Divulgação dos princípios da Guarda Responsável

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DIVULGAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA GUARDA RESPONSÁVEL:
UMA VERTENTE POSSÍVEL NO TRABALHO DE PESQUISA A CAMPO
SILVANO, Danielly.
RESUMO
Um intenso interesse pelo bem-estar animal emergiu, especialmente, nas últimas três décadas, e os
dilemas éticos e morais em relação ao tratamento dispensado aos animais possibilitaram algumas
mudanças na relação homem-animal. A partir deste contexto, o presente trabalho abrange o bemestar animal e sua relação com a guarda responsável de animais de companhia, demonstrando o
histórico da interação homem-animal desde os seus primórdios até os dias atuais, bem como a
importância do profissional médico veterinário para promoção do bem-estar animal e difusão dos
princípios da guarda responsável. Estes mesmos princípios foram amplamente difundidos através de
um trabalho de extensão veterinária, em uma pesquisa a campo, abrangendo o método de
observação e questionamento a proprietários de animais de companhia na Restinga de Massambaba,
Município de Arraial do Cabo, Rio de Janeiro. Os resultados demonstraram elevação nos padrões de
bem-estar dos animais envolvidos, conscientização da importância da guarda responsável e
reconhecimento da extensão veterinária como um valioso e efetivo meio para difusão de
conhecimento, sobretudo, em comunidades desfavorecidas social, cultural e economicamente.
Palavras-chave: Bem-estar animal - interação homem-animal - guarda responsável - extensão
veterinária
ABSTRACT
An increasing interest in animal welfare has been observed, especially during the last three
decades, and both ethical and moral issues regarding the treatment given to animals have made
possible a number of changes in the anthrozoological relation. The aim of this study is animal
welfare and its relation with responsible pet ownership, analyzing the history of anthrozoology from
its origins to the present time, as well as the importance of the veterinarian to the promotion of
animal welfare and to the circulation of the principles of responsible pet ownership. These
principles were deeply divulgated through our fieldwork in veterinarian extension, in which we used
the method of observation and questioning with pet owners in Restinga de Massambaba, Arraial do
Cabo, Rio de Janeiro. The results of our study demonstrate an increase of animal welfare patterns
among the implicated animals, awareness regarding the importance of responsible pet ownership
and identification of veterinarian extension as an effective and important way of diffusion of
knowledge, especially in poverty-stricken communities.
Key-words: animal welfare – anthrozoological relationship – responsible pet ownership –
veterinarian extension
1- INTRODUÇÃO
A relação entre seres humanos e animais é relatada desde os mais longínquos tempos. A
presença do cão junto ao ser humano é conhecida desde a época da pedra polida, juntamente com
outros animais utilizados para subsistência, e do gato há pelo menos de 4000 anos. Esta relação
demonstra claramente como a humanidade foi e é dependente dos animais, seja para alimentação,
fonte de trabalho e transporte, conforto emocional, entretenimento, esportes e diversas outras
finalidades utilitárias.
Existem muitas diferenças entre animais e humanos, pode-se supor que os animais não têm
os mesmos desejos e necessidades que os humanos, e que não compreendem tudo que
compreendemos. No entanto, humanos e animais têm alguns desejos em comum: os desejos por
comida e água, abrigo e companhia, liberdade de movimentos e de não sentir dor ou sofrimento.
Como os humanos, muitos animais compreendem o ambiente que os abriga ou hostiliza, caso
contrário, não sobreviveriam. Então, apesar de todas as diferenças há igualdade.
Este contexto envolve dilemas éticos e morais relacionados ao tratamento dispensado aos
animais, que habitam este planeta muito antes da existência humana. Parece que o destino de muitos
se resume em dois aspectos: ou eles são abominados e subjugados pelos humanos, mesmo que
inconscientemente, como no caso das denominadas “pragas urbanas”; ou são extremamente
cobiçados e desejados, por preencherem lacunas emocionais ou econômicas, como no caso de
animais de companhia e de produção.
Desta forma, o médico veterinário pode contribuir para elevação dos padrões de bem-estar,
promovendo mudanças nas atitudes em relação aos animais, que merecem consideração e respeito,
mesmo que sejam justificados somente pelo que representam, sem que considerações morais estejam
envolvidas.
O presente trabalho tem por objetivo avaliar o impacto de uma pesquisa veterinária a campo,
em uma determinada comunidade, visando a percepção dos proprietários quanto à relevância da
presença de médicos veterinários, assim como, avaliar as atitudes destes proprietários em relação
aos princípios da guarda responsável, antes e após as orientações e intervenções veterinárias.
2
2- BEM-ESTAR ANIMAL: HISTÓRICO, IMPORTÂNCIA E CONCEITO
As discussões envolvendo bem-estar animal não são recentes, tendo surgido anteriormente à
ideia de direitos dos animais (SZTYBEL, 1998 apud PAIXÃO, 2001), porém, o interesse pelo bemestar animal aumentou significativamente nas últimas três décadas, assim como as evidências desse
debate (PAIXÃO, 2001).
A filosofia dos direitos dos animais não sustenta necessariamente a premissa de que animais
humanos e não humanos são iguais (SANTANA, 2004). Todos os seres sencientes têm interesses
morais e consequentemente direitos. Uma vez que os animais não-humanos têm a capacidade de
sentir dor e prazer e a percepção do que os rodeia, então, estes têm direitos tais como a espécie
humana. Assim, pertencemos todos, animais humanos e animais não humanos, a uma comunidade
moral onde os interesses de uma espécie não são mais importantes que os de outra espécie (REGAN,
2006).
Em seus primórdios o bem-estar animal baseou-se no movimento de proteger os animais da
crueldade, para posteriormente promover seu bem-estar (HUME, 1982, apud PAIXÃO, 2001).
Bem-estar, termo utilizado para animais, incluindo-se os seres humanos (BROOM, 1996), refere-se
a um pleno estado de saúde mental e física, onde o indivíduo se encontra em harmonia com o
ambiente em que vive (BRAMBELL, 1965).
Desta forma, o bem-estar seria a capacidade e condição particular de um ser vivo em
enfrentar seu ambiente, incluindo-se as atitudes do indivíduo diante deste enfrentamento, seu
sucesso ou fracasso, os sentimentos relacionados a esse enfrentamento e o seu posicionamento em
relação ao habitat. É importante ressaltar que não é o ser humano que fornece bem-estar ao animal,
pois o mesmo é inerente à relação animal-habitat, é uma característica individual do animal e não
algo provido pelo ser humano aos outros animais e a si próprio. O bem-estar de uma espécie pode
melhorar em consequência de algo fornecido a ela, mas este algo não é por si só, bem-estar
(BROOM, 1996).
A definição de bem-estar animal relaciona-se ainda, a outros conceitos como necessidades,
liberdade, felicidade, competição, controle, sensações, sofrimento, dor, ansiedade, medo, estresse,
saúde, tédio (ibid). As sensações subjetivas de um animal devem ser consideradas, pois são parte
integrante da complexidade dos aspectos que envolvem seu bem-estar (BROOM, 1991).
Os animais têm uma extensa gama de necessidades, que são consequência do funcionamento
de complexos sistemas funcionais que possibilitam à vida, controlando a temperatura corporal, o
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estado nutricional, as interações sociais, entre outros (GUYTON, HALL, 2002). Deficiências nas
exigências que cumprem tais necessidades podem ser remediadas para obtenção de recursos
individuais que, através de particularidades ambientais, irão estimulá-los fisicamente (BROOM,
1991).
Algumas necessidades são associadas a sentimentos, e podem ser chamadas de experiências
subjetivas, e estes sentimentos provavelmente se alteram quando a necessidade é suprida. A
existência de um sentimento aumenta as chances de realização de uma ação adaptativa por parte do
indivíduo e, desta forma, aumentam as chances de sobrevivência. A capacidade de expressar tal
sentimento provavelmente evoluiu através da seleção natural. Os sentimentos fazem parte de um
mecanismo para se atingir um objetivo (MOLENTO, BROOM, 2004).
Os sentimentos subjetivos de um animal constituem parte extremamente importante do seu
bem-estar. O sofrimento é um sentimento subjetivo negativo desagradável que deve ser reconhecido
e prevenido sempre que possível (BROOM, 1991b).O sofrimento é estabelecido quando um animal
é submetido a sensações subjetivas desagradáveis momentâneas ou contínuas, sendo incapaz de
remover sua causa. Sofrimento e decréscimo de bem-estar geralmente ocorrem em associação
(BROOM, 1991). Os animais têm duas formas distintas de manter a homeostasia e evitar o
sofrimento: 1) através das respostas espécie-específicas (filogênicas) e 2) através da seleção
individual baseada no desenvolvimento e na aprendizagem (ontogênicas) (CLARK, RAGER,
CALPIN, 1997).
O estresse é um estado experimentado pelo animal e promove sensações físicas e mentais,
como por exemplo, a ansiedade (MOLONE, BROOM, 2004). É definido como um estímulo
ambiental sobre um indivíduo que sobrecarrega seus sistemas de controle e pode reduzir sua
adaptação, ou parece ter potencial para tanto (FRASER, BROOM, 1990; BROOM, JOHNSON,
1993).
A dor pode ser explicada como uma experiência emocional ou sensorial desagradável
associada à lesão tissular real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão (HELLEBREKERS,
2002). Dor é uma sensação extremamente aversiva e a percepção da dor é parte do estado de um
indivíduo (BROOM, 1991), portanto, a dor deve ser evitada.
O tédio ocorre frequentemente, quando há escassez de estímulos ambientais, culminando em
alterações comportamentais (LANDSBERG, HUNTHAUSEN, ACKERMAN, 2005), que podem
gerar estereotipias, muitas vezes associadas à ansiedade de separação, implicando em sofrimento,
dor e decréscimo no bem-estar (SOARES, TELHADO, PAIXÃO, 2007).
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Muitos fatores associados às necessidades individuais, como vida em cativeiro, eventos
ameaçadores e/ou estímulos aversivos podem acarretar desequilíbrios físico e psicológico e ameaçar
a homeostasia do organismo. O bem-estar dos animais depende fortemente das sensações,
percepções, cognição e motivação individuais (CLARK, RAGER, CALPIN, 1997).
A Associação Mundial de Veterinária (WVA, 1993) estipulou “cinco liberdades” como
forma de promoção do bem-estar animal:
1- “Manter os animais livres de fome e sede”;
2- “Manter os animais livres de desconforto físico e de dor”;
3- “Manter os animais livres de injúrias ou doenças”;
4- “Manter os animais livres de medo e estresse”;
5- “Manter os animais livres para que manifestem os padrões comportamentais característicos da
espécie”.
Há uma enorme dificuldade para estabelecermos padrões absolutos que julguem as práticas
para promoção de bem-estar animal (Lista 1), porém a importância do médico veterinário se torna
evidente neste processo, como difusor de conhecimento e promotor de saúde, e consequentemente,
de elevação nos padrões de bem-estar animal.
3- BEM-ESTAR ANIMAL E GUARDA RESPONSÁVEL
Guarda responsável de animais de companhia se configura como uma das práticas para
promoção do bem-estar animal, sendo de fundamental importância e diretamente relacionada ao
papel do médico veterinário na sociedade, que fornece subsídios para conscientização quanto às
necessidades básicas para uma relação saudável tanto para os animais, quanto para seus
proprietários, independente do senso comum, muitas vezes equivocado.
O aconselhamento acerca de guarda responsável se faz necessário para que o abandono deixe
de ser um fato comum na sociedade, uma vez que cães e gatos são eutanasiados mais por razões
comportamentais e por abandonos em abrigos públicos, do que por todas as causas médicas
combinadas (LANDSBERG, HUNTHAUSEN, ACKERMAN, 2005).
Dentro do contexto de difusão da guarda responsável, cabe ao médico veterinário:
5
1) Definir pontos fundamentais em relação à alimentação característica da espécie criada, suprindo
demandas metabólicas específicas (CUNNINGHAN, 2004).
2) Orientar sobre os padrões comportamentais da espécie, para que comportamentos normais não
sejam equivocadamente interpretados pelos proprietários, como disfunções (LANDSBERG,
HUNTHAUSEN, ACKERMAN, 2005).
3) Orientar sobre cuidados básicos de sanidade animal, que são de extrema importância, pois
envolvem prevenção de doenças por meio de vacinação, vermifugação; e quanto à higiene e manejo,
evitando a ocorrência de zoonoses (NELSON, COUTO, 2006), o que mantém a saúde dos animais e
evidencia o papel social do médico veterinário.
4) Difundir e praticar a esterilização, quando a reprodução não é desejada e para controle
populacional (THORNTON, 1993), quando detectados distúrbios de herdabilidade genética para
futuras gerações e prevenção de distúrbios já reconhecidos como de origem hormonal reprodutiva,
como, por exemplo, neoplasias mamárias e hiperplasia prostática (FOSSUN, 2002).
5) Restabelecer a homeostase orgânica, quando a mesma é interrompida, através de terapêutica
medicamentosa e cirúrgica, fornecendo meios para saúde e longevidade dos animais (BIRCHARD,
SCHERDING, 2003).
6) Indicar a prática da eutanásia quando a mesma é justificada como forma de evitar sofrimento, em
pacientes terminais, ou quando a saúde pública é ameaçada (RESOLUÇÃO 714 CFMV, de 20 de
junho de 2002).
7) Implementar formas de identificação, como implantação de “microships”, (um pequeno
equipamento implantado no tecido subcutâneo que fornece dados relativos ao animal como espécie,
sexo, idade, raça, pelagem) (HOLMES, 2005). No estado de São Paulo, o Registro Geral do Animal
(RGA) é obrigatório por lei desde fevereiro de 2002, e contém as mesmas informações do
“microship” (PREFEITURA SP).
4- GUARDA RESPONSÁVEL X POSSE RESPONSÁVEL
Existe uma incoerência no valor semântico e discussões sobre o emprego das expressões
“posse responsável” e “guarda responsável”. São frequentes e delimitam em um conceito moderno o
uso da expressão ‘guarda responsável’ ao invés de ‘posse responsável’, pois posse sugere bens
materiais e, em se tratando de seres vivos sencientes, o emprego de guarda se torna mais adequado,
6
visto que os proprietários de animais têm a tutela sobre os mesmos, pois a fauna existente em
território nacional é responsabilidade de Estado, segundo legislação que dispõe sobre crimes
ambientais (Lei 9605/98 – Constituição Federal).
5- CONCEITO E IMPORTÂNCIA DA GUARDA RESPONSÁVEL
É a condição na qual o guardião de um animal de companhia aceita e se compromete a
assumir uma série de deveres centrados nas necessidades físicas, psicológicas e ambientais de seu
animal, assim como, prevenir os riscos (potencial de agressão, transmissão de doenças ou danos a
terceiros) que seu animal possa causar à comunidade ou ao ambiente, como interpretado pela
legislação vigente (SOUZA, 2003 apud SANTANA et al. 2004).
As violências contra animais são constantes nas sociedades humanas que desconhecem ou
ignoram a dignidade animal, na qualidade de ser que sente, sofre, tem necessidades e direitos
(SANTANA et al. 2004).
Tal atitude humana é proveniente da pretensa superioridade de que este se atribui, ou seja,
um fenômeno cultural que Peter Singer denomina como “especismo”, que é conceituado pelo citado
filósofo como sendo um preconceito ou atitude tendenciosa em favor dos interesses dos membros de
sua própria espécie e contra os de outras espécies (SINGER, 2004), ou seja, demonstra a resistência
do ser humano em reconhecer a sua natureza animal, assim como considerar os demais seres vivos
como passíveis de apropriação e domínio.
A falta de planejamento orientada sob os princípios da guarda responsável acarreta vários
fatores, dentre eles a compra impulsiva de animais, estimulada por comerciantes que os expõe como
mercadorias, essa relação de consumo, muitas vezes, não desperta o vínculo afetivo que deve nortear
a relação entre homem e animal, fazendo com que as pessoas acabem descartando seus animais de
estimação, por se tornarem desinteressantes após a empolgação inicial (SANTANA et al., 2004).
Como consequência do abandono, a densidade populacional de animais errantes,
vulgarmente denominados “vira-latas”, alcança números incalculáveis nas ruas das grandes cidades.
Um dos principais problemas oriundos da superpopulação desses animais decorre de os mesmos
estarem expostos a todo tipo de doenças, intempéries e perigos, sendo vítimas de várias zoonoses,
doenças carenciais e mutilações, constituindo um sério problema de saúde pública. Essa
problemática é agravada em virtude do acelerado grau de reprodução e proliferação desses animais
(ibid).
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6- MATERIAIS E MÉTODO
O presente trabalho foi realizado em um loteamento localizado na Restinga de Massambaba,
Município de Arraial do Cabo, Estado do Rio de Janeiro (22.92417° SUL; 42.22431° OESTE). A
Restinga de Massambaba corresponde a uma faixa de terra entre o mar e a Lagoa de Araruama. Sua
composição original se caracteriza por longos cordões arenosos e dunas cobertos por fauna e flora
características de Mata Atlântica vizinha, adaptadas às condições ambientais oferecidas (ROCHA et
al., 2003).
Entretanto, este cenário vem sofrendo, ao longo da história, diversas modificações
antrópicas, que tiveram início com o extrativismo do sal. A chegada, mesmo que modesta, de
atividades industriais levou à formação de pequenos povoados, que passaram a ocupar,
fragmentando desta forma, áreas da Restinga. Atualmente a massificação da especulação imobiliária
e a ocupação de maneira ilegal, principalmente por indivíduos que ocupam posição inferior na
escala social deste ecossistema, contribuem para o processo de degradação da cobertura vegetal
(DUNLEY, 2006).
Esta região, em particular, é de interesse do grupo de pesquisa veterinária que realizou o
presente trabalho, pois nela foi determinado um foco ativo de Dirofilariose e Hemoparasitoses
transmitidas a cães, enfermidades que são objeto principal do estudo do referido grupo. Os cães da
região fazem parte de uma pesquisa licenciada pela CEUA (Comissão de Ética no Uso de Animais)
da Fundação Oswaldo Cruz, sob protocolo P267/05, que avalia a eficácia de uma droga para o
tratamento da Dirofilariose e Hemoparasitoses transmitidas por carrapatos. Esta pesquisa envolve a
conclusão de uma tese de doutorado e duas dissertações de mestrado de membros do grupo, além do
presente trabalho.
Ao longo de dois anos foram realizadas visitas mensais que possibilitaram um satisfatório
relacionamento entre a equipe de pesquisa e os proprietários dos animais envolvidos no estudo, e
esta periodicidade determinou a coleta efetiva dos dados, que foi realizada através de observação
sistemática (anexo 1) e de questionamento direto (anexo 2) a 12 proprietários de 32 animais, entre
cães e gatos.
O questionamento e a observação buscaram informações acerca do relacionamento
proprietário-animal e proprietário-pesquisador, possibilitando avaliação do impacto da pesquisa
veterinária a campo naquela comunidade, visando à percepção dos proprietários quanto à relevância
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da presença de médicos veterinários, assim como avaliação das atitudes dos proprietários em relação
aos princípios da guarda responsável, antes e após as orientações, e intervenções veterinárias.
A observação sistemática foi realizada durante as primeiras visitas, o questionamento oito meses
após o início do estudo e as intervenções ao longo de todo do experimento.
Todos os cães receberam tratamento a base de Doxiciclina (10 mg/Kg, sid) durante 21 dias,
em ciclos a cada três meses, com coletas de amostras de sangue antes do início dos ciclos e ao
término deles. No ato das coletas, foram realizados exames clínicos geral, incluindo aferição dos
parâmetros fisiológicos basais e pesagem de massa corporal.
Os proprietários tiveram a opção de vacinar (contra raiva e polivalente) e de esterilizar seus
animais, após esclarecimentos sobre a importância destas medidas como valiosos meios para
promoção de bem-estar animal, assim como a conscientização da importância da guarda
responsável, embasados no controle de enfermidades e populacional. A partir disso, todos os
animais foram vacinados; cinco cadelas e duas gatas foram submetidas à ovariohisterectomia e um
cão e um gato à orquiectomia.
Os animais que apresentaram alterações clínicas diversas ao longo destes dois anos foram
devidamente acompanhados e tratados pela equipe. Alguns dos animais necessitaram de reforço
nutricional, pois apresentavam graus variáveis de déficit metabólico devido alimentação inadequada.
7- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os proprietários de animais de companhia da região estudada demonstraram preferência pela
criação de cães ao invés de gatos, confirmando estatística do IBOPE de 2000, que demonstra maior
quantidade de cães, do que de outros animais de companhia nos domicílios brasileiros.
O estudo revelou, ainda, o desejo da maior parte dos proprietários entrevistados, em adquirir
outros animais de companhia, demonstrando, novamente, a predileção por cães.
Talvez estes fatos possam ser explicados devido à confiança que os cães despertam em seus
proprietários. O comportamento característico e frequente dos cães em dar afeto e contato corporal
pode também ser um dos aspectos que justifiquem a preferência da maior parte das pessoas por cães,
além da confiança e proteção incondicional que os cães manifestam por seus proprietários (FUCK et
al., 2006) justificados através do comportamento ancestral gregário, ou seja, de matilha (BEAVER,
2001).
Os gatos têm um comportamento misterioso e se mostram independentes (MENDES-de9
ALMEIDA, 2007), aos olhos de quem desconhece a complexidade do seu comportamento e
fisiologia, podem parecer autossuficientes, por vezes, antipáticos e “temperamentais”, dispensando o
carinho e a atenção dos seus proprietários, sobretudo durante os momentos de sono, e buscando a
referida atenção e carinho nos momentos que lhes são convenientes. Neste aspecto, faz-se necessário
ressaltar que os gatos possuem um período circadiano noturno (CUNNINGHAM, 2004), e um
comportamento característico, que não deve ser comparado ao comportamento dos cães
(LANDSBERG, HUNTHAUSSEN, ACKERMAN, 2005).
Grande parte dos proprietários dos centros urbanos costuma comprar seus animais
(SANTANA et al., 2004) especialmente com certificação de raça e procedência (“pedigrees”).
Diferente deste perfil, todos os proprietários entrevistados na região do estudo relataram ter ganhodo
ou apanhado na rua os animais criados. Os resultados demonstraram predominância de animais sem
raça definida (SRD), o que pode ser justificado devido o baixo poder aquisitivo da população local,
dificultando o acesso e até mesmo o interesse por raças puras.
Em relação ao sexo, percebeu-se distribuição homogênea entre machos e fêmeas na espécie
canina, e predominância de fêmeas na espécie felina. Tal resultado pode sugerir que não haja
preferência na escolha do sexo do animal a ser adquirido, apesar de não ter sido perguntado aos
proprietários.
Na relação entre seres humanos e animais desde os seus primórdios até a atualidade, o
vínculo utilitarista e afetivo se mostra evidente (FESTINGER, 1957). Cães servem aos seus
proprietários para companhia e guarda (BEAVER, 2001); e gatos para controle de roedores (KOLB,
1987), principalmente nas periferias, e companhia, principalmente nos centros urbanos (MENDESDE-ALMEIDA, 2007), o estudo evidencia claramente este fato como sendo um senso comum.
Dentre os aspectos que se relacionam aos princípios da guarda responsável, grande parte dos
proprietários não criava seus animais sob a luz dos mesmos, justificando-se tal afirmativa embasada
na ausência de cuidados básicos de sanidade animal (NELSON, COUTO, 2006) e no conceito
científico de guarda responsável, que remete aos proprietários de animais de companhia o
compromisso em assumir uma série de deveres centrados nas necessidades físicas, psicológicas e
ambientais de seu animal e na prevenção dos riscos que o animal possa causar às pessoas, aos outros
animais e ao ambiente (SOUZA, 2001 apud SANTANA et al., 2003), porém, pôde-se constatar que
estas atitudes não eram intencionais, e sim fruto do desconhecimento. Após esclarecimentos e
intervenções veterinárias, muitos proprietários mudaram sua conduta em relação aos animais. Diante
disto, a extensão veterinária mostrou-se uma importante e eficiente forma de difusão de
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conhecimento, fundamentada no modelo humanista proveniente do diálogo (ARAÚJO, et al., 1998).
A maioria dos cães era vacinada, poucos por médico veterinário e a maior parte na campanha
antirrábica. Em contrapartida, somente vinte e cinco por cento dos gatos haviam sido vacinados,
todos na campanha antirrábica. Nenhum dos animais era esterilizado. A maioria dos cães e a
totalidade dos gatos nunca havia sido assistida por médico veterinário, reforçando a hipótese de
gatos serem considerados, pela maioria dos proprietários, autossuficientes ou mesmo, menos
importantes que os cães, ou talvez, devido seu comportamento ancestral, que dificulta a percepção
de apatia ou dor física, a menos que estejam em estado avançado de moléstia (BEAVER, 2005). Ao
contrário dos cães, por não alterarem sua expressão facial e comportamento, os proprietários
poderiam não reconhecer debilidades, e por este motivo não lhes proporcionavam assistência
veterinária.
Quando indagados acerca de como procediam quando seus animais se encontravam doentes,
a maioria dos proprietários de cães afirmou reportar o problema ao balconista da farmácia ou do
“pet shop”, enquanto a maioria dos proprietários de gato relatou não tomar qualquer atitude, talvez,
isto justifique a enorme frequência de óbitos, quarenta por cento do total de cães e de gatos.
A maioria dos animais tinha livre acesso à rua e a frequentava desacompanhados, sem guia,
identificação ou supervisão. Alguns animais perambulavam por dias, sem que seus proprietários
tivessem conhecimento de onde estavam. Este fato, explica a grande ocorrência de lesões
dermatológicas encontradas nos cães, muitas originadas por brigas, exposições a ectoparasitas e
ambientes inóspitos e, ainda, por contato com animais portadores de dermatopatias contagiosas,
como a escabiose e dermatofitose. Associado ao fato de não serem esterilizados, alguns animais
surpreenderam seus proprietários com gestações indesejadas.
Com relação ao manejo, a maioria dos animais era mantida em ambientes variáveis numa
escala de razoável a ruim, no que se refere à higiene (ambientes com terra, areia e muita umidade),
proteção a intempéries, espaço e circulação de ar. Recebiam alimentação inadequada, no tocante à
qualidade nutricional, frequência e higiene no fornecimento do alimento e da água. Por este motivo,
alguns animais necessitaram de reforço nutricional por parte da equipe de veterinários por
apresentarem déficits metabólicos, outros apresentavam escore corporal satisfatório devido provável
incremento nutricional proveniente do hábito (ou necessidade) de caça livre, o que constitui uma
fonte proteica, energética e mineral de qualidade. Devido o comportamento de caça típico dos gatos
(MENDES-de-ALMEIDA, 2007), e maior habilidade para tanto, os déficits nutricionais se
mostraram menos evidentes nesta espécie.
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Após conscientização por parte dos veterinários envolvidos no projeto, e também devido à
ocorrência de prenhês indesejadas, muitos proprietários que se mostraram, inicialmente, reticentes a
esterilização reconheceram a importância da mesma, e propuseram à equipe de pesquisa a
esterilização de seus animais, porém, novamente, mostraram maior interesse na esterilização de
cães, do que na de gatos.
A unanimidade dos entrevistados considerou a vacinação importante, tanto para cães, quanto
para gatos, provavelmente devido a influência da mídia, sobretudo nas campanhas nacionais
antirrábica, e também devido posicionamento da equipe de pesquisa que expôs a importância da
vacinação, assim como da esterilização, como forma de promover saúde e bem-estar aos animais.
Com relação ao estudo de recepção do trabalho a campo, todos os proprietários
reconheceram a importância da presença da equipe de pesquisa, mostraram-se solícitos e
colaboradores na efetivação do trabalho, deixando os animais à disposição da equipe para o
tratamento e coleta de sangue, mantendo-os sob supervisão, o que diminuiu a ocorrência de fugas.
Perceberam diferenças em seus animais após as intervenções realizadas, confirmando a relevância
da extensão, especialmente naquela comunidade desfavorecida social, cultural e economicamente.
A realidade social, em especial de uma das famílias da região, se mostrou tão cruelmente
desigual, que o chefe da referida família propôs a troca dos cuidados dispensados ao seu cão, por
cuidados à saúde de seus familiares.
A partir do empenho da equipe em tratar os animais e orientar os proprietários, estes
reconheceram a melhora na qualidade de vida de seus animais e revelaram aprovação e sentimento
de gratidão.
A maioria dos entrevistados afirmou serem suficientes as visitas mensais, enquanto outros,
sugeriram uma periodicidade menor entre as visitas. Isto demonstra um aumento na atenção
dispensada aos animais, fortalecimento do vínculo afetivo, reconhecimento de necessidades
específicas do animal, e também, satisfação com a colaboração no estudo.
Nos aspectos que se referem ao conhecimento das enfermidades estudadas pelo grupo de
pesquisa, todos os proprietários afirmaram desconhecer a Dirofilariose, assim como sua transmissão
e prevenção, e acreditavam tratar-se de uma enfermidade grave, justamente por ser objetivo do
estudo. Em relação à Ehrlichiose, a maior parte dos proprietários afirmou conhecer a enfermidade,
quando a mesma foi denominada como ”Doença do carrapato”, a minoria dos proprietários
demonstrou o reconhecimento da relação entre a denominação popular da enfermidade, à sua forma
de transmissão e prevenção.
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A falta de informações sobre a transmissão e prevenção das doenças, alia-se a parâmetros
equivocados, onde a presença dos vetores parasitando e espoliando os animais parece natural, sob a
percepção de alguns proprietários, afinal, cães têm carrapatos e gatos têm pulgas, assim como
crianças têm piolhos.
É importante ressaltar que estes mesmos vetores que circulam entre os animais, podem
veicular micro-organismos de espécies patogênicas e com potencial zoonótico. Desta forma, o
fornecimento de noções básicas da epidemiologia das enfermidades nos cães, possibilitou
esclarecimentos acerca das enfermidades em humanos, contribuindo para a saúde pública local.
8- CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os cães são os animais de companhia preferidos pela maioria das pessoas da região estudada.
Os gatos têm uma colocação inferiorizada, especialmente em comunidades desfavorecidas social,
cultural e economicamente. Historicamente, os cães servem aos seus proprietários para companhia e
guarda, e os gatos para controle de roedores e companhia.
O desconhecimento dos proprietários acerca do manejo e das considerações éticas e morais
em relação aos animais não significou descaso, ou mesmo desafeto, e sim, a comprovação da
necessidade de incremento na educação.
A extensão veterinária mostrou-se um valioso instrumento para propagação de
conhecimentos e colaborou para conscientização quanto aos princípios básicos para um
relacionamento saudável tanto para os animais, quanto para seus proprietários.
A difusão dos princípios da guarda responsável propiciou algumas mudanças em relação aos
cuidados dispensados aos animais. Esta mudança de atitudes acarretou melhorias na qualidade de
vida dos animais, e consequentemente, elevação dos padrões de bem-estar dos mesmos.
Os proprietários dos animais demonstraram satisfação e sentimento de gratidão pela
oportunidade de modificar suas condutas em relação aos seus animais. Os esclarecimentos de
noções relativas às epidemiologias das doenças, estudadas pelo grupo de pesquisa veterinária,
promoveu a difusão de conhecimentos de educação em saúde, contribuindo para saúde pública local.
O bem-estar animal cabe a todas as áreas de atuação da prática profissional da Medicina
Veterinária, e não somente à clínica médica e cirúrgica e à produção animal, e deve ser o princípio
norteador do exercício da profissão.
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LISTA 1 – PARÂMETROS PARA AVALIAÇÃO DE BEM-ESTAR
Demonstração de uma variedade de comportamentos normais.
Grau em que comportamentos fortemente preferidos podem ser apresentados.
Indicadores fisiológicos de prazer.
Indicadores comportamentais de prazer.
Expectativa de vida reduzida.
Crescimento ou reprodução reduzidos.
Danos corporais.
Enfermidades.
Imunossupressão.
Tentativas fisiológicas de adaptação.
Tentativas comportamentais de adaptação.
Enfermidades associadas a alterações comportamentais.
Autonarcotização.
Grau de aversão comportamental.
Grau de supressão de comportamento normal.
Grau de prevenção de processos fisiológicos normais e de desenvolvimento anatômico
(Adaptada de BROOM e JOHNSON, 1993).
14
ANEXO 1
Projeto Massambaba – Observação Sistemática no 1º dia de visita
1. Relacionamento proprietário-animal
1.1- Guarda responsável
·
Estado geral do animal :
Escore corporal: Bom, magro, sobrepeso
Lesões dermatológicas: Presentes, ausentes
·
Manejo:
Condições ambientais que os animais eram mantidos: Boas, razoáveis, ruins
Identificação do animal: Presente, ausente
Fornecimento de alimento e água: Satisfatório, razoável, ruim
Acesso à rua: Livre, acompanhado
2. Relacionamento proprietário-pesquisador
·
Receptividade dispensada à equipe de pesquisa: Boa, razoável, ruim
15
ANEXO 2
Projeto Massambaba - Questionário
Proprietário:
Endereço:
Telefone:
Animal: _______________ Espécie: ______________________
Raça: ________________ Sexo: ( ) M ( ) F
Cor: __________________ Tipo de pelo: ( ) curto ( ) subpelo
1- Já levou o animal ao veterinário?
( ) Sim
( ) Não
2- Costuma levá-lo quantas vezes ao ano?
3- Seu animal já foi vacinado?
( ) Sim
( ) Não
4- Que tipo de vacina?
( ) Campanha
( ) Clínico veterinário
5- Considera vacinação importante?
( ) Sim
( ) Não
6- Seu animal é castrado?
( ) Sim
( ) Não
7- Considera a castração importante?
( ) Sim
( ) Não
16
8- Quando seu animal fica doente como procede?
( ) Automedicação
( ) Ervas (chás, infusões)
( ) Lojista
( ) Vizinho
( ) Clínico veterinário
( ) Nada
9- Qual alimentação é fornecida ao seu animal?
( ) Comida
( ) Ração
( ) Caça
10-Qual frequência?
____________________________________________________________________________
11- Por que mantém um cão?
( ) Gosta
( ) Guarda
12- Tem gato/s?
( ) Sim
( ) Não
13- Quantos?
______________________________________________________________________________
14- Por que mantém gato(s)?
( ) Gosta
( ) Controle de ratos
15- Como adquiriu seu(s) animal(is)?
( ) Comprou
17
( ) Ganhou
( ) Achou
( ) Criação pessoal
( ) Outro ________________________________________
16- Pretende adquirir outro animal?
( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez
17- O que acha das nossas visitas?
( ) Desnecessárias
( ) Incômodas
( ) Importantes
( ) Boas
18- Uma vez ao mês é suficiente?
( ) Sim
( ) Não
19- Notou diferenças no/s animal/is?
( ) Sim
( ) Não
20- Gostaria que fizéssemos algo mais? O quê?
21- Já conhecia a Dirofilariose?
( ) Sim
( ) Não
22- Considera a Dilofilariose uma doença grave?
( ) Sim
( ) Não
23- Como ela é transmitida?
18
24- Qual medida de prevenção?
( ) Vacina
( ) Remédio
( ) Não existe
( ) Desconhece
25- Conhece a Ehrlichiose?
( ) Sim
( ) Não
26- Como ela é transmitida?
_______________________________________________________________________________
27- Como pode ser evitada?
_______________________________________________________________________________
19
9- REFERÊNCIAS
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Indissociabilidade do Ensino-Pesquisa-Extensão na Universidade. Rev. Bras. de Agrociência. v.4,
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______. Comportamento Felino: um guia para veterinários. São Paulo: Roca, 2001.
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______. Animal Welfare Defined in Terms of Attempts to Cope with the Environment. Acta
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