universidade federal rural do semi-árido campus angicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CAMPUS ANGICOS
CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
THAÍS RUSSIELY GUEDES MARTINS
SISTEMAS POLIFÁSICOS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ANGICOS-RN
2013
THAÍS RUSSIELY GUEDES MARTINS
SISTEMAS POLIFÁSICOS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
Monografia apresentada a Universidade Federal
Rural do Semi-Árido UFERSA, Campus Angicos,
para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e
Tecnologia.
Orientador: Prof. M.Sc. Edwin Luize Ferreira
Barreto - UFERSA
ANGICOS-RN
2013
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que me
sustentou durante todos os dias permitindo que eu
chegasse até aqui.
E aos meus pais, Gilberto Martins de Oliveira e
Cleide Guedes Moreira de Oliveira, que passaram
por cima de todas as dificuldades encontradas me
incentivando a prosseguir.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por todas as coisas, pelas oportunidades, pela presença
Dele em minha vida, pelo cuidado, por ter me guiado durante minha vida acadêmica, pelas
experiências que Ele me permitiu passar e por ter me sustentado durante todas elas; sem Ele
eu não teria conseguido essa conquista.
A meus pais, Gilberto Martins de Oliveira e Cleide Guedes Moreira de Oliveira que
batalharam para me manter, pelas orações, pelo cuidado, preocupação e por sempre terem me
incentivado e me encorajado a chegar até aqui; amo muito vocês, essa conquista é pra vocês!
Obrigada por tudo.
Ao meu namorado Douglas, por sempre ter me ajudado na realização de muitos
trabalhos acadêmicos, inclusive neste; por ter se mostrando prestativo todas as vezes que
precisei de seu apoio.
As minhas irmãs, Sara Danielly e Lara Almira, e ao meu cunhado Antônio Bezerra de
Moura Junior, por toda ajuda concedida.
Em especial ao meu professor, orientador Edwin L. F. Barreto por toda paciência,
comprometimento, disponibilidade e ajuda dada, peça fundamental desta monografia; seu
apoio e ajuda foram fundamentais para que eu concluísse mais esta etapa da minha vida.
A minha família por sempre estar comigo me incentivando e torcendo por mim. Minhas
avós, Maria de Lourdes e Almira Maria, pelas orações; às minhas tias e tios, primas e primos;
em especial para Maria de Lurdes, Lúcia Martins, Aparecida Martins, Cleoneide Guedes,
Claudenízia Guedes, Cleone Guedes, Sebastião Martins e Adelson Martins por sempre ter se
feito presente e por todas as dicas e conselhos.
Aos meus amigos que estiveram ao meu lado todos esses anos, me ajudando a atingir
essa meta, que a pesar da distância sempre se mostraram presentes; Patrícia Rafaela, Ana
Paula, Raniel Azevedo, Valciano Camilo, Alisson Gadelha, Samuel Camilo, Bruno Sena,
Carlos Lima.
Ao meu excelente grupo de estudo, pelo companheirismo e cumplicidade, pelo
encorajamento mútuo; vocês são muito especiais pra mim, Otacília Barbalho, Lisarb Brasil,
Dylson Junyer, Felipe Jales, Bruna Ravana, Aline Xavier, Rute Nóbrega.
As minhas amigas, irmãs, companheiras e minha família em Angicos, com as quais
convivi durante o período acadêmico. Durante todo esse tempo vocês deixaram algo de
especial; nesse tempo juntas pudemos conhecer umas às outras, passamos momentos em
comum e vivemos um processo de aprendizado mútuo; portanto, todas vocês se sintam
especiais pra mim e acolhidas com um abraço bem apertado de „muito obrigada‟ por tudo!
Joseane Azevedo, Andrezza Coutinho, Elys Eduarda, Maria Thayná, Mairlane Silva, Ana
Katherine, Talita Raquel e Airla Luz.
A todo o corpo docente que fez parte dessa conquista. Muitos passaram o que tinham
de melhor para construir um pouco do nosso futuro juntamente conosco; além do
profissionalismo criou-se um vínculo muito forte; todos vocês são muito especiais.
“Que a luz da vida que há em nós possa brilhar
no meio dessa geração.”
Filipenses 2:15
RESUMO
Com os avanços da ciência e da tecnologia, as diversas áreas do conhecimento têm
sofrido modificações pertinentes a seus respectivos campos de atuação; por estar inclusa
nessas tecnologias, a distribuição de energia elétrica não poderia passar despercebida. O
sistema de distribuição conta com a utilização de meios e ferramentas que possuem aplicação
imprescindível para sua ocorrência, como os transformadores de tensão, esses possuem
enrolamentos característicos cujo emprego é voltado de acordo com a necessidade e os níveis
de carga que o consumidor espera atingir. Atualmente, a tecnologia possibilitou a criação de
diversos enrolamentos característicos para determinadas situações, será abordado o uso de
alguns enrolamentos e, principalmente o delta-estrela aterrado, utilizado pela concessionária
de energia do estado do Rio Grande do Norte; além dos transformadores, existem os sistemas
de distribuição de energia (monofásicos ou polifásicos) que possibilitam ao consumidor
receber a energia de que necessita de forma segura e confiável. Para que se compreenda a
atuação das ferramentas utilizadas na distribuição é necessário tomar conhecimento de seu
funcionamento que é englobado e explicado por conhecimentos básicos do eletromagnetismo.
Tendo isso em vista realizou-se uma pesquisa de caráter bibliográfico acerca dos principais
pontos que englobam este assunto, de forma a possibilitar uma adequada análise de circuitos
elétricos permitindo uma devida compreensão de sua aplicação no funcionamento de
geradores, motores e cargas. Por fim, será apresentado como ocorre o processo de distribuição
no bloco de salas dos professores na UFERSA Angicos a partir do sistema trifásico de
distribuição.
Palavras-chave: Distribuição. Tensão. Transformador. Sistemas de distribuição.
ABSTRACT
With advances in science and technology, the various knowledge areas have
undergone modifications relevant to their respective fields, to be included in these
technologies, the electricity distribution could not go unnoticed. The distribution system
comprises the use of means and indispensable tools that have application for its occurrence as
voltage transformers, these windings have typical use of which is oriented according to the
need and load levels that reach the consumer expects. Nowadays, technology has enabled the
creation of several windings characteristic of certain situations will be addressed using some
windings and especially the delta-wye grounded, used by the power utility of the state of Rio
Grande do Norte, in addition to the transformers, there are power distribution systems (singlephase or polyphase) enabling the consumer to receive the energy they need to safely and
reliably. In order to understand the performance of the tools used in the distribution is
necessary to be aware of their operation which is encompassed and explained by basic
knowledge of electromagnetism. With this in mind we carried out a bibliographic search on
the main points that cover this subject in order to enable a proper analysis of electrical circuits
allowing for a proper understanding of their application in the operation of generators, motors
and loads. Finally, it will be shown as the distribution process occurs in the block of rooms at
UFERSA Angicos teachers from the three-phase distribution.
Keywords: Distribution. Voltage. Transformer. Distribution Systems.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Modelo de um circuito fechado...............................................................................16
Figura 2 - Comportamento da corrente contínua com o tempo...............................................17
Figura 3 - Corrente alternada com relação ao tempo...............................................................18
Figura 4 – Corrente alternada em formato senoidal.................................................................18
Figura 5 - Circuito em série.....................................................................................................19
Figura 6 - Circuito em paralelo................................................................................................21
Figura 7 - circuito com associação mista de resistores............................................................24
Figura 8 - Lei de Kirchhoff para Correntes..............................................................................24
Figura 9 - Demonstração das quedas e elevações de tensão em um circuito em série............25
Figura 10 - Diagrama simplificado de um transformador........................................................27
Figura 11 – Circuito equivalente do transformador ideal........................................................27
Figura 12 - Modelo de configuração em estrela e em delta.....................................................30
Figura 13- Configuração estrela-delta......................................................................................31
Figura 14 - Sistema em estrela a quatro fios............................................................................32
Figura 15: Sistema em estrela a três fios.................................................................................32
Figura 16 – Ligação delta........................................................................................................33
Figura 17 - Sistema trifásico simétrico com defasagem de 120º.............................................35
Figura 18 – Ondas senoidais representando o diagrama fasorial.............................................36
Figura 19 - Configuração Delta-Estrela aterrado.....................................................................38
Figura 20 – Determinação de uma das tensões de linha de um transformador trifásico..........39
Figura 21 - subestação aérea que abastece o bloco de salas dos professores na UFERSA
campus Angicos........................................................................................................................43
Figura 22 – Demonstração em corte do sistema trifásico........................................................43
Figura 23 – Transporte subterrâneo de fiação contendo carga trifásica..................................44
Figura 24 - Fiação transportando carga até o QDG.................................................................44
Figura 25 – Quadro de distribuição geral (QDG)....................................................................45
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 14
1.1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 14
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 16
2.1 CIRCUITOS ELÉTRICOS ................................................................................................. 16
2.1.2 Corrente Elétrica ........................................................................................................... 17
2.1.2.1 Corrente Contínua......................................................................................................... 17
2.1.2.2 Corrente Alternada ....................................................................................................... 17
2.1.3 Configurações Básicas para Circuitos Elétricos ......................................................... 18
2.1.3.1 Circuito em Série .......................................................................................................... 18
2.1.3.1.1 Regra dos Divisores de Tensão ................................................................................ 20
2.1.3.2 Circuito em Paralelo ..................................................................................................... 20
2.1.3.2.1 Regra do Divisor de Corrente ................................................................................... 22
2.2 LEIS SOBRE CIRCUITOS ELÉTRICOS .......................................................................... 22
2.2.1 Lei de OHM.................................................................................................................... 23
2.2.2 Leis de Kirchhoff ........................................................................................................... 23
2.2.2.1 1ª Lei de Kirchhoff (LKC)............................................................................................ 24
2.2.2.2 2ª Lei de Kirchhoff (ou lei das malhas) ........................................................................ 25
2.3 TRANSFORMADORES .................................................................................................... 26
2.3.1 Características de um Transformador Ideal .............................................................. 26
2.3.2 Transformadores de Tensão Trifásicos ....................................................................... 27
2.3.3 Classificação dos Transformadores de Tensão ........................................................... 28
2.3.4.1 Transformadores de Tensão Elevadores ....................................................................... 28
2.3.4.2 Transformadores de Tensão Abaixadores .................................................................... 28
2.3.5 Configuração dos Enrolamentos dos Transformadores de Tensão .......................... 29
2.3.5.1 Configuração Delta-Estrela .......................................................................................... 29
2.3.5.1.1 Aterramento do Neutro ............................................................................................. 30
2.3.5.2 Configuração Estrela-Delta .......................................................................................... 31
2.3.5.3 Configuração Estrela-Estrela ........................................................................................ 32
2.3.5.4 Configuração Delta-Delta ............................................................................................. 33
2.4 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ...................................................................................... 33
2.4.1 Sistema de Distribuição Polifásico ............................................................................... 33
2.4.1.1 Sistema Simétrico ......................................................................................................... 34
2.4.1.2 Sistema Equilibrado...................................................................................................... 34
2.4.1.3 Sistema Desequilibrado ................................................................................................ 35
2.4.2 Sistema de Distribuição Trifásico ................................................................................ 35
2.4.2.1 Vantagens do Sistema Trifásico ................................................................................... 36
2.5 COSERN............................................................................................................................. 37
2.5.1 Sistema de Distribuição Adotado pela Cosern ............................................................ 38
2.5.2 Aplicação ........................................................................................................................ 40
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 41
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 46
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 48
12
1 INTRODUÇÃO
O campo de atuação da energia elétrica vem crescendo há alguns anos em todo o
mundo; empresas de transporte, telecomunicações e energia elétrica estão entre as maiores
organizações produtivas da economia, pois estas criam condições que possibilitam aos demais
setores atenderem às necessidades básicas da população. (ANEEL, 2000).
A energia elétrica é considerada um insumo básico e fundamental para o
desenvolvimento das mais diversas atividades na sociedade moderna. (OTÁVIO, 2006) O
desenvolvimento econômico ocorrido na sociedade moderna desencadeou uma série de
fatores que contribuíram com o aumento do consumo de energia elétrica por parte da
sociedade; o maior número de eletrodomésticos e eletroeletrônicos em residências, por
exemplo, a expansão do número de shoppings centers, a modernização de serviços em geral
foram fatores contribuintes para o aumento dessa demanda. (BRIGATTE, 2011).
Dentre as regiões geográficas brasileiras, o Sudeste é a que possui a maior fatia de
participação no mercado de distribuição de eletricidade no País, cujo índice alcança mais de
57% do mercado nacional. A segunda região de maior participação é a Nordeste, com um
índice superior a 16%. Nestas duas áreas do território nacional, estão localizadas as maiores
distribuidoras do Brasil. (ANEEL, 2000).
O sistema de energia funciona da seguinte forma: geração, transmissão e distribuição;
geração é onde a energia elétrica é gerada; devido ao grande potencial do Brasil em ter
recursos naturais disponíveis, como as quedas de água, pelo fato da geografia ser favorável, a
forma predominante de se gerar energia elétrica no país ocorre por meio de hidrelétricas.
Nesse processo, o volume de água vai fazer girar uma turbina, essa turbina irá gerar um
campo magnético que por sua vez vai gerar energia; parte dessa energia fica armazenada e
parte será transmitida e distribuída. A principal hidrelétrica do Nordeste é a hidrelétrica de
Paulo Afonso, localizada na Bahia.
A energia gerada precisa ser transmitida aos grandes centros, a tensão do processo de
geração é da ordem de 15 KV, logo após essa geração, essa energia passará por uma
subestação que elevará por meio dos transformadores elevadores da ordem de 15 KV para 230
KV, 500 KV, 750 KV, para que dessa forma se possa evitar perda nas linhas de transmissão.
(OTÁVIO, 2006).
No caso da região Nordeste, a tensão de 230 KV viajará através das linhas de
transmissão, através das torres de alta tensão até chegar aos grandes centros urbanos; quando
13
chega às cidades precisa ser reduzida, então é necessário que se tenha outra subestação na
distribuição na classe de abaixadores, que baixam 230 KV para 69 KV; este último segue até
as cidades, ao chegar às cidades, essa tensão passa pelas subestações das concessionárias de
energia, onde sofrem transformação até atingir o nível adequado para uso, 380 V/220V no
caso da região Nordeste, possibilitando o uso e o correto funcionamento de equipamentos
elétricos e cargas elétricas.
Diante do exposto, a pesquisa visa elucidar o funcionamento desse último processo,
por meio de embasamentos teóricos e conclusões sobre o assunto. Além disso, explanar quais
os níveis ideais de distribuição de energia bem como a forma ou o procedimento necessário
para que se chegue até ele; que sistema é utilizado pela concessionária de energia que se
encarrega de transformar os níveis de tensão até que se obtenha a classe ideal de uso pelo
consumidor. Para atingir esse fim, este trabalho possibilita a compreensão da teoria,
centrando-se em conceitos básicos do eletromagnetismo que é a base para que se possa
compreender na prática como se dá a distribuição.
14
1.1 OBJETIVOS
O trabalho em questão será desenvolvido de forma a alcançar os seguintes objetivos:
1.1.1 Objetivo Geral

Estudo acerca da distribuição de energia elétrica, com enfoque na teoria que engloba
tal processo, afim de que se compreenda como esse procedimento ocorre na prática.
1.1.2 Objetivos Específicos

Mostrar como a teoria de análise de circuitos elétricos se torna essencial do ponto de
vista do funcionamento de máquinas elétricas, que viabilizam a transformação de
tensão.

Mostrar como algumas técnicas vistas na teoria podem ser utilizadas no sistema de
distribuição de energia, enfatizando as configurações de ligações dos transformadores
de tensão.

Realizar um breve e objetivo estudo acerca de como se dá o processo de
abastecimento, por meio do sistema trifásico de distribuição, no bloco de sala dos
professores da UFERSA Angicos-RN.
15
1.2 JUSTIFICATIVA
O processo de geração, transmissão e distribuição de energia necessita de periódicos
aperfeiçoamentos evidenciando a necessidade em atender uma demanda específica atenuando
possíveis falhas. Tendo em vista o constante aumento da procura dessa energia para abastecer
a sociedade, cidade ou país, sendo incluso desde os grandes centros urbanos até pequenos
povoados.
Para compreender como se dá o processo de distribuição dessa energia, é necessário que
se tome conhecimento dos níveis de tensão que a mesma atinge em sua geração e as
transformações a que estão sujeitas até que chegue ao consumidor em nível adequado para
consumo; para tanto, se faz necessário o uso de transformadores de tensão, esses apresentam
algumas configurações em seus enrolamentos podendo caracterizá-los direcionando-os para
usos específicos.
Diante disso, faz-se necessário este estudo acerca da distribuição visando o
conhecimento de todo o embasamento teórico que compõe o processo; Além de entender
como funciona o sistema de distribuição da concessionária de energia do estado.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O presente trabalho visa realizar uma análise da configuração dos enrolamentos dos
transformadores de tensão utilizados pelas concessionárias de energia elétrica, com enfoque
na concessionária de energia do Rio Grande do Norte, COSERN. Para que se construa um
conhecimento amplo acerca de como se dá o processo de abastecimento de energia elétrica, é
imprescindível o conhecimento teórico dos principais pontos que englobam esse processo.
Diante disso, este trabalho apresenta conceitos básicos de eletricidade que possibilitam, a
partir da teoria, um melhor e mais amplo entendimento da parte prática.
2.1 CIRCUITOS ELÉTRICOS
A análise de circuitos elétricos é muito importante na obtenção da corrente elétrica.
Um circuito é um caminho eletricamente completo, através do qual circula ou pode circular
uma corrente elétrica, quando se mantém uma diferença de potencial em seus terminais.
(SILVA FILHO, 2007).
Um circuito elétrico é constituído de pelo menos quatro partes: uma forma de força
eletromotriz (f.e.m), condutores, uma carga e instrumentos de controle. As fontes mais
comuns de fem são as baterias e os geradores; os condutores são os fios que interconectam as
várias partes do circuito e conduzem a corrente oferecendo baixa resistência a passagem
desta; o resistor é a carga, o resistor de carga apresenta um dispositivo que utiliza corrente
elétrica, como por exemplo uma lâmpada, campainha, torradeira, rádio ou motor; e os
dispositivos de controle podem ser chaves, resistências variáveis, fusíveis, disjuntores, etc.
(GUSSOW, 2009).
Fonte: Gussow (2009 P.51)
Figura 1 - Modelo de um circuito fechado
17
2.1.2 Corrente Elétrica
O fluxo ordenado de elétrons é denominado corrente elétrica. Para se produzir uma
corrente, os elétrons devem se deslocar pelo efeito de uma diferença de potencial. (GUSSOW,
2009).
Dois tipos de corrente elétrica são usados nos equipamentos elétricos e eletrônicos: A
corrente contínua (cc), cuja intensidade e sentido não variam com o tempo, e a corrente
alternada (ca), cuja intensidade e sentido mudam constantemente. (BOYLESTAD, 1998).
2.1.2.1 Corrente Contínua
Corrente contínua (cc), é a corrente que passa através de um condutor ou de um
circuito somente num sentido. A razão dessa corrente unidirecional se deve ao fato das fontes
de tensão, como as pilhas e as baterias, manterem a mesma polaridade de tensão de saída. A
tensão fornecida por essas fontes é chamada de tensão de corrente contínua. Uma fonte de
tensão contínua pode variar o valor da sua tensão de saída, mas se a polaridade for mantida, a
corrente fluirá somente num único sentido. (GUSSOW, 2009).
Fonte: Silva Filho (2007 p.11)
Figura 2 - Comportamento da corrente contínua com o tempo
2.1.2.2 Corrente Alternada
Uma fonte de tensão alternada (tensão ca), inverte ou alterna periodicamente sua
polaridade. Consequentemente, o sentido da corrente alternada resultante também é invertido
periodicamente. Em termos do fluxo convencional, a corrente flui do terminal positivo da
fonte de tensão, percorre o circuito e volta para o terminal negativo, mas quando o gerador
alterna sua polaridade, a corrente tem que inverter seu sentido. A linha de tensão usada na
18
maioria das residências é alternada, nesses sistemas, o sentido da tensão e da corrente sofrem
muitas inversões por segundo. (GUSSOW, 2009).
Fonte: Silva Filho (2007 p.11)
Figura 3 - corrente alternada com relação ao tempo
Fonte: Boylestad (1998 p.339).
Figura 4 – corrente alternada em formato senoidal
2.1.3 Configurações Básicas para Circuitos Elétricos
Existem duas configurações básicas para circuitos elétricos que constituem a essência
para muitos circuitos complexos. (BOYLESTAD, 1998).
Os circuitos elétricos podem ser encontrados em três configurações: circuitos em
série, circuitos em paralelo e circuitos com associação mista de resistores. Porém, serão
abordadas somente as duas configurações básicas para a análise de circuitos elétricos que são
os circuitos com associação em série e em paralelo.
2.1.3.1 Circuito em Série
Em um circuito elétrico, dois elementos estão em série se:
19

Possuem somente um terminal em comum (ou seja, um terminal de um está conectado
a somente um terminal do outro). (BOYLESTAD, 1998).

O ponto comum entre os dois elementos não está conectado a outro elemento
percorrido por corrente. (BOYLESTAD, 1998).
Fonte: Boylestad (1998 p.81).
Figura 5 - circuito em série
A Figura 5 mostra um circuito onde as resistências R1 e R2 possuem somente um
terminal em comum, e o ponto em comum entre os dois não está conectado a outro elemento,
logo o circuito está configurado em série. Sabendo que o circuito está em série, pode-se tirar
algumas conclusões ao se realizar uma análise de circuitos, a primeira delas é que:

Quando dois ou mais elementos de um circuito estão ligados em série, a corrente
é a mesma em todos eles. (BOYLESTAD, 1998).
(1)

A resistência total de um circuito em série é a soma das resistências do circuito.
(BOYLESTAD, 1998).
20
2.1.3.1.1 Regra dos Divisores de Tensão
Utiliza-se a regra dos divisores de tensão para o cálculo da tensão em circuitos
configurados em série, onde a tensão se divide, ou seja, não possui o mesmo valor em todos
os terminais.
Segundo Boylestad (1998), “Nos circuitos em série, a tensão entre os terminais dos
elementos resistivos se divide na mesma proporção que os valores de resistência”.
Se há divisor de tensão, implica que o circuito está em série, estando o circuito em série:
Sendo, Req = R1 + R2
2.1.3.2 Circuito em Paralelo
Um circuito elétrico está configurado em paralelo quando:

Dois elementos possuem dois pontos em comum. (BOYLESTAD, 1998).
21
Fonte: Boylestad (1998).
Figura 6 - circuito em paralelo
A Figura 6 mostra um circuito cujas resistências
e
apresentam dois terminais em
comum, a e b; logo, sabe-se que o mesmo está configurado em paralelo. Ao se realizar uma
análise do circuito acima, pode-se concluir que:

Todos os elementos de um circuito que estão em paralelo estão submetidos à mesma
diferença de potencial. (BOYLESTAD, 1998).
8)

Para circuitos em paralelo com apenas uma fonte, a corrente que atravessa esta fonte é
igual à soma das correntes em cada um dos ramos do circuito. (BOYLESTAD, 1998).

O resistor equivalente será, neste caso, menor que qualquer um dos que fazem parte da
associação. E será calculado da seguinte forma:
No caso do circuito ser constituído somente por dois circuitos em paralelo, pode-se
usar a regra do produto dividido pela soma:
22
2.1.3.2.1 Regra do Divisor de Corrente
Utiliza-se a regra do divisor de corrente para o cálculo da corrente em circuitos em
paralelo, onde a corrente se divide, ou seja, não é a mesma para todos os terminais.
A regra do divisor de corrente explica como uma corrente que entra em um conjunto
de elementos em paralelo se divide entre esses elementos. Caso haja dois elementos de mesma
resistência, configurados em paralelo, a corrente se distribuirá entre eles com a mesma
proporção. Se os elementos em paralelo tiverem resistências diferentes, sabendo que a
resistência impede a passagem de corrente, pode-se concluir que, o elemento que apresentar
menor resistência será percorrido por uma maior fração da corrente. A razão entre os valores
das correntes nos dois ramos será inversamente proporcional à razão entre as suas
resistências. (BOYLESTAD, 1998).
Sendo,
=
+
2.2 TEORIAS SOBRE CIRCUITOS ELÉTRICOS
Sabe-se que o que rege a prática da distribuição de energia elétrica é a teoria
correspondente a esta. Para se obter um conhecimento mais aprofundado acerca de circuitos
elétricos, a fim de compreender melhor o funcionamento desses voltado a distribuição de
energia elétrica, se faz necessário a análise das leis que englobam esse estudo.
23
2.2.1 Lei de OHM
Segundo Silva Filho (2007 p.11),
“George Simon Ohm estudou a relação entre a tensão (d.d.p.), a intensidade
da corrente elétrica e a resistência elétrica e observou que: A intensidade da
corrente elétrica é diretamente proporcional à diferença de potencial a que
está submetido o condutor e inversamente proporcional à resistência elétrica
deste condutor. Esse estudo de Ohm, datado de 1827, posteriormente passou
a ser conhecido como Lei de Ohm e é expresso em forma de equação”:
Em que:
V: diferença de potencial, tensão ou força eletromotriz, em volts (V);
R: resistência elétrica em ohms (Ω);
I: intensidade da corrente elétrica, em ampères (A).
De acordo com as expressões, pode-se retirar algumas conclusões: A corrente é
diretamente proporcional à tensão aplicada aos terminais de um circuito e, inversamente
proporcional à resistência deste. (BOYLESTAD, 2004).
Para avaliar a corrente elétrica que circula num circuito pode-se utilizar a lei de Ohm,
essa lei estabelece que a corrente elétrica que circula por uma determinada carga é
proporcional à tensão; quanto maior for a tensão, maior será a corrente e, quanto menor for a
tensão, menor será a corrente.
2.2.2 Leis de Kirchhoff
Em 1854, Gustav Robert Kirchhoff, publicou um trabalho acerca de circuitos elétricos,
suas considerações promovem a resolução de circuitos que apresentem associação mista de
resistores. Tais considerações posteriormente tornaram-se conhecidas como leis de Kirchhoff.
(SILVA FILHO, 2007).
Para que se possa utilizá-las, é necessário tomar conhecimento de alguns conceitos:

Nó: é qualquer ponto do circuito no qual concorrem três ou mais condutores; na
Figura 7 o nó do circuito é representado pelas letras a, b, c, d, e, f.
24

Ramo: é qualquer trecho do circuito compreendido entre dois nós consecutivos;
representado na Figura 7 pelos trechos entre os pontos a-b, b-c, c-d, d-e, e-f e b-e.

Malha: é qualquer circuito fechado, formado por ramos. Na Figura 7 tem-se duas
malhas, uma malha formada pelos pontos a, b, e, f, a; e outra nos pontos b, c, d, e, b.
A Figura 7 a seguir mostra um circuito com associação mista de resistores, ou seja, há
resistores associados em série e em paralelo, onde há a representação de nó, malha e ramo:
Fonte: Silva Filho (2007 p.33)
Figura 7 - circuito com associação mista de resistores
2.2.2.1 1ª Lei de Kirchhoff - (Lei de Kirchhoff das Correntes)
Corresponde à lei da conservação das cargas. A soma algébrica das correntes que
percorrem uma determinada região, sistema ou nó, dentro do circuito é igual a zero. Ou seja, a
soma das correntes que entram em uma região, sistema ou nó deve ser igual à soma das
correntes que saem dessa região, sistema ou nó. (BOYLESTAD, 1998).
Fonte: Boylestad (1998 p.116).
Figura 8 - Lei de Kirchhoff para Correntes
Onde:
25
A soma das correntes que entram em um determinado sistema é igual à soma das
correntes que saem desse sistema. Ou seja, ∑
=∑
.
2.2.2.2 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das Malhas)
Equivale à lei da conservação da energia; percorrendo-se uma malha, em um mesmo
sentido, a soma das tensões nos elementos de circuito encontrados é igual a zero. (SILVA
FILHO, 2007).
Fonte: Boylestad (1998 p.84).
Figura 9 - Demonstração das quedas e elevações de tensão em um circuito em série
A Figura 9 apresenta um circuito em série, quando se percorre esse circuito em um
determinado sentido (no sentido horário, por convenção), pode-se deparar com quedas e
elevações de tensão. De acordo com a 2ª lei de Ohm, a soma dessas quedas e elevações é nula.
Para o cálculo das fontes de tensão em circuitos, utiliza-se a seguinte regra: Sinais
positivos implicam em aumento de potencial (do menos para o mais), enquanto que sinais
negativos implicam em queda de potencial (do mais para o menos). Como de acordo com a 2ª
lei de Kirchhoff, a soma das quedas e elevações de tensão em um circuito fechado é nula,
tem-se:
= 0.
Logo, pode-se analisar o circuito da Figura 9 da seguinte forma:
26
2.3 TRANSFORMADORES
O transformador é um dispositivo utilizado hoje em dia em praticamente todos os
campos da engenharia elétrica; ele desempenha um papel fundamental nos sistemas de
distribuição de energia elétrica e pode também ser encontrado em muitos circuitos eletrônicos
e em instrumentos de medida. É um equipamento que apresenta algumas aplicações práticas,
como: diminuir ou aumentar o valor de tensões e correntes, atuar como um dispositivo de
casamento de impedâncias e isolar circuitos. (BOYLESTAD, 2004).
O transformador é um equipamento empregado em sistemas de distribuição de
energia, dentre suas muitas funções, é utilizado para reduzir níveis de tensão e de corrente,
porém neste trabalho, será enfatizado os transformadores de tensão. consiste em uma máquina
elétrica que transforma alguns parâmetros, tais como: tensão, corrente elétrica, potencial, etc.
A distribuição de energia elétrica é realizada através da utilização de transformadores
que podem ser monofásicos ou polifásicos, classificados como: transformadores de tensão
abaixadores e transformadores de tensão elevadores, cuja finalidade é a de transformar a
tensão até que se obtenha a classe ou nível de tensão adequado para a utilização pelo
consumidor.
2.3.1 Características de um Transformador Ideal
Sabe-se que um transformador ideal é caracterizado por apresentar perfeitas condições
de funcionamento de forma a evitar perdas.
Gussow (2009 p.467) caracteriza o transformador ideal da seguinte forma:
“O transformador básico consiste em duas bobinas isoladas
eletricamente uma da outra e enroladas em torno de um núcleo
comum. O acoplamento magnético é usado para se transferir a energia
elétrica de uma bobina para outra. A bobina que recebe a energia de
uma fonte ca é denominada de primário. A bobina que fornece energia
para uma carga ca é denominada de secundário. Se considerarmos que
um transformador funciona sob condições ideais ou perfeitas, a
transferência de energia de uma tensão para outra se faz sem perdas.”
27
Fonte: Gussow (2009 p. 467)
Figura 10 - Diagrama simplificado de um transformador.
Fonte: Boylestad (1998 p.710).
Figura 11 – Circuito equivalente do transformador ideal
2.3.2 Transformadores de Tensão Trifásicos
Os transformadores trifásicos podem ser formados por banco de três transformadores
monofásicos 1-ø (uma fase) separados, porém idênticos ou por uma única unidade 3-ø (três
fases) contendo enrolamentos trifásicos. São transformadores que possuem três conjuntos de
bobinas de alta e baixa tensão colocadas sobre um núcleo. O funcionamento é idêntico ao de
um transformador monofásico, já que sua constituição é de três transformadores monofásicos
entre si, só sofrem modificação quanto ao aspecto construtivo. (GUSSOW, 2009).
De acordo com Borges (2005), as modelagens dos aspectos construtivos dos
transformadores são diferentes; serão iguais somente em casos de ocorrerem em regime
permanente simétrico e equilibrado.
28
2.3.3 Classificação dos Transformadores de Tensão
Os transformadores de tensão apresentam duas classificações, podendo ser utilizados
para dois fins opostos que são os elevadores de tensão e os abaixadores de tensão. Para uma
melhor compreensão de como se dá esse procedimento realizado pelos transformadores é
necessário saber que o transformador possui em seu interior um enrolamento primário e um
secundário; que servem respectivamente para receber energia e fornecer essa energia à outra
carga.
Sobre a constituição dos transformadores é interessante saber ainda que existem os
enrolamentos de alta e baixa tensão, o enrolamento de alta tensão do transformador é aquele
que possui maior valor de tensão nominal, e o enrolamento de baixa tensão é aquele que
possui menor valor de tensão nominal. A tensão nominal são valores de tensão projetados e
especificados pelo fabricante para o funcionamento adequado do equipamento; sempre que se
for ligar um transformador deve-se atentar para suas tensões nominais e de carga a fim de
realizar um uso correto de forma que não danifique qualquer elemento do circuito. (SILVA
FILHO, 2007).
2.3.4.1 Transformadores de Tensão Elevadores
Os transformadores que atuam na forma de elevadores de tensão são transformadores
que elevam os valores de tensão recebidos; esses tipos de transformadores são utilizados, por
exemplo, na transmissão de energia elétrica; como as hidrelétricas, que são as principais
fontes de geração de energia elétrica presente no Brasil se encontram em áreas distantes dos
grandes centros urbanos, tem-se que aumentar o nível de tensão para que esta viaje através
das linhas de transmissão até que chegue às áreas povoadas para que seja realizado o processo
de distribuição.
2.3.4.2 Transformadores de Tensão Abaixadores
Os transformadores abaixadores de tensão têm a função de baixar os valores de tensão
recebidos; esse tipo de transformador é comumente utilizado pelas concessionárias de energia
elétrica na realização do processo de distribuição; como a energia que chega através das
linhas de transmissão apresenta níveis de tensão elevados, inadequados para o uso, esse nível
29
ou classe de tensão precisa passar por uma redução, essa redução é realizada pelos
transformadores de tensão abaixadores.
Como a base deste trabalho será tratar da etapa da distribuição de energia, não será
necessária uma extensão na abordagem de transformadores de tensão elevadores, o enfoque
será dado à classe dos transformadores abaixadores de tensão.
2.3.5 Configuração dos Enrolamentos dos Transformadores de Tensão
Os transformadores de tensão apresentam algumas configurações que visam buscar o
seu melhor funcionamento de acordo com a necessidade, o serviço ou a área para a qual sua
utilização está sendo voltada. Por exemplo, o sistema adotado pela concessionária de energia
do Rio Grande do Norte é o delta-estrela aterrado, porém há outras configurações que podem
ser utilizadas, como: estrela-estrela, delta-delta, etc., dependendo do nível de tensão que se
quer obter.
Para a determinação dos tipos de ligação a serem usadas pelas unidades consumidoras,
alguns critérios devem ser considerados, como: a carga instalada para unidades consumidoras
monofásicas ou trifásicas, a existência de motores, máquinas de solda e outras cargas
especiais. (COSERN, 2011).
2.3.5.1 Configuração Delta-Estrela
Essa configuração do sistema de distribuição é habitualmente empregada na indústria
e geração de energia. (PEDRINI, 2008)
A ligação estrela pode ser feita em três ou quatro fios; a quatro fios ocorre caso o
sistema seja desequilibrado, pois quando se trata desse tipo de sistema, em que as correntes
que passam por cada uma das três fases é diferente, há passagem de corrente pelo neutro,
formando um conjunto de três fases e um neutro, o quarto fio que compõe o sistema é o
neutro. (BOYLESTAD, 1998)
Quando se trata de um sistema equilibrado, ou seja, quando o valor da corrente que
passa por cada uma das três fases é a mesma, a passagem de corrente no neutro é nula, dessa
forma, o quarto fio pode ser suprimido, formando um sistema em estrela a três fios. (SILVA
FILHO, 2007).
30
A Figura 12 mostra um modelo da configuração dos enrolamentos de transformadores,
em estrela e em delta:
Fonte: Camacho (2013).
Figura 12 - Modelo de configuração em estrela e em delta
2.3.5.1.1 Aterramento do Neutro
De acordo com as normas de fornecimento, a NBR 5410 estabelece que toda unidade
consumidora deve ser dotada de sistema de aterramento, mesmo nos casos de fornecimento
provisório. Toda unidade consumidora tem o condutor neutro do ramal de distribuição
aterrado na origem da instalação. (COSERN, 2011).
Essa configuração pode ser adotada para qualquer elemento de motor elétrico,
máquinas elétricas, etc.
O fio neutro tem a finalidade de transportar a corrente resultante entre as fases de volta
ao transformador, além disso, como as cargas do sistema trifásico estão sempre mudando,
costuma-se utilizar um sistema a quatro fios com a finalidade de manter a tensão constante no
final da linha. (BOYLESTAD, 1998).
O isolamento de condutores (fio neutro) é um conceito importante a se tratar, tendo em
vista que é amplamente utilizado nos sistemas de energia elétrica, pois garante uma operação
segura e confiável. É segura, pois os equipamentos de proteção desenergizam e isolam
equipamentos defeituosos, de forma a proteger a população e as equipes de manutenção; e, é
confiável, pois permite que a distribuição seja realizada dentro dos limites de tensão
adequados de forma a evitar danos e manter o funcionamento correto dos equipamentos de
uso dos consumidores. (BEHRENDT, 2002).
31
O aterramento é realizado em casos que se deseja realizar um contato entre um
condutor e a terra; esse procedimento pode ser classificado como uma forma de segurança,
pois em sistemas elétricos há a presença das correntes de fuga, essas correntes são bem
pequenas, mas eventualmente ocorrem percorrendo um caminho diferente do previsto.
Portanto, esse processo ocorre de forma a assegurar que essas correntes sejam encaminhadas
para a terra promovendo a segurança e o perfeito funcionamento de instalações. (COTRIM,
2009).
2.3.5.2 Configuração Estrela-Delta (Y-∆)
É composta por um gerador tipo estrela (Y) com uma carga tipo delta (∆). Nesse tipo
de configuração não existe um quarto fio e, qualquer modificação realizada na impedância de
uma das fases que compõem o sistema causando desequilíbrio no mesmo, faz com que as
correntes de linha sejam diferentes. Sendo a carga equilibrada ou não, nesse sistema a tensão
de fase é igual à tensão de linha. (BOYLESTAD, 2004).
A Figura 13 mostra um transformador tipo estrela e uma carga tipo delta; em delta, a
tensão de linha é igual à tensão de fase.
Fonte: Nogueira; Alves (2009 p. 75)
Figura 13- Configuração estrela-delta
32
2.3.5.3 Configuração Estrela-Estrela (Y-Y)
Quando uma carga tipo Y é alimentada por um transformador tipo Y, o sistema é
chamado Y-Y ou, estrela-estrela; esse sistema é caracterizado por apresentar quatro fios,
sendo composto por três fases e um neutro, como mostra a Figura 14.
Fonte: Silva Filho (2007 p.117)
Figura 14 - Sistema em estrela a quatro fios
No cálculo da corrente que circula pelo ponto neutro, evidencia-se a importância de se
utilizar a lei de Kirchhoff para correntes (LKC); e, para o cálculo da tensão no nó, no lado da
carga, aplica-se a lei de Ohm.
Quando esse sistema é equilibrado, não há passagem de corrente no quarto fio, ou seja,
o neutro pode ser removido sem que haja interferência no circuito a que pertence, pois, se o
sistema é equilibrado implica em uma equivalência entre as cargas que o compõem; podendo
ter a seguinte representação:
=
=
; o que pode ser observado na Figura 15.
(BOYLESTAD, 1998).
Fonte: Silva Filho (2007 p.117)
Figura 15: Sistema em estrela a três fios
33
Esse esquema de ligação é bastante utilizado em motores elétricos, máquinas elétricas
em geral. Estrela quer dizer que os enrolamentos ou as fases da alimentação estão ligados em
uma configuração em que cada enrolamento seja percorrido por uma corrente gerando uma
tensão,
,
e
. Assim como a alimentação, a carga também será configurada em estrela.
2.3.5.4 Configuração Delta-Delta (∆-∆)
Nesta configuração, as bobinas do transformador estão configuradas em delta; há uma
carga tipo delta sendo alimentada por um transformador tipo delta.
A corrente de linha do transformador tipo ∆ não é igual à corrente de fase; a relação
entre as duas correntes pode ser determinada aplicando a lei de Kirchhoff para correntes a um
dos nós do circuito e calculando a corrente de linha em termos das correntes de fase.
(BOYLESTAD, 1998).
Esta conexão é utilizada em sistemas trifásicos a três condutores para alimentar cargas
trifásicas em sistemas não aterrados. A Figura 16 mostra a representação da alimentação da
carga pelo transformador do tipo delta. (SILVA, 2004).
Fonte: Camacho (2013)
Figura 16 – Ligação delta
2.4 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
2.4.1 Sistema de Distribuição Polifásico
Um sistema polifásico é caracterizado por conter dois ou mais circuitos elétricos, cada
circuito com sua fonte de tensão alternada. As tensões apresentam a mesma frequência e
34
apresentam ângulo de defasagem definido. Cada circuito do sistema constitui uma fase.
(SILVA FILHO, 2007).
Quando se faz uso de mais de um enrolamento no rotor (parte móvel) ou no estator
(parte fixa) do sistema, resultará em um sistema polifásico que desenvolve mais de uma
tensão para cada volta completa do rotor. (BOYLESTAD, 1998).
2.4.1.1 Sistema Simétrico
Quando as tensões do sistema polifásico de n fases têm o mesmo módulo, se dispõem
em sequência e estão defasadas uma da outra 1/n do período, esse sistema é considerado
simétrico. (SILVA FILHO, 2007)
2.4.1.2 Sistema Equilibrado
Um sistema polifásico é considerado em equilíbrio quando em cada fase, as correntes
e o fator de potência têm o mesmo valor. Se a corrente que sai do transformador constitui um
conjunto equilibrado, o sistema é dito como equilibrado. (SILVA FILHO, 2007).
Os cálculos de circuitos que envolvem transformadores trifásicos em condições
equilibradas podem ser efetuados tomando como base apenas um transformador ou uma das
fases envolvidas, já que as condições nas duas outras fases são as mesmas, somente há
modificação nas defasagens. (FITZGERALD, 2006).
35
2.4.1.3 Sistema Desequilibrado
Um sistema é desequilibrado quando a corrente ou o fator de potência de, pelo menos
uma das fases for diferente do das demais. Caso a corrente que sai do transformador não seja
um conjunto equilibrado, o sistema será desequilibrado. (SILVA FILHO, 2007).
2.4.2 Sistema de Distribuição Trifásico
O sistema de distribuição mais utilizado pelas concessionárias de energia elétrica em
corrente alternada são os sistemas trifásicos, por apresentarem algumas vantagens que podem
favorecê-los em detrimento dos monofásicos, não significando a inutilização desses, que
podem ser utilizados em casos específicos. O sistema trifásico é constituído por uma
combinação de três sistemas monofásicos, é representado por três ondas senoidais defasadas,
ou com diferença de fase uma das outras de 120º; a potência produz três tensões iguais, porém
defasadas uma da outra. (PEDRINI, 2008).
O sistema trifásico foi criado em 1890 por Nikola Tesla, o início de sua utilização se
deu por volta de 1896. Diversos sistemas polifásicos foram observados, porém chegou-se ao
consentimento de que o sistema trifásico é o mais econômico. A Figura 17 mostra a
representação de um sistema trifásico simétrico, onde destaca a defasagem entre as tensões
de 360º corresponde a 120º). (SILVA FILHO, 2007).
Fonte: SILVA FILHO (2007 p.115)
Figura 17 - Sistema trifásico simétrico com defasagem de 120º.
36
A Figura 18 mostra a representação do sistema trifásico de uma outra forma,
mostrando as ondas senoidais, fase A, fase B e fase C; os valores de pico das tensões e a
defasagem do sistema trifásico.
Fonte: Boylestad (1998)
Figura 18 – Ondas senoidais representando o diagrama fasorial
Em cada bobina do transformador, ou em cada uma das fases do diagrama, passa uma
corrente, i fase A, i fase B e i fase C, essa corrente chaga ao nó do circuito podendo, dessa
forma, ser calculada através da lei de Kirchhoff das correntes, Figura 16.
A equação 29 é utilizada para o cálculo da corrente que passa por um nó em um
sistema equilibrado. No caso da ocorrência de um sistema desequilibrado, as fases A, B e C,
serão iguais, só que defasadas.
A equação 30 é utilizada no caso do sistema ser desequilibrado.
2.4.2.1 Vantagens do Sistema Trifásico
O sistema trifásico de distribuição apresenta algumas vantagens quando comparado ao
monofásico e ao polifásico, no que diz respeito à potência, facilidade, economia, etc.:
37

Entre motores e geradores do mesmo tamanho, os trifásicos têm maior potência que
os monofásicos. (SILVA FILHO, 2007).

É possível usar condutores bem mais finos capazes de transmitir a mesma potência à
mesma tensão, o que reduz a quantidade de cobre em 25% minimizando os custos de
fabricação e manutenção das linhas. (BOYLESTAD, 1998).

As linhas de transmissão trifásicas empregam menos material que as monofásicas
para transportarem a mesma potência elétrica. (SILVA FILHO, 2007).

Linhas mais leves facilitam a instalação possibilitando que as torres de sustentação se
tornem mais delgadas e espaçadas. (BOYLESTAD, 1998).

Os motores trifásicos têm um conjugado uniforme, enquanto os monofásicos comuns
têm conjugado pulsante. (SILVA FILHO, 2007).

Motores e equipamentos trifásicos apresentam melhores características de partida e
operação que os monofásicos, pois as transferências de potência estão menos sujeitas
a flutuações. (BOYLESTAD, 1998)

Os motores trifásicos podem partir sem meio auxiliar, o que não acontece com os
motores monofásicos comuns. (SILVA FILHO, 2007)

Quase todos os motores de grande porte são trifásicos porque não necessitam de
circuitos especiais para a partida. (BOYLESTAD, 1998).

Os circuitos trifásicos proporcionam flexibilidade na escolha das tensões e podem ser
utilizados para alimentar cargas monofásicas. (SILVA FILHO, 2007).
É importante ressaltar que o sistema trifásico de distribuição tornou-se padrão em
termos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica por razões técnicas e
econômicas abordadas anteriormente e que, ele apresenta flexibilidade em atender cargas
monofásicas, bifásicas e trifásicas sem que haja qualquer alteração na sua configuração.
2.5 COSERN
A COSERN é a concessionária de energia elétrica do estado do Rio grande do Norte, o
fornecimento de energia usado pela mesma é um sistema trifásico em 380 V/220 V; tal nível
de tensão foi adotado por questões de praticidade, redução de custos, etc. As cidades que
foram as primeiras a receber o fornecimento de energia elétrica têm sua rede em 220 V/ 127
38
V, que é o caso da região Sudeste; já as cidades que começaram a receber o fornecimento
mais tarde, o sistema adotado é o 380 V/220 V.
A mudança ocorrida nos sistemas de distribuição se deu por que para uma tensão
menor, é necessária uma corrente elétrica proporcionalmente maior para suprir a potência
solicitada pela carga. Do contrário, quando há aumento de tensão, é preciso diminuir a
corrente elétrica para gerar exatamente a mesma potência. Quando se analisa esse fato pelo
lado de custos, os condutores e os transformadores de energia elétrica para uma tensão de 220
V/127 V teria que ser mais reforçados que os de 380 V/220 V para produzir a corrente
elétrica, além de possuir condutores de maiores bitolas. Como o abastecimento de energia no
Nordeste foi adotado posteriormente, pode-se adotar este sistema. (CAMACHO, 2013).
2.5.1 Sistema de Distribuição Adotado pela Cosern
O sistema de distribuição utilizado pela concessionária de energia do estado do Rio
grande do Norte, COSERN é do tipo trifásico (3 fases R-S-T). Para atender a especificação
dos níveis de transformação de tensão da concessionária de energia, o circuito dos
transformadores tem que ser ligado em configurações determinadas. A configuração utilizada
no estado para viabilizar a transformação de tensão de 13,8 KV/ 380 V–220 V é a deltaestrela aterrado, ilustrada na Figura 19:
Fonte: Autoria Própria
Figura 19 - Configuração Delta-Estrela aterrado
Onde o valor da tensão que chega nas três fases do lado delta, primário é de 13,8 KV,
esse lado de alta tensão é composto por um sistema a três fios, sendo três condutores fases.
Após passar pelo transformador este nível de tensão é reduzido para 380 V/220 V (lado
estrela) da ligação; após essa transformação para níveis adequados de utilização, pode-se ligar
39
os equipamentos. Se o equipamento for ligado em sistema trifásico (motores pesados), a
tensão de alimentação dele será de 380 V, tensão de linha; se o equipamento for ligado em
sistema monofásico, como ocorre com a maioria dos equipamentos (ar condicionado,
ventilador, televisão, notebook, etc.), a tensão de alimentação será de 220 V, tensão de fase.
Percebe-se que neste lado têm-se quatro fios, sendo três condutores fases e um condutor
neutro.

Tensão de Linha  tensão entre duas fases  380 V

Tensão de Fase  tensão entre uma fase e o neutro  220 V
A tensão que chega à consumidores monofásicos é justamente 220 V (tensão em níveis
adequados para utilização). Esta tensão é devido a equação 31:
√
Onde:
El = Tensão de linha
Ef = Tensão de Fase
O √ da equação pode ser explicado fazendo uso do diagrama fasorial da Figura 20 a
seguir:
Fonte: Boylestad (1998 p.660)
Figura 20 – Determinação de uma das tensões de linha de um transformador trifásico
Sabe-se que em um sistema trifásico simétrico, as tensões estão defasadas entre sí de
120º; a Figura 20 mostra que ao prolongar a reta
,
faz ângulos iguais entre
e
;
por estar sobre uma reta que coincide com a altura de um triângulo isósceles, com dois lados
iguais, os lados iguais neste caso serão
(BOYLESTAD,1998).
Para conhecer o valor da distância x, tem-se:
e
, com ângulo de β= 30º.
40
√
E, para conhecer o valor da distância em
, tem-se:
√
Retomando a representação do sistema utilizado pela COSERN, delta-estrela aterrado,
na Figura 19, percebe-se que no lado delta ocorre a passagem de alta tensão, 13,8 KV, ainda
inadequada para o uso; enquanto no lado estrela há passagem de baixa tensão, 380 V é a
tensão de linha: tensão entre duas fases; e 220 V é a tensão de fase: tensão entre uma fase e
um neutro. Como o sistema da concessionária do estado é desequilibrado, a corrente do
desequilíbrio das cargas irá circular pelo neutro e irá para a terra.
2.5.2 Aplicação
O sistema de distribuição industrial inclui um transformador trifásico que reduz a
tensão de linha de 13.800V para 380 V. as cargas de baixo consumo de energia, como
lâmpadas, tomadas de parede, sistemas de alarme, etc., utilizam a tensão monofásica de 220 V
entre linha e neutro. Cargas maiores como condicionadores de ar, chuveiros elétricos, etc.
utilizam a tensão monofásica de 380 V entre duas linhas. Motores de grande porte e
equipamentos especiais utilizam a tensão trifásica. Na maioria dos países, a legislação exige
que os consumidores façam o possível para manterem equilibrada a carga total do sistema,
assegurando assim o máximo de eficiência na distribuição de energia elétrica.
(BOYLESTAD, 1998).
41
3 METODOLOGIA
A pesquisa pautou-se no método de revisão bibliográfica como forma de acrescer o
conhecimento sobre o assunto proporcionando novas informações. Além disso, objetivou
levantar dados concernentes aos conceitos básicos do eletromagnetismo, explicando de forma
clara e objetiva a sua aplicabilidade prática no modo de distribuição da energia elétrica.
Posterior a análise, foi elaborado um estudo de caso envolto do bloco de salas dos professores
para observar o processo de funcionamento do sistema trifásico de distribuição interagindo
com o conhecimento teórico.
42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos conhecimentos adquiridos, realizou-se um pequeno estudo de caso no
bloco de salas dos professores da Universidade Federal Rural do Semi Árido, tendo em vista
que este possui uma alimentação a partir do sistema trifásico de distribuição, com a utilização
de subestações aéreas, que nada mais são do que um poste com um transformador e
dispositivos de proteção.
Além do bloco de sala dos professores, todos os outros blocos da universidade
apresentam o sistema trifásico de distribuição; esse sistema está presente no administrativo,
nos laboratórios, nas salas de aula, etc. Sua utilização é necessária para que se possa
transformar a energia que chega, de 3,8 KV para 380 V, já que a demanda de carga requerida
por esses setores é alta.
A presença do sistema trifásico para a realização da alimentação de energia elétrica se
deve ao fato de o somatório das cargas utilizadas nesses departamentos serem superiores a
15.000W, por influência de vários fatores, como por exemplo, o número de equipamentos
elétricos como: centrais de ar, computadores, lâmpadas, tomadas, etc. É importante ressaltar
que a carga utilizada para abastecer o bloco é trifásica e segue desta forma, três fases e um
neutro até o quadro de distribuição geral; porém, ao ser distribuída pelas salas dos professores
vai na forma monofásica, pois os equipamentos que esta abastece são simples, ligados na
forma monofásica.
A potência limite citada anteriormente para estabelecer o sistema a ser adotado
corresponde a um padrão estabelecido pela concessionária de energia do RN (COSERN),
onde para cargas maiores ou iguais a 15.000W de potência instalada, o fornecedor se
encarregará de providenciar um sistema trifásico para suprir a necessidade do cliente. Vale
reforçar que esse padrão é o da COSERN, outras concessionárias de energia podem apresentar
um padrão diferente.
Tendo em vista que poderia ter sido utilizada qualquer outra instalação do campus,
preferiu-se realizar a presente análise no bloco de salas dos professores, pois este possibilitou
um melhor acesso ao quadro de instalações, bem como à subestação aérea que fica localizada
em frente ao bloco.
43
Fonte: Autoria Própria
Figura 21 - subestação aérea que abastece o bloco de salas dos professores na UFERSA campus
Angicos.
Fonte: CEFET
Figura 22 – Demonstração em corte do sistema trifásico
De acordo com a Figura 21, a transformação se dá da seguinte forma:
A energia chega por meio de três fios paralelos até a caixa do transformador, esses três
fios representam o sistema trifásico de distribuição cuja diferença de tensão entre eles é de
13,8KV (lado Δ). Devido aos enrolamentos no interior do transformador, numero de espiras,
há indução magnética (lei de Faraday) por meio da qual este nível de tensão é reduzido para
44
380/220 V (lado Y) de acordo com a equação 31. Esta tensão caracteriza o nível de baixa
tensão. Na saída do transformador (parte posterior), tem-se quatro fios (3 fases + neutro) estes
seguem através de caixas de passagem até o QDG (quadro de distribuição geral), alimentando
os circuitos terminais e consequentemente as cargas do prédio.
A Figura 23 mostra a caixa de passagem subterrânea existente no bloco de salas dos
professores, através da qual as fases e o neutro seguem até o QDG.
Fonte: Autoria própria
Figura 23 – Transporte subterrâneo de fiação contendo carga trifásica
A Figura 24 mostra a chegada das fases e do neutro do sistema trifásico de distribuição
ao QDG.
Fonte: Autoria Própria
Figura 24 - Fiação transportando carga até o QDG
45
A Figura 25 mostra o quadro de distribuição geral presente no bloco de salas dos
professores da UFERSA campus Angicos, no qual chegam as três fases e o neutro do sistema
trifásico; a partir deste ponto, este sistema irá se dividir para alimentar os circuitos terminais e
consequentemente as cargas do prédio na forma monofásica (1 – fase + neutro).
Fonte: Autoria Própria
Figura 25 - Quadro de Distribuição Geral (QDG)
É interessante relembrar que, o interior dos transformadores é constituído de
componentes como circuitos elétricos, para o cálculo da corrente que passa por esses circuitos
é necessário o conhecimento da lei de Kirchhoff das correntes e da teoria abordada
anteriormente.
46
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento básico da física e os mecanismos do eletromagnetismo, vistos na
teoria, possuem aplicações práticas que são indispensáveis para a realização de processos
essenciais no que tange o funcionamento de utensílios de grande e pequeno porte, desde
máquinas elétricas, motores elétricos, em grandes indústrias, até lâmpadas tomadas, etc. em
residências.
No processo de distribuição de energia elétrica é imprescindível a utilização de certos
equipamentos como os transformadores de potência, abaixadores ou elevadores, que
possibilitem o correto funcionamento de equipamentos elétricos e máquinas elétricas. O
interior desses transformadores é composto por enrolamentos que são configurados de acordo
com a finalidade que se espera atingir; tais configurações são representadas como circuitos
elétricos pelos quais circula corrente e tensão. A análise desses circuitos pode ser realizada
utilizando-se a lei de OHM ou as leis de Kirchhoff, evidenciando o motivo pelo qual a teoria
vista torna-se essencial do ponto de vista prático.
A configuração dos enrolamentos dos transformadores da COSERN é o delta estrela
aterrado, esse sistema representa uma alimentação em delta e uma carga em estrela com o
neutro aterrado; método esse julgado o mais eficaz para o uso específico da concessionária de
energia do estado; no lado delta, primário ou de alta tensão chega 13,8 KV, que passará por
transformação e circulará pelo lado estrela, secundário ou de baixa tensão; no lado secundário,
El que é a tensão de linha, a tensão entre duas fases, será percorrida uma tensão de 380 V e,
Ef que é a tensão de fase, tensão entre uma fase e um neutro, será percorrida uma tensão de
220 V, desta forma tem-se a equação:
El = √3 * Ef,
380 = √3 * 220.
Os sistemas polifásicos de distribuição, mais precisamente os trifásicos, que são os
mais utilizados, possuem importância relevante quando se refere ao atendimento de empresas
de grande e pequeno porte, de concessionárias de energia elétrica ou até em residências onde
haja uma alta demanda ou sobrecarga ocasionada por elevado número de equipamentos.
Diante disso é consolidada a importância dos sistemas polifásicos em sistemas de distribuição
de energia elétrica.
Como foi observado no estudo de caso acerca da distribuição realizada no bloco de
salas dos professores na UFERSA Angicos, esse sistema foi implantado nesse setor devido à
demanda por carga elétrica, tendo em vista que o local apresenta cargas superiores ou iguais a
47
15.000W de potência instalada, logo, o próprio fornecedor se encarrega de providenciar um
sistema trifásico para suprir a necessidade do cliente, evitando assim sobrecargas no sistema.
O sistema trifásico apresenta inúmeras características que favorecem sua utilização.
Tais características englobam os setores de economia, segurança, facilidade e os termos
técnicos envolvidos. Diante de toda a análise realizada, pode-se tomar conhecimento da
importância que esse sistema apresenta e de sua parcela de contribuição para que a energia
elétrica se torne acessível ao consumidor em níveis adequados para o perfeito consumo.
48
REFERÊNCIAS
ANEEL. Mercado de distribuição– Concessionárias de Energia Elétrica.
Disponível em:
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