CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Unidade Lapa Tito Aparecida

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
Unidade Lapa Tito
Aparecida Sandra Gomes Bernardes
Elis Dayane Alves Souza
Renato Bongiorno Bonfanti
O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento
de websites em dispositivos Mobile
São Paulo
2012
1
APARECIDA SANDRA GOMES BERNARDES
ELIS DAYANE ALVES SOUZA
RENATO BONGIORNO BONFANTI
O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento
de websites em dispositivos Mobile
Trabalho
de
apresentado
Senac
–
Conclusão
ao
Centro
unidade
Lapa
de
Curso
Universitário
Tito,
como
exigência parcial para obtenção do grau
de Especialista em Gestão em Web –
Tecnologias e Ferramentas Aplicadas.
Orientadora: Profª. Mª. Claudia Cristina
Moreira de Souza
São Paulo
2012
1
B456u Bernardes, Aparecida Sandra Gomes
O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento de websites em
dispositivos Mobile / Aparecida Sandra Gomes Bernardes, Elis Dayane
Alves de Souza, Renato Bongiorno Bonfanti – São Paulo, 2012.
44 f. : il
Orientadora: Profª Mª. Claudia Cristina Moreira de Souza
Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário
– Unidade Lapa-Tito, São Paulo, 2012.
Senac
1.
Mobile 2. Web Site 3. HTML 5 I. Bonfanti, Renato Bongiorno II.
Souza, Elis Dayane Alves de III. Souza, Claudia Cristina Moreira de
(Orient.) IV. Título.
CDD 006.7
2
Aparecida Sandra Gomes Bernardes
Elis Dayane Alves Souza
Renato Bongiorno Bonfanti
O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento
de websites em dispositivos Mobile
Trabalho
de
apresentado
Senac
–
Conclusão
ao
unidade
Centro
Lapa
de
Curso
Universitário
Tito,
como
exigência parcial para obtenção do grau
de Especialista em Gestão em Web –
Tecnologias e Ferramentas Aplicadas.
Orientadora: Profª. Mª. Claudia Cristina
Moreira de Souza
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada em
__/__/____, considerou os alunos:
1) Examinador (a)
2) Examinador (a)
3) Presidente
3
À nossa orientadora Prof. Mª. Claudia Cristina M. de Souza
pela colaboração no desenvolvimento deste
trabalho e parceria com o grupo.
4
AGRADECIMENTOS
Aos professores
Aos colegas
À orientadora
5
“A defesa de uma Web para todos, em qualquer dispositivo, em qualquer lugar,
segura e confiável é essencial para garantir seu crescimento.”
CECCONI, NIC.br, 2011
6
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso analisa a importância da tecnologia HTML5 no
desenvolvimento de websites a serem navegados em dispositivos móveis. O
trabalho acadêmico foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, utilizando-se
de dados documentais e estatísticos com o objetivo de analisar soluções que,
através do uso da tecnologia HTML5, permitam aos usuários que utilizam seus
dispositivos móveis como meio de acesso à Internet a realizarem uma navegação na
web de forma acessível, prática, objetiva e que contemple a visualização de
conteúdos relevantes nos websites, obtendo uma experiência agradável e
enriquecedora.
Palavras-chave: Mobile. Website. HTML5.
7
ABSTRACT
This monograph analyzes the importance of HTML5 technology in the development
of websites to be navigated on mobile devices. The academic work was developed
from bibliographical research, making use of documents and statistical data. Aiming
to analyze solutions, which through the use of HTML5 technology, allow users who
make use of their mobile devices as a way to access the Internet, to navigate on the
web in an accessible, practical and objective way, as well as contemplating the
visualization of relevant content on the websites. Thus, providing a pleasant and
enriching experience.
Key words: Mobile. Website. HTML5.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Motorola DynaTAC com seu criado Martin Cooper
16
Figura 2 - Nokia candy bar
18
Figura 3 - Nokia E90 Communicator
18
Figura 4 - Motorola V3
19
Figura 5 - Aparelho N95 Nokia
21
Figura 6 - Ascensão da AT & T no tráfego de dados móveis
22
Figura 7 - Utilização de Navegadores Mobile – Jan 2011 a Set 2012
23
Figura 8 - Mobile Cellular Subscriptions
25
Figura 9 - Exemplo no campo de busca acionado pelo Safari em
dispositivos mobile
33
Figura 10 - Exemplos de formulários acionados pelo Safari em
dispositivos mobile
34
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Crescimento da internet Móvel e Internet Fixa de 1997 a
2002
Tabela 2 -
26
Comparação de Crescimento Global Dispositivo Unidade
e Crescimento tráfego global móvel de dados de 2012 a
2016
27
10
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
11
2
O Mobile e a Internet
13
2.1
Internet – Contexto histórico
13
2.2
Mobile – Contexto evolutivo
15
3
HTML5 - Histórico e especificações técnicas
28
3.1
Contexto Evolutivo
28
3.2
Especificações Técnicas
30
4
O HTML5 como facilitador na navegação mobile
36
5
Conclusão
40
REFERÊNCIAS
42
11
1
INTRODUÇÃO
Em virtude da crescente abrangência do mercado de smartphones e celulares como
meio de acesso à Internet, as empresas e organizações que possuem websites
necessitarão realizar mudanças lógicas, estruturais e tecnológicas para adequarem
a visualização das informações de seus conteúdos online aos dispositivos móveis.
Segundo Rabin (2008), a maioria dos websites encontram-se adaptados somente
para visualizações em computadores pessoais (desktops), ocasionando problemas
na navegação e visualização nos dispositivos móveis e smartphones.
Conforme pesquisa realizada pela StatCounter Global Stats (2012), a utilização dos
celulares e smartphones como dispositivo de acesso à web vêm se tornando cada
vez mais comum entre os usuários da rede. Ainda de acordo com a pesquisa
realizada pela StatCounter Global Stats (2012), no período de janeiro de 2011 a
janeiro de 2012 mais de 8% da navegação mundial da Internet foi realizada através
de dispositivos móveis. Este número representa uma penetração de 31,8% dos 1546
milhões de telefones celulares vendidos e espera-se que o volume de smartphones
cresça para 38% dentre os telefones celulares a serem vendidos em 2013,
representando uma oportunidade maior para geração de novos negócios.
A partir destas considerações, o objetivo deste trabalho acadêmico é entender a
importância da tecnologia HTML5 na construção de websites para que estes se
tornem acessíveis adequadamente em dispositivos móveis e smartphones.
No segundo capítulo será analisado o desenvolvimento do dispositivo móvel e dos
smartphones através do tempo bem como sua influência na Internet. Nessa etapa
foram considerados os pressupostos teóricos de Berners-Lee (1999), Pantoja e
Ferreira (2000), Blois e Melca (2007), Gromov (1995), Licklider (1960), Leiner et al
(2003), Berners-Lee (1980), Rabin e McCathieNevile (2008), Wroblewski (2011),
Steinbock (2005), Fling (2009), Apercui (2012), The IT Business Edge Network
(1998), Catanzariti (2009), Fendelman (2009), Vicken (2009), Kahney (2008), Petry e
Stecanella (2012), Gardner e Grigsby (2012), Tudor at al (2010), International
Telecommunication Union (2011) e da empresa Cisco (2012).
No terceiro capítulo será analisado o contexto histórico da linguagem de marcação
HTML, contextualizando sua origem e evolução até a versão apresentada neste
12
trabalho. Essa etapa foi embasada nos pressupostos teóricos de Keith (2010),
Hickson (2012), Berners-Lee (2006), Kesteren e Pieters (2012), Chuan (2012),
Ferreira e Eis (2010), Rabin e McCathieNevile (2008), Wepman (2012) e Gardner e
Grigsby (2012).
No quarto capítulo serão analisados em detalhes os conceitos técnicos e a
importância da linguagem de marcação HTML5 como elemento principal no
desenvolvimento de websites para os dispositivos móveis e smartphones. Nessa
etapa foram considerados os pressupostos teóricos de Rabin e McCathieNevile
(2008), Wepman (2012), Taylor (2012), Chisholm at al (1999), Gardner e Grigsby
(2012), Ferreira e Eis (2010), Kato (2011) e Cox (2011).
No quinto capítulo serão apresentadas as razões que justificam o uso do HTML5
como facilitador na navegação em dispositivos móveis e smartphones. Nessa etapa
foram considerados os pressupostos teóricos Gardner e Grigsby (2012), Fling
(2009), Hardy (2012) e Gustafson (2012).
Para o desenvolvimento deste trabalho acadêmico foram utilizadas pesquisas
bibliográficas, artigos acadêmicos e contribuições de estudiosos que publicaram
artigos em sites especializados na Internet com a finalidade de reunir elementos
suficientes para o tema estudado.
13
2 O Mobile e a Internet
2.1 Internet – Contexto histórico
A Web é uma criação mais social que técnica. Eu a construí para um efeito
social - ajudar as pessoas a trabalharem juntas - e não como um brinquedo
tecnológico. A finalidade última da Web é ajudar a melhorar a “teia” de
nossa existência no mundo. Nós nos agrupamos em famílias, associações e
empresas.
[...]
O
que
acreditamos,
endossamos
e
aceitamos
é
representável e, cada vez mais, representado na Web. (BERNERS-LEE,
1999, p. 123).
A grande conquista do milênio foi o surgimento da rede mundial de computadores. A
Internet nasceu da soma de pequenas aquisições tecnológicas feitas por cientistas
extraordinários. Pantoja e Ferreira (2000) afirmam que uma das características mais
vitais para o funcionamento da rede é a capacidade de um único computador dividir
sua atenção com diversos usuários no mesmo instante, num processo conhecido
como tempo compartilhado.
A Internet configurou uma nova cartografia política, rompeu barreiras geográficas,
possibilitando
planeta,
a
navegação
através de
pelo mundo
um computador,
cibernético,
de qualquer ponto do
uma linha telefônica, cabo/satélite ou
transmissão via rádio. (Blois; Melca, 2007)
Tudo começou com o lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial lançado no
planeta Terra, feito pela União Soviética em 1957. Em resposta a esse evento, o
presidente Dwight D. Eisenhower junto com o departamento de defesa dos Estados
Unidos, viram a necessidade de criar a ARPA, Advanced Research Projects Agency.
A ARPA produziu, após 18 meses de trabalho, o primeiro Satélite dos Estados
Unidos e só alguns anos depois começaram a se concentrar em rede de
computadores e tecnologia de telecomunicações. (Gromov,1995)
Licklider (1960) obteve a idéia de uma rede mundial refletindo sobre a relação
homem-computador, com a intenção de que o objetivo dessa relação fosse utilizar
os computadores como auxílio nos processos do pensamento humano, tornando
mais fácil a resolução de problemas, formando assim, por meio dessa cooperação,
14
uma rede humana e tecnológica para o compartilhamento de conhecimentos e
informações.
Gromov (1995) ainda afirma que em 1961, alguns pesquisadores já desenvolviam a
ideia da informação viajar em pacotes de dados, porém só em 1969 o primeiro ponto
de intersecção finalmente surgiu na Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA),
que pode ser considerado o primeiro “servidor” já existente. Ainda em 1969 foi
enviada a primeira mensagem por meio da rede pelo professor Leonard Kleinrock.
Ele enviou uma mensagem do seu computador na Universidade da Califórnia para
outro que estava no Instituto de Pesquisa de Stanford, a palavra “Login”, mas
somente as letras “L” e “o” chegaram ao seu destino final.
Segundo Leiner et al. (2003), em 1969 finalmente nasceu a ARPANET (Advanced
Research Projects Agency Network), com o objetivo de conectar as bases militares e
os departamentos de pesquisa do governo americano e depois de alguns fracassos,
a rede de computadores criada pela ARPA fez a sua primeira conexão com sucesso
em outubro de 1972, sendo apresentada publicamente em uma Conferência
Internacional sobre Comunicações e Computadores. Em 1973, a ARPANET fez sua
primeira conexão internacional, entre a University College of London (Inglaterra) e
Royal Radar Establishment (Noruega) e em 1974, foi criada a Telenet, uma versão
comercial da ARPANET.
A palavra Internet, termo utilizado mundialmente para nomear a rede mundial de
computadores, foi dita em 1970, por um dos “pais da Internet”, Viton Cerf, que
posteriormente - em 1977 - criou o protocolo TCP/IP que possibilita a navegação na
Internet até os dias de hoje, como afirma Gromov (1995).
Berners-Lee (1980), pesquisador científico do CERN (Organização Europeia para
Pesquisas Nucleares) construiu o projeto ENQUIRE, um projeto usado para
reconhecer e armazenar associações de informação que foi precursor na criação da
Web. Em 1989 Benners Lee anunciou o projeto de uma rede de alcance mundial,
conhecida como World Wide Web, que foi implementada em 1990, possibilitando a
primeira comunicação entre um protocolo HTTP e um cliente servidor por meio da
rede mundial de computadores, sendo este um dos métodos de comunicação
utilizado até os dias de hoje, a Internet.
15
De acordo com Rabin e McCathieNevile (2008), por tradição, o acesso à Internet é
realizado através de telefonia fixa em computadores de mesa e grandes laptops, no
entanto, está se transformando para tornar-se mais acessível por dispositivos
portáteis e em redes sem fio.
2.2 Mobile – Contexto evolutivo
Atualmente, o telefone tem um conceito completamente diferente de 10 anos atrás.
Hoje, além dos telefones tradicionais, existem diversos modelos de telefones
móveis, que são muito mais do que telefones, os celulares. Eles são capazes de
enviar e receber mensagens de texto, navegar na Internet, enviar e-mails, fotografar,
fazer compras além de falar com outras pessoas, é claro. É possível fazer quase
tudo que é feito num computador desktop. Atualmente o celular pode ser
considerado mais como um computador pessoal do que apenas um telefone comum,
conforme afirma Wrobleswski (2011).
Segundo Steinbock (2005), a telegrafia sem fio criou o primeiro modelo de negócios
na indústria móvel. Lançado por Guglielmo Marconi sua utilização foi específica para
o setor marítimo. Ao longo do tempo, criou-se a transmissão AM (Modelação em
Amplitude), que foi pioneira pelos departamentos de polícia nos Estados Unidos, e
as comunicações por transmissões FM (Modulação em Frequência), que
proporcionou uma vantagem substancial militar para as forças de defesa dos EUA
durante a Segunda Guerra Mundial.
Steinbock (2005) ainda afirma que o conceito do celular foi descoberto por volta do
ano de 1947 pela Bell Telephone Laboratories , mas a comercialização se deu
apenas nos anos 80, com as redes de celulares analógicas, que inicialmente foram
utilizadas apenas para o mercado corporativo e hoje encontram-se extintas. Mais
tarde, o serviço foi complementado com a possibilidade de envio de mensagem de
texto, Short Message Service (SMS), que deu uma breve idéia do que os celulares
seriam capazes de fazer futuramente.
A história dos dispositivos móveis, segundo Fling (2009), pode ser dividida em cinco
épocas de dispositivos distintos (definidas como eras da telefonia móvel), pois de
tempos em tempos surgiram mecanismos que mudaram todo o processo de
utilização do celular, criando novos conceitos e idéias.
16
De acordo com Fling (2009), a era conhecida como The brick era, chamada a era do
tijolo ocorreu de 1973 a 1988 definindo a primeira geração na evolução dos
celulares. Tem esse nome devido ao tamanho e peso dos aparelhos da época. Os
aparelhos eram maiores do que os telefones convencionais com fio e muito mais
caros, portanto, eles eram poderosos o suficiente para manter os sinais em locais
remotos. A telefonia móvel certamente já existia antes dessa época, mas pela
primeira vez esses telefones portáteis e sem fios eram vendidos.
Fling (2009) destaca para esta época o aparelho apresentado na figura 1, que tem
por volta de 12 centímetros de largura e 22 cm de comprimento, pesando em torno
de 1.3 quilos. Os celulares eram grandes como “tijolos” devido ao tamanho da
bateria necessária para que o dispositivo pudesse funcionar corretamente e alcançar
longas distâncias. Eles não eram muito populares por que o preço era altíssimo, que
não compensava para a maioria da população, e sim somente para o mercado
corporativo que realmente precisava desse tipo de comunicação.
Figura 1 - Motorola DynaTAC com seu criado Martin Cooper
Fonte: Braghi, 2012.
Segundo Apercui (2012), na década de 90 esses telefones passaram a ser
acoplados em carros de luxo, e devido a essa mobilidade mais torres foram
instaladas para aumentar a cobertura da rede. Como a distância das torres diminuiu,
as baterias também diminuíram de tamanho, abrindo espaço para aparelhos
menores até chegar aos dias atuais, onde os aparelhos cabem na palma de nossas
mãos.
De acordo com a The IT Business Edge Network (1998), a segunda geração na era
dos dispositivos móveis ocorreu entre 1988 e 1998, ficando conhecida como The
17
candy bar era. O nome candy bar (barra de chocolate) se dá por conta do formato
dos aparelhos dessa geração, normalmente eram longos, finos e retangulares,
conforme representado na figura 2, e alguns utilizados até os dias de hoje. De
acordo com Fling (2009) esse período foi um dos períodos mais significativos na
história do celular, pois foi neste momento que as empresas visualizaram a real
importância do aumento da rede e o lucro que poderia ser obtido por meio das
operadoras de celular e, a partir de 1991, na Finlândia, começou a ser utilizada a
segunda geração dos celulares, o 2G. Os aparelhos diminuíram de tamanho por
conta da diminuição da demanda de energia em sua utilização, se tornando pequeno
o suficiente para caber no bolso.
Fling (2009) ainda afirma que no início de 1990, finalmente, com a prosperidade
econômica da classe média na Europa, EUA e Japão, com o conhecimento e nova
visão sobre a utilização de telefones celulares, sendo um item de luxo, todos ao
redor do mundo queriam um aparelho. Com isso, os lucros das operadoras de
telefonia fixa começaram a diminuir, a medida que as de telefonia móvel
aumentavam. Nessa época, a instalação de uma linha de telefone fixo, tinha de ser
solicitada ao governo e demorava meses para ser instalada. Enquanto aguardavam,
as pessoas compravam um telefone móvel para se comunicar.
Os telefones da geração 2G utilizavam a tecnologia GSM - Global System for Mobile
communications – que permitia o envio de mensagens de texto ou SMS (Short
Message Service). As operadoras utilizaram inicialmente essa tecnologia para o
envio de notificação sobre uma nova mensagem de voz aos assinantes, mas por um
descuido, as mensagens de texto não foram cobradas dos assinantes, a partir disso,
as pessoas começaram a perceber que os celulares não serviam apenas para fazer
ligações, mas também para mandar mensagens de texto, e começaram então a
enviar mensagens de texto gratuitamente, o que era uma grande vantagem, levando
em consideração que o valor das chamadas de voz ainda eram altos. Foi assim que
a mensagem de texto limitada a 140 caracteres nasceu, conforme Fling (2009).
18
Figura 2 - Nokia candy bar
Fonte: Fling, 2011.
Segundo Catanzariti (2009) nessa mesma era, no ano de 1996, foi lançado à série
de dispositivos móveis da Nokia, chamados Communicator 9000, conforme ilustrado
na figura 3, que foi o primeiro aparelho com um navegador web e controles que
davam a ideia de um computador de bolso.
Figura 3 - Nokia E90 Communicator
Fonte: Staska, 2007.
A terceira geração dos telefones móveis ficou conhecida como The Feature Phone
era e ocorreu entre 1998 e 2008, tem esse nome devido ao número de novos
recursos de multimídia disponibilizados no aparelho celular, como afirma Fling
(2009),
Até então, os aparelhos serviam basicamente para telefonar e enviar mensagens de
texto. Nesse período o celular se tornou um novo dispositivo, além das funções
normais, permitia ouvir música, tirar fotos e até acessar a Internet, o salto para a
19
terceira geração não foi tão imenso quanto da primeira para a segunda, mas foi
importante para chegar onde estamos atualmente.
Essa etapa pode ser chamada de era 2.5G, pois está entre a 2ª e 3ª geração, como
afirma Fendelman (2009). Foi nesse período que surgiu o GPRS (General Packet
Radio Service), criado pelas operadoras de telefonia móvel GSM, uma tecnologia
que permite a transferência de dados por meio de pacotes, através das redes GSM
encontradas.
O aparelho de celular que representa muito bem essa mudança é o modelo ilustrado
na figura 4, que veio com um design diferente e elegante, com uma câmera razoável
e um navegador de Internet bem simples. Segundo Fling (2009), nessa época, a
navegação na Internet pelo telefone móvel era muito precária, cara e tinha pouco
marketing, por estas razões os consumidores não a utilizavam. A Internet no celular
se resumia à navegação por pequenos portais das operadoras para compra de
toques para o celular, imagens e afins.
Figura 4 - Motorola V3
Fonte: Arjonillo, 2011.
De acordo com Fling (2009), a geração atual dos dispositivos móveis ficou
conhecida como The smartphone era, e ocorreu de 2002 até o presente. Ele ainda
afirma que não é possível definir o que é e o que não é um smartphone, pois a
maioria desses aparelhos possuem os mesmos recursos dos aparelhos da geração
anterior, como fazer ligações, mandar SMS, tirar fotos e navegar na Internet. O que
o diferencia é basicamente o sistema operacional melhorado e, às vezes, comum
20
entre eles, em alguns modelos o teclado é maior (deifindos como teclados qwerty) e
possuem conexão wi-fi.
Segundo Steinbock (2005), desde 2001, em todo o mundo o mercado da telefonia
móvel têm testemunhado a primeira transição para o celular com multimídia,
conhecida como UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) na Europa e
3G nos Estados Unidos. Estes, no entanto, foram precedidos pela inovação da NTT
DoCoMo, principal empresa de telefonia no Japão.
Conforme Fling (2009), as empresas tentaram colocar o smartphone como um
substituto do laptop. A Nokia, por exemplo, criou uma série de celulares chamada
“comunicator 9000” que aparentemente eram celulares comuns, mas ao abrí-los ele
se tornava um pequeno computador, revelando uma tela grande e um teclado
diferenciado. Para acompanhar o mercado a Microsoft criou um sistema operacional,
o Windows CE, que futuramente veio a ser o Windows Phone.
A empresa Handspring, havia criado em 2002, um aparelho nomeado PDA
(Personal Digital Assistent), que era basicamente um computador de bolso, não
fazia ligações, apenas gerenciava informações. Segundo Vicken (2009), a empresa
combinou o PDA, que utilizava o sistema operacional Palm OS, com um módulo de
telefone, o que veio a ser a linha Treo, pequenos computadores de bolso que faziam
ligações e acessavam a Internet, porém com uma interface e visual diferente dos
outros aparelhos. Nessa onda e com a experiência da linha Treo, em 2003, foi criado
o primeiro Blackberry, pela empresa Research in Motion um aparelho que tinha um
sistema operacional próprio, focado mais na área corporativa para recebimento de emails, gerenciamento de agenda e funções de cunho empresarial.
Fling (2009) ainda afirma que muitas empresas que não eram da área de telefonia
móvel, investiram nessa era, porém ainda não estavam preparadas para a crescente
demanda das operadoras, nem para a indústria que estava altamente competitiva e
em ritmo muito acelerado. Levou algum tempo para as empresas entenderem o
ritmo e criarem a combinação perfeita para a produção do smartphone equilibrando
recursos e estabilidade. Enquanto isso, as empresas que se estabilizaram na era
anterior continuaram evoluindo, criando aparelhos cada vez melhores, fixando ainda
mais a idéia de computadores de bolso, juntando recursos dos PDA’s com os
celulares comuns, possibilitando a conexão com os computadores para a troca de
21
informações. Na época, o sistema operacional que se destacou foi o Symbian OS,
criado pela empresa Symbian Ltda. Inicialmente este sistema era utilizado em
diversos aparelhos, mas o símbolo dessa era, pela variedade de aplicações
interessantes, é o N95, conforme apresentado na figura 5.
Figura 5 – Aparelho N95 - Nokia
Fonte: German, 2012.
Apesar de tantos esforços pela alta movimentação por parte das indústrias para a
criação de novos produtos, os smartphones ainda não eram o principal interesse do
público. Fling (2009) afirma que os smartphones atingiam de 10 a 15% do mercado
mundial de telefonia celular, o que é uma estimativa baixa para tantas expectativas.
Nessa época, os celulares se tornaram computadores pessoais, mas ainda assim,
as pessoas não estavam interessadas, suficientemente, pois os celulares não
chamavam a atenção porque não tinham uma “identidade”. Esse conceito começa a
mudar com a chegada da era touch, paralelamente com a era do smartphone,
despertando assim o interesse do público em geral em obter um dispositivo que
pudesse ser utilizado como um computador pessoal e celular.
Conforme Kahney (2008), Steve Jobs, fundador da empresa Apple, em 9 de janeiro
de 2007, apresentou na conferência MacWorld em San Francisco o primeiro iPhone.
Um aparelho com a tela sensível ao toque e tecnologia multi touch permitindo a tela
reconhecer toques simultâneos, chamando assim a atenção do mundo inteiro,
caracterizando de 2007 até os dias de hoje a The touch era – A era do toque.
Segundo Fling (2009), em 2008, sua segunda versão, já se tornara o smartphone
mais vendido dos Estados Unidos, tomando a posição de 30% do mercado de
smartphones.
22
Com esse sucesso e a facilidade de navegação, o acesso à Internet por meio do
celular aumentou significamente. A união do telefone móvel e da Internet possibilitou
o acesso de todos os lugares e por diversos aparelhos. De acordo com Petry e
Stecanella (2012), a expansão desse segmento se deve, principalmente, por conta
do aumento da penetração de dispositivos com acesso à Internet e de banda larga
móvel no mercado, no início acessível apenas para clientes das classes A e B em
função do alto custo dos aparelhos e dos planos de dados, agora se tornando
acessíveis também à nova classe média, ganhando cada vez mais espaço nas
compras e aumentando a utilização da Internet nos dispositivos móveis.
Conforme Kahney (2008), o iPhone se tornou umas das 10 melhores plataformas
para se acessar a Internet, acima do Windows CE e Windows Mobile. A partir da
terceira geração do iPhone, é possível comprar, baixar arquivos, softwares e instalar
aplicações nos celulares através da Internet, personalizando cada vez mais o
aparelho e abrindo espaço para um novo mercado, como podemos ver no gráfico da
figura 6.
Figura 6 - Ascensão da AT & T no tráfego de dados móveis
Fonte: Wroblewski, 2011.
Confome Fling (2009), com a explosão do iPhone, novos aparelhos com conceitos
parecidos foram criados, de diversas marcas e preços, popularizando ainda mais os
smartphones. Os dispositivos móveis atuais são um meio completamente novo,
capazes de oferecer às pessoas formas originais de interagir e compreender a
23
informação. Atualmente os dispositivos conseguem definir sua localização, seus
movimentos, possuem comandos de voz mais avançados e cada vez mais mudam o
conceito de celular para a humanidade, oferecendo mais conforto e facilidade à vida
das pessoas. Com isso, a população finalmente percebeu que um telefone é mais do
que apenas um dispositivo capaz de realizar chamadas telefônicas.
De acordo com Gardner e Grigsby (2012), os assinantes de dispositivos móveis
estão navegando na Internet através de celulares e smartphones em números cada
vez maiores e continuam fazendo atualizações de seus dispositivos para modelos
mais poderosos com navegadores web mais completos e compatíveis com os
padrões vigentes como demostra a pesquisa da StatsCouter Global Stats realizada
em outubro de 2012 relativo à utilização dos navegadores em dispositivos móveis e
smartphones correspondentes aos meses de janeiro de 2011 a setembro de 2012,
ilustrado na figura 7.
Figura 7 - Utilização de Navegadores Mobile – Janeiro de 2011 a Setembro de 2012
Fonte: Statcounter Global Stats, 2012.
De acordo com Fling (2009), o motivo do crescimento na utilização da Internet
através de dispositivos móveis se deve à entrada do iPhone no mercado em função
da nova forma de navegação e interatividade dos navegadores, que sofreram
24
mudanças significativas com a entrada do dispositivo, que possibilitava acesso à
Internet, vídeos, aplicativos e música utilizando um único aparelho.
Conforme Wroblewski (2011), através da entrada do iPhone no mercado, outros
fabricantes atualizaram seus dispositivos inserindo ferramentas e aplicativos que
facilitaram o acesso à Internet, fazendo com que as mudanças na tecnologia mobile
acontecessem de forma rápida, resultando nas seguintes tendências:

Inserção
de
“browsers
(navegadores)”
como
aplicativo
padrão
nos
dispositivos móveis na maioria dos fabricantes;

O aumento no uso da Internet através de dispositivos móveis poderá
ultrapassar o uso via computadores pessoais.
A era decorrente vivenciada hoje é uma mescla entre a Era Smartphone e a Era
Touch. Os dispositivos móveis estão por toda parte, de todos os tipos, tamanhos e
cores, conforme afirma Wroblewski (2011), e a Internet móvel não está crescendo
apenas porque os dispositivos estão ficando melhores, eles estão ficando mais
baratos também.
Conforme Tudor at al. (2010), no terceiro trimestre de 2010, as vendas de
smartphones cresceram 96% em relação ao ano anterior por conta de que pessoas
que não conseguem comprar um computador desktop ou um laptop podem ficar
online através de um dispositivo móvel, que estão com custo relativamente baixo e
com planos de dados mais acessíveis. A maior cobertura e maior velocidade da rede
de tráfego de dados também ajudam a aumentar o número de consumidores de
smartphones.
De acordo com a pesquisa realizada pela International Telecommunication Union
(2011), existem quase 1,2 bilhão de usuários da web móvel no mundo, o que é cerca
de 17% da população global e, em 2011, eram por volta de 5,9 bilhões de
assinaturas de celular em todo o mundo, conforme ilustra a figura 8. Wroblewski
(2011) ainda afirma que o crescimento da Internet móvel ultrapassou a internet fixa
em 8 vezes e o crescimento mundial de tráfego de dados móveis deve ser de 26
vezes para os próximos 5 anos.
25
Figura 8 - Mobile Cellular Subscriptions
Fonte: ITU World Telecommunication/ICT Indicators database, 2011.
De acordo com a Cisco (2012), o crescimento na transferência de dados através da
Internet foram disponibilizados para prever e monitorar o impacto referente ao
tráfego em dispositivos móveis, identificando que o crescimento de dados móveis
hoje é similar ao crescimento mundial da Internet na década de 1990 e que, a longo
prazo, o tráfego da Internet móvel e fixa devem ficar aproximadamente na mesma
taxa de crescimento, embora ela seja susceptível de se manter maior do que a taxa
de crescimento da Internet fixa durante a década seguinte, conforme dados
informados na tabela 1.
26
Tabela 1 - Crescimento da internet Móvel e Internet de Fixa 1997 a 2002
Crescimento global do tráfego Internet
O crescimento do tráfego móvel global de
(Fixo)
dados
1997
178%
2009
140%
1998
124%
2010
159%
1999
128%
2011
133%
2000
195%
2012 (estimativa)
110%
2001
133%
2013 (estimativa)
90%
2002
103%
2014 (estimativa)
78%
Fonte: Cisco VNI Móvel, 2012.
Segundo números apresentados pela Cisco (2012), além da telefonia móvel, a
Internet móvel não se limita apenas a smartphones, agora existe também a
possibilidade de acesso por meio de outros dispositivos, tais como os tablets,
notebooks, netbooks e consoles de videogame portáteis, conforme informados na
tabela 2.
27
Tabela 2 - Comparação de Crescimento Global Dispositivo Unidade
e Crescimento tráfego global móvel de dados 2012 a 2016
Tipo de
Crescimento em Usuários,
O crescimento do tráfego de
Dispositivo
2011-2016 CAGR
dados móveis,
2011-2016 CAGR
Smartphone
24%
119%
Console de jogos
56%
76%
Tablet
50%
129%
Laptop e netbook
17%
48%
M2M módulo
42%
86%
portátil
Fonte: Cisco VNI Móvel, 2012.
Conforme estudo apresentado neste capítulo existe uma demanda crescente no
acesso à Internet através dos dispositivos móveis e smartphones. No próximo
capítulo, serão apresentadas soluções técnicas para que os websites acompanhem
a evolução do uso da Internet, permitindo aos usuários uma experiência de
navegação adequada quando acessados através dos dispositivos móveis e
smatphones.
28
3 HTML5 - Histórico e especificações técnicas
3.1
Contexto Evolutivo
Existe uma vasta possibilidade de acesso à Internet através dos dispositivos móveis
e smartphones. Neste capítulo serão abordados o contexto histórico e as
características
técnicas
da
linguagem
HTML,
responsável
por
permitir
a
navegabilidade nos websites em âmbito geral.
De acordo com Keith (2010), o HTML (HyperText Markup Language - Linguagem de
Marcação de Hipertexto) é a linguagem universal para o desenvolvimento de
estruturas de páginas na web criada por Tim Berners-Lee em 1991. No artigo
intitulado “HTML Tags”, Berners-Lee apresentava um conjunto de dez a doze
marcações, com conceito de “tags” herdado da linguagem SGML (Standard
Generalized Markup Language) que possibilitariam o desenvolvimento de páginas
para Internet.
Keith (2010) afirma que a evolução do HTML foi marcada principalmente com o
lançamento da versão 2.0 publicada no IETF (Internet Engineering TaskForce), pois
em sua primeira versão, não foram realizadas muitas aplicações, no entanto, as
publicações das revisões desenvolvidas para o HTML foram substituídas em
meados da década de 90 pelo W3C (The World Wide Web Consortium), e
publicadas no endereço eletrônico http://www.w3.org, tendo passado por diversas
revisões, chegando à sua versão mais marcante e revolucionária em 1999 através
do HTML 4.01 e, após a publicação do HTML 4.01 a grande mudança anunciada
pelo W3C foi a revisão chamada XHTML 1.0, com a incorporação das regras de
sintaxe da linguagem de marcação XML (eXtensible Markup Language), a
linguagem base das recomendações do W3C, tornando o HTML mais rígido em sua
forma de escrita e possibilitando melhor semântica dos elementos estruturais.
Visando melhorar ainda mais as regras sintáticas do XHTML 1.0 e possibilitar o
andamento do projeto The Web Standards Project (Os Padrões para Projetos Web)
o W3C revisou o XHTML 1.0 lançando o XHTML 1.1, que fazia jus às totais regras
do XML, porém, em função de tanta rigidez não permitia sua renderização nos
navegadores como um documento escrito em HTML, somente como XML, o que
29
distanciou o W3C das reais necessidades do dia a dia para publicação de páginas
web. (Keith 2010)
De acordo com Hickson (2012), desenvolvedor que influenciou arduamente os
padrões para web, após a publicação final da versão do XHTML 1.1, o W3C iniciou
seus trabalhos em uma nova versão do XHTML - o XHTML 2.0, onde, apesar do
nome parecer somente uma atualização da versão 1.0, seu objetivo era criar uma
nova linguagem baseada em uma recente versão do XML, o que impactaria na
incompatibilidade das versões anteriores do HTML, tendo o objetivo de suprir todas
as falhas publicadas nas versões anteriores, porém, não obteve sucesso.
Segundo Keith (2010), conflitos internos no W3C marcaram uma época em que, ao
sugerir o XHTML 2.0, o W3C estava a favor da formulação de um padrão
teoricamente puro para desenvolvimento web, porém, fora das necessidades de
desenvolvimento dos web designers.
Hickson (2012) propôs que o HTML fosse uma linguagem passível de se extender
além de aplicações web, o que resultou em rejeição por parte dos membros do
W3C. A partir de então, um grupo de pessoas que estavam de acordo com as
propostas de Ian Hickson, criaram uma nova frente de desenvolvimento, o
(WHATWG) Web Hypertext Application Technology Working Group.
Keith (2010) afirma que as diretrizes de desenvolvimento do WHATWG quando
comparados ao do W3C eram bem diversificadas. Enquanto o W3C continuava a
trabalhar com o projeto do XHTML 2.0, o WHATWG iniciou um processo de
extensão ao HTML, específico para novos aplicativos, denominado Web Apps 1.0 e
para melhorar a interação dos fomulários, chamados Web Forms 2.0, que ao longo
de seu desenvolvimento, ambos os projetos foram unificados, dando origem ao
HTML5.
Berners-Lee (2006) assume que a tentativa de migrar o HTML para uma nova
versão do XML (XHTML 2.0) estava em um processo lento de desenvolvimento e
passível de fracasso, então ele notifica que iria retomar o desenvolvimento nas
atualizações do HTML, porém, utilizando as bases já estruturadas do HTML5
desenvolvidas pelo WHATWG.
30
De acordo com Hickson (2012), nessa fase, surge uma situação inusitada, o W3C
trabalhava em duas vertentes de desenvolvimento: XHTML 2.0 e as novas
especificações do HTML, utilizando as bases desenvolvidas pelo WHATWG que
lidava com a versão do HTML5 e esta serviria de base para as especificações do
W3C. Em 2006, o W3C anuncia o interesse em trabalhar em parceria com o
WHATWG no desenvolvimento do HTML5. Em 2007, o WHATWG concede
permissão ao W3C para realizar as publicações de recomendação do HTML5,
levando em consideração que o WHATWG também iria manter as suas
documentações disponíveis, no entanto, menos restritivas quando comparadas as
publicações do W3C.
Em 2009, segundo Keith (2010), o W3C anuncia que não dará continuidade ao
desenvolvimento das recomendações do XHTML 2.0, dando prosseguimento no
desenvolvimento do HTML5 em conjunto ao WHATWG, com a expectativa de tornar
o HTML5 uma Recomendação W3C para o desenvolvimento de páginas web.
3.2 Especificações Técnicas
O HTML5 é apontado como a próxima versão principal da linguagem base da web
sendo recomendação preliminar e tendo a revisão ativa do W3C com participação
em comum do WHATWG. Sabe-se que, em 2014, será o próximo padrão para
marcação e APIs suportadas nos navegadores web, de acordo com Hickson (2012).
Conforme Kesteren e Pieters (2012), a linguagem de marcação HTML5 inclui:
•
Um novo doctype HTML: <!DOCTYPE html>, elemento responsável pela
definição do tipo de documento a ser renderizado pelo navegador.;
•
Elementos novos de marcação estrutural (<header>, <nav>, <footer>,
<section>, <aside>, etc);
•
Regras de análises compatíveis com versões anteriores para o HTML e o
XHTML;
•
Elementos novos de marcação <audio> e <video> para conteúdo multimídia;
•
Mais valores para elementos de formulário (input), permitindo uma seleção
nativa de datas, horas, cores e números;
31
•
Os frames são removidos do HTML (exceção: <iframe>, que é a nova
sandbox);
•
APIs para desenho em 2D, reprodução de mídia, registro do tipo de mídia,
arrastar e soltar, e mensagem através de documentos cruzados;
•
Armazenamento em cache e navegação offline.
Conforme Chuan (2012), os recursos do HTML5 ganham o consenso da indústria
durante o processo de padronização. Por esta razão, os revendedores de
navegadores para celulares e smartphones estão interessados em adotar seus
recursos. Muitos destes recursos já são suportados pelos navegadores mais
modernos dos dispositivos móveis e smartphones, em especial, as propriedades
como o armazenamento de dados em cache offline, novos elementos de multimídia
e controles nativos para formatos avançados de entrada de dados em formulários.
De acordo com Chuan (2012), posto que o HTML5 é a revisão principal para a
linguagem de marcação HTML, sua concretização introduz novas dificuldades no
processamento através dos dispositivos móveis. A exemplo destas dificuldades
pode-se esperar atrasos na adoção do HTML5 nos dispositivos móveis baratos e
suporte fragmentado quando o HTML5 for introduzido no método de renderização do
navegador móvel.
Segundo Kesteren e Pieters (2012), o HTML5 foi desenvolvido como uma
atualização do HTML 4.0, mantendo enorme parte de seus elementos estruturais.
Hickson (2012) especifica que a primeira mudança na estrutura de um arquivo
definido com HTML5 ocorre na definição do tipo de documento (doctype) que
determina o modo de execução dos navegadores, se as páginas serão interpretadas
no modo standard mode (modo padrão) ou strict mode (modo estrito). Para páginas
desenvolvidas em HTML5, basta especificar aos navegadores que sua renderização
será realizada em modo padrão (standard mode), obtendo assim uma forma simples
para o processamento das páginas web. Essa afirmação dá-se através da
codificação do tipo de documento inserido inicialmente em qualquer arquivo HTML5,
conforme exemplificado abaixo:
<!doctype html>
32
Kesteren e Pieters (2012) citam que a grande mudança ocorre nos novos elementos
semânticos do HTML5, alterando a forma de como a web irá compreender as
marcações, possibilitando a inserção de metadados nas tags semânticas do HTML5
sem interferir nos novos recursos disponíveis na linguagem.
Ferreira e Eis (2010) afirmam que ao desenvolver uma página nos padrões do
HTML5, uma solução semântica é obtida com a utilização dos seguintes elementos
estruturais da linguagem:
•
<section>: Representa uma seção genérica em um documento HTML5,
normalmente acompanhada de um título. Um exemplo claro no uso da tag
section neste contexto seria na aplicação do agrupamento dos parágrafos que
irão formalizar os assuntos da página principal, desde que estes estejam
relacionados entre si, dando sentido à página.
•
<nav>: O elemento nav contém links de navegação. Seu uso é voltado para
os principais blocos de navegação do site.
•
<header>: Contém elementos introdutórios de uma área ou elementos de
navegação. Geralmente comporta tags de título (h1-h6). Pode haver mais de
um header em um mesmo documento, estando cada header relacionado ao
conteúdo que o circunda.
•
<footer> - Representa um rodapé referente ao seu elemento contensor mais
próximo. Geralmente contêm informações relacionadas ao conteúdo, como
autor, links relacionados etc.
•
<article> - Representa um bloco de conteúdo autônomo e possível de
distribuição através de syndication, ou RSS. Pode ser um post em um blog,
um comentário, artigo de jornal ou revista ou outro conteúdo independente.
•
<aside> - Representa um bloco de conteúdo que complementa as
informações tangencialmente relacionadas ao conteúdo principal do site.
•
<hgroup> - Representa o agrupamento de títulos de uma detemrinada área
do site.
33
Conforme Rabin e McCathieNevile (2008), realizar a entrada de dados através do
teclado em dispositivos móveis é consideravelmente mais difícil quando comparado
a teclados de computadores pessoais. Esta restrição deve-se a um espaço limitado
para exibição das teclas. Um problema apontado por Rabin e McCathieNevile (2008)
ocorre no processo de preenchimento das informações em campos de formulários
nas páginas web por conta dos campos não apresentarem a estruturação adequada
para o preenchimento dos dados, dificultando o processo de preenchimento das
informações.
De acordo com Keith (2010), treze novos campos de formulários foram
desenvolvidos em HTML5 com o objetivo de facilitar a entrada de dados. Keith
(2010) destaca a utilização de quatro destes novos campos especificamente para
entrada de dados em dispositivos móveis, sendo exemplificados em duas
categorias:
1) Formatação de campos de pesquisa (<input type=”search”>): Utilizado para
realização de buscas através de dispositivos móveis, o campo de busca
“search” permite uma navegabilidade facilitada, dando a possibilidade de
selecionar o campo em que se quer realizar novas buscas e excluir o
conteúdo digitado na pesquisa anterior através do acionamento de um ícone
que referência limpeza de conteúdo automaticamente localizado na
extremidade direita do campo, exemplificado na figura 9:
Figura 9 - Exemplo no campo de busca acionado pelo Safari em dispositivos mobile
Fonte: HTML5 for Web Designers, 2010
2) Formatação de campos para preenchimento de dados de contato: Utilizado
para o preenchimento de e-mails, websites e telefones nos dispositivos
móveis com a finalidade de facilitar a inserção de cada tipo específico de
dado no ato do preenchimento por conta do teclado se adaptar ao formato de
cada campo, conforme exemplificado na figura 10:
34
Figura 10 - Exemplos de formulários acionados pelo Safari em dispositivos mobile
Fonte: HTML5 for Web Designers, 2010.
Segundo a ordenação da esquerda para direita da figura 10, obtem-se a seguinte
sequência de marcações:
•
<input type=”email”> - Permite inserção de dados para o campo de email.
•
<input type=”url”> - Permite inserção de dados para o campo de websites.
•
<input type=”phone”> - Permite inserção de dados para o campo de telefone.
Segundo Keith (2010), as possibilidades oferecidas através dos novos campos de
entrada de dados do HTML5 e o fato de muitos navegadores já processarem estes
novos campos, torna o preenchimento de dados na web em dispositivos móveis
facilitado em função do teclado se adaptar conforme a informação a ser preenchida.
De acordo com Rabin e McCathieNevile (2008), os navegadores de dispositivos
móveis podem conter limitações de acesso a scripts e plugins, limitando o acesso a
determinadas informações do website, como por exemplo, vídeos e animações,
além de restringir do usuário a escolha de atualizações e a troca de navegadores
para execução de tais conteúdos.
Segundo Keith (2010), o HTML5 proporciona elementos de rich media que tem por
objetivo a execução de elementos de mídia sem a necessidade da execução de
plugins exclusivos para execução de animações, áudio e vídeo. Keith (2010) cita os
três elementos principais de rich media em HTML5:
35
1) Canvas: Elemento que possibilita um ambiente de criação para imagens
dinâmicas.
2) Áudio: Elemento que possibilita a execução de áudios através da web.
3) Vídeo: Elemento que possibilita a execução de vídeos através da web.
De acordo com Wepman (2012), a utilização dos recursos de rich media
disponibilizados no HTML5, reduz significativamente a quantidade de dados
transferidos através da rede de aplicações, além de não limitar a visualização das
informações da página do site.
Conforme Gardner e Grigsby (2012), a capacidade computacional dos dispositivos
móveis para renderização de conteúdo web também influência na experiência de
navegação em dispositivos móveis. Neste quesito, de acordo com Ferreira e Eis
(2010) e Wepman (2012), a capacidade do HTML5 em realizar armazenamento
temporário (sessionStorage) ou permanente (localStorage) diretamente na memória
do navegador do disposivio móvel permite que se reduza a utilização da memória de
processamento nos dispositivos, já que dados das páginas web podem ser
recuperados mesmo que o usuário perca a conexão com a Internet ou feche o
navegador do dispositivo.
Conforme
Keith
(2010),
as vantagens
da
utilização
do
HTML5
para
o
desenvolvimento websites para dispositivos móveis são evidentes, pois facilitam a
acessibilidade e permitem uma navegação agradável e objetiva, além de possibilitar
melhor performance dos recursos dos dispositivos móveis.
No capítulo 4 serão apresentadas as facilidades e vantagens ao se desenvolver um
website com a utilização dos recursos do HTML5 apresentados neste capítulo.
36
4 O HTML5 como facilitador na navegação mobile
Conforme definido por Rabin e McCathieNevile (2008), as recomendações do W3C
na aplicação das melhores práticas no desenvolvimento de websites para
dispositivos móveis referem-se à distribuição correta de conteúdos através das
páginas web. Segundo o W3C, o desenvolvimento de muitos sites proporciona uma
experiência pobre aos usuários quando acessados através dos dispositivos móveis.
A qualidade da navegação depende de forma substancial, da usabilidade dos sites
(contemplando leitura, navegação e interação com o conteúdo dos sites), dos
navegadores e das funcionalidades do dispositivo.
Segundo Rabin e McCathieNevile (2008), a maioria das páginas na web estão com a
navegação adaptada e definidas para serem visualizadas nos computadores
pessoais (desktops), o que ocasiona ao usuário do website, quando acessado via
dispositivo móvel, uma carente e dificultosa experiência de navegação, tendo como
principal motivo a falta de adequação na estrutura das páginas web em função da
limitação de resolução das telas dos dispositivos moveis, favorecendo para a perda
de conteúdo. A definição correta na estruturação do conteúdo de um website é uma
importante etapa no desenvolvimento, permitindo a correta adaptação do website
quando visualizado em dispositivos móveis.
No contexto de estruturação e navegabilidade, Wepman (2012) afirma que a
linguagem HTML5 incorpora elementos estruturais que permitem o cumprimento dos
regulamentos federais de acessibilidade, permitindo aos desenvolvedores que
especifiquem metadados aos leitores de telas e navegadores baseados em textos,
atendendo as exigências de navegabilidade de acesso aos portadores de
deficiência. Outra característica importante para navegabilidade dos websites
desenvolvidos em HTML5 segundo Wepman (2012) encontra-se na possibilidade de
se desenvolver layouts mais eficientes com a redução de ambiguidades de conteúdo
e na inserção de elemento intuitivos que especificam, de forma objetiva, a função de
cada área do website.
De acordo com Taylor (2012), o desenvolvimento de um website em HTML5 permite
que se crie uma experiência tão gratificante quanto de um aplicativo instalado
diretamente no dispositivo, com a vantagem de ser acessível a todos. Taylor (2012)
ainda cita que o uso do HTML5 no desenvolvimento de páginas web possibilita
37
desenvolver websites com funcionalidades de aplicativos móveis, permitindo
aplicação de zoom e navegação deslizante em determinadas áreas do site,
facilitando a leitura e visualização dos dados.
De acordo com Chisholm at al. (1999), o acesso à Internet realizado através de
dispositivos móveis, quando comparados aos dispositivos com conexões fixas,
possuem considerável perda de velocidade e latência de acesso. Sites com muitas
requisições de servidor podem demorar a serem carregados, principalmente com
quantidades de informações excessivas e muitas páginas de navegação.
Gardner e Grigsby (2012) afirmam que a maioria dos dispositivos tem limitação de
uso de memória temporária para processamento de páginas e imagens. Websites
com atualizações de dados, processamento de longas folhas de estilo, grandes
imagens no decorrer das páginas podem ocasionar a exibição incompleta das
informações e o processamento lento das páginas web, aumentando o gasto de
energia dos dispositivos em função de constantes requisições ao servidor para
atualização de dados.
Para minimizar os problemas apontados por Chisholm at al. (1999) e Gardner e
Grigsby (2012), duas soluções possíveis de desenvolvimento em HTML5 são citadas
de acordo com Keith (2010), Ferreira e Eis (2010) e Wepman (2012), sendo elas a
nova forma de estruturação de formulários e métodos de armazenamento de dados
offline.
Keith (2010) afirma que uma das soluções proporcionadas pelo HTML5 na redução
de consumo de banda se encontra no desenvolvimento dos formulários. A
independência na validação de dados proporcionada pelo W3C aos campos de
formulários através de expressões regulares diminui a necessidade de se realizar
novas requisições de servidor para a utilização de bibliotecas em Javascript no
processo de validação de formulário, como utilizados na maioria dos websites. A
validação realizada em HTML5 permite, por exemplo, a validação de campos para
inserção de datas em formatos automatizados, formatação de campos específicos
conforme
a
necessidade
do
desenvolvedor,
predefinição
preenchimento de campos com valores específicos, entre outros.
de
dados
para
38
Além da redução no volume de requisições de servidor através do desenvolvimento
de formulários em HTML5, Keith (2010) cita a melhora na acessibilidade em função
dos novos campos para preenchimento de dados em formulários com HTML5 ao
permitirem que o teclado do dispositivo móvel se adapte conforme o tipo de
informação a ser preenchida. Estas características, voltadas para o acesso em
dispositivos móveis, permitem agilidade no preenchimento dos dados e no envio dos
formulários.
De acordo com Ferreira e Eis (2010) e Wepman (2012), a capacidade de
armazenamento offline, possibilitada pelo HTML5, reduz significativamente o
processo de transferência de dados, já que as informações podem ser recuperadas
através do HTML5 mesmo se o navegador for fechado pelo usuário, reduzindo a
transferência de dados na rede.
De acordo com Kato (2011), cientes do aumento no tráfego através de dispositivos
móveis, os sites de busca já começam a se preocupar em otimizar seus resultados
para melhor atender os visitantes que acessam através destes meios.
Segundo Kato (2011), o Google possui um crawler (motor de busca) específico para
dispositivos móveis, o Googlebot-Mobile, que indexa páginas específicas para
dispositivos móveis com o intuito de melhorar a experiência do usuário na captura
precisa de informações.
Ferreira e Eis (2010) afirmam que o desenvolvimento a partir das estruturas
semânticas possibilitadas pelo HTML5 permite aos mecanismos de busca localizar
as informações de forma mais objetiva, clara e com facilidade na classificação da
informação, possibilitando uma navegação e a localização de conteúdos ainda mais
assertiva nos dispositivos móveis.
De acordo com Chisholm at al (2008), outro fator necessário a ser analisado quanto
ao desenvolvimento de websites para dispositivos móveis, é o custo de acesso à
Internet através de tais dispositivos, pois parte dos custos de navegação podem ser
minimizados se desabilitados conteúdos que exigem recursos exclusivos de
software e hardware, não disponíveis na maioria deles (ex.: plugins exclusivos de
animações, players exclusivos de audio e vídeo, etc.).
39
Segundo Cox (2011), o HTML5 oferece marcações para reprodução de mídia
totalmente compatível com os navegadores dos dispositivos móveis, permitindo sua
reprodução sem a necessidade de downloads de plugins adicionais, facilitando e
tornando mais rápida a navegação do usuário na visualização de conteúdos de rich
media.
De acordo com as justificativas sobre o uso do HTML5 como facilitador na
navegação em dispositivos móveis apresentadas no decorrer deste capítulo, a
conclusão do estudo deste trabalho de pesquisa será apresentada no capítulo 5.
40
5 Conclusão
É possível perceber que a rapidez na inovação dos dispositivos móveis é
incomparável, e como resultado, criam-se novas oportunidades. Através dos novos
recursos dos dispositivos móveis se veêm novas maneiras de interagir com a web,
com serviços digitais, informações e pessoas.
A partir do estudo realizado, é possível entender que a adoção do HTML5 para
desenvolvimento de websites em dispositivos móveis é totalmente recomendável. As
facilidades fornecidas pela nova versão da linguagem de marcação do W3C para
desenvolvimento de websites, como a entrada de dados em formulários,
estruturação semântica, redução no uso de largura de banda e elementos nativos
para execução de mídias interativas afirmam que o HTML5 tende a se tornar a
linguagem padrão para o desenvolvimento de websites.
De acordo com Gardner e Grigsby (2012), o desenvolvimento de aplicações web
interativas e modernas podem atingir um potencial ainda mais relevante se outras
linguagens de programação como bibliotecas em Javascript e linguagens de
formatação de estilos CSS forem mescladas ao desenvolvimento juntamente com o
HTML5.
No entanto, o aumento crescente na quantidade de modelos e navegadores web nos
dispositivos móveis, conforme cita Gardner e Grigsby (2012), é um potencial
complicador para adoção de um padrão universal de desenvolvimento, por mais que
esforços do W3C tenham por definição padrões de desenvolvimento para websites,
em função da vasta quantidade de dispositivos disponíveis atualmente no mercado e
pela falta de adoção na interpretação da linguagem de marcação HTML5 por parte
dos navegadores destes dispositivos, o resultado da experiência de navegação nos
websites muitas vezes se torna comprometida e dificultosa.
Em contrapartida, a Apple, fabricante do iPhone, precursor da mudança na forma de
acesso à web nos dispositivos móveis e detentor do maior volume de vendas dos
smartphones no mundo, impulsiona o uso da tecnologia HTML5, segundo Fling
(2009).
De acordo com Hardy (2012), o sucesso na venda destes dispositivos e o fato de
sua plataforma de renderização (iOS) não suportar a instalação de plugins para
41
execução de conteúdos de vídeo e áudio, a exemplo do Flash, faz com que muitas
empresas sejam obrigadas a repensar no desenvolvimento de seus websites
utilizando a tecnologia HTML5.
Ainda segundo Hardy (2012), muitas empresas estão desenvolvendo seus websites
utilizando o HTML5 através das versões “não oficiais” disponibilizadas pelo W3C, já
que a linguagem ainda não foi publicada como Recomendação do W3C e tem sua
previsão de lançamento oficial como recomendação a partir de 2014, no entanto, as
empresas já visionaram que, com as recomendações disponibilizadas hoje, já é
possível realizar a entrega de um website por completo.
Avaliando o estudo realizado neste trabalho de pesquisa, conclui-se que o
desenvolvimento de websites em HTML5 para dispositivos móveis é totalmente
recomendável uma vez que facilita a acessibilidade, navegabilidade, otimiza largura
de banda necessária no acesso dos websites e reduz a necessidade do uso de
recursos nos dispositivos móveis.
Gustafson (2012), afirma a concretização deste estudo ao mencionar sobre a
natureza dinâmica do HTML5 em diferentes ambientes e dispositivos, afirmando que
mesmo dispositivos não tradicionalmente web, tornam-se habilitados para web
através do uso da linguagem HTML5.
Conclui-se que a linguagem de marcação HTML5 pode apontar melhorias em sua
utilização, uma vez que, o W3C ainda não concretizou sua documentação oficial
através da adição de recursos conforme as tendências de mercado e de
desenvolvimento web, no entanto, com os recursos disponibilizados atualmente já
percebe-se positivamente que o futuro do desenvolvimento de websites tende-se a
padronização através da linguagem de marcação HTML5.
42
REFERÊNCIAS
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