XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Extensão Rural: Vivências da Floricultura no semiárido do Pajeú Aline Daiane dos Anjos1, Luzia Ferreira da Silva2 Introdução Uma característica principal da floricultura é ser realizada em pequenas propriedades, ter expressiva produção familiar e um grande número de espécies produtoras de folhas e folhagens ornamentais (Simplício, 2008).O semiárido enfrenta constantes mudanças climáticas e a estiagem dos anos 2012 e 2013 desafia os sertanejos a encontrarem novas soluções para a produção agrícola. Para enfrentar os desafios é necessário o estudo de novas culturas resistentes a estiagem, com utilização de novas técnicas de produção, que promovam a geração de renda para os sertanejos. A produção de folhagens e de flores tropicais desperta o interesse de produtores, devido a alta rentabilidade de investimentos em curto espaço de tempo (Simplício, 2008). No presente resumo são demonstradas as experiências de pequenos produtores, em projeto de extensão intitulado Produção de flores tropicais no município de Triunfo/PE. Objetivou-se fornecer instruções técnicas necessárias para os pequenos agricultores para proporcionar a produção de flores tropicais na comunidade e iniciar a cadeia de produção de flores e plantas ornamentais no sertão do Pajeú. O público alvo da ação foi à associação de produtores agroecológicos da Comunidade Carro Quebrado município de Triunfo, mais uma proposta para diversificar os produtos por eles comercializados. A propriedade escolhida localiza-se na comunidade Carro Quebrado entre as cidades de Serra Talhada e Triunfo. O projeto foi sugerido pelas produtoras rurais que demostraram interesse na produção de flores. A equipe fez estudos prévios sobre o clima local, as condições de solo e as condições hídricas e foi constatada a possibilidade de produzir flores tropicais na localidade. Material e métodos O local de estudo foi a cidade de Triunfo, localizada nas coordenadas 9.133.558 km N e 598.763km E a uma altitude de 1010 metros. O acesso ao município é efetuado através da BR-232 que interliga Recife a Parnamirim. Seguindo da capital pernambucana por esta rodovia, percorre-se 415 km até atingir a cidade de Serra Talhada PE-365 em trecho de 33 km, até atingir a sede municipal de Triunfo (CPRM, 2005). O projeto foi executado por meio das atividades propostas no cronograma com discussões, palestras, minicursos, realizados na escola da comunidade e nas casas de alguns moradores. Dentre as atividades podemos destacar dois minicursos: confecção de arranjos florais e técnicas de propagação . No minicurso de arranjos florais, as atividades foram apresentadas de acordo com experiências básicas desenvolvidas pelas participantes na elaboração como, os tipos de materiais utilizados, os cuidados, as técnicas necessárias na montagem e breve histórico das espécies utilizadas. Os materiais de ornamentos utilizados foram pedras e vasos (vidro, plástico e madeira). O minicurso de técnicas de propagação de espécies teve como base a demonstração de técnicas de propagação das espécies, a qual constituiu noções básicas, características das espécies escolhidas, tipos de adubação e substratos, sintomas de deficiência de macro e micro nutrientes, tipos de corte e higienização de ferramentas. As espécies utilizadas nas práticas foram: Samseviera ( Sansevieria trifasciata), folha da fortuna (Kalanchoe blossfeldiana), violeta (Saintpaulia ionantha) e rosa( Rosa spp.). A duração do minicurso foi de quatro horas com a participação de 17 agricultoras. Resultados e Discussão O interesse pelo projeto surgiu inicialmente pelas mulheres da comunidade, com o passar do tempo os homens começaram a aceitá-lo e o preconceito com relação à produção de flores foi amenizado, tendo em vista que esta prática era apenas destinada a mulheres. Um fato que chamou atenção foi a participação 100% de apenas mulheres no minicurso de confecção de atividades arranjos florais, nas demais atividades o público masculino esteve presente e atuante nas sugestões e vivências nas comunidades. As palestras e conversas informais entre a equipe do projeto e a comunidade foram de extrema importância para definir como a realização das atividades seriam vivenciadas. A primeira parte do minicurso envolveu a participação de dezoito agricultoras da comunidade com duração de quatro horas com atividades 1 Primeiro Autor é Aluna no curso de Agronomia Bolsista de Extensão, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, SN, Serra Talhada, PE, CEP 5690-000. E-mail: [email protected]. 2 Segundo Autor é Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, SN, Serra Talhada, PE, CEP 5690-000. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. prática e teórica. Os arranjos foram montados com flores tropicais de corte com Heliconea rostrata e fire flash, tradicionais de corte como rosa e gérbera que geraram a confecção de três vasos, um buquê e dezoito pequenos vasos. Com o intuito de despertar a criatividade dos participantes. Na prática de propagação foram exibidos os substratos adequados para o desenvolvimento inicial das espécies e a propagação assexuada, com utilização de caules e folhas de plantas naturais. Os maiores entraves para produção de flores em nível comercial é falta de conhecimento sobre as espécies e o manejo adequado para proporcionar seu desenvolvimento. Envolve as etapas de produção: plantio, irrigação, manejo de pragas e doenças, colheita e pós-colheita. Contudo, as etapas tiveram algumas adequações durante a execução do projeto devido à falta de chuvas e à alta temperatura, isto influenciou também nos resultados esperados pelas ações, pois em ambos os minicursos foram afetados pelos fatores ambientais. As flores temperadas utilizadas nos arranjos florais principalmente a rosa, apesar de todos os cuidados tomados apresentaram pouca durabilidade e exuberância após chegarem ao local do minicurso. Tal fato dificultou o seu manuseio, porém as flores tropicais como esperado inicialmente na sua escolha, mantiveram suas características não somente no local, mas também alguns dias posteriormente na casa das produtoras que ficaram incumbidas de fazerem as observações. Nas espécies utilizadas para propagação ocorreu algo semelhante às espécies temperadas mais sensíveis, como a violeta (Saintpaulia ionantha), que não foram favorecidas ao se desenvolverem. Foi observado que o local onde a comunidade se encontra possui fatores edafoclimáticos favoráveis, principalmente a temperatura, condição necessária para a produção de flores tropicais em nível comercial. A vivência durante o projeto contribuiu, significativamente, para troca de conhecimento entre os agricultores e a equipe executora do projeto. Agradecimentos Agradecemos a PRAE – Pró-Reitora de Extensão pela bolsa e ajuda de custo que proporcionaram este trabalho e aos produtores da comunidade Carro Quebrado pela aceitação do projeto e participação nas atividades vivenciadas. Referências Simplício; J.B. Cultivo de Flores Tropicais em Pernambuco. Informações Técnicas. IPA. 2008. 36 p. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Triunfo, estado de Pernambuco. CPRM/PRODEEM, 2005.11 p. + anexos Foto 1. Apresentação inicial dos materiais para confecção dos arranjos florais, Foto 2. Participantes do minicurso de arranjos, Foto 3. Prática de propagação , Foto 4. Participantes do minicurso de propagação. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.