Área: CV ( X ) CHSA ( ) ECET ( ) APLICAÇÃO DO NDVI PARA ANÁLISE TEMPORAL DA COBERTURA VEGETAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LONGÁ- PIAUÍ Amanda Alves Dias (bolsista do PIBIC/CNPq), Cláudia Maria Sabóia de Aquino (Orientador, Depto de Geografia – UFPI) 1. INTRODUÇÃO O método de analise espacial pautado nas geotecnologias permitem uma visão mais ampla e dinâmica dos fenômenos espaciais, característica esta que tem ampliado suas aplicações na sociedade em diversas áreas como na geologia, economia, medicina, estudos ambientais, estudos populacionais e hidrografia. No caso da cobertura vegetal, uma dessas técnicas são os índices de vegetação que são aplicados para estudos de vegetação. Um desses índices consiste no NDVI, este possui diversas aplicações principalmente na agricultura, bem como o monitoramento de culturas; detecção de secas; localização de pragas; estimativas de produtividade; modelagem hidrológica; bem como o mapeamento de culturas ( SILVA, 2004). O presente trabalho objetiva estimar o NDVI da cobertura vegetal da bacia hidrográfica do Rio Longá utilizando como metodologia a análise multitemporal de imagens de satélite dos anos de 2003 e 2014, a fim de caracterizar/ avaliar a dinâmica da cobertura vegetal desta bacia, servindo como subsidio para um ordenamento territorial ambiental da área, considerando que nas ultimas décadas houve um considerado aumento populacional, bem como um crescimento gradativo das atividades econômicas desenvolvidas na mesma, onde se destacam o extrativismo vegetal, a agricultura, a extração mineral e a pecuária. 2. METODOLOGIA Inicialmente realizou-se um vasto levantamento bibliográfico, logo após, realizou-se o mapeamento do NDVI para a Bacia Hidrográfica do Rio Longá-PI. Assim, para elaboração do mapa foram adquiridas imagens (Ver Quadro 01) do satélite LANDSAT 5 TM e LANDSAT 8 TM, adquiridas no site da United States Geological Survey (USGS), imageadas do mês de agosto, dos municípios que abrangem a bacia hidrográfica do Rio Longá, devido a menor quantidade de nuvens. Quadro 01 - Características das Imagens LANDSAT 5 TM e LANDSAT 8 TM, imageadas dos municípios que abrangem a Bacia Hidrográfica do Rio Longá. PONTO/ DATAS ÓRBITA RESOLUÇÃO/ PONTO/ SENSOR ÓRBITA DATAS RESOLUÇÃO/ SENSOR 218/63 14/08/2003 30 m/TM 218/63 12/08/2014 30 m/TM 219/62 21/08/2003 30 m/TM 219/62 19/08/2014 30 m/TM 219/63 21/08/2003 30 m/TM 219/63 19/08/2014 30 m/TM 219/64 21/08/2003 30 m/TM 219/64 19/08/2014 30 m/TM Fonte: Organização as autoras. No ArcMap procedeu-se a realização de mosaico das bandas 3 e 4 do LANDSAT 5, e das bandas 4 e 5 do LANDSAT 8, por meio do aplicativo ArcToolboxe ferramenta Data Management Tools, na opção Raster e Mosaic To New Raster para construção do mosaico das cenas e bandas para 2003 e 2014. Para melhorar a velocidade de execução das atividades, realizou-se o recorte da área via SpatialAnalyst Tools e opção By Mask utilizando como arquivo de entrada o mosaico das imagens LANDSAT 5 E LANDSAT 8. Procedeu-se a subtração de imagens e pixels que possuem baixo contraste baseado em Santos (2014). Destaca-se que a vegetação apresenta maior vigor e densidade, possibilitando a caracterização e a analise da cobertura vegetal da bacia, bem como sua dinâmica nos anos imageados 2003 e 2014. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Considerando que o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada varia de - 1 a 1, os valores de NDVI estimados para a área de estudo foram reclassificados em seis classes: alta, moderadamente alta, moderada, moderadamente baixa, baixa e solo exposto, representando os diferentes graus de proteção oferecidos pela cobertura vegetal ao solo. A Figura 1 apresenta a espacialização da variabilidade do NDVI na área de estudo para os meses de agosto do ano de 2003 e 2014 respectivamente, devido esse mês caracterizar pouca incidência de precipitação para a região, bem como a ocorrência de poucas nuvens. Figura 1- Mapa de NDVI da bacia hidrográfica do Rio Longá 2003 e 2014. Fonte: USGS (2015). A análise do mapa permite inferir ter havido modificação da classe alta. Esta que em 2003 ocupava 0,7% da área de estudo, em 2014 não foi evidenciada. Reduções também foram constatadas nas classes moderadamente alta e moderada entre os anos de 2003 e 2014. A primeira classe em 2003 ocupava 18,2% da área de estudo, em 2014 passou a ocupar apenas 0,35%. Já a classe moderada que em 2003 ocupava 40,5% em 2014 teve sua ocorrência reduzida a apenas 15,9%. Como não poderia deixar de ser, se as classes que ofereciam maior proteção com relação a cobertura vegetal reduziram, é de se esperar que as demais classes, ou seja aquelas que evidenciam menor proteção aos solos tenham se ampliado, como de fato ocorreu. Assim a classe moderadamente baixa, que ocupava 38,4% da área da bacia em 2003, em 2014 passou a ocupar 74,4% no ano de 2014, que corresponde a 18008,4 km² de área, mostrando que houve um aumento significativo desta classe. A classe baixa, que teve um acréscimo de 7,28% nesse período, passou de 2,1% em 2003 para 9,38% em 2014. Destaca-se que a classe correspondente ao solo exposto permaneceu aproximadamente constante, variando apenas de 0,003% para 0,002%. A fim de justificar o aumento significativo das classes moderadamente baixa e baixa no ano de 2014, buscou-se analisar os dados populacionais e econômicos dos respectivos 20 municípios que abrangem a área de estudo, bem como a analise dos dados pluviométricos do ano de 2003, 2013 e 2014, em que a partir dos dados coletados pode-se afirmar que houve um aumento populacional, com relação aos anos analisados (2000 e 2010), de 24834 milhões, evidenciando que na ultima década os municípios que compõe a bacia em analise sofreram um processo que urbanização acelerado com relação a outras regiões do estado do Piauí. Com relação aos dados econômicos, observa-se que houve uma redução na produção agrícola no municípios listados e inseridos na bacia em analise, bem como decréscimo do rebanho de ovinos, caprinos, suínos e bovinos, e da atividade extrativa. Os dados pluviométricos da Secretaria do Meio Ambiente e de Recursos hídricos (SEMAR) do estado do Piauí do ano de 2003, 2013 e 2014, retratam a ocorrência de uma redução da precipitação nestes anos. CONCLUSÃO No presente estudo buscou-se realizar analise da dinâmica da cobertura vegetal numa escala temporal de 10 anos na bacia hidrográfica do rio Longá, bem como, quais são os fatores que poderiam ser identificados como responsáveis de modo direto ou ainda indireto por estas modificações na cobertura vegetal identificadas pelo NDVI. Constatou-se que as classes que apresentaram aumentos significativos foram as classes moderadamente baixa e baixa no ano de 2014, permitindo assim inferir modificações da dinâmica da cobertura vegetal da bacia hidrográfica do Rio Longá- PI,no sentido de redução da cobertura vegetal da mesma o que pode desencadear uma série de problemas ambientais a exemplo da intensificação de processos de erosão dos solos e assoreamento dos riachos que compõe a sub-bacia do rio Longá. Com relação a análise pluviométrica, verifica-se de maneira ampla uma redução na pluviosidade nos municípios que abrangem a bacia hidrográfica do rio Longá, o que influencia diretamente no desenvolvimento e na redução da vegetação da área em analise, como mostrado no mapa de NDVI. Assim, os resultados ainda que preliminares exigem continuo monitoramento da vegetação, bem como ampliação dos estudos no intuito de realização de uma análise geoambiental e climatológica da bacia do Rio Longá, de modo a identificar os fatores que direto ou indiretamente estão influenciando na redução da cobertura vegetal e ainda os possíveis problemas resultantes desta redução da cobertura vegetal. Palavras-chave: Geotecnologias; bacia hidrográfica; NDVI. REFERÊNCIAS AQUINO, C.M.S; OLIVEIRA,J.G.B. Estudo da dinâmica do índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) no núcleo de São Raimundo Nonato- PI. GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 31, pp. 157 - 168, 2012. PONZONI, F. J.; SHIMBUKURO, Y. E.; KUPLICH, T. M. Sensoriamento Remoto da Vegetação. São José dos Campos, SP, Oficina de Textos, 2ª edição, 176 p., 2012. SONG, RX, McPherson RA, Adam L, Bao Y, Shupnik M, et al. Linkage of rapid estrogen action to MAPK activation by ERalpha-Shc association and Shc pathway activation. Mol Endocrinol, 2001.