CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Unidade Lapa Tito Aparecida Sandra Gomes Bernardes Elis Dayane Alves Souza Renato Bongiorno Bonfanti O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento de websites em dispositivos Mobile São Paulo 2012 1 APARECIDA SANDRA GOMES BERNARDES ELIS DAYANE ALVES SOUZA RENATO BONGIORNO BONFANTI O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento de websites em dispositivos Mobile Trabalho de apresentado Senac – Conclusão ao Centro unidade Lapa de Curso Universitário Tito, como exigência parcial para obtenção do grau de Especialista em Gestão em Web – Tecnologias e Ferramentas Aplicadas. Orientadora: Profª. Mª. Claudia Cristina Moreira de Souza São Paulo 2012 1 B456u Bernardes, Aparecida Sandra Gomes O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento de websites em dispositivos Mobile / Aparecida Sandra Gomes Bernardes, Elis Dayane Alves de Souza, Renato Bongiorno Bonfanti – São Paulo, 2012. 44 f. : il Orientadora: Profª Mª. Claudia Cristina Moreira de Souza Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário – Unidade Lapa-Tito, São Paulo, 2012. Senac 1. Mobile 2. Web Site 3. HTML 5 I. Bonfanti, Renato Bongiorno II. Souza, Elis Dayane Alves de III. Souza, Claudia Cristina Moreira de (Orient.) IV. Título. CDD 006.7 2 Aparecida Sandra Gomes Bernardes Elis Dayane Alves Souza Renato Bongiorno Bonfanti O uso da tecnologia HTML5 para o desenvolvimento de websites em dispositivos Mobile Trabalho de apresentado Senac – Conclusão ao unidade Centro Lapa de Curso Universitário Tito, como exigência parcial para obtenção do grau de Especialista em Gestão em Web – Tecnologias e Ferramentas Aplicadas. Orientadora: Profª. Mª. Claudia Cristina Moreira de Souza A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada em __/__/____, considerou os alunos: 1) Examinador (a) 2) Examinador (a) 3) Presidente 3 À nossa orientadora Prof. Mª. Claudia Cristina M. de Souza pela colaboração no desenvolvimento deste trabalho e parceria com o grupo. 4 AGRADECIMENTOS Aos professores Aos colegas À orientadora 5 “A defesa de uma Web para todos, em qualquer dispositivo, em qualquer lugar, segura e confiável é essencial para garantir seu crescimento.” CECCONI, NIC.br, 2011 6 RESUMO Este trabalho de conclusão de curso analisa a importância da tecnologia HTML5 no desenvolvimento de websites a serem navegados em dispositivos móveis. O trabalho acadêmico foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, utilizando-se de dados documentais e estatísticos com o objetivo de analisar soluções que, através do uso da tecnologia HTML5, permitam aos usuários que utilizam seus dispositivos móveis como meio de acesso à Internet a realizarem uma navegação na web de forma acessível, prática, objetiva e que contemple a visualização de conteúdos relevantes nos websites, obtendo uma experiência agradável e enriquecedora. Palavras-chave: Mobile. Website. HTML5. 7 ABSTRACT This monograph analyzes the importance of HTML5 technology in the development of websites to be navigated on mobile devices. The academic work was developed from bibliographical research, making use of documents and statistical data. Aiming to analyze solutions, which through the use of HTML5 technology, allow users who make use of their mobile devices as a way to access the Internet, to navigate on the web in an accessible, practical and objective way, as well as contemplating the visualization of relevant content on the websites. Thus, providing a pleasant and enriching experience. Key words: Mobile. Website. HTML5. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Motorola DynaTAC com seu criado Martin Cooper 16 Figura 2 - Nokia candy bar 18 Figura 3 - Nokia E90 Communicator 18 Figura 4 - Motorola V3 19 Figura 5 - Aparelho N95 Nokia 21 Figura 6 - Ascensão da AT & T no tráfego de dados móveis 22 Figura 7 - Utilização de Navegadores Mobile – Jan 2011 a Set 2012 23 Figura 8 - Mobile Cellular Subscriptions 25 Figura 9 - Exemplo no campo de busca acionado pelo Safari em dispositivos mobile 33 Figura 10 - Exemplos de formulários acionados pelo Safari em dispositivos mobile 34 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Crescimento da internet Móvel e Internet Fixa de 1997 a 2002 Tabela 2 - 26 Comparação de Crescimento Global Dispositivo Unidade e Crescimento tráfego global móvel de dados de 2012 a 2016 27 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 11 2 O Mobile e a Internet 13 2.1 Internet – Contexto histórico 13 2.2 Mobile – Contexto evolutivo 15 3 HTML5 - Histórico e especificações técnicas 28 3.1 Contexto Evolutivo 28 3.2 Especificações Técnicas 30 4 O HTML5 como facilitador na navegação mobile 36 5 Conclusão 40 REFERÊNCIAS 42 11 1 INTRODUÇÃO Em virtude da crescente abrangência do mercado de smartphones e celulares como meio de acesso à Internet, as empresas e organizações que possuem websites necessitarão realizar mudanças lógicas, estruturais e tecnológicas para adequarem a visualização das informações de seus conteúdos online aos dispositivos móveis. Segundo Rabin (2008), a maioria dos websites encontram-se adaptados somente para visualizações em computadores pessoais (desktops), ocasionando problemas na navegação e visualização nos dispositivos móveis e smartphones. Conforme pesquisa realizada pela StatCounter Global Stats (2012), a utilização dos celulares e smartphones como dispositivo de acesso à web vêm se tornando cada vez mais comum entre os usuários da rede. Ainda de acordo com a pesquisa realizada pela StatCounter Global Stats (2012), no período de janeiro de 2011 a janeiro de 2012 mais de 8% da navegação mundial da Internet foi realizada através de dispositivos móveis. Este número representa uma penetração de 31,8% dos 1546 milhões de telefones celulares vendidos e espera-se que o volume de smartphones cresça para 38% dentre os telefones celulares a serem vendidos em 2013, representando uma oportunidade maior para geração de novos negócios. A partir destas considerações, o objetivo deste trabalho acadêmico é entender a importância da tecnologia HTML5 na construção de websites para que estes se tornem acessíveis adequadamente em dispositivos móveis e smartphones. No segundo capítulo será analisado o desenvolvimento do dispositivo móvel e dos smartphones através do tempo bem como sua influência na Internet. Nessa etapa foram considerados os pressupostos teóricos de Berners-Lee (1999), Pantoja e Ferreira (2000), Blois e Melca (2007), Gromov (1995), Licklider (1960), Leiner et al (2003), Berners-Lee (1980), Rabin e McCathieNevile (2008), Wroblewski (2011), Steinbock (2005), Fling (2009), Apercui (2012), The IT Business Edge Network (1998), Catanzariti (2009), Fendelman (2009), Vicken (2009), Kahney (2008), Petry e Stecanella (2012), Gardner e Grigsby (2012), Tudor at al (2010), International Telecommunication Union (2011) e da empresa Cisco (2012). No terceiro capítulo será analisado o contexto histórico da linguagem de marcação HTML, contextualizando sua origem e evolução até a versão apresentada neste 12 trabalho. Essa etapa foi embasada nos pressupostos teóricos de Keith (2010), Hickson (2012), Berners-Lee (2006), Kesteren e Pieters (2012), Chuan (2012), Ferreira e Eis (2010), Rabin e McCathieNevile (2008), Wepman (2012) e Gardner e Grigsby (2012). No quarto capítulo serão analisados em detalhes os conceitos técnicos e a importância da linguagem de marcação HTML5 como elemento principal no desenvolvimento de websites para os dispositivos móveis e smartphones. Nessa etapa foram considerados os pressupostos teóricos de Rabin e McCathieNevile (2008), Wepman (2012), Taylor (2012), Chisholm at al (1999), Gardner e Grigsby (2012), Ferreira e Eis (2010), Kato (2011) e Cox (2011). No quinto capítulo serão apresentadas as razões que justificam o uso do HTML5 como facilitador na navegação em dispositivos móveis e smartphones. Nessa etapa foram considerados os pressupostos teóricos Gardner e Grigsby (2012), Fling (2009), Hardy (2012) e Gustafson (2012). Para o desenvolvimento deste trabalho acadêmico foram utilizadas pesquisas bibliográficas, artigos acadêmicos e contribuições de estudiosos que publicaram artigos em sites especializados na Internet com a finalidade de reunir elementos suficientes para o tema estudado. 13 2 O Mobile e a Internet 2.1 Internet – Contexto histórico A Web é uma criação mais social que técnica. Eu a construí para um efeito social - ajudar as pessoas a trabalharem juntas - e não como um brinquedo tecnológico. A finalidade última da Web é ajudar a melhorar a “teia” de nossa existência no mundo. Nós nos agrupamos em famílias, associações e empresas. [...] O que acreditamos, endossamos e aceitamos é representável e, cada vez mais, representado na Web. (BERNERS-LEE, 1999, p. 123). A grande conquista do milênio foi o surgimento da rede mundial de computadores. A Internet nasceu da soma de pequenas aquisições tecnológicas feitas por cientistas extraordinários. Pantoja e Ferreira (2000) afirmam que uma das características mais vitais para o funcionamento da rede é a capacidade de um único computador dividir sua atenção com diversos usuários no mesmo instante, num processo conhecido como tempo compartilhado. A Internet configurou uma nova cartografia política, rompeu barreiras geográficas, possibilitando planeta, a navegação através de pelo mundo um computador, cibernético, de qualquer ponto do uma linha telefônica, cabo/satélite ou transmissão via rádio. (Blois; Melca, 2007) Tudo começou com o lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial lançado no planeta Terra, feito pela União Soviética em 1957. Em resposta a esse evento, o presidente Dwight D. Eisenhower junto com o departamento de defesa dos Estados Unidos, viram a necessidade de criar a ARPA, Advanced Research Projects Agency. A ARPA produziu, após 18 meses de trabalho, o primeiro Satélite dos Estados Unidos e só alguns anos depois começaram a se concentrar em rede de computadores e tecnologia de telecomunicações. (Gromov,1995) Licklider (1960) obteve a idéia de uma rede mundial refletindo sobre a relação homem-computador, com a intenção de que o objetivo dessa relação fosse utilizar os computadores como auxílio nos processos do pensamento humano, tornando mais fácil a resolução de problemas, formando assim, por meio dessa cooperação, 14 uma rede humana e tecnológica para o compartilhamento de conhecimentos e informações. Gromov (1995) ainda afirma que em 1961, alguns pesquisadores já desenvolviam a ideia da informação viajar em pacotes de dados, porém só em 1969 o primeiro ponto de intersecção finalmente surgiu na Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), que pode ser considerado o primeiro “servidor” já existente. Ainda em 1969 foi enviada a primeira mensagem por meio da rede pelo professor Leonard Kleinrock. Ele enviou uma mensagem do seu computador na Universidade da Califórnia para outro que estava no Instituto de Pesquisa de Stanford, a palavra “Login”, mas somente as letras “L” e “o” chegaram ao seu destino final. Segundo Leiner et al. (2003), em 1969 finalmente nasceu a ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), com o objetivo de conectar as bases militares e os departamentos de pesquisa do governo americano e depois de alguns fracassos, a rede de computadores criada pela ARPA fez a sua primeira conexão com sucesso em outubro de 1972, sendo apresentada publicamente em uma Conferência Internacional sobre Comunicações e Computadores. Em 1973, a ARPANET fez sua primeira conexão internacional, entre a University College of London (Inglaterra) e Royal Radar Establishment (Noruega) e em 1974, foi criada a Telenet, uma versão comercial da ARPANET. A palavra Internet, termo utilizado mundialmente para nomear a rede mundial de computadores, foi dita em 1970, por um dos “pais da Internet”, Viton Cerf, que posteriormente - em 1977 - criou o protocolo TCP/IP que possibilita a navegação na Internet até os dias de hoje, como afirma Gromov (1995). Berners-Lee (1980), pesquisador científico do CERN (Organização Europeia para Pesquisas Nucleares) construiu o projeto ENQUIRE, um projeto usado para reconhecer e armazenar associações de informação que foi precursor na criação da Web. Em 1989 Benners Lee anunciou o projeto de uma rede de alcance mundial, conhecida como World Wide Web, que foi implementada em 1990, possibilitando a primeira comunicação entre um protocolo HTTP e um cliente servidor por meio da rede mundial de computadores, sendo este um dos métodos de comunicação utilizado até os dias de hoje, a Internet. 15 De acordo com Rabin e McCathieNevile (2008), por tradição, o acesso à Internet é realizado através de telefonia fixa em computadores de mesa e grandes laptops, no entanto, está se transformando para tornar-se mais acessível por dispositivos portáteis e em redes sem fio. 2.2 Mobile – Contexto evolutivo Atualmente, o telefone tem um conceito completamente diferente de 10 anos atrás. Hoje, além dos telefones tradicionais, existem diversos modelos de telefones móveis, que são muito mais do que telefones, os celulares. Eles são capazes de enviar e receber mensagens de texto, navegar na Internet, enviar e-mails, fotografar, fazer compras além de falar com outras pessoas, é claro. É possível fazer quase tudo que é feito num computador desktop. Atualmente o celular pode ser considerado mais como um computador pessoal do que apenas um telefone comum, conforme afirma Wrobleswski (2011). Segundo Steinbock (2005), a telegrafia sem fio criou o primeiro modelo de negócios na indústria móvel. Lançado por Guglielmo Marconi sua utilização foi específica para o setor marítimo. Ao longo do tempo, criou-se a transmissão AM (Modelação em Amplitude), que foi pioneira pelos departamentos de polícia nos Estados Unidos, e as comunicações por transmissões FM (Modulação em Frequência), que proporcionou uma vantagem substancial militar para as forças de defesa dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Steinbock (2005) ainda afirma que o conceito do celular foi descoberto por volta do ano de 1947 pela Bell Telephone Laboratories , mas a comercialização se deu apenas nos anos 80, com as redes de celulares analógicas, que inicialmente foram utilizadas apenas para o mercado corporativo e hoje encontram-se extintas. Mais tarde, o serviço foi complementado com a possibilidade de envio de mensagem de texto, Short Message Service (SMS), que deu uma breve idéia do que os celulares seriam capazes de fazer futuramente. A história dos dispositivos móveis, segundo Fling (2009), pode ser dividida em cinco épocas de dispositivos distintos (definidas como eras da telefonia móvel), pois de tempos em tempos surgiram mecanismos que mudaram todo o processo de utilização do celular, criando novos conceitos e idéias. 16 De acordo com Fling (2009), a era conhecida como The brick era, chamada a era do tijolo ocorreu de 1973 a 1988 definindo a primeira geração na evolução dos celulares. Tem esse nome devido ao tamanho e peso dos aparelhos da época. Os aparelhos eram maiores do que os telefones convencionais com fio e muito mais caros, portanto, eles eram poderosos o suficiente para manter os sinais em locais remotos. A telefonia móvel certamente já existia antes dessa época, mas pela primeira vez esses telefones portáteis e sem fios eram vendidos. Fling (2009) destaca para esta época o aparelho apresentado na figura 1, que tem por volta de 12 centímetros de largura e 22 cm de comprimento, pesando em torno de 1.3 quilos. Os celulares eram grandes como “tijolos” devido ao tamanho da bateria necessária para que o dispositivo pudesse funcionar corretamente e alcançar longas distâncias. Eles não eram muito populares por que o preço era altíssimo, que não compensava para a maioria da população, e sim somente para o mercado corporativo que realmente precisava desse tipo de comunicação. Figura 1 - Motorola DynaTAC com seu criado Martin Cooper Fonte: Braghi, 2012. Segundo Apercui (2012), na década de 90 esses telefones passaram a ser acoplados em carros de luxo, e devido a essa mobilidade mais torres foram instaladas para aumentar a cobertura da rede. Como a distância das torres diminuiu, as baterias também diminuíram de tamanho, abrindo espaço para aparelhos menores até chegar aos dias atuais, onde os aparelhos cabem na palma de nossas mãos. De acordo com a The IT Business Edge Network (1998), a segunda geração na era dos dispositivos móveis ocorreu entre 1988 e 1998, ficando conhecida como The 17 candy bar era. O nome candy bar (barra de chocolate) se dá por conta do formato dos aparelhos dessa geração, normalmente eram longos, finos e retangulares, conforme representado na figura 2, e alguns utilizados até os dias de hoje. De acordo com Fling (2009) esse período foi um dos períodos mais significativos na história do celular, pois foi neste momento que as empresas visualizaram a real importância do aumento da rede e o lucro que poderia ser obtido por meio das operadoras de celular e, a partir de 1991, na Finlândia, começou a ser utilizada a segunda geração dos celulares, o 2G. Os aparelhos diminuíram de tamanho por conta da diminuição da demanda de energia em sua utilização, se tornando pequeno o suficiente para caber no bolso. Fling (2009) ainda afirma que no início de 1990, finalmente, com a prosperidade econômica da classe média na Europa, EUA e Japão, com o conhecimento e nova visão sobre a utilização de telefones celulares, sendo um item de luxo, todos ao redor do mundo queriam um aparelho. Com isso, os lucros das operadoras de telefonia fixa começaram a diminuir, a medida que as de telefonia móvel aumentavam. Nessa época, a instalação de uma linha de telefone fixo, tinha de ser solicitada ao governo e demorava meses para ser instalada. Enquanto aguardavam, as pessoas compravam um telefone móvel para se comunicar. Os telefones da geração 2G utilizavam a tecnologia GSM - Global System for Mobile communications – que permitia o envio de mensagens de texto ou SMS (Short Message Service). As operadoras utilizaram inicialmente essa tecnologia para o envio de notificação sobre uma nova mensagem de voz aos assinantes, mas por um descuido, as mensagens de texto não foram cobradas dos assinantes, a partir disso, as pessoas começaram a perceber que os celulares não serviam apenas para fazer ligações, mas também para mandar mensagens de texto, e começaram então a enviar mensagens de texto gratuitamente, o que era uma grande vantagem, levando em consideração que o valor das chamadas de voz ainda eram altos. Foi assim que a mensagem de texto limitada a 140 caracteres nasceu, conforme Fling (2009). 18 Figura 2 - Nokia candy bar Fonte: Fling, 2011. Segundo Catanzariti (2009) nessa mesma era, no ano de 1996, foi lançado à série de dispositivos móveis da Nokia, chamados Communicator 9000, conforme ilustrado na figura 3, que foi o primeiro aparelho com um navegador web e controles que davam a ideia de um computador de bolso. Figura 3 - Nokia E90 Communicator Fonte: Staska, 2007. A terceira geração dos telefones móveis ficou conhecida como The Feature Phone era e ocorreu entre 1998 e 2008, tem esse nome devido ao número de novos recursos de multimídia disponibilizados no aparelho celular, como afirma Fling (2009), Até então, os aparelhos serviam basicamente para telefonar e enviar mensagens de texto. Nesse período o celular se tornou um novo dispositivo, além das funções normais, permitia ouvir música, tirar fotos e até acessar a Internet, o salto para a 19 terceira geração não foi tão imenso quanto da primeira para a segunda, mas foi importante para chegar onde estamos atualmente. Essa etapa pode ser chamada de era 2.5G, pois está entre a 2ª e 3ª geração, como afirma Fendelman (2009). Foi nesse período que surgiu o GPRS (General Packet Radio Service), criado pelas operadoras de telefonia móvel GSM, uma tecnologia que permite a transferência de dados por meio de pacotes, através das redes GSM encontradas. O aparelho de celular que representa muito bem essa mudança é o modelo ilustrado na figura 4, que veio com um design diferente e elegante, com uma câmera razoável e um navegador de Internet bem simples. Segundo Fling (2009), nessa época, a navegação na Internet pelo telefone móvel era muito precária, cara e tinha pouco marketing, por estas razões os consumidores não a utilizavam. A Internet no celular se resumia à navegação por pequenos portais das operadoras para compra de toques para o celular, imagens e afins. Figura 4 - Motorola V3 Fonte: Arjonillo, 2011. De acordo com Fling (2009), a geração atual dos dispositivos móveis ficou conhecida como The smartphone era, e ocorreu de 2002 até o presente. Ele ainda afirma que não é possível definir o que é e o que não é um smartphone, pois a maioria desses aparelhos possuem os mesmos recursos dos aparelhos da geração anterior, como fazer ligações, mandar SMS, tirar fotos e navegar na Internet. O que o diferencia é basicamente o sistema operacional melhorado e, às vezes, comum 20 entre eles, em alguns modelos o teclado é maior (deifindos como teclados qwerty) e possuem conexão wi-fi. Segundo Steinbock (2005), desde 2001, em todo o mundo o mercado da telefonia móvel têm testemunhado a primeira transição para o celular com multimídia, conhecida como UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) na Europa e 3G nos Estados Unidos. Estes, no entanto, foram precedidos pela inovação da NTT DoCoMo, principal empresa de telefonia no Japão. Conforme Fling (2009), as empresas tentaram colocar o smartphone como um substituto do laptop. A Nokia, por exemplo, criou uma série de celulares chamada “comunicator 9000” que aparentemente eram celulares comuns, mas ao abrí-los ele se tornava um pequeno computador, revelando uma tela grande e um teclado diferenciado. Para acompanhar o mercado a Microsoft criou um sistema operacional, o Windows CE, que futuramente veio a ser o Windows Phone. A empresa Handspring, havia criado em 2002, um aparelho nomeado PDA (Personal Digital Assistent), que era basicamente um computador de bolso, não fazia ligações, apenas gerenciava informações. Segundo Vicken (2009), a empresa combinou o PDA, que utilizava o sistema operacional Palm OS, com um módulo de telefone, o que veio a ser a linha Treo, pequenos computadores de bolso que faziam ligações e acessavam a Internet, porém com uma interface e visual diferente dos outros aparelhos. Nessa onda e com a experiência da linha Treo, em 2003, foi criado o primeiro Blackberry, pela empresa Research in Motion um aparelho que tinha um sistema operacional próprio, focado mais na área corporativa para recebimento de emails, gerenciamento de agenda e funções de cunho empresarial. Fling (2009) ainda afirma que muitas empresas que não eram da área de telefonia móvel, investiram nessa era, porém ainda não estavam preparadas para a crescente demanda das operadoras, nem para a indústria que estava altamente competitiva e em ritmo muito acelerado. Levou algum tempo para as empresas entenderem o ritmo e criarem a combinação perfeita para a produção do smartphone equilibrando recursos e estabilidade. Enquanto isso, as empresas que se estabilizaram na era anterior continuaram evoluindo, criando aparelhos cada vez melhores, fixando ainda mais a idéia de computadores de bolso, juntando recursos dos PDA’s com os celulares comuns, possibilitando a conexão com os computadores para a troca de 21 informações. Na época, o sistema operacional que se destacou foi o Symbian OS, criado pela empresa Symbian Ltda. Inicialmente este sistema era utilizado em diversos aparelhos, mas o símbolo dessa era, pela variedade de aplicações interessantes, é o N95, conforme apresentado na figura 5. Figura 5 – Aparelho N95 - Nokia Fonte: German, 2012. Apesar de tantos esforços pela alta movimentação por parte das indústrias para a criação de novos produtos, os smartphones ainda não eram o principal interesse do público. Fling (2009) afirma que os smartphones atingiam de 10 a 15% do mercado mundial de telefonia celular, o que é uma estimativa baixa para tantas expectativas. Nessa época, os celulares se tornaram computadores pessoais, mas ainda assim, as pessoas não estavam interessadas, suficientemente, pois os celulares não chamavam a atenção porque não tinham uma “identidade”. Esse conceito começa a mudar com a chegada da era touch, paralelamente com a era do smartphone, despertando assim o interesse do público em geral em obter um dispositivo que pudesse ser utilizado como um computador pessoal e celular. Conforme Kahney (2008), Steve Jobs, fundador da empresa Apple, em 9 de janeiro de 2007, apresentou na conferência MacWorld em San Francisco o primeiro iPhone. Um aparelho com a tela sensível ao toque e tecnologia multi touch permitindo a tela reconhecer toques simultâneos, chamando assim a atenção do mundo inteiro, caracterizando de 2007 até os dias de hoje a The touch era – A era do toque. Segundo Fling (2009), em 2008, sua segunda versão, já se tornara o smartphone mais vendido dos Estados Unidos, tomando a posição de 30% do mercado de smartphones. 22 Com esse sucesso e a facilidade de navegação, o acesso à Internet por meio do celular aumentou significamente. A união do telefone móvel e da Internet possibilitou o acesso de todos os lugares e por diversos aparelhos. De acordo com Petry e Stecanella (2012), a expansão desse segmento se deve, principalmente, por conta do aumento da penetração de dispositivos com acesso à Internet e de banda larga móvel no mercado, no início acessível apenas para clientes das classes A e B em função do alto custo dos aparelhos e dos planos de dados, agora se tornando acessíveis também à nova classe média, ganhando cada vez mais espaço nas compras e aumentando a utilização da Internet nos dispositivos móveis. Conforme Kahney (2008), o iPhone se tornou umas das 10 melhores plataformas para se acessar a Internet, acima do Windows CE e Windows Mobile. A partir da terceira geração do iPhone, é possível comprar, baixar arquivos, softwares e instalar aplicações nos celulares através da Internet, personalizando cada vez mais o aparelho e abrindo espaço para um novo mercado, como podemos ver no gráfico da figura 6. Figura 6 - Ascensão da AT & T no tráfego de dados móveis Fonte: Wroblewski, 2011. Confome Fling (2009), com a explosão do iPhone, novos aparelhos com conceitos parecidos foram criados, de diversas marcas e preços, popularizando ainda mais os smartphones. Os dispositivos móveis atuais são um meio completamente novo, capazes de oferecer às pessoas formas originais de interagir e compreender a 23 informação. Atualmente os dispositivos conseguem definir sua localização, seus movimentos, possuem comandos de voz mais avançados e cada vez mais mudam o conceito de celular para a humanidade, oferecendo mais conforto e facilidade à vida das pessoas. Com isso, a população finalmente percebeu que um telefone é mais do que apenas um dispositivo capaz de realizar chamadas telefônicas. De acordo com Gardner e Grigsby (2012), os assinantes de dispositivos móveis estão navegando na Internet através de celulares e smartphones em números cada vez maiores e continuam fazendo atualizações de seus dispositivos para modelos mais poderosos com navegadores web mais completos e compatíveis com os padrões vigentes como demostra a pesquisa da StatsCouter Global Stats realizada em outubro de 2012 relativo à utilização dos navegadores em dispositivos móveis e smartphones correspondentes aos meses de janeiro de 2011 a setembro de 2012, ilustrado na figura 7. Figura 7 - Utilização de Navegadores Mobile – Janeiro de 2011 a Setembro de 2012 Fonte: Statcounter Global Stats, 2012. De acordo com Fling (2009), o motivo do crescimento na utilização da Internet através de dispositivos móveis se deve à entrada do iPhone no mercado em função da nova forma de navegação e interatividade dos navegadores, que sofreram 24 mudanças significativas com a entrada do dispositivo, que possibilitava acesso à Internet, vídeos, aplicativos e música utilizando um único aparelho. Conforme Wroblewski (2011), através da entrada do iPhone no mercado, outros fabricantes atualizaram seus dispositivos inserindo ferramentas e aplicativos que facilitaram o acesso à Internet, fazendo com que as mudanças na tecnologia mobile acontecessem de forma rápida, resultando nas seguintes tendências: Inserção de “browsers (navegadores)” como aplicativo padrão nos dispositivos móveis na maioria dos fabricantes; O aumento no uso da Internet através de dispositivos móveis poderá ultrapassar o uso via computadores pessoais. A era decorrente vivenciada hoje é uma mescla entre a Era Smartphone e a Era Touch. Os dispositivos móveis estão por toda parte, de todos os tipos, tamanhos e cores, conforme afirma Wroblewski (2011), e a Internet móvel não está crescendo apenas porque os dispositivos estão ficando melhores, eles estão ficando mais baratos também. Conforme Tudor at al. (2010), no terceiro trimestre de 2010, as vendas de smartphones cresceram 96% em relação ao ano anterior por conta de que pessoas que não conseguem comprar um computador desktop ou um laptop podem ficar online através de um dispositivo móvel, que estão com custo relativamente baixo e com planos de dados mais acessíveis. A maior cobertura e maior velocidade da rede de tráfego de dados também ajudam a aumentar o número de consumidores de smartphones. De acordo com a pesquisa realizada pela International Telecommunication Union (2011), existem quase 1,2 bilhão de usuários da web móvel no mundo, o que é cerca de 17% da população global e, em 2011, eram por volta de 5,9 bilhões de assinaturas de celular em todo o mundo, conforme ilustra a figura 8. Wroblewski (2011) ainda afirma que o crescimento da Internet móvel ultrapassou a internet fixa em 8 vezes e o crescimento mundial de tráfego de dados móveis deve ser de 26 vezes para os próximos 5 anos. 25 Figura 8 - Mobile Cellular Subscriptions Fonte: ITU World Telecommunication/ICT Indicators database, 2011. De acordo com a Cisco (2012), o crescimento na transferência de dados através da Internet foram disponibilizados para prever e monitorar o impacto referente ao tráfego em dispositivos móveis, identificando que o crescimento de dados móveis hoje é similar ao crescimento mundial da Internet na década de 1990 e que, a longo prazo, o tráfego da Internet móvel e fixa devem ficar aproximadamente na mesma taxa de crescimento, embora ela seja susceptível de se manter maior do que a taxa de crescimento da Internet fixa durante a década seguinte, conforme dados informados na tabela 1. 26 Tabela 1 - Crescimento da internet Móvel e Internet de Fixa 1997 a 2002 Crescimento global do tráfego Internet O crescimento do tráfego móvel global de (Fixo) dados 1997 178% 2009 140% 1998 124% 2010 159% 1999 128% 2011 133% 2000 195% 2012 (estimativa) 110% 2001 133% 2013 (estimativa) 90% 2002 103% 2014 (estimativa) 78% Fonte: Cisco VNI Móvel, 2012. Segundo números apresentados pela Cisco (2012), além da telefonia móvel, a Internet móvel não se limita apenas a smartphones, agora existe também a possibilidade de acesso por meio de outros dispositivos, tais como os tablets, notebooks, netbooks e consoles de videogame portáteis, conforme informados na tabela 2. 27 Tabela 2 - Comparação de Crescimento Global Dispositivo Unidade e Crescimento tráfego global móvel de dados 2012 a 2016 Tipo de Crescimento em Usuários, O crescimento do tráfego de Dispositivo 2011-2016 CAGR dados móveis, 2011-2016 CAGR Smartphone 24% 119% Console de jogos 56% 76% Tablet 50% 129% Laptop e netbook 17% 48% M2M módulo 42% 86% portátil Fonte: Cisco VNI Móvel, 2012. Conforme estudo apresentado neste capítulo existe uma demanda crescente no acesso à Internet através dos dispositivos móveis e smartphones. No próximo capítulo, serão apresentadas soluções técnicas para que os websites acompanhem a evolução do uso da Internet, permitindo aos usuários uma experiência de navegação adequada quando acessados através dos dispositivos móveis e smatphones. 28 3 HTML5 - Histórico e especificações técnicas 3.1 Contexto Evolutivo Existe uma vasta possibilidade de acesso à Internet através dos dispositivos móveis e smartphones. Neste capítulo serão abordados o contexto histórico e as características técnicas da linguagem HTML, responsável por permitir a navegabilidade nos websites em âmbito geral. De acordo com Keith (2010), o HTML (HyperText Markup Language - Linguagem de Marcação de Hipertexto) é a linguagem universal para o desenvolvimento de estruturas de páginas na web criada por Tim Berners-Lee em 1991. No artigo intitulado “HTML Tags”, Berners-Lee apresentava um conjunto de dez a doze marcações, com conceito de “tags” herdado da linguagem SGML (Standard Generalized Markup Language) que possibilitariam o desenvolvimento de páginas para Internet. Keith (2010) afirma que a evolução do HTML foi marcada principalmente com o lançamento da versão 2.0 publicada no IETF (Internet Engineering TaskForce), pois em sua primeira versão, não foram realizadas muitas aplicações, no entanto, as publicações das revisões desenvolvidas para o HTML foram substituídas em meados da década de 90 pelo W3C (The World Wide Web Consortium), e publicadas no endereço eletrônico http://www.w3.org, tendo passado por diversas revisões, chegando à sua versão mais marcante e revolucionária em 1999 através do HTML 4.01 e, após a publicação do HTML 4.01 a grande mudança anunciada pelo W3C foi a revisão chamada XHTML 1.0, com a incorporação das regras de sintaxe da linguagem de marcação XML (eXtensible Markup Language), a linguagem base das recomendações do W3C, tornando o HTML mais rígido em sua forma de escrita e possibilitando melhor semântica dos elementos estruturais. Visando melhorar ainda mais as regras sintáticas do XHTML 1.0 e possibilitar o andamento do projeto The Web Standards Project (Os Padrões para Projetos Web) o W3C revisou o XHTML 1.0 lançando o XHTML 1.1, que fazia jus às totais regras do XML, porém, em função de tanta rigidez não permitia sua renderização nos navegadores como um documento escrito em HTML, somente como XML, o que 29 distanciou o W3C das reais necessidades do dia a dia para publicação de páginas web. (Keith 2010) De acordo com Hickson (2012), desenvolvedor que influenciou arduamente os padrões para web, após a publicação final da versão do XHTML 1.1, o W3C iniciou seus trabalhos em uma nova versão do XHTML - o XHTML 2.0, onde, apesar do nome parecer somente uma atualização da versão 1.0, seu objetivo era criar uma nova linguagem baseada em uma recente versão do XML, o que impactaria na incompatibilidade das versões anteriores do HTML, tendo o objetivo de suprir todas as falhas publicadas nas versões anteriores, porém, não obteve sucesso. Segundo Keith (2010), conflitos internos no W3C marcaram uma época em que, ao sugerir o XHTML 2.0, o W3C estava a favor da formulação de um padrão teoricamente puro para desenvolvimento web, porém, fora das necessidades de desenvolvimento dos web designers. Hickson (2012) propôs que o HTML fosse uma linguagem passível de se extender além de aplicações web, o que resultou em rejeição por parte dos membros do W3C. A partir de então, um grupo de pessoas que estavam de acordo com as propostas de Ian Hickson, criaram uma nova frente de desenvolvimento, o (WHATWG) Web Hypertext Application Technology Working Group. Keith (2010) afirma que as diretrizes de desenvolvimento do WHATWG quando comparados ao do W3C eram bem diversificadas. Enquanto o W3C continuava a trabalhar com o projeto do XHTML 2.0, o WHATWG iniciou um processo de extensão ao HTML, específico para novos aplicativos, denominado Web Apps 1.0 e para melhorar a interação dos fomulários, chamados Web Forms 2.0, que ao longo de seu desenvolvimento, ambos os projetos foram unificados, dando origem ao HTML5. Berners-Lee (2006) assume que a tentativa de migrar o HTML para uma nova versão do XML (XHTML 2.0) estava em um processo lento de desenvolvimento e passível de fracasso, então ele notifica que iria retomar o desenvolvimento nas atualizações do HTML, porém, utilizando as bases já estruturadas do HTML5 desenvolvidas pelo WHATWG. 30 De acordo com Hickson (2012), nessa fase, surge uma situação inusitada, o W3C trabalhava em duas vertentes de desenvolvimento: XHTML 2.0 e as novas especificações do HTML, utilizando as bases desenvolvidas pelo WHATWG que lidava com a versão do HTML5 e esta serviria de base para as especificações do W3C. Em 2006, o W3C anuncia o interesse em trabalhar em parceria com o WHATWG no desenvolvimento do HTML5. Em 2007, o WHATWG concede permissão ao W3C para realizar as publicações de recomendação do HTML5, levando em consideração que o WHATWG também iria manter as suas documentações disponíveis, no entanto, menos restritivas quando comparadas as publicações do W3C. Em 2009, segundo Keith (2010), o W3C anuncia que não dará continuidade ao desenvolvimento das recomendações do XHTML 2.0, dando prosseguimento no desenvolvimento do HTML5 em conjunto ao WHATWG, com a expectativa de tornar o HTML5 uma Recomendação W3C para o desenvolvimento de páginas web. 3.2 Especificações Técnicas O HTML5 é apontado como a próxima versão principal da linguagem base da web sendo recomendação preliminar e tendo a revisão ativa do W3C com participação em comum do WHATWG. Sabe-se que, em 2014, será o próximo padrão para marcação e APIs suportadas nos navegadores web, de acordo com Hickson (2012). Conforme Kesteren e Pieters (2012), a linguagem de marcação HTML5 inclui: • Um novo doctype HTML: <!DOCTYPE html>, elemento responsável pela definição do tipo de documento a ser renderizado pelo navegador.; • Elementos novos de marcação estrutural (<header>, <nav>, <footer>, <section>, <aside>, etc); • Regras de análises compatíveis com versões anteriores para o HTML e o XHTML; • Elementos novos de marcação <audio> e <video> para conteúdo multimídia; • Mais valores para elementos de formulário (input), permitindo uma seleção nativa de datas, horas, cores e números; 31 • Os frames são removidos do HTML (exceção: <iframe>, que é a nova sandbox); • APIs para desenho em 2D, reprodução de mídia, registro do tipo de mídia, arrastar e soltar, e mensagem através de documentos cruzados; • Armazenamento em cache e navegação offline. Conforme Chuan (2012), os recursos do HTML5 ganham o consenso da indústria durante o processo de padronização. Por esta razão, os revendedores de navegadores para celulares e smartphones estão interessados em adotar seus recursos. Muitos destes recursos já são suportados pelos navegadores mais modernos dos dispositivos móveis e smartphones, em especial, as propriedades como o armazenamento de dados em cache offline, novos elementos de multimídia e controles nativos para formatos avançados de entrada de dados em formulários. De acordo com Chuan (2012), posto que o HTML5 é a revisão principal para a linguagem de marcação HTML, sua concretização introduz novas dificuldades no processamento através dos dispositivos móveis. A exemplo destas dificuldades pode-se esperar atrasos na adoção do HTML5 nos dispositivos móveis baratos e suporte fragmentado quando o HTML5 for introduzido no método de renderização do navegador móvel. Segundo Kesteren e Pieters (2012), o HTML5 foi desenvolvido como uma atualização do HTML 4.0, mantendo enorme parte de seus elementos estruturais. Hickson (2012) especifica que a primeira mudança na estrutura de um arquivo definido com HTML5 ocorre na definição do tipo de documento (doctype) que determina o modo de execução dos navegadores, se as páginas serão interpretadas no modo standard mode (modo padrão) ou strict mode (modo estrito). Para páginas desenvolvidas em HTML5, basta especificar aos navegadores que sua renderização será realizada em modo padrão (standard mode), obtendo assim uma forma simples para o processamento das páginas web. Essa afirmação dá-se através da codificação do tipo de documento inserido inicialmente em qualquer arquivo HTML5, conforme exemplificado abaixo: <!doctype html> 32 Kesteren e Pieters (2012) citam que a grande mudança ocorre nos novos elementos semânticos do HTML5, alterando a forma de como a web irá compreender as marcações, possibilitando a inserção de metadados nas tags semânticas do HTML5 sem interferir nos novos recursos disponíveis na linguagem. Ferreira e Eis (2010) afirmam que ao desenvolver uma página nos padrões do HTML5, uma solução semântica é obtida com a utilização dos seguintes elementos estruturais da linguagem: • <section>: Representa uma seção genérica em um documento HTML5, normalmente acompanhada de um título. Um exemplo claro no uso da tag section neste contexto seria na aplicação do agrupamento dos parágrafos que irão formalizar os assuntos da página principal, desde que estes estejam relacionados entre si, dando sentido à página. • <nav>: O elemento nav contém links de navegação. Seu uso é voltado para os principais blocos de navegação do site. • <header>: Contém elementos introdutórios de uma área ou elementos de navegação. Geralmente comporta tags de título (h1-h6). Pode haver mais de um header em um mesmo documento, estando cada header relacionado ao conteúdo que o circunda. • <footer> - Representa um rodapé referente ao seu elemento contensor mais próximo. Geralmente contêm informações relacionadas ao conteúdo, como autor, links relacionados etc. • <article> - Representa um bloco de conteúdo autônomo e possível de distribuição através de syndication, ou RSS. Pode ser um post em um blog, um comentário, artigo de jornal ou revista ou outro conteúdo independente. • <aside> - Representa um bloco de conteúdo que complementa as informações tangencialmente relacionadas ao conteúdo principal do site. • <hgroup> - Representa o agrupamento de títulos de uma detemrinada área do site. 33 Conforme Rabin e McCathieNevile (2008), realizar a entrada de dados através do teclado em dispositivos móveis é consideravelmente mais difícil quando comparado a teclados de computadores pessoais. Esta restrição deve-se a um espaço limitado para exibição das teclas. Um problema apontado por Rabin e McCathieNevile (2008) ocorre no processo de preenchimento das informações em campos de formulários nas páginas web por conta dos campos não apresentarem a estruturação adequada para o preenchimento dos dados, dificultando o processo de preenchimento das informações. De acordo com Keith (2010), treze novos campos de formulários foram desenvolvidos em HTML5 com o objetivo de facilitar a entrada de dados. Keith (2010) destaca a utilização de quatro destes novos campos especificamente para entrada de dados em dispositivos móveis, sendo exemplificados em duas categorias: 1) Formatação de campos de pesquisa (<input type=”search”>): Utilizado para realização de buscas através de dispositivos móveis, o campo de busca “search” permite uma navegabilidade facilitada, dando a possibilidade de selecionar o campo em que se quer realizar novas buscas e excluir o conteúdo digitado na pesquisa anterior através do acionamento de um ícone que referência limpeza de conteúdo automaticamente localizado na extremidade direita do campo, exemplificado na figura 9: Figura 9 - Exemplo no campo de busca acionado pelo Safari em dispositivos mobile Fonte: HTML5 for Web Designers, 2010 2) Formatação de campos para preenchimento de dados de contato: Utilizado para o preenchimento de e-mails, websites e telefones nos dispositivos móveis com a finalidade de facilitar a inserção de cada tipo específico de dado no ato do preenchimento por conta do teclado se adaptar ao formato de cada campo, conforme exemplificado na figura 10: 34 Figura 10 - Exemplos de formulários acionados pelo Safari em dispositivos mobile Fonte: HTML5 for Web Designers, 2010. Segundo a ordenação da esquerda para direita da figura 10, obtem-se a seguinte sequência de marcações: • <input type=”email”> - Permite inserção de dados para o campo de email. • <input type=”url”> - Permite inserção de dados para o campo de websites. • <input type=”phone”> - Permite inserção de dados para o campo de telefone. Segundo Keith (2010), as possibilidades oferecidas através dos novos campos de entrada de dados do HTML5 e o fato de muitos navegadores já processarem estes novos campos, torna o preenchimento de dados na web em dispositivos móveis facilitado em função do teclado se adaptar conforme a informação a ser preenchida. De acordo com Rabin e McCathieNevile (2008), os navegadores de dispositivos móveis podem conter limitações de acesso a scripts e plugins, limitando o acesso a determinadas informações do website, como por exemplo, vídeos e animações, além de restringir do usuário a escolha de atualizações e a troca de navegadores para execução de tais conteúdos. Segundo Keith (2010), o HTML5 proporciona elementos de rich media que tem por objetivo a execução de elementos de mídia sem a necessidade da execução de plugins exclusivos para execução de animações, áudio e vídeo. Keith (2010) cita os três elementos principais de rich media em HTML5: 35 1) Canvas: Elemento que possibilita um ambiente de criação para imagens dinâmicas. 2) Áudio: Elemento que possibilita a execução de áudios através da web. 3) Vídeo: Elemento que possibilita a execução de vídeos através da web. De acordo com Wepman (2012), a utilização dos recursos de rich media disponibilizados no HTML5, reduz significativamente a quantidade de dados transferidos através da rede de aplicações, além de não limitar a visualização das informações da página do site. Conforme Gardner e Grigsby (2012), a capacidade computacional dos dispositivos móveis para renderização de conteúdo web também influência na experiência de navegação em dispositivos móveis. Neste quesito, de acordo com Ferreira e Eis (2010) e Wepman (2012), a capacidade do HTML5 em realizar armazenamento temporário (sessionStorage) ou permanente (localStorage) diretamente na memória do navegador do disposivio móvel permite que se reduza a utilização da memória de processamento nos dispositivos, já que dados das páginas web podem ser recuperados mesmo que o usuário perca a conexão com a Internet ou feche o navegador do dispositivo. Conforme Keith (2010), as vantagens da utilização do HTML5 para o desenvolvimento websites para dispositivos móveis são evidentes, pois facilitam a acessibilidade e permitem uma navegação agradável e objetiva, além de possibilitar melhor performance dos recursos dos dispositivos móveis. No capítulo 4 serão apresentadas as facilidades e vantagens ao se desenvolver um website com a utilização dos recursos do HTML5 apresentados neste capítulo. 36 4 O HTML5 como facilitador na navegação mobile Conforme definido por Rabin e McCathieNevile (2008), as recomendações do W3C na aplicação das melhores práticas no desenvolvimento de websites para dispositivos móveis referem-se à distribuição correta de conteúdos através das páginas web. Segundo o W3C, o desenvolvimento de muitos sites proporciona uma experiência pobre aos usuários quando acessados através dos dispositivos móveis. A qualidade da navegação depende de forma substancial, da usabilidade dos sites (contemplando leitura, navegação e interação com o conteúdo dos sites), dos navegadores e das funcionalidades do dispositivo. Segundo Rabin e McCathieNevile (2008), a maioria das páginas na web estão com a navegação adaptada e definidas para serem visualizadas nos computadores pessoais (desktops), o que ocasiona ao usuário do website, quando acessado via dispositivo móvel, uma carente e dificultosa experiência de navegação, tendo como principal motivo a falta de adequação na estrutura das páginas web em função da limitação de resolução das telas dos dispositivos moveis, favorecendo para a perda de conteúdo. A definição correta na estruturação do conteúdo de um website é uma importante etapa no desenvolvimento, permitindo a correta adaptação do website quando visualizado em dispositivos móveis. No contexto de estruturação e navegabilidade, Wepman (2012) afirma que a linguagem HTML5 incorpora elementos estruturais que permitem o cumprimento dos regulamentos federais de acessibilidade, permitindo aos desenvolvedores que especifiquem metadados aos leitores de telas e navegadores baseados em textos, atendendo as exigências de navegabilidade de acesso aos portadores de deficiência. Outra característica importante para navegabilidade dos websites desenvolvidos em HTML5 segundo Wepman (2012) encontra-se na possibilidade de se desenvolver layouts mais eficientes com a redução de ambiguidades de conteúdo e na inserção de elemento intuitivos que especificam, de forma objetiva, a função de cada área do website. De acordo com Taylor (2012), o desenvolvimento de um website em HTML5 permite que se crie uma experiência tão gratificante quanto de um aplicativo instalado diretamente no dispositivo, com a vantagem de ser acessível a todos. Taylor (2012) ainda cita que o uso do HTML5 no desenvolvimento de páginas web possibilita 37 desenvolver websites com funcionalidades de aplicativos móveis, permitindo aplicação de zoom e navegação deslizante em determinadas áreas do site, facilitando a leitura e visualização dos dados. De acordo com Chisholm at al. (1999), o acesso à Internet realizado através de dispositivos móveis, quando comparados aos dispositivos com conexões fixas, possuem considerável perda de velocidade e latência de acesso. Sites com muitas requisições de servidor podem demorar a serem carregados, principalmente com quantidades de informações excessivas e muitas páginas de navegação. Gardner e Grigsby (2012) afirmam que a maioria dos dispositivos tem limitação de uso de memória temporária para processamento de páginas e imagens. Websites com atualizações de dados, processamento de longas folhas de estilo, grandes imagens no decorrer das páginas podem ocasionar a exibição incompleta das informações e o processamento lento das páginas web, aumentando o gasto de energia dos dispositivos em função de constantes requisições ao servidor para atualização de dados. Para minimizar os problemas apontados por Chisholm at al. (1999) e Gardner e Grigsby (2012), duas soluções possíveis de desenvolvimento em HTML5 são citadas de acordo com Keith (2010), Ferreira e Eis (2010) e Wepman (2012), sendo elas a nova forma de estruturação de formulários e métodos de armazenamento de dados offline. Keith (2010) afirma que uma das soluções proporcionadas pelo HTML5 na redução de consumo de banda se encontra no desenvolvimento dos formulários. A independência na validação de dados proporcionada pelo W3C aos campos de formulários através de expressões regulares diminui a necessidade de se realizar novas requisições de servidor para a utilização de bibliotecas em Javascript no processo de validação de formulário, como utilizados na maioria dos websites. A validação realizada em HTML5 permite, por exemplo, a validação de campos para inserção de datas em formatos automatizados, formatação de campos específicos conforme a necessidade do desenvolvedor, predefinição preenchimento de campos com valores específicos, entre outros. de dados para 38 Além da redução no volume de requisições de servidor através do desenvolvimento de formulários em HTML5, Keith (2010) cita a melhora na acessibilidade em função dos novos campos para preenchimento de dados em formulários com HTML5 ao permitirem que o teclado do dispositivo móvel se adapte conforme o tipo de informação a ser preenchida. Estas características, voltadas para o acesso em dispositivos móveis, permitem agilidade no preenchimento dos dados e no envio dos formulários. De acordo com Ferreira e Eis (2010) e Wepman (2012), a capacidade de armazenamento offline, possibilitada pelo HTML5, reduz significativamente o processo de transferência de dados, já que as informações podem ser recuperadas através do HTML5 mesmo se o navegador for fechado pelo usuário, reduzindo a transferência de dados na rede. De acordo com Kato (2011), cientes do aumento no tráfego através de dispositivos móveis, os sites de busca já começam a se preocupar em otimizar seus resultados para melhor atender os visitantes que acessam através destes meios. Segundo Kato (2011), o Google possui um crawler (motor de busca) específico para dispositivos móveis, o Googlebot-Mobile, que indexa páginas específicas para dispositivos móveis com o intuito de melhorar a experiência do usuário na captura precisa de informações. Ferreira e Eis (2010) afirmam que o desenvolvimento a partir das estruturas semânticas possibilitadas pelo HTML5 permite aos mecanismos de busca localizar as informações de forma mais objetiva, clara e com facilidade na classificação da informação, possibilitando uma navegação e a localização de conteúdos ainda mais assertiva nos dispositivos móveis. De acordo com Chisholm at al (2008), outro fator necessário a ser analisado quanto ao desenvolvimento de websites para dispositivos móveis, é o custo de acesso à Internet através de tais dispositivos, pois parte dos custos de navegação podem ser minimizados se desabilitados conteúdos que exigem recursos exclusivos de software e hardware, não disponíveis na maioria deles (ex.: plugins exclusivos de animações, players exclusivos de audio e vídeo, etc.). 39 Segundo Cox (2011), o HTML5 oferece marcações para reprodução de mídia totalmente compatível com os navegadores dos dispositivos móveis, permitindo sua reprodução sem a necessidade de downloads de plugins adicionais, facilitando e tornando mais rápida a navegação do usuário na visualização de conteúdos de rich media. De acordo com as justificativas sobre o uso do HTML5 como facilitador na navegação em dispositivos móveis apresentadas no decorrer deste capítulo, a conclusão do estudo deste trabalho de pesquisa será apresentada no capítulo 5. 40 5 Conclusão É possível perceber que a rapidez na inovação dos dispositivos móveis é incomparável, e como resultado, criam-se novas oportunidades. Através dos novos recursos dos dispositivos móveis se veêm novas maneiras de interagir com a web, com serviços digitais, informações e pessoas. A partir do estudo realizado, é possível entender que a adoção do HTML5 para desenvolvimento de websites em dispositivos móveis é totalmente recomendável. As facilidades fornecidas pela nova versão da linguagem de marcação do W3C para desenvolvimento de websites, como a entrada de dados em formulários, estruturação semântica, redução no uso de largura de banda e elementos nativos para execução de mídias interativas afirmam que o HTML5 tende a se tornar a linguagem padrão para o desenvolvimento de websites. De acordo com Gardner e Grigsby (2012), o desenvolvimento de aplicações web interativas e modernas podem atingir um potencial ainda mais relevante se outras linguagens de programação como bibliotecas em Javascript e linguagens de formatação de estilos CSS forem mescladas ao desenvolvimento juntamente com o HTML5. No entanto, o aumento crescente na quantidade de modelos e navegadores web nos dispositivos móveis, conforme cita Gardner e Grigsby (2012), é um potencial complicador para adoção de um padrão universal de desenvolvimento, por mais que esforços do W3C tenham por definição padrões de desenvolvimento para websites, em função da vasta quantidade de dispositivos disponíveis atualmente no mercado e pela falta de adoção na interpretação da linguagem de marcação HTML5 por parte dos navegadores destes dispositivos, o resultado da experiência de navegação nos websites muitas vezes se torna comprometida e dificultosa. Em contrapartida, a Apple, fabricante do iPhone, precursor da mudança na forma de acesso à web nos dispositivos móveis e detentor do maior volume de vendas dos smartphones no mundo, impulsiona o uso da tecnologia HTML5, segundo Fling (2009). De acordo com Hardy (2012), o sucesso na venda destes dispositivos e o fato de sua plataforma de renderização (iOS) não suportar a instalação de plugins para 41 execução de conteúdos de vídeo e áudio, a exemplo do Flash, faz com que muitas empresas sejam obrigadas a repensar no desenvolvimento de seus websites utilizando a tecnologia HTML5. Ainda segundo Hardy (2012), muitas empresas estão desenvolvendo seus websites utilizando o HTML5 através das versões “não oficiais” disponibilizadas pelo W3C, já que a linguagem ainda não foi publicada como Recomendação do W3C e tem sua previsão de lançamento oficial como recomendação a partir de 2014, no entanto, as empresas já visionaram que, com as recomendações disponibilizadas hoje, já é possível realizar a entrega de um website por completo. Avaliando o estudo realizado neste trabalho de pesquisa, conclui-se que o desenvolvimento de websites em HTML5 para dispositivos móveis é totalmente recomendável uma vez que facilita a acessibilidade, navegabilidade, otimiza largura de banda necessária no acesso dos websites e reduz a necessidade do uso de recursos nos dispositivos móveis. Gustafson (2012), afirma a concretização deste estudo ao mencionar sobre a natureza dinâmica do HTML5 em diferentes ambientes e dispositivos, afirmando que mesmo dispositivos não tradicionalmente web, tornam-se habilitados para web através do uso da linguagem HTML5. Conclui-se que a linguagem de marcação HTML5 pode apontar melhorias em sua utilização, uma vez que, o W3C ainda não concretizou sua documentação oficial através da adição de recursos conforme as tendências de mercado e de desenvolvimento web, no entanto, com os recursos disponibilizados atualmente já percebe-se positivamente que o futuro do desenvolvimento de websites tende-se a padronização através da linguagem de marcação HTML5. 42 REFERÊNCIAS APERCUI, J. F. M. John Francis Mitchell biography, 2012. Disponível em: <http://www.brophy.net/PivotX/?p=john-francis-mitchell-biography >. Acesso em: 17 mar. 2012. ARJONILLO, F. Your mobile phone history, jan. 2011. Disponível em: < http://www.darkyrom.com/index.php?threads/your-mobile-phone-history.1988/>. Acesso em: 07 ago. 2012. BERNERS-LEE, T. Enquire manual: in hypertext. Suíça, 1980. Disponível em: <http://www.w3.org/History/1980/Enquire/manual/>. Acesso em: 20 jul. 2012. BERNERS-LEE, T. Reinventing HTML, out. 2006. 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