Alteração das rochas Em muitos locais da superfície da Terra encontram-se massas rochosas, que afloraram à superfície, devido à ação de diferentes fatores, como o clima, a erosão e os movimentos orogénicos e tectónicos. Os maciços rochosos que afloram à superfície - afloramentos - ficam sujeitos a condições de pressão, temperatura e ambiente químico muito diferentes daqueles em que foram gerados. Tomemos como exemplo, o afloramento de um maciço granítico: - o granito, rocha que se forma em profundidade, quando atinge a superfície apresenta um conjunto de fraturas (diaclases) que, na sua maior parte, surgem durante a consolidação e arrefecimento do magma, podendo, também, resultar da ação de tensões internas da crusta. - O granito aflora à superfície, devido à remoção, pela erosão, das rochas suprajacentes, o que provoca uma descompressão, que permite a abertura das fraturas existentes e inclusivamente, o aparecimento de novas, formando-se uma rede de diaclases (fig. 1). Estas, vão permitir a infiltração e circulação de águas das chuvas, que por sua vez, iniciam o ataque químico e mecânico do maciço rochoso, o que leva a uma gradual desagregação. Fig.1 – Fotografia representativa de um maciço granítico com diaclases Esta desagregação, provocada por alterações físicas e químicas das rochas, toma a designação de meteorização. Este fenómeno resulta do fato das rochas se encontrarem: submetidas a condições ambientais, de pressão e temperatura, muito diferentes daquelas em que ocorreu a sua génese; expostas à ação de agentes atmosféricos (atmosfera oxidante, precipitação, humidade, ventos, etc); O granito é alterado, principalmente ao nível das diaclases, onde a água pode circular. A rocha começa gradualmente a perder a coesão, levando à sua desagregação. Desta, resulta como produto final uma areia grosseira (areia granítica ou saibro) rica em quartzo, materiais argilosos e algum feldspato. Entretanto, verifica-se um arredondamento das arestas dos blocos fragmentados, entre os quais se acumula areia, resultando uma paisagem granítica – caos de blocos (fig. 2). Fig.2 – Caos de Blocos A paisagem granítica apresenta normalmente alguns aspetos característicos como: o maciço fraturado (diaclases), a arenização e, numa fase mais avançada de desagregação, um conjunto de blocos arredondados – o caos de blocos. A arenização permite a fixação de seres vivos (plantas terrestre, microfauna, decompositores, etc.,) originando uma formação, com espessura variável, designada solo (Fig.3). Fig. 3 Os seres vivos também podem contribuir para a desagregação mecânica das rochas. Por exemplo, as raízes da plantas podem contribuir para o alargamento das fendas (Fig. 4). Fig. 4 – Alargamento das fendas Meteorização química Uma grande parte dos minerais gerados em profundidade torna-se instável nas condições superficiais, pelo que, vão experimentar uma alteração na sua estrutura interna (com remoção ou introdução de elementos), originando-se desta forma outros minerais mais estáveis. A susceptibilidade dos minerais à alteração química é inversa da ordem de cristalização desses minerais, no magma. De acordo com a série de Goldish, entre os minerais mais vulneráveis situa-se a olivina, seguido-se a plagioclase cálcica, as piroxenas, as anfíbolas, etc.. Como se pode observar na figura, os feldspatos potássicos e a moscovite já apresentam um maior grau de resistência, sendo no entanto, o quartzo o mais estável. No gráfico, confirma-se o que atrás foi referido, para além de evidenciar, a transformação dos feldspatos e das plagioclases em minerais de argila.