o estágio supervisionado em serviço social e sua

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O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL E SUA CONTRIBUIÇÃO
PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Jocelma Tossin Martins (Graduada 3º ano do Curso de Serviço Social – UNICENTRO),
Rosângela Bujokas de Siqueira (Orientador – Dep.de Serviço Social/UNICENTRO), email [email protected]
Palavras – chave: estágio supervisionado, formação profissional, relação teoria/prática.
Resumo:
O presente estudo apresenta uma breve história do surgimento da profissão de
Assistente Social no Brasil, bem como de suas formas de intervenção, reportando para
a atuação do assistente social na contemporaneidade, suas dificuldades, seus métodos
presentes no cotidiano profissional, assim como a qualidade dos serviços explícita em
seu Código de Ética.
Introdução
De acordo com Martinelli (2006) o Serviço Social nasceu no Brasil na década de
1930, numa crescente onda de industrialização, no bojo da relações capitalistas onde
cresciam também as desigualdades sociais. Atrelado ao processo capitalista de
produção, a profissão, de início, tinha caráter conservador e pragmático e ainda não
possuía um método no qual pudesse intervir perante as expressões da questão social.
Segundo Estevão (1988), a partir de 1940 o Serviço Social passou a usar uma
metodologia de origem norte americana na qual seus primeiros instrumentais foram o
atendimento individualizado e o estudo de casos. A partir da década de 1960
juntamente com os movimentos da classe trabalhadora, em plena ditadura militar, o
serviço social dá início a reconstrução de seu aparato teórico-metodológico
denominado de Movimento de Reconceituação. Através deste movimento a teoria da
profissão sofreu um grande processo de revisão pelo qual adotou-se a teoria marxista,
uma vez que para os assistentes sociais esta teoria era a que melhor dava conta da
leitura da realidade, e, neste contexto – do saber, da busca pelo conhecimento, da
formação do pensamento crítico – surgiu a preocupação com a qualidade na formação
profissional dos acadêmicos do curso de Serviço Social.
Materiais e Métodos
O estudo contará com a pesquisa bibliográfica, com a pesquisa documental e
com depoimentos coletados através de entrevistas. A pesquisa bibliográfica dará
fundamentação para a construção do referencial teórico e para a compreensão do
objeto de estudo. A pesquisa documental tem como meta identificar os objetivos e a
importância do estágio curricular para a formação profissional em serviço social.As
entrevistas, semi-estruturadas, serão realizadas com os docentes que ministram as
disciplinas de estágio no curso de serviço social, com supervisores de campo e com
estagiários do curso de serviço social. Serão definidos três campos de estágio para a
concretização da pesquisa de campo, selecionando por áreas de atuação. Desta forma,
teremos uma amostra de campos de estágio nas áreas das políticas de saúde,
assistência social e criança e adolescente.
Resultados e Discussão
No momento em que o acadêmico de serviço social chega ao campo de estágio,
depara-se com difíceis e contraditórias situações. Muitas destas situações envolvem a
dificuldade de identificação com o campo escolhido, ou quando há por parte do
acadêmico, afinidade com o campo em que pretende trabalhar as opções são limitadas,
pois, algumas unidades assistenciais trabalham com áreas delimitadas ( p. ex:
atendimento psicosocial excluindo drogadição). A demanda de estagiários é muito
grande e não existe campo suficiente para atender a esta necessidade. Esta situação
se deve também à dificuldade de adaptação do acadêmico no ambiente da prática.
Quando isto ocorre, o mesmo acaba por desistir do campo de estágio fazendo com que
este se feche. Muitas vezes, esta situação acaba causando desentendimento entre
profissional (supervisor) e acadêmico (estagiário), há que se mensionar também que o
acadêmico deve ser flexível perante situações conflitantes, pois a diplomacia e a
flexibilidade fazem parte do agir profissional. Tais situações acabam por transformaremse em problemas, deixando no vazio os verdadeiros objetivos do estágio
supervisionado, uma vez que é deste contato com o real que o acadêmico vai retirar o
conhecimento para sua futura atuação. É a partir do intercâmbio teoria-prática e do
relacionamento entre supervisor/acadêmico e acadêmico/usuário que o estagiário terá
uma visão da importância da qualidade no seu agir profissional.
O estudo em questão propõe o resgate de valores concernentes à relevância que tem o
estágio para a formação profissional, além da busca pela construção da profissão no
que se refere a condição dos serviços prestados. De acordo com um dos Princípios
Fundamentais do Código de Ética Profissional do Assistente Social (1993, pg. 15) o
mesmo tem por atribuição o “Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à
população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência
profissional”. Lembramos ainda que a qualidade mencionada no Código de Ética
estende-se também no meio universitário, ou seja, tem início na formação profissional.
Enfatiza-se como de extrema importância, a parceria acadêmico/campo de estágio e,
como princípio fundamental, a qualidade da aprendizagem e a satisfação dos agentes
envolvidos. De antemão, salientamos a importância do estágio na contribuição da
dicotomia teoria/prática.
Conclusões
Segundo Buriolla (1999) o estágio é parte integrante e essencial na formação do
assistente social, é o lócus apropriado onde o aluno treina seu papel profissional,
devendo caracterizar-se numa dimensão de ensino - aprendizagem operacional,
dinâmica e criativa, levando-o a reflexão de sua ação, tornando-o consciente de seus
atos, proporcionando assim uma busca incessante pelo conhecimento, a qual se
transporta para a pós-graduação, especializações e no decorrer de sua atuação nos
campos de trabalho da profissão.
Referências
BURIOLLA, Marta Alice Feiten. O estágio Supervisionado – 2.ed. – São Paulo: Cortez,
1999.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de Ética Profissional do
Assistente Social. Resolução nº 273/1993.
IAMAMOTO, Marilda Villela. Renovação e conservadorismo no serviço social – 6.ed. –
São Paulo: Cortez, 2002.
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social : identidade e alienação – 10.ed. – São Paulo:
Cortez, 2006.
MINAYO, M.C.S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade – 24.ed. – Petrópolis, RJ:
Vozes, 1994.
TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 1987.
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