geografia - Escala Educacional

Propaganda
Manual
do
Professor
Geografia
Ensino Médio
Volume 1
EE_G15GG1_Manual_001-038.indd 1
03.04.13 16:47:43
Sumário
1. Pressupostos teórico-metodológicos da coleção..............3
Orientações teóricas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Procedimentos metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Sugestões de leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Sugestões de livros e sites. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2. Pressupostos geográficos da coleção.............................15
Objetivos da Geografia para o Ensino Médio. . . . . . . . . . . . . 15
Os conceitos geográficos na coleção . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
A Cartografia na coleção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3. Organização didática da coleção.....................................20
Apresentação temática dos volumes . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Estrutura interna dos volumes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Conteúdos dos volumes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4. Fundamentos e objetivos do volume...............................39
5. Organização do volume...................................................40
6. Orientações sobre os capítulos.......................................41
Capítulo 1 – Orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 2 – Cartografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 3 – O mapa do mundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 4 – O Brasil no mapa do mundo. . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 5 – Elementos da Geologia . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 6 – Elementos da Geomorfologia . . . . . . . . . . . . . .
Capítulo 7 – Geologia e Geomorfologia do Brasil . . . . . . . . . . .
Capítulo 8 – A produção de minérios no mundo. . . . . . . . . . .
Capítulo 9 – A produção de combustíveis fósseis no mundo. . . . .
Capítulo 10 – A produção de minérios e combustíveis
fósseis no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
41
45
49
53
62
66
70
83
86
92
7. Sugestões de leitura.......................................................98
Unidade 1 – Dinâmica espacial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Unidade 2 – Geologia e relevo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Unidade 3 – Dinâmica da produção mineral e energética. . . . . . 101
8. Referências bibliográficas............................................103
2 Manual do Professor
EE_G15GG1_Manual_001-038.indd 2
03.04.13 16:47:43
1. Pressupostos
Orientações
teórico-metodológicos da coleção
teóricas
A Geografia estuda a interação entre a dinâmica da natureza e os mecanismos de organização e sistemas produtivos desenvolvidos pelas sociedades humanas. A categoria de
análise primordial para identificar e interpretar os diferentes aspectos dessa interação é o
espaço geográfico.
Desdobrado em conceitos como lugar, paisagem e território, o espaço geográfico não
apenas revela, em suas formas e seus conteúdos, o resultado da atuação simultânea e interdependente dos elementos e fenômenos naturais e das formas de apropriação da sociedade,
como também é um agente ativo desse processo.
Assim, espera-se que o estudo da Geografia possa tornar o mundo passível de compreensão, por meio da leitura do espaço geográfico e da análise das informações a partir dele, levantadas e representadas sob a luz das características sociais historicamente constituídas.
A condução crítica da produção do conhecimento geográfico, abrangendo sinteticamente
o meio físico, as forças produtivas e as representações simbólicas desse espaço, passa pela
identificação, pela descrição e pela organização, em diversas formas de registro, das múltiplas características que se arranjam em cada porção da superfície terrestre.
Dessa forma, cabe ao livro didático de Geografia fornecer elementos e subsídios para a
apreensão dos processos que envolvem a produção do espaço, além de parâmetros para
sua análise. Já ao professor compete incorporar o recurso representado pelo livro didático
às demais ferramentas de ensino, adaptando-o às especificidades regionais e ao projeto
pedagógico da escola, tornando-o, desse modo, acessível ao grupo de alunos com o qual
trabalha. Também lhe cabe articular as temáticas, as necessidades e os anseios que forem
identificados.
Esta coleção contempla, por meio de sua organização temática e de uma estrutura textual descomplicada, proposições consagradas no ensino de Geografia, além de possibilitar
aos alunos, por intermédio do professor, elaborar linhas de reflexão segundo tendências
recentes da prática pedagógica. Ao longo dos capítulos são apresentados boxes que facultam aos alunos estabelecer relações entre o conceito trabalhado e questões da atualidade
ou situações comuns em seu cotidiano. As atividades, organizadas em diferentes propostas,
permitem desde a retomada do conteúdo e a preparação para os vestibulares até a problematização e o desenvolvimento dos temas e das competências indicados na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio (DCN) – como os que se relacionam à leitura e à interpretação de registros gráficos e
textuais; ao reconhecimento, à seleção e à comparação de fenômenos espaciais; à investigação dos processos de transformação do espaço geográfico; de fenômenos relacionados à
questão ambiental decorrentes da relação entre a sociedade e o meio ambiente; à compreensão das questões referentes à educação ambiental.
Manual do Professor 3
EE_G15GG1_manual.indb 3
21.03.13 11:24:56
Procedimentos
metodológicos
A importância do livro didático no planejamento das aulas e suas
aplicações em sala
Este livro é uma ferramenta essencial para a estruturação do curso de Geografia, mas é
importante que não seja o único material de apoio didático. Ao articular seus capítulos de
forma bastante didática, de maneira a apresentar-se como um recurso precioso na condução das aulas, este livro permite que o professor valorize os conhecimentos prévios dos
alunos para a análise criteriosa de suas abordagens, aproveite seus textos e recursos visuais
para estimular discussões e debates entre os alunos, e desenvolva atividades que permitam
estabelecer relações entre seus diferentes conteúdos.
O livro didático deve ser empregado como ferramenta de promoção do desenvolvimento
da autonomia de aprendizagem dos alunos, que precisam ser estimulados a recorrer ao
material como fonte de pesquisa e como referência dos temas estudados, para que possam
realizar uma fundamentação básica de seus posicionamentos críticos.
À figura do professor atribui-se a função de conferir sentido ao processo de aprendizagem dos alunos, sem desconsiderar a condição destes como agentes ativos de produção do
conhecimento. Por isso, o professor tem um papel primordial nesse processo: desenvolver
estratégias que potencializem o desenvolvimento do conhecimento, entre as quais o livro
didático deve figurar como material fundamental para o suporte das relações de ensino-aprendizagem. O trabalho de apropriação e reflexão dos conteúdos do livro didático desvela
oportunidades de concretização dos objetivos de formar alunos e de avaliá-los, bem como de
avaliar os resultados do trabalho como um todo.
A avaliação
Em se tratando das avaliações, faz-se necessário diferenciar, no mínimo, duas práticas
de análise dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano letivo. A primeira prática concerne
à avaliação do desenvolvimento dos alunos diante de suas potencialidades, de acordo com
parâmetros definidos. A segunda relaciona-se ao desenvolvimento do curso como um todo,
sendo fundamental que o professor atente-se ao cronograma de aulas, às atividades desenvolvidas em sala e às respostas dadas às propostas, verificando assim se os objetivos
estão sendo atingidos. Dessa forma, o professor poderá, se necessário, reorganizar esses
objetivos e os instrumentos utilizados para atingi-los. Portanto, antes de aplicar as práticas
de avaliação, é importante que o professor domine com clareza os objetivos que direcionam
suas práticas de ensino e, nesse contexto, defina o que avaliar e como avaliar.
Um pressuposto importante no norteamento do processo de avaliação é o de que, no processo de ensino-aprendizagem, a apropriação do conteúdo não se limita a uma finalidade em
si mesma, mas serve como meio para a formação ampla de uma consciência crítica, e os reflexos disso devem estar representados nas respostas das avaliações produzidas pelos alunos.
4 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 4
21.03.13 11:24:56
A avaliação dos alunos não pode resumir-se a fórmulas prontas, devendo ser condizente
com a realidade da escola e da sociedade em que esta se insere, devendo ser estruturada
sobre princípios que, além de verificar os conhecimentos adquiridos e produzidos pelos alunos, permitam aprofundar o conhecimento sobre todo o trabalho escolar. Concebida dessa
maneira, e integrada a um planejamento ao mesmo tempo consistente e flexível, a avaliação
permite reconhecer dificuldades e ajustar as formas de intervenção no decorrer do processo
letivo, readequando objetivos e repensando as práticas pedagógicas.
Portanto, a avaliação não pode ser confundida com a simples aplicação de provas, que
sobrevalorizam notas ou conceitos. A avaliação incorporada ao processo de aprendizagem
desprende-se de momentos ou procedimentos particularizados, tornando-se um princípio
contínuo, indissociável dos objetivos estruturais do curso. Por meio desse princípio é possível conduzir todas as atividades de modo a revelar apontamentos coletivos e individuais relacionados às propostas desenvolvidas, permitindo também, se o professor preferir, valorizar
cada atividade sem hierarquizá-las, estimulando os alunos a realizar um estudo também
contínuo, em vez de um estudo pontual às vésperas de avaliações formais.
Na avaliação contínua tanto do curso como dos alunos, tende-se a utilizar uma gama
maior de parâmetros, o que contribui para compreender qualitativamente a relação dos alunos com a aprendizagem, discernindo as dificuldades que provêm da apreensão do conteúdo
em si e aquelas oriundas da forma como o conteúdo é trabalhado. Por fim, conhecendo melhor os alunos, podem-se levar em consideração suas especificidades, criando possibilidades de melhorias não apenas na apreensão dos conteúdos, mas principalmente na reflexão
acerca dos temas apresentados, cujos resultados podem ser observados na avaliação (em
relação ao que dela se puder deduzir) ou até mesmo em suas posturas e ações nos debates
em sala de aula.
O texto a seguir, de Léa Depresbiteris, traz mais algumas contribuições para a reflexão
sobre o tema “avaliação”.
Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político
Como atribuir notas aos alunos? Como fazer para que essas notas representem o desempenho real do
aluno? [...]
A ênfase à atribuição de notas (medida) na avaliação tem provocado alguns desvios significativos,
dentre os quais o de lhe dar um caráter meramente comercial, contabilístico, desconsiderando seu
aspecto educacional de orientação do aluno. Conforme diz Luckesi (1984), as notas são comumente
usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, dentro de um continuum de posições, onde a maior ênfase é dada à comparação de desempenhos e não aos objetivos instrucionais que
se deseja atingir. O aluno é classificado como inferior, médio ou superior quanto ao seu desempenho
e muitas vezes fica preso a esse estigma, não conseguindo desvelar seu potencial. [...]
A associação que limita o ato de avaliar ao de atribuir uma nota leva a um desvio bastante
comum: reduzir a avaliação à mera atividade de elaborar e aplicar instrumentos de medida. Nessa
Manual do Professor 5
EE_G15GG1_manual.indb 5
21.03.13 11:24:56
perspectiva, há o grande perigo de direcionar a aprendizagem apenas para o domínio de conteúdos
de uma prova final, de uma unidade de ensino ou de um curso. Goldberg aponta, ainda, o problema de
considerar a avaliação como aplicação de uma prova final. Segundo a autora, muitos professores esquecem que é natural e espontâneo considerar, na avaliação, outros recursos, como trabalhos diários, observações e registros, enfim, todas as atividades que permitem inferir desempenhos (Depresbiteris, 1989).
Assim, é importante, ao se falar em avaliação da aprendizagem, indicar suas funções, que segundo
Gronlund (1979), são as de informar e orientar para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.
[...]
Que abordagem avaliativa devemos adotar para a melhoria do ensino?
A avaliação da aprendizagem está estreitamente relacionada à abordagem curricular. Segundo
McNeil (1981), podemos classificar o currículo em acadêmico, tecnológico, humanista e de reconstrução social.
No currículo acadêmico, a avaliação em sala de aula apresenta meios variados, de acordo com os
objetivos das diferentes disciplinas, sempre com ênfase ao conhecimento de fatos e temas. No currículo humanista, a avaliação enfatiza o processo e não o produto; a avaliação é de natureza mais subjetiva, valorizando a expressão do aluno em pinturas, poemas, discussões em grupo, dentre outros. Já
no currículo tecnológico, a avaliação se apoia no desempenho do aluno, definido pelo total de pontos
obtidos em testes padronizados ou, então, em testes específicos de programas que tratam de aspectos
das disciplinas escolares convencionais. Por fim, a avaliação no currículo de reconstrução social é
feita por meio de exames abrangentes durante o último ano da escola, com o objetivo de sintetizar e
avaliar a interpretação, pelo aluno, de seu trabalho. Nesse caso, a avaliação vai além da aprendizagem,
verificando efeitos da escolarização na comunidade. [...]
Até que ponto vai o planejamento do ensino e onde começa a avaliação da aprendizagem?
A avaliação e o planejamento são atividades inseparáveis; formam um processo único, no qual devem ser definidos os objetivos, os conteúdos, as estratégias de ensino, os critérios e as formas de avaliar.
O que acontece, porém, é que, em vez de serem valorizados em seus aspectos educacionais, o planejamento do ensino e a avaliação da aprendizagem são transformados em atividades burocráticas, formais.
O planejamento é o momento de refletir sobre os objetivos a serem atingidos, sobre como alcançá-los e sobre como avaliar o que se planejou. É frequentemente confundido com o plano de ensino,
registro formal do planejamento. A cobrança ao professor é feita quanto ao papel escrito e não quanto
ao processo de reflexão.
Como consequência, no lugar de guia, de orientador da ação docente, o plano, feito quase sempre
sem ter havido planejamento, passa a ser instrumento de gaveta, sem nenhuma função pedagógica.
A avaliação, por sua vez, é vista como o registro de uma nota, tornando-se uma atividade burocrática
para o professor. [...]
DEPRESBITERIS, Léa. Avaliação da aprendizagem do ponto de vista técnico-científico e filosófico-político.
São Paulo: FDE, 1998. n. 8. (Série Ideias).
6 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 6
21.03.13 11:24:56
Interdisciplinaridade
Apesar de a escola, no passado, ter agrupado os saberes em disciplinas para facilitar o
processo de aprendizagem, hoje há um esforço contrário, que tenta aproximar e relacionar
conhecimentos.
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, a interdisciplinaridade não dilui as disciplinas,
mas, sim, mantém a individualidade destas, integrando-as para uma compreensão mais
ampla do conhecimento e da realidade na qual o aluno está inserido. A sua prática procura
estimular a pesquisa e a curiosidade, a teoria e a prática, a construção de um conhecimento
conjunto de professores e alunos. O professor se torna
reconstrutor juntamente com seus alunos; o professor é, consequentemente, um pesquisador que
possibilita aos alunos, também, a prática da pesquisa. A problematização como metodologia para a
reconstrução de construtos dá condições ao aluno de mover-se no âmbito das teorias, das diferentes
áreas do saber, construindo a teia de relações que vai torná-lo autônomo diante da autoridade do
saber. O professor pesquisador constitui-se, portanto, em agente necessário de uma formação calçada
na interdisciplinaridade. (TOMAZETTI, 1998, p. 13.)
Para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar, é importante a contextualização
dos temas tratados e, dessa forma, provocar a curiosidade dos alunos, através de questionamentos, bem como acessar às ideias prévias dos alunos a respeito do tema a ser tratado.
O desenvolvimento de experiências interdisciplinares ainda é principiante e tem limitações, devido às dificuldades enfrentadas na realidade da sala de aula. Porém, essa prática
possibilita a interatividade entre diferentes áreas do conhecimento e procura aproximar os
saberes adquiridos na escola de uma realidade mais ampla e cotidiana do aluno.
O texto a seguir repensa a interdisciplinaridade e questiona como a Geografia pode contribuir com o desafio de desenvolver esse tipo de experiência.
A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia
A interdisciplinaridade como princípio e atitude interdisciplinar constitui foco de discussão para
pesquisadores e educadores dos vários níveis de ensino, que, ao reconhecerem a complexidade do
mundo pós-industrial e o processo de globalização vivenciado pelos povos do mundo inteiro, estão
cientes de que os saberes parcelares não dão conta de resolver problemas que demandam conhecimentos específicos, relacionados a um objetivo comum e central.
Outro aspecto importante é saber que a interdisciplinaridade se revela necessária no mundo atual,
mas não constitui panaceia para todos os problemas da humanidade no planeta Terra. Portanto, há
necessidade de uma reflexão profunda e de uma interlocução permanente entre as pessoas e grupos
envolvidos em um projeto que pretende ser interdisciplinar. [...]
A preocupação maior é saber como a Geografia contribui para a formação do professor e dos
alunos do ensino básico, considerando a especificidade da ciência e da disciplina escolar, sem realizar
Manual do Professor 7
EE_G15GG1_manual.indb 7
21.03.13 11:24:56
uma “sopa” teórico-prática, sem identidade. É preciso saber, por exemplo, como pode trabalhar como
um arquiteto ou um historiador, conhecer as propostas desses profissionais, sem confundir-se com
eles nem pretender dar aulas de Arquitetura ou de História.
No âmbito de cada ciência e também da Geografia, apesar de toda a discussão existente sobre
a interdisciplinaridade, ainda se realiza um trabalho compartimentado e isolado com pouca interlocução entre os responsáveis pelos vários ramos do conhecimento. Como avançar na direção de
trabalhos mais aproximados, já que há conhecimentos parcelares profundos e plurais, por exemplo,
na Geografia urbana, na Geografia agrária, na Geomorfologia, na Climatologia? Isso para não citar os
vários outros ramos existentes há muito e os novos ramos que surgem à medida que a sociedade, em
sua dinâmica e movimento, também se transforma.
A interdisciplinaridade pode criar novos saberes e favorecer uma aproximação maior com a realidade social mediante leituras diversificadas do espaço geográfico e de temas de grande interesse e
necessidade para o Brasil e para o mundo.
O professor de uma disciplina específica com uma atitude interdisciplinar abre a possibilidade
de ser um professor-pesquisador porque deve selecionar os conteúdos, métodos e técnicas trabalhados em sua disciplina e disponibilizá-los para contribuir com um objeto de estudo em interação com
os professores das demais disciplinas. Isso não pode ser realizado sem uma pesquisa permanente.
A Geografia, no desenvolvimento de seus conceitos e na maneira de produzir, ensinar e relacionar-se ou não com seus próprios ramos e com outras ciências ou disciplinas escolares, é um movimento histórico que se encontra em constante transformação. O professor necessita manter o diálogo
permanente com o passado, o presente e o futuro para conhecer melhor sua própria ciência e saber
como constituir projetos disciplinares e interdisciplinares na escola. [...]
A interdisciplinaridade e o ensino de Geografia. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE,
Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 143-145.
Sugestões
de leitura
TEXTO 1: Antonio Nóvoa, doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra,
é um estudioso português que se dedica à História da Educação e Educação comparada.
Na entrevista a seguir, ele faz uma reflexão do papel do professor no passado, presente e
futuro.
Professor, o que é ser professor hoje? Ser professor atualmente é mais complexo
do que foi no passado?
Antonio Nóvoa – É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no
passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm
que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e com a
complexidade social, o que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola,
de todos os grupos sociais, dos mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando
toda essa gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio
8 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 8
21.03.13 11:24:56
histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola atinge uma enorme complexidade
que não existia no passado. Hoje em dia é, certamente, mais complexo e mais difícil ser professor do
que era há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta complexidade acentua-se, ainda, pelo
fato de a própria sociedade ter, por vezes, dificuldade em saber para que ela quer a escola. A escola
foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de promoção social durante muito
tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em ter uma clareza,
uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola. E essa incerteza, muitas vezes, transforma o professor num profissional que vive numa situação amargurada, que vive numa situação difícil
e complicada pela complexidade do seu trabalho, que é maior do que no passado. Mas isso acontece,
também, por essa incerteza de fins e de objetivos que existe hoje em dia na sociedade.
Como o senhor entende a formação continuada de professores? Qual o papel da
escola nessa formação?
Antonio Nóvoa – Durante muito tempo, quando nós falávamos em formação de professores, falávamos essencialmente da formação inicial do professor. Essa era a referência principal: preparavam-se os professores que, depois, iam durante 30, 40 anos exercer essa profissão. Hoje em dia, é impensável imaginar esta situação. Isto é, a formação de professores é algo, como eu costumo dizer, que se
estabelece num continuum. Que começa nas escolas de formação inicial, que continua nos primeiros
anos de exercício profissional. Os primeiros anos do professor – que, a meu ver, são absolutamente
decisivos para o futuro de cada um dos professores e para a sua integração harmoniosa na profissão
– continuam ao longo de toda a vida profissional, através de práticas de formação continuada. Estas
práticas de formação continuada devem ter como polo de referência as escolas. São as escolas e os
professores organizados nas suas escolas que podem decidir quais são os melhores meios, os melhores
métodos e as melhores formas de assegurar esta formação continuada. Com isso, eu não quero dizer
que não seja muito importante o trabalho de especialistas, o trabalho de universitários nessa colaboração. Mas a lógica da formação continuada deve ser centrada nas escolas e deve estar centrada numa
organização dos próprios professores.
Que competências são necessárias para a prática do professor?
Antonio Nóvoa – Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido feitas ao
longo dos últimos anos, essa tem sido a pergunta mais frequentemente posta e há uma imensa lista
de competências. Estou a me lembrar que ainda há 3 ou 4 dias estive a ver com um colega meu
estrangeiro, justamente, uma lista de 10 competências para uma profissão. Podíamos listar aqui um
conjunto enorme de competências do ponto de vista da ação profissional dos professores. Resumindo,
eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de organização. Isto é, o
professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de conhecimento, mas também não é apenas
uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais.
Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de uma organização mais
Manual do Professor 9
EE_G15GG1_manual.indb 9
21.03.13 11:24:56
ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há aqui, portanto, uma dimensão da organização das aprendizagens, do que eu designo, a organização do trabalho escolar e esta organização
do trabalho escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples trabalho
do ensino, é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas competências de organização são
absolutamente essenciais para um professor. Há um segundo nível de competências que, a meu ver,
são muito importantes também, que são as competências relacionadas com a compreensão do conhecimento. Há uma velha brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece
que terá sido dita, inicialmente, por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre isso, que dizia que:
“quem sabe faz, quem não sabe ensina”. Hoje em dia esta brincadeira podia ser substituída por uma
outra: “quem compreende o conhecimento”. Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir
a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula. Esta compreensão do conhecimento é,
absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores. Eu tenderia, portanto, a acentuar
esses dois planos: o plano do professor como um organizador do trabalho escolar, nas suas diversas
dimensões, e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende um determinado
conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua transposição didática, como agora se diz,
no sentido da sua capacidade de ensinar a um grupo de alunos. [...]
A sociedade espera muito dos professores. Espera que eles gerenciem o seu percurso profissional, tematizem a própria prática, além de exercer sua prática pedagógica em sala de aula. Qual a
contrapartida que o sistema deve oferecer aos professores para que isso aconteça?
Antonio Nóvoa – Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um
excesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais às escolas. As
escolas, talvez, resumindo numa frase [...], as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos
imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada
funciona. Acontece que, por uma espécie de um paradoxo, as coisas que não podemos assegurar que
existam na sociedade, nós temos tendência a projetá-las para dentro da escola e a sobrecarregar os
professores com um excesso de missões. Os pais não são autoritários, ou não conseguem assegurar
a autoridade, pois se pede ainda mais autoridade para a escola. Os pais não conseguem assegurar a
disciplina, pede-se ainda mais disciplina à escola. Os pais não conseguem que os filhos leiam em casa,
pede-se à escola que os filhos aprendam a ler. É legítimo eles pedirem à escola, a escola está lá para
cumprir uma determinada missão, mas não é legítimo que sejam uma espécie de vasos comunicantes ao contrário. Que cada vez que a sociedade tem menos capacidade para fazer certas coisas, mais
sobem as exigências sobre a escola. E isto é um paradoxo absolutamente intolerável e tem criado
para os professores uma situação insustentável do ponto de vista profissional, submetendo-os a uma
crítica pública, submetendo-os a uma violência simbólica nos jornais, na sociedade, etc. o que é absolutamente intolerável. Eu creio que os professores podem e devem exigir duas coisas absolutamente
essenciais que são:
•
uma, é calma e tranquilidade para o exercício do seu trabalho, eles precisam estar num ambiente, eles precisam estar rodeados de um ambiente social, precisam estar rodeados de um
10 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 10
21.03.13 11:24:57
ambiente comunitário que lhes permita essa calma e essa tranquilidade para o seu trabalho.
Quer dizer, não é possível trabalhar pedagogicamente no meio do ruído, no meio do barulho,
no meio da crítica, no meio da insinuação. É absolutamente impossível esse tipo de trabalho.
As pessoas têm que assegurar essa calma e essa tranquilidade;
•
e, por outro lado, é essencial ter condições de dignidade profissional. E essa dignidade profissional passa certamente por questões materiais, por questões do salário, passa também por
boas questões de formação, e passa por questões de boas carreiras profissionais. Quer dizer,
não é possível imaginar que os professores tenham condições para responder a este aumento
absolutamente imensurável de missões, de exigências no meio de uma crítica feroz, no meio
de situações intoleráveis, de acusação aos professores e às escolas.
Eu creio que há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e que são aspectos extremamente importantes, porque no passado os professores não tiveram, por exemplo, os professores
nunca tiveram situações materiais e econômicas muito boas, mas tinham prestígio e uma dignidade
social que, em grande parte completavam algumas dessas deficiências – para além desses aspectos sociais de que eu falei a pouco e que são essenciais para o professor no novo milênio, neste milênio que
estamos, eu creio que pensando internamente a profissão, há dois aspectos que me parecem essenciais. O primeiro é que os professores se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não
passa apenas, eu insisto bem, apenas pelas tradicionais práticas associativas e sindicais – passa também
por novos modelos de organização, como comunidade profissional, como coletivo docente, dentro
das escolas, por grupos disciplinares e conseguirem deste modo exercer um papel com profissão, que
é mais ampla do que o papel que tem exercido até agora. As questões do professorado enquanto coletivo parecem-me essenciais. Sem desvalorizar as questões sindicais tradicionais, ou associativas, creio
que é preciso ir mais longe nesta organização coletiva do professorado. O segundo ponto – e que tem
muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo como conhecimento profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cientistas, que
pertence às pessoas da história, das ciências etc., e que os professores devem ter. Há certamente um
conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que
os professores devem ter também. Mas, além disso, há um conhecimento profissional que não é nem
um conhecimento científico nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na
prática, que é um conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa
experiência. A valorização desse conhecimento profissional, a meu ver, é essencial para os professores
neste novo milênio. [...]
TV Escola. Salto para o futuro. Entrevistas: Antonio Nóvoa. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/
entrevista.asp?cod_Entrevista=59>. Acesso em: 5 fev. 2013.
TEXTO 2: o texto a seguir, retirado do livro Para ensinar e aprender Geografia, de autoria
de Nídia Nacib Pontuschka (professora doutora da Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo), Núria Hanglei Cacete (professora doutora da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo) e Tomoko Iyda Paganelli (professora adjunta da Universidade
Federal Fluminense), comenta sobre a importância do estreitamento de outras áreas do
conhecimento e do saber cotidiano com a Geografia.
Manual do Professor 11
EE_G15GG1_manual.indb 11
21.03.13 11:24:57
O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais
[...] Temos a preocupação de pensar em como a aprendizagem e o ensino da Geografia se situam
perante outras possibilidades, superando a disciplinaridade pela interação com as demais disciplinas.
Assumimos a compreensão de que, ao conhecer um objeto de estudo geográfico, ele será mais aprofundado quando se aproveitam também os conhecimentos provenientes de outras disciplinas.
Essa é uma questão atualmente enfrentada pelos educadores brasileiros que desejam – ou são
solicitados a – trabalhar com currículos baseados nos princípios mencionados, paralelamente ou em
interação com um tratamento disciplinar dispensado aos conteúdos escolares.
A disciplinaridade ou um currículo disciplinar podem restringir-se apenas ao caráter cognitivo dos
fatos e conceitos. No entanto, se a perspectiva da escola básica é a educação integral, a Geografia deve
colaborar com essa meta e pensar em outras dimensões do conteúdo, para estreitar as relações entre
as disciplinas e promover a ampliação desse conceito. Ao ampliar o conceito do conteúdo, devem ser
considerados também os conteúdos procedimentais e atitudinais, que precisam estar presentes nas intenções do professor de Geografia quando da elaboração da programação da disciplina escolar.
Na Geografia, os conteúdos procedimentais relacionam-se ao modo pelo qual os alunos assimilam
certas práticas que passam a fazer parte de sua própria vida. Aqui lembramos alguns exemplos: fazer
leituras de imagens, habituar-se a ler várias modalidades de textos e integrá-los aos conhecimentos possuídos; ser capaz de utilizá-los em situações externas à escola, portanto, em situações de vida; observar
um fato isolado e poder contextualizá-lo no tempo e no espaço. Na observação, não ficar satisfeito somente com os fatos visíveis, mas ir à busca de explicações mais próximas da “verdade”; saber pesquisar
e trabalhar com argumentações que aumentem a compreensão de determinadas questões complexas.
As questões complexas, intrinsecamente relacionadas com o mundo contemporâneo, com a
mundialização da economia, com a globalização das comunicações, com a formação de redes de circulação de mercadorias, de pessoas e ideias, exigem procedimentos metodológicos que permitam ao
aluno compreender melhor o mundo em que está inserido.
A observação informal e também a observação sistemática de fatos ou fenômenos do cotidiano,
a capacidade de registrá-los, usando diferentes recursos e linguagens, bem como de ouvir as pessoas
sobre determinados objetos para conhecer as representações, ou seja, a concepção que o sujeito tem
sobre algo em dado momento, são procedimentos que alargam e aprofundam a reflexão, porque
ensejam a passagem de uma representação metafórica a uma representação cada vez mais conceitualizada, na qual as relações resultantes permitem a produção de novos conhecimentos.
Dentre os aspectos antes propostos apenas como objetivos, mas considerados, nos dias atuais,
conteúdos atitudinais, destacam-se o respeito às diferenças de sexo, de etnia, de faixas etárias, com
responsabilidade sobre as crianças e os idosos, a valorização do patrimônio sociocultural, da diversidade ambiental, dos direitos e deveres do cidadão...
Uma disciplina parcelar não consegue lidar com todos esses tipos de conteúdos, e disso decorre
a necessidade de pensar em outros métodos e princípios que conjuguem esforços integrados para
conseguir formar o homem inteiro, propiciando uma educação integral. [...]
O ensino-aprendizagem da Geografia e as práticas disciplinares, interdisciplinares e transversais. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI,
Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 107-109.
12 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 12
21.03.13 11:24:57
Sugestões
de livros e sites
Livros
AB’SÁBER, Aziz Nacib. A Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: Edusp, 1996.
______. Os domínios de natureza no Brasil. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
ALMEIDA, Rosangela D. (Org.). Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2002.
______. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2001.
______.; PASSINI, Elza. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1991.
ANDRADE, Manuel Correia. O Brasil e a América Latina. São Paulo: Contexto, 1996.
CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). A Geografia na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999.
______. Espaço-tempo na metrópole: a fragmentação da vida cotidiana. São Paulo: Contexto, 2001.
CASTELLAR, Sonia M. V. (Org.). Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo:
Contexto, 2006.
CASTRO, Iná E. de; GOMES, Paulo César. da C. Explorações geográficas. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1997.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano.
Porto Alegre: Mediação, 2005.
CHOSSUDOVSKY, Michel. A globalização da pobreza. São Paulo: Moderna, 1999.
CHRISTOFOLETTI, Antonio. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blücher, 2003.
CORREA, Roberto L. Logística do espaço brasileiro: as redes geográficas. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.
FIORI, José L. O poder americano. Petrópolis: Vozes, 2004.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Nacional, 1977.
______. A economia latino-americana: formação histórica e problemas contemporâneos. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007.
GUERRA, Antônio J. T.; CUNHA, Sandra. B. da. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1996.
HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005.
IANNI, Octavio. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
LACERDA, A. C. O impacto da globalização na economia brasileira. São Paulo: Contexto, 1999.
LEINS, Viktor; AMARAL, Sergio Estanislau do. Geologia geral. São Paulo: Nacional, 1998.
Manual do Professor 13
EE_G15GG1_manual.indb 13
21.03.13 11:24:57
LIMA, M. G.; LOPES, C. S. (Org.). Geografia e ensino: conhecimento científico e sociedade. Maringá:
Massoni, 2007.
MARTINELLI, Marcello. Mapas da Geografia e cartografia temática. São Paulo: Contexto, 2003.
MORAES, Antônio Carlos Robert. A gênese da Geografia moderna. São Paulo: Hucitec/Annablume, 2002.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. A Geografia das lutas no campo. São Paulo: Contexto, 1996.
PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender
Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
PONTUSCHKA, Nídia. Para ensinar e aprender Geografia. São Paulo: Cortez, 2007.
REGO, Nelson et al. (Orgs.). Geografia: práticas pedagógicas para o Ensino Médio. Porto Alegre: Artmed,
2007.
ROSS, Jurandyr L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. São Paulo: Contexto, 1997.
SANCHEZ, I. Para entender a internacionalização da economia. São Paulo: Editora Senac, 2001.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2002.
SANTOS, Renato Emerson dos (Org.). Diversidade, espaço e relações étnico-raciais: o negro na geografia
do Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
______. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro:
Record, 2000.
SINGER, Paul. Economia política da urbanização. São Paulo: Contexto, 2002.
TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2008.
VENTURI, Luís Antônio B. (Org.). Praticando Geografia: técnicas de campo e laboratório. São Paulo:
Oficina de Textos, 2005.
VITTE, Antônio C.; GUERRA, Antônio J. T. Reflexões sobre a Geografia física no Brasil. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2004.
Sites
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): <http://www.anp.gov.br>.
Banco Mundial: <http://www.worldbank.org>.
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM): <http://www.dnpm.gov.br>.
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese): <http://www.dieese.org.br>.
Domínio Público: <http://www.dominiopublico.gov.br>.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): <http://www.embrapa.gov.br>.
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp): <http://www.fiesp.com.br>.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): <http://www.ibge.gov.br>.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): <http://www.ibama.gov.br>.
14 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 14
21.03.13 11:24:57
Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC): <http://www.igc.sp.gov.br>.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): <http://www.incra.gov.br>.
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): <http://www.inmet.gov.br>.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): <http://www.inpe.br>.
Ministério da Agricultura: <http://www.agricultura.gov.br>.
Ministério da Educação: <http://www.mec.gov.br>.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: <http://www.mdic.gov.br>.
Ministério de Minas e Energia: <http://www.mme.gov.br>.
Ministério dos Transportes: <http://www.transportes.gov.br>.
ONU Brasil: <http://www.onu.org.br>.
Petrobras: <http://www.petrobras.com.br>.
Portal Brasil: <http://www.brasil.gov.br>.
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud Brasil): <http://www.pnud.org.br>.
Revista ComCiência: <http://www.comciencia.br>.
Revista da Faculdade de Educação da USP: <http://www.educacaoepesquisa.fe.usp.br>.
Revista Estudos Avançados da USP: <http://www.iea.usp.br/revista>.
TV Escola: <http://tvescola.mec.gov.br>.
2. Pressupostos
Objetivos
da
geográficos da coleção
Geografia
para o
Ensino Médio
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), as práticas pedagógicas no
Ensino Médio devem ser orientadas por competências a serem desenvolvidas pelos alunos:
comunicação e representação; investigação, articulação e compreensão; contextualização
social e histórica dos conhecimentos; desenvolvimento do espírito crítico. Já as diretrizes do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são estruturadas em função das seguintes competências: domínio de linguagens; compreensão de fenômenos; enfrentamento de situações-problema; construção de argumentação; e elaboração de propostas.
Entendendo as proposições acima como premissas, o próximo passo é a identificação de
como é possível que a Geografia, com suas especificidades, contribua para a formação de
alunos que dominem sua essência, conscientizando-se do papel dessa disciplina no Ensino
Básico e em suas vidas. Esse papel pode ser sintetizado em: construção da autonomia na
adoção de procedimentos de verificação e análise de elementos que compõem a realidade;
tomada de posição frente à realidade compreendida; realização de intervenções balizadas
nas ações anteriores.
O objetivo essencial da Geografia no Ensino Médio é propiciar aos alunos o desenvolvimento das capacidades de:
• definir critérios coerentes para descrever aspectos do espaço geográfico;
• ler e interpretar diferentes formas de representação do espaço geográfico;
Manual do Professor 15
EE_G15GG1_manual.indb 15
21.03.13 11:24:57
• analisar criticamente materiais cartográficos e outros documentos de interesse
geográfico;
• coletar e sistematizar informações disponíveis em mapas, gráficos e tabelas, assim
como utilizar esses recursos para expressar o conhecimento;
• compreender e utilizar as escalas geográfica e cartográfica como formas de demonstrar a ocorrência e a distribuição espacial de fenômenos;
• reconhecer, a partir da análise do espaço geográfico, as relações e interações de fenômenos sociais e naturais;
• reconhecer e estabelecer relações entre as diversas escalas dos fenômenos geográficos (local, regional, global);
• relacionar fatores históricos às estruturas da sociedade atual;
• avaliar os impactos do trabalho humano no meio físico ao longo do tempo;
• reconhecer a importância dos sistemas econômicos e políticos para a organização
dos processos de produção do espaço;
• selecionar, comparar e interpretar aspectos da realidade espacial, sem rupturas que
comprometam a apreensão de seu contexto;
• elaborar estratégias de pesquisa e investigação de informações que possam estimular reflexões e embasar a construção do conhecimento geográfico;
• analisar criticamente a apropriação dos recursos naturais pelos seres humanos, considerando as demandas sociais e a necessidade de preservação do meio ambiente;
• identificar, no espaço vivido, subsídios para a compreensão de fenômenos de interesse geográfico;
• aplicar, no cotidiano, os conceitos e os conhecimentos adquiridos por meio do estudo
da Geografia;
• reconhecer, no espaço vivido, as manifestações de processos de abrangência global;
• conduzir com autonomia seu próprio processo de aprendizagem, buscando nas experiências vividas e nos recursos teóricos os elementos para a aferição do mundo;
• pautar-se em noções de cidadania para atuar nos ciclos sociais e interferir nas escalas espaciais em que está inserido;
• relacionar os conteúdos do ensino de Geografia com outras disciplinas.
Os
conceitos geográficos na coleção
Os conteúdos reunidos nesta coleção apoiam-se em conceitos que fundamentam o conhecimento geográfico e atendem às DCN, constituindo parâmetros para o desenvolvimento
de práticas de ensino-aprendizagem adequadas às demandas atuais.
O espaço geográfico, conceito elementar e ligado à própria unidade da Geografia como
área do conhecimento, permeia toda a obra, sustentando a abordagem dos diferentes recortes da superfície terrestre e das diferentes feições que estes assumem, por meio da imbricação entre os fenômenos naturais e as atividades de apropriação social do espaço.
16 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 16
21.03.13 11:24:57
Em consonância com o espaço geográfico, os conceitos de paisagem, lugar e território
são também categorias espaciais de fundamental importância para a interpretação do mundo sob a mediação do pensamento geográfico.
A paisagem, entendida como produto dos sentidos, é um conceito tratado na obra como
recurso visual (em fotografias e ilustrações) para a identificação ou contextualização de aspectos relevantes dos locais ou fenômenos trabalhados. Como categoria de análise, é trabalhada principalmente nos boxes, revelando como interagem os fenômenos naturais que
competem para a disposição dos elementos físicos na superfície terrestre e permitindo o
reconhecimento das características sociais manifestadas no espaço produzido.
A concepção de lugar é utilizada como referência principalmente nos boxes e nas atividades, tendo como principal objetivo aproximar os temas que estruturam os capítulos da
realidade particular e imediata dos alunos. Por meio de situações do cotidiano resgatadas
em sala de aula, os alunos podem encontrar elementos preciosos para compreender várias
questões trazidas pela coleção, ampliando assim sua consciência sobre sua identidade e
seu pertencimento ao lugar, e estimulando sua inclinação para reflexões sobre relações de
consenso e conflito, dominação e resistência.
O território é o conceito atrelado ao exercício do poder, é sua manifestação no espaço, e
por essa razão embasa os capítulos que priorizam as relações entre países, as estratégias
de dominação econômica e as articulações políticas e geopolíticas. É por meio da noção de
território que os alunos adquirem a capacidade de desvelar as relações de domínio e apropriação presentes no espaço geográfico.
Outro conceito importante é o de escala, que aparece na obra definido basicamente de
duas maneiras: com um sentido mais restrito, como recurso de produção dos materiais cartográficos; e com um sentido mais amplo – o de escala geográfica –, como instrumento
de análise dos fenômenos que interagem nas diversas dimensões do espaço geográfico. O
geógrafo Ailton Luchiari (2005, p. 56) e seus colaboradores, apoiados em Josué Montello,
apresentam algumas definições para esse conceito, a saber:
• escala cartográfica: indica a proporção entre o tamanho do objeto no terreno e as
suas dimensões no mapa. É expressa numericamente por uma fração (por exemplo:
1 : 50 000), ou graficamente, por uma barra graduada;
• escala dos fenômenos: indica as dimensões da ocorrência de fenômenos sobre a superfície terrestre. A região semiárida brasileira ocupa uma área total de 974 752 km2,
e abrange a maior parte dos estados da Região Nordeste (86,48%), a região setentrional do estado de Minas Gerais (11,01%) e o norte do Espírito Santo (2,51%).
Um conceito fortemente ligado ao de escala é o de globalização, que aparece articulado
com os temas de diferentes capítulos. No artigo “A quem interessa a globalização” (cuja
leitura é recomendada), o geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Wagner
Costa Ribeiro (1995, p. 18) define globalização como “um estilo de vida em configuração, no
qual os agentes centrais seriam os consumidores (de informação e produtos)”.
Manual do Professor 17
EE_G15GG1_manual.indb 17
21.03.13 11:24:57
Conceitos utilizados em áreas mais específicas da ciência geográfica (mas não menos
importantes) foram apresentados e aprofundados em capítulos diretamente relacionados
a seu campo de influência. Entre eles, podemos citar: recursos naturais, meio ambiente e
desenvolvimento sustentável, energia, produção e fluxos.
A Cartografia
na coleção
A Cartografia, além de um conjunto de técnicas ligadas à representação do espaço e
aos códigos de linguagem pertinentes à Geografia, é um campo do conhecimento que complementa a análise espacial, viabilizando e legitimando a concretização dos estudos geográficos. Permite o registro sintético dos elementos levantados pela investigação geográfica, convertendo-o em instrumento de inferência da realidade. O domínio da Cartografia,
portanto, não apenas viabiliza a documentação dos elementos de organização do espaço,
como também confere maior qualidade à investigação e à interpretação dos objetos de
pesquisa.
Reconhecendo sua importância para o ensino da Geografia, a abordagem teórica da
Cartografia é apresentada nesta coleção logo nos capítulos iniciais do volume 1. Isso garante
que todo o conteúdo a ser trabalhado ao longo do Ensino Médio possa ser mais bem aproveitado pelos alunos, que, ao dominarem os elementos básicos da Cartografia, estarão mais
aptos a apropriar-se com mais facilidade dos recursos cartográficos que dão suporte aos
textos dos capítulos, além de selecionar, sistematizar e registrar as informações (dispostas
em mapas ou não).
Nos capítulos 1 e 2 do primeiro volume, estão: a fundamentação das noções de orientação
e localização espacial; a definição do conhecimento cartográfico e sua construção histórica; a apresentação das projeções cartográficas como possibilidades de representação do
mundo; e a abordagem técnica e conceitual da escala cartográfica. Como já foi exposto na
parte final do texto introdutório, a leitura cartográfica (ou, em outras palavras, o domínio
instrumental dos materiais cartográficos) conquista-se efetivamente por meio da produção
de materiais.
Desse modo, os subsídios fornecidos pela coleção devem ser contextualizados em trabalhos que utilizem diferentes exemplos de materiais cartográficos. Sempre que possível, os
elementos da Cartografia devem ser significados por meio de atividades práticas, nas quais
os alunos possam aplicá-los, formando arranjos completos.
Os inúmeros mapas e gráficos distribuídos por todos os capítulos visam facilitar ou complementar a compreensão de temas presentes nos textos, sintetizar fenômenos, localizar
áreas e ocorrências pontuais, fomentar interpretações, verificar tendências e evoluções
temporais, além de comparar eventos que se manifestam de maneira desigual. Os materiais cartográficos que compõem as atividades propostas, principalmente as questões de
vestibulares, são recursos reveladores de informações, considerados elementos de análise
imprescindíveis.
18 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 18
21.03.13 11:24:57
O texto a seguir, demonstrando a importância dos mapas, remete ao papel da Cartografia
na construção do conhecimento geográfico e no emprego desse conhecimento na interpretação e contestação do espaço geográfico.
A importância do mapa
O mapa, um modelo de comunicação visual, é utilizado cotidianamente por leigos em suas viagens, consulta de roteiros, localização de imóveis, e por geógrafos, principalmente, de forma específica.
O mapa já era utilizado pelos homens das cavernas para expressar seus deslocamentos e registrar as
informações quanto às possibilidades de caça, problemas de terreno, matas, rios etc. Eram mapas em
que se usavam símbolos iconográficos e que tinham por objetivo melhorar a sobrevivência. Eram mapas
topológicos, sem preocupação de projeção e de sistema de signos ordenados, mas os símbolos pictóricos
eram de significação direta, sem legenda, pois era a própria linguagem deles, a iconográfica.
Uma vez que a Geografia é uma ciência que se preocupa com a organização do espaço, para ela
o mapa é utilizado tanto para a investigação quanto para a constatação de seus dados. A Cartografia e
a Geografia e outras disciplinas, como a Geologia e a Biologia, caminham paralelamente para que as
informações colhidas sejam representadas de forma sistemática e, assim, se possa ter a compreensão
“espacial” do fenômeno.
O mapa, portanto, é de suma importância para que todos que se interessem por deslocamentos
mais racionais, pela compreensão da distribuição e organização dos espaços, possam se informar e se
utilizar deste modelo e tenham uma visão de conjunto.
Os espaços são conhecidos dos cientistas que os palmilham em suas pesquisas de campo, mas é o
mapa que trará a leitura daquele espaço, mostrando a interligação com espaços mais amplos.
Assim, também os leigos, ao se preocuparem com a organização do seu espaço, ou de forma mais
cotidiana com deslocamentos mais racionais, ou circulações alternativas (congestionamentos, impedimentos), devem apelar para o mapa. [...]
Mapeador x leitor de mapas
Iniciando o aluno em sua tarefa de mapear, estamos, portanto, mostrando os caminhos para que
se torne um leitor consciente da linguagem cartográfica.
[...] A ação para que o aluno possa entender a linguagem cartográfica não está em pintar ou
copiar contornos, mas em “fazer o mapa” para que, acompanhando metodologicamente cada passo
do processo – reduzir proporcionalmente, estabelecer um sistema de signos ordenados, obedecer a
um sistema de projeções para que haja coordenação de pontos de vista (descentralização espacial) –,
familiarize-se com a linguagem cartográfica.
PASSINI, Elza; ALMEIDA, Rosângela Doin. Espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2002.
Ainda sobre a temática em pauta, podemos apresentar uma série de questionamentos
formulados por Ângela Katuta (2007, p. 147), que podem balizar a elaboração e o desenvolvimento de trabalhos em sala de aula com os alunos:
Manual do Professor 19
EE_G15GG1_manual.indb 19
21.03.13 11:24:57
• Que objetivos pedagógicos eu tenho ao ensinar Geografia, portanto, o que enfatizarei
no processo de alfabetização geográfica-cartográfica?
• Que tipos de Geografia e de Cartografia eu devo abordar em sala de aula? As que são
fundadas na cisão entre o sujeito e o objeto? Ou as fundadas na polissemia do sujeito
e, portanto, do espaço?
• É necessário que os discentes expressem cartograficamente as espacialidades por
eles vivenciadas e percebidas, a fim de que construam a capacidade de entender a
localização geográfica dos lugares?
• Devo, momentaneamente, romper com a “norma culta” da Cartografia no processo
de ensino e aprendizagem dos conhecimentos geográficos, a fim de que os alunos,
em um momento inicial, consigam expressar, por meio de suas representações, os
elementos vivenciados e percebidos no espaço cotidiano?
• A fim de trazer geografias discentes para dentro da sala de aula, apenas a linguagem
cartográfica basta? Outras linguagens se fazem necessárias para a compreensão dos
lugares?
• As linguagens escritas e cartográficas são excludentes ou complementares?
Sabemos que o trabalho com gráficos em sala de aula é indispensável para uma completa
apreensão da linguagem cartográfica. Acerca da função desse tipo de linguagem, recomendamos a leitura do texto “Aprendizagem significativa de gráficos no ensino de Geografia”, em
que Elza Passini (2007, p. 174) afirma: “O gráfico possibilita a leitura imediata: ele é visual,
mostra os dados organizados de forma lógica, prendendo-se à essência. É uma linguagem
universal que permite ver a informação”.
3. Organização
Apresentação
didática da coleção
temática dos volumes
Esta coleção divide-se em três volumes, sendo cada um dirigido a um ano do Ensino
Médio. Todos os volumes estão organizados em unidades compostas de capítulos cujos temas estabelecem relações entre si. O conteúdo dos capítulos foi elaborado de modo que
possibilite aos alunos compreenderem as diversas relações existentes entre a sociedade e o
meio, e, para isso, o recurso utilizado é a análise de diferentes etapas de processo de ocupação do espaço natural pelos seres humanos. Nos volumes 1 e 2 são analisadas as relações
existentes entre os elementos do espaço natural e as formas de apropriação do espaço pela
sociedade, tanto no que se refere aos aspectos econômicos como à dinâmica de ocupação
humana. O volume 3 tem como objetivos aprofundar a análise acerca da dinâmica econômica
global e debater temas voltados para a geopolítica dos séculos XX e XXI.
20 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 20
21.03.13 11:24:57
A coleção está estruturada da seguinte forma:
Volume 1 – 1o ano
O volume 1 é composto de três temas principais: noções cartográficas e de orientação
espacial; aspectos físicos da superfície terrestre; e exploração dos recursos naturais. O elemento que confere unidade a esses temas centrais é o conceito de superfície terrestre, pois,
como esta é a base física da construção do espaço geográfico e fonte de recursos, é necessário que a sociedade tenha o domínio sobre suas características. Nesse âmbito, a Cartografia
emerge como parte do conhecimento técnico que a sociedade desenvolve como instrumento
para esse conhecimento e domínio.
Unidade 1 – Dinâmica espacial
Focada no estudo da superfície terrestre (e por vezes apresentando exemplos específicos
do Brasil), essa unidade aborda conhecimentos e técnicas de orientação e localização espacial; as diversas formas de representação cartográfica dos recortes espaciais; e as principais características do planeta Terra, destacando sua situação em relação aos demais astros
do Sistema Solar e a estruturação de sua superfície em continentes e oceanos.
Capítulo 1 – Orientação
O capítulo apresenta as noções básicas de orientação e localização, os principais instrumentos e referenciais utilizados na orientação espacial, assim como o sistema de linhas
imaginárias e coordenadas geográficas representadas nas cartas e nos mapas, além de sua
relação com os fusos horários no mundo.
Na página de abertura, o trecho extraído do livro Mar sem fim, de Amyr Klink, não apenas indica a importância fundamental dos equipamentos de orientação geográfica, mas, por
meio de uma narrativa envolvente, abre possibilidades de sensibilização dos alunos em relação ao tema. Incentivar os alunos a pesquisar outros textos que impliquem a localização e
a orientação espacial e confrontá-los com situações análogas já vivenciadas são alternativas
para tornar a aula mais consistente e dinâmica.
Capítulo 2 – Cartografia
Neste capítulo, a Cartografia é apresentada conceitualmente e sua importância é ilustrada por uma perspectiva histórica. A evolução técnica e tecnológica também é destacada,
assim como as projeções cartográficas e os elementos que compõem os mapas.
O texto de abertura, um relato de uma experiência pessoal, indica que a Cartografia não
se refere apenas à simples representação de espaços e de seus elementos. Sugerimos que
esse texto seja utilizado para estabelecer uma discussão sobre como um mapa pode servir
de meio para expressar interpretações do mundo e que, assim como um texto, pode gerar diferentes leituras. Essa discussão pode ser aproveitada para apontar o fato de que os próprios
mapas são concebidos com base em objetivos previamente definidos ou, em outras palavras,
podem adquirir caráter político ou ideológico.
Manual do Professor 21
EE_G15GG1_manual.indb 21
21.03.13 11:24:57
Capítulo 3 – O mapa do mundo
Este capítulo situa o planeta Terra em relação ao Sistema Solar, revelando suas dimensões, seu eixo de inclinação e seu movimento de translação (e sua influência no meio ambiente e na sociedade), além de caracterizar os oceanos e continentes que compõem a superfície terrestre.
O depoimento de Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a deixar o planeta Terra,
traz à tona o fascínio que as viagens extraplanetárias despertam no ser humano, desde os
tempos anteriores à sua viabilização. As palavras do astronauta revelam a necessidade de
pensarmos nossa relação com o planeta, enxergando-o como um sistema vivo e vulnerável.
Capítulo 4 – O Brasil no mapa do mundo
Neste capítulo, a localização geográfica do Brasil no planisfério, suas fronteiras e as divisões regionais são examinadas de modo mais minucioso. É neste momento que os aspectos
regionais e contrastantes do país podem ser apresentados aos alunos, para que esse aprendizado seja uma referência quando estudarem os demais capítulos da coleção que tratam
dessa temática.
O trecho da entrevista com o jornalista Maurício Kubrusly pode ser utilizado como abordagem inicial, revelando a riqueza cultural do enorme território do Brasil. Também pode servir
de estímulo e referência para a busca por outros textos ou materiais que demonstrem os inúmeros contrastes regionais brasileiros.
Unidade 2 – Geologia e relevo
A unidade trata dos elementos da Geologia e da Geomorfologia, ou seja, da estrutura interna da Terra e da crosta terrestre, além da estrutura superficial da crosta e das diferentes
formas de relevo que compõem a superfície do planeta.
Capítulo 5 – Elementos da Geologia
Este capítulo traz a definição da Geologia como ciência e apresenta algumas de suas ramificações. A origem do planeta Terra é explicada para embasar o entendimento da formação de suas camadas internas, cujas características gerais também são descritas. A crosta
terrestre e suas camadas recebem um tratamento privilegiado. Assim, a teoria das placas
tectônicas é um dos temas abordados, bem como as eras geológicas e o processo de formação das rochas.
Na abertura do capítulo há um poema de Mário Quintana, cuja leitura pode facilitar a
introdução de alguns aspectos da importância dos estudos da Geologia, como as transformações que o planeta ou uma simples rocha passaram ao longo do tempo e a importância
desses materiais para a compreensão da formação do planeta Terra.
Capítulo 6 – Elementos da Geomorfologia
Este capítulo expõe a dinâmica de formação do relevo, demonstrando que suas formas
resultam da atuação complementar de dois tipos de processos: os internos e os externos.
22 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 22
21.03.13 11:24:57
Nessa dinâmica destacam-se fenômenos (como sismicidade, vulcanismo e intemperismo)
e agentes modeladores do relevo. Resultantes da interação entre os processos internos e
externos, as montanhas, os planaltos, as depressões e as planícies são caracterizadas como
as principais formas de relevo.
Ao realizar uma narrativa que tenta reconstruir um fato histórico – a erupção do Vesúvio
e o soterramento de Pompeia – o autor abordou uma manifestação da dinâmica tectônica, o
vulcanismo. A situação relatada no texto permite explorar questões referentes às características dos vulcões, suas ligações com as demais camadas da crosta terrestre e as consequências dessa manifestação para a sociedade.
Capítulo 7 – Geologia e Geomorfologia do Brasil
Neste capítulo são apresentadas as estruturas geológicas e geomorfológicas do Brasil,
referenciadas por reconhecidos geógrafos brasileiros, como Aziz Ab’Sáber e Jurandyr Ross.
O texto de abertura, uma notícia sobre um terremoto em Itacarambi (MG), comenta a
ocorrência de terremotos no Brasil e permite introduzir o debate sobre esses fenômenos em
território brasileiro, uma vez que é comum a ideia de que o país, por estar na porção central
da placa Sul-americana, não passa por atividades sísmicas.
Unidade 3 – Dinâmica da produção mineral e energética
Após tratarmos dos processos de formação da crosta terrestre e dos tipos de rocha, apresentamos, neste módulo, o aproveitamento econômico dos recursos minerais provenientes
dessa camada da Terra. Esses recursos naturais são empregados basicamente como matérias-primas ou fontes de energia.
Capítulo 8 – A produção de minérios no mundo
Este capítulo aborda os aspectos mais importantes relacionados à produção dos minérios,
como as principais aplicações industriais, a distribuição e as características dos minérios mais
utilizados no mundo, além das questões ambientais decorrentes da atividade mineradora.
Na página de abertura, há um texto de Júlio Verne, extraído do livro Viagem ao centro da
Terra, que ilustra o estudo dos recursos minerais. Apesar do caráter fictício de suas obras,
Verne as escrevia aproveitando conceitos científicos e conhecimentos de sua época e misturava ficção e realidade. Isso confere um estilo envolvente às histórias, que podem ser utilizadas como um importante instrumento de sensibilização dos alunos para a temática da
exploração do subsolo terrestre.
Capítulo 9 – A produção de combustíveis fósseis no mundo
Este capítulo expõe importantes questões a respeito da produção de combustíveis fósseis, revelando sua importância e as implicações ambientais de seu uso. Entre os problemas
ambientais mais preocupantes, intensificados pelo consumo excessivo desses combustíveis,
estão o aquecimento global e a chuva ácida.
Manual do Professor 23
EE_G15GG1_manual.indb 23
21.03.13 11:24:57
O texto jornalístico apresentado na abertura do capítulo introduz o debate a respeito dos subsídios oferecidos à produção de combustíveis fósseis em detrimento dos oferecidos para outras
fontes energéticas, e possibilita a análise da eficiência no consumo energético mundial.
Capítulo 10 – A produção de minérios e combustíveis fósseis no Brasil
O tema tratado neste capítulo é a distribuição regional da produção mineral e de combustíveis fósseis no território brasileiro, sempre enfocando a questão da atuação de capitais
estrangeiros em conjunto com investimentos estatais nos grandes projetos ligados a essas
atividades.
A abertura apresenta o texto de Auguste de Saint-Hilaire, que descreve a sua visita à Real
Fábrica de Ferro de São João de Ipanema. As informações desse texto podem ser utilizadas
para tratar da diversidade e da quantidade de minérios do Brasil, além de possibilitar o início
da análise da importância histórica da mineração para o país.
Volume 2 – 2o ano
O volume 2, além de apresentar temas focados no território brasileiro e em aspectos e
fenômenos físicos, propõe um estudo voltado às questões sociais, principalmente as demográficas. Outra característica importante do volume é o trabalho paralelo de aspectos
referentes ao mundo e ao Brasil.
Unidade 1 – Dinâmica da natureza: clima e vegetação
Esta unidade é dedicada aos elementos responsáveis pela definição de boa parte das características das paisagens naturais do planeta: hidrografia, clima e vegetação. Juntamente
com o relevo e outros elementos naturais, eles interagem de modo diverso nas diferentes
porções da superfície terrestre, formando os grandes domínios climatobotânicos.
Capítulo 1 – Elementos do clima e da vegetação
O capítulo trabalha assuntos relacionados ao clima e à vegetação. O tratamento desses
elementos oferece muitas possibilidades de conexões, uma vez que eles influenciam-se
mutuamente.
Sobre o clima, trata-se de sua definição conceitual, comparativamente à noção de tempo
atmosférico; de algumas formas de manifestação climática; dos principais fatores que atuam
na definição dos tipos climáticos e na distribuição dos climas no mundo. O tema vegetação é
inserido a partir da definição do conceito de biosfera, demonstrando sua relação com outros
elementos da natureza, sobretudo o clima. Consta ainda uma proposta de classificação da
vegetação, sua distribuição pela superfície do planeta e as possibilidades de seu aproveitamento econômico como recurso natural.
O poema de Paulo Leminski e a imagem de abertura remetem ao fenômeno da precipitação. Utilizando exemplos da própria localidade da escola e da cidade, é possível iniciar um
24 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 24
21.03.13 11:24:57
diálogo sobre como esse fenômeno afeta a vida da população local e como ele é um elemento
determinante na classificação dos climas.
Capítulo 2 – Domínios climáticos e formações vegetais no mundo
Os grandes domínios climatobotânicos são apresentados como classificação de extensas áreas da superfície da Terra cujos aspectos naturais são relativamente homogêneos.
Reconhecido como um dos fatores mais importantes no condicionamento desses domínios,
o clima permite situar suas características e sua ocorrência espacial. Pode-se, por exemplo,
utilizando mapas disponíveis, perceber grande correlação entre a ocorrência dos tipos climáticos e de vegetação.
O texto de Thaís Fernandes permite o debate a respeito das mudanças que a Floresta
Amazônica passou ao longo da evolução geológica do planeta, e há a possibilidade de demonstrar que os estudos sobre as formações vegetais no mundo são realizadas por diferentes ramos da ciência, o que abre espaço para a elaboração de projetos interdisciplinares.
Capítulo 3 – Clima e vegetação do Brasil
Este capítulo parte do trabalho com clima e vegetação como elementos complementares, pois eles interagem de maneira fundamental para a formação das paisagens naturais.
Apresentam-se os fatores climáticos (latitude, altitude, massas de ar, maritimidade e continentalidade) e os tipos climáticos brasileiros (sintetizados em climogramas), além da classificação das formações vegetais originais do Brasil e de alguns problemas ambientais que
as afetam.
Na abertura do capítulo, a narrativa de Graciliano Ramos, em um trecho do livro Vidas
Secas, retrata uma paisagem que revela grande correspondência entre os elementos naturais, principalmente a formação vegetal (caatinga) e as características climáticas (aridez).
Tão importante quanto chegar a essa constatação é perceber como o ambiente inóspito
também corresponde à gravidade que marca as possibilidades de vida das personagens,
ficando claro que o estudo dos aspectos naturais não deve ser feito à revelia das questões
sociais.
Unidade 2 – Dinâmicas da natureza: hidrografia e hidrografia do Brasil
Esta unidade trata dos elementos e das características da hidrografia e sua relação com
a população das diferentes regiões do Brasil, além de sua importância e seu aproveitamento
econômico.
Capítulo 4 – Elementos da hidrografia
Após ser apresentada a hidrografia, é abordada a importância dos rios para as sociedades
humanas e os elementos e fenômenos que regulam seus cursos e fluxos. Da dinâmica hídrica também são apontadas a formação das bacias hidrográficas e a interferência dos rios no
perfil do terreno (e vice-versa), por meio de processos erosivos e de sedimentação.
Manual do Professor 25
EE_G15GG1_manual.indb 25
21.03.13 11:24:57
No poema de João Cabral de Melo Neto, a essência da vida (humana) da personagem
é comparada e confundida com a fluidez dos rios. O poema nos leva a pensar não apenas
no que há em comum entre ser humano e rio (o movimento rumo ao destino), mas sobretudo em como a vida daquele depende da vida deste. A carga de significantes que essa e
outras obras literárias conferem aos rios é uma maneira estimulante de introduzir o tema
hidrografia.
Capítulo 5 – Hidrografia e recursos hídricos no Brasil
Sobre a hidrografia são tratados, neste capítulo, desde os elementos que compõem uma
bacia hidrográfica até as características das maiores bacias e dos principais rios brasileiros.
A importância econômica e social da rede hidrográfica brasileira nas diferentes regiões do
país é um dos aspectos mais enfatizados.
O capítulo traz, na abertura, mais um trecho de obra literária. Trata-se de um excerto
de Sagarana, de Guimarães Rosa, livro em que o autor faz brilhantes ambientações dos lugares onde os enredos se desenrolam. Ao construir essas ambientações, os rios aparecem
como elemento significativo de várias paisagens – no trecho em questão, eles delimitam o
palco da trama, constituindo o espaço chamado de “mesopotâmia”. Essa denominação remete, por analogia, à região do Oriente Médio que corresponde ao atual Iraque e é cercada
pelos rios Tigre e Eufrates, fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento dos
povos locais. Essas descrições fornecem o ensejo para abordar a importância dos rios não
apenas como fontes de recursos naturais, mas também como elementos de composição
territorial.
Unidade 3 – Dinâmica da população
Esta unidade é composta de capítulos que abordam questões demográficas mundiais,
indicando tendências e fatores relativos à estrutura populacional dos países, além de tratar
da discussão sobre as consequências sociais relacionadas à demografia.
A demografia do Brasil também é trabalhada, fornecendo-se elementos para apreender
o perfil da população brasileira por meio de dados sobre sua distribuição pelo território, sua
estrutura demográfica, os deslocamentos populacionais e o processo de urbanização.
Capítulo 6 – Distribuição e crescimento da população mundial
O capítulo aborda a dinâmica da população mundial, trazendo dados demográficos e os
principais fatores históricos do crescimento populacional no mundo. Nesse contexto são
apresentadas as teorias demográficas.
A população mundial hoje ultrapassa 7 bilhões de habitantes, e o crescimento populacional mundial gera debates e preocupações em relação ao acesso dos habitantes do planeta
aos recursos naturais e serviços básicos, como o saneamento básico. Essas questões são
analisadas no texto de André Julião.
26 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 26
21.03.13 11:24:57
Capítulo 7 – Estrutura e migrações da população mundial
Este capítulo, complementando o capítulo 6, mostra a composição da estrutura populacional e sua representação em pirâmides etárias. As estruturas da população brasileira e de
outros países são tomadas como exemplos para abordar os fatores que condicionam a configuração de cada perfil demográfico. Outro importante tema contemplado no capítulo são os
movimentos populacionais e sua importância para a composição das populações.
A página de abertura deste capítulo traz um poema de Ribeiro Couto que descreve a situação dos imigrantes no Brasil. O poema ilustra a diversidade étnica da população brasileira,
revelando essa diversificação como uma das consequências dos fluxos migratórios, além de
expor alguns aspectos da inserção dos imigrantes no Brasil. A necessidade de os imigrantes
buscarem uma vida melhor e suas dificuldades de adaptação a novas realidades são alguns
dos pontos a serem contemplados por meio da leitura do poema.
Capítulo 8 – Distribuição, crescimento e estrutura da população do Brasil
Tratando da dinâmica demográfica brasileira, o capítulo trabalha conceitos e informações
a respeito da população absoluta e relativa das regiões do país, do crescimento populacional
e da estrutura demográfica, identificando a tendência de envelhecimento dessa população.
A página de abertura traz um fragmento da célebre obra de Darcy Ribeiro, O povo brasileiro, recompondo a formação da população do Brasil. O autor demonstra a formação do
caráter miscigenado do povo brasileiro e destaca a pluralidade cultural. O papel dos povos
indígenas e dos africanos na composição da base da população brasileira também é destacado por ele.
Capítulo 9 – Migrações externas e internas da população do Brasil
O capítulo apresenta os movimentos populacionais brasileiros, destacando os fluxos históricos de imigração e emigração entre o Brasil e outros países, e aqueles das migrações
internas. Além da identificação e da tipificação dos deslocamentos populacionais, também
são tratados os fatores de atração e repulsão como motores do processo migratório.
A página de abertura do capítulo traz a letra da música “Encontros e despedidas”, de
Milton Nascimento e Fernando Brant. A letra retrata uma estação com constantes chegadas
e saídas de trens, remetendo à própria condição de mobilidade do ser humano, impelido a
deslocar-se dependendo dos rumos da vida, mas motivado, essencialmente, pelos objetivos
de ter uma vida melhor. O título da canção também alude a situações corriqueiras no Brasil
em função dos fluxos migratórios, como quando famílias são obrigadas a fragmentar-se
porque apenas parte dos membros consegue partir em busca de meios de sobrevivência,
criando a demanda por reencontros que nem sempre ocorrem.
Capítulo 10 – Urbanização no Brasil
Este capítulo aborda o processo de urbanização no Brasil, trazendo os conceitos de urbanização, aglomerados urbanos e regiões metropolitanas. Além disso, são apresentadas
Manual do Professor 27
EE_G15GG1_manual.indb 27
21.03.13 11:24:58
as características da urbanização das regiões e os problemas socioambientais das grandes
cidades brasileiras.
O texto de Sérgio Junior discute o conceito de cidade e a importância que esta tem para a
sociedade, além de já iniciar a associação entre o processo de industrialização e o fenômeno
da urbanização.
Volume 3 – 3o ano
O volume 3 desta coleção volta-se para as relações e questões internacionais, sem
deixar de tocar em pontos importantes para a compreensão da realidade brasileira. Nesse
sentido, são propostos temas ligados a disputas geopolíticas, relações econômicas no âmbito da globalização, dinâmicas do desenvolvimento econômico e industrial, sistemas produtivos, questões e confrontos territoriais, entre outros. A análise da atividade produtiva,
tanto no âmbito industrial como no agropecuário, também contribui para uma compreensão mais aprofundada das relações políticas e econômicas no Brasil e no mundo. Assim, o
volume possibilita o desenvolvimento de um olhar crítico sobre um mundo cada vez mais
complexo.
Unidade 1 – Da ordem bipolar à nova ordem mundial
Esta unidade trabalha as articulações econômicas e políticas internacionais, destacando
os jogos de poder desdobrados em dois importantes momentos históricos: após a Segunda
Guerra Mundial e após o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que
foi acompanhado pelo processo de globalização e pela formação de blocos econômicos
supranacionais.
Capítulo 1 – Do mundo bipolar ao fim da Guerra Fria
O capítulo revela como as decorrências geopolíticas da Segunda Guerra Mundial levam à configuração de um arranjo de poder estruturado em duas grandes potências, os
Estados Unidos e a URSS. Esse arranjo, chamado de ordem bipolar, duraria até o fim da
década de 1980.
O texto de abertura de John Hersey, do seu livro Hiroshima, trata delicadamente das consequências do lançamento da bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima para
a vida das pessoas, chamando o leitor a refletir sobre a dimensão humana, e não somente
política, da guerra. Por meio de sua leitura, é possível discutir com os alunos como decisões
externas a um país podem afetar o modo de vida de sua população – neste caso de modo
muito evidente. Se possível, apresente exemplos de situações recentes em que medidas
ou imposições externas (como aquelas introduzidas pelo Fundo Monetário Internacional –
FMI –, ou por países influentes, como os Estados Unidos) vão alterando ao longo do tempo,
mesmo que de modo pouco perceptível, a situação econômica, política e social de alguns
países.
28 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 28
21.03.13 11:24:58
Capítulo 2 – A nova ordem mundial
O capítulo expõe o processo de desarticulação da ordem bipolar, a partir da decomposição do bloco socialista, para dar lugar a uma ordem que, de modo geral, pode ser entendida
como politicamente unipolar e economicamente multipolar. Esse contexto passou a ser chamado de nova ordem mundial.
A música de Caetano Veloso permite sensibilizar e compreender inicialmente os processos de reorganização política mundial que têm ocorrido nas últimas décadas.
Capítulo 3 – Globalização da economia
O capítulo aborda as relações econômicas internacionais no contexto da globalização,
enfatizando a expansão da atuação das empresas transnacionais. São apresentadas também
importantes informações sobre os principais blocos econômicos, demonstrando, sobretudo,
a origem e a evolução da União Europeia.
A letra de Arnaldo Antunes apresenta situações que revelam os intercâmbios possibilitados pelo processo de globalização. Por meio do aumento exponencial do fluxo de mercadorias, finanças e pessoas, as relações culturais, econômicas e sociais estão se tornando
cada vez mais intensas. Ao mesmo tempo, a canção remete ao estabelecimento de barreiras
reforçadas à entrada de determinados grupos em determinados territórios, mostrando as
contradições advindas do processo de globalização.
Unidade 2 – O mundo atual: desigualdades e conflitos
O subdesenvolvimento e os conflitos territoriais no mundo são as tônicas desta unidade.
Além dos condicionantes específicos de cada caso abordado, a unidade trata dos processos
de colonização promovidos pelas potências industriais como motivadores essenciais dessas
questões.
Capítulo 4 – Características do subdesenvolvimento
Neste capítulo são apresentadas as causas e consequências da situação de subdesenvolvimento de muitos países da África, da Ásia e da América Latina. Indicadores socioeconômicos, como aqueles que tratam das condições de moradia, saúde, renda etc. são trabalhados
para oferecer parâmetros para a análise da precariedade das condições de vida e de produção nesses países.
O poema de Ferreira Gullar apresenta elementos que caracterizam os principais problemas verificados em países subdesenvolvidos, como a fome, o desemprego, a desigualdade
social, os preços elevados e a corrupção.
Capítulo 5 – Conflitos e questões territoriais na África e na América Latina
Neste capítulo, as questões territoriais da África são reveladas a partir da ocupação colonialista do continente pelos europeus – a chamada “partilha da África”. A herança desse
processo é apontada como desastrosa, resultando em conflitos violentos e pobreza crônica.
Manual do Professor 29
EE_G15GG1_manual.indb 29
21.03.13 11:24:58
Sobre as questões territoriais da América Latina, o capítulo expõe a formação do socialismo
em Cuba e seu papel na Guerra Fria, além de tratar dos conflitos envolvendo a guerrilha
colombiana e da geopolítica amazônica.
A letra da banda de rock Legião Urbana demonstra como as guerras são um negócio lucrativo, o que aponta para a dificuldade de reduzir o número de conflitos no mundo. Além disso, o
recrutamento de crianças para a guerra tem sido uma prática comum, ilegalmente estimulada
por grandes potências em territórios de países de frágil economia e fraca assistência social.
Capítulo 6 – Conflitos e questões territoriais na Ásia
O capítulo expõe vários conflitos envolvendo questões territoriais na Ásia. Entre eles,
destacam-se: os conflitos no Oriente Médio (incluindo a questão palestina e a luta dos curdos pelo direito a um Estado), os conflitos relacionados às questões territoriais da China, a
Guerra da Coreia e a disputa entre Índia e Paquistão pela Caxemira.
O texto de abertura do capítulo, Conselho de Segurança destaca diplomacia preventiva como
solução para conflitos na Ásia Central, fala sobre o papel da ONU na resolução de conflitos e mostra a importância de se pensar na diplomacia para a promoção de diálogos entre
países.
Unidade 3 – A produção industrial
A unidade é composta de temas ligados à industrialização, recompondo as fases da
Revolução Industrial, trazendo as especificidades da industrialização no Brasil e de outros
países do mundo.
Capítulo 7 – O desenvolvimento da atividade industrial
Este capítulo aborda os aspectos mais importantes da industrialização. O principal destaque é dado ao processo da Revolução Industrial, demonstrando suas etapas e apontando as
transformações sociais e econômicas decorrentes dela. Discriminam-se os principais tipos
de indústria e apresentam-se os fatores da localização industrial.
O texto de abertura relata a experiência de um jornalista que visitou uma fábrica robotizada
na Coreia do Sul e fala dos avanços tecnológicos impressionantes que são usados na indústria.
Capítulo 8 – A produção industrial no Brasil
Este capítulo apresenta conteúdos referentes à industrialização brasileira, expondo as
fases de estruturação de seu parque fabril, o papel do Estado como provedor de infraestruturas e investimentos diretos no processo de industrialização, a distribuição regional das
indústrias e a recente tendência de desconcentração industrial.
A música de Chico Buarque trata do trabalhador de linhas de montagem, cuja atividade é
caracterizada pela repetição e pela alienação do processo produtivo, devido à especificidade
e à parcialidade de suas tarefas. Além disso, são apresentados alguns elementos característicos da industrialização brasileira.
30 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 30
21.03.13 11:24:58
Capítulo 9 – A atividade industrial nos Tigres Asiáticos e nos Brics
Neste capítulo são apresentadas as condições do desenvolvimento industrial e econômico
dos Tigres Asiáticos – grupo de países em desenvolvimento no Sudeste Asiático –, e dos Brics
– grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os países dos dois grupos estão ampliando cada vez mais sua participação no mercado mundial.
O texto de abertura, uma notícia de economia, trata dos Brics e da possibilidade de o Brasil
perder a posição no grupo, pois a economia do país não vem crescendo como previsto.
Capítulo 10 – Atividade industrial no Grupo dos Sete (G7)
Neste capítulo, trabalha-se a produção industrial nos países do G7, demonstrando sua
importância no contexto mundial, principalmente no que diz respeito ao poder econômico
exercido pelos Estados Unidos. Também são descritas as características dos parques industriais dos países do grupo, destacando-se os principais tipos de indústria e parte dos problemas ambientais gerados pela atividade industrial dessas potências econômicas.
Na página de abertura, há uma notícia que aborda a crise na União Europeia e o seu reflexo no setor industrial.
Unidade 4 – A produção agropecuária no mundo e no Brasil
Esta unidade volta-se à atividade agropecuária no mundo e no Brasil, levantando aspectos das técnicas e tecnologias aplicadas no campo e sua importância econômica. No caso
brasileiro, aborda-se também a questão fundiária.
Capítulo 11 – Agropecuária no mundo
São destaques deste capítulo: a participação da agropecuária no comércio mundial, os
sistemas agropecuários de produção e as características da produção agropecuária em diversas regiões do mundo, dividindo-o em países do Norte e países do Sul.
A composição de Arnaldo Antunes na abertura possibilita iniciar questionamentos sobre
as diferentes formas de utilização do solo. Mesmo no âmbito apenas dos objetivos ligados à
agricultura, o solo pode ser cultivado por meio de diversos sistemas.
Capítulo 12 – Agropecuária no Brasil
O capítulo traz uma caracterização da agricultura e da pecuária no Brasil, retratando suas
formas de produção e aproveitamento, a estrutura fundiária e os problemas que dela decorrem, além do desenvolvimento agropecuário das regiões.
O texto trata do agronegócio e seu impacto para a economia, a sociedade e o meio ambiente
no Brasil. Para explicar esses impactos, a notícia cita uma pesquisa de um biólogo.
Estrutura
interna dos volumes
Abertura dos capítulos
As aberturas dos capítulos, de maneira geral, procuram abordar aspectos do conteúdo
a ser tratado por meio de diferentes gêneros literários (notícias de jornal, relatos, músicas,
Manual do Professor 31
EE_G15GG1_manual.indb 31
21.03.13 11:24:58
poemas, textos literários etc.). Dessa forma, além de apresentar o tema de forma prazerosa,
elas adquirem um caráter interdisciplinar com Língua Portuguesa, dando a possibilidade ao
professor de trabalhar o texto em sala de aula mais amplamente.
Texto-base dos capítulos
A proposta didática da coleção está intrinsecamente relacionada à estrutura de textos-base, boxes e atividades propostas presentes em cada capítulo.
Os textos de cada capítulo procuram apresentar e resgatar para os alunos os conteúdos
consagrados dentro da ciência geográfica e relevantes para o Ensino Básico, sob a égide dos
documentos educacionais oficiais, oferecendo subsídios para uma discussão fundamentada
das temáticas trabalhadas. Esta seção, portanto, serve de referência e aporte inicial relativo
aos conteúdos geográficos distribuídos tematicamente ao longo dos capítulos.
É importante buscar uma articulação entre esses textos e as demais seções dos capítulos em que cada um deles se insere. Quando conveniente, deve-se articular também
os textos de um capítulo aos demais, buscando sempre um diálogo e uma continuidade
entre eles. Dessa forma, o professor criará melhores condições para que os estudantes
não apenas absorvam as informações básicas, mas também as associem à sua realidade
e reflitam sobre os conteúdos, permitindo assim seu posicionamento e até mesmo engajamento e inserção nas problemáticas que despertem seu interesse e estejam em seu
campo de atuação.
Os boxes
O objetivo dos boxes é propiciar uma abordagem ao mesmo tempo alternativa e complementar àquela apresentada no texto-base de cada capítulo. Por meio das orientações e
atividades que eles oferecem, é possível proporcionar referências aos alunos para que eles
executem um trabalho de reflexão, articulação e aprofundamento dos conteúdos apresentados. É imprescindível compreender que, apesar de as propostas de trabalho sugeridas (ou
seja, o fazer Geografia dentro dos processos de ensino-aprendizagem) nos textos de base e
nas seções de boxes e atividades serem diferentes entre si, elas não são, de modo algum,
excludentes, mas complementares.
Esta seção também contribui para a contextualização de temas socioeconômicos, políticos, culturais e ambientais, trabalhando-se exemplos do cotidiano ou assuntos que, de modo
geral, despertam interesse nos jovens. Outra possibilidade contemplada pelos boxes é o estabelecimento de relações entre conteúdos que, em determinadas ocasiões, aparecem como
dissociados – é o caso, por exemplo, daqueles relacionados ao meio físico e às atividades
humanas, ou dos fenômenos de abrangência global que têm efeitos locais.
As atividades presentes nos boxes permitem aprofundar o conhecimento por meio da
aplicação de procedimentos e da proposição de reflexões e pesquisas, que levam ao reconhecimento dos temas abordados em situações factuais.
32 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 32
21.03.13 11:24:58
As atividades
Assim como os boxes, as atividades da coleção foram elaboradas com base em propostas que permitem a ampliação da capacidade analítica dos alunos e o desenvolvimento de
procedimentos de estudo e pesquisa. Com objetivos específicos, as atividades encontram-se
divididas nas seções descritas a seguir.
Retomando o conteúdo
O objetivo fundamental desta seção é a revisão do conteúdo. Porém ela não propõe cumprir esse objetivo por meio de tarefas de simples memorização, mas de propostas que levem
os alunos a aprimorar habilidades, como selecionar informações, relacionar conceitos e sintetizar dados e informações.
Ampliando o conhecimento
As atividades desta seção foram desenvolvidas para estimular procedimentos e habilidades, como leitura, análise, reflexão, pesquisa, comparação e estabelecimento de relações.
Para isso, variados recursos de ensino são utilizados, como charges, quadrinhos, fotos, mapas, gráficos, tabelas, poemas, canções e textos jornalísticos que tratam de questões atuais
relativas ao tema trabalhado. Esses recursos e linguagens contribuem para ampliar o repertório geográfico e cultural dos alunos e podem, quando for conveniente, ser utilizados como
disparadores para trabalhos de caráter interdisciplinar.
As respostas e opiniões indicadas não necessariamente se vinculam de maneira integral
ao conteúdo do livro, o que exige dos alunos, guiados por uma adequada orientação, buscar
e pesquisar outras informações para, de fato, ampliar seus conhecimentos.
Atividade final
Esta seção apresenta uma proposta diversificada, com o objetivo de oferecer uma atividade de sistematização e fechamento do capítulo. Entre os exercícios que a compõem, podem
ser citados:
• debate;
• pesquisa e trabalho de campo;
• leitura e produção de texto;
• pesquisa de dados;
• pesquisa e produção de texto;
• pesquisa e debate;
• filme e debate;
• análise de mapas;
• produção de mapas.
Manual do Professor 33
EE_G15GG1_manual.indb 33
21.03.13 11:24:58
Com essa proposta, busca-se aprofundar os conhecimentos dos estudantes por meio de
atividades que, de forma geral, exigem análise, reflexão, leitura e produção de textos (contribuindo para a interpretação e a construção da escrita), desenvolvimento da oralidade e
capacidade de argumentação. Desta seção também constam atividades voltadas para a alfabetização cartográfica e para a compreensão da realidade em contextos vivos, como estudos
do meio. Por ter propostas amplas que exigem do aluno conhecimentos de outras matérias,
como Língua Portuguesa ao se propor a produção de texto, essas atividades acabam por
promover a interdisciplinaridade.
Projeto interdisciplinar
Nesta seção, por meio de projetos que estimulam a pesquisa, a curiosidade, a teoria e a
prática, e a construção de um conhecimento coletivo, procura-se explorar o interdisciplinar,
ao unir áreas do conhecimento distintas.
Cada projeto tem propostas diferentes e a interação de matérias diversificadas, como
Língua Portuguesa, História, Química, Biologia, Matemática, Sociologia e Literatura.
Enem e vestibulares
O objetivo desta seção é possibilitar que os alunos se familiarizem com os formatos, os conteúdos e as habilidades comumente apresentados e exigidos nas provas do Enem e dos principais vestibulares do país, podendo desenvolver seu domínio sobre esse tipo de avaliação.
Selos
Ao longo do livro, os alunos e o professor poderão identificar dois selos diferentes: o de
“Interdisciplinaridade” e o de “Contextualização”.
Interdisciplinaridade
Estes selos indicam que naquele trecho de conteúdo do livro há interdisciplinaridade com
alguma outra área do conhecimento, como História, Matemática, Física, Química, Biologia e
Literatura.
O selo serve como referência ao aluno. Já para o professor, na parte “Orientações sobre
os capítulos” deste manual, ele poderá encontrar uma nota, indicando como a Geografia e as
áreas do conhecimento indicadas se relacionam.
ConTEXTUALIZAÇÃO
O selo “Contextualização” serve como indicação de uma atividade que procura aproximar,
ao máximo, a realidade, a experiência e a vivência do aluno ao conteúdo estudado e, dessa
forma, consolidar sua aprendizagem.
A atividade com o selo pode aparecer nos boxes do livro, no “Retomando o conteúdo”, no
“Ampliando o conhecimento” ou na “Atividade final”, por meio de propostas como pesquisas,
perguntas cuja resposta remeta à realidade do aluno, debates e leitura e análise de textos.
34 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 34
21.03.13 11:24:58
Conteúdos
dos volumes
Volume 1
Unidade 1 – Dinâmica espacial
Capítulo
Conteúdo
1. Orientação
O que é orientação.
Pontos de orientação.
Instrumentos de orientação.
Coordenadas geográficas
Fusos horários
2. Cartografia
O que é Cartografia?
História da Cartografia.
Tecnologia e projeções cartográficas.
Escalas gráficas e numéricas.
Legendas e suas funções.
Cartografia e ideologia.
3. O mapa do mundo
A Terra, movimento de translação e estações do ano.
Movimento aparente do Sol.
Zonas térmicas.
Dimensões terrestres.
Continentes, oceanos e mares.
4. O Brasil no mapa do mundo
O Brasil no mundo.
Fusos horários no Brasil.
Diferentes regionalizações do Brasil.
As fronteiras brasileiras.
Unidade 2 – Geologia e relevo
Capítulo
Conteúdo
5. Elementos da Geologia
O que a Geologia estuda?
A estrutura interna da Terra.
A teoria das placas tectônicas.
O equilíbrio isostático da crosta.
As eras geológicas.
Os minerais e as rochas.
6. Elementos da Geomorfologia
A dinâmica interna da Terra: epirogênese, orogênese,
fenômenos sísmicos e vulcânicos.
A dinâmica externa da Terra: intemperismo e erosão.
Formas de relevo.
7. Geologia e Geomorfologia do
Brasil
Estrutura geológica do Brasil.
Estrutura geomorfológica do Brasil.
Classificações do relevo brasileiro: Aroldo de Azevedo,
Aziz Ab’Sáber, Jurandyr Ross.
O relevo nas regiões brasileiras.
Manual do Professor 35
EE_G15GG1_manual.indb 35
21.03.13 11:24:58
Unidade 3 – Dinâmica da produção mineral e energética
Capítulo
Conteúdo
8. A produção de minérios no mundo
A importância da atividade mineral.
Minério de ferro e produção do aço.
Os minérios de manganês, estanho, níquel e cromo e a
produção de aços especiais.
O minério de alumínio e a produção do alumínio metálico.
O ouro e a prata.
Importadores e exportadores de minérios no mundo.
A exploração mineral e a questão ambiental.
9. A produção de combustíveis fósseis no mundo
Fontes energéticas.
A produção e o consumo de carvão mineral.
Petróleo: origem, importância, produção e consumo.
A produção e o consumo do gás natural.
Consumo de combustíveis fósseis, o aquecimento global e
a chuva ácida.
10. A produção de minérios e combustíveis fósseis no Brasil
A produção mineral brasileira.
A distribuição regional da produção mineral no Brasil.
As fontes de energia primária.
O petróleo, o carvão mineral, o gás natural, a lenha e o
carvão vegetal no Brasil.
Volume 2
Unidade 1 – Dinâmicas da natureza: clima e vegetação
Capítulo
Conteúdo
1. Elementos do clima e da
vegetação
O que é atmosfera?
Buraco na camada de ozônio.
Tempo e clima.
Temperatura e pressão atmosférica.
As massas de ar.
Fenômenos meteorológicos.
Distribuição dos climas.
Correntes marítimas.
A biosfera.
2. Domínios climáticos e formações
vegetais no mundo
Interações entre vegetação e clima.
O mundo frio, o mundo temperado e o mundo tropical.
3. Clima e vegetação do Brasil
O clima brasileiro e a classificação climática do Brasil.
A vegetação brasileira.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
36 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 36
21.03.13 11:24:58
Unidade 2 – Dinâmicas da natureza: hidrografia e hidrografia do Brasil
Capítulo
Conteúdo
4. Elementos da Hidrografia
A distribuição das águas superficiais.
A distribuição de água doce no Brasil.
O consumo de água na Terra.
A importância dos rios e os regimes fluviais.
Erosão, transporte de sedimentos e sedimentação.
O uso econômico dos rios no mundo.
5. Hidrografia e recursos hídricos
no Brasil
A hidrografia brasileira.
As regiões hidrográficas do Brasil.
As bacias hidrográficas brasileiras.
O uso econômico dos rios brasileiros.
Unidade 3 – Dinâmica da população
Capítulo
Conteúdo
6. Distribuição e crescimento da
população mundial
População mundial.
O crescimento da população mundial.
As teorias demográficas.
7. Estrutura e migrações da
população mundial
As diferentes estruturas populacionais.
O que é migração?
Os grandes movimentos migratórios.
8. Distribuição, crescimento e estrutura da população do Brasil
A população absoluta e relativa do Brasil.
O crescimento da população brasileira.
A estrutura da população brasileira.
A estrutura étnica.
9. Migrações externas e internas da
população do Brasil
A imigração no Brasil.
As migrações internas.
As migrações pendulares.
A emigração de brasileiros.
10. Urbanização no Brasil
O que é urbanização.
A urbanização no Brasil.
A hierarquia urbana e as regiões metropolitanas.
Os problemas urbanos.
Volume 3
Unidade 1 – Da ordem bipolar à nova ordem mundial
Capítulo
Conteúdo
1. Do mundo bipolar ao fim da
Guerra Fria
A geopolítica após a Segunda Guerra Mundial.
A ordem mundial bipolar.
A Guerra Fria.
2. A nova ordem mundial
O fim da União Soviética.
As transformações no Leste Europeu.
A nova ordem política e econômica no mundo.
3. Globalização da economia
Intensificação do comércio internacional e globalização da
economia.
Os blocos econômicos.
Manual do Professor 37
EE_G15GG1_manual.indb 37
21.03.13 11:24:58
Unidade 2 – O mundo atual: desigualdades e conflitos
Capítulo
Conteúdo
4. Características do
subdesenvolvimento
O subdesenvolvimento no mundo.
As diferentes formas de dividir o mundo.
Medindo o desenvolvimento.
As graves deficiências sociais.
As graves deficiências econômicas.
5. Conflitos e questões territoriais na
África e na América Latina
Grandes conflitos e questões territoriais na África.
Grandes conflitos e questões territoriais na
América Latina.
6. Conflitos e questões territoriais
na Ásia
Os conflitos e questões territoriais no Oriente Médio.
Os conflitos e questões territoriais no Extremo Oriente.
Os conflitos na Ásia Meridional.
Unidade 3 – A produção industrial
Capítulo
Conteúdo
7. O desenvolvimento da atividade
industrial
A era da indústria.
Tipos de indústria.
A localização industrial.
Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais.
8. A produção industrial no Brasil
Economia industrial do Brasil.
A distribuição regional da indústria.
9. A atividade industrial nos Tigres
Asiáticos e no Brics
A atividade industrial nos Tigres Asiáticos.
A atividade industrial no Brics.
10. Atividade industrial no Grupo dos
Sete (G7)
A distribuição mundial das indústrias.
A atividade industrial nos países do G7.
Unidade 4 – A produção agropecuária no mundo e no Brasil
Capítulo
Conteúdo
11. Agropecuária no mundo
A agricultura e a pecuária.
A agropecuária nos países do Norte.
A agropecuária nos países do Sul.
Agricultura de plantation.
12. Agropecuária no Brasil
A agricultura no Brasil.
A estrutura fundiária.
A questão da reforma agrária.
Principais áreas de produção agropecuária.
38 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 38
21.03.13 11:24:58
4. Fundamentos
e objetivos do volume
O volume do 1o ano desta coleção é estruturado de forma a permitir: a apreensão dos
aspectos físicos da superfície terrestre e dos fenômenos (principalmente os naturais) que
atuam em sua configuração; a compreensão das possibilidades de representação da superfície terrestre, por meio do emprego das técnicas cartográficas básicas e da reflexão sobre
a contribuição dos produtos cartográficos para a análise do espaço; e o reconhecimento de
como o meio físico e os elementos que o constituem podem ser apropriados pelos seres humanos na condição de recursos naturais.
Depreende-se dessa estrutura que a técnica é um elemento de mediação entre a atividade humana e o meio natural – seja na apropriação direta da superfície terrestre pelos
seres humanos no processo de produção de espaços geográficos (como celeiro de recursos
naturais), seja na apropriação simbólica do espaço, que também dá base ao conhecimento
científico e pode ser reconhecida, por exemplo, nas representações cartográficas.
Os conteúdos propostos neste volume contribuem para o desenvolvimento de atividades e estratégias que podem proporcionar, ao aluno, aquisições referentes aos seguintes objetivos:
• reconhecer e saber utilizar os pontos cardeais para a localização em mapas e no espaço concreto;
• saber utilizar a rosa dos ventos;
• ter noção do funcionamento da bússola e de outros instrumentos de orientação;
• compreender a função das coordenadas geográficas e saber utilizá-las para encontrar a localização de pontos determinados em representações cartográficas;
• compreender a função da Cartografia;
• reconhecer os diferentes tipos de mapa e as possibilidades de uso de cada um;
• entender como as projeções cartográficas determinam as características dos mapas
e podem refletir as ideologias de quem os produz;
• reconhecer as características da superfície terrestre em relação à distribuição das
águas e das terras emersas;
• reconhecer as especificidades dos continentes;
• reconhecer as características das camadas internas da Terra;
• entender o que são as placas tectônicas e as consequências de sua movimentação;
• compreender a origem dos fenômenos tectônicos;
• apreender o modo como as eras geológicas foram estruturadas, para organizar cronologicamente os eventos que remontam à evolução da Terra;
• compreender o que são minerais e reconhecer os tipos de rocha;
• entender os processos de formação das rochas;
• reconhecer os agentes internos e externos de formação do relevo;
• relacionar os mecanismos internos e externos, para compreender a formação do relevo;
• reconhecer a importância dos minerais para as atividades humanas;
Manual do Professor 39
EE_G15GG1_manual.indb 39
21.03.13 11:24:58
• ter noção da variedade de minerais metálicos disponíveis na natureza e das possibilidades de utilização de seus principais tipos;
• avaliar os principais problemas ambientais decorrentes da exploração mineral;
• identificar as principais fontes energéticas;
• analisar os principais aspectos relacionados à exploração e ao consumo de carvão
mineral, petróleo e gás natural no mundo;
• entender a importância do petróleo no mundo contemporâneo e interpretar as implicações de seu consumo exagerado;
• interpretar criticamente a relação entre a dependência dos combustíveis fósseis e a
geração de impactos ambientais;
• reconhecer os principais aspectos da produção mineral brasileira;
• identificar os principais recursos minerais explorados no Brasil e a localização de
suas principais jazidas;
• recompor os aspectos mais importantes da história da exploração de petróleo no
Brasil.
5. Organização
do volume
Este volume está organizado em capítulos, que, por sua vez, agrupam-se em três unidades temáticas, como segue:
Unidade 1 – Dinâmica espacial
Capítulo 1 – Orientação; Capítulo 2 – Cartografia; Capítulo 3 – O mapa do
mundo; Capítulo 4 – O Brasil no mapa do mundo
A correlação entre os temas centrais dos capítulos que formam esta unidade se estabelece em torno da apreensão da superfície terrestre como espaço geográfico e como espaço
de representação regional ou global. A unidade apresenta a caracterização da superfície terrestre, as técnicas cartográficas que viabilizam sua representação em produtos diversos e
noções de orientação espacial, que pode ser realizada na própria superfície terrestre e nela
encontrar referenciais.
Unidade 2 – Geologia e relevo
Capítulo 5 – Elementos da Geologia; Capítulo 6 – Elementos da
Geomorfologia; Capítulo 7 – Geologia e Geomorfologia do Brasil
Esta unidade aborda a Geologia e a Geomorfologia. A primeira diz respeito ao substrato
rochoso que dá forma à superfície terrestre e às camadas internas da Terra. A segunda, às
formas de relevo, as quais resultam da interação entre a dinâmica das camadas internas da
Terra e os fenômenos que ocorrem na parte externa da superfície terrestre. No sétimo capítulo, a temática é trabalhada com foco no Brasil.
40 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 40
21.03.13 11:24:58
Unidade 3 – Dinâmica da produção mineral e energética
Capítulo 8 – A produção de minérios no mundo; Capítulo 9 – A produção de
combustíveis fósseis no mundo; Capítulo 10 – A produção de minérios e combustíveis fósseis no Brasil
Os capítulos desta unidade referem-se a dois tipos distintos de recurso mineral: os minérios, utilizados como matérias-primas nas indústrias, e os combustíveis fósseis, usados
como fontes de energia. Os capítulos abordam a apropriação humana de recursos naturais
provenientes da crosta terrestre, o que lhes confere unidade.
6. Orientações
sobre os capítulos
Capítulo 1 – Orientação
As técnicas de orientação espacial podem ser aplicadas por meio da realização de tarefas
práticas, como encontrar uma localidade, estabelecer rotas, ler mapas, definir os trajetos de
uma viagem etc. Promover momentos de contextualização do tema por meio do levantamento e até mesmo da simulação dessas possibilidades potencializa não apenas a compreensão
do conteúdo, como também o envolvimento dos alunos nas aulas.
A noção de referenciais pode ser trabalhada levando os alunos a perceberem que o próprio espaço geográfico é composto por inúmeros elementos que podem ser utilizados como
referenciais, e, além desses, os seres humanos desenvolveram, ao longo do tempo, referenciais abstratos – como os pontos cardeais –, que são representados nos materiais cartográficos e empregados para a orientação no espaço concreto.
O domínio sobre os mecanismos de localização por meio das coordenadas geográficas
requer o prévio conhecimento dos meridianos e paralelos, além da compreensão da função
das linhas imaginárias e dos conceitos de latitude e longitude. Em geral, os alunos do Ensino
Médio não encontram dificuldades em relação a esses requisitos, mas pequenas confusões
são comuns na utilização dos sistemas de coordenadas. Por isso é importante encarar o
domínio desse sistema como uma habilidade a ser praticada, por meio, por exemplo, da
realização de atividades que envolvam a identificação de cidades em um planisfério e/ou de
locais em um guia de ruas.
Abertura: atividades complementares (p. 10)
1. Leia com atenção o texto apresentado na abertura deste capítulo, dando ênfase ao
trecho abaixo:
Quatro mil milhas cumpridas dentro da Convergência, faltando ainda 9 mil. [...]
Na manhã seguinte, sexta-feira, o último grupo de ilhas do Índico ficou para trás: as Mc
Donald (53°03’ S – 72°35’ E), 230 milhas a sudoeste de Kerguelen, um conjunto de quatro ilhas
Manual do Professor 41
EE_G15GG1_manual.indb 41
21.03.13 11:24:58
– Mc Donald, Flat Island e Meyer Rock – e, 23 milhas a oeste, a maior do grupo, a ilha Heard, de
formação vulcânica recente (53°06’ S – 73°31’ E) [...].
Nesse trecho, o navegador brasileiro Amyr Klink menciona distâncias e localizações muito
específicas, essenciais para o desenvolvimento das rotas náuticas e para a segurança da navegação como um todo. Procure deduzir quais instrumentos de orientação e localização espacial o navegador brasileiro teve de utilizar para obter, precisamente, essas informações.
Resposta: na atualidade, essas informações são obtidas principalmente por meio do uso
do sistema de posicionamento global (GPS), mas também os equipamentos de radar, as cartas náuticas e a bússola são de grande utilidade.
2. Em quais atividades você já precisou utilizar recursos de localização espacial? Descreva os
recursos utilizados e como eles facilitaram a realização dessas tarefas.
Resposta: resposta pessoal. Os recursos de localização espacial, como mapas, cartas,
plantas e aparelhos de orientação por meio de GPS são geralmente usados para encontrar
endereços desconhecidos, traçar roteiros de viagens, situar-se espacialmente etc.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
As coordenadas geográficas – Interdisciplinaridade com Matemática (p. 14)
Professor há a possibilidade de integrar os conceitos relacionados às coordenadas geográficas com a Matemática, pois o sistema de coordenadas tem relação direta com os conhecimentos ligados ao sistema de coordenadas cartesiano, criado por Descartes.
Para ler e refletir – Os fusos horários e a orientação dos viajantes (p. 19)
1. Em Brasília são 9h e, em Tóquio, 21h.
2. O avião deverá chegar a Londres às 21h, horário local.
3. O avião chegaria em Paris às 21h.
Retomando o conteúdo (p. 20)
1. É o movimento aparente de deslocamento do Sol no céu, do ponto de vista de quem está na
Terra. É chamado de aparente porque, na Terra, temos a impressão de que estamos parados em relação ao Universo e de que é o Sol que se desloca, entre o nascente e o poente.
Na verdade, não é o Sol que se move, mas a Terra, realizando o movimento de rotação.
2. Os alunos devem mencionar os pontos cardeais e os colaterais. Pontos cardeais: Norte
(N), Sul (S), Leste (E) e Oeste (O). Pontos colaterais: Nordeste (NE), Sudeste (SE), Noroeste
(NO) e Sudoeste (SO).
3. Paralelos são círculos imaginários traçados paralelamente a outro círculo imaginário,
chamado de Equador, que divide a Terra em dois hemisférios: o Norte (ou Setentrional, ou
42 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 42
21.03.13 11:24:58
Boreal) e o sul (ou Meridional, ou Austral). A latitude de um ponto corresponde à medida
angular (em graus) do arco do meridiano, que vai desse ponto ao Equador. Ela varia nos
dois hemisférios, de 0º, no Equador, a 90º, nos polos geográficos. Ou seja: a latitude varia,
no hemisfério Norte e no hemisfério Sul, de 0º a 90º.
4. Meridianos são semicírculos imaginários, traçados de forma a ligar os dois polos geográficos da Terra. Qualquer um desses semicírculos, juntamente com o seu antimeridiano,
divide a Terra em duas partes iguais. Por isso, em 1884, durante uma convenção internacional, o Meridiano de Greenwich foi adotado como referencial. A longitude de um ponto
corresponde à medida angular, em graus, do arco do paralelo, que vai desse ponto ao
Meridiano de Greenwich. Ela varia nos dois hemisférios: de 0º, no Meridiano de Greenwich,
a 180º, no antimeridiano de Greenwich. Ou seja: no hemisfério Leste e no hemisfério Oeste,
a longitude varia de 0º a 180º. O Meridiano de Greenwich divide a Terra em dois hemisférios: o Leste (ou Oriental) e o Oeste (ou Ocidental).
5. Resposta pessoal. GPS é a sigla de Global Positioning System, que, em português, significa
Sistema de Posicionamento Global. Esse sistema é, hoje, o recurso mais moderno e preciso para determinar a posição de um ponto na superfície terrestre. O GPS utiliza satélites
que enviam sinais contínuos para a superfície, que são recebidos por um aparelho e informam a posição geográfica exata por meio das coordenadas daquele ponto.
6. Esse movimento chama-se rotação. A Terra executa o movimento de rotação de oeste para
leste em torno de um eixo imaginário, que atravessa seu centro e passa pelos polos Norte
e Sul – com duração de um dia (24 horas).
Ampliando o conhecimento (p. 20)
7.
a. Resposta pessoal. O exemplo dado no exercício mostra quais são os objetivos da atividade: reforçar a noção de localização espacial, o uso de mapas e a identificação de pontos
cardeais.
b. Georgetown ou Paramaribo (norte); Brasília (nordeste); Montevidéu ou Buenos Aires (sul);
Santiago (sudoeste); La Paz, Lima, Quito ou Bogotá (noroeste).
Atividade final: debate (p. 21)
No debate, é importante o professor permitir que os alunos expressem livremente seus conhecimentos prévios e suas ideias sobre o uso de tecnologias como o GPS, bem como de tecnologias da informação e comunicação em seu cotidiano e na sociedade contemporânea.
É interessante levar os alunos a refletir sobre a era em que vivemos, sobre o fenômeno
da globalização e sobre o advento das novas tecnologias da informação e comunicação (com
destaque para a internet), no intuito de compreenderem melhor os quadros contemporâneos
da informação e alguns discursos que tocam as novas tecnologias.
Manual do Professor 43
EE_G15GG1_manual.indb 43
21.03.13 11:24:59
Pode-se afirmar que existem basicamente três linhas de interpretação e análise das tecnologias de informação e comunicação: os entusiastas, os pessimistas e aqueles que, “para
além do bem e do mal”, analisam a natureza desses dispositivos tecnológicos.
No primeiro grupo, pode-se destacar Pierre Lévy, em seu livro Cibercultura, no qual afirma que é impossível negar o fenômeno da cibercultura e seu caráter de vanguarda, preconizando um discurso entusiasmado em relação à possibilidade de usos da tecnologia na
construção de uma comunidade planetária do conhecimento, de uma inteligência coletiva.
Nesse contexto, as tecnologias seriam utilizadas para o “bem”.
No segundo grupo, pode-se mencionar Paul Virilio, em Estratégia da decepção, obra em
que analisa as novas tecnologias, o mundo cibernético, os meios de comunicação e mais
precisamente a guerra da informação (information warfare) no contexto da Guerra do Kosovo
e do conflito nos Bálcãs. Para ele, houve uma nítida transformação de um conflito militar
eletrônico (eletronic warfare), tratando-se do Iraque, em um conflito militar da informação
(information warfare). Em tom pessimista, o autor aborda as alterações profundas nas características e nos componentes dos conflitos militares do futuro, que vão basear-se no desenvolvimento tecnológico sofisticado, com a utilização constante de informações visuais,
sonoras e digitais. Nesse contexto, as tecnologias seriam utilizadas para o “mal”, para a
guerra. A reportagem apresentada nesta atividade (p. 21) menciona o uso do dispositivo GPS
nas ações militares e nos conflitos bélicos.
No terceiro grupo, estão os que abordam a natureza e as especificidades dessas novas
tecnologias, indo além da discussão “uso para o bem” X “uso para o mal”. Adriano Duarte
Rodrigues é um dos autores que nos ajudam a compreender o fenômeno dos novos dispositivos tecnológicos informacionais atentando para o que ele tem de diferente, considerando
sua essência, sua natureza e sua especificidade. Esse fenômeno está de fato inserido em
uma ordem econômica e política, porém, em sua natureza, não é essa ordem que prevalece,
mas sua dimensão de linguagem (dimensão simbólica). Em linhas gerais, o autor afirma
que não se trata de abordar os recursos tecnológicos do ponto de vista meramente instrumental, como fazem alguns pensadores que encaram o acesso às novas tecnologias com
um otimismo talvez exagerado, configurando uma visão que se detém na descrição dessas
tecnologias. Nem se trata, por outro lado, de abordar o fato de essas novas tecnologias favorecerem a morte das culturas tradicionais e da diversidade dos modos de vida. Para ele,
as novas tecnologias não constituem mero utensílio de produção ou de auxílio na percepção
do mundo, mas dispositivos da linguagem, que criam um padrão simbólico, uma forma de
comunicação e de encarar os fatos.
Após desenvolver com os alunos essas três linhas de interpretação e análise sobre
as tecnologias de informação e comunicação, seria interessante questioná-los sobre
o que pensam a respeito dessas visões e opiniões, com qual dos três grupos cada um
concorda, e por quê.
44 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 44
21.03.13 11:24:59
Capítulo 2 – Cartografia
O estudo da Cartografia não deve ter um fim em si mesmo, mas ser empreendido de modo
articulado à construção do conhecimento geográfico como um todo. Portanto é necessário
que os alunos sejam não somente orientados para a aquisição de técnicas cartográficas, mas
também estimulados a apropriar-se da linguagem cartográfica como instrumento de análise
e transmissão de conhecimentos pertinentes à Geografia. E o próprio domínio das técnicas
básicas da Cartografia é alcançado com mais eficiência quando ocorre por meio de atividades que possibilitem a contextualização de temas da Geografia familiares aos alunos.
Após levar os alunos a reconhecerem os exemplos de materiais cartográficos disponíveis
no capítulo, assim como os recursos técnicos e tecnológicos empregados na confecção desses materiais, é importante discutir com eles a relação entre a natureza das informações coletadas e as possibilidades de representações cartográficas dessas informações – lembrando
que o objetivo de quem os confecciona também é um fator a ser considerado para a definição
das características dos materiais cartográficos. Podem ser oferecidos à análise dos alunos
alguns exemplos de informações passíveis de registro cartográfico (tanto qualitativas – localização de portos e aeroportos, ocorrência dos tipos climáticos etc. – como quantitativas
– índices do crescimento vegetativo, renda per capita etc.), propondo-se o levantamento de
hipóteses sobre os recursos visuais que melhor representariam cada tipo de informação.
É importante orientar os alunos a discernir a adequada utilização das cores para representar informações qualitativas e quantitativas: enquanto aquelas devem ser representadas
por cores ou símbolos que não estabeleçam relações hierárquicas entre si, servindo apenas
para indicar a localização de cada ocorrência, estas devem ser representadas por variações
tonais de uma mesma cor, e a intensidade da cor deve corresponder à intensidade do dado
representado. A ideia de variação de intensidade do fenômeno também pode ser indicada por
símbolos com tamanhos proporcionais aos dados que representam.
O conceito de escala merece ser trabalhado de modo geral, e não restrito à aplicação
cartográfica, discutindo-se a amplitude do termo como elemento de análise da realidade.
Isso pode ser ilustrado com processos que tenham manifestações globais e locais – como a
globalização. Assim se faz necessário também especificar a função da escala para a cartografia e trabalhar a conversão de proporções entre os espaços concretos e os representados
nos mapas. Para consolidar o domínio sobre a dedução de medidas proporcionais indicadas
pelas escalas gráficas e numéricas, é preciso proporcionar aos alunos boa quantidade de
exercícios que exijam o cálculo de distâncias no mapa e no espaço real, a partir das escalas
dadas. Também é importante oferecer exercícios inversos, em que os alunos devem deduzir
a escala empregada em uma representação a partir de dados referentes ao espaço real e ao
espaço representado.
Objetivando não apenas o domínio do uso das escalas, mas também o aperfeiçoamento
do raciocínio lógico, esse tema oferece ótima ocasião para o trabalho interdisciplinar com os
professores de Geografia e Matemática.
Manual do Professor 45
EE_G15GG1_manual.indb 45
21.03.13 11:24:59
Abertura: atividade complementar (p. 22)
O texto de abertura relata como João da Cruz utilizou um mapa-múndi para expor o que
supunha sobre o futuro das relações internacionais. Além de permitir a demonstração de
teses, os mapas também auxiliam nas análises que dão suporte às teses. Nesse sentido,
considere a situação hipotética em que você pretendesse demonstrar o papel do petróleo
como elemento norteador dos investimentos da China na África. Para auxiliar a sustentação
dessa proposição, quais mapas seriam necessários? Justifique sua resposta.
Resposta: seriam necessários, pelo menos, um mapa das reservas petrolíferas africanas
e outro demonstrando o destino dos investimentos chineses na África. Confrontando-os, seria possível verificar se os países africanos que têm as maiores reservas de petróleo coincidem com os que recebem os principais recursos provenientes da China, determinando assim
se há ou não correspondência entre as variáveis.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
Histórico da Cartografia – Interdisciplinaridade com História (p. 24)
A proposta de interdisciplinaridade com a História envolve a análise da importância dos
antigos mapas criados pela humanidade e a relação direta destes com a cultura e a história
dos povos que os criaram. Como sugestão, há a possibilidade de comparar um mapa criado
por Ptolomeu, na Antiga Grécia, com os mapas T-O utilizados ao longo da maior parte da
Idade Média.
Para refletir e pesquisar– Sensoriamento remoto:
funções e aplicação (p. 27)
1. É importante o professor ressaltar que o sensoriamento remoto é uma importante
técnica de mapeamento de fenômenos caracterizada pela utilização de altíssima tecnologia e, portanto, há o aumento da qualidade das informações quantitativas e qualitativas dos mapas.
2. Resposta pessoal.
Para observar e refletir – Curva de nível (p. 33)
Professor, as curvas de nível são um importante referencial cartográfico. Sua aplicação
vai desde a simples verificação de abrangência de bacias hidrográficas até o planejamento
de obras públicas e privadas.
1. A maior altitude mostrada na imagem é de aproximadamente 400 metros (um pouco menos que isso, pois a linha topográfica não chega a essa cota).
2. O intervalo é de 100 metros.
46 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 46
21.03.13 11:24:59
3. Resposta pessoal. O instrumento que pode indicar a altitude do lugar onde estamos é
o GPS, estudado no capítulo 1. Atualmente, diversos aparelhos celulares e smartphones
apresentam aplicativos de localização e GPS, o que facilita a obtenção não apenas da altitude, mas também de outras informações relacionadas à localização geográfica, como a
latitude e a longitude.
Para observar e refletir – A anamorfose (p. 34)
Especialistas em educação cartográfica, como Fernanda Padovesi (professora da área de
cartografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São
Paulo, FFLCH-USP), afirmam a importância de os alunos compreenderem que existem diversas possibilidades de representar o espaço geográfico – a anamorfose é uma delas.
1. É importante os alunos perceberem que, na anamorfose, podemos representar e comparar dados e informações que tenham espacialidade geográfica, de modo que os limites
políticos das macrorregiões brasileiras fiquem distorcidos. Nessa representação, a área
dessas macrorregiões deve ser proporcional à informação que serve de base para a construção do mapa.
2. Sim, a anamorfose permite a visualização de fenômenos no planeta. Ela representa um
fenômeno de maneira proporcional e dando destaque a ele. O fenômeno pode ser econômico, social ou de outra categoria.
3. Resposta pessoal.
Retomando o conteúdo (p. 37)
1. Cartografia é uma técnica que envolve diversos aspectos da representação dos fenômenos
geográficos. É, ao mesmo tempo, arte, ciência e técnica. Tem como objetivo representar
a Terra ou parte dela, ou seja, realizar a transposição gráfica dos fenômenos por meio de
cartas e mapas, a fim de obter um retrato – o mais preciso possível – da realidade.
2. Os romanos mapearam, com extrema riqueza de detalhes, as estradas que serviam de
itinerário para os soldados se deslocarem em todas as direções do Império.
3. O século XX, com duas guerras mundiais e, posteriormente, com um longo período marcado pelas tensões da Guerra Fria. Esse avanço se deu principalmente por causa da geomática, que alia os conhecimentos das ciências da computação ao avanço das tecnologias de
fotografias aéreas, de registros de satélites e de sensoriamento remoto.
4. O sensoriamento é realizado por meio de sensores remotos, dispositivos acoplados a satélites artificiais que fornecem informações para a geração de imagens ou dados referentes
à superfície terrestre.
Manual do Professor 47
EE_G15GG1_manual.indb 47
21.03.13 11:24:59
5. O principal problema é que há uma diferença entre as duas superfícies – a que está
sendo representada e a que está sendo usada para a representação. Para solucioná-lo, são usadas técnicas de projeção para que as formas e as dimensões dos elementos que estiverem sendo representados proporcionalmente reproduzam, tanto quanto
possível, a realidade.
6. Projeção é uma correspondência matemática entre as coordenadas da superfície esférica da Terra – as latitudes e as longitudes – e as coordenadas da superfície retangular do
plano – as abscissas e as ordenadas. As projeções mais comuns são: cilíndrica conforme
(ou projeção de Mercator), cilíndrica equivalente (ou projeção de Peters), cônica e central.
Professor, se achar produtivo, peça aos alunos que mencionem características de cada
uma dessas projeções.
7. A projeção de Mercator conserva a forma das massas continentais, mas distorce suas
áreas relativas. Destaca áreas situadas em latitudes médias e altas (como o continente
europeu e o norte-americano). Já a projeção de Peters conserva as dimensões relativas
dos territórios representados, mas distorce suas formas. Destaca os países não desenvolvidos, sobretudo da Ásia, América Latina e África.
8. A escala de um mapa é a relação constante entre as dimensões dos elementos nele representados e suas dimensões reais na natureza. Demonstra quantas vezes as dimensões do
terreno foram reduzidas para ser representadas no mapa. Existem duas formas de indicar
as escalas: a numérica e a gráfica.
9. A legenda explica a simbologia da representação gráfica. Pode ser composta de linhas,
cores e símbolos.
Ampliando o conhecimento (p. 37)
10. Aerofotogrametria é uma técnica cartográfica que utiliza fotografias aéreas e se desenvolveu largamente, sobretudo na Segunda Guerra Mundial, auxiliada pelo desenvolvimento
da aviação. As atividades que paralelamente se beneficiaram da aerofotogrametria estão
ligadas a técnicas de produção de películas especiais para filmes e a técnicas de desenho
baseadas em fotografias aéreas. Consequentemente, também cresceram o setor de impressões e o setor agrícola.
11.
a.
• A divisão do mundo após a Segunda Guerra Mundial: capitalistas e socialistas (1950).
• Escala gráfica.
• É uma legenda de cores e indica os países capitalistas e socialistas do planeta em
1950. Os países em verde são capitalistas e os em rosa, socialistas.
48 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 48
21.03.13 11:24:59
b. Resposta pessoal. Professor, incentive os alunos a utilizarem um atlas, o que facilitará o
trabalho e lhes possibilitará entrar em contato com diferentes tipos de mapa temático.
12. A área central e urbana da Região Metropolitana de São Paulo está representada pela cor
violeta e apresenta grande concentração populacional, diferentemente do entorno (esverdeado). A ausência de áreas verdes e a grande concentração de concreto na região central
favorecem a elevação da temperatura, em comparação às áreas mais preservadas do entorno (representadas pela cor esverdeada).
Atividade final: pesquisa de campo e ilustração (p. 39)
Neste exercício, os estudantes devem compreender que existem diversas formas de representação da paisagem e do espaço geográfico, duas importantes categorias de análise da
ciência geográfica. Embora os mapas tenham sido priorizados neste capítulo, é importante
atentar para o fato de que croquis, ilustrações, plantas, gráficos, fotografias aéreas e imagens de satélites também constituem formas comuns atualmente utilizadas pelos geógrafos
para representar a paisagem ou o espaço.
A atividade de campo aqui sugerida, além de ser importante estratégia de ensino-aprendizagem, desde as séries iniciais até o curso superior, favorece a percepção/compreensão
da paisagem e do espaço por meio da seleção de elementos e fenômenos que são realmente
importantes para os alunos no momento de construir representações.
Por fim, pode-se desenvolver a atividade de modo integrado com a disciplina de Arte.
Capítulo 3 – O
mapa do mundo
Conhecer os aspectos gerais do planeta Terra, sobretudo os que permitem apreender a
estrutura de sua superfície, é pré-requisito para os estudos de Geografia. Tratando-se do lugar que ocupamos no Universo, os alunos já dominarão muitas informações sobre os temas
deste capítulo. Dessa forma, o professor pode iniciar os trabalhos explorando os conhecimentos prévios dos alunos.
É interessante que os alunos percebam a variedade fisionômica do planeta, manifestada nos diferentes recortes da superfície terrestre (tomando os continentes como base, por
exemplo), como resultado da atuação dos agentes naturais e sociais, e sintam-se estimulados
a refletir sobre os processos relacionados à configuração e às transformações espaciais.
Abertura: atividades complementares (p. 40)
O texto de Marcos Pontes traz uma reflexão sobre a nossa condição humana e o planeta
Terra. Ele traz elementos que serão tratados no capítulo, como rotação e translação, além de
elementos relacionados à Geografia, como escala, noções de tempo e distância.
Manual do Professor 49
EE_G15GG1_manual.indb 49
21.03.13 11:24:59
1. A qual escala Marcos Pontes se refere quando diz que “somos pequenos nessa escala!”?
Resposta: Marcos Pontes se refere à escala do Universo, imaginando como o nosso planeta é
pequeno em relação a ele e, ainda, em relação a nós seres humanos.
2. O que ele quis dizer com a afirmação “todos nós somos, de certa forma, astronautas”?
Resposta: somos astronautas porque a Terra está viajando pelo Universo e todos nós, seres
humanos, estamos “embarcados” nessa “nave”.
Dimensões terrestres – Interdisciplinaridade com Matemática e
História (p. 46)
A medição das dimensões do planeta Terra, hoje facilmente realizada com o uso de tecnologia, era um tema que gerava preocupação em antigos pensadores, assunto interessante
a ser estudado em História. Um deles, Erastótenes (276-194 a.C.), tentou calcular a circunferência da Terra utilizando conhecimentos da trigonometria, o que abre a possibilidade de
associar os conhecimentos geográficos e matemáticos em torno desse assunto.
Para ler e pesquisar – União Europeia (p. 53)
É importante que, neste momento, os alunos já comecem a relacionar as informações
sobre os continentes com as dinâmicas econômicas globais, como a constituição da União
Europeia e do Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco econômico mais próximo de sua
realidade. Para isso, em sala de aula, podem-se mostrar mapas representando os diversos
blocos econômicos da atualidade, introduzindo o assunto. Se o professor achar oportuno,
pode abordar as vantagens e os inconvenientes da formação de blocos econômicos.
1. De maneira geral, a crise econômica afetou o sistema financeiro da União Europeia, o
que gerou consequências para os países-membros, como: o aumento do desemprego e
a dificuldade de crescimento econômico; o oferecimento de pacotes de ajuda econômica aos países mais afetados pela crise; e mudanças nas taxas de juros e nas condições
para a liberação de empréstimos. Dentre os países mais afetados pela crise, destacam-se:
Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha.
2. Os candidatos são: Macedônia, Islândia, Montenegro, Sérvia e Turquia. Em 2013, a Croácia
era um país em fase de adesão e a previsão era que se tornasse um país-membro da União
Europeia em 1o de julho de 2013.
Para refletir e pesquisar – Desenvolvimento insustentável:
o caso do mar de Aral (p. 58)
Ao comentar a questão ambiental que envolve o mar de Aral, é possível trabalhar o tema
do desenvolvimento sustentável, relacionando-o com a região em que vivem os alunos. O
professor pode perguntar-lhes, por exemplo, como está o nível de preservação dos recursos
hídricos de seu entorno.
50 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 50
21.03.13 11:24:59
1. A má utilização de suas águas, como desvios para a irrigação de lavouras, além do
uso de agrotóxicos em plantações próximas ao rio e dos efeitos da construção de
barragens.
2. O objetivo da atividade é que os alunos pesquisem quais são as fontes hídricas da região
em que vivem e se essas estão sendo preservadas ou poluídas. Professor, oriente os alunos se tiverem dificuldades em obter as informações. Sites das companhias responsáveis
pelo saneamento básico da região e de organizações não governamentais (ONGs) costumam oferecer informações e mapas sobre os reservatórios de água utilizados.
Retomando o conteúdo (p. 59)
1. A unidade utilizada na astronomia é o ano-luz, medida que corresponde à distância percorrida pela luz em um ano, que é de 300 mil quilômetros por segundo.
2. O outro movimento é a translação, que consiste em a Terra girar em torno do Sol. A duração da translação da Terra é de 365 dias, 5 horas e 48 minutos.
3. A inclinação do eixo imaginário da Terra em relação ao plano da órbita do planeta e o movimento de translação são os fatores que originam as estações do ano.
4. As cinco zonas climáticas são: intertropical (cortada pelo Equador e, portanto, de menor
latitude), temperada do norte, temperada do sul, glacial ártica e glacial antártica (estas
duas estão mais próximas dos polos, apresentando, portanto, maior latitude). A maior parte do Brasil está localizada na zona intertropical e uma porção menor do país (sul) situa-se
na zona temperada do sul.
5. As terras que se encontram acima das águas e representam aproximadamente 30% da
superfície terrestre são chamadas de terras emersas. As terras cobertas pelas águas oceânicas são denominadas terras submersas e abrangem cerca de 70% do globo terrestre.
6. A Ásia é o maior de todos os continentes e sua extensão territorial ocupa cerca de 30%
do globo terrestre. A América é dividida geograficamente em América do Norte, América
Central e América do Sul. A África é atravessada, em sua porção central, pela linha do
Equador e, em razão dessa localização, seu clima é predominantemente tropical. A
Antártida é o quarto maior continente da Terra e está situada quase totalmente no Círculo
Polar Antártico; durante o inverno, esse continente dobra de tamanho em razão do volume
de gelo marinho que se forma ao seu redor. A Europa é um continente composto, em sua
maioria, de países ricos, que apresentam elevado padrão de desenvolvimento social. A
Oceania é o menor dos continentes, situa-se no hemisfério Sul e é banhada pelo oceano
Índico, a oeste, e pelo Pacífico, a leste.
7. O oceano Pacífico é o maior de todos os oceanos e nele se localiza a fossa submarina de
maior profundidade da Terra, conhecida até hoje. O Atlântico é o segundo maior oceano
Manual do Professor 51
EE_G15GG1_manual.indb 51
21.03.13 11:24:59
em área ocupada e o que apresenta fluxo de navegação mais intenso. O Índico é o menor
dos três oceanos e apresenta menor importância econômica e densidade e salinidade médias mais acentuadas que estes.
Ampliando o conhecimento (p. 59)
8. Esta atividade permite a realização de um trabalho integrado com a área de Língua
Portuguesa, em que se podem explorar as características literárias do autor citado e da
escola romântica. Além disso, possibilita abordar o tema das zonas térmicas, associando-as às características climáticas das regiões.
Para complementar a questão, o professor pode pedir aos alunos que pesquisem e apontem características do clima tropical, abordado na atividade.
O poema foi escrito por Gonçalves Dias alguns anos depois de sua partida para Portugal,
onde ele foi estudar. Trata-se de uma alusão à pátria distante, o Brasil, configurando um
tema caro ao Romantismo, movimento no qual esse autor se enquadra. Ao retratar as
saudades da pátria, pode-se dizer que o trecho do poema menciona uma espécie animal e
uma vegetal predominantes nesse país, situado, portanto, em uma zona tropical.
9. O objetivo da atividade é que os alunos realizem pesquisas sobre os continentes estudados
em sala de aula para aprofundar o que sabem sobre eles em aspectos variados, como sociedade, cultura, população, economia, política, religião etc.
Atividade final: leitura e produção de texto (p. 60)
1.
a. Os registros mostram que, nos séculos XVIII, XIX e XX, a maior ação humana na região foi
a de destruição.
b. A Antártida precisa ser respeitada porque muitos dos mecanismos de interação global
passaram a ser estudados com mais atenção no final dos anos 1990. As “teleconexões”
entre sistemas meteorológicos, efeitos globais, interação ar-mar ainda estão sendo avaliadas, e novas teorias têm surgido. O complexo mecanismo entre as diversas áreas do
conhecimento mostra que todas são engrenagens importantes de uma máquina não totalmente conhecida.
2. O que deve ser enfatizado no texto feito pelos alunos é o embate entre o direito de exploração racional e o dever de conservação de uma região que ainda não está definitivamente
delimitada no âmbito político. No final, os alunos deverão ser capazes de posicionar-se
diante das questões de exploração/conservação e de definir quais países ou instituições
deveriam ter esses direitos/deveres e por quê.
52 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 52
21.03.13 11:24:59
Capítulo 4 – O Brasil
no mapa do mundo
É interessante introduzir o capítulo instigando os alunos a localizar o Brasil no globo e a
compará-lo aos demais países do mundo. Nesse trabalho, pode-se orientá-los a observar
as extensões territoriais, a localização de acordo com o hemisfério e com as latitudes, a extensão do litoral, as fronteiras etc. É importante que o professor utilize um planisfério cuja
projeção se preste à análise proposta: por exemplo, um mapa na projeção de Mercator não é
adequado para comparar extensões territoriais, já que distorce a proporção dos territórios.
O professor pode conduzir a leitura das páginas do capítulo, verificando o entendimento
dos conceitos e das questões mais importantes por meio de questionamentos que levem os
alunos a refletir sobre o conteúdo lido.
A função da regionalização para a organização de um território é um elemento importante
a ser discutido. Pode-se explanar sobre sua importância para os estudos de Geografia.
O texto de aprofundamento a seguir alude aos movimentos migratórios entre Brasil, Peru
e Colômbia, evidenciando alguns aspectos dos limites fronteiriços entre esses países.
Tríplice fronteira Brasil, Peru e Colômbia e os desafios às políticas internacionais de migração
[...] Como acontece em todas as demais regiões de fronteira do território brasileiro, a mobilidade humana na fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia também revela a presença incômoda
do “novo”, do “estranho”, do “diferente”, enfim, do migrante, que é sempre acompanhada de reações
contrárias por parte daqueles que não admitem sua ação ou intervenção. Nesse sentido, não se pode
falar de migração nessa fronteira sem também considerar todas as formas de rejeição por que passam
as pessoas nessa situação, que envolvem dois problemas fundamentais: a xenofobia dissimulada e a
ausência de políticas internacionais de migração.
No caso do Brasil, observa-se que, historicamente, vem se reproduzindo uma atitude xenófoba
ou de intolerância caracterizada por certa sutileza, que encobre uma realidade social conflitiva e a
institucionalização de uma sociedade marcada pelas desigualdades sociais. Aquele mesmo estigma do
preconceito que fora colocado sobre os ombros das vítimas do fenômeno das migrações internas que
se configurou no Brasil desde inícios do século XX vem sendo transferido para o migrante estrangeiro
que vive no país, principalmente nas fronteiras.
No caso específico dos fluxos migratórios de peruanos e colombianos para o Brasil, na Região
Amazônica, a proximidade entre os países é um dos pontos mais impulsionadores de uma corrente
migratória que vem se acentuando cada vez mais. A referência e os pontos de convergência na tríplice fronteira são as cidades Santa Rosa (Peru), Tabatinga (Brasil) e Letícia (Colômbia). São cidades
de pequeno porte, perdidas nos confins dos três países. No entanto, a cidade de Tabatinga, distante
1 105 quilômetros de Manaus (em linha reta) e 1 607 quilômetros (em via fluvial), destaca-se como
ponto de maior movimentação migratória, concentrando uma porcentagem significativa de migrantes
colombianos e peruanos e se apresentando também como porta de entrada no território brasileiro.
Manual do Professor 53
EE_G15GG1_manual.indb 53
21.03.13 11:24:59
Há problemas similares vivenciados pelos três países nessa área específica. O narcotráfico impera na
tríplice fronteira com proporções diferentes em cada uma das três cidades. O desemprego e o trabalho informal também são característicos do trio.
Vista a partir do ângulo do movimento migratório, a tríplice fronteira funciona como lugar de
permanência e também como porta de entrada e de saída nos três sentidos. Mesmo estando muito
próximos, cada país apresenta uma conjuntura diferenciada nos setores sociais, políticos e econômicos que são determinantes no itinerário migratório. A fronteira do lado brasileiro segue sendo aquela
para onde se converge um considerável fluxo da migração dos outros dois países.
Um problema muito sério nesse vai e vem na tríplice fronteira é o acesso ilegal de pessoas que
entram no país sem documentos. A fiscalização federal de fronteiras é intensa em algumas áreas, porém, considerando a vastidão da selva amazônica, é humanamente impossível manter um controle
100% eficaz nessas condições de traslado permanente. Entretanto, o cotidiano de privações a que os
migrantes peruanos e colombianos são submetidos no Amazonas denuncia as várias lacunas da política de migração brasileira com suas leis arcaicas calcadas nos interesses puramente econômicos e
comerciais, que nunca esteve aberta à migração de hispano-americanos. [...]
OLIVEIRA, Márcia Maria de. A mobilidade humana na tríplice fronteira: Peru, Brasil e Colômbia. Revista do Instituto de Estudos Avançados
da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 20, n. 57, maio/ago. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010340142006000200014&script=sci_arttext&tlng=en>. Acesso em: 7 mar. 2013.
Abertura: atividade complementar (p. 62)
A abertura deste capítulo traz uma entrevista concedida por Maurício Kubrusly, em que
o jornalista relata seu anseio em mostrar o Brasil que a maioria desconhece, por meio de
inúmeras histórias coletadas pelos rincões do país. Em seu modo de ver, qual característica
do Brasil mais contribui para a existência de realidades ainda a serem reveladas, após mais
de 500 anos de existência?
Resposta: resposta pessoal. A característica do Brasil que mais contribui para isso é sua
grande extensão territorial. Também podem ser mencionadas outras características que
concorrem para isso, como: a tênue integração regional, a grande concentração populacional na faixa litorânea, o isolamento de localidades mais pobres, a polarização que os grandes centros urbanos exercem sobre a mídia etc.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
Para ler e refletir – O horário de verão (p. 65)
1. Resposta pessoal. Professor, alterações acontecem com frequência em relação aos estados brasileiros que adotam o horário de verão. Atente para essas mudanças.
2. Resposta pessoal. Procure trabalhar a questão em sala de aula e verificar como essa alteração influencia a vida dos alunos.
3. Resposta pessoal. O objetivo dessa questão é permitir aos alunos que verifiquem, na prática, se há economia de luz em sua residência. Uma forma de verificar as diferenças entre
54 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 54
21.03.13 11:24:59
os valores cobrados nas contas de luz antes do horário de verão e os valores cobrados
durante esse horário, além da leitura das contas mensais impressas, é consultar os sites
das distribuidoras de energia elétrica, que fornecem informações sobre contas de luz de
vários meses.
A divisão regional do território brasileiro (p. 66)
Professor, é importante que os alunos compreendam que as diferentes formas de regionalização do Brasil estão relacionadas às transformações naturais e humanas ocorridas no
território ao longo do tempo e aos critérios escolhidos pelos órgãos públicos para agrupar,
em uma mesma região, porções do território que têm algumas semelhanças.
Dessa forma, explique as duas principais formas de regionalização do país e estimule
comparações entre elas (a regionalização efetuada pelo IBGE versus a proposta do geógrafo
Pedro Pinchas Geiger). Se achar adequado ampliar o tema, comente que, ao longo do século XX,
várias divisões regionais do Brasil foram elaboradas, principalmente da década de 1940 em
diante, quando territórios se transformaram em estados e novos estados e regiões foram
criados. Se possível, mostre cartogramas do Brasil (de 1940, de 1960 e de 1990), que podem ser obtidos no site <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartogramas/evolucao.
html>, para que os alunos percebam a evolução das formas de regionalização do Brasil ao
longo do tempo.
Para observar e refletir – A disparidade econômica das regiões
brasileiras (p. 72)
Professor, o boxe procura complementar e exemplificar aspectos da dinâmica da economia regional, abordada no capítulo. Procure trabalhar essas informações em sala de aula,
para demonstrar aos alunos que o Brasil caracteriza-se por grandes disparidades de desenvolvimento regional, o que leva à existência de contrastes socioeconômicos entre estados e
regiões. Esse fato dificulta a melhoria das condições de vida da população brasileira, principalmente entre os habitantes das regiões com índice de desenvolvimento mais baixo, como
o Nordeste e o Norte.
1. O Brasil é considerado um país de contrastes porque apresenta grandes disparidades regionais no que se refere principalmente ao nível de desenvolvimento econômico. Com base nos
dados apresentados, pode­‑se constatar que mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do
país é gerado na Região Sudeste, que concentra a maior parte da infraestrutura de transportes e comunicações, além de mão de obra qualificada. Dessa forma, a região continua
atraindo grande parte dos investimentos produtivos que dinamizam a economia do Brasil.
2. Resposta pessoal. Professor, entre as estratégias mais variáveis para reduzir as disparidades regionais, podem ser citadas: a aplicação de investimentos públicos na melhoria da
infraestrutura de transportes e comunicação nas demais regiões do país; a ampliação de
investimentos em educação básica e profissionalizante, em nível nacional, para aumentar
Manual do Professor 55
EE_G15GG1_manual.indb 55
21.03.13 11:24:59
a qualificação da mão de obra; a oferta de incentivos fiscais pelo poder público a empresas privadas; entre outras medidas que favoreçam um desenvolvimento regional mais
igualitário.
Para aprofundar a discussão, podem-se apresentar algumas estratégias adotadas pelo
poder público para atingir esse desenvolvimento regional mais igualitário, como a criação da Zona Franca de Manaus, a doação de terrenos e os incentivos fiscais concedidos
por governos municipais de diversas regiões para atrair empresas e desenvolver polos
industriais (como o Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia).
As fronteiras brasileiras – Interdisciplinaridade com História (p. 75)
A formação da atual fronteira terrestre brasileira está diretamente associada aos ciclos
econômicos estudados em História do Brasil. Há a possibilidade de relacionar esse conhecimento histórico com o que é analisado em Geografia.
Retomando o conteúdo (p. 80)
1. Situado inteiramente no hemisfério Ocidental e cortado ao norte pela linha do Equador, o
Brasil apresenta 7% de suas terras no hemisfério Norte (setentrional) e 93% no hemisfério
Sul (meridional). É cortado ao sul pelo Trópico de Capricórnio, e 92% do território brasileiro
se localiza na zona intertropical. O país apresenta uma extensa faixa de fronteiras terrestres e uma orla marítima banhada pelo oceano Atlântico. Professor: utilize o mapa “Brasil:
pontos extremos” para exemplificar a questão (p. 63).
2. Por causa do movimento de translação da Terra (o giro do planeta em torno do Sol), os
países localizados no hemisfério Norte apresentam o período mais quente do ano e com
dias mais longos no meio do ano, ao contrário dos países meridionais (como o Brasil). Em
alguns países localizados na zona temperada, o Sol chega a se pôr em torno das 22 horas
nesse período. Por isso, o aproveitamento dos dias mais longos para a convenção do horário de verão se processa nessa época do ano.
3. Uma região é demarcada considerando características semelhantes, por exemplo, naturais, sociais, econômicas ou culturais, dos estados. Professor, você pode ressaltar que outros critérios podem ser utilizados na regionalização de um território, como os indicadores
sociais, os aspectos culturais, as formas de uso e ocupação do solo, entre outros.
4.
Macrorregiões
Características principais
Norte
Maior região do Brasil em extensão territorial, o Norte compreende sete estados e ocupa 45,2% do território nacional. Seus habitantes estão distribuídos ao
longo dos principais cursos d’água, de vias terrestres, de aglomerados urbanos
e de novas fronteiras de ocupação territorial. Sua economia está ligada predominantemente às atividades extrativistas vegetais e minerais.
56 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 56
21.03.13 11:24:59
Centro-Oeste
É composta por três estados e pelo Distrito Federal. Tem a menor população
entre as regiões do país. Fornece produtos agropecuários, como soja e carne,
abastecendo indústrias alimentícias do Centro e do Sul do país e o mercado
externo.
Nordeste
É a terceira maior região do país em extensão territorial, compreendendo nove
estados. Região com os piores índices sociais, apesar das melhoras nos últimos
anos. Conhecida também por praias, conjuntos arquitetônicos históricos, festas
populares etc.
Sudeste
Essa região tem quatro estados e ocupa 10,8% do território nacional. Concentra
42,1% da população do país. É a região mais industrializada, respondendo por
60% da riqueza nacional.
Sul
Compreende três estados, é a menor região em extensão e a segunda mais
industrializada do país. Sua economia é baseada na agricultura, que é moderna
e diversificada.
5. Segundo a proposta de Geiger, os aspectos são: o quadro natural da Amazônia, o quadro
social do Nordeste e o quadro econômico do Centro-Sul.
Grandes complexos
regionais
Características
Amazônia
Abrange quase 60% do território nacional e abriga apenas aproximadamente 8% da população do país, caracterizando-se como o complexo regional
menos povoado do Brasil. Conhecida por suas características naturais,
apresenta uma das mais exuberantes paisagens vegetais do planeta, a floresta equatorial.
Nas últimas décadas, sua porção oriental passou a apresentar uma dinâmica mais intensa por causa de um processo de ocupação calcado na introdução de grandes projetos agropecuários e de exploração de minerais.
Nordeste
Sua área corresponde a pouco mais de 15% do país e sua população a cerca
de 27% do total de brasileiros. O complexo nordestino tem se caracterizado
historicamente pelos problemas socioeconômicos que enfrenta, como elevada mortalidade infantil e falta de empregos. Porém, nos últimos anos, o
complexo nordestino vem passando por modificações significativas em sua
estrutura econômica, tanto no campo industrial como no meio rural.
Centro-Sul
Concentra cerca de 65% da população nacional e é a região mais populosa
e mais povoada do país. Sua economia é mais dinâmica que as das outras
regiões em praticamente todos os setores de atividades. Concentra a maior
parte da renda nacional.
6. O Brasil tem 23 086 km de fronteiras, sendo 15 719 km de limites terrestres e 7 367 km
de limites marítimos. Os limites estão definidos predominantemente por características
naturais da paisagem, com a presença de rios (50%), serras (25%) e lagos (5%). Os 20%
restantes das fronteiras foram definidos pelas linhas geográficas, ou seja, pelas coordenadas geográficas: paralelos e meridianos.
7. Porque, ao longo de sua história, as relações comerciais do Brasil ocorreram mais com alguns países europeus, com os Estados Unidos e com o Japão. Durante o período colonial,
Manual do Professor 57
EE_G15GG1_manual.indb 57
21.03.13 11:24:59
o objetivo econômico primordial do Brasil era remeter as riquezas agrícolas e minerais
que eram obtidas em território brasileiro para a metrópole europeia (Portugal). Após a
Independência e, mais tarde, depois da proclamação da República, o Brasil manteve a
postura de país exportador dessas riquezas para as metrópoles econômicas, inicialmente
da Europa, depois da América do Norte (Estados Unidos) e da Ásia (Japão). Professor, é
importante ressaltar que, atualmente, as trocas comerciais entre o Brasil e os países vizinhos são mais significativas, em virtude da formação dos blocos econômicos regionais
envolvendo países sul-americanos, como o Mercosul.
Ampliando o conhecimento (p. 80)
8.
a. Essas mudanças atingiram a Região Norte do país. Os estados do Pará e do Amazonas,
que tinham dois fusos horários, passaram a ter apenas um (o Pará com horário de Brasília
e o Amazonas com uma hora de atraso em relação a Brasília). Além disso, o estado do Acre
passou a pertencer ao fuso que tem uma hora de atraso em relação ao horário de Brasília.
Antes o Acre pertencia ao fuso que tinha duas horas de atraso em relação ao horário da
capital do país.
b. Nos estados onde havia dois fusos, as empresas e os cidadãos passaram a não ter mais
problemas em realizar encontros e transações bancárias e comerciais, pois passou a existir um único horário. Além disso, os veículos de comunicação não têm mais problemas em
adequar sua programação aos fusos horários no interior de cada estado da nação.
9.
a. A ocupação de cidades na floresta para ocupar a região e fazer frente aos inimigos, a construção da Fortaleza de São José, à beira do rio Amazonas, em Macapá, e o abrigo de uma
base militar americana (dos Estados Unidos), durante a Segunda Guerra Mundial, para
vigiar aquela parte do oceano Atlântico.
b. O estado do Amapá localiza-se na Região Norte, que apresenta dificuldades de defesa do
seu território em virtude da baixa densidade demográfica.
c. Resposta pessoal. Professor, entre os acontecimentos históricos que podem ser citados pelos alunos, é possível destacar as Guerras Platinas, que envolveram as disputas territoriais
entre Brasil, Argentina e Uruguai, ocorridas no século XIX, pelo domínio da região do rio da
Prata, culminando no reordenamento das fronteiras territoriais entre o Brasil e os demais
países envolvidos, e a disputa entre Brasil e Bolívia pelo território atualmente pertencente
ao Acre, durante a exploração da borracha na Região Amazônica, no início do século XX.
10.
a. É a Região Nordeste. Resposta pessoal. O objetivo desse item é levantar os conhecimentos
adquiridos no capítulo e na pesquisa realizada pelos alunos. Este pode ser um momento
oportuno para o professor fazer uma avaliação continuada da turma.
58 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 58
21.03.13 11:24:59
b. As áreas mais dinâmicas da Região Nordeste são as capitais dos estados: São Luís (MA),
Teresina (PI), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju
(SE) e Salvador (BA), além de alguns polos econômicos regionais, como Petrolina (PE) e
Juazeiro (BA).
11. Imagem A: divisa do Brasil (Uruguaiana, RS) com a Argentina; imagem B: divisa do Brasil
(Foz do Iguaçu, PR) com o Paraguai.
Atividade final: pesquisa de dados e produção de mapa (p. 83)
Professor, nesta atividade espera-se que os alunos construam um mapa para trabalhar com o desenvolvimento regional do Brasil baseando-se na divisão do país em macrorregiões. Os itens apresentados pelo IBGE correspondem aos indicadores sociais de
cada região. Com base na interpretação de um dos dados desse item, em comum para
todas as regiões, os alunos terão de fazer uma análise do grau de desenvolvimento social
de cada região e elaborar um mapa demonstrando as disparidades regionais existentes
em relação ao dado escolhido.
Após a interpretação dos dados e a elaboração do mapa, as dificuldades que surgiram ao
elaborar a representação cartográfica podem ser discutidas com a turma. Essa é uma boa
oportunidade para retomar o conceito de representação cartográfica, enfatizando os elementos que a compõem: título, escala, legenda, orientação e fonte.
Para aprimorar o aprendizado sobre regionalização, você pode propor aos alunos a realização de uma atividade lúdica de regionalização da própria turma. Para isso, estabeleça
alguns critérios e, de acordo com estes, disponha os alunos na sala. Os critérios podem ser
aleatórios, como a cor da roupa ou o corte de cabelo, ou podem ajudar a revelar um perfil sociocultural da sala, como idade, preferências disciplinares, clube de futebol favorito, gênero
musical preferido etc. Recomenda-se evitar determinados critérios, por exemplo, desempenho escolar, que possam estabelecer ou reforçar rótulos negativos, ou seja, estigmatizações, sobre os alunos. Ao término da atividade, é importante levar a turma a estabelecer
uma relação entre ela e a regionalização de um país, estado ou município.
Projeto interdisciplinar: agricultura de precisão (p. 84)
Professor, essa atividade envolve as disciplinas de Geografia e Química. Para que os alunos respondam às questões, devem pesquisar nos livros dessas duas disciplinas e em outras fontes para complementar suas respostas.
Como resposta à primeira parte, os alunos devem explicar que o GPS (Sistema de
Posicionamento Global) identifica tanto a latitude quanto a longitude de um ponto. O sistema
é útil na localização de lugares, pessoas, para a navegação aérea e para a marítima, e para
a agricultura. Já o SIG (Sistema de Informação Geográfica) possibilita a coleta, o armazenamento, a manipulação e a análise de informações georreferenciadas que resultam em
Manual do Professor 59
EE_G15GG1_manual.indb 59
21.03.13 11:24:59
mapas. O sensoriamento remoto, sistema de captação de informações por meio de sensores
acoplados a satélites artificiais, permite o mapeamento da superfície terrestre e a interpretação de suas imagens. Como conteúdo complementar, indicamos os seguintes links:
• Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica (SIG): <http://www.idcplp.net/archive/doc/georrefIntroducaoSIG_InesPinto.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2013;
• Laboratório de estruturas e materiais estruturais (Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo): <http://www.lem.ep.usp.br/Pef411/~Caio%20Eduardo%20Aoki%20
Kac/PEF411.htm>. Acesso em: 7 mar. 2013.
Na segunda parte, os alunos devem aferir que a argila presente no solo facilita a retenção
de água, responsável pela dissolução de nutrientes que serão absorvidos pelas plantas. Além
disso, a porosidade do solo está associada à proporção de areia, argila e silte. Contudo, sua
capacidade de reter nutrientes e água é maior quando há certa proporcionalidade entre areia,
argila e silte. Pode-se considerar um solo como argiloso quando ele tem mais de 35% de argila em sua composição (sendo formado por grãos menores que os da areia). Assim, na unidade
agrícola predomina o solo argiloso, mas o excesso de argila dificulta a retenção de água, ar e
nutrientes, visto que são facilmente compactados. É preciso arar o solo e aplicar-lhe maiores
quantidades de potássio, para manter sua fertilidade.
Sobre o assunto, indicamos os seguintes links:
• Geografia – Tipos de solo: <http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/geografia/
tipos-de-solo>. Acesso em: 7 mar. 2013;
• Embrapa – Solos: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/
Algodao/AlgodaoIrrigado/solos.htm>. Acesso em: 7 mar. 2013.
Em relação à terceira parte, os alunos podem compor suas respostas baseando-se na tabela periódica. O potássio (K) é um metal alcalino presente na família 1A da tabela periódica.
Os elementos da família dos metais alcalinos reagem muito facilmente com a água e, quando isso ocorre, formam hidróxidos (substâncias básicas ou alcalinas), liberando hidrogênio.
Esses metais também reagem facilmente com o oxigênio, produzindo óxidos. São metais de
baixa densidade, moles e altamente eletropositivos e reativos. O potássio é fundamental para
o crescimento das plantas, pois está presente na fotossíntese, nos processos de absorção de
água e de outros nutrientes do solo, na divisão celular e nas reações enzimáticas, no metabolismo dos carboidratos e proteínas. Assim, plantas que crescem em solos com deficiência
em potássio apresentam menor desenvolvimento e produzem frutos menos suculentos.
O fósforo (P) é um não metal pertencente à família 5A da tabela periódica. Os elementos
presentes nessa família podem ser isoladores ou semicondutores, ou seja, eles interferem
na condução de eletricidade de um corpo a outro. O fósforo é um elemento essencial porque
participa das moléculas de DNA e RNA responsáveis pela transmissão das características
genéticas; ele é indispensável à multiplicação celular. Além disso, os compostos de fósforo
são os principais manipuladores de energia nas células vivas. O fósforo constitui um elemento básico também para a bioquímica, visto que desempenha uma função essencial tanto no
metabolismo molecular como na regulação entre absorção e liberação energéticas.
60 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 60
21.03.13 11:25:00
O potássio e o fosfato figuram entre os mais importantes nutrientes responsáveis pelo
bom desenvolvimento das plantas.
Os alunos podem explicar que o pH serve para avaliar as condições de um solo – se este
é ácido, neutro ou alcalino. A escala de pH vai do 1 ao 14, sendo 7 a neutralidade, abaixo de
7 a acidez e acima de 7 a alcalinidade. Para o desenvolvimento das plantas, a faixa de pH
considerada ideal é de 6,0 a 6,5. Os solos ácidos são um problema para a agricultura, pois
as plantas não se desenvolvem bem em condições de acidez pelo fato de que contam com
pouca disponibilidade de nutrientes, o que torna muito baixa a produtividade das lavouras.
No entanto, cada cultivo tem um nível de pH ideal, daí a necessidade de corrigir o solo de
modo a adaptá-lo ao cultivo que estiver sendo realizado, para que a área de plantio não tenha
grandes variações de pH. O crescimento e a produção das plantas podem ser afetados tanto
pela acidez como pela alcalinidade, se forem excessivas.
Sugestões de fontes:
• Embrapa – Correção da acidez do solo: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.
br/FontesHTML/Feijao/FeijaoVarzeaTropical/correcao_acidez_solo.htm>. Acesso em:
7 mar. 2013;
• Experimentação no ensino de Química – pH do solo: <http://qnesc.sbq.org.br/online/
qnesc31_4/11-EEQ-3808.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2013.
Enem e vestibulares (p. 86)
1. Alternativa A.
2. Alternativa B.
3.
a. A finalidade do Sistema de Posicionamento Global (GPS) é possibilitar a localização precisa
de um elemento natural ou artificial na superfície terrestre. Os dados com as informações
da localização desse elemento são fornecidos dos satélites aos receptores por meio da
emissão de energia eletromagnética.
b. A latitude é a medida angular entre o Equador (0°) e um ponto qualquer na superfície da
Terra unido perpendicularmente ao centro do planeta. Ela varia de 0° a 90° nos hemisférios Norte e Sul. A longitude é a medida angular formada entre um ponto qualquer e o
meridiano de origem (0°). Ela varia entre 0° a 180° nos hemisférios Ocidental e Oriental.
4.
a. 1 – Pará; 2 – Mato Grosso; 3 – Rondônia.
b. Os estados do Maranhão (porção oeste) e do Mato Grosso.
5. Alternativa A.
6. Alternativa A.
Manual do Professor 61
EE_G15GG1_manual.indb 61
21.03.13 11:25:00
7. Alternativa C.
8. Alternativa B.
9. Alternativa A.
10. Alternativa A.
Capítulo 5 – Elementos
da
Geologia
A Geologia tem como foco o estudo da estrutura interna da Terra, que repercute sobre as
características da crosta terrestre. Mas esse estudo não deve ser realizado separadamente
das questões humanas ou sociais, já que as formas da superfície terrestre influenciam o
modo como a humanidade apropria-se do espaço.
A estrutura do planeta não é um arranjo estático, mas o resultado de processos dinâmicos que, desde o início da formação do planeta até hoje, promovem contínuas transformações tanto na estrutura interna da Terra como na configuração de sua superfície. Daí advém
a necessidade de promover abordagens que permitam aos alunos, mais do que identificar as
características das camadas internas da Terra, compreender as interações que se estabelecem entre estas e o modo como essa dinâmica leva a alterações nas formas de relevo e à
geração de fenômenos sísmicos e vulcânicos.
O conhecimento proporcionado pela ciência geológica possibilita a recomposição de parte
dos eventos que constituíram a evolução da Terra, auxiliando as análises que fundamentam
a ocupação do espaço. Os recursos visuais disponíveis no capítulo podem ser utilizados para
promover o reconhecimento dos elementos essenciais à compreensão da dinâmica geológica
do planeta. É fundamental destacar principalmente as camadas internas e os deslocamentos das placas tectônicas – cuja origem está relacionada a movimentos cíclicos do material
magmático que pressionam a crosta, a qual se fragmenta em placas postas em movimento
por essa pressão.
Também é importante orientar a apreensão das características elementares dos tipos
de rocha, apresentando seus principais processos de formação e transformação. Trata-se
de ajudar a desenvolver nos alunos a noção de que esses processos constituem um ciclo e,
portanto, um tipo de rocha pode transformar-se ao longo do tempo em qualquer outro, dependendo das condições a que as rochas forem submetidas.
Abertura: atividade complementar (p. 92)
O texto de abertura deste capítulo transmite a ideia de que as pedras (fragmentos de rochas) não são elementos estáticos, atribuindo, poeticamente, “vida” a elas.
1. Sob a perspectiva científica, também é possível afirmar que as rochas são elementos dinâmicos? Justifique sua resposta.
62 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 62
21.03.13 11:25:00
Resposta: sim. É possível afirmar que as rochas são elementos dinâmicos, pois elas estão em constante (embora lenta) transformação. Por meio dos processos que caracterizam
o ciclo das rochas, esses elementos geológicos alteram-se de tempos em tempos em novos
tipos.
2. Transcreva um trecho do poema de Mario Quintana que aluda a uma transformação sofrida pela pedra.
Resposta: o segundo verso: “tão lisa de tanto rolar”.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
A origem da Terra – Interdisciplinaridade com Física (p. 93)
Professor, temas relacionados à Astronomia, como a origem de planetas, sistemas solares e buracos negros, são estudados pela Física, o que abre a possibilidade de integração
entre os conhecimentos debatidos em sala de aula pelas duas disciplinas e a criação de
projetos e trabalhos.
As eras geológicas – Interdisciplinaridade com Biologia (p. 98)
As eras geológicas são divididas de acordo com a evolução de diferentes formas de vida
e as grandes extinções de seres vivos ocorridas no passado. Para a Geografia, geralmente
os temas mais trabalhados são os relacionados à formação de recursos naturais e à divisão
continental, mas há a possibilidade de integrar esses conhecimentos à Biologia, o que abre
espaço, por exemplo, para a análise da evolução da vida na Terra e das consequências que
os fenômenos geológicos e climáticos tiveram para os seres vivos.
Para refletir e pesquisar – Petróleo: origem e utilização (p. 102)
1. Os aumentos dos preços do petróleo na década de 1970 estão relacionados à crise do
petróleo (choque de preços) causada por conflitos políticos e interesses econômicos dos
grandes países produtores, principalmente do Oriente Médio. O Brasil procurou resolver
esta questão criando o programa Pró-Álcool, que obteve relativo sucesso.
2. O mundo está empenhado em encontrar soluções para substituir o petróleo, por causa da
preocupação ambiental, da redução dos estoques e da alta dos preços dos combustíveis
fósseis. Há um esforço para valorizar as fontes renováveis e menos poluentes de energia
ou ambientalmente limpas, como a eólica ou a solar.
Retomando o conteúdo (p. 103)
1. Geologia é a ciência que estuda a crosta terrestre, ou seja, a camada mais superficial do
planeta. Essa ciência subdivide-se em ramos de estudo, entre os quais se destacam a
Geomorfologia, a Paleontologia e a Geologia Econômica.
Manual do Professor 63
EE_G15GG1_manual.indb 63
21.03.13 11:25:00
2. A Geomorfologia estuda a dinâmica física da superfície terrestre, ou seja, as transformações da crosta decorrentes da ação dos agentes formadores e modeladores do relevo. A
Paleontologia estuda a história da Terra por meio da análise dos vestígios geológicos (por
exemplo, um fóssil) presentes nas rochas, buscando reconstituir o passado geológico do
planeta ou de uma região.
3. A concepção mais antiga da origem da Terra é a de que o planeta teve uma origem quente,
ou seja, de que tenha surgido de uma quente e extensa esfera gasosa, explicação atribuída
também aos outros planetas do Sistema Solar. A concepção cada vez mais aceita atualmente é a de que a Terra teve uma origem fria, ou seja, o planeta, como os outros planetas
do Sistema Solar, surgiu de uma nuvem extensa e fria, formada de gás e poeira cósmica.
4. O quadro deve conter as seguintes informações:
Camada da
Terra
Características principais
Núcleo
Camada central, composta de elementos metálicos, como níquel e ferro.
Subdivide-se em núcleo interno (que estaria no estado sólido) e externo (que
estaria no estado líquido ou pastoso).
Manto
Camada composta basicamente de silicatos ferromagnesianos. Apresenta-se predominantemente no estado sólido. Subdivide-se em manto superior, que abrange
a astenosfera, e manto inferior.
Crosta
Camada superficial onde se encontram os nutrientes e minerais necessários ao
desenvolvimento da vida no planeta. É composta, basicamente, de basalto e granito. Identifica-se, em seu interior, as seguintes camadas: litosfera, astenosfera,
mesosfera e endosfera.
5. A dinâmica da crosta terrestre é o resultado da ação de forças originárias das camadas
interiores do planeta, ou seja, da mesosfera e da endosfera. Segundo a teoria da isostasia,
o equilíbrio das estruturas que compõem a crosta terrestre está relacionado à diferença
de densidade entre os materiais de que elas são constituídas.
6. As respostas podem ser variáveis, porém devem atender às divisões existentes na tabela
das eras geológicas (p. 100).
7. Os minerais são substâncias de origem orgânica, compostas de um ou mais elementos
químicos. São encontrados naturalmente na crosta terrestre, na maioria das vezes no estado sólido e no estado cristalino. A crosta terrestre contém cerca de 2 500 minerais.
8. As rochas são agregados naturais de um ou mais minerais e estão presentes na crosta
terrestre. Os principais tipos de rocha são: ígneas ou magmáticas, que se originam do resfriamento do magma – material fundido, rico em silicatos, proveniente do manto superior;
sedimentares, originárias da agregação de materiais acumulados nas diversas áreas de
64 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 64
21.03.13 11:25:00
sedimentação existentes na superfície da Terra; metamórficas, que se originam da transformação de outras rochas (ígneas, sedimentares e até mesmo metamórficas), em virtude, sobretudo, da ação de elevadas temperatura e pressão.
Ampliando o conhecimento (p. 103)
9.
a. De acordo com o mapa indicado no capítulo, o sul da Europa, onde se localiza a Itália,
está próximo ao encontro de três placas tectônicas: a Euro-asiática, a Africana e a
Arábica. Os deslocamentos de placas tectônicas determinam a ocorrência de fenômenos nas áreas de contato entre elas, como os terremotos. Dessa forma, pode-se
inferir que, como a Itália está próxima a várias placas tectônicas, é comum ocorrerem
terremotos no país.
b. Por meio da observação do mapa, pode-se concluir que a brasileira não estava acostumada com a ocorrência de terremotos porque o Brasil está localizado na porção central
de uma placa tectônica, a placa Sul-Americana, ou seja, não está situado em uma área de
contato entre placas tectônicas, o que diminui a ocorrência de terremotos. Tremores de
elevada intensidade são pouco comuns no Brasil, apesar de suceder grande quantidade de
tremores de baixa intensidade.
c. Os tipos de limite entre as placas tectônicas são: limites divergentes (quando as placas
estão se afastando); limites convergentes (quando as placas estão em colisão); limites conservativos (deslizes laterais). Entre os principais eventos que ocorrem devido aos contatos
entre as placas, destacam-se: tsunamis, o vulcanismo e o surgimento de ilhas vulcânicas.
10.
a. De acordo com a tabela da página 100, a extinção dos dinossauros ocorreu na era Mesozoica,
no período Cretáceo. Portanto, foi nesse momento que pode ter acontecido a suposta colisão do asteroide com a Terra.
b. A nova hipótese revelada na notícia afirma que as verdadeiras causas da extinção dos dinossauros podem ter sido megaerupções vulcânicas na região que hoje é o planalto do
Decã, no oeste da Índia. Essas erupções podem ter liberado no ar grandes quantidades de
gases tóxicos, como ácido clorídrico e dióxido de enxofre, matando tudo o que estivesse em
volta, e provocado alterações climáticas radicais. Isso porque o dióxido de enxofre ajuda a
resfriar o planeta, bloqueando a luz solar. Esse fenômeno teria acontecido no hemisfério
Norte e no hemisfério Oriental.
Atividade final: pesquisa e produção de texto (p. 104)
O trabalho de pesquisa e produção de texto proposto nesta seção busca retomar conceitos
já desenvolvidos em capítulos anteriores e considerar novas informações, contidas neste
capítulo e no próximo. É importante orientar os alunos na pesquisa de novas informações,
mesmo que estas sejam aprofundadas posteriormente. Além disso, recomendamos enfatizar
Manual do Professor 65
EE_G15GG1_manual.indb 65
21.03.13 11:25:00
que os fenômenos aqui retratados, como terremotos e tsunamis, atingem as formas de vida
na Terra nos dias atuais, incluindo a humana. Como leitura complementar e apoio para o trabalho docente, sugerimos a obra Decifrando a Terra, organizada por Wilson Teixeira. O livro
apresenta ilustrações que podem ser trabalhadas em sala de aula.
Capítulo 6 – Elementos
da
Geomorfologia
A Geomorfologia, ciência que estuda os fenômenos relacionados às formas da superfície
terrestre, ou seja, às formas de relevo, está diretamente ligada à Geologia. A Geomorfologia,
ciência que estuda a dinâmica física da superfície terrestre, ou seja, as transformações da
crosta decorrentes da ação dos agentes formadores e modeladores do relevo, está diretamente ligada à Geologia.
O conhecimento geológico constrói-se por meio da investigação dos processos intrínsecos à
estrutura interna da Terra. Os fenômenos decorrentes da estrutura interna da Terra interagem
com aqueles que ocorrem sobre a superfície terrestre, constituindo as formas de relevo.
Nesse sentido, é possível trabalhar os capítulos 5 e 6 de maneira integrada, pois, em consonância com alguns objetivos do ensino de Geografia, um pode servir de complemento ao
outro. Pode-se conduzir a leitura do capítulo 6 orientando os alunos a reconhecer as dinâmicas interna e externa (incluindo seus principais agentes) relacionadas à formação do relevo.
Porém, após essa etapa, é importante promover atividades que exijam dos alunos confrontar
os dois conjuntos de processos e a produção de sínteses que lhes permitam entender melhor a origem das formas da superfície terrestre.
Também é recomendável orientar os alunos na realização de pesquisas de imagens com
exemplos de modelagem do relevo, pois é comum que estes pareçam excessivamente abstratos para os alunos, dificultando a apropriação satisfatória da temática. Outro aspecto importante refere-se à necessidade de mostrar aos alunos a importância do estudo do relevo.
Uma das alternativas para levá-los a encontrar sentido no conhecimento da Geomorfologia
é discutir, com base em exemplos práticos, como as características do relevo influenciam a
ocupação do espaço. Nesse âmbito, podem-se explorar as dificuldades que os relevos acidentados impõem à construção de moradias e vias de circulação, por exemplo, obrigando os
seres humanos a desenvolver técnicas de engenharia para viabilizar adaptações que permitam a ocupação dessas áreas.
Por fim, ao abordar Geologia e Geomorfologia, é importante considerar sempre o caso
brasileiro. Se neste momento o professor achar oportuno mencionar e contextualizar
alguns exemplos do Brasil, pode-se fazer isso fixando um mapa do território brasileiro
na lousa e traçando uma linha demarcatória de determinada região de interesse (pode
ser uma área que envolva o lugar onde os alunos vivem). A partir dessa demarcação, é
interessante tentar identificar, com os estudantes, os tipos de relevo encontrados na
região demarcada.
66 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 66
21.03.13 11:25:00
Abertura: atividade complementar (p. 106)
A erupção do Vesúvio, no ano de 79, incita à reflexão sobre as dificuldades e riscos que
os vulcões ativos impõem à ocupação humana. Explique quais são essas dificuldades e cite
exemplos recentes de eventos geológicos que causaram grande destruição.
Resposta: além da topografia acidentada, que dificulta a ocupação humana, os vulcões
ativos podem entrar em erupção a qualquer momento, o que implicaria a emissão de materiais como gases tóxicos, fumaça, lava e fragmentos rochosos, os quais podem destruir
áreas habitadas, provocar problemas de saúde ou levar à morte os habitantes. Como exemplos de eventos geológicos, os alunos podem citar tsunamis, emissão de cinzas de vulcões e
grandes terremotos ocorridos recentemente,
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
Para refletir e pesquisar – Maremotos (p. 109)
1. As consequências podem ser: mortes e desaparecimento de pessoas e perdas materiais,
por exemplo, destruição de casas, ruas, carros etc.
2. A ocorrência de tsunamis costuma ser maior em regiões de contato de placas tectônicas. A
região demarcada pelo oceano Pacífico apresenta grande número de ocorrências desse tipo.
3. O objetivo da atividade é que os alunos conheçam alguns exemplos de ocorrências de maremotos e tsunamis no mundo.
O sismógrafo e o registro dos abalos sísmicos – Interdisciplinaridade com
Física (p. 110)
O tema abre a possibilidade de criar uma relação entre o que é analisado em Geografia,
principalmente a formação e as consequências de um terremoto, e os estudos sobre ondulatória. Existem diversos filmes e documentários que retratam o fenômeno dos abalos sísmicos, indicamos um que retrata as consequências dos tremores e a possibilidade de um terremoto 10 na escala Richter: Megaterremoto 10, produzido pelo canal The History Channel.
Para observar e refletir – Relevo e carta clinográfica (p. 118)
1. As porções leste e oeste do território têm mostrado inclinação menor, portanto são mais
adequadas para a construção de moradias. No que se refere à porção sudeste, embora
seja mais planificada, isso não seria recomendável, em virtude da concentração de afluentes, demarcando área de alagamentos. Comente que regiões mais inclinadas do território
(representadas com cores mais quentes e situadas na porção central) podem ser utilizadas como Áreas de Proteção Ambiental (APAs) ou unidades de conservação, devido a
serem área de recarga hídrica da bacia.
Manual do Professor 67
EE_G15GG1_manual.indb 67
21.03.13 11:25:00
2. Resposta pessoal. Neste momento, procure estimular ou mesmo levar os alunos a caminhar pelo bairro ou pela cidade para que observem, de forma direta, a paisagem e as
formas do relevo. O exercício de observação da paisagem é útil para que eles aprendam
quais são as diversas características das paisagens e pensem nas relações existentes entre seus componentes (elementos naturais, como o relevo, e culturais).
3. Sim. Com as informações sobre o relevo do lugar de vivência, podem­‑se planejar a distribuição das moradias e das atividades econômicas, as construções e o modo de vida da
população em geral. Áreas muito íngremes, por exemplo, não são adequadas para o estabelecimento de construções, em virtude do risco de desabamentos e deslizamentos. Ao
analisar áreas planificadas e mais baixas, é preciso observar se são facilmente alagáveis,
por exemplo.
Retomando o conteúdo (p. 119)
1. As dinâmicas, segundo sua origem, podem ser classificadas em internas (compreendem
os fenômenos que ocorrem no interior da Terra, como os movimentos tectônicos, vulcânicos e sísmicos) ou externas (compreendem os fenômenos que acontecem na superfície da
Terra por meio de agentes erosivos, como a água, o gelo e o vento).
2. Os fenômenos de origem tectônica correspondem às forças que provocam alterações estruturais na camada superficial do planeta, como o levantamento ou o abaixamento (forças
epirogênicas – movimentação vertical) e os dobramentos (forças orogenéticas – movimentação horizontal) dos conjuntos que compõem a crosta terrestre.
3. O aumento de volume de algumas áreas (em virtude da deposição de sedimentos ou do
avanço das camadas de gelo) determina o afundamento no substrato fluido da crosta, e
a diminuição do volume (em razão do desgaste físico ou do recuo das camadas de gelo)
determina o levantamento junto ao soerguimento da crosta.
4. Os abalos sísmicos (também conhecidos como terremotos) são tremores, normalmente de curta duração, que ocorrem na crosta terrestre; são percep­tíveis quando
apresentam grande magnitude. Os tremores de grande intensidade podem causar
deslizamentos de terras e o levantamento ou o rebaixamento de placas, resultando
em grandes tragédias humanas. Já o vulcanismo é caracterizado pela ascensão do
magma à superfície terrestre. As erupções vulcânicas podem resultar no derramamento de lava e em imensas nuvens negras e tóxicas em torno da região em que tenha
ocorrido o fenômeno.
5. Os agentes de erosão física são: as águas pluviais, as águas fluviais, as águas marinhas, o
gelo e os ventos. A principal ação química de intemperismo é a decomposição, que ocorre
por agentes biológicos ou por infiltração de água nas rochas.
68 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 68
21.03.13 11:25:00
6. O processo de ação química decorre fundamentalmente da infiltração das águas superficiais (que contêm gases e, portanto, tornam-se mais ácidas e com maior capacidade de
decomposição) nas fissuras das rochas. Nas áreas quentes e úmidas, esse processo é
acentuado pelo fato de que, em temperaturas mais altas, a velocidade das reações químicas ocorre de forma mais rápida.
7. Os principais tipos de ação física ou mecânica que atuam sobre as rochas são: águas pluviais (chuvas), cuja ação é variável de acordo com sua composição, o volume das águas e a
inclinação do terreno, entre outros fatores; águas fluviais (dos rios), cuja ação é verificada
pela escavação de leitos e pelo modelado de vertentes; águas marinhas, cuja atuação se
verifica na zona de contato entre os mares e o continente; gelo, cuja ação está localizada
em altas montanhas e em áreas de altas latitudes e que produz escavação mecânica da
superfície na qual desliza; ventos, cuja atividade é mais expressiva em áreas de climas
áridos e semiáridos; as rochas, além de mais fragilizadas, sofrem com o impacto da areia
que é carregada pelo vento.
Ampliando o conhecimento (p. 119)
Professor, este capítulo proporciona a oportunidade de explorar a questão da interferência
humana na natureza. Além disso, pode-se estabelecer uma correlação entre este e os capítulos
anteriores e futuros (vegetação), mencionando o ser humano como agente externo de formação
do relevo.
8.
a. É a planície, forma de relevo planificada na qual predominam os processos de sedimentação em relação aos processos de erosão.
b. A alteração do regime hídrico natural, devido às hidrelétricas; a urbanização, que interfere
no bioma por meio de obras de infraestrutura como rodovias, barragens, portos e hidrovias; e o desmatamento e erosão e sedimentação dos rios, devido ao manejo inadequado e
ao avanço da agropecuária.
c. Instalar usinas hidrelétricas em regiões de planícies não é recomendável, porque, além
de causar forte impacto ambiental pelo alagamento de extensas áreas, em uma área
com pouca inclinação a água represada não chegará com força às turbinas, o que gerará
pouca energia.
9.
a. A erosão hídrica causa empobrecimento do solo em razão da remoção de nutrientes
ou da remoção de parte do solo pelas enxurradas. Em consequência, a capacidade
produtiva diminui.
b. Uma área semelhante à descrita no texto pode apresentar relevo de planalto ou de depressão, pois neles predominam os processos erosivos em relação aos processos de
sedimentação.
Manual do Professor 69
EE_G15GG1_manual.indb 69
21.03.13 11:25:00
c. A cobertura vegetal protege o solo contra a erosão e ajuda-o a fixar-se. Numa área íngreme, o ser humano pode atuar positivamente cobrindo o solo com algum tipo de vegetação
que forneça proteção contra os efeitos das chuvas e para diminuir a remoção de partículas
para locais de menor altitude. A foto da página 117 relaciona-se ao assunto.
Atividade final: montando um glossário (p. 121)
Professor, a atividade proposta visa permitir que os alunos encontrem o significado de
termos geológicos, geomorfológicos e geográficos com os quais eles usualmente entrarão
em contato em seus estudos de Geografia. Caso os alunos encontrem dificuldades para realizar a atividade, selecione inicialmente alguns termos que tenham sido utilizados em sala
de aula e no capítulo, como “vulcanismo”, “abalos sísmicos” e referentes a tipos de rocha
(“magmática”, “sedimentar” e “metafórmica”), para que os alunos tenham um primeiro contato com o site indicado e aprendam melhor como procurar as palavras, e a partir daí busquem outros termos que considerem importantes e em fontes diversificadas.
Capítulo 7 – Geologia
e
Geomorfologia
do
Brasil
O capítulo pode ser iniciado por um reconhecimento das estruturas geológicas, enfatizando os tipos de rocha e a gênese de cada formação, que implica diversos fatores: as
bacias sedimentares são formadas pela acumulação e pela compactação de sedimentos; os
escudos cristalinos resultam de intensos processos erosivos em formações rochosas muito
antigas; já os dobramentos modernos são formações recentes geradas pelo enrugamento
de camadas da crosta terrestre devido ao choque de placas tectônicas.
As rochas são componentes elementares das estruturas geológicas, portanto, o estudo de seu processo de formação e transformação deve ser feito de modo indissociável do
processo de formação das unidades geológicas. A abordagem do ciclo das rochas permite
perceber que as características da composição da litosfera não são estáticas, pois as rochas
transformam-se com o passar do tempo. Desse modo, é possível ainda levar os alunos a
perceber que essa dinâmica também está relacionada às transformações nas estruturas
geológicas e, consequentemente, nas formas de relevo.
A sismicidade é um dos fenômenos ligados à estrutura geológica que mais desperta a atenção da população em geral, assim, além da própria pertinência do tema, sua abordagem contribui para ampliar o interesse dos alunos pelo conteúdo de todo o capítulo. Além das informações
do capítulo, é importante que eles sejam incentivados a pesquisar notícias e artigos jornalísticos
referentes a ocorrências de terremotos. Você pode promover a leitura coletiva desses materiais.
O trabalho com a classificação do relevo brasileiro deve propiciar aos alunos a identificação de elementos que permitam reconhecer os diferentes tipos de relevo, como os processos de formação (gênese), morfologia, estrutura geológica e topografia. Para tornar mais
concreta a identificação dos tipos de relevo, é recomendável utilizar imagens representando
paisagens brasileiras em que se destaquem formações típicas.
70 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 70
21.03.13 11:25:00
Os deslizamentos de terra são fenômenos muito frequentes em diversas regiões brasileiras. A abordagem desse tema no boxe localizado na página 133 possibilita aos alunos refletir
sobre a relação entre as características do terreno e a ocupação humana, ou seja, entre as
dinâmicas sociais e naturais. Podem-se promover debates sobre o tema, explorando principalmente suas causas e medidas de contenção.
Abertura: atividade complementar (p.122)
O texto de abertura do capítulo trabalha a questão dos terremotos no Brasil, já que o país,
apesar de estar localizado na porção central da placa Sul-americana, não está completamente a salvo dos tremores de terra. Uma possibilidade de aprofundamento dessa temática
é a pesquisa dos últimos terremotos que ocorreram no país e das consequências desses
tremores. Oriente os alunos a pesquisarem sobre o tema em sites de notícias e de busca,
pois informações sobre este são facilmente encontradas na internet. Posteriormente, peça
que apresentem, em sala de aula, o que tiverem encontrado.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
O ciclo das rochas – Interdisciplinaridade com Química (p. 124)
A análise dos tipos de rochas envolvem a apreciação de uma série de propriedades químicas, abrindo a possibilidade de associar os conhecimentos transmitidos pela Geografia no
estudo geológico com a análise dos minerais e rochas feitos pela Química.
Para ler e pesquisar – Os planaltos brasileiros e suas formas de relevo
(p. 130)
Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos apresentem formações de relevo
de diferentes regiões do país a fim de proporcionar uma apreciação da diversidade geomorfológica brasileira. Comente com a classe a respeito da estrutura geológica presente nos
relevos específicos apresentados e a interferência desta estrutura para configuração das
formas.
Retomando o conteúdo (p. 134)
1.
Tipo de estrutura geológica
Características
Escudos cristalinos
Correspondem às províncias geológicas formadas de rochas cristalinas,
como o granito e o gnaisse, a maioria de origem Pré-Cambriana.
Bacias sedimentares
Correspondem às províncias constituídas por rochas sedimentares,
como o arenito e a argila, formadas principalmente nas eras Paleozoica,
Mesozoica e Cenozoica.
Manual do Professor 71
EE_G15GG1_manual.indb 71
21.03.13 11:25:00
Dobramentos modernos
Correspondem às cadeias montanhosas formadas na era Cenozoica,
como a cordilheira dos Andes, na América do Sul; as Montanhas
Rochosas, na América do Norte; a cadeia dos Alpes, na Europa; e a cordilheira do Himalaia, na Ásia.
2. Os escudos cristalinos ocorrem em 36% do território do país. Neles são encontradas jazidas minerais, principalmente de ferro e manganês, como as localizadas na serra dos
Carajás, no Pará, e no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Os terrenos sedimentares
ocorrem em 58% do território brasileiro (excluindo os terrenos vulcânicos). Neles são encontradas as jazidas de carvão mineral, localizadas, em sua maior parte, nos estados do
Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, e as de petróleo, situadas predominantemente na
bacia sedimentar litorânea de Campos.
3. Com a exposição da rocha matriz, os agentes erosivos, como a chuva, o vento, o Sol e os
micro-organismos, desgastam a rocha e provocam seu esfacelamento. Por causa disso,
o solo fica mais espesso e surgem outros vegetais e pequenos animais. Em seguida, vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros. Esse processo
continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem local.
4. As plantas reduzem o impacto das chuvas e diminuem a velocidade da água através das
copas das árvores e das raízes. As folhas caídas também agem como cobertura para o
solo, pois contribuem para a diminuição da ação da água na superfície.
5. A sismicidade brasileira, em comparação com a da porção ocidental da América do Sul,
é modesta. Isso ocorre principalmente porque o Brasil se localiza no centro da placa tectônica sul-americana, caracterizada por ser uma área de baixa ocorrência sísmica e vulcânica. Porém, isso não significa que o país esteja livre da ocorrência de abalos sísmicos
e terremotos, pois algumas partes do território apresentam falhas geológicas que podem
resultar em tremores de terra. No Brasil, os tremores de terra registrados ocorreram em
áreas pouco habitadas ou até desabitadas e não causaram grandes prejuízos econômicos
nem vítimas fatais, exceto no caso da comunidade rural de Caraíbas, em 2007.
6. Aroldo Azevedo foi o responsável pela primeira classificação do relevo brasileiro, na década de 1940, adotando o nível altimétrico como referência; as áreas acima de 200 m foram
consideradas planaltos, e aquelas abaixo dessa cota, planícies. No final da década de 1950,
o professor Aziz Ab’Sáber apresentou uma nova classificação, utilizando como critério o
tipo de alteração dominante na superfície: os planaltos seriam superfícies aplainadas,
com predomínio de processos erosivos; as planícies seriam caracterizadas pelo predomínio de processos de sedimentação.
A classificação atual foi elaborada pelo professor Jurandyr Ross, que, baseado em imagens dos radares do projeto Radambrasil, associou três tipos de informações: os processos de erosão/sedimentação, o nível altimétrico e a base geológica e estrutural do terreno.
72 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 72
21.03.13 11:25:00
Nessa configuração, os planaltos definem-se como superfícies irregulares, de altitudes
superiores a 300 m e originadas pela erosão das rochas cristalinas ou sedimentares; as
depressões são constituídas de superfícies mais planas, com altitudes entre 100 m e 500
m, resultantes de processos erosivos; e as planícies são superfícies muito planas, formadas pelo acúmulo de sedimentos de origem fluvial, marinha ou lacustre.
7.
Macrorregião
Características
Norte
Domínio das terras baixas, com planícies que ocupam estreitas faixas de terra ao
longo dos rios e algumas depressões e planaltos sedimentares de baixa altitude.
Centro-Oeste
Domínio de unidades de relevo em forma tabular, mais conhecidas como
chapadas.
A sudoeste da região localiza-se a mais típica planície brasileira, a do Pantanal
mato-grossense.
Nordeste
Predomínio de formações planálticas sedimentares na porção ocidental e de
formações planálticas pré-cambrianas na porção oriental. Entre essas duas formações, observa-se a presença de algumas depressões que acompanham o vale
médio do rio São Francisco. Há também uma estreita faixa de terras de planícies
litorâneas, que se estende por toda a costa nordestina.
Sul
Domínio das médias e baixas atitudes (entre cerca de 600 m e 800 m), com exceção da faixa atlântica, que atinge marcas superiores a 1 000 m. A maior parte da
região é caracterizada por um relevo de formação tipicamente sedimentar.
Sudeste
Dominado por um conjunto de terrenos elevados, onde a metade das terras
situa-se acima de 500 m de altitude e 10% acima de 1 000 m, tornando a área
conhecida como região das terras altas. Ocorrência de domínios com topografia
acidentada (serras e escarpas) na porção oriental.
Ampliando o conhecimento (p. 134)
8.
a. Resposta pessoal. Professor, solicite que os alunos comparem o mapa da classificação
do relevo brasileiro proposta por Jurandyr Ross com o mapa político do Brasil, para que
possam localizar com mais precisão as unidades do relevo existentes no estado em que
vivem.
b. Resposta pessoal. Professor, tendo os alunos apresentado as formas de relevo presente
em seu estado, você pode pedir para que pesquisem algumas imagens que retratem as
paisagens essas unidades de relevo.
9.
a. A ocorrência de um terremoto é considerada uma surpresa para parte da população, pois
esse fenômeno ocorre com baixa frequência no Brasil, já que o país está situado no meio
da placa tectônica Sul-americana.
Manual do Professor 73
EE_G15GG1_manual.indb 73
21.03.13 11:25:00
b. Depende da magnitude do tremor de terra e das características das áreas de ocorrência, pois, se o epicentro se der numa área densamente habitada, os danos serão maiores
que se ocorrer nas áreas com poucas construções e com baixa densidade populacional.
Professor, você pode ressaltar que, nos países desenvolvidos, onde os terremotos costumam ocorrer com certa frequência, as medidas de prevenção contra os danos provocados
pelos tremores de terra salvam milhares de vidas todos os anos. Construções adaptadas
aos tremores e frequentes treinamentos de evacuação evitam danos sociais e econômicos
de grandes proporções. É interessante ressaltar que o Brasil não dispõe dessas medidas
devido às baixas ocorrência e intensidade desse tipo de fenômeno em seu território.
10. Professor, esta questão pode ser trabalhada em conjunto com o professor de Física, que
pode explicar o funcionamento de uma usina hidrelétrica.
a. É o planalto, pois, por causa das diferenças altimétricas existentes em parte considerável
das áreas planálticas, a velocidade das águas dos rios, responsáveis por girar as turbinas
da usina, é maior, o que propicia mais geração de energia elétrica.
b. A forma de relevo menos interessante para construir uma usina hidrelétrica é a de planície,
pois o predomínio de baixas altitudes e áreas planas faz que a velocidade de escoamento
da água seja baixa, implicando a geração de pouca energia e prejuízos econômicos. Muitas
vezes, o problema é compensado pela maior quantidade de água represada. Porém, nessas condições de relevo, isso significa o alagamento de uma área muito extensa, cuja flora
fica completamente coberta, desaparecendo, e muitos animais morrem ou são obrigados
a deslocar-se de seu hábitat natural.
Atividade final: pesquisa e trabalho de campo (p. 136)
Professor, nesta atividade, procure desenvolver com a turma a correlação entre o solo/
demais características do meio e a ação humana sobre o local. O texto apresentado funciona apenas como um modelo simplificado para que os alunos compreendam o processo de
coleta, análise e classificação dos horizontes do solo. O objetivo da atividade é que os alunos
apreendam melhor as principais características de um tipo de solo. Indicamos como sugestão de leitura:
• Manual técnico de pedologia, do IBGE: Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursos_naturais/manuais_tecnicos/manual_tecnico_pedologia.pdf>. Acesso
em: 11 mar. 2013.
Nesse manual constam informações sobre como classificar os solos quanto à textura, rigidez, coloração, granulometria e a outros aspectos. Se for possível, no período de aula, saia
com os alunos a campo para o recolhimento do material. Depois, em sala de aula, oriente-os
a analisar as amostras coletadas. Se for mais conveniente, proponha uma saída a campo por
grupos de alunos fora do período de aula.
Para o êxito da atividade, recomenda-se ainda observar as seguintes orientações:
• se possível, acompanhe os alunos na atividade de campo, para auxiliá-los ao longo do
processo;
74 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 74
21.03.13 11:25:00
• ressalte que os solos escuros nem sempre indicam alto teor de matéria orgânica e
grande fertilidade;
• aborde o fato de que os solos argilosos são menos suscetíveis à erosão do que os solos arenosos e os siltosos. Eles também têm maior capacidade de retenção de água
do que os arenosos. Já os solos com maior teor de silte estão numa situação intermediária entre os argilosos e os arenosos;
• destaque o fato de que a presença de atividade biológica e vegetação indica a existência de matéria orgânica no solo, o que aumenta seu teor de fertilidade. Quanto maior
a espessura da camada de matéria orgânica existente, maior é a possibilidade de o
solo apresentar alta fertilidade. Ressalte também o fato de que a presença de detritos
não orgânicos, como entulhos, lixo não degradável e outros objetos, demonstra o grau
de alteração do solo decorrente da ação antrópica. A presença de construções nas
proximidades da área de coleta implica, geralmente, alteração da composição original
do solo. Você também pode acrescentar que a existência de muitos fragmentos de
rochas de tamanhos diferenciados ocasiona maiores dificuldades de uso do solo para
atividades agrícolas.
Projeto interdisciplinar: erosão do solo (p. 139)
Nesse projeto, as matérias envolvidas com Geografia são Química, Física, Biologia,
Sociologia e Língua Portuguesa.
Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos acerca do processo de pesquisa, esclarecendo os procedimentos necessários a cada etapa do processo (levantamento de informações,
análise e síntese). Utilize como exemplo um texto acadêmico, relatórios ou publicações de
órgãos oficiais ou até mesmo um livro, para demonstrar a diversidade de fontes utilizadas e
o trabalho de seleção, análise e síntese de informações realizadas pelos autores, ressaltando a diferença entre copiar trechos de um documento e elaborar um texto próprio baseado
em informações retiradas de diversos documentos. Caso necessário, demonstre as técnicas
de redação abordadas na disciplina de Língua Portuguesa, destacadamente a paráfrase.
Grupo 1 – Erosão do solo
O conteúdo sobre erosão e os agentes que atuam no processo podem ser baseados no
livro e aprofundado com pesquisa realizada pelos alunos.
Os fatores que influenciam o escoamento superficial são: a densidade e a velocidade do
escoamento, a espessura da lâmina d’água, da inclinação e comprimento da vertente, e a
presença de vegetação. Dessa forma, quanto maior o volume d’água, a inclinação da vertente
e o seu comprimento, maior será a velocidade da massa d’água e, consequentemente, maior
a energia cinética. Energia cinética é a energia relacionada à movimentação dos corpos, ou
seja, é a energia que um corpo possui em virtude de estar em movimento. A vegetação também representa rugosidades na superfície por onde a água escoa, aumentando a força de
atrito e causando menor velocidade, que por sua vez possibilita maior índice de infiltração da
Manual do Professor 75
EE_G15GG1_manual.indb 75
21.03.13 11:25:00
água no solo. Portanto, a menor presença de vegetação diminui a força de atrito, possibilitando maior velocidade no escoamento superficial e maior intensidade do processo erosivo.
A energia é utilizada para realizar trabalho, que corresponde à força aplicada a um corpo
causando seu deslocamento. Se não houver deslocamento, não há trabalho. Dessa forma
há uma energia que atua na massa d’água para que esta se desloque, ou melhor, realize
trabalho. Essa energia é definida como energia potencial gravitacional. A atração da água
pela gravidade do interior da Terra faz com que ela realize trabalho, transformando a energia
potencial gravitacional em energia cinética.
Os solos mais propícios à erosão são os arenosos, sobretudo os finos, secos, ácidos, pouco
coesos, coluviais (sujeitos ao deslocamento de sedimentos pela ação da gravidade) e porosos.
Em áreas urbanas, as principais técnicas de prevenção dos processos erosivos incluem
o uso e ocupação do solo de forma adequada e obras de proteção e drenagem das águas
superficiais para minimizar os efeitos da erosão.
Em áreas rurais, áreas com declividade maior que 40% não devem ser destinadas ao
uso agrícola; nos demais casos, o plantio deve ser feito paralelamente às curvas de nível.
Recomenda-se a utilização de adubos naturais, o plantio direto para que o solo não fique
exposto, a rotação de culturas, o terraceamento, a construção de canais de desvio das águas
superficiais, de canais dissipadores de energia, de barreiras de vegetação ou de pedra, bem
como a revegetação do local. Tais procedimentos tem o objetivo de diminuir a energia cinética presente no deslocamento das águas superficiais, possibilitando maior infiltração desta
no solo e minimizando os processos erosivos.
Grupo 2 – Erosão pluvial
A erosão laminar caracteriza-se pelo deslocamento uniforme e suave de sedimentos em
toda a extensão de uma superfície sujeita ao agente erosivo. A matéria orgânica e as partículas de argila são as primeiras porções do solo a se desprenderem, sendo as partes mais
ricas e com maiores quantidades de nutrientes para as plantas. Apesar de ser de difícil
observação, a erosão laminar pode ser constatada pela diminuição na produtividade das culturas agrícolas, pelo aparecimento de raízes ou mesmo marcas no caule das plantas, onde o
solo tenha sido arrastado. A erosão laminar está associada a terrenos de baixa declividade,
com baixa energia cinética e leve processo erosivo.
Os sulcos são numerosos canais que se originam de forma aleatória nas superfícies inclinadas em decorrência do escoamento superficial de água, apresentando poucos centímetros
de profundidade. As ravinas correspondem ao canal de escoamento pluvial concentrado,
apresentando erosão com traçado bem definido, podendo atingir alguns metros de profundidade. Quanto maior a inclinação da vertente, maior será a velocidade da água e a energia
cinética envolvida, levando à intensificação do processo erosivo.
Voçoroca é o estágio mais avançado de erosão acelerada, que corresponde à passagem
gradual da água, durante o processo de ravinamento, até atingir o lençol freático. Diversos
76 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 76
21.03.13 11:25:01
processos estão presentes na voçoroca, entre eles os relacionados com o escoamento
pluvial (lavagem superficial e formação de sulcos), a erosão interna do solo, os solapamentos (afundamento do solo) e os escorregamentos dos solos, além da erosão feita
pela água do escoamento pluvial. No interior da voçoroca há surgências d’água, ou seja,
o surgimento de nascentes devido ao afloramento do lençol freático. As voçorocas estão
relacionadas a terrenos de alta declividade ou áreas com manejo de solo impróprio, já
que ambos facilitam a intensificação do escoamento superficial por canalizar e concentrar os fluxos de água, aumentando sua energia cinética e sua capacidade de deslocar
sedimentos.
A erosão por embate/salpicamento ocorre quando o impacto das águas da chuva desagrega o solo em partículas mais finas capazes de serem arrastadas pelo escoamento superficial. A desagregação e o transporte dessas partículas para jusante ocorrem por causa da
intensidade da precipitação e da coesão do solo.
Alguns elementos contribuem para a geração de sulcos erosivos, entre eles as trilhas
(especialmente as de gado) e as estradas de acesso, a concentração de águas pluviais, os locais submetidos ao manejo agrícola impróprio, a remoção de cobertura vegetal etc. Chuvas
intensas e/ou prolongadas podem provocar deslizamentos/escorregamentos de terra, que
ocorrem quando a água, ao penetrar no solo, funciona como um lubrificante entre suas partículas, facilitando o deslizamento de grandes massas de solo em áreas inclinadas.
Os movimentos de massa envolvem a descida, pela encosta de montanhas, serras e morros, de materiais como solo, rocha, detritos, lama, vegetação, gerada pela ação da gravidade
em terrenos inclinados.
As encostas são formadas por materiais inconsolidados (solo), estabilizados pelo atrito
entre as partículas, que dificultam seu deslocamento. Os escorregamentos e deslizamentos
ocorrem quando o atrito interno é vencido pela força gravitacional (responsável pelo deslocamento dos materiais inconsolidados para áreas de menor altitude). A diminuição do atrito
entre as partículas é causada principalmente pelo acúmulo de água na massa de terra, pois
a saturação do solo por água aumenta o peso do material e funciona como um lubrificante,
facilitando o deslocamento do solo encosta abaixo.
Entre os agentes naturais capazes de desencadear movimentos de massa destacam-se:
abalos provocados por terremotos e erupções vulcânicas, capazes de desestabilizar os terrenos; fusão do gelo e das neves; impacto causado por ondas do tipo tsunami; ação de ventos
fortes como tufões e furacões; erosão e intemperismo, que atuam incessantemente sobre o
solo e as rochas, sendo capazes de romper o equilíbrio das encostas; chuvas intensas e/ou
prolongadas.
Quando o homem retira a cobertura vegetal e/ou promove algum tipo de modificação nas
encostas, como ocupação irregular, cortes e aterros, ele pode desestabilizar o terreno e
provocar movimentos de massa induzidos, como escorregamento de solo e queda de blocos
de rocha.
Manual do Professor 77
EE_G15GG1_manual.indb 77
21.03.13 11:25:01
Grupo 3 – Erosão fluvial
Os alunos podem consultar o livro para explicar o que é a erosão fluvial. Eles devem ressaltar que, nesse processo, quanto maior for a velocidade da água, maior será a dimensão
das partículas de areia, das pedras e dos outros materiais transportados pelas águas e, portanto, maiores serão os efeitos da erosão nas paredes e no leito do rio. Nos rios que descem
de regiões montanhosas, a água escoa com maior velocidade e o processo erosivo é mais
intenso, principalmente durante o período das cheias ou enchentes, ou quando ocorrem enxurradas. Esta é uma das razões para não se construir próximo às margens dos rios ou nas
áreas de várzea.
O curso superior do rio compreende a nascente e o trecho de relevo mais inclinado, geralmente formado por rochas expostas na superfície e escassa formação vegetal. Nesse trecho
o poder erosivo e de transporte de materiais é muito intenso, pois a inclinação do terreno
possibilita maior velocidade do curso d’água e, consequentemente, maior a energia cinética.
Energia cinética é a energia relacionada à movimentação dos corpos, ou seja, é a energia
que um corpo possui em virtude de estar em movimento. Se as rochas do terreno são muito
resistentes, o rio circula por elas, formando quedas de água, gargantas ou desfiladeiros, o
que propicia que a velocidade da água aumente ainda mais. A menor presença de vegetação
de solos espessos diminui a força de atrito da água com a superfície, possibilitando maior
velocidade no escoamento superficial e maior intensidade do processo erosivo. A energia é
utilizada para realizar trabalho, que por sua vez corresponde à força aplicada a um corpo
que causa o seu deslocamento. Se não houver deslocamento, não há trabalho. Dessa forma,
há uma energia que atua na massa d’água para que esta se desloque, ou melhor, realize
trabalho. Essa energia é definida como energia potencial gravitacional. A atração da água
pela gravidade do interior da Terra faz com que ela realize trabalho, transformando a energia
potencial gravitacional em energia cinética, ou seja, em movimento.
No curso médio do rio, a diminuição da declividade leva à diminuição da velocidade do fluxo d’água e de sua capacidade de transportar sedimentos mais pesados, que começam a ser
depositados. Na época das cheias, o rio transborda, depositando nas várzeas grande quantidade de sedimentos. Nessas regiões formam-se grandes planícies sedimentares, onde o rio
descreve amplas curvas chamadas meandros.
O curso inferior do rio corresponde às zonas mais próximas de sua foz/desembocadura. A inclinação do terreno torna-se quase nula e há pouquíssima erosão e quase nenhum
transporte. A foz pode estar livre de sedimentação ou podem surgir nela acumulações que
dificultem a saída da água. No primeiro caso, a foz do rio recebe o nome de estuário e no
segundo, formam-se os deltas.
Mesmo nos rios que correm por áreas planas, a própria dinâmica fluvial, com a subida do
nível da água durante as cheias ou enchentes e a descida da água durante a vazante, provoca
a erosão das margens, dando origem ao processo conhecido por “terras caídas”. O processo
acontece porque a corrente de água escava a base do barranco (talude) na margem do rio,
desestabilizando o terreno, que desliza para dentro do rio.
78 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 78
21.03.13 11:25:01
Quando há excesso de sedimentos depositados no leito do rio ocorre o assoreamento. Os
leitos dos rios ficam entulhados de sedimentos, que dificultam o escoamento d’água, por
isso se tornam cada vez mais rasos e transbordam mais facilmente durante as cheias. Como
resultado, ocorrem cheias e inundações, que atingem frequentemente as classes sociais
mais baixas, segundo o nível de renda, que residem em áreas de várzea ou áreas ribeirinhas.
As principais consequências socioeconômicas são as perdas materiais (residências, móveis
e outros bens pessoais), a destruição de infraestruturas urbanas e rurais (pontes, estradas,
prédios públicos etc.), a destruição de plantações, a morte e o desaparecimento de pessoas
e de animais.
Grupo 4 – Erosão marinha costeira
A água do mar provoca erosão através da ação das ondas, das correntes marítimas, das
marés e das correntes de turbidez. O mar fica batendo dia e noite nas rochas do litoral e do
fundo do oceano, provocando o seu desgaste, por abrasão (atrito causado entre as partículas
em suspensão – silte e areia – na água e as rochas presentes na costa). É esse processo que
dá origem à areia da praia. O desgaste da ação da água também é mecânico, pois as ondas
também atiram rochas de diversos tamanhos contra os paredões rochosos litorâneos, e o
choque resultante causa fraturas em tais paredões (falésias).
Embora os principais agentes da erosão marinha sejam as ondas e as correntes, a água
do mar também atua no processo erosivo, dissolvendo rochas como os calcários, podendo
formar grutas marinhas. As rochas são formadas por diversos tipos de minerais, sendo que
alguns podem ser solúveis em água. Dessa forma, a água do mar pode atuar como solvente,
causando a dissolução desses minerais, que geram interstícios/fissuras na rocha, facilitando sua desagregação em partículas menores. Trata-se do intemperismo químico.
A erosão marinha resulta de:
•• alterações nos padrões de dispersão e transporte de sedimentos na zona costeira, relacionado ao balanço de sedimentos na zona costeira, ou seja, a diferença entre créditos
e débitos de sedimentos; assim, se para um determinado trecho da linha de costa o
balanço de sedimentos é positivo, a linha de costa avança mar adentro, se esse balanço
é negativo, a linha de costa recua em direção ao continente, e, se o balanço é zero, a
posição da linha de costa se mantém fixa;
•• intervenções humanas na zona costeira, capazes de induzir ou potencializar os processos
de degradação dessa área, entre as quais podemos citar: ocupação de áreas muito próximas ao mar, normalmente sujeitas à oscilação das marés ou à ação das ondas, principalmente durante o período de ressacas, intensificando a erosão; despejo de esgoto e águas
pluviais, que podem resultar na formação de ravinas e sulcos que vão se ampliando cada
vez mais; retirada da vegetação costeira que protege as praias e fixa as dunas; desmatamentos e retirada da mata ciliar ao longo dos rios, que contribuem para o aumento da
erosão e da quantidade de sedimentos que chegam à foz dos rios, formando bancos de
areia que modificam a direção das ondas e as correntes marítimas; construção de portos,
Manual do Professor 79
EE_G15GG1_manual.indb 79
21.03.13 11:25:01
que podem provocar mudanças na direção das ondas e correntes marítimas que vão erodir outras áreas do litoral, contribuindo para diminuição da faixa de praia;
•• possível subida do nível relativo do mar.
Para conter o avanço da erosão marinha, as técnicas mais utilizadas são a construção de
muros e espigões nas áreas criticamente atingidas e o engordamento de praia (adição de
grandes volumes de areia provenientes de outros lugares para aumentar a faixa de areia na
linha de costa). No entanto, tais técnicas são onerosas e não resolvem o problema.
Para áreas ainda não ocupadas, a solução mais adequada seria o disciplinamento do uso
do solo, com o estabelecimento de faixas de recuo.
A erosão marinha é responsável pela formação de sedimentos, que juntamente com
aqueles produzidos no interior do continente e transportados pelas redes hidrográficas ao
mar, são deslocados e depositados pela atuação das correntes marítimas.
Se um banco de areia se depositar entre a costa e uma ilha costeira, esta poderá unir-se
ao continente, formando então um tômbolo. Caso um banco de areia se deposite de modo
paralelo à linha da costa, fechando uma praia ou enseada, poderá formar uma restinga e
uma lagoa litorânea.
Os recifes podem ser: de sedimentos, quando formados pelo acúmulo de sedimentos
próximo ao litoral; ou de corais, quando formado pela superposição de esqueletos calcários
de organismos do filo Cnidária (águas vivas e anêmonas, que servem de substrato para um
grande número de outros organismos que nesse local se desenvolvem em razão dos diferentes micro-habitats que se formam, conferindo-lhe elevados índices de biodiversidade e,
consequentemente, elevada produção biológica).
Os recifes, restingas e tômbolos fazem parte dos ecossistemas costeiros e de outros ambientes importantes do ponto de vista ecológico, todos apresentando diferentes
espécies animais e vegetais, em razão das diferenças climáticas e geológicas da costa
brasileira.
Grupo 5 – Erosão glacial
A erosão glacial por abrasão ocorre quando partículas incorporadas na base de geleiras são transportadas sob intensa pressão contra a superfície rochosa. Os detritos agem
como ferramentas abrasivas, gerando superfícies com diferentes formas indicativas de fluxo, como estrias glaciais, sulcos e cristas. A maior parte da abrasão é produzida pelos fragmentos de rochas presentes na base do bloco de gelo, e não pela ação direta do gelo, visto
que este apresenta baixa dureza. A abrasão promove o riscamento e a remoção de partículas
da superfície rochosa, de acordo com a velocidade do deslocamento da massa de gelo e da
disponibilidade de fragmentos rochosos em sua base.
A erosão glacial por remoção relaciona-se à remoção de fragmentos rochosos maiores
com o deslocamento de massas de gelo, que, embora se movimentem muito lentamente,
têm uma enorme capacidade de transporte, podendo carregar blocos de rocha que se soltam ao longo do caminho, que podem atingir o tamanho de uma casa.
80 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 80
21.03.13 11:25:01
Há duas formas de erosão glacial por degelo: mecânica: ocorre quando a água acumulada nas cavidades das rochas durante o verão congela com a chegado do inverno, sofrendo dilatação; isso pressiona as paredes dos poros, rompendo a rocha e, como a cada ano
o processo se repete, a rocha aos poucos se desagrega; química: ocorre quando a água de
degelo solubiliza e carrega os minerais solúveis presentes na rocha, gerando interstícios/
fissuras na rocha e facilitando sua desagregação em partículas menores; trata-se do intemperismo químico.
Quando derretem, as geleiras formam depósitos sedimentares muito heterogêneos, chamados de morenas ou morainas, localizadas nos arredores das geleiras.
Os fiordes são corredores estreitos e profundos numa costa alta, formados pela erosão
glacial em eras geológicas passadas e atualmente submerso, invadido pelo mar. Fiordes
podem ser encontrados ao longo da costa da Noruega, na Islândia, na Groelândia, nas costas
sul e oeste do Alasca e no sul do Chile, por exemplo.
As marcas na superfície rochosa causadas pela erosão glacial por remoção e por abrasão
são utilizadas para indicar as áreas que estavam cobertas por geleiras em eras geológicas
passadas, e a direção das marcas deixadas pelo deslocamento dos blocos de gelo indicam
que antigamente a disposição dos continentes era diferente da atual, já que, quando os continentes são encaixados, marcas atualmente encontradas em diferentes porções da superfície
da Terra apresentam certa semelhança e continuidade, indicando que tais porções estavam
unidas em épocas remotas.
Grupo 6 – Erosão eólica
A partir da definição do livro, os alunos devem desenvolver o conteúdo, abordando os outros aspectos pedidos no projeto.
O transporte das partículas, pela erosão eólica, é influenciado pelo seu tamanho, pela
velocidade do vento e pela distância a percorrer. A deposição do sedimento ocorre quando a
força da gravidade é maior que a força de sustentação das partículas no ar.
Os grãos de areia variam de tamanho, de muito finos (0,125 mm) a muito grossos (2 mm).
Quanto maior a partícula de areia, menor será seu deslocamento, pois as partículas apresentam resistência ao vento de acordo com seu tamanho, que influi no seu peso. Os grãos de
areia podem ser levados por arrastamento, por suspensão e por saltação.
O deslocamento por suspensão ocorre quando as partículas menores permanecem suspensas por longos períodos de tempo em razão do fluxo de ar turbulento e da velocidade da
massa de ar, sendo transportadas a longas distâncias e formando grandes depósitos arenosos, chamados de loess, e tempestades de areia.
Quando as partículas em suspensão são depositadas, pode ocorrer a colisão com grãos
presentes na superfície, promovendo o deslocamento destes por pequenos saltos. O movimento da areia por esse processo é denominado de saltação, que provoca o desgaste da parte
inferior dos morros por abrasão (desgaste por fricção, raspagem, atrito) e a desagradável
sensação de picadas que se sente nas pernas quando se está na praia em dia de vento forte.
Manual do Professor 81
EE_G15GG1_manual.indb 81
21.03.13 11:25:01
O deslocamento por arrastamento ocorre quando as partículas movimentadas por saltação colidem com grãos de areia maiores, arrastando-os na mesma direção do vento. Esse
tipo de deslocamento é menos significativo, devido ao peso das partículas e ao atrito entre
elas e a superfície.
Os principais fatores que influenciam na erosão eólica são: clima: deve-se levar em consideração as precipitações, o vento, a temperatura, a umidade, a viscosidade e a densidade do
ar; solo: distinguem-se sua textura, sua estrutura, a densidade de suas partículas, sua matéria orgânica, a umidade e a rugosidade de sua superfície; é importante salientar que, dentre todos esses fatores, o mais importante é a umidade, pois somente o solo relativamente
seco é sujeito à erosão; vegetação: considera a altura e a densidade da cobertura vegetal.
Dentre as principais consequências da erosão eólica destacam-se: o empobrecimento
do solo, a morte das plantas, a ocupação de estradas de ferro e rodovias. Tempestades de
areia ocasionadas por severa erosão eólica causam problemas adicionais: homens e animais
sofrem por causa da inalação de poeira, que causa infecções nos olhos e no sistema respiratório; além disso, a atmosfera fica poluída.
Enem e vestibulares (p. 141)
1.
a. As principais diferenças estão em seus processos de formação. As rochas sedimentares
resultam da ação de desgaste e deposição de grãos de rochas pré-existentes, sendo
também mais friáveis. As magmáticas, com maior grau de dureza, surgem a partir da
consolidação de material ígneo, do início da formação da Terra.
b. A rocha metamórfica é o produto da transformação de rochas pré-existentes a partir de
alterações químicas de suas estruturas, resultantes da pressão do edifício geológico e
do grau geotérmico, que provocam metamorfismo na rocha.
2. Alternativa B.
3. Alternativa B.
4. Alternativa E.
5. Alternativa A.
6. Alternativa A.
7. Alternativa A.
8. Alternativa A
9. Alternativa A.
82 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 82
21.03.13 11:25:01
Capítulo 8 – A
produção de minérios no mundo
Neste capítulo, recomenda-se que os alunos sejam levados a reconhecer os principais
minérios economicamente aproveitados. Você pode solicitar que eles comparem as propriedades mais importantes dos minérios, para que possam depreender suas diferentes aplicabilidades. Incentive também a realização de pesquisas complementares, em fontes diversas,
para que os alunos aprofundem seus conhecimentos sobre as características dos minérios e
seu emprego industrial como matéria-prima de vários produtos essenciais para a realização
das atividades contemporâneas.
Instigar os alunos a realizar pesquisas para identificar os minérios empregados na fabricação dos objetos mais utilizados no cotidiano de cada um é uma maneira interessante de
abordar o tema. Eles também podem levantar informações sobre a cadeia produtiva desses
objetos.
Os recursos visuais (fotografias e mapas) do livro também podem ser explorados para
problematizar questões referentes à localização das áreas de produção mais relevantes, às estruturas de exploração e às transformações espaciais decorrentes da atividade
mineradora.
Abertura: atividade complementar (p.146)
Os minérios têm grande aplicação industrial, por isso são importantes recursos econômicos. Porém há um conjunto de aplicações específicas para cada um deles, dependendo
de suas propriedades. Uma das funções de parte dos profissionais ligados à mineração é
justamente a de classificar os minerais. Transcreva uma passagem do texto de Júlio Verne
que aluda a critérios de classificação mineral.
Resposta: “Pela fratura, pelo aspecto, pela dureza, pela fusibilidade, pelo som, pelo cheiro ou pelo gosto, era capaz de classificar sem hesitação um qualquer mineral entre as seiscentas espécies com que a ciência conta hoje em dia”.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
Para refletir e pesquisar – A mineração em Serra Pelada (PA) (p. 152)
1. Revela a situação das pessoas que vivem do trabalho no garimpo, que normalmente é de
extrema pobreza e precariedade (o “inferno”). Porém, caso uma pessoa encontre uma pedra de ouro de tamanho considerável, essa situação muda completamente, visto que ela
pode melhorar de vida e enriquecer de uma hora para outra (o “céu”).
2. Formigas ou homens-formiga eram pessoas que carregavam sacos pesados, com rochas
e terra, para fora do buraco do garimpo. Eles recebiam pagamento de acordo com a quantidade de sacos que retiravam e tinham essa denominação porque se movimentavam em
fileiras, como as formigas operárias.
Manual do Professor 83
EE_G15GG1_manual.indb 83
21.03.13 11:25:01
3. A intensa exploração mineral não existe mais e enriqueceu poucas pessoas, de fato. A
região atualmente apresenta uma população de baixíssima renda, que vive num local intensamente degradado social, cultural e ambientalmente. Os minérios remanescentes em
Serra Pelada – com destaque para o ouro, o paládio e a platina – voltarão a ser extraídos
pela empresa Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, criada por uma parceria entre a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada e uma empresa de mineração
canadense. Estava previsto que o projeto iniciaria suas atividades em 2013.
A importância da reciclagem dos produtos industriais como medida de preservação – Interdisciplinaridade com Biologia e Química (p. 154)
O tema reciclagem é amplamente abordado por diferentes disciplinas da grade curricular
do Ensino Médio. Há a possibilidade de se explorar esse tema para a elaboração de projetos
que envolvam assuntos relacionados à Biologia e Química. A Biologia pode abordar questões
referentes à preservação dos recursos naturais e os impactos ambientais causados pelas
atividades mineradoras, enquanto a Química pode trabalhar com as propriedades dos diferentes minerais.
Retomando o conteúdo (p. 155)
1. Os minerais são utilizados como matérias-primas para a indústria de base, notadamente
a siderurgia e a metalurgia.
2. Para introduzir um grande projeto de extração mineral, é necessário que nas jazidas existam minérios de qualidade e em grande quantidade. A infraestrutura adequada inclui hidrelétricas, rodovias, ferrovias e portos, além de moradias, escolas e hospitais para atender à população trabalhadora.
3. O minério de ferro é utilizado como insumo natural básico do aço (que é resultante da mistura, em proporções adequadas, de ferro metálico e carbono). Por sua grande resistência
à tração, o aço é largamente utilizado na construção civil, em fábricas de automóveis, de
ferramentas, de maquinário e na produção de trilhos de trem.
4. No setor siderúrgico, o manganês, misturado ao aço, é utilizado na fabricação de produtos
que exigem elevado grau de resistência, como escavadeiras, trilhos de trem, carros-fortes
e tanques. No setor metalúrgico, é utilizado na produção do bronze-manganês.
5. Estanho: é um dos minerais menos tóxicos e mais resistentes ao processo de oxidação,
utilizado na produção de vários itens industriais, como bronze, solda e folha de flandres. É
encontrado no minério de cassiterita e relativamente raro.
Níquel: metal raro na crosta terrestre, destaca-se pela forte resistência aos processos de
corrosão e oxidação e, por isso, é utilizado na produção de aço inoxidável.
84 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 84
21.03.13 11:25:01
Cromo: metal raro na crosta terrestre, é bastante resistente à corrosão e à oxidação e, por
isso, é utilizado no revestimento de objetos metálicos.
6. Na primeira fase de transformação da bauxita em alumínio, utilizam-se técnicas químicas
para isolar a alumina presente na bauxita. Em seguida, a alumina é solidificada em solução aquosa e transformada em hidróxido de alumínio sólido, que, depois de beneficiado,
resulta em alumina seca. Na terceira fase, a alumina seca é dissolvida em criolita, produzindo uma solução aquosa denominada criolita-alumina, que será submetida a temperaturas bastante elevadas.
A desvantagem ambiental e financeira do processo de produção do alumínio está relacionada à grande quantidade de energia elétrica que o processo exige.
7. Ouro: considerado o mais nobre dos metais (por sua ductibilidade, maleabilidade e resistência à corrosão), é usado como matéria-prima na produção de objetos valiosos e como
reserva de valor.
Prata: metal muito brilhante e resistente à corrosão, utilizado como matéria-prima na
produção de vários utensílios domésticos, joias, espelhos e materiais elétricos e fotográficos. Os países importadores são geralmente os que não têm grandes jazidas minerais e
dispõem de recursos financeiros suficientes para a compra desses minérios.
8. Países importadores: são, em geral, países que não dispõem de grandes jazidas minerais em seus territórios, necessitando da importação destes recursos para obtenção de
matéria-prima para suas atividades industriais.
Países exportadores: são predominantemente os chamados países em subdesenvolvimento, que necessitam exportar esses recursos para gerar renda. Nesse grupo, há também alguns países desenvolvidos que, já atendendo sua demanda interna, exportam esses
minérios como forma de complementação financeira.
9. Depois de reciclados, os produtos podem ser reutilizados como matérias-primas na fabricação de outros objetos (como cadernos, sacos de lixo ou pneumáticos). Esse processo é
muito importante, pois minimiza os problemas gerados pelo aumento do volume de lixo no
mundo e diminui a utilização de recursos disponíveis na natureza. Em nível global, o processo de conscientizar a população sobre essa questão ainda é lento e não atingiu índices
expressivos.
Ampliando o conhecimento (p. 155)
10.
a. Dentre os diversos impactos causados pela mineração, o texto destaca: contaminação dos
rios, lagos e lençóis freáticos; desmatamento; redução da biodiversidade; e deslocamento
da população local.
Manual do Professor 85
EE_G15GG1_manual.indb 85
21.03.13 11:25:01
b. O texto indica o aumento do rigor em relação às leis ambientais nos países da América
Latina.
c. Resposta pessoal. Professor, há a possibilidade de que as imagens coletadas pelos alunos
sejam utilizadas para algum projeto em paralelo, como a montagem de seminários, cartazes ou murais para exibição na escola ou a criação de portfolios.
11.
a. A diferença é de US$ 714.
b. O Brasil tem um enorme prejuízo financeiro e so­cial, pois, como possui siderúrgicas, poderia investir na produção dos próprios trilhos, o que geraria empregos e diminuiria gastos
com importação.
c. O minério de ferro é classificado como um recurso mineral metálico. No Brasil, suas principais jazidas estão localizadas no Quadrilátero Ferrífero (MG) e na Serra dos Carajás (PA).
Atividade final: debate (p. 157)
Os preços das commodities são determinados pela demanda do mercado, em outras palavras, a lei da oferta e da procura. Existem alguns mecanismos para proteger os produtores e
compradores das oscilações de preços, chamados de contratos futuros, nos quais os preços,
que são estabelecidos no dia do acordo, são mantidos por um prazo futuro, diminuindo os
impactos das variações de preços.
Países que apresentam elevada dependência das commodities sofrem com essa variação
de preços, apesar da existência dos contratos futuros. Exemplo é o preço do barril do petróleo, que em maio de 2008 atingiu aproximadamente US$ 130 o barril, e em junho de 2012
teve o preço em aproximadamente US$ 80 o barril. Essa variação dificulta o planejamento a
longo prazo dos países que dependem das commodities, já que a arrecadação com a venda
dos produtos primários sofre variações constantes.
Uma forma de reduzir os efeitos dessa variação de preços é adoção de tecnologias para
agregar valor aos produtos primários, como reduzir a venda do grão de soja e aumentar a
produção de produtos derivados do grão; comercializar menos minério de ferro e mais aço;
e exportar mais petróleo refinado ao invés do petróleo bruto. Isso reduz os impactos da variação das commodities e, consequentemente, aumenta a competitividade dos países produtores no mercado internacional.
Capítulo 9 – A
produção de combustíveis fósseis no mundo
Os combustíveis fósseis começaram a ser utilizados em larga escala a partir da Revolução
Industrial, sendo ainda fontes energéticas indispensáveis para o desenvolvimento das atividades humanas, principalmente aquelas que regem a dinâmica das sociedades mais industrializadas. Contextualizar situações que reforcem essas premissas ajuda no reconhecimento da importância desses combustíveis pelos alunos, ampliando os meios de abordagem do
86 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 86
21.03.13 11:25:01
tema. É importante discutir a relevância dos combustíveis fósseis para o desenvolvimento
das indústrias siderúrgicas e petroquímicas, por exemplo, e as transformações que estes
viabilizaram nos sistemas de transportes.
É fundamental fornecer subsídios para que os alunos possam analisar as especificidades
de cada tipo de combustível fóssil, de modo que consigam apontar suas vantagens e desvantagens e reconhecer suas possibilidades de uso.
Cabe ainda ressaltar que o tema tratado neste capítulo extrapola a própria questão
energética, devendo ser estimulados debates e problematizações a respeito dos desafios
tecnológicos de exploração dos recursos (o tópico pode ser ilustrado com a exploração
do petróleo na camada pré-sal no Brasil); dos impactos ambientais relacionados à extração, ao transporte, ao processamento e ao consumo dos combustíveis fósseis e derivados; e dos mecanismos políticos e de poder em torno da apropriação desses recursos.
Oriente os alunos a buscar fundamentação, para que se posicionem nesses debates, no
próprio livro didático e nas notícias veiculadas nos meios de comunicação sobre os assuntos correlatos.
Abertura: atividade complementar (p. 160)
O texto de abertura introduz o debate a respeito do excessivo apoio governamental de
diversos países do mundo aos combustíveis fósseis em detrimento do apoio dado às fontes
energéticas renováveis. Discuta com os alunos sobre a importância de maiores investimentos em energia renovável e coloque em destaque os temas relacionados à questão ambiental, como a poluição atmosférica, a maior incidência de chuvas ácidas e o debate a respeito
do aquecimento global. É importante reforçar aos alunos que os estudos a respeito de combustíveis fósseis estão diretamente relacionados ao meio ambiente, à economia mundial e à
geopolítica global.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
Petróleo: origem e importância – Interdisciplinaridade com Química
(p. 164)
O petróleo, composto de hidrocarbonetos, é um tema trabalhado de maneira intensa em
Química, e essa relação com a Geografia pode ser estabelecida a partir da análise da formação não apenas do petróleo, mas também dos outros combustíveis fósseis, como o carvão
mineral e o gás natural.
Para ler e refletir – Biomassa: uma fonte alternativa de energia? (p. 171)
A queima de biomassa, assim como a de outros materiais, pode gerar uma poluição
atmosférica local e, dessa forma, contribuir, por exemplo, para o aumento de doenças
respiratórias dessa população. Entretanto, a biomassa é considerada menos poluente
que outras fontes de energia, como o carvão e o petróleo. Portanto, devemos sempre
Manual do Professor 87
EE_G15GG1_manual.indb 87
21.03.13 11:25:01
considerar em nossa análise a quantidade de energia gerada, atentando o impacto para
a população local. Além disso, alguns pesquisadores consideram a biomassa uma fonte
de energia mais limpa graças à possibilidade de reposição ambiental mais rápida, por
meio do reflorestamento e da (re)captura de gases poluentes pela utilização de novas
áreas de plantio.
Para ler e pesquisar – Indústrias, meio ambiente e desenvolvimento
sustentável: breve histórico dos acordos internacionais (p. 172)
Resposta pessoal. Economia Verde é a associação entre diferentes processos produtivos
e o desenvolvimento sustentável. O objetivo da implantação da Economia Verde é incentivar
mudanças como o menor uso de combustíveis fósseis, a maior preocupação com o aquecimento global, o incentivo a práticas agrícolas consideradas verdes, a melhora na eficiência
energética, entre outros aspectos, sem afetar o crescimento econômico local e global. O
conceito de Economia Verde foi amplamente debatido na conferência Rio+20, apesar de ainda existirem poucos exemplos de como o crescimento econômico e o meio ambiente podem
coexistir de maneira eficiente. Estimule os alunos a descobrir esses exemplos e a expô-los
em sala de aula por meio de debates ou seminários.
Retomando o conteúdo (p. 174)
1. As fontes energéticas primárias estão relacionadas ao conjunto de matérias-primas e fenômenos naturais utilizados na produção de energia, como os combustíveis fósseis – petróleo, gás natural e carvão mineral – e os minérios atômicos – urânio e tório – ou fenômenos naturais – água de rios e ventos. Fontes energéticas secundárias são originadas pela
transformação ou conversão das fontes energéticas primárias, como a gasolina e o óleo
diesel, obtidos do petróleo; a energia elétrica, obtida com as águas correntes, nas usinas
hidrelétricas, ou da fissão de átomos de urânio nas usinas termonucleares; e a energia
eólica, obtida por meio da ação dos ventos.
2.
Combustível
fóssil
Carvão mineral
Origem
Utilização
Originado do soterramento de
antigas florestas, em ambiente
com pouco oxigênio, particularmente na era Paleozoica.
Pode ser encontrado em diversos estágios
que revelam sua qualidade: turfa, linhito,
hulha e antracito. É utilizado nos setores siderúrgico e termoelétrico. Muito empregado
durante a Primeira Revolução Industrial, foi
gradativamente substituído pelo petróleo,
por ser muito caro e muito poluente.
88 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 88
21.03.13 11:25:01
Petróleo
Óleo natural originado da conjunção de alguns fatores: plâncton e
restos vegetais depositados no
fundo dos mares e lagos (no período Mesozoico), que sofreram
intensa sedimentação pela ação
de micro-organismos e devido às
altas temperatura e pressão.
Geralmente destilado para ser utilizado
como fonte energética, é o combustível fóssil mais utilizado no planeta desde a década
de 1960, em razão de uma série de fatores:
houve avanço tecnológico em sua exploração; seu transporte é mais flexível que o do
carvão, capacidade de refinamento para a
obtenção de diversos derivados; invenção
dos motores movidos por combustão interna utilizados em sistemas de transporte,
agrícola e de aquecimento.
Gás natural
Encontrado no subsolo da crosta
terrestre associado ao petróleo,
é constituído predominantemente de gás metano.
Sua utilização tem se ampliado nas últimas
décadas, como matéria-prima no setor petroquímico e como combustível em aquecedores residenciais e em usinas termoelétricas. É menos poluente que o petróleo e o
carvão mineral.
3. Até a Segunda Guerra Mundial, a produção de petróleo no cenário internacional ainda
era pequena. Depois, sobretudo na década de 1960, surgiram diversos produtores no
Oriente Médio (motivo pelo qual essa fonte energética se tornou alvo mundial de interesses econômicos e geopolíticos), que rapidamente encontraram mercados consumidores. Até a década de 1970, poucas empresas monopolizavam esse comércio, controlando
os preços. Essa década ficou marcada pelos chamados “choques do petróleo” (em 1973
e em 1979), que consistiram em aumentos estratosféricos no preço do barril. A valorização do petróleo e sua importância geopolítica contribuíram para o desencadeamento de
conflitos políticos nos países do Oriente Médio. Esses choques estimularam a produção
de petróleo em diversas regiões do globo, bem como a busca dos países importadores
por outras fontes de energia.
4. O efeito estufa é um fenômeno natural de retenção de raios solares e consequente
aquecimento da superfície da Terra (o que permite a sobrevivência dos seres vivos).
Atualmente, o efeito estufa tem se intensificado em virtude da grande queima de combustíveis fósseis, responsável pelo aquecimento global, fruto da intensificação do uso
desses combustíveis nas atividades humanas, principalmente para a obtenção de energia. Alguns pesquisadores afirmam que a temperatura média do planeta aumentou. As
implicações desse aquecimento podem ser desastrosas tanto para os seres humanos
como para o meio ambiente. Caso o planeta esteja se aquecendo de fato, esse fenômeno
pode ter consequências como: o derretimento de vastas extensões polares, causando o
aumento do nível dos oceanos e, em decorrência disso, a inundação de áreas mais próximas à costa; a desertificação de áreas agricultáveis; a alteração dos limites das zonas
climáticas; entre outros fenômenos.
Manual do Professor 89
EE_G15GG1_manual.indb 89
21.03.13 11:25:01
5. Chuva ácida é uma precipitação cujas águas apresentam nível de acidez acima do normal.
O impacto desse tipo de chuva está relacionado à devastação de coberturas vegetais, ao
aumento do nível de acidez dos solos, a prejuízos para a fauna aquática e à corrosão de
superfícies metálicas e pintadas.
Ampliando o conhecimento (p. 174)
6.
a. O petróleo e as fontes sólidas (principalmente o carvão mineral).
b. Nesse ano, o petróleo seria a fonte energética mais usada. Os alunos podem citar exemplos de derivados do petróleo, como: plástico, gasolina, querosene e óleo diesel.
c. O petróleo é o recurso mais utilizado nos meios de transporte. Na geração de energia
elétrica, o país se destaca por suas usinas hidrelétricas, principalmente a de Itaipu, uma
das maiores do mundo. Com a instalação de gasodutos, o consumo desse tipo de energia
vem crescendo nos últimos anos. Nas siderúrgicas, é mais comum a utilização de fontes
sólidas, como o carvão mineral.
7. Professor, você pode explorar as questões de política energética brasileira em relação ao
gás natural, incluindo no debate novas informações sobre preços, fornecimento e ampliação do consumo desse tipo de combustível.
a. O gás natural pode ser utilizado, por meio de sua queima, para a geração de eletricidade ou
de força motriz para o fornecimento de frio ou calor. Já como matéria-prima, pode ser usado nas indústrias siderúrgica, química, petroquímica e de fertilizantes e para a produção de
gás carbônico nas indústrias de refrigerantes. Pode ainda ser utilizado em equipamentos
eletrodomésticos, em geradores de energia e como combustível automotivo (GNV).
b. Benefícios ambientais (é menos poluente que outras fontes não renováveis de energia),
econômicos (não provoca entupimentos nos equipamentos, aumentando a vida útil destes),
versatilidade de usos, além de não necessitar ser armazenado previamente.
c. As negociações brasileiras de compra do gás natural fecharam o preço do produto em
dólar, o que significa que o pagamento fica sujeito às variações do mercado, tornando o
acordo arriscado e podendo gerar dívidas imprevisíveis devido à possibilidade de faltarem
consumidores.
Além disso, a cláusula do take or pay obriga o país a pagar uma quantidade mínima pelo
produto, mesmo que este não seja consumido (o que de fato aconteceu durante pelo menos
uma década), gerando prejuízos desnecessários ao orçamento nacional.
8.
a. Em 1973 ocorreu a primeira grande crise do petróleo, devido ao aumento excessivo de seu
preço por parte dos países produtores. Essa elevação de preços causou instabilidade na economia mundial e estimulou o investimento dos países importadores de petróleo em novas
fontes energéticas, reduzindo um pouco a dependência global em relação ao Oriente Médio.
90 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 90
21.03.13 11:25:01
b. De acordo com a tendência mostrada no gráfico, observa-se que, apesar da redução da
participação do petróleo e do aumento da participação de outras fontes de energia, como
a biomassa e a eletricidade, ainda é muito elevada a dependência dos países da OCDE em
relação ao petróleo.
Atividade final: leitura, filme e produção de texto (p. 177)
Professor, o objetivo da atividade final é demonstrar aos alunos que a ciência está em
constante evolução e novas pesquisas podem mudar o rumo de teorias consideradas definitivas. Apesar de a poluição atmosférica ser extremamente estudada e ter consequências
conhecidas, novas pesquisas e opiniões de diferentes cientistas tendem a colocar em debate
a questão do aquecimento global e se as mudanças climáticas globais estão de fato associadas à poluição atmosférica. Há a possibilidade de ampliar a discussão em sala de aula
com filmes que mostrem as diferentes teorias e os distintos argumentos que existem sobre
a influência das atividades antrópicas nas mudanças climáticas. O filme Uma verdade inconveniente, produzido por Al Gore, traz argumentos que colocam os seres humanos como os
responsáveis pelo aquecimento global. Por outro lado, o filme A grande farsa do aquecimento
global, de Martin Durkin, apresenta argumentos que questionam o papel dos seres humanos
nas alterações climáticas que têm ocorrido na Terra e defendem que o Sol é o responsável
por essas mudanças. Caso não seja possível apresentar aos alunos os dois filmes do início
ao fim, selecione alguns trechos destes que apresentem os diferentes argumentos sobre a
quem deve ser atribuída a responsabilidade pelo aquecimento global.
1.
a. James Lovelock defende que o planeta Terra é um superorganismo vivo, em que todos os
elementos da natureza se relacionam, local e globalmente.
b. O cientista chama a atenção da comunidade internacional para os efeitos catastróficos
do aquecimento global que, segundo suas pesquisas, é causado pelas atividades humanas, que consomem intensamente os recursos naturais e geram grandes quantidades de
poluentes.
c. O segundo texto evidencia uma mudança de opinião do cientista porque a temperatura do
planeta não se elevou de acordo com as previsões feitas anteriormente, tendo aquecido em
um nível muito inferior ao esperado.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos sejam conscientizados de que o aquecimento global é um assunto ainda em discussão e novas pesquisas estão sendo feitas para
compreender a complexidade da atmosfera terrestre, não havendo um consenso científico
sobre quais são suas causas e consequências. Ressalte que, apesar de as previsões climáticas anteriores não terem se concretizado, isso não significa que a sociedade moderna
deve preocupar-se menos com a questão ambiental.
Manual do Professor 91
EE_G15GG1_manual.indb 91
21.03.13 11:25:01
Capítulo 10 – A
produção de minérios e combustíveis fósseis no
Brasil
A exploração de recursos minerais não depende apenas de possibilidades técnicas e econômicas. Também está condicionada à disponibilidade, no subsolo, de minerais que possam
ser aproveitados – como matérias-primas, fontes de energia, ou pelo seu valor de mercado
como as pedras e metais preciosos.
A diversidade de recursos minerais resulta de processos relacionados ao ciclo das rochas. Desse modo, é interessante retomar os aspectos estudados no capítulo anterior para
introduzir a temática do presente capítulo, o que também permite abordar como as condições naturais podem condicionar a realização de atividades humanas.
Os alunos podem ser incentivados a reconhecer a distribuição dos principais minerais no
Brasil, com base na interpretação do mapa da página 181 e na leitura do capítulo. Trabalhe
em parceria com os professores de Física e de Química, para que os alunos possam compreender melhor como cada tipo de mineral pode ser aproveitado industrialmente.
A presença de importantes jazidas minerais em algumas áreas (como em parte da Região
Norte) também ajuda a compreender a forma de ocupação do espaço, que pode manifestarse pela instalação de infraestruturas e pelo surgimento de núcleos de urbanização que se
destacam no conjunto regional. Os alunos podem ser levados a perceber essas relações. Para
isso, podem ser aproveitados os próprios subsídios do livro didático e, se possível, oriente-os
a realizar pesquisas para complementá-los.
Aproveite o tema para discutir de forma abrangente os pontos relacionados a exploração
mineral no Brasil. Como eixos de problematização, podem ser levantadas as questões que
envolvem a participação estrangeira na exploração desses recursos; o fato de os minerais
brasileiros serem exportados brutos em sua maioria, isto é, sem processamento industrial,
o que agregaria valor a esses produtos; e os graves problemas ambientais que a atividade
mineradora pode gerar.
As recentes descobertas de grandes jazidas de gás natural e petróleo (recurso que inclusive já começou a ser explorado na camada pré-sal) também devem ser debatidas com os
alunos e abranger reflexões sobre a redução da dependência externa, a viabilidade de um
enriquecimento mais igualitário do país (tanto na esfera territorial quanto social) e o reforço
da importância econômica do Brasil no cenário internacional.
Abertura: atividade complementar (p. 180)
Os relatos de Saint-Hilaire sobre a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema nos dão
uma ideia das infraestruturas necessárias para a exploração e para o processamento dos
recursos naturais, pois, mesmo no início do século XIX, essa instalação contava com grandiosas edificações, provocando transformações na paisagem. Na atualidade, as intervenções
são muito maiores. Tendo isso em vista, reúna-se com seus colegas e:
92 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 92
21.03.13 11:25:01
1. Discuta as razões que justificariam investimentos tão grandes para viabilizar a atividade
mineradora.
Resposta: apesar das dificuldades técnicas, das amplas infraestruturas exigidas e dos
vultosos investimentos necessários à retirada dos minérios do subsolo, esses recursos
naturais são importantíssimos para a atividade industrial e, consequentemente, para a
existência de inúmeros produtos importantes na modernidade. A importância desses recursos faz com que os lucros das empresas mineradoras sejam grandes, compensando
seus investimentos.
2. Pesquise os problemas ambientais mais comuns gerados pela exploração mineral.
Resposta: as mineradoras provocam desmatamentos, retirada das camadas de solo, destruição dos lençóis freáticos, poluição dos rios, entre outros impactos.
Sugestões interdisciplinares, boxes e atividades
A distribuição regional da produção mineral – Interdisciplinaridade com
História (p. 182)
A produção mineral brasileira está diretamente relacionada a demandas econômicas que
estimularam a busca por recursos no país. O ciclo do ouro em Minas Gerais e a busca por
minérios na Região Norte após a Segunda Guerra Mundial são tópicos que permitem a associação entre Geografia e História.
Região Sudeste – Interdisciplinaridade com Literatura (p. 184)
Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira, região do Quadrilátero Ferrífero, escreveu poemas que relatam as consequências e os impactos sociais e ambientais da mineração na região. Eles podem ser usados em sala de aula.
Para ler e refletir – A questão dos biocombustíveis (p. 190)
1. Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos respondam que os países produtores e as grandes indústrias responsáveis pela exploração, pelo refino e pela distribuição
do petróleo são os maiores interessados em manter derivados desse produto como fontes
de energia, devido aos altos lucros gerados.
2. Resposta pessoal. Professor, para que os alunos argumentem com coerência, apresente notícias recentes sobre o assunto, com pontos de vista favoráveis e contrários à
produção do etanol. Você pode promover, com a turma, um debate sobre essa questão
polêmica. Dessa forma, os alunos terão condições de desenvolver uma opinião crítica
sobre o tema.
Manual do Professor 93
EE_G15GG1_manual.indb 93
21.03.13 11:25:02
Para ler e pesquisar – A questão do gás natural e as tensões entre Brasil
e Bolívia (p. 192)
Professor, é importante que os alunos compreendam que o Brasil fez acordos bilaterais
com outros países da América do Sul sobre a questão energética. O descumprimento de um
desses acordos, em 2006, com a iniciativa de Evo Morales ao nacionalizar a produção energética do país, gerou instabilidade diplomática entre o governo boliviano e o brasileiro. Houve
dificuldades, impostas pela nova situação, para a atuação da Petrobras, em território boliviano, na exploração e distribuição do petróleo e gás natural. A discussão sobre esse embate
político, diplomático e econômico e sobre a resolução do problema pode auxiliar os alunos a
compreender o contexto geopolítico das fontes de energia e a entender a relevância do gás
natural como fonte de energia no país.
Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos mencionem as seguintes vantagens: baixo custo; menor emissão de poluentes; fornecimento contínuo de gás, sem necessidade de manter estoques; e maior facilidade no transporte e manuseio.
Retomando o conteúdo (p. 193)
1. Em seu extenso território, o Brasil possui muitos minerais, tanto em quantidade quanto
em diversidade, sendo dos maiores produtores do mundo. Os minérios de ferro, de estanho, de manganês e de alumínio são os mais produzidos no país.
2. A extração mineral é uma das atividades econômicas mais importantes dessa região, que
contém grandes áreas destinadas à extração de minério de ferro, bauxita, estanho e ouro.
3.
Macrorregião
Característica
Norte
A produção mineral é uma das atividades mais importantes na região, com destaque para a exploração de minério de ferro na Serra dos Carajás; de bauxita na
região de Oriximiná; de ouro no vale do rio Tapajós (PA); e de estanho nos garimpos da região.
Sudeste
O estado de Minas Gerais é considerado o mais rico do Brasil em recursos minerais, abrigando o chamado Quadrilátero Ferrífero, com reservas expressivas de
minério de ferro, manganês, bauxita e ouro. Na serra do Espinhaço e nos vales
fluviais dos rios Paraopeba e Doce também existem reservas minerais. A maior
parte da produção dessas áreas é escoada pela estrada de ferro Vitória-Minas até
o porto de Tubarão, de onde é exportada, ou para o porto de Santos, de onde se
dirige para o mercado interno. O transporte de minérios também pode ser efetuado pela estrada de ferro Central do Brasil.
Centro-Oeste
A região do Pantanal é a principal área de ocorrência de produção mineral do
Centro-Oeste, que se dá mais precisamente no maciço do Urucum (reservas de
manganês e minério de ferro). As dificuldades de transporte limitam a exploração dos recursos nessa área. Para os mercados argentino e paraguaio predomina a via fluvial.
94 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 94
21.03.13 11:25:02
Nordeste
A produção do cloreto de sódio (sal), o maior destaque da região, é favorecida por
condições climáticas (há o predomínio de clima quente e seco) e pela infraestrutura local (pela existência do terminal exportador de Areia Branca).
Sul
A região é relativamente pobre em recursos minerais. Há alguma produção de
minério de chumbo em Adrianópolis (PR) e de minério de cobre e carvão mineral
em Camaquã (RS).
4. Os trabalhos de exploração mineral, iniciados na região em 1960, eram realizados por uma
empresa estrangeira que, em 1970, associou-se à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD),
atual Vale, e, em 1977, retirou-se da sociedade. A então CVRD passou a executar as obras
de infraestrutura necessárias para a exploração do minério de ferro, que era parte de
ambiciosos projetos desenvolvimentistas dos governos militares. O projeto, denominado
Grande Carajás, promoveu a implantação de vários setores produtivos na região, como os
de exploração mineral, industrial, agrícola e florestal por meio de investimentos bilionários para a construção de uma infraestrutura de transporte e de produção energética que
viabilizasse as atividades econômicas nela desenvolvidas.
5. Na cidade de Oriximiná (PA) estão localizadas as maiores reservas de bauxita do Brasil.
Esse recurso passou a ser explorado na região em 1975, por meio de um consórcio entre
empresas nacionais e es­trangeiras, como a então CVRD e a companhia Mineração Rio
do Norte. Essa produção é voltada predominantemente para o mercado externo e atende
parte da demanda relacionada a projetos locais. Os projetos de maior destaque nessa área
são: Albrás (PA) e Alumar (MA).
6. Entre as fontes não renováveis, destacam-se os combustíveis fósseis, como o petróleo, o
carvão mineral e o gás natural, e os minérios radioativos (urânio e tório). Entre as fontes
renováveis, destacam-se a energia elétrica de fonte hidráulica e a biomassa, que abrange
a lenha, o carvão vegetal, o álcool e o bagaço de cana-de-açúcar.
7. Nos últimos anos, as descobertas de novas jazidas petrolíferas na plataforma continental elevaram o número das reservas de petróleo no Brasil, fazendo com que o país tenha
petróleo suficiente para suprir suas necessidades internas. As maiores reservas do país
localizam-se na bacia de Campos, cuja exploração é muito complexa, pois envolve uma
série de equipamentos de alta tecnologia para a exploração em solo oceânico, porém a
Petrobras dispõe de uma das tecnologias mais avançadas do mundo para fazer perfurações em grandes profundidades. As jazidas de petróleo da região amazônica são pouco
exploradas devido aos baixos preços do produto no mercado internacional.
8. O carvão mineral é utilizado no setor siderúrgico e nas usinas termoelétricas;
a lenha é utilizada para o consumo doméstico; e o carvão vegetal é utilizado na
siderurgia.
Manual do Professor 95
EE_G15GG1_manual.indb 95
21.03.13 11:25:02
Ampliando o conhecimento (p. 193)
9.
a. Resposta pessoal. Professor, as informações solicitadas são facilmente encontradas em
sites oficiais, como o da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em relação às irregularidades, o mais apropriado é pesquisá-las em sites de busca e de notícias.
b. Professor, o objetivo do debate é demonstrar os argumentos favoráveis e desfavoráveis
relacionados à hidroeletricidade. Temas como o menor custo da produção hidrelétrica, a
disponibilidade de rios planálticos no Brasil e os impactos socioambientais, por exemplo, o
realocamento populacional e a inundação de áreas florestadas, devem constar no debate.
10.
a. Os impactos socioambientais ocasionados pela atividade mineradora são o principal tema
tratado no texto.
b. O Projeto Grande Carajás, apesar de ter caráter desenvolvimentista voltado para a Região
Norte do Brasil, pouco contribuiu para a proteção e para o desenvolvimento da qualidade
de vida das comunidades tradicionais da região, como as indígenas, as quilombolas e as
ribeirinhas. Vale ressaltar que em diversos casos, como na construção de infraestrutura
de energia (hidrelétricas) e transporte (rodovias e ferrovias), essas comunidades foram as
maiores prejudicadas.
11.
a. As fontes alternativas de energia ganham mais espaço no cenário mundial com o objetivo
de diminuir a dependência energética com relação aos combustíveis fósseis que, além de
serem esgotáveis, são de ocorrência limitada a algumas regiões do planeta. Há também
uma questão ambiental, pois a queima dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo, principalmente) libera muitos poluentes na atmosfera. Como exemplos de fontes alternativas
podemos citar a geração de energia através dos ventos, da queima de biomassa ou do
aproveitamento da irradiação solar.
b. Tanto os países de economia desenvolvida quanto os em desenvolvimento, investirão intensamente em energias renováveis, sendo os países emergentes os grandes centros de
produção de energia.
c. Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno produza um texto levando em conta os
recursos renováveis disponíveis no território brasileiro com potencial de utilização para a
geração de energia, como tipo de energias renováveis pode-se citar a hidroeletricidade e os
biocombustíveis como o etanol e o biodiesel. As vantagens econômicas decorrentes de um
modelo pautado nas energias renováveis são a menor dependência de importações de energia (devido ao grande potencial do Brasil para a geração de energias renováveis), bem como
a possibilidade de exportar energia e atrair investimentos para o país). Os ganhos ambientais
são a diminuição da poluição atmosférica e do efeito estufa, uma vez que as energias renováveis são consideradas mais limpas, além da preservação de recursos naturais esgotáveis.
96 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 96
21.03.13 11:25:02
Atividade final: pesquisa de dados e produção de texto (p. 196)
Professor, os sites sugeridos têm diversos dados sobre o petróleo no Brasil, o pré-sal e a
região conhecida como Amazônia Azul. Essa denominação, dada pela Marinha do Brasil, devese à área ocupada (que é de aproximadamente 5,2 milhões de km2) e à elevada diversidade de
riquezas naturais disponíveis, com destaque para o petróleo existente na camada pré-sal.
O marco regulatório do pré-sal demonstra que, no futuro, a demanda por petróleo aumentará e sua produção diminuirá. Esse problema poderá ser atenuado se houver a descoberta de novas reservas de petróleo (daí a importância do pré-sal e da Amazônia Azul), o
desenvolvimento e o aprimoramento de fontes alternativas de energia e a criação de tecnologias que ofereçam maior eficiência no gasto energético, como a produção de motores de
automóveis mais econômicos.
Projeto interdisciplinar: “terras raras” (p. 198)
Nesse projeto, as matérias envolvidas com Geografia são Química e Matemática.
Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos acerca do processo de pesquisa, esclarecendo os procedimentos necessários a cada etapa do processo (levantamento de informações,
análise e síntese). Utilize como exemplo um texto acadêmico, relatórios ou publicações de
órgãos oficiais, ou até mesmo um livro, para demonstrar a diversidade de fontes utilizadas e
o trabalho de seleção, análise e síntese de informações realizados pelos autores, ressaltando a diferença entre copiar trechos de um documento e elaborar um texto próprio, baseado
em informações retiradas de diversas fontes. Caso necessário, demonstre as técnicas de
redação abordadas na disciplina de Língua Portuguesa, destacadamente a paráfrase.
As terras raras compreendem um grupo de 17 elementos químicos metálicos de ampla
distribuição na crosta terrestre, mas com baixas concentrações. Após a entrega dos relatórios, sugerimos a formação de 7 grupos para a elaboração dos cartazes/banners, conforme
especificado a seguir.
Elementos a serem apresentados pelo grupo
Grupo 1
Escândio (Sc), Ítrio (Y)
Grupo 2
Lantânio (La), Cério (Ce), Praseodímio (Pr)
Grupo 3
Neodímio (Nd), Promécio (Pm), Samário (Sm)
Grupo 4
Európio (Eu), Gadolínio (Gd), Térbio (Tb)
Grupo 5
Disprósio (Dy), Hólmio (Ho), Érbio (Er)
Grupo 6
Túlio (Tm), Itérbio (Yb), Lutécio (Lu)
Grupo 7
Principais países produtores e consumidores de “terras raras”; demanda mundial de
“terras raras” por uso final; disputas econômicas envolvendo as “terras raras” e os
problemas relacionados à sua exploração.
Note que as ilustrações (mapas, tabelas, gráficos, fotos, esquemas, desenhos etc.) e os
dados quantitativos acerca da distribuição de “terras raras” e da produção de bens podem
variar, de acordo com a fonte bibliográfica utilizada por cada grupo.
Manual do Professor 97
EE_G15GG1_manual.indb 97
21.03.13 11:25:02
Enem e vestibulares (p. 200)
1. Alternativa B.
7. Alternativa A.
2. Alternativa C.
8. Alternativa B.
3. Alternativa E.
9. Alternativa A.
4. Alternativa B.
10. Alternativa B.
5. Alternativa E.
11. Alternativa C.
6. Alternativa B.
12. Alternativa A.
7. Sugestões
de leitura
Unidade 1 – Dinâmica
espacial
TEXTO 1: o texto a seguir conta um pouco da história da linha internacional da data e como
foi feita a tentativa de traçá-la para evitar, ao máximo, problemas de diferenças de datas.
A linha internacional de data
Quando associamos instantes de tempo aos ângulos de rotação própria da Terra, fazemos um
mapeamento do intervalo (0,2π) na reta real. Nesse mapeamento há ambiguidades evidentes, pois o
tempo (medido na reta real) é ilimitado tanto no futuro como no passado, e os ângulos são naturalmente periódicos. A Terra gira do Oeste para Leste, então, se dermos uma volta completa ao redor da
Terra de Leste para Oeste, ao voltar ao ponto de partida teremos retroagido um dia (não importando,
é claro, quanto tempo tenha durado a viagem).
Este fato foi observado pela primeira vez pela expedição marítima de circunavegação do navegador português Fernão de Magalhães (1480-1521), que partiu em 20 de setembro de 1519 do porto
de Sanlúcar de Barrameda, na Espanha, com cinco navios e 256 tripulantes, sempre navegando para
oeste. Após três anos de uma viagem épica, apenas 18 tripulantes chegaram ao ponto de partida em
9 de julho de 1522, uma quarta-feira pelos registros do navio. No entanto, para espanto de todos, na
Europa já era quinta-feira, 10 de julho!
Um dos 18 sobreviventes da epopeia foi o escritor italiano Antonio Pigafetta, que pagou a viagem do próprio bolso e redigiu um detalhado relatório da viagem. Sobre esse fato, ele escreveu:
“De modo a vermos se havíamos mantido um registro exato dos dias, pedimos a todos que
desembarcassem que indagassem que dia da semana era, e eles eram informados pelos habitantes
portugueses [...] que era quinta-feira, o que nos foi causa de grande espanto, já que para nós era ainda
quarta-feira. Não pudemos convencer a nós próprios de que estávamos errados, e eu achava-me mais
surpreso que os outros, já que, tendo sempre gozado de boa saúde, eu havia diariamente, sem interrupção, registrado o dia corrente.”
98 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 98
21.03.13 11:25:02
Tal fora a surpresa pela aparente “viagem ao passado” que uma delegação foi especialmente ao
Vaticano para consultar o Papa sobre este assunto, que só foi resolvido quando o Cardeal Gasparo
Contarini explicou a discrepância de datas devido à circunavegação ter sido feita de leste para oeste.
Esse fato não era, a rigor, novo, pois o navegador sírio Abu-l-Fida, já no século XIII, sabia que, sendo
três quartos da Terra ocupados pelos oceanos, uma circunavegação faria com que se ganhasse ou perdesse um dia inteiro, se a mesma fosse feita na direção oeste ou leste, respectivamente.
[...] Na Inglaterra, o escritor Lewis Carroll (que escreveria futuramente Alice no País das
Maravilhas), em um ensaio publicado em 1850 e intitulado “The rectory umbrella”, sugeriu pela
primeira vez a fixação de uma linha internacionalmente reconhecida como marcando a mudança de
data. [...]
A necessidade de uma linha internacional de data confunde-se com a necessidade da fixação de
fusos horários, o que já havia sido sugerido por Benjamin Franklin. Em 1878 o inglês Charles Dowd
propôs a criação de ambas, com o objetivo prático de simplificar as tabelas de horários de ferrovias
transcontinentais, que eram baseadas numa grande mistura de horários locais em cada cidade.
A linha internacional de data foi estabelecida seguindo aproximadamente o meridiano existente a 180 graus de longitude do Meridiano de Greenwich (cidade próxima a Londres), sendo que
sua configuração mais recente começou a valer a partir de 1o de janeiro de 1995. A linha às vezes
desvia-se bastante desse meridiano para não cruzar países, como no extremo oriente da Rússia.
Dessa forma a linha passa pelo estreito de Bering, deixando as ilhas Aleutas para leste (a fim de
parte delas não ficar numa zona diferente do restante do Alasca). A ilha Attu, no extremo oeste das
Aleutas, é o ponto extremo dessa região, também conhecida como o “ponto mais tarde do mundo”, pois é o último lugar onde o dia termina. Mais ao sul, a linha internacional de data desvia-se
bastante para leste (quase 30 graus de longitude) a fim de manter todo o arquipélago da República
de Kiribati (originalmente uma possessão britânica) com a mesma data. Isso fez com que o atol
Carolina, no extremo leste de Kiribati, seja o ponto mais à leste na Terra, ou seja, o primeiro lugar
onde o dia nasce. A distinção de ser o lugar habitado mais à leste pertence à ilha Kiritimati (ou
Ilha do Natal) desse mesmo arquipélago. Na sequência, a linha internacional de data percorre um
caminho à leste do meridiano de 180 graus, a fim de manter vários arquipélagos do Pacífico Sul,
como Fiji e Tonga, à oeste.
Naturalmente, embora a linha internacional de data tenha sido cuidadosamente traçada de modo
a evitar problemas, ainda assim há curiosas variações, como na região entre Kiritimati (à oeste da
linha) e Samoa (à leste da linha), onde podemos ter nada menos que três datas diferentes ao mesmo
tempo! Por exemplo, quando (tempo universal, ou seja, em relação ao Meridiano de Greenwich) são
10h15 horas da manhã de uma quinta-feira, são 23h15 da noite de quarta-feira em Samoa, e 00h15
da madrugada de sexta-feira em Kiribati. Evidentemente esse problema é inevitável, e o máximo que
se pôde fazer foi restringi-lo a regiões com baixa densidade populacional.
VIANA, Ricardo. A linha internacional de data. Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/
viana/ensaios/data.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2013.
Manual do Professor 99
EE_G15GG1_manual.indb 99
21.03.13 11:25:02
Unidade 2 – Geologia
e relevo
TEXTO 2: o texto a seguir comenta sobre o abalo sísmico ocorrido em Caraíbas, Minas
Gerais, em 2007, e explica porque esse fenômeno ocorreu, mesmo em um país como o Brasil,
onde acredita-se que esse tipo de evento não deveria se suceder.
Tectônica Global
No dia 9 de dezembro de 2007, às 0h05, a comunidade rural de Caraíbas, a 32 km de Itacarambi,
no norte de Minas Gerais, experimentou o gosto amargo da Tectônica Global. A terra tremeu, seis
casas ruíram e outras 70 ficaram danificadas. Segundo moradores, “teve um estrondo que parecia de
baixo da terra. Foi um barulho que não tem filho de Deus que não ouviu. Saímos de casa correndo
e nas ruas você só escutava choros, clamor”. Mas o saldo trágico maior deste abalo sísmico de magnitude 4,9 na escala Richter foi a morte da menina Jesiqueli Oliveira da Silva, de 5 anos, o primeiro
registro de morte por terremoto no Brasil.
Costumava-se ouvir que o Brasil é um país geologicamente estável, livre de perigos da natureza
como terremotos, vulcões e tsunamis, que ocorrem frequentemente nos países andinos vizinhos. Mas
o evento relatado nos ensina que estabilidade é diferente de imobilidade e nos alerta a uma outra realidade, que envolve as escalas de tempo e espaço fora da nossa perspectiva usual. Durante uma vida
humana, por exemplo, pouco se notam as mudanças da Terra (planeta), assim como um inseto, cujo
ciclo de vida é de apenas duas semanas, não pode acompanhar o crescimento da árvore onde habita.
Guardadas as devidas proporções, assim se parece nosso planeta aos olhos humanos.
A Terra é um planeta dinâmico, em contínua transformação, resultado de processos que atuam
em escala temporal de milhares, milhões e bilhões de anos e envolvem continentes, crosta e manto.
Se ao longo de toda sua história a Terra tivesse sido fotografada do espaço a cada mil anos, e se estas
imagens surrealistas fossem transformadas num filme, veríamos a superfície do planeta em constante
mutação, com os continentes se deslocando, colidindo e se fragmentando, cadeias de montanhas se
elevando e sendo erodidas e os mares avançando sobre os continentes para, logo em seguida, recuarem novamente.
Atualmente, sabe-se que a crosta da Terra é constituída por cerca de uma dúzia de placas
litosféricas superficiais, delimitadas por uma teia de grandes falhas, profundas fossas oceânicas e
extensas cadeias de montanhas submarinas. As placas se originam no meio dos oceanos em cadeias
de montanhas conhecidas como dorsais ou cadeias meso-oceânicas e se deslocam sobre a superfície, separando-se e chocando-se como resposta a processos atuantes no manto. Dependendo das
características físicas das placas e do ângulo e da velocidade de impacto, o choque entre elas pode
provocar o mergulho da placa mais densa sob a outra e sua consequente reincorporação no manto
(como a placa de Nazca debaixo da placa Sul-americana), o enrugamento e a elevação das bordas
das placas (como na colisão das placas Indo-australiana e da Eurásia), ou o deslizamento lateral
entre ambas (como entre as placas Pacífica e Norte-americana). Esses esforços também geram
reflexos em maior ou menor grau, mais cedo ou mais tarde, em toda a extensão das placas, como
comprova o abalo sísmico relatado no primeiro parágrafo.
TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
100 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 100
21.03.13 11:25:02
Unidade 3 – Dinâmica
da produção mineral e energética
TEXTO 3: o texto a seguir fala sobre a política e os interesses envolvidos com os royalties
do petróleo do pré-sal e critica a euforia sobre o assunto sendo que não se sabe ainda, ao
certo, o quanto isso pode realmente render para o país.
Dinheiro na mão é vendaval
Vistos a distância, os royalties do petróleo soam como a panaceia do desenvolvimento brasileiro para as próximas décadas. Aparentemente eles poderão resolver os déficits dos municípios
ou tornarão reais as metas da educação. O debate acirrado no Congresso e as reações no Rio de
Janeiro ou Espírito Santo sugerem que sim. Especialistas advertem, contudo, ser necessário ir com
calma na expectativa. Não se sabe ao certo quanto representará a renda do pré-sal ou a partir de
quando ela estará disponível para ser investida. Ou simplesmente gasta, conforme o desfecho das
discussões em Brasília.
Até aqui os cálculos soam generosos, mas não muito confiáveis. A estimativa de bancar um aumento das verbas para a educação, até chegar aos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) previstos no Plano
Nacional de Educação (PNE), estaria além do que o petróleo pode de fato render na próxima década.
O foco da discussão sobre o destino dos royalties é criticado por Ildo Sauer, professor do IEEUSP [Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP] e ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras (20032007). “A discussão sobre o que fazer com os royalties não pode ser séria, sem antes sabermos de que
volume de recursos estamos falando. É inverter a lógica.”
Na educação, provavelmente, não terá o potencial redentor sugerido pelos ânimos inflados de
estados produtores e não produtores. “Será um adicional de recursos, mas não o suficiente. Precisamos
saber quantas concessões serão feitas, quanto de petróleo será produzido, a partir de quando e qual
será o preço”, diz Otaviano Helene, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo
(USP), um dos articuladores do PNE. Mas poucas respostas exatas surgiram até o momento.
Passar dos atuais 5,8% do PIB de investimentos em educação para os 10% aprovados pelos deputados à revelia do governo federal, que defendia 7%, requer injetar cerca de 20 bilhões de reais a
mais por ano no sistema educacional, até alcançar 400 bilhões de reais destinados ao ensino público
em 2020, ante os cerca de 200 bilhões aplicados atualmente, um salto mais que desejável. [...]
Após a Câmara aprovar o projeto de lei sobre os royalties sem destiná-los à educação, uma
Medida Provisória editada em 30 de novembro determinou o repasse de 100% dos recursos arrecadados nas futuras concessões para as escolas, centros de pesquisas e universidades, além de 50% do
Fundo Social do Petróleo, a ser formado com o pré-sal, sob a gestão da União.
Para especialistas, a conta não fecha, ao menos diante das informações disponíveis. Para ter uma
ideia do montante em jogo, com a produção de 2 milhões de barris de petróleo ao dia hoje no Brasil,
foram arrecadados em 2012, até novembro, 14,3 bilhões de reais em royalties, ou 0,3% do PIB. A
maior parte vai para o Rio de Janeiro, Espírito Santo e seus municípios. Não à toa os estados mais
descontentes com o PL aprovado na Câmara.
Manual do Professor 101
EE_G15GG1_manual.indb 101
21.03.13 11:25:02
A estimativa da Petrobras é produzir em 2016 cerca de 2,5 milhões de barris por dia. No bolo
entrarão apenas valores arrecadados por meio de contratos de concessão assinados daqui para a frente.
Essa exploração começará em 2013, provavelmente, com duas licitações planejadas. Uma em maio,
no regime de concessão, e outra em novembro, a primeira no modelo de partilha. “Na hipótese de
entrarem na conta mais 1 milhão de barris de petróleo ao dia, a 100 dólares o barril, daria cerca de
30 bilhões de dólares por ano, ou 60 bilhões de reais, dos quais 6 bilhões iriam para a educação. Mas
são necessários 20 bilhões em 2013, 40 bilhões em 2014, até chegar a 200 bilhões até 2020. Estamos
perdendo tempo ao não discutir outras saídas”, afirma Otaviano Helene. [...]
A incerteza sobre a arrecadação futura fez com que estados e municípios hoje fora da divisão dos
royalties reivindicassem uma parcela dos valores arrecadados atualmente. O lobby, principalmente,
municipal foi vitorioso, mas a mudança aprovada em projeto de lei na Câmara, que retirava até 3,4
bilhões do Rio de Janeiro, foi vetada pelo Palácio do Planalto.
No Congresso, os esforços se voltam para derrubar o veto. Parlamentares representantes dos 24
estados “prejudicados” conseguiram reunir votos suficientes para pedir urgência na tramitação da MP.
O objetivo é retirar a destinação de 100% para a educação com a desculpa de que a medida engessaria
o orçamento. [...]
Os estados produtores correm o risco de perder recursos que lhes serviriam de compensação
pela perda da arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a
venda do petróleo. A Constituição de 1988 mudou o recolhimento do ICMS do petróleo da origem
para o destino, o que significou uma renúncia fiscal importante para o Rio de Janeiro.
Em uma lei de 1989, foi definida a forma de recolhimento dos royalties com maior parcela aos
estados e municípios produtores, o que reduziu o “prejuízo” dessas regiões.
MAIA, Samantha. Dinheiro na mão é vendaval. Carta Capital, 11 dez. 2012. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/politica/dinheirona-mao-e-vendaval>. Acesso em: 28 fev. 2013.
102 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 102
21.03.13 11:25:02
8. Referências
bibliográficas
ALMEIDA, Rosangela D. (Org.). Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2002.
______. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2001.
______; PASSINI, Elza. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1991.
BARBOSA, Ana Amália. Interdisciplinaridade. In: BARBOSA, Ana Mae (Org.). Inquietações e mudanças
no ensino da Arte. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 105-110.
BIANCHETTI, Lucídio et al. (Org.). Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. Petrópolis:
Vozes, 1995.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, DF: MEC/SEF, 2001.
CASTELLAR, Sonia M. V. (Org.). Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2006.
CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). A Geografia na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano.
Porto Alegre: Mediação, 2005.
FAZENDA, Ivani C. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. São
Paulo: Loyola, 1979.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FRIGOTTO, Gaudêncio. A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais. In: JANTSCH, Ari Paulo; GADOTTI, Moacir. A organização do trabalho na escola: alguns pressupostos. São Paulo: Ática, 1993.
JAPIASSU, H. O sonho transdisciplinar e as razões da filosofia. Rio de Janeiro: Imago, 2006
______. Desafios da transdisciplinaridade e da complexidade. In: AUDY, J. L. N.; MOROSINI, M. C.
(Org.). Inovação e interdisciplinaridade na universidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 22-28.
MINISTÉRIO da Educação. Orientações curriculares para o Ensino Médio: Ciências Humanas e suas
tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, 2006.
VENTURI, Luís Antônio B. (Org.). Praticando Geografia: técnicas de campo e laboratório. São Paulo:
Oficina de Textos, 2005.
PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender Geografia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
SILVA, L. H.; PINTO, F. N. P. Interdisciplinaridade: as práticas possíveis. Revista Querubim, v. 5, p. 1-18, 2009.
VESENTINI, José William. Para uma Geografia crítica na escola. São Paulo: Ática, 1992.
Manual do Professor 103
EE_G15GG1_manual.indb 103
21.03.13 11:25:02
Anotações
104 Manual do Professor
EE_G15GG1_manual.indb 104
21.03.13 11:25:02
Download