantes (dezenas a centenas
de quilômetros) de focos de emissão e sem fontes significativas de poluição
locais.
O Quadro 2.3-4 apresenta o resumo das concentrações de poluentes obtidas
durante o monitoramento e suas comparações com as concentrações limite
estabelecidas pelos padrões primários de qualidade do ar da (Resolução
CONAMA nº 03/90). Como as medições foram obtidas por métodos
automatizados de alta frequência, um grande volume de dados tomados em
horários e situações meteorológicas distintas permite produzir um diagnóstico
apurado da qualidade do ar local, incluindo variações sazonais de curto período e
dando uma amostra representativa das amplitudes das concentrações que cada
parâmetro medido pode alcançar nessa região.
Dessa forma, as concentrações médias de cada poluente foram comparadas, em
caráter de projeção, com os limites estabelecidos pelo padrão de longo período
(médias anuais). Os padrões de curto período (1, 8 e 24 h) foram comparados
com os resultados das máximas concentrações de cada tempo de média
compatível, para cada uma das referências temporais consideradas.
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VI. 2-23/38
QUADRO 2.3-4: RESUMO ESTATÍSTICO DO MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR REALIZADO EM
ÁGUA PRETA E COMPARAÇÃO COM OS PADRÕES PRIMÁRIOS DE QUALIDADE DO AR (RESOLUÇÃO
CONAMA Nº 03/90) – PERÍODO DE 01/12/2008 A 14/05/2010
POLUENTE
PTS [µg/m³]
PI [µg/m³]
SO2 [µg/m³]
NO2 [µg/m³]
CO [µg/m³]
O3 [µg/m³]
REFERÊNCIA
T EMPORAL
24 h
Média anual
PQAR
240
80
ESTAÇÃO ÁGUA PRETA
1
4
CONCENTRAÇÃO MÁXIMA 2
FRAÇÃO DO PQAR [%] 3
230,0
95,8
40,2
50,3
24 h
150
135,0
90,0
Média anual
50
26,2
52,4
24 h
365
8,9
2,4
Média anual
80
5,4
6,8
1h
320
30,2
9,4
Média anual
100
4,2
4,2
1h
40.000
2.901,1
7,3
8h
10.000
633,3
6,3
1h
160
106,3
66,4
Notas:
(1) padrão primário da qualidade do ar estabelecido pela Resolução CONAMA nº 03/1990;
(2) concentração máxima de curto período (1, 8 ou 24 h) ou máxima média móvel de 1 ano, conforme respectivos tempos
de média dos padrões aplicáveis;
(3) fração de contribuição relativa ao padrão primário de qualidade do ar ( 100
Cm ax
);
PQAr
(4) média geométrica.
Com base na comparação apresentada no Quadro 2.3-4, conclui-se que:
 Atualmente, a área de estudo possui níveis satisfatórios de qualidade do ar. Os
valores de concentrações medidos na estação localizada em Água Preta foram
sempre inferiores aos limites estabelecidos pelos padrões de qualidade do ar;
 Em relação às médias de curto período, os poluentes que apresentaram
concentrações com maior significância foram PTS, PI e O 3. Para estes
poluentes foram identificadas ocorrências de concentração máxima com
contribuição relativa aos padrões de qualidade do ar da ordem de 95,8 %,
90,0 % e 66,4 % (PTS, PI e O3, respectivamente). Os demais poluentes
apresentaram níveis de contribuição relativa em patamares inferiores a 10 %
dos respectivos padrões primários de qualidade do ar, as menores
concentrações relativas são identificadas para o SO 2, atingindo, no máximo
2,4 % do padrão primário de qualidade do ar para concentrações de 24 h;
 Em relação à média anual, os parâmetros se enquadraram satisfatoriamente
aos níveis impostos pela legislação vigente. As duas maiores concentrações,
referentes aos parâmetros PTS e PI, apresentaram valores que correspondem
a 50,3 % e 52,4 % dos respectivos padrões de qualidade do ar.
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VI. 2-24/38
2.4
EMISSÕES SONORAS (RUÍDOS)
O ruído pode ser definido como um som ou conjunto de sons desagradáveis e/ou
perigosos, capazes de alterar o bem-estar fisiológico ou psicológico das pessoas,
de provocar lesões auditivas que podem levar à surdez e de prejudicar a
qualidade e quantidade do trabalho (UNIV-AB, 2009). O Estado do Rio de Janeiro,
através da Lei nº 4.324, de 12 de maio de 2004, indica as principais fontes de
ruído urbano e poluição sonora.
Os critérios atualmente em vigor para avaliação do nível de ruído no ambiente são
estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 01/90, a qual estabelece que "são
prejudiciais à saúde e ao sossego público, os ruídos com níveis superiores aos
considerados aceitáveis pela norma NBR 10.151:2000 da Associação Brasileira
das Normas Técnicas (ABNT)”. A norma NBR 10.151, que trata da Avaliação do
Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade, estabelece que o
ruído medido em ambientes externos deve ser comparado com o Nível Critério de
Avaliação (NCA).
A avaliação dos níveis de ruído é realizada pela comparação entre o nível de
pressão sonora corrigido (LC) e o NCA. O Quadro 2.4-1 reproduz os valores da
norma com o NCA segundo o tipo de ocupação das áreas externas, para o
período diurno e noturno. Os limites para o período diurno e noturno são definidos
pela NBR 10.151:2000. O período diurno estende-se de 7h às 22h, exceto em
domingos e feriados, quando o seu início se dá às 9h. O período noturno é
considerado o horário complementar. Ainda segundo a NBR 10.151:2000, quando
o nível de ruído ambiente (L RA) pré-existente é superior ao valor do Nível de
Critério de Avaliação (NCA), o limite a ser observado passa a ser o próprio L RA.
QUADRO 2.4-1: NÍVEL CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO (RUÍDO MÁXIMO ADMISSÍVEL) PARA AS
DIFERENTES Z ONAS, EM DB(A)
T IPO DE ZONA
PERÍODO
DIURNO
NOTURNO
Áreas de sítios e fazendas
40
35
Áreas estritamente residencial urbana, ou de hospitais ou de escolas
50
45
Área mista, predominantemente residencial
55
50
Área mista, com vocação comercial e administrativa
60
55
Área mista, com vocação recreacional
65
55
Área predominantemente industrial
70
60
Fonte: Norma NBR 10.151:2000.
As atividades que serão realizadas pelo empreendimento, tanto na fase de
implantação, quanto na de operação, ocorrerão dentro de uma área onde, de
acordo com o zoneamento estabelecido pelo Plano Diretor do Município de São
João da Barra (Lei Municipal no 115/2008), se encontra uma Zona de Expansão
Industrial, criada através da lei Municipal n 0 035/2006, cujo uso e ocupação
territorial abrigarão um porto e indústrias de natureza diversa.
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VI. 2-25/38
A área do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB), que corresponde à
Área de Influência Direta (AID), foi definida pelo Decreto no 41.585/08 que
estabelece ao sul uma Área de Expansão Urbana, a nordeste está a Zona
Especial de Interesse para o Desenvolvimento Sustentável e logo abaixo a Zona
Industrial do Porto do Açu (ZIPA), onde está sendo instalado o Porto do Açu e seu
Pátio Logístico.
2.4.1
Dados de Ruído Medidos na Região
Na região próxima à área do DISJB, desde o final de 2007, são realizadas
campanhas em 12 pontos de monitoramento localizados no entorno do Porto do
Açu, para avaliar a evolução do ruído na região com a construção do
empreendimento (LLX-MINASRIO/ECOLOGUS, 2010i).
Especificamente para o estudo aqui apresentado, foram feitas medidas de ruídos
em 19 pontos localizados ao redor do Distrito Industrial de São João da Barra,
para caracterização da situação atual em relação às emissões sonoras,
principalmente aquelas oriundas da construção do Porto do Açu. As medições
foram realizadas nos dias 03 e 04 de novembro de 2010, onde, no momento da
campanha, as condições meteorológicas encontravam-se favoráveis para as
medições, não havendo interferências advindas de fenômenos da natureza
(p.e. trovões e chuvas). Porém, foram detectadas rajadas de vento durante as
medições, evento típico da região e, portanto, tais condições foram consideradas.
Na Figura 2.4-1 e na Figura 2.4-2, a seguir, são apresentadas imagens dos 19
pontos de medição no entorno do terreno do DISJB, sendo os pontos 12,14 e 15
situados no terreno fora do Distrito, em área de expansão urbana.
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VI. 2-26/38
FIGURA 2.4-1: FOTOS DOS PONTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO (PONTOS 01 AO 12)
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Maio, 2011 – Rev. 00
VI. 2-27/38
FIGURA 2.4-2: FOTOS DOS PONTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO (PONTOS 13 AO 19).
Além dessas medições, foram avaliadas as emissões sonoras em 15 estações
distribuídas ao longo da Área de Influência Indireta do empreendimento.
A seguir, são apresentadas as malhas amostrais para medição de ruídos na
região (Mapa 2.4-1), considerando os pontos do Programa de Monitoramento de
Ruídos do Porto do Açu, a medição feita no entorno do DISJB e a medição
realizada na AII, junto aos limites da AID.
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VI. 2-28/38
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MAPA 2.4-1: PONTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍ
VI. 2.4-29/38
2.4.2
Caracterização das Emissões Sonoras na AID
A região nordeste do DISJB, próxima à Zona Industrial do Porto do Açu (ZIPA), é
considerada “Área Predominantemente Industrial” e, portanto, os ruídos não
devem ultrapassar os valores definidos pela norma NBR 10.151, de 70 dB(A) para
período diurno e de 60 dB(A) para período noturno. Já no limite sul, por serem
áreas de expansão urbana, estima-se que além de residências, possíveis
comércios e locais com funções administrativas se instalarão na área,
caracterizando-a como “Área Mista, com vocação comercial e administrativa”.
Neste caso, os limites de ruído definidos pela norma é de 60 dB(A) para período
diurno e de 55 dB(A) para período noturno. Acima da ZIPA, a nordeste, o DISJB
ainda faz limite com áreas de sítios e fazendas onde, nesse caso, o limite passa
para 40 dB(A) no período diurno e 35 dB(A) no noturno.
A primeira campanha do Programa de Monitoramento de Ruídos do Porto do Açu
foi realizada antes do início das obras do porto (novembro de 2007). Assim, os
valores encontrados na primeira campanha foram considerados como valores de
background (ruído de fundo) para a análise das emissões sonoras futuras, que
ocorreram na etapa de instalação do porto.
No Quadro 2.4-2 abaixo é observada a intensidade do ruído ambiente nos pontos
de medição da primeira campanha de monitoramento. Observou-se, na grande
maioria, que a principal causa de alguns dos valores elevados encontrados
durante as medições se deu devido à presença de ventos na vegetação e de sons
emitidos por animais. Ainda no Quadro 2.4-2 abaixo, estão indicados os valores
de ruído encontrados na última campanha de monitoramento, realizada em
setembro de 2010. Todos os dados de ruído medidos nas 12 campanhas de
Monitoramento já realizadas são apresentados a seguir (Figura 2.4-3 e Figura
2.4-4)
QUADRO 2.4-2: NÍVEIS DE RUÍDO AMBIENTE (LRA ) DA 1A CAMPANHA E NÍVEIS DE RUÍDO
CORRIGIDO (LC) DA ÚLTIMA CAMPANHA REALIZADA NA ÁREA DO PORTO DO AÇU –
PERÍODO DIURNO E NOTURNO
DIURNO
NOTURNO
PONTOS
DE
RUÍDO AMBIENTE DB(A)
LC DB(A)
RUÍDO AMBIENTE DB(A)
LC DB(A)
MEDIÇÃO
1ª CAMPANHA
12ª CAMPANHA
1ª CAMPANHA
12ª CAMPANHA
1
49
60
46
42
2
48
45
45
42
3
51
43
48
39
4
52
67
47
49
5
48
55
49
50
6
49
45
51
46
7
48
57
46
38
8
48
38
53
44
9
54
55
10
60
51
59
53
11
54
51
50
44
12
45
44
43
50
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VI. 2-31/38
Analisando os dados do Quadro 2.4-2, observa-se que durante o período diurno,
os pontos 02, 03, 06, 08, 10, 11 e 12, foram dominados pelo ruído ambiente que
são denominados como fontes, não apresentando alterações influenciadas com
as obras do Porto do Açu. O mesmo ocorre no período noturno nos pontos 01, 02,
03, 06, 07, 08, 10 e 11. De qualquer forma, considerando o ruído ambiente
(medição de novembro de 2007) como NCA, somente as medições dos pontos 12
(noturno), 01 (diurno) e 07 (diurno) acusaram níveis acima dos limites,
considerado o limite como o Ruído Ambiente. Porém, esses pontos estão
localizados em área predominantemente industrial, onde, nesse caso os valores
encontrados estão dentro dos limites preconizados pela NBR 10.151:2000, de
70 dB(A) para o período diurno e de 60 dB(A) para o noturno.
Já para os pontos 04 e 05 no período diurno e noturno houve um aumento
significativo em relação aos outros pontos, devido à proximidade da estrada de
asfalto ao acesso das obras do Porto do Açu e a alta frequência de passagem de
caminhões, entre outros veículos. Esses pontos que não tiveram o ruído de
natureza predominante encontram-se acima dos limites de tolerância
estabelecido. Porém, este tipo de ruído diz respeito ao licenciamento do veículo
para trafegar em vias públicas, e não ao licenciamento ambiental do
empreendimento. Portanto, não foi considerado para efeito de comparação com
os limites de ruídos impostos ao empreendimento.
No ponto 01 no período diurno, houve a passagem de dois veículos em direção
ao terreno do empreendimento e, portanto, o nível de ruído medido neste ponto
ficou acima do limite permitido. No ponto 08 período diurno, houve a passagem de
um veículo próximo ao ponto de medição, porém o nível de ruído medido ficou
abaixo do limite. No ponto 09 o ruído predominante foi o da obra do Porto do Açu
nos dois períodos, contudo os níveis medidos estavam abaixo do limite permitido.
Assim, na primeira campanha, a predominância foi de ruídos causados por ventos
na vegetação e por sons emitidos por pássaros, insetos e rãs, para ambos os
períodos: diurno e noturno. Já para as medições realizadas em setembro de
2010, com a construção do porto em plena atividade, foram observados diferentes
tipos de ruídos, sendo o principal ruído de insetos e pássaros e secundariamente
os gerados pela passagem de veículos (principalmente caminhões). Nos pontos
localizados próximos ao mar (08, 09, 10 e 12) foram observados apenas ruídos de
quebra-mar para ambas as campanhas de medição.
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VI. 2-32/38
FIGURA 2.4-3: VARIAÇÃO DOS NÍVEIS SONOROS DURANTE O PERÍODO DIURNO NOS 2 (DOIS) PRIMEIROS ANOS DE MONITORAMENTO NO PORTO DO AÇU.
FONTE: LLX-MINASRIO/ECOLOGUS (2010I).
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VI. 2-33/38
FIGURA 2.4-4: VARIAÇÃO DOS NÍVEIS SONOROS DURANTE O PERÍODO NOTURNO NOS 2 (DOIS) PRIMEIROS ANOS DE MONITORAMENTO NO PORTO DO AÇU.
FONTE: LLX-MINASRIO/ECOLOGUS (2010I).
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Nas medições feitas ao redor do terreno do DISJB, em novembro de 2010, os
pontos 01, 02, 03, 05, bem com os pontos 16, 17 e 18 fazem divisa com áreas
de sítios e fazendas. Os pontos 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 14 e 15 estão
localizados no limite da área do DISJB com áreas de expansão urbana. Os
outros pontos, 04, 13 e 19 estão situados dentro do terreno do
empreendimento e, portanto, serão considerados como pontos em área
predominantemente industrial. O relatório de medição está no Anexo VI.2.4-1.
Assim, tomando como base a classificação de ruído máximo admissível da
NBR 10.151 (Quadro 2.4-3), todos os pontos apresentaram ruídos dentro dos
valores recomendados. Somente os pontos 03, 05 e 18 tiveram valores um
pouco acima do máximo admissível, devido à passagem de veículos pelo local
na hora da medição e, no caso do ponto 03 o resultado se deu devido a ruídos
produzidos por animais da região.
QUADRO 2.4-3: MEDIÇÕES DE RUÍDOS NO ENTORNO DO
T ERRENO DO DISJB – PERÍODO DIURNO E NOTURNO
PONTOS DE
MONITORAMENTO
DIURNO
NOTURNO
LAEQ DB(A)
LAEQ DB(A)
1
54/35*
36
2
36
34
3
32
43
4
59/38*
62/35*
5
73/47*
65/41*
6
62/39*
32
7
46
56
8
47/39*
30
9
53/41*
27
10
50/46*
24
11
58/38*
44/30*
12
60/56*
45
13
55
50
14
57/42*
44
15
52
52/45*
16
59/42*
34
17
40
37
18
68/42*
32
19
69/42*
47
*Medições feitas sem a passagem de veículos
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Com isso, os resultados (Quadro 2.4-3) mostraram que a principal causa da
ocorrência de ruído que foi observada, nos pontos de medição, é de origem
natural, como sons emitidos por animais, ruído gerado pelas ondas do mar e
pelo vento na vegetação. Outra causa de emissão sonora significativa foi a
passagem de veículos, devido às obras no Porto do Açu e ao tráfego de
veículos nas estradas que cortam a região.
2.4.3
Cenários de Propagação de Ruídos
Para fins de modelagem do ruído a ser gerado pela implantação do
empreendimento, foram elaborados mapas de ruído ambiente nas áreas do
entorno do DISJB (AID) e na AII, apresentados abaixo (Figura 2.4-5 e Figura
2.4-6).
O cenário ambiente são todas as fontes de ruído no local do empreendimento
que não o pertencem e, portanto, formam o perfil de ruído da região em que ele
será instalado. São elas:




Ruído ambiente (gerado pela fauna e eventos naturais);
Malha viária atual;
Município de Campos dos Goytacazes; e
Porto do Açu, empreendimento vizinho ao DISJB.
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FIGURA 2.4-5: MAPA DE PROPAGAÇÃO DO RUÍDO AMBIENTE NO ENTORNO DO DISJB – PERÍODO DIURNO. FONTE: GROM, 2010
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FIGURA 2.4-6: MAPA DE PROPAGAÇÃO DO RUÍDO AMBIENTE NO ENTORNO DO DISJB – PERÍODO NOTURNO. FONTE: GROM, 2010.
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