Vírus para dispositivos móveis vieram para ficar A popularidade dos smartphones e o aparecimento de cada vez mais serviços móveis estão a conduzir ao crescimento do número de programas maliciosos especificamente concebidos para dispositivos móveis. O sistema operativo Android, à semelhança do iOS e Blackberry, ganhou popularidade e utilizadores, deixando para trás o Windows Mobile. Por outro lado, o Symbian continua a perder mercado, apesar de ser ainda o actual líder mundial. Todas estas movimentações provocaram uma mudança nas posições que ocupam na lista das plataformas para as quais existem programas maliciosos. Os ataques a smartphones crescem de dia para dia. Em 2010, registou-se um crescimento de 65% no número de programas maliciosos face a 2009 e quase duplicaram face ao que existia 17 meses antes. No total, foram detectadas 153 famílias e 1.063 variantes de programas maliciosos. Além disso, a grande maioria dos programas maliciosos detectados pela Kaspersky Lab durante o último ano destinavase, de uma forma ou outra, a roubar dinheiro aos utilizadores. Evolução dos métodos para converter programas maliciosos móveis em dinheiro No mundo do malware móvel continuam a predominar os programas que enviam mensagens de texto para números de valor acrescentado. Mas, desde o ano passado que o envio de SMS pagos deixou de ser o único método que os ciber-criminosos usam para obter lucro. Até porque foi há pouco tempo que se descobriu o primeiro Trojan capaz de fazer chamadas para números pagos no estrangeiro, bem como um worm para iPhone que redireccionava os utilizadores para um website falso. Os novos programas maliciosos usam as tecnologias conhecidas das mais perigosas e desagradáveis combinações. Um exemplo disso mesmo são os programas maliciosos capazes de interagir com os servidores controlados pelos criminosos. Agora, os ciber-criminosos podem receber de imediato os dados roubados, actualizar os parâmetros de funcionamento do software malicioso ou reunir os dispositivos móveis infectados para organizar botnets. Isto significa que os ataques dos programas maliciosos móveis estão a alcançar um novo nível de complexidade. O que nos espera este ano em termos de ameaças móveis • Trojans SMS: A legislação de alguns países continua a ter muitas lacunas e os delinquentes conseguem usar os números curtos sem deixar para trás qualquer registo. • Cresce o número de ameaças para Android: Esta plataforma está a ganhar cada vez mais popularidade, o que se reflecte também no número de ataques. • O número de vulnerabilidades descobertas em diferentes plataformas móveis vai aumentar e também é possível que o mesmo aconteça com os ataques que as exploram. • Mais software espião: Este tipo de software pode ser usado para monitorizar actividades de outros utilizadores, para fazer espionagem industrial e para receber informações secretas (por exemplo, correspondência). • O predomínio dos tablets: São precisamente estes dispositivos os que irão predominar em 2011, já que brindam os utilizadores com muitas mais capacidades e funcionalidades que os smartphones, nomeadamente no que toca à edição de documentos, navegação Web mais cómoda, visualização de filmes, jogos, etc. Por conseguinte, a sua importância enquanto potencial alvo dos ciber-criminosos deverá crescer exponencialmente, o que levará por sua vez a um aumento no número de programas maliciosos para esta plataforma. Os novos “cybercriminals” O cibercrime adapta-se sempre às novas formas de acesso à Internet dos utilizadores. Os novos “ladrões virtuais” chamam-se smartcriminals e têm vindo a ganhar popularidade ao mesmo ritmo que os telemóveis inteligentes estão a ter cada vez mais protagonismo nas nossas vidas. De acordo com um estudo europeu realizado sobre hábitos e riscos dos utilizadores de telemóveis no velho continente, a prevenção de ataques informáticos é algo que está já bem estabelecido no uso que fazemos dos nossos computadores, mas apenas 12% dos utilizadores da Europa têm instalado um antivírus no seu dispositivo móvel. Até muito recentemente, os vírus para telemóveis não eram uma ameaça real, mas hoje, a Kaspersky Lab quantifica crescimentos que falam por si só: em 2010, registouse um aumento de 65% no número de programas maliciosos para dispositivos móveis face a 2009 e quase o dobro que 17 meses antes. No total, foram detectadas 153 famílias e 1.063 variantes (2) . Além disso, a grande maioria dos programas maliciosos detectados pela Kaspersky Lab durante o último ano estava, de uma maneira ou de outra, programada para roubar dinheiro aos seus utilizadores. No mundo do malware móvel continuam a predominar os programas que enviam mensagens de texto para números de valor acrescentado. Mas, desde o ano passado que o envio de SMS pagos deixou de ser o único método que os ciber-criminosos usam para obter lucro. Até porque foi há pouco tempo que se descobriu o primeiro Trojan capaz de fazer chamadas para números pagos no estrangeiro, bem como um worm para iPhone que redireccionava os utilizadores para um website falso. O que nos podem roubar do nosso smartphone? Listas de contactos, historiais de chamadas, SMS, MMS, fotos, anexos confidenciais do email… os nossos telemóveis contêm muitos dados privados que queremos manter confidenciais. A estes conteúdos, há que acrescentar, ainda, a informação de identificação que quase um terço dos utilizadores europeus (1) guarda nos seus dispositivos: códigos PIN, passwords e nomes de utilizador para acesso pessoal e profissional a contas de correio. Estes dados são o objectivo dos smartcriminals, que ainda beneficiam de novas possibilidades, como o acesso a serviços de banca on-line através do telemóvel. (1) Estudo sobre “Hábitos e riscos dos utilizadores de dispositivos móveis na Europa” Association of Independent Research Centers, IRIS (International Research Institutes) (2) Relatório de virologia móvel completo em: http://www.securelist.com/en/analysis/204792168/Mobile_Malware_Evolution_An_Overview_Part_4