Introdução aos Aspectos Epidemiológicos e Ambientais da Doença

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Doença dos legionários
Ministério da Saúde
Administração Regional de Saúde
de Lisboa e Vale do Tejo, I.P.
INTRODUÇÃO AOS ASPECTOS
EPIDEMIOLÓGICOS
E AMBIENTAIS DA DOENÇA DOS
LEGIONÁRIOS.
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História inicial.
Epidemia de casos de pneumonia.
Convenção da Legião Americana, na cidade de Filadélfia,
no ano de 1976.
Cerca de 4.400 participantes.
Adoeceram 182 participantes.
Necessitaram de internamento hospitalar: 147.
Registaram-se 29 falecimentos.
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A bactéria.
O género da bactéria implicada foi reconhecido em 1979,
sendo já conhecidas 52 espécies do género Legionella às
quais correspondem mais de 70 serogrupos.
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A espécie mais frequentemente envolvida é a Legionella
pneumophila.
Outras espécies que também estão implicadas com alguma
frequência são:
Legionella micdadei
Legionella bozemanii
Legionella longbeachae
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A legionela e a infecção.
As legionelas são bactérias que existem muito
disseminadas na natureza, na água doce, em rios, lagos,
etc., onde elas têm vindo a coexistir com o Homem, sem
problemas.
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A legionela e a infecção.
A infecção contrai-se por via respiratória através da
inalação de aerossóis contaminados com a bactéria. Não se
transmite de pessoa a pessoa, igualmente não estando
confirmada a hipótese de transmissão através da ingestão
de água contaminada.
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Factores que influenciam a instalação da infecção por
legionelas.
A presença de estirpes virulentas em meios hídricos.
A sua multiplicação até ser atingida uma dose infectante
do inóculo.
A transmissão através de aerossóis a um hospedeiro
susceptível.
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Apresentação clínica da infecção.
Infecção com um quadro predominantemente de pneumonia
(doença dos legionários) o qual frequentemente justifica
internamento hospitalar.
Uma forma de infecção respiratória autolimitada e que se
assemelha a um sindroma gripal (febre de Pontiac).
Infecção sem manifestações clínicas, só detectável através de
análises.
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Efeito da temperatura
na vida das legionelas.
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Temperatura média
da água no funcionamento dalguns
equipamentos e instalações e o seu
efeito sobre a legionela.
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Exemplos de biofilmes.
Placa dentária.
Camada lodosa e escorregadia nas pedras dum rio.
Película gelatinosa no interior duma jarra que
tenha tido flores durante uma semana.
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Biofilmes e bactérias planctónicas.
Nos sistemas de fornecimento de água, uma percentagem
muito elevada de bactérias estará em biofilmes agarrados
às superfícies interiores os quais, além de serem
reservatórios, são origem de muitas das bactérias
planctónicas.
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Formação do biofilme.
1. Moléculas orgânicas aderem à superfície. Neutralização da
carga de superfície.
2. Bactérias planctónicas aderem por atracção electrostática e
forças físicas.
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Formação do biofilme.
3. As bactérias produzem substâncias polímeras extracelulares
constituídas por polissacáridos.
4. Estas, facilitam a aderência dos
microrganismos e a captação de
nutrientes
vestigiais.
5. As bactérias reproduzem-se.
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Formação do biofilme.
6. O exopolímero enreda outros tipos de microrganismos, os
colonizadores secundários.
7. O biofilme maduro é uma comunidade metabolicamente
cooperativa, complexa, constituída por microrganismos
diferentes.
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Formação do biofilme.
8. Um biofilme maduro pode demorar várias horas a várias
semanas a desenvolver-se.
9. Muitos organismos alteram a sua parede celular para
aumentar a afinidade para as superfícies, modificando
proteínas daquela.
10. O tipo de material da superfície terá pouco ou nenhum efeito
no desenvolvimento do biofilme.
Os micróbios aderem, seja aço inoxidável, sejam plásticos.
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Formação do biofilme.
11. As redes de canalizações de água oferecem uma área
significativa de superfície. O mesmo se passa com as
membranas de osmose inversa, as resinas de permuta
iónica, os reservatórios, os cartuchos de filtros, os quais
proporcionam superfícies apropriadas para a adesão e
para o crescimento de bactérias.
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Consequências da formação do biofilme.
1. As bactérias de biofilmes poderão ser 150 a 3.000 vezes
mais resistentes ao cloro residual livre do que as bactérias
planctónicas.
O desinfectante tem primeiro de reagir com a rede
polissacárida envolvente.
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Consequências da formação do biofilme.
2. As bactérias aeróbias próximas da superfície exterior de
um biofilme consomem oxigénio. Se o biofilme for
suficientemente espesso o oxigénio faltará na superfície da
canalização criando uma zona anaeróbia. Esta zona, no
interior de um cano de aço inoxidável, pode causar
corrosão.
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Consequências da formação do biofilme.
3. Devido ao seu metabolismo, algumas bactérias do biofilme
produzem substâncias corrosivas como ácidos e hidrogénio
gasoso. Por outro lado, as zonas anaeróbias no biofilme
podem conter bactérias sulfato-redutoras. Este grupo de
bactérias reduz o sulfato para sulfureto de hidrogénio, o
qual é corrosivo para os metais.
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CENTER FOR BIOFILM ENGINEERING
MONTANA STATE UNIVERSITY
BOZEMAN
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Colonização de sistemas e equipamentos que contenham
água, de grandes edifícios.
As investigações acerca de surtos epidémicos e de casos
esporádicos têm permitido associar a doença dos legionários,
duma forma consistente, a:
Redes prediais de água;
Torres de arrefecimento;
Condensadores evaporativos.
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Nichos ambientais a considerar.
A. Água quente sanitária.
Redes prediais de água quente sanitária recirculante.
Pontos de consumo e percursos de retorno.
Redes prediais de água quente sanitária não
recirculante. Pontos de consumo.
Depósitos de aquecimento com permutador de calor de
feixe tubular.
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Sistema
gravítico com
recirculação.
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Nichos ambientais a considerar.
Depósitos de aquecimento com permutador de calor de
placas.
Depósitos de aquecimento com resistências eléctricas.
Depósitos de aquecimento ligados a painéis solares bomba
de calor.
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Nichos ambientais a considerar.
Depósitos de aquecimento com permutador
cilíndrico.
Painéis solares térmicos e depósitos de préaquecimento.
Depósitos de acumulação de água quente
sanitária.
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Nichos ambientais a considerar.
B. Água fria sanitária.
Redes prediais de água fria sanitária. Pontos de
consumo. Cisternas em pontos de consumo.
Depósitos de armazenamento.
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Nichos ambientais a considerar.
C. Equipamentos para transferência de calor.
Torres de arrefecimento abertas.
Torres de arrefecimento fechadas (arrefecedores
evaporativos de água em circuito fechado).
Condensadores evaporativos.
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Nichos ambientais a considerar.
D. Diversos, em terapêutica e em lazer.
Blocos para estomatologia e para cirurgia
estomatológica.
Humidificadores de ventilação assistida.
Tina de hidromassagem.
Nebulizadores.
Piscinas de água aquecida.
Jacúzis.
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Nichos ambientais a considerar.
E. Equipamentos de climatização do ar.
Unidades de tratamento de ar.
Unidades de tratamento de ar novo.
Ventiloconvectores.
Unidades de expansão directa, de componentes
separados ou compactas.
Arrefecedores evaporativos de ar.
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Nichos ambientais a considerar.
Humidificadores de vapor. Condensados.
Humidificadores ultra-sónicos.
Pulverizadores e atomizadores de água líquida.
Humidificadores de produtos alimentares em
expositores.
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Nichos ambientais a considerar.
F. Água arrefecida (gelada) ou água aquecida, em circuito
fechado, para equipamentos de climatização de ar.
Unidades de produção de água arrefecida
(chillers); com bomba de calor; com recuperação
de calor.
Caldeiras.
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Nichos ambientais a considerar.
G. Diversos.
Mini-estações de tratamento de água.
Redes de combate
a incêndios.
Fontes e lagos, decorativos.
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Nichos ambientais a considerar.
Rega por aspersão em jardinagem, em agricultura e com
outras finalidades.
Lavadores de ar.
Lavagem de automóveis.
Estação de tratamento de águas residuais.
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Nichos ambientais a considerar.
Navios. Redes prediais de água e
outros equipamentos.
Termas.
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Prevenção, vigilância e
controlo de legionelas, nos
estabelecimentos hoteleiros.
Para consultar o manual
Prevenção nos estabelecimentos hoteleiros da
doença dos legionários, clique na respectiva
hiperligação, no texto introdutório.
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Diagnóstico da doença dos legionários
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Contribuição do Departamento de Saúde Pública da
A.R.S. de Lisboa e Vale do Tejo para o incremento do
diagnóstico da doença dos legionários.
Para consultar a brochura
Doença dos legionários.
Protocolo de diagnóstico,
clique na respectiva hiperligação, no texto
introdutório.
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Diagnóstico da doença dos legionários
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Vigilância epidemiológica.
Doenças transmissíveis de declaração obrigatória.
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EWGLI
O European Working Group for Legionella Infections foi
criado em 1986 sendo constituído por um grupo de
cientistas e de especialistas, o qual tem em comum o
interesse pelos aspectos microbiológico e epidemiológico
destas infecções.
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EWGLI
Em Janeiro de 2005 havia 49 centros colaboradores em 36
países (24 estados membros da União Europeia, Inglaterra e
País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, e 11 países não
membros da União Europeia).
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EWGLINET
Esquema de vigilância do EWGLI, com um enfoque
especial no que se refere à infecção associada a viagens e
a estadias em estabelecimentos hoteleiros e similares.
É financiado pela Comissão Europeia.
Os centros colaboradores fornecem e recebem dados
relacionados com casos de doença associados a viagens.
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EWGLINET
O sistema é gerido pelo Centro Coordenador, existente em
Londres no Comunicable Disease Surveillance Centre.
Os casos são normalmente notificados ao Centro
Coordenador pelo país de residência do doente. A maioria dos
casos é de residentes em países do norte europeu e a
contaminação está associada, principalmente, a países
meridionais.
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EWGLINET
Desde 1987 até 2004 o esquema de vigilância recebeu
informações respeitantes a mais de 4.600 casos. Menos do que
uma centena por ano em 1987 para mais de 600 em 2004.
A proporção de mortes que se verificou em cada ano variou
de 6 a 15%, valores que estarão abaixo da realidade.
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EWGLINET
O caso de doença comunicado pelo centro colaborador do
país de residência do doente ao Centro Coordenador em
Londres é depois por este comunicado ao centro
colaborador do país da contaminação.
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OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO
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