ANO 2 | N° 06 | JUNHO DE 2014 Jornal do Cebrom |1 [ início ] Médicos do Cebrom participam do Goiânia Breast Cancer Symposium Entre os dias 15 e 17 de maio, médicos de todo o país estiveram em Goiânia para participar do Goiânia Breast Cancer Symposium, o GBCS 2014. O evento é um dos maiores sobre o câncer de mama no Brasil e discute os avanços relacionados ao diagnóstico e tratamento, com grande ênfase na pesquisa. Além de um estande montado no local, os médicos do Cebrom marcaram presença no simpósio. Entre eles, o Dr. Carlos Inácio de Paula recebeu a honra de batizar um dos prêmios oferecidos no evento. A l é m do P rê mio P rofes sor Carlos Inácio de Paula, outros prêmios também foram oferecidos aos trabalhos de pesquisa na área, que foram apresentados e avaliados por uma banca médica representante do evento. Esta foi a quarta edição do GBCS e contou com a participação de professores brasileiros e internacionais. Entre eles, estiveram David Hyams e Leonard Glassman, dos EUA, Francesca de Lorenzi, da Itália, e Ivan Huyghe, da Bélgica. Na programação científica do evento foram discutidos temas como mecanismos de estabilidade do genoma, quimioprevenção, ressonância magnética da mama e nanotecnologia no diagnóstico e tratamento, entre outros. [ saiba mais ] Quimioembolização hepática: o que é e como funciona? DR. LUIZ OTÁVIO CORREA* CRM XXXX junho de 2014 |2 A Radiologia Intervencionista é uma especialidade médica que merece nossa atenção, pois, utiliza formas minimamente invasivas, o que há de mais avançado no tratamento de vários problemas de saúde. A quimioembolização hepática é uma das técnicas desta especialidade. Esse procedimento garante a pacientes com tumores e lesões no fígado, um tratamento menos agressivo e tem como objetivo a manutenção de qualidade de vida do doente. A técnica, relativamente nova, consiste na realização de uma minúscula incisão na virilha do paciente, por onde é introduzido um fino tubo denominado cateter. Este é conduzido por dentro das artérias, até que alcance os vasos que levam sangue aos tumores do fígado. A alta tecnologia envolvida no procedimento prevê ainda a injeção de micropartículas, que contém medicamentos quimioterápicos. Esses minúsculos fragmentos são responsáveis pelo tratamento quimioterápico do câncer de fígado e também têm a função de bloquear os vasos que nutrem o tumor, fazendo com que ele pare de crescer e diminua de tamanho. O primeiro passo da quimioembolização hepática compreende um estudo da região do fígado próximo ao tumor em questão. Para que isso seja executado da melhor maneira são usados cateteres e micro-cateteres, que chegam próximos ao tumor. Todo esse processo é feito por meio de um pequeno corte, sem maiores agressões ao organismo, ao contrário do que ocorre em uma intervenção cirúrgica tradicional. Outra característica que faz da quimioembolização um tratamento fascinante, diz respeito às micropartículas que são levadas até os vasos e que bloqueiam a passagem do sangue que alimenta o tumor. Com tamanhos que variam entre um décimo de milímetro a meio milímetro, a evolução da qualidade dessas micropartículas merece destaque. Há cerca de dez anos, essas partículas eram produzidas a partir de um material conhecido como polivinil álcool (PVA). No entanto, esse elemento causava a aglutinação dessas partículas, impossibilitando sua chegada aos vasos estreitos mais próximos ao tumor. Em uma nova versão, esse material foi substituído por partículas esféricas de trisacryl, que não permitem essa aglutinação, garantindo melhores resultados. Essa nova tecnologia aplicada às micropartículas também possibilita que elas sejam hidratadas com os quimioterápicos, como se fossem esponjas absorvendo o medicamento, para depois liberá-lo aos poucos, por cerca de três semanas, no local do tumor. A penetração desses medicamentos no tecido hepático chega a dois milímetros de profundidade, tornando a terapia oncológica mais forte. A quimioembolização hepática é indicada aos pacientes portadores de neoplasias malignas do fígado e que não podem ser submetidos à cirurgia de retirada do tumor. Isso se deve a alguns motivos, como: a falta de condição clínica para a cirurgia hepática (quando a lesão é muito grande e a cirurgia é mais complexa); a grande quantidade de tumores; e, a proximidade da lesão à grandes vasos que podem levar a uma hemorragia, agravando o risco do procedimento cirúrgico tradicional. Esses pacientes que não podem passar pela cirurgia e que se encontram na fila do transplante de fígado conseguem, através da quimioembolização, retardar o aumento do tumor e manter a função hepática normal, enquanto aguardam o transplante. Pacientes portadores de alguns tipos de metástase hepática também são candidatos ao tratamento de quimioembolização, com o objetivo de aumentar sua qualidade de vida, bem como minimizar os efeitos devastadores de uma disfunção hepática grave. As vantagens em um procedimento minimamente invasivo, como uma quimioembolização, se estendem também ao que diz respeito ao conforto do paciente. Como as esferas liberam continuamente o medicamento apenas no tumor, os efeitos colaterais, como dores e náuseas, são atenuados, assim como a queda de cabelos e, além disso, o tempo de internação também é significativamente menor. De fato, a Radiologia Intervencionista emprega técnicas que dão ao paciente melhores condições após a intervenção médica. Diversas doenças graves podem ser tratadas sem grandes cirurgias. É a tecnologia trabalhando em favor da medicina e do ser humano como um todo. *Dr. Luiz Otavio Correa: médico pela Faculdade de Medicina do ABC SP/SP; especialista pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista; especialista em Cirurgia Geral e Vascular pela Santa Casa de São Paulo; especialista em Cirurgia Endovascular pela Beneficência Portuguesa de São Paulo; especialista em Radiologia Intervencionista pelo Dotter Interventional Institute, na Oregon Health & Science University, de Portland, nos Estados Unidos. [ tecnologia ] Atualizações em PET-CT e Medicina Nuclear DR. JOSÉ ARMANDO Z. CORTEZ* CRM XXXX No final do ano de 2013 foi publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Diário Oficial da União, a Resolução Normativa que prevê a atualização do rol de procedimentos e eventos em saúde e constitui a referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde. Entre os 44 procedimentos que tiveram ampliação na oferta de indicações está o exame PET-CT com FDG, que passa de três para oito indicações. São elas: detecção de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e câncer de esôfago. Anteriormente eram contemplados apenas os tumores pulmonares para células não pequenas, linfomas e câncer colorretal. Mais recentemente, em abril de 2014, também foram publicadas no Diário Oficial algumas portarias que preveem a incorporação do exame PET-CT na tabela de procedimentos do SUS. A tecnologia será direcionada a estratificar a extensão de vários tipos de câncer em pacientes da rede pública. Pelas portarias, são elegíveis as seguintes situações: (1) câncer de pulmão de células não-pequenas, (2) câncer colorretal com metástase exclusivamente hepática com potencial ressecável e (3) linfomas de Hodgkin e não Hodgkin. Neste último caso, também haverá avaliação da resposta do tratamento. Além disso, ainda existem evidências científicas de efetividade e alta acurácia do PET-CT com FDG, em tumores de tireoide, câncer de ovário, tumores do estômago, fígado, pâncreas e vias biliares, tumores renais e adrenais, câncer de próstata, bexiga e testículos, neoplasia de sítio primário desconhecido e, finalmente, planejamento de radioterapia para diversos tipos de neoplasias. FDG-18F (FLUORDESOXIGLICOSE MARCADO COM FLÚOR 18) A obtenção de imagens oncológicas de FDG-18F baseia-se no princípio básico de que os tumores malignos apresentam elevadas taxas de metabolismo glicolítico, superiores às presentes nos tecidos adjacentes. Após administração venosa, as moléculas desse radiofármaco atravessam a membrana celular utilizando proteínas transportadoras de glicose (GLUTs), de maneira semelhante ao que ocorre com a glicose não radioativa. As células malignas tendem a apresentar maior quantidade de GLUTs e também maior afinidade pela glicose, que proporciona alto fluxo de glicose para o meio intracelular cancerígeno. Uma vez no interior da célula, o FDG-18F é fosforilado pela enzima hexoquinase, transformando-se em FDG-18F-6-fosfato, molécula a qual a membrana celular é impermeável. Assim, a FDG-18F-6-fosfato fica retida no meio intracelular e, de um modo geral, quanto maior a quantidade dessa substância, maior a agressividade do tumor. As células tumorais não são as únicas a apresentar alta afinidade pela glicose marcada, portanto, para a adequada interpretação dos estudos de PET-CT é fundamental o conhecimento do metabolismo glicolítico normal e suas variações nos diversos órgãos e tecidos do corpo humano. Por esse motivo, a escolha de uma equipe de tradição e experiência na realização do exame é de extrema importância. Ouvidoria: 0800 940 0602 Jornal do Cebrom |3 *Dr. José Armando Z. Cortez: médico especialista em medicina nuclear e PET-CT pela FMUSP, membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear. Atua na clínica CEBRAMEN, em Goiânia. CONCENTRE SUA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA NA COOPERATIVA E GARANTA SUA FATIA DE RESULTADOS, ALÉM DOS MELHORES SERVIÇOS PARA QUEM É DONO. Unicred Centro Brasileira Referência em distribuição de resultados para os associados. Mais de R$ 40 milhões de sobras em 2013. Média de R$ 4.000,00 por associado. www.unicredgyn.com.br [ fique por dentro ] DOR MAMÁRIA, normal ou perigoso? DRA. DEIDIMAR CÁSSIA CRM XXXX Para entender os problemas da mama, é necessário saber sobre o seu funcionamento. A mama é formada por tecido glandular, tecido fibroso e gordura. Seu desenvolvimento se inicia por volta dos 10 anos de idade, como aparecimento do brotomamário. Na adolescência, as mamas continuam o seu desenvolvimento e atingem a sua formação por volta dos 18 anos. Durante as várias etapas da vida da mulher, esse órgão pode sofrer alterações, que são determinadas pelo ciclo menstrual, pela gravidez, pela amamentação, pelo uso de anticoncepcionais ou pela terapia de reposição hormonal. DOR MAMÁRIA CÍCLICA A dor mamária é um sintoma muito comum e as mulheres precisam estar atentas para classificá-la como normal ou perigosa. Existem dores na mama que são naturais da fisiologia feminina e podem aparecer frequentemente, pois estão ligadas ao ciclo menstrual. Geralmente, surgem nos dias que antecedem a menstruação e apresentam melhora ao final do fluxo menstrual. Isso acontece como consequência das alterações hormonais e pela maior retenção de líquido na segunda fase do ciclo menstrual, o que aumenta a sensibilidade, como possíveis dores. Chamamos esse tipo de desconforto de dores mamárias cíclicas, pois aparecem em períodos de tempo predeterminados. As dores mamárias que acontecem na segunda fase do ciclo menstrual e que são contínuas e/ou de forte intensidade merecem mais atenção. Isso se dá pelo fato de que as dores cíclicas só são consideradas normais se o grau de intensidade apresentar caráter leve ou moderado. Quando essa dor é muito intensa e acompanhada de algum outro EXPEDIENTE sintoma (nódulo; vermelhidão na região mamária; saída de secreção pela mama ou febre) é fundamental procurar a opinião de um especialista. DOR MAMÁRIA NÃO CÍCLICA Existem também, as dores mamárias que não seguem o padrão cíclico dos períodos menstruais. Elas são denominadas de dores não cíclicas, podendo ocorrer em qualquer época da vida reprodutiva da mulher e atingindo uma região especifica da mama. Essas dores, como não apresentam sinal de normalidade, devem ser investigadas a partir de um acompanhamento médico. Existem dois tipos de dores mamárias não cíclicas, que chamamos de dores “verdadeiras” e de dores “extra mamárias”. A dor mamária não cíclica “verdadeira” é assim chamada porque realmente aparece em uma região especifica da própria mama. Já a dor “extra mamária” é percebida através da mama, mas, na verdade, possui origem em outro local ou estrutura do corpo. Um exemplo de dor extra mamária é a fibromialgia, onde a dor generalizada tende a se localizar na região do tórax, mas alguns pacientes acabam se confundindo, acreditando que o desconforto vem da mama. Esteja sempre atento aos sintomas do seu corpo. *Dra. Deidimar Cássia: mastologista mestre em Genética; aconselhamento genético em paciente de alto risco para câncer mama; professora assistente da Faculdade de Medicina da PUC-GO. REALIZAÇÃO CENTRO BRASILEIRO DE RADIOTERAPIA, Diretor geral: Duvagner de Sá Diretora Comercial: Fernanda Marques Comercialização: Jéssica Maia Diretor de Criação: Ericson Bizinotto Reportagem e edição: Deborah Gouthier ONCOLOGIA E MASTOLOGIA Diretor Técnico: Dr. Sérgio Aidar - CRM 6086 UNIDADE UNIVERSITÁRIO: 5ª Avenida nº180, Setor Universitário, Goiânia - GO / Fone: (62) 3265-0400 junho de 2014 |4 UNIDADE BUENO: Rua T-55 nº 673, Setor Bueno, Goiânia - GO / Fone: (62) 3933-0200 CONTATO: (62) 3088-5080/ 8561-3208/ 8477-5047 [email protected]