A TECTÓNICA NA DEFINIÇÃO DAS FORMAS DE RELEVO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARAGUARI Isabel Paula Souza [email protected] Graduanda em Geografia Universidade Federal de Uberlândia António de Sousa Pedrosa [email protected] Prof. do curso de Geografia Universidade Federal da Uberlândia - Monte Carmelo; CEGOT. Silvio Carlos Rodrigues [email protected] Prof. do curso de Geografia Universidade Federal de Uberlândia RESUMO A bacia do rio Araguari, apresenta uma forte diversidade de formas geomorfológicas. O objetivo deste trabalho é tentar relacionar algumas das formas de relevo com a tectónica que se faz refletir na área. Tentamos, assim, demonstrar que a existência de diversas sistemas de falha explica a génese de diversas formas, nomeadamente, vales de fratura, escarpas de falha que definem uma sequência em horst e graben da região, principalmente na área da serra da Canastra. Discute-se, igualmente a importância que a neotectónica pode possuir no aparecimento de nova rede de falhas, assim como, na reativação de falhas de orogenias mais antigas. Palavras-Chave: Bacia do Araguari; formas de relevo; tectônica; neotectônica. EIXO 1 - Geomorfologia, Morfotectônica e Dinâmica da Paisagem ABSTRACT The basin of the river Araguari, has a strong diversity of geomorphological forms. The objective of this work is to try to relate some of landforms, with tectonics. We try to thus demonstrate the existence of several fault systems may explain the genesis of several landforms including valleys fracture, fault escarpment that define several horst and graben on the basin. Also discusses the importance that Neotectonics may have the appearance of new network faults and reactivation of older faults orogenies. Keywords: Basin Araguari; landforms; tectonics; neotectonics. 1. Introdução ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 1 A geomorfologia entendida como o estudo científico das figuras geométricas da superfície da Terra é, sem dúvida, como dizia Tricart (1965) uma das peças importantes para a compreensão da dinâmica das formas de relevo. Assim, sempre que se pretenda uma completa explicação de qualquer forma da Terra, há que fazer uma descrição da sua figura geométrica e compreender os processos envolvidos na sua génese, bem como no seu desenvolvimento através do tempo. Não basta a simples descrição das formas de relevo, torna-se fundamental o conhecimento das características climáticas da região em causa, bem como o conhecimento das características tectónicas, litológicas e biogeográficas, para compreender os processos morfogenéticos. Apreendida desta forma é fundamental entender como os fatores estruturais, nomeadamente a tectónica e a litologia, são importantes na génese e evolução das formas de relevo. Por outro lado é necessário determinar qual a influência que possuem no desencadeamento de processos morfogenéticos relacionados com a geodinâmica externa, nomeadamente com a dinâmica de vertentes e dinâmica fluvial ou mesmo glaciar. (FEIO e BRITO, 1949; BLÉS e FEUGA, 1981; OOLIER, 1981, PEDROSA, 1993). Por exemplo, o fator litológico relaciona-se com a maior ou menor dureza das rochas, reflexo da sua génese e das suas características químico-mineralógicas. Deste modo, há determinadas formas que se relacionam sem qualquer margem para dúvidas com os diferentes tipos de rochas, que implicam dinâmicas específicas de evolução, como por exemplo, os quartzitos, granitos, calcários, entre outras (REBELO, 1975; GODARD, 1977; COQUE, 1977; TWIDALE, 1982, 1989; VALADAS, 1984; ROMANI, 1984; CUNHA, 1988). Neste trabalho sobre a bacia do rio Araguari, teremos como objetivo fundamental relacionar as formas de relevo com a estrutura litológica e tectónica que lhe está subjacente. Pretendemos, assim, tentar compreender a influência que a dinâmica tectonico-estrutural teve na génese e evolução das formas de relevo, ao longo dos tempos geológicos, assim como na atualidade. A precisão com a qual se pode prever a evolução de um sistema dinâmico depende da precisão com que se conhecem as suas condições iniciais e as leis da sua dinâmica (GLEICK, 1989; W EBER et. al., 1996), em que os intervenientes são múltiplos e as relações complexas. Depreende-se, então, que o estudo tem de possuir uma perspectiva morfodinâmica onde se inter-relacionam as formas, os processos morfogenéticos passados, assim como aqueles que, atualmente, são responsáveis pela evolução do território (PEDROSA, 1993, 1994; EDDY et al., 1993; REBELO, 2001). Não podemos então, descurar o substrato litológico e as ações tectónicas que se processaram ao longo do tempo geológico, que tiveram e têm na definição das formas de relevo, pelo que é do interesse geomorfológico não descurar este tipo de aspectos (PEDROSA e REBELO, 1993). Trata-se, no entanto, de um trabalho complexo já que um sistema morfogenético não se reduz a uma simples soma de processos elementares. É necessário concebê-lo numa perspectiva dinâmica, ou seja, como um sistema de relações entre os processos dominantes e os não dominantes, segundo um jogo de fatores que eles próprios controlam (TRICART, CAILLEUX, 1967). É este tipo de relações que o geomorfólogo, na área tectônico-estrutural, terá de identificar e ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 2 conhecer para formular alternativas que possibilitem um melhor conhecimento do território quer nos aspectos de ocupação propriamente dita, quer no uso das técnicas que melhor se adequam à exploração do mesmo (MAHENDRARAJAH, et al., 1999). 2. A bacia do rio Araguari: o contexto geológico A bacia do Rio Araguari está situada no oeste do estado de Minas Gerais, mais concretamente no Triângulo Mineiro, ocupa uma área de cerca 22086 Km², com uma extensão do rio principal de 3 aproximadamente 475 Km. É, no seu interior que se verifica o contato entre dois domínios geológicos importantes para a compreensão da formação geológica do território Brasileiro: a bacia do Paraná e o setor meridional da designada Faixa Brasília (FUCK, 1994) pertencente ao cinturão orogênico Neoproterozóico que se desenvolveu na borda oeste do Cráton Paleoproterozóico do São Francisco (SEER et al. 2001). Na parte mais oriental, surgem algumas rochas pertencentes já ao cratón de S, Francisco, mas que possuem uma importância pouco significativa na bacia do Araguari. O substrato da Bacia do Paraná é caracterizado por complexa trama de elementos crustais consolidados pelos fenômenos tectonomagmáticos do Ciclo Brasiliano, no intervalo Neoproterozoico-Eopaleozoico (ALMEIDA, 1980; ZALÁN et al., 1990; MILANI, 1997), ou seja, é constituída por uma sucessão sedimentar-magmática, que aqui na bacia do rio Araguari é representada pelos grupos São Bento e Bauru. O primeiro é constituído pelas formações Serra Geral e Botucatu. Na bacia hidrográfica do rio Araguari a Formação Serra Geral é constituída de basaltos toleíticos, cujas datações Ar-Ar indicam o início dos derrames a 137,4 Ma e o encerramento a 128,7 Ma (TURNER et al., 1994). A Formação Botucatu é formada por arenitos finos a médios oriundos de um ambiente desértico (MACHADO, SILVA, 2010), mas que surge apenas numa área muito restrita desta bacia. O grupo Bauru corresponde a uma sequência neocretácea, cujo substrato é composto pelas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral. Esse grupo é representado pelas formações Uberaba e Marília, constituídas por conglomerados, argilitos e siltitos gerados em sistemas de leques aluviais, fluviais e pântanos (FERNANDES, 1992). Na bacia do rio Araguari encontramos, apenas a formação Marília que se sobrepõe á formação de Uberaba, (GRAVINA et al. 2002) e que consiste numa sequência de arenitos calcíferos, conglomerados e paraconglomerados carbonáticos, calcários homogêneos, brechas carbonáticas e lamitos, depositados em sistema de rios entrelaçados, na porção mediana a distal de leques aluviais (FERNANDES 1998), sob condições de clima quente seco a levemente úmido (ALVES e RIBEIRO 1999). A Faixa Brasília integrante do cinturão orogênico Neoproterozóico desenvolvido na borda oeste do Cráton Paleoproterozóico do São Francisco é basicamente constituído por rochas atribuídas ao ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 Grupo Araxá, que aqui na bacia do rio Araguari se pode denominar de “sinforma de Araxá” (SEER et al., 2001) que se encontra estruturada em “três lascas tectônicas: inferior, intermediária e superior” (SEER, 1999). Cada lasca apresenta arranjo litoestratigráfico interno próprio, reflexo e ambientes tectônicossedimentares-ígneos diferentes e está limitada por zonas de cisalhamento sub-horizontais e subverticais (SEER et al., 2001, p. 386) Deste modo entende-se que existiu na altura da sua formação elevada mobilidade das diversas unidades, sem vínculos genéticos aparentes e, oriundas, por aloctonia, de regiões geográficas distintas. Definem-se, então três tipos de terrenos tectonoestratigráficos: i) o Terreno Canastra, inferior, que se pode definir como um fragmento relacionado com uma margem continental passiva; ii) Terreno de Ibiá, intermédio que se pode relacionar com um fragmento de porção sedimentar de arco vulcânico; iii) Terreno de Araxá, superior que corresponderá a um fragmento de crosta oceânica intruido por granitos colisionais (SEER, 1999; SEER, et al., 2001). Em termos litológicos, os diferentes grupos que constituem a sinforma de Araxá, apresentam-se complexa (figura 1). O grupo Canastra é fundamentalmente caracterizado por metassedimentares rochas compostas fundamentalmente por quartzitos e filitos. A formação de Ibiá é composta por uma faixa importante de calcoxistos, e os xistos apresentam-se classificados em calcosericita a clorita-xistos, adentrando estruturas dobradas (PACHECO e NISHIYAMA s/d). O grupo Araxá compõe-se por um complexo de xistos e filitos que se constituem metassedimentos em com nappes rochas de vulcânicas associadas (Seer, et al, 2001).Ocorrem, ainda, como já se sincolisionais referiu, de rochas fusão granitóides crustal: Granito Jurubatuba e os Granitóides do cinturão Brasilia. Figura 1. Tectonoestratigrafia da Sinforma de Araxá (modificado de SEER, 1999) Fonte: Seer et al. 2001. A Leste da sinforma da Araxá encontramos o Grupo de Bambuí uma das unidades litoestratigráfias que compõem o Cratón de S. Francisco de idade neoproterozóica. Na área da Bacia do Araguari é o subgrupo de Paraopeba que se encontra melhor representado. Caracterizase fundamentalmente pela presença de siltitos e argilas o que indicia a sua deposição em áreas ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 4 pouco profundas e de fraca ondulação. Defende-se atualmente que a evolução para o Grupo Bambuí se relaciona com uma bacia de ante-país (foreland basin). (MARTINS-NETO et al., 2001; DARDENNE 2000; MARTINS-NETO e ALKMIN, 2001). Ainda na área oriental da bacia hidrográfica do rio Araguari, surge a formação denominada “grupo mata da Corda” associada às encostas das chapadas de altitude compreendida entre os 850 a 1000 m. É representado, essencialmente, por uma alternância de rochas vulcânicas e epiclásticas. Os termos vulcânicos correspondem a rochas alcalinas máficas a ultramáficas afaníticas, por vezes porfiríticas, de natureza efusiva e piroclástica. Subordinadamente ocorrem rochas subvulcânicas de conduto. Apresentam-se, com frequência forte intemperização (FRAGOSO, et al. 2011). As fácies sedimentares que podemos encontrar nesta unidade são representadas por paraconglomerado e arenito lítico originados a partir da erosão das rochas vulcânicas. O paraconglomerado apresenta matriz areno-argilosa, de coloração vermelha a branca, e clastos tamanho grânulo a matacão, arredondados a subangulares, compostos principalmente por rochas vulcânicas (FRAGOSO, et al. 2011, p36) Finalmente superiormente a todas as rochas e unidades geológicas descritas, associadas ás áreas de chapada temos as coberturas detritico lateríticas ferruginosas que se encontram associadas a superfícies de baixo declive, ou seja, planas, caracterizam-se por sequências concrecionais, denominadas de bancadas ferruginosas ou detríticas, vinculadas a a condições climáticas diferentes das atuais, que se poderá relacionar com um clima mais que o atual, muito próximo do semi-árido. 3. As formas de relevo fundamentais Para caracterizarmos as macroformas de relevo na bacia do rio Araguari baseamo-nos no trabalho de Machado e Silva (2010) sobre a geodiversidade de Minas Gerais. Assim consideramos a existência de que denominamos de Chapadas e áreas planálticas que constituem relevos soerguidos (MACHADO e SILVA, 2010), apresentando-se bem planos ou ligeiramente dissecados pelas dinâmicas fluviais atuais e concomitantemente por processos erosivos associados á dinâmica de vertentes muito atenuados, como por exemplo, a erosão laminar. Há, no entanto, um predomínio de processos de pedogênese com a formação de solos espessos e bem drenados, já que uma das caraterísticas fundamentais é os declives muito baixos (0º a 3º). O domínio das colinas constituem formas pouco dissecadas, com vertentes convexas e topos amplos, de morfologia tabular ou alongada (MACHADO e SILVA, 2010) e o sistema de drenagem principal caracteriza-se pela existência de amplas planícies aluviais onde ocorrem a deposição de ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 5 sedimentos fluvio-coluviais. Distinguiu-se, ainda, os domínios dos morros onde a dissecação é mais acentuada predominando vertentes convexo- côncavas e topos arredondados ou aguçados. Deste modo a diferença fundamental entre os dois domínios relaciona-se com o grau de dissecação que é maior na área dos morros. O domínio serrano na bacia hidrográfica do Araguari foi definido como de baixa altitude. Deve-se ao fato de, nesta área, a altitude não ultrapassar os 1300 m, mas que apresenta formas acidentadas, com vertentes predominantemente retilíneas a convexas, por vezes escarpadas e, ainda, topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente arredondados. Pode ocorrer sedimentação sobre a forma coluvial ou em talude na base da vertente. O padrão de drenagem principal encontra-se em processo de entalhamento, com planícies aluviais inexistentes ou, então, muito restritas, relacionadas com níveis de base local. Assim, podemos afirmar que esta forma favorece os processos de erosão em detrimento dos processos de pedogénese (MACHADO e SILVA, 2010). Consideramos ainda, a existência do que denominamos de depressões fluvio-tectónicas, que resultam de uma dinâmica mista relacionado com abatimentos tectónicos de tipo graben, onde se instalou uma rede fluvial que em conjunto com a dinâmica de vertentes, vão exercendo a sua ação de erosão. Os vales encaixados e as vertentes escarpadas são as restantes formas definidas para a área bacia hidrográfica do rio Araguari. A primeira corresponde ao vale principal deste curso de água e a alguns dos seus afluentes (Ribeirão de Sta Juliana, Rio Claro, rio Uberabinha e Rio das Pedras, para citar os mais importantes) localizados no domínio geológico da bacia do Paraná. Consistem em formas de relevo fortemente entalhadas relacionadas com o forte encaixe vertical dos cursos de água formando vales encaixados e incisos sobre planaltos e chapadas (MACHADO e SILVA, 2010). Nestes vales as vertentes apresentam-se predominantemente retilíneas a côncavas, de forte declive, fortemente sulcadas por vestígios morfológicos que indiciam uma forte erosão associada á erosão laminar (sulcos e ravinas), à ocorrência de movimentos em massa e, mesmo o desenvolvimento de voçorocas. Rodrigues (2002) define o vale do rio Araguari, nesta seção de forte encaixe, ou seja, no seu baixo curso, como um Canyon que (...) após ultrapassar todas os pacotes sedimentares e basálticos, atinge o embasamento cristalino pré-cambriano, composto predominantemente por gnaisses e micaxistos, no fundo do vale. Este canyon possui um desnível de 500 metros, sendo que suas margens mais altas atingem de 950 a 1050 metros, enquanto o fundo do vale varia entre 450 e 550 metros. As encostas do vale foram alteradas pelo clima úmido holocênico, sendo que depósitos de tálus são mascarados por mantos coluviais, que propiciam a diminuição da inclinação das vertentes. Complexos perfis de vertente marcam esta área, com presença de rupturas côncavas, segmentos convexos, paredões rochosos e terraços fluviais. Pequenos cursos fluviais começam nos boqueirões que bordejam o canyon e muitas corredeiras e cachoeiras marcam a paisagem. ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 6 A forma que denominamos por vertentes escarpadas engloba as escarpas serranas e os degraus estruturais e rebordos erosivos definidos por Machado e Silva (2010). Apesar da sua génese ser diferente apresentam caraterísticas dinâmicas idênticas e dada a sua baixa representatividade nesta área decidimos englobá-las na mesma forma. São formas com forte declive, muitas vezes “com a ocorrência de paredões rochosos sub-verticais (60-90º)” (MACHADO e SILVA, 2010), onde predominam formas de vertente retilíneas e côncavas e, onde decorrem diversos processos erosivos relacionados com o escoamento superficial, com os movimentos em massa e com o desenvolvimento de voçorocas. 7 4. Objetivos e metodologia O objetivo deste trabalho é procurar a relação entre a tectónica e diversas formas de relevo que se definiram na bacia hidrográfica do rio Araguari, através da elaboração do mapa morfoestrutural. Para isso foram utilizados os dados do CPRM e do IBGE, que permitiram a constituição de uma base georeferenciada, posteriormente tratada e reelaborada. Os critérios para a definição das fraturas, vales de fratura, falhas e escarpas tectónicas foram diversos dos quais salientamos: i) alinhamentos de dois ou mais cursos de água; ii) retilinidade e entalhamento dos cursos de água; iii) contatos geológicos e/ou litológicos; iv) vertentes de forte declive e sua retilinidade; Naturalmente também tivemos em consideração o tipo de falhas que os dados do CPRM nos fornece mas que serviram apenas como fonte de indicação atendendo á diferença de escala a que os elementos foram tratados. 5. A importância da tectónica na génese e evolução das formas de relevo 5.1. As direções tectónicas principais A figura 2 demonstra a existência de vários sistemas de falhas na área da bacia hidrográfica do rio Araguari. Podemos considerar que existem duas áreas que se distinguem em função das direções que as fraturas e falhas possuem: a área correspondente à bacia do Paraná e a área da sinforma de Araxá, ou seja, a denominada Faixa de Brasília. ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 8 Figura 2. A tectónica na bacia do rio Araguari. Fonte: CPRM. Elaboração: Pedrosa, 2014. Na primeira predominam de uma forma clara dois tipos de direção: NE-SW menos representada, mas importante já que se relaciona com a descrição de Milani (2004) que aponta existência de grabens orientados segundo NE-SW, nesta bacia que podem ter controlado a distribuição dos depósitos iniciais ordovício-silurianos condicionando posteriormente o seu levantamento tectónico, iniciado no cretáceo e, a direção aproximada de NW-SE que faz alinhar os principais cursos de água desta área, nomeadamente o curso de água principal. Surgem alguns alinhamentos com uma direção aproximada N-S na parte mais oriental do domínio da bacia do Paraná, o que poderá indiciar a influência do faixa de Brasília, onde esta direção alinha diversos cursos de água. Neste último domínio geológico não é tão nítida a existência de direções predominantes, fato que provavelmente se deve ao modo como se verificou a génese das diversas formações que compõem a sinforma de Araxá. A existência de terrenos alóctones implica e explica a existência de falhas tectónicas que separam diferentes unidades por carreamentos. Exemplo disso são as falhas que separam a formação de Araxá da formação de Ibiá e desta ultima da formação de Paraopeba. No entanto, é possível definir a importância que a direção ENE-WNW na área da formação da Canastra que correspondem na sua maior parte, a falhas de desligamento. Definem uma série de escarpas e alinham diversos cursos de água. Por outro lado, nesta área são definidas várias falhas com direção aproximada N-S que se mostram extremamente importantes já que explicam ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 descontinuidades nos desligamentos anteriormente referidos e orientam vários cursos de água, ajudando-os a encaixar e ultrapassar formas de tipo horst, o que denuncia que o curso de água não se encontra adaptado á estrutura morfo-tectónica da área, pelo menos àquela que se apresenta ligada às estruturas tectónicas com a direção ENE-WNW. Deste modo devem corresponder a falhas mais recentes que ajudaram os cursos de água a encaixar em áreas de estrutura mais antigas. Esta direção N-S mostra-se importante em toda a área da sinforma de Araxá levando ao alinhamento de diversos cursos de água. Na parte Norte desta unidade geológica e na área dos terrenos das formações associadas ao Cráton de S. Francisco surge uma nova direção (SE-NW) que explica a existência de diversas formas morfo-estruturais que posteriormente iremos analisar. 5.2. As formas tectónicas-estruturais Uma das formas mais comuns, associada á rede de fraturação, tectónica ou não, são os inúmeros vales de fratura que encontramos nesta área. Na unidade geológica pertencente á bacia do Paraná é indiscutivelmente a forma mais comum de origem tectônica-estrutural que aqui encontramos. Refletem as duas direções que aqui predominam (NW-SE e SW-NE) perpendiculares entre si. A primeira orienta os vales dos rios principais enquanto que a segunda restringe-se a cursos de água secundários. Na unidade da bacia do Paraná assinalamos ainda uma forma que denominados de meandrização estrutural, que acontece essencialmente no curso de água do rio Araguari e que significa que os meandros encaixados, em nossa opinião, se explicam por uma rede intensa de fraturação, algumas claramente de origem tectónica, mas na sua maior parte se encontram relacionadas com fraturas existentes nos basaltos da formação de Serra Geral. Ainda, no que se refere aos vales de fratura eles também se apresentam frequentes na área correspondente á faixa de Brasília salientando-se a direção N-S que orienta muitos dos cursos de água e que explica como alguns encaixaram e cortaram estruturas morfológicas de tipo horst, na área da serra da Canastra. Outra forma claramente relacionada com falhas tectónicas é a existência de vertentes com fortes declives e extremamente retilíneas e que implicam movimentação tectónica recente ou não. São extremamente comuns na área da serra da Canastra associadas ás falhas de tipo desligamento. Elas definem uma sucessão morfológica de Graben e Horst, que caracterizam a toda a área da serra da Canastra. São ainda comuns na área Norte da bacia hidrográfica do Araguari, mas já nas formações pertencentes ao Cráton de S Francisco onde condicionam a estrutura morfológica através da existência de blocos levantados tectonicamente ou, então a grabens como por exemplo, aquele que define a depressão fluvio-tectónica drenada rio Salitre. Se estas formas tectónicas se apresentam comuns nas áreas que correspondem á faixa Brasília inserida na bacia ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 9 hidrográfica do rio Araguari, o mesmo já não acontece na área correspondente á unidade geológica da bacia do Paraná, desta mesma bacia, onde dificilmente pelas caraterísticas morfológicas se pode definir a existência de escarpas de falha. Não significa, no entanto, que em estudos de maior pormenor não se venha a poder determinar a sua existência e, como tal, a definir também outro tipo de formas claramente tectónicas. Alguns rebordos estruturais definidos, entendidos como áreas de contato entre diferentes litologias podem corresponder a áreas de falha, mas a sua distinção nem sempre é fácil. Aquele que foi definido como uma escarpa situa-se no rebordo SW da formação da Canastra em contato com os arenitos fanglomeráticos e vulcanoclásticos que aí se encontram. 6. Conclusão A ideia fundamental que fica deste trabalho é da importância que a tectónica possuiu para a definição de algumas das formas de relevo na bacia hidrográfica do rio Araguari. Para além de definir e condicionar muitos percursos da rede hidrográfica facilita certamente o seu encaixe e aumenta a sua capacidade de erosão. Por outro lado a existência de escarpas de falha, na área montante da bacia, principalmente relacionada com a faixa Brasília e com as formações pertencentes ao cráton de S Francisco, define uma série de relevos em horst e graben. Indiscutivelmente a tectônica está presente. A questão que se coloca é se as falhas possuem movimentação recente, ou seja, se se poderá considerar a existência de neotectónica ou se, são apenas heranças de movimentações passadas que chegaram aos nossos dias. É, indiscutível que muitas falhas existentes se encontram relacionados com orogenias antigas. Não significa, no entanto, que não possam possuir reativação e movimentação nos tempos geológicos mais recentes, nomeadamente no Pliocénico e Quaternário. Foi demonstrado que na faixa Brasília meridional o estilo tectônico é definido “pelo empilhamento de extensas nappes de cavalgamento sub-horizontais formadas predominantemente por rochas da margem passiva sanfranciscana, empurradas em direção ao Cráton do São Francisco por volta de 640 Ma” (VALARIANO et al., 2005). Nos seus estádios mais tardios a deformação dos terrenos “passa para um estilo dominado por dobramentos mais abertos associados a falhas transcorrentes sinistrais de direção NW-SE que acabam por fragmentar a Faixa Brasília Meridional em segmentos deslocados (Luminárias, Passos, Tapira, Araxá-Goiânia)” (VALARIANO et al., 2005). Deste modo podemos concluir que a existência de falhas de diversos tipos nesta área é antiga, tendo sido importantes para a definição da atual estrutura geológica da região. Também na unidade geológica da bacia do Paraná é indiscutível a existência de falhas antigas relacionados, primeiro com a sua subsidência e, posteriormente, com o seu levantamento tectónico. Vários autores (SAADI, 1993; BARTORELLI, 2005; HASUI, 1990) falam de movimentação tectónica iniciada no cenozóico e continuada pelo pliocénico que deu inicio ao “soerguimento em ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 10 bloco da plataforma brasileira que deslanchou a ação de falhamentos nos arcos marginais das grandes bacias sedimentares fanerozóicas” (BARTORELLi, 2005, p.100). Ab’Sáber (1988) reforça esta opinião ao afirmar que seria difícil a concepção de soerguimentos da ordem de centenas de metros para o conjunto do Planalto Brasileiro, sem a contrapartida de uma desestabilização tectônica, originando falhas neogênicas que transformaram a Bacia do Paraná em região de cuestas concêntricas de frente externa. Hasui (1990) reforça a ideia da importância das ações da neotectônica para a compreensão da 11 geologia e do relevo brasileiro. Segundo o autor referido o Mioceno Médio como a época de início das manifestações neotectônicas no Brasil, inserindo o território nacional no contexto de placa litosférica em movimento para WNW, que provoca movimentos epirogenéticos negativos e, principalmente, positivos, por reativação de falhas préexistentes, num processo que denominou de tectônica ressurgente (HASUI, 1990 apud BARTORELLI, 2005, p.100). Reforçando a ideia da importância da neotectónica Saadi (1993) refere que o Brasil foi, na maior parte da sua extensão palco de deformações tectónicas cenozoicas que aproveitaram preferencialmente as linhas de fraqueza crustal herdadas de eras anteriores, sem prejuízo de formação de novas estruturas, conforme demonstrado em outras regiões do planeta. O resultado final é expresso por um mosaico de unidades neotectônicas (microplacas?), delimitadas por descontinuidades crustais resultantes da reativação, geralmente em regime transcorrente, dos mais expressivos lineamentos pré-cambrianos. O autor acima indica a existência de grande descontinuidade crustal, limitando blocos denominados de Dois Brasis, constituindo um rasgo fundamental da Plataforma Brasileira a partir do qual se organizou a hidrografia moderna e, consequentemente, a evolução geomorfológica cenozoica (BARTORELLI, 2005, p.100). Para concluir entendemos que nesta área haverá certamente movimentação tectónica recente que se manifestará na reativação de falhas antigas, ou mesmo, no surgimento de outras. A existência de manifestações sísmicas (www.sismo.iag.usp.br/) é mais uma possibilidade que reforça a ideia da existência de neotectónica na bacia hidrográfica do rio Araguari. Significa então que a génese de algumas das formas referidas (escarpas de falha, horst e graben) pode ser recente, relacionadas com uma tectogênese cenozoica, prolongado pelo Quaternário e, certamente, ainda atuante. ISBN: 978-85-99907-05-4 I Simpósio Mineiro de Geografia – Alfenas 26 a 30 de maio de 2014 7. Referências AB’SÁBER, A. N. O Pantanal Mato-Grossense e a teoria dos refúgios. Revista Brasileira de Geografia, n. 50, p. 9-57, 1986. ALMEIDA, F. F. M. Tectônica da Bacia do Paraná no Brasil. São Paulo. Inst. Pesq. Tecnol. Est. S. Paulo (IPT). 1980. 187 p. (Rel. 14.091). ALVES, J. M. P.; RIBEIRO D. T. P. Evolução diagenética das rochas da Formação Marília – Minas Gerais, Brasil. In: UNESP/Rio Claro, Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil, 5, Boletim, 1999. p. 327-332. BAPTISTA, M. C. Estratigrafia e Evolução Geológica da Região de Lagoa Formosa (Mg). Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de Geociências. Departamento de Geologia Mestrado em Geologia, 2004. 104 p. 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