Anatomia do Sistema Nervoso

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Anatomia do Sistema Nervoso
Introdução:
O Sistema Nervoso Humano realiza um enorme número de
funções executadas por muitas de suas subdivisões. Na verdade, a
complexidade do cérebro humano tornou o estudo da neuroanatomia
uma tarefa que demanda tempo. Esta tarefa pode ser muito
simplificada se o estudo do sistema nervoso for feito levando-se em
consideração a Anatomia Regional e Funcional. A Neuroanatomia
Funcional examina aquelas partes do sistema nervoso que trabalham
em conjunto para executar uma determinada ação, por exemplo, na
percepção visual. O entendimento da arquitetura neural que está por
trás de um comportamento é obtido facilmente, considerando a
Neuroanatomia Funcional. Ao contrário, o estudo da Neuroanatomia
Regional examina as relações espaciais entre estruturas cerebrais em
uma dada região do sistema nervoso. Conhecendo o local, limites e
correlacionando estruturas cerebrais com funções subordinadas,
pode-se conseguir extraordinária solução para resolver um problema
clínico de determinação do local da lesão no sistema nervoso de um
paciente com dano neurológico. Esses conhecimentos básicos nos
preparam para explorar detalhadamente a organização funcional e
regional do sistema nervoso.
Organização do Sistema Nervoso
O sistema nervoso é dividido em central e periférico. O
sistema nervoso central é aquele localizado no esqueleto axial
(cavidade craniana e canal cerebral). O sistema nervoso periférico é
aquele localizado fora de cavidades ósseas.
Sistema nervoso Central
É formado por encéfalo e medula espinhal, que constituem o
neuro-eixo. O encéfalo está localizado dentro do crânio neural e a
medula espinhal se localiza dentro do canal vertebral.
O encéfalo é constituído por cérebro, cerebelo e tronco
encefálico. Esse tronco encefálico é composto pelo mesencéfalo,
ponte e bulbo. A ponte separa o bulbo, situado caudalmente, do
mesencéfalo, situado cranialmente. Dorsalmente à ponte e ao bulbo
localiza-se o cerebelo. O fluido cérebro espinhal e as meninges
envolvem o sistema nervoso central e fornecem proteção adicional.
As principais funções do sistema nervoso central são integrar e
coordenar os sinais neurais que chegam e saem; e executar as
funções mentais mais elevadas tais como pensar e aprender.
Sistema nervoso Periférico
Representa a extensão periférica do S.N.C., é anatômica e
operacionalmente contínuo com o encéfalo e a medula espinhal. O
sistema nervoso periférico é constituído por nervos (espinhais e
cranianos), gânglios e terminações nervosas.
Nervos são cordões esbranquiçados que unem o sistema
nervoso central aos órgãos periféricos. Se a união se faz com o
encéfalo, os nervos são cranianos; se com a medula, os nervos são
espinhais. Em relação com alguns nervos e raízes nervosas, existem
dilatações constituídas principalmente de corpos de neurônios, que
são os gânglios. Do ponto de vista funcional, existem gânglios
sensitivos e gânglios motores viscerais. Na extremidade das fibras
que constituem os nervos situam-se as terminações nervosas, que, do
ponto de vista funcional, são de dois tipos: sensitivas ( ou aferentes)
e motoras (ou eferentes).
O sistema nervoso periférico conduz impulsos neurais para o
sistema nervoso central, a partir dos órgãos dos sentidos e dos
receptores sensitivos das várias partes do corpo. Esse sistema
também conduz impulsos neurais provenientes do sistema nervoso
central para músculos e glândulas.
Anatomia macroscópica do telencéfalo
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais,
direito e esquerdo e uma pequena parte mediana situada na porção
anterior do III ventrículo.
Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente separados
pela fissura longitudinal do cérebro, cuja o assoalho é formado por
uma larga faixa de fibras comissurais, o corpo caloso, principal meio
de união entre os dois hemisférios. Os hemisférios cerebrais
possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que
comunicam com o terceiro ventrículo pelos forames
interventriculares.
Cada hemisférios possuem três pólos: frontal, occipital e
temporal; e três faces: face supero-lateral, que é convexa; face
medial, que é plana; e face inferior, ou base do cérebro, muito
irregular, repousando anteriormente nos andares anterior e médio da
base do crânio e posteriormente na tenda do cerebelo.
Hemisférios cerebrais
Possuem quatro componentes maiores: o córtex cerebral,
formação hipocampal, amígdala e os núcleos da base. Juntas, estas
estruturas participam do que há de mais sofisticado no
comportamento humano. O córtex cerebral, localizado na superfície
hemisférica, é repleto de dobras. As circunvolunções representam
uma adaptação evolutiva que serve para ajustar uma grande área
superficial dentro do espaço restrito da cavidade craniana. Na
verdade, somente ¼ ou 1/3 do córtex cerebral está exposto na
superfície hemisférica. As circunvolunções, também denominadas
giros, são separadas por depressões chamadas fissuras ou sulcos. As
fissuras são depressões muito pronunciadas que sistematicamente
podem ser encontradas em todos os encéfalos. Os hemisférios
cerebrais são separados, por exemplo, em duas metades pela fissura
sagital ou inter-hemisférica. Já os sulcos não são tão profundos
como as fissuras e suas formas e localizações não são tão constantes.
A existência dos sulcos permite considerável aumento de
superfície sem grande aumento do volume cerebral e sabe-se que 2/3
da área ocupada pelo córtex cerebral estão “escondidos” nos sulcos.
Muitos sulcos são inconstantes e não recebem qualquer
denominação; outros, constantes, recebem denominações especiais e
ajudam a delimitar os lobos e as áreas cerebrais. De qualquer modo,
o padrão de sulcos e giros do cérebro varia em cada cérebro,
podendo ser diferente nos dois hemisférios do mesmo indivíduo. Em
cada hemisfério cerebral, os dois sulcos mais importantes são o
sulco lateral e o sulco central, que serão descritos a seguir:
Sulco lateral
Inicia-se na base do cérebro lateralmente a substância
perfurada anterior, como uma fenda profunda que, separando o lobo
frontal do lobo temporal, dirige-se para face súpero-lateral do
cérebro, onde termina dividindo-se em 3 ramos: ascendente, anterior
e posterior. Os ramos ascendente e anterior são curtos e penetram no
lobo frontal; o ramo posterior é muito mais longo, dirige-se para trás
e para cima, terminando no lobo parietal. Separa o lobo temporal,
situado abaixo, dos lobos frontal e parietal, situados acima.
Sulco central
É uma sulco profundo e geralmente contínuo, que percorre
obliquamente a face súpero-lateral do hemisfério, separando os
lobos frontal e parietal. Inicia-se na face medial do hemisfério,
aproximadamente no meio de sua borda dorsal e a partir deste ponto,
dirige-se para diante a para baixo, em direção ao ramo posterior do
sulco lateral, do qual é separado por uma pequena prega cortical. É
ladeado por dois giros paralelos, um anterior, giro pré-central, e
outro posterior, giro pós-central.
Lobos do córtex cerebral
A divisão em lobos, embora de grande importância clínica, não
correspondem a uma divisão funcional, exceto pelo lobo occipital,
que parece estar todo, direta ou indiretamente relacionado com a
visão. O córtex cerebral é dividido em 4 lobos, esses lobos são
denominados de acordo com os ossos cranianos que os recobrem:
frontal, parietal, occipital e temporal. As funções dos diversos lobos
são excepcionalmente diferente, como também são as funções de
cada giro dentro dos lobos. Os lobos frontal e parietal, importantes
no controle motor e na sensibilidade corporal, tais como tato e dor,
são separados entre si pelo sulco central. O lobo temporal,
importante em várias funções sensoriais, incluindo a audição, é
separado dos lobos frontal e parietal pelo sulco lateral. O lobo
occipital, essencial pela visão, é separado dos lobos parietal e
temporal por uma linha que liga a incisura pré-occipital, na
superfície lateral, com a ponta do sulco parieto-occipital na
superfície interna do hemisfério.
Lobo frontal
É essencial para comportamento motor, não apenas para
regular as ações mecânicas simples dos movimentos, tais como a
força, mas também na decisão de quais movimentos serão
executados para alcançar um determinado objetivo. Estás funções
serão realizadas pelo córtex motor que está localizado no giro précentral e pelas áreas pré-motoras com localização adjacente ao
córtex motor. Na superfície lateral, restante da maior parte do lobo
frontal, é importante em funções cognitivas e nas emoções. Estas
regiões, que coletivamente são denominadas córtex associativo préfrontal, são constituídas pelos giros frontais superior, médio e
inferior. O corpo caloso também pode ser visto na superfície medial
do hemisfério. Para integrar as funções dos dois hemisférios,
axônios dessa estrutura atravessam-na em cada uma de suas partes
fundamentais: rostro, joelho, corpo e esplênio. O orgão sensorial do
olfato, o bulbo olfatório, está localizado na superfícia inferior do
lobo frontal. Regiões dos giros orbitais e do prosencéfalo basal,
ambas localizadas na superfície ventral do lobo frontal, são
importantes no processamento de informações olfatórias.
Lobo parietal
Não desempenha apenas um papel excepcional na percepção
do tato, dor e posição dos membros, mas também integra nossas
experiências sensoriais provenientes da pele, músculos e
articulações, permitindo-nos perceber o tamanho e a forma de
objetos manuseados. Essas funções são desempenhadas pelo córtex
sensorial somático, que está localizado no giro pós-central. A região
restante do lobo parietal, localizada na superfície lateral do
hemisfério, consiste dos lóbulos superior e inferior, que são
separados pelo sulco intra-parietal. O lóbulo parietal superior é
fundamental para auto-imagem completa e serve de intermédio para
interações comportamentais com o mundo que nos cerca. O lobo
parietal inferior está envolvido na integração de diversas
informações sensoriais relacionadas a fala e a percepção.
Lobo occipital
É o mais simples quanto à função, estando envolvido na
percepção visual. O córtex visual está localizado tanto nas paredes
quanto nas profundidades do sulco calcarino na superfície medial do
hemisfério. O sulco calcarino inicia-se a baixo do esplênio do corpo
caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao pólo occipital. Nos
lábios do sulco calcarino localiza-se o centro cortical da visão. Na
superfície medial do hemisfério, escondida pelo tronco cerebral e
pelo cerebelo, está uma parte do lobo occipital. O sulco parietooccipital separa os lobos occipital e parietal e encontra em ângulo
agudo o sulco calcarino.
Lobo temporal
Participa de uma variedade de funções sensoriais, bem como
da memória e o das emoções. O córtex auditivo, localizado no giro
temporal superior, age com áreas vizinhas, localizadas na
profundidade do sulco temporal e do giro temporal médio,
auxiliando na percepção e localização de sons. Um centro cortical
importante para o reconhecimento da palavra, denominada área de
Wernicke, está localizada no giro temporal superior. Esta área está
conectada com a área frontal da línguagem, denominada área de
Broca, importante para articulação da palavra. O giro temporal
inferior serve para percepção de formas visuais e da cor. As
emoções são mediadas pelo córtex loacalizada no pólo temporal,
juntamente com porções adjacentes de parte medial do lobo
temporal, juntamente com porções adjacentes de parte medial do
lobo temporal e as regiões inferior e medial do lobo frontal.
Anatomia Macroscópicas do Cerebelo
Órgão do sistema nervoso supra-segmentar, deriva da parte
dorsal do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e a ponte,
contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa
sobre a fossa cerebelar do osso occipital e estar separado do lobo
occipital do cérebro por uma prega da dura-máter chamada tenda do
cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar
inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio
e superior, respectivamente.
Anatomicamente, distingue-se no cerebelo uma porção ímpar e
mediana, o Vérmis, ligada a duas grandes maças laterais, os
hemisférios cerebelares. O Vérnis é pouco separado dos hemisférios
na face superior do cerebelo, o que não ocorre na face anterior, onde
dois sulcos bem evidentes.
A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direção
predominantemente transversais, que delimitam laminas finas
denominadas folhas do cerebelo. Existem também sulcos mais
pronunciados, as fissuras do cerebelo, que delimitam lóbulos, cada
um deles podendo conter várias folhas. Essa disposição visível na
superfície do cerebelo, é especialmente evidente em secções do
órgão, que dão também uma idéia de sua organização interna. O
cerebelo é constituído de um centro de substância branca, corpo
medular do cerebelo, de onde irradiam as lâminas brancas do
cerebelo, revestidas externamente por uma fina camada de
substância cinzenta, o córtex cerebelar. O corpo medular do cerebelo
com as lâminas brancas que dele irradiam, quando vistas em cortes
sagitais, recebem o nome de árvore da vida. No interior do corpo
medular existem 4 pares de núcleos de substâncias cinzenta, que são
os núcleos centrais do cerebelo: dentiado, emboliforme, globoso e
fastigial. Destes, pelo menos o núcleo denteado é facilmente
identificável, mesmo macroscopicamente, em secções horizontais do
cerebelo.
A divisão do cerebelo em lóbulos não tem nenhum significado
funcional e sua importância é apenas topográfica. Os lóbulos
recebem denominações diferentes no Vérmis e nos hemisférios.
O estudo dos lóbulos do cerebelo deve ser feito de preferência
em peças em que o Vérmis é seccionado sagitalmente, o que permite
uma identificação mais fácil das fissuras. A língula está quase
sempre aderida ao véu medular superior. O fólium consiste apenas
uma folha de vérmis. Para encontrá-lo, pode se acompanhar até o
vérmis a fissura horizontal, sempre muito evidente, e o fólium estará
diante dela. Um lóbulo importante é flóculo, situado logo abaixo do
ponto em que o pedúnculo cerebelar médio penetra no cerebelo,
proximo ao nervo vestíbulo-coclear. Liga-se ao nódulo, lóbulo do
vérmis, pelo pedúnculo do flóculo. As tonsilas são bem evidentes na
face inferior do cerebelo, projetando-se medialmente sobre a face
dorsal do bulbo.
Anatomia macroscópica do diencéfalo
Compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo,
epitálamo e subtálamo, todas em relação com o terceiro ventrículo e
forma a região encefálica central, sendo envolvido pelos hemisférios
cerebrais. É conveniente que estudo de cada uma dessas partes seja
presseguido de uma descrição do terceiro ventrículo.
III ventrículo
A cavidade do diencéfalo é uma estreita fenda ímpar e mediana
denominada III ventrículo, que se comunica com o IV ventrículo
pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais, pelos
respectivos forames interventrículares.
Quando o cerebro é seccionado nno plano sagital mediano, as
paredes laterais do III ventrículo são expostas amplamente. Verificase, então, a existência de uma depressão, o sulco hipocalamico, que
se estende do aqueduto cerebral até o forame interventrícular.
No assoalho do III ventrículo, dispõem-se de diante para trás
as seguintes formações: quiasma óptico, infundibulo, tubercinério e
corpos mamilares, pertencentes ao hipotálamo.
A parede posterior do ventrículo, muito pequena, é formada
pelo epitálamo, que se localiza acima do sulco hipotalâmico. Saindo
de cada lado do epitálamo e percorrendo a parte mais alta das
paredes laterais do ventrículo, a um feixe de fibras nervosas, as
estrias medulares do tálamo, onde se insere a tela coróide, que forma
o tecto do III ventrículo. A partir da tela coróide, invaginam-se na
luz ventricular, os plexos coróides do III ventrículo, que se dispõe
em duas linhas paralelas e são contínuos através dos respectivos
forames interventriculares com os plexos coróides dos ventrículos
laterais.
A parede anterior do III ventrículo é formada pela lâmina
terminal, fina lâmina de tecido nervoso que une os dois hemisférios
e se dispõe entre o quiasma óptico e a comissura anterior. A
comissura anterior, a lâmina terminal e as partes adjacentes das
paredes laterais do III ventrículo pertencem ao telencéfalo, pois
derivam da parte central não invaginada da vesícula telencéfalica do
embrião. A luz do III ventrículo se evagina para formar 4 recessos:
na região do infundíbulo, recesso do infundíbulo; outro acima do
quiasma óptico, recesso óptico; o terceiro na haste da glândula
pineal, recesso pineal e, finalmente, o recesso suprapineal, acima do
corpo pineal, este último, impossível de ser identificado nas peças
em que o tecyto do III ventrículo tenha sido removido.
Tálamo
Os tálamos são duas maças volumosas de substância cinzenta,
de forma ovóide, dispostas uma de cada lado, na porção láterodorsal do diencéfalo. A extremidade anterior de cada tálamo
apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo, que
participa na delimitação do forame interventricular. A extremidade
posterior consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma
grande eminência, o pulvinar que se projeta sobre os corpos
geniculados lateral e medial. O corpo geniculado medial faz parte da
via auditiva; o lateral, da via óptica, e ambos são considerados por
alguns autores como constituindo uma divisão do diencéfalo
denominado metatálamo. A porção lateral da face superior do
tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo, por
conseguinte, revestido de epitélio ependimário; a porção medial
constitui juntamente com o tecto do III ventrículo, o assoalho da
fissura transversa do cérebro, cujo o tecto é constituido pelo fórnix e
pelo corpo caloso, formações telencefálicas. A fissura transversa é
ocupada por um fundo de saco da pia-máter, cuja o folheto inferior
recobre a parte medial da face superior do tálamo e entra na
constituição da tela coróide, que forma o tecto do III ventrículo. Esta
tela coróide se insere que marcam o limite entre a face superior e a
face medial do tálamo.
A face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela capsula
interna, compacto feixe de fibras que ligam o córtex cerebral a
centros nervosos subcorticais. A face inferior do tálamo, continua
com o hipotálamo e o subtálamo.
Hipotálamo
É uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada
abaixo do tálamo, com importantes funções, relacionadas
principalmente com o controle da atividade funcional.
O hipotálamo compreende estruturas situadas nas paredes
laterais do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalamico, além das
seguintes informações do assoalho do III ventrículo, visíveis na base
do cérebro.
Corpos mamilares
São duas eminências arredondadas de substância cinzenta
evidente na parte anterior da fossa interpendular.
Quiasma óptico
Localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe
as fibras mielínicas dos nervos ópticos, II par craniano, que aí
cruzam em parte e continuam nos tractos ópticos que se dirigem aos
corpos geniculares laterais, depois de contornar os pedúnculos
cerebrais.
Túber cinéreo
Ë uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do
quiasma e dos tractos ópticos, entre estes e os corpos mamilares. No
túber cinéreo prende-se a hipófise por meio do infundíbulo.
Infundíbulo
É uma formação nervosa em forma de funil que se prende ao
túber cinéreo, contendo um pequeno prolongamento da cavidade
ventricular, o recesso do infundíbulo. Na extremidade superior do
infundíbulo dilata-se para constituir a eminência mediana do túber
cinéreo, enquanto sua extremidade inferior continua com o processo
infundibular, o lobo nervoso da neuro-hipófise. Em geral, quando os
encéfalos são retirados do crânio, o infundíbulo se rompe,
permanecendo com a hipófise na cela túrcica na base do crânio.
Epitálamo
Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco
hipotalamico, já na transição com o mesencéfalo. Seu elemento mais
evidente é a glândula pineal, ou epífise, glândula endócrina de forma
piriforme, ímpar e mediana, que repousa sobre o tecto
mesencefálico. A base do corpo pineal prende-se anteriormente a
dois feixes transversais de fibras que cruzam o plano mediano, a
comissura posterior e a comissura das habênulas, entre as quais
penetram na glândula pinel num pequeno prolongamento da
cavidade ventricular, o recesso pineal. A comissura posterior situase no ponto em que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é
considerada como limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo. A
comissura das habênulas interpõe-se entre duas pequenas
eminências triangulares, os trígonos da habênula, situados entre a
glândula pineal e o tálamo; continua anteriormente, de cada lado,
com as estrias medulares do tálamo. A tela coróide do III ventrículo
insere-se, lateralmente, nas estrias medulares do tálamo e,
posteriormente, na comissura das habênulas, fechando, assim, o
tecto do III ventrículo.
Subtálamo
Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o
tegmento do mesencéfalo. É de dificil visualização das peças de
rotina, pois não se relaciona com as paredes do III ventrículo,
podendo ser observada em cortes frontais do cérebro. Verifica-se,
então, que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado
lateralmente pela capsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O
elemento mais evidente do subtálamo é o núcleo subtalamico.
Anatomia macroscópica do tronco encefálico
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo,
situando-se ventralmente ao cerebelo. Na sua constituição entrão
corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e em fibras
nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados
tractos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna
do tronco encefálico podem estar relacionados com relevos e
depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco
encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na
constituição dos nervos cranianos. Os 12 pares de nervos cranianos,
10 fazem conecção no tronco encefálico.
O tronco encefálico se divide em: Bulbo, situado caudalmente;
mesencéfalo, situado cranialmente; e pontesituado entre ambos.
Bulbo
O bulbo raquídeo ou medula oblonga tem a forma de um
tronco de cone cuja a extremidade menor continua caudalmente com
a medula espinhal, no foramem magno, mas a transição é gradual, o
limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no
contorno ventral do órgão, o sulco bulbo-pontino, que corresponde a
margem inferior da ponte. A fissura mediana anterior termina
cranialmente em uma depressão denominada foramem cego. As
características marcantes de sua face ventral são as pirâmides
alongadas que contém os tractos córticos espinhais proveniente do
córtex cerebral. O bulbo contém os centros cardiovascular e
respiratórios para o controle automáticos dos batimentos cardíacos e
da respiração, respectivamente. A cavidade do bulbo forma a parte
inferior do IV ventrículo.
Ponte
É a parte do tronco encefálico interposta entre o bulbo e o
mesencéfalo. Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre
a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do
esfenóide. Sua base, situada ventralmente, apresenta estriação
transversal em virtude da presença de numerosos feixes de fibras
transversais que a percorrem. Estas fibras transversais convergem de
cada lado para formar um volumoso feixe, o pedúnculo cerebelar
médio, que penetra no hemisfério cerebelar correspondente.
Considera-se como limite entre a ponte e o braço da ponte o ponto
de emergência do nervo trigêmio. Esta emergência se faz por duas
raízes, uma maior, ou raiz sensitiva do nervo trigêmio, e outra
menor, ou raiz motora do nervo trigêmio.
Percorrendo logitudinalmente a superfície ventral da ponte,
existe um sulco, sulco basilar, que geralmente aloja a artéria basilar.
A parte ventral da ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbopontino, de onde emerge de cada lado a partir da linha mediana o
XI, XII e XIII pares cranianos. A parte dorsal da ponte não apresenta
linha de demarcação com a parte dorsal da porção aberta do bulbo,
contituindo ambas a porção do IV ventrículo.
Mesencéfalo
O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o cérebro, do qual é
separada por um plano que liga os corpos mamilares, pertencentes
ao diencéfalo, à comissura posterior. É atravessado por um estreito
canal, o arqueduto cerebral, que une o III ao IV ventrículo. A parte
do mesencéfalo situado dorsalmente ao arqueduto é o tecto do
mesencéfalo; ventralmente temos os dois pedúnculos cerebrais, que,
por sua vez, se divide em uma parte dorsal, predominantemente
celular, o tegmento, e outra ventral, formada de fibras longitudinais,
a base do pedúnculo. Em uma secção transversal do mesencéfalo vêse que o tegmento é separado da base por uma área escura, a
substância negra, formada por neurônios que contém melanina.
Correspondendo à substância negra na superfícia do mesencéfalo,
existem dois sulcos longitudinais: um lateral, sulco lateral do
mesencéfalo, e outro medial, sulco medial do pedúnculo cerebral.
Estes sulcos marcam na superfície o limite entre a base e tegmento
do pedúnculo cerebral. Do sulco medial emerge um nervo
oculomotor, III par craniano.
Anatomia macroscópica da medula espinhal
Etimologicamente, medula significa miolo e indica o que está
dentro. Assim medula espinhal significa dentro do canal vertebral. A
medula espinhal é uma maça cilindróide de tecido nervoso dentro do
canal vertebral, sem ocupá-lo completamente. No homem adulto,
mede aproximadamente 45 cm, sendo um pouco menor na mulher.
Cranialmente a medula delimita-se com o bulbo, aproximadamente a
nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula
tem importância clínica e no adulto situa-se na 2ª vértebra lombar
(L2). A medula termina afilando-se para formar um cone, o cone
medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o
filamento terminal.
A medula apresenta forma aproximadamente cilindrica, sendo
ligeiramente achatada no sentido ántero-posterior. Seu calibre não é
uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas
intumescência cervical e intumescência lombar, situado em níveis
cervical e lombar, respectivamente. Estas intumescência
correspondem às áreas em que fazem conexão com a medula as
grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e
lombosacral, destinados a inervação dos nervos superiores e
inferiores, respectivamente. A formação dessas intumescências se
deve à maior quantidade de neurônios e de fibras nervosas que
entram e saem dessas áreas e que são necessárias para inervação dos
membros superiores e inferiores.
A superfície da medula apresenta o seguintes sulcos
longitudinais, que percorrem toda extensão: sulco mediano
posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e sulco
lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio
posterior, situado entre mediano posterior e o lateral posterior e que
continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo
posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem
conexão, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos
espinhais.
Na medula, a substância cinzenta se localiza por dentro da
branca e apresenta forma de uma borboleta ou de um H. Nela
distinguimos de cada lado 3 colunas que aparecem nos cortes como
cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral. A coluna
lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. No
centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula,
resquício da luz do tubo neural do embrião.
A substância branca é formada por fibras, a maioria delas
mielínicas, que sobem e descem da medula e que pode ser agrupadas
de cada lado em 3 funículos, a saber:
Funículo anterior
Situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral
anterior.
Funículo lateral
Situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior
Funículo posterior
Situado entre o sulco lateral posterior e mediano posterior, este
último ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na
parte cervical da medula, o funículo posterior é dividido pelo sulco
intermédio posterior em fascículo Grácil e fascículo Cuneiforme.
Conexões com os nervos espinhais
Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, fazem conexão
pequenos filamentos nervosos denominados filamentos radiculares,
que se unem para formar, respectivamente as raízes ventral e dorsal
dos nervos espinhais. As duas raízes, por sua vez, se unem para
formar os nervos espinhais, ocorrendo a união em um ponto situado
distalmente ao ângulo espinhal que existe na raiz dorsal. A conexão
com os nervos espinhais marca a conexão da medula, que,
entretanto, não é completa, uma vez que não existe septos ou sulcos
transversais separando um segmento do outro. Considera-se
segmento medular de um determinado nervo a parte da medula onde
fazem conexão com os filamentos radiculares que entram na
composição deste nervo. Existe 31 pares de nervos espinhais aos
quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuído: 8
cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Existem 8
pares de nervos cervicais, mas somente 7 vértebras. O primeiro par
cervical (C1) emerge acima da primeira vértebra cervical, portanto,
entre ela e o osso occipital. Já o oitavo par (C8) emerge a baixo da
sétima vértebra, o mesmo acontecendo com os nervos espinhais
abaixo de C8, que emerge, de cada lado, sempre abaixo da vértebra
correspondente.
Meninges
O S.N.C. é envolvido por membranas conjuntivas
denominadas meninges e são classicamente três: dura-máter,
aracnóide e pia-máter.
Dura-máter
A meninge mais superfícial é a dura-máter, espessa e
resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras
colágenas, contendo vasos e nervos. A dura-máter do encéfalo difere
da dura-máter espinhal por ser formada por 2 folhetos, externo e
interno, dos quais apenas o interno continua com a dura-máter
espinhal. O folheto externo adere intimamente aos ossos do crânio e
comporta-se como periósteo desses ossos, o que é muito importante,
pois a formação de um calo ósseo na superfície interna dos ossos do
crânio podem constituir grave fator de irritação do sistema nervoso.
Em virtude da aderência da dura-máter aos ossos do crânio, não
existe no encéfalo um espaço epidural como na medula. A duramáter, e em particular seu folheto externo, é muito vascularizado.
No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria
meníngea média, ramo da artéria maxilar.
A dura-máter ao contrário das outra meníngeas, é ricamente
inervada. Como o encéfalo não possue terminações nervosas
sensitivas, toda a sensibilidade intracraniana se localiza na duramáter, responsável pela maioria das dores de cabeça.
Pregas da dura-máter do encéfalo
Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter destaca-se
do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em
compartimentos que se comunicam amplamente. As principais
pregas são as seguintes:
Foice do cérebro – é a expansão da dura-máter que penetra entre os
dois hemisférios cerebrais, pela fissura inter-hemisféricas.
Tenda do cerebelo – é uma expansão transversal no espaço entre o
cérebro e o cerebelo
Foice do cerebelo – pequeno septo vertical mediano, situado abaixo
da tenda do cerebelo entre os dois hemisférios cerebelares.
Tenda da hipófise – expansão da dura-máter que protege a hipófise.
Seios venosos da dura-máter
São os espaços entre as duas lâminas da dura-máter que
funcionam como coletores de seios venosos. As veias encefálicas
drenam para os seios venosos que drenam para veias jugulares
internas. Dividimos o seio em:
Seios da calota
Seio sagital superior – corre na margem fixa da foice do
cérebro, tem uma forma de meia lua, tendo sua borda livre voltada
para a fissura inter-hemisférica. O fluxo da corrente no seio sagital
vai da frente para trás, levando sangue para confluência dos seios
próximo à crista occipital interna.
Seio sagital inferior – corre na margem livre da foice do
cérebro passando por cima da tenda do cerebelo. No ponto onde a
foice do cérebro começa a se inserir na tenda do cerebelo, este seio
se encontra com a veia de Galeno.
Seio reto – formado pela fusão da veia de galeno com o seio
sagital inferior, corre pela borda da foice inserida na tenda do
cerebelo, levando sangue para a confluência dos seios.
Seios transversos – o sangue é esvaziado da confluência dos
seios pelos seios transversos direito e esquerdo que correm pela
margem da tenda do cerebelo que está fixada ao osso.
Seio sigmóide – quando o seio transverso começa a descer,
fazendo uma curvatura, ele passa a se chamar seio sigmóide. Este
seio desce até a veia jugular interna.
Seios da base
Seios cavernosos – bem no centro do crânio, encontramos o
corpo do osso esfenóide, o tubo escavado em cima (cela turca), e
pelas laterais desse osso passam os seios cavernosos. Este seio é
uma cavidade bastante grande e irregular, que recebe o sangue das
veias oftálmicas superior e central da retina.
Seios intercavernosos – ligando os seios cavernosos,
encontramos os seios intercavernosos anterior e posterior.
Seio esfenoidal – percorre a face interior da pequena asa do
esfenóide e desemboca no seio cavernoso.
Seios petrosos – o seio cavernoso drena para os seios petrosos
superior e inferior. O seio petroso inferior drena para o seio
sigmóide. Eles se unem antes de penetrar no forame jugular do osso
occipital. O sei petroso inferior drena direto na veia jugular interna
que se inicia depois do forame jugular.
Aracnóide
É uma membrana delgada que é ajustada por dentro da duramáter, sem estar colada a esta, logo existe um espaço virtual entre
ela e a dura-máter preenchido por líquido tissular. Ela emite franjas
para se prender tanto na dura-máter como na pia-máter. Essas
franjas lembram um aspecto de patas de aranhas, daí o seu nome
aracnóide.
Pia-máter
Ë a membrana mais fina e segue colocada ao tecido nervoso.
Entre a pia-máter e a aracnóide, existe um espaço real chamado
subaracnóide. Esse espaço contém o líquido céfalorraquidiano. Não
é uniforme, em determinados trechos, ele pode estar estreitados ou
dilatado formando cisternas, dentre as quais citam-se:
Cisterna Lombar – dilatação entre o fim da medula e o saco dural.
Cisterna magna – dilatação atrás do bulbo e debaixo do cerebelo.
Cisterna Pontina – atrás da ponte
Cisterna Quiasmática – próximo ao quiasma óptico.
Cisterna cerebral – atrás do mesencéfalo.
Liquido céfalorraquidiano ou líquor
É um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço
subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A função primordial do
líquor é de proteção mecânica do S.N.C., formando coxin líquido
entre este e o estojo ósseo. Desse modo, o líquor constitui um
eficiente mecanismo amortecedor do choque que frequentemente
atingem o sistema nervoso central. Por outro lado, em virtude da
disposição do espaço subaracnóideo, que envolve todo o sistema
nervoso central, este fica totalmente submerso em líquido, o que
reduz o risco de traumatismo do encéfalo resultante do contato com
os ossos do crânio.
Conclusão
Como sabemos, o estudo do sistema nervoso ainda é um tema
temível para muitos médicos, devido seu elevado grau de
complexidade, e que também requer tempo para que o paciente
tenha progressos em busca da cura. Nosso trabalho tem como
objetivo levar a nós, acadêmicos, um melhor entendimento dessa
ciência, para que no futuro possamos contribuir no entendimento e
até, solucionar problemas crônicos que atingem o sistema nervoso.
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