2005-2006 Genética e Melhoramento de Plantas AULA 2 Por: Augusto Peixe 2005-2006 EVOLUÇÃO DO MELHORAMENTO COMO ACTIVIDADE As primeiras variedades -De silvestre a cultivada -O processo de domesticação *Selecção automática -Alteração da arquitectura da planta. *DoTeosinte ao Milho Híbrido 2005-2006 -Culturas primárias e secundárias *Pureza das culturas Vs. Novas variedades Origem das Plantas cultivadas -Os precursores: -Darwin(1866) – A origem das espécies -De Candolle (1882) – A origem das plantas cultivadas “O processo de domesticação não foi uniforme nem no espaço nem no tempo” -Vavilov (1920) - Os centros de origem e diversidade -Colecções de germoplasma com mais de 300.000 espécies. “A variabilidade dentro de uma dada espécie é maior em determinadas regiões do globo” 2005-2006 -Próximo Oriente -Chinês -Indiano -Sul mexicano e Cento Americano -Indo-Malaio -Sul Americano -Centro Asiático -Sub-Centro Brasil - Paraguai -Sub-Centro Chileno -Mediterrâneo -Abissínia -O ponto de vista moderno: Harlan (1992) :Regiões centradas e difusas de origem das plantas cultivadas. -“O homem domesticou o que lhe foi possível quando e onde surgiu essa possibilidade.” 2005-2006 Aumento do Rendimento Por Melhoramento Genético Em Algumas Culturas Average maize yields in the US Grain Yield (t/ha) 10 8 Milho USA 1860-1990 6 4 2 F1 Hybrids Doubled Open Pollinated Hybrids Populations 0 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 Year Trigo Vários Paises 1866-1996 Soja USA 1940-2000 2005-2006 Área necessária para produzir uma ton. de milho m2 3000 2000 1000 0 1967 1977 1987 1997 2005-2006 A Reprodução nas Plantas Superiores 1-Reprodução vegetativa ou assexuada • Reprodução de indivíduos geneticamente idênticos ao progenitor • Sem meiose, sem fertilização, sem recombinação 2005-2006 Formas de reprodução vegetativa Naturais • Rizomas • Estolhos • Bolbos • Tubérculos Artificiais • Estacaria • Enxertia • Mergulhia, Alpoquia, Amontoa, Cameação • Cultura in vitro 2005-2006 APOMIXIA • • • Produção assexual de sementes ou estruturas semelhantes a sementes, sem que tenha ocorrido fecundação e cuja evolução origina plantas geneticamente idênticas à planta original. ~35 famílias, 130 géneros, 400 espécies Obrigatória ou facultativa EXEMPLOS: • O saco embrionário evolui e desenvolve-se sem meiose nem fecundação (sementes apomiticas). • O saco embrionário aborta e uma célula vegetativa do tecido somático circundante desenvolve-se dando origem a um embrião somático (embrionia adventícia) 2005-2006 Desvantagens da reprodução assexuada • Populações geneticamente uniformes, baixa variabilidade genética. • Baixa capacidade de disseminação natural 2005-2006 2-Reprodução Sexuada • Produção da descendência através de meiose e fertilização. – Descendência genéticamente diferente dos progenitores, devido à recombinação Nota: Em muitas plantas as duas formas de reprodução coexistem 2005-2006 Estrutura básica da flor Flores Perfeitas Vs. Flores Imperfeitas Flor Perfeita Fminino: Estigma, Estilete, ♀ …………Ovário (Carpelo) ESTAMES ♂ Maculino: filete, antera PISTILO PETALAS SEPALAS Atracção de Polinizadores Protecção 2005-2006 Flor Imperfeita Possui partes masculinas ou femininas 1. Monoicas Flores masculinas e femininas separadas mas na mesma planta 2. Dioicas Flores masculinas nas plantas macho Flores femininas nas plantas fêmea 2005-2006 Polinização ≠ Fertilização POLINIZAÇÃO – O PÓLEN É TRANSFERIDO PARA O ESTIGMA PELO VENTO, PELA ÁGUA OU POR INSECTOS POLINIZADORES FERTILIZAÇÃO – UM ANTROZIODE UNE-SE À OOESFERA PARA FORMAR UM ZIGOTO. (Dupla)- O segundo antrozoide junta-se aos núcleos polares para formar um endosperma triploide A fertilização só acorre após uma polinização bem sucedida Noção de período de polinização efectivo 2005-2006 MOST OF IT HAPPENS IN THE FLOWER!!!! THAT’S WHY WE DON’T SEE IT! male gametophyte formed in the anther female gametophyte formed in the ovary Pollination MEIOSIS ! fertilization ovary SPOROPHYTE 2N embryo in seed zygote HOW DOES THE FEMALE GAMETOPHYTE FORM ? 2N 1N IN THE OVARY! meiosis Mega = female 1 SURVIVES 3 mitoses 8 nuclei 7 cells 1 is egg MEGAGAMETOPHYTE 1N ♀ in the anther ! MICRO = MALE MEIOSIS 2N CELL 4 1N CELLS 2 1N CELLS MICROGAMETOPHYTE = POLLEN GRAIN ♂ 2005-2006 Dupla Fertilização em Angiospermicas POLLINATION 2 sperm formed as in grows down 1 sperm joins with egg = 2 N zygote 1 sperm joins with polar nuclei =3 N endosperm SEED ! 2005-2006 Polinização em flores hermadroditas • Auto-compativel (AC) – A fecundação é possível por auto-polinização ou por polinização cruzada • Auto-incompatível (AI) ou Autoestéril – Apenas viável a polinização cruzada 2005-2006 Autogamia • Auto-fertilização • Transferência do pólen para a mesma flor ou entre flores da mesma planta. • ~60% das angiospermicas são habitualmente autogâmicas 2005-2006 Desvantagens da Autogamia • Diminui a variabilidade genética • Reduz a heterozigocidade e aumenta a homozigocidade de alelos letais. • Reduz o vigor da descendência 2005-2006 Perda de Heterozigocidade por auto-fecundação A a A AA Aa a Aa aa Aa x Aa 1/4 AA 1/2 Aa 1/4 aa O cruzamento entre dois heterozigóticos para um gene alelico produzirá uma descendência em que 50% dos indivíduos são homozigóticos. A proporção de heterozigóticos será reduzida para metade em cada novo cruzamento F1: 50% F2: 25% F3: 12.5% F4: 6.2% F5: 3.1% F6: 1.5% 2005-2006 Auto-Incompatibilidade (AI) • Incapacidade de uma flor hermafrodita fértil produzir um zigoto após auto-fecundação. • Envolve a presença de mecanismos bioquímicos ao nível do estigma ou do estilete, por forma a rejeitar ou impossibilitar o crescimento do tubo polínico do pólen produzido pela própria flor. • Geneticamente controlada pelos chamados locus-S – Alelos S opostos atraem-se – Alelos S idênticos repelem-se 2005-2006 Incompatibilidade esporofitica (IE) • Os tecidos da antera (esporofito-2n) determinam que combinações são ou não viáveis. • Interacção entre a exina do grão de pólen e o tecido estigmático • O pólen não germina em flores que contenham um dos dois alelos coincidentes com os do tecido esporofitico da antera que o originou. 2005-2006 Incompatibilidade Gametofitica (IG) • O genótipo haplóide do grão de pólen (gametófiton) determinam que combinações são ou não viáveis. • Interacção entre o pólen e os tecidos do estilete. • O grão de pólen germinará em qualquer pistilo que não contenha o mesmo alelo. • 50% das angiospermicas 2005-2006 Vantagens da auto-incompatibilidade • Previne a consanguinidade e a expressão de genes letais que se encontram na forma heterozigótica nos progenitores. • Aumenta a diversidade genética. 2005-2006 Estratégias para impedir a auto-fecundação Heterostilia • Flores em diferentes indivíduos de uma mesma espécies com 2 ou 3 comprimentos diferentes dos estiletes e das anteras, variando estas dimensões inversamente • 25 famílias de angiospermicas, em 155 géneros diferentes. 2005-2006 Separação temporal da estruturas reprodutivas (Dicogamia) • Protandria – As anteras libertam o pólen antes do estigma estar receptivo • Protoginia – O estigma fica receptivo antes da libertação do pólen 2005-2006 Separação física das estruturas reprodutivas • Plantas monoicas ♀ • Plantas dioicas ♂ 2005-2006 Problema fundamental do melhoramento: “Detentores de elevado índice de variabilidade, descobrir dentro desta os indivíduos com o melhor genótiopo, conhecendo apenas o fenótipo” 2005-2006 Origem da Variabilidade -Ambiental: Variação no desenvolvimento de plantas genéticamente uniformes, devidas à exposição a diferentes situações de stress ambiental -Hereditária Mutação Génica- Modificações pontuais, naturais ou induzidas, que têm como resultado uma alteração na síntese das proteínas. Cromossómica: Rearranjo, perda ou ganho de segmentos ou cromossomas nas sua totalidade. -Recombinação Génica -Ao contrário da mutação, a recombinação não implica alteração ao nível do gene, mas sim novas combinação de genes originários dos progenitores. -Poliploidia - Variação no nº de cromossomas. Auto, alopoliploidia e aneuploidia 2005-2006 Falta de concordância genótipo/fenótipo Exemplo: cruzamento entre indivíduos diferindo em apenas um par de genes, num caso com dominância e noutro com hereditariedade intermédia Progenitores: A(vermelho) X a(Amarelo) F1- Genótipos 100%Aa F1- Fenótipos Com dominância Sem Dominância 100%Vermelhos (Aa) F2- Genótipos 100% Laranja (Aa) 25%AA + 50%Aa+25%aa F2- Fenótipos Com dominância 75% Vermelhos+25%amarelos Sem Dominância 25%Vermelhos+50%Laranja+25%amarelos Cruzamento teste ou avaliação da descendência de autofecundação para conhecer a origem homo o heterozigótica da cor vermelha Sem necessidade de avaliação 2005-2006 Hereditariedade de Caracteres Simples A avaliação do genótipo 1.- Teste de Descendência O comportamento de uma planta individual é conhecido fazendo crescer e observando as características da sua descendência. Por este processo, podemos compreender se os alelos envolvidos na manifestação de um determinado caracter se apresentam na forma homo ou heterozigótica. Veja-se o caso desta F2, onde 3 em cada 4 indivíduos apresentam fenotipicamente uma característica dominante 2005-2006 2. - O Cruzamento Teste (Testcross) A planta cujo genótipo se pretende avaliar é cruzada com uma reconhecidamente homozigotico recessiva para o caracter em questão. 100% das plantas obtidas apresentarão a característica dominante se a planta a testar for homozigótica dominante ou a proporção será de 1:1, se a planta original for heterozigótica Quando utilizar um outro método? -Em autogâmicas -Em alogâmicas -Em autoestéreis O testcross é de grande utilidade no estudo do ligamento (Linkage) i.e: a associação de genes no mesmo cromossoma 2005-2006 Recombinação génica após hibridação Segregação independente de dois genes alelicos (cruzamento di-híbrido) Restrições: -Ligamento -Tamanho da população para mais genes 2-----------------16 5-----------------1024 10---------------1.048.576 2005-2006 No caso de genes ligados Utilização do testcross para determinar as proporções de recombinação na F1 Genótipos esperados na F2 , (%). Alterações ao racio 9VP:3Vp:3vP:1vp,esperado de um cruzamento di-híbrido com segregação independente. 2005-2006 Importância do conhecimento dos valores de ligação para o melhorador 1. A % de recombinação é constante. 2. As trocas de segmentos cromossómicos numa recombinação ocorrem apenas entre 2 dos 4 cromatideos como tal o resultado de recombinação será sempre <=50% 3. A proporção de recombinações será sempre inferior à proporção de segregação de genes independentes pelo que será necessário analisar de F2 de maiores dimensões, para obter a forma desejada. 4. A ligação pode ser benéfica se o gene desejado estiver fortemente ligado a um outro que pode ser facilmente identificável fenótipicamente. Pode ser prejudicial, se esta ligação ocorrer com um gene capaz de transmitir características indesejáveis. 5. A informação sobre os valores de ligamento facilita a construção de mapas genéticos 2005-2006 Hereditariedade de caracteres quantitativos Considerámos até agora caracteres de hereditariedade simples, controlados por um reduzido nº de genes maiores e cujos efeitos são facilmente identificáveis fenótipicamente. Podemos dizer que tratámos de casos de hereditariedade qualitativa. Cor da flor ou da folha, putrescência ou ausência dela são alguns exemplos. Vamos agora ver alguns exemplos de hereditariedade quantitativa. Ou seja, casos em que as características são controladas normalmente por vários genes (poligenes), a que chamados genes menores, normalmente localizados em diferentes loci e que conjuntamente afectam a expressão de uma característica fenótipica. Capacidade produtiva e vigor são alguns exemplos. 2005-2006 O aparecimento na F2 de indivíduos com vários níveis intermédios para a expressão da característica em análise é um exemplo típico de que essa característica é controlada por um determinado nº de genes menores não alelicos. Segregação transgressiva Outra característica hereditária dos caracteres quantitativos ou mesmo dos qualitativos, quando o caracteres de interesse é controlado por genes diferentes é o facto de alguma da descendência se poder encontrar fora dos limites dos progenitores. A estes chamamos segregantes transgressivos 2005-2006 A segregação transgressiva torna-se mais evidente nas gerações seguintes à F2. Veja-se na figura ao lado representada de forma esquemática a distribuição de individua em vária gerações sucessivas Aspectos específicos da heritabilidade de caracteres quantitativos 1.Não é possível identificar efeitos de genes individuais. Cada um dos genes, expressa um pequeno efeito que contribui para a expressão da característica. 2.Os efeitos dos múltiplos genes expressam-se sobre diferentes tipos de acção genica: aditividade, dominância, epistasia, sobre-dominância. 3.Os genes que contribuem para a expressão de uma caractetistica encontram-se em vários loci e por isso não são contabilizáveis racios directos de segregação. 4.Numa população em polinização livre, a característica fenótipica é observada de uma forma continua desde o nível mais elevado ao nível mais baixo. 2005-2006 As Técnicas Básicas do Melhoramento -Selecção O sucesso no melhoramento de plantas depende directamente da variabilidade da população original e da capacidade do melhorador para aumentar, combinar e seleccionar essa variabilidade 2005-2006 -Recombinação -Hibridação -Cruzamentos complementares -Cruzamentos transgressivos -Retrocruzamento -Operação de voltar a cruzar um híbrido F1 com um dos seus progenitores. -Em melhoramento deveria chamarse Retrocruzamento Recorrente, pois como vamos ver continua a cruzar-se o híbrido com o progenitor com o objectivo de introduzir neste a característica desejada, recuperando no final o resto do seu próprio genótipo. INTRODUÇÃO DE UM DOMINANTE 2005-2006 INTRODUÇÃO DE UM RECESSIVO 2005-2006 Nº de Indivíduos Necessário: A dimensão mínima da família n> log(1-S) / log(1-P) Exemplo: Nº de individuos necessário para obter com 95% de probalibidade, pelo menos um homozigótico recessivo (aa), num cruzamento entre progenitores (AA)x(aa)? p=1/4, S=0,95 donde n>log(1-0,95)/log(1-0,25)=10,4=11individuos