Oficina 5 – Solos

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Oficina 5 – Solos
1. Considerações Programáticas
Sólido como uma rocha! Quem já não ouviu esta frase algum dia,
normalmente referindo-se a algo imutável, definitivo? Exceto por algum fator
como desmoronamentos ou interferências externas, parece que as rochas
sempre estiveram onde estão no momento em que a conhecemos.
Com os solos a impressão não é diferente. Por ser algo que, no tempo
de uma vida humana não sofre naturalmente transformações perceptíveis a
olho nu, construímos a falsa idéia de que se trata de um elemento estático,
definitivo, o que não é verdade.
Um dos riscos importantes desta interpretação errônea, tanto para
rochas como para solos e outros materiais naturais, e que justifica, entre outros
argumentos, a relevância da discussão deste tema com as crianças, é a
percepção associada à idéia da imutabilidade, de que podemos tudo contra o
solo, sem que venha dele uma resposta às ações humanas. Queimadas,
agrotóxicos em geral, desmatamentos, monoculturas, são todos fatores que
contribuem amplamente para alterar aquilo que um solo realmente é e pode ou
não vir a ser no futuro. Agressões consecutivas podem transformar terras
anteriormente descritas como férteis em, um deserto.
A parte de uma visão tão apocalíptica do futuro, o objetivo desta oficina
construída sobre a perspectiva metodológica utilizada no projeto Mão na Massa
é, principalmente, motivar as crianças a observarem o solo, construindo com
eles a idéia de que se trata de um elemento da natureza produzido em milhões
de anos por reações químicas e físicas sempre vindas das rochas que
fornecem a “matéria prima”, do clima e do relevo que interferem e possibilitam
reações dos componentes orgânicos, fundamentais para torná-lo rico e fértil.
Observar os tipos de solos existentes, suas diferenças e semelhanças
experimentando possibilidades de interferência através de atividades já
conhecidas ou inéditas, desenvolvidas ou reunidas por iniciativa da equipe do
projeto.
Proposta do Programa:
Esta oficina tem como objetivo principal, sensibilizar as crianças,
chamando sua atenção para a presença de diferentes tipos de paisagens e
seus elementos. Em seguida, as atividades sugeridas entrarão mais
especificamente em um deles, os solos. Mas é preciso não perder de vista, em
nenhum momento, o fato de que não existe sentido em se abordar as questões
relativas a ele simplesmente, já que está localizado em uma paisagem.
Fazemos o recorte desejado para estudar e depois voltamos à paisagem,
analisando alguns fatos com base na informação obtida ao longo das
pesquisas, discussões e atividades do módulo.
Assim, a seqüência compõe-se de atividades que buscam exercitar a
confecção de boas perguntas e suas respostas através da observação de fatos
e imagens que poderiam passar despercebidos.
Objetivo do conhecimento
Atividades do módulo
- Identificar as diferentes paisagens
existentes;
- Perceber os elementos que as
compõem, como árvore, rio, mar,
lago, casa, nuvem, pássaros, etc., e
neles a hidrografia, o clima, o
relevo e a vegetação. Categorizar
semelhanças e diferenças a partir
dos elementos componentes das
paisagens;
- Discutir as mudanças que uma
paisagem pode sofrer;
- Apresentar o ser humano como
agente transformador e agente
transformado das mudanças que
sofrem as paisagens;
- Investigar mudanças da paisagem
local; e
- Perceber o solo como elemento
componente das paisagens.
– Observar o ambiente à sua volta;
- Coletar materiais através de passeios,
visitas e de excursões;
- Promover discussões em sala de aula; e
- Realizar experiências, pesquisas e
exposições.
Atividade 01: Descobrindo paisagens
1 – Apresentação do problema
O professor pode iniciar o assunto perguntando: o que é uma paisagem?
Existem paisagens urbanas? Rurais? O tudo é a mesma coisa? O que é
diferente? O que é igual?
O que é semelhante? Forneça exemplos de objetos da sala que sejam: iguais,
diferentes e semelhantes. Nas paisagens existem partes semelhantes e
diferentes?
Terra e solo são a mesma coisa? E, pedra e rocha?
Objetivos:
• Valorizar cada um dos componentes da paisagem que nos rodeia;
• Desenvolver atitudes críticas, responsáveis e construtivas para
preservação das paisagens, e;
• Despertar nos alunos a noção de paisagem, incentivando-os a adotar
posturas na escola, em casa e na comunidade que os levem a
interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis.
Material:
•
•
•
•
Revistas para recortar
01 Tesoura
01 Cola
Papel craft
2 – Levantamento de hipóteses
Como você vê as paisagens?
3 – Experimentação
O professor distribui revistas entre os grupos e pede que escolham e
recortem cinco ou seis figuras de paisagens descrevendo cada uma delas.
Como é? De onde acho que é esta paisagem? Que elementos ela contém?
(carros, prédios, ruas, plantações, mar, praia, etc.). Todas as imagens
selecionadas devem ser coladas em um painel coletivo (que pode ser apenas
um pedaço de papel craft facilmente encontrados nas escolas) e numeradas
em seqüência, ou seja, não devem haver figuras com uma mesma numeração
para que não haja confusões no momento posterior, quando as crianças
deverão referir-se a elas.
4 – Discussão Coletiva:
O relator de cada grupo vem à frente e apresenta aos demais as
paisagens escolhidas pela equipe e que elementos ela contém. Isso se repete
para cada grupo. Esse é outro momento onde o professor pode discutir, junto
com as crianças, o papel do ser humano e do tempo como fatores que
modificam as paisagens. O objetivo da introdução desta conversa é, além de
insistir em uma visão mais ampla quanto ao que vem a ser paisagem, também
reforçar que, por menor que pareça, trata-se de um ambiente em modificação
constante.
5- Registro
É importante frisar, mais uma vez, que tanto nesta quanto em qualquer
outra atividade, espera-se que as crianças façam anotações em seu registro
pessoal em todos os momentos da aula. É isso que permitirá a construção de
um registro do momento final.
DESVENDAR PAISAGENS (Texto de apoio ao professor)
Como você vê as paisagens? Normalmente as pessoas descrevem aquelas que acham
mais bonitas. Costumeiramente chamam de paisagem as belezas naturais. Mas paisagem não
é só isso. Ampliando este conceito, paisagem é um pouco diferente da noção que normalmente
temos. E o que é a paisagem neste sentido? Bem... isso é o que vamos descobrir!
Já aconteceu de você de repente repara alguma coisa em seu bairro, em sua cidade,
que já estava lá há algum tempo e você nunca tinha percebido e depois disso passou a notá-la
freqüentemente? Em geral só vemos coisas para as quais estamos alerta. Só damos atenção
as coisas pelas quais demonstramos algum interesse.
Como seres humanos, somos capazes de perceber as coisa de diversas formas. As
primeiras sensações de descoberta que possuímos são dadas pelo tato e pelo paladar; por
isso os bebês querem pegar e morder tudo. A visão também é uma importante fonte de
descoberta – as crianças adoram as coisas coloridas. Na verdade, todos os cinco sentidos –
visão, olfato, tato, paladar e audição – constituem fontes permanentes de descobertas para
todos nós. Por isso é importante aguçar os sentidos nas pessoas, buscando ampliar a sua
capacidade de descobrir, de DESVENDAR. A palavra desvendar significa, entre outras coisas,
“tirar a venda dos olhos”; logo quando desvendamos alguém, essa pessoa volta a enxergar.
Assim, o desvendamento se dá no sentido de ampliar a capacidade das pessoas de observar e
compreender o que está sendo observado.
Para desvendar alguma coisa, não basta olha-la despretensiosamente, sem procurar
nada, como costumamos fazer. É necessário olhar com atenção, com curiosidade, com
vontade de descobrir, com olhos críticos, procurando o que é mais importante, e também os
detalhes. É necessário, na verdade, OBSERVAR. E cada pessoa tem seu jeito subjetivo de
realizar essa observação, de perceber essa paisagem, pis cada uma traz consigo a sua
história, sus costumes, seus valores.
Com o passar do tempo, depois que já tomamos contato com as coisas, que já as
conhecemos, ou nos familiarizamos com elas, muitas vezes não lhes prestamos mais atenção.
Em nosso vai e vem diário: de casa para a escola, para casa de amigos ou de parentes,
sempre vemos a paisagem do lugar onde vivemos. De tanto olhar essa paisagem, ela fica tão
conhecida, tão familiar que muitas vezes não a observamos mais. Uma paisagem pode ser
descrita por meio de várias linguagens. Além disso, uma mesma paisagem pode ser descrita
de várias formas por observadores distintos, até quando utilizam a mesma linguagem. Isso
acontece porque as pessoas são muito diferentes entre si, têm percepções, sentimentos
habilidades, formações e interesses diversos, e assim cada uma tem seu jeito próprio de ver o
mundo.
Na verdade, não há apenas uma descrição correta de paisagem, mas tantas quantas
forem seus observadores. Para cada olhar existe uma interpretação, e por isso, se faz
necessário que saibamos reconhecer as diferentes visões de mundo, pois ao contrário do que
muitos pensam, a diversidade de abordagens não é um mal, mas uma demonstração da nossa
rica diversidade e de como somos capazes de criar e transformar.
Texto adaptado e ampliado de: Sene, E. e Moreira, J. C., 2002. A geografia no dia-a dia: 5ª série (Coleção
Trilhas da Geografia). Scipione, São Paulo, 200p.
Atividade 02 – Tipos de Solos
1 – Apresentação do problema
E ai pessoal! Vocês sabem que os principais elementos para a vida do
ser humano são: terra, ar, água e fogo. Vocês conhecem outros elementos
mais importante que os indicados?
Então terra é sinônimo de solo? O que é solo? Conhecem solos
diferentes? Vermelhos, já viram? E Pretos? Areia é solo? Pedra é solo?
Quais as principais utilidades do solo? Para produzir alimentos? Para
fornecer minérios? O solo aumenta o diminui com o tempo? Ele se transforma
e se consome?
Objetivos:
•
•
•
•
Perceber o solo como um componente importante da paisagem;
Conhecer a origem do solo e seus componentes;
Perceber os diferentes tipos de solo;
Refletir sobre a relação de interdependência entre os seres vivos
(animais e vegetais) e os minerais.
Material:
•
•
•
•
•
Amostras de rochas;
Amostras de solos;
Água;
Lupas;
Tabela para anotação das observações (sugestão abaixo).
2 – Levantamento de hipóteses
Que diferenças podemos perceber nas amostras de solos disponíveis?
3 – Experimentação
Para esta atividade é importante que o professor tenha amostras de
diferentes tipos de solos. Não é necessária uma variedade grande. Mas, para
que a atividade seja produtiva, é fundamental ter solos arenosos, argilosos,
com presença de matéria orgânica, por exemplo
Sugerimos que os professores façam com seus alunos uma coleção de
rochas, para montarem seu laboratório. Observar as características das rochas
auxilia a compreensão dos alunos sobre as diferenças dos solos.
Organize os alunos em grupos para que possam observar, molhar e
tocar as amostras de solo percebendo melhor: sua cor, cheiro, textura,
absorção ou retenção de água, presença de matéria orgânica, se possui brilho
ou não... Dessa forma poderão diferenciar os tipos de solo e classificá-los.
Suas observações poderão ser registradas numa tabela como a que
sugerimos:
Tipo
de solo
Cor
Textura
Possui de
matéria
orgânica?
Tem brilho?
Dá forma
quando úmido?
1
2
3
4
Oriente os alunos a compararem as amostras de solos e estimule-os
observarem com a lupa, a cheirá-lo, a fazer bolinhas e cobrinhas com o solo
molhado... Assim ficará mais fácil perceber suas diferenças e semelhanças.
Não deixe de questioná-los sempre que possível, fazendo perguntas como: Por
que com determinados tipos de solo conseguimos fazer bolinhas e com outros
não? Por que possuem cores diferentes? Alguns têm brilho e outros não, por
quê?
4 – Discussão Coletiva:
Após o registro das observações, cada grupo deverá compartilhar com a
turma suas conclusões. Neste momento a condução do professor será
fundamental para sistematizar as conclusões dos alunos e fazer o registro
coletivo de suas descobertas.
Os alunos precisam perceber que o solo possui diversos componentes
que variam de um lugar para outro, por isso apresenta cores e texturas
diferentes. Além disso, sua formação se dá por um processo muito demorado,
imperceptível aos nossos olhos.
Outro aspecto importante a ser ressaltado com os alunos é a ação do
homem no solo. O desmatamento, as queimadas, a utilização indevida de
produtos químicos na lavouras, o lixo, dentre outros, comprometem a qualidade
do solo e, consequentemente, a nossa qualidade de vida.
5- Registro
No momento da discussão coletiva, o professor deverá registrar as
conclusões dos alunos, organizando as idéias na lousa e complementando-as.
Cada aluno deverá, então, copiar tais conclusões no caderno.
O CICLO DAS ROCHAS (Texto de apoio ao professor)
As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta
cheio de dinâmica (variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos
tectônicos). Da mesma forma, as atividades de intemperismo causam constantes alterações
sobre as rochas.
As rochas ígneas superficiais da Terra (A) sofrem constante intemperismo, e
lentamente reduzem-se em fragmentos (B), incluindo tanto os detritos sólidos da rocha original
como os novos minerais formados durante o intemperismo. Os agentes de transporte
redistribuem o material fragmentado sobre a superfície, depositando-o como sedimentos, que
se transformam em rochas sedimentares (C). Estas, por aumento de pressão e temperatura
geram as rochas metamórficas (D). Aumentando a pressão e a temperatura até determinado
ponto, ocorrerá fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de uma nova rocha
ígnea (E), dando-se início a um novo ciclo.
Baseando-se em critérios genéticos, ou seja, como é seu modo de formação na
natureza, a maioria das rochas podem ser classificadas em 3 grandes grupos:
1. Rochas Magmáticas, Eruptivas ou Ígneas - São aquelas resultantes da consolidação do
magma (material ígneo que está no interior do globo terrestre). Quando a consolidação do
magma ocorre em subsuperfície formam-se rochas plutônicas. Ex.: Granito. Quando ocorre em
superfície (lava vulcânica) formam-se rochas magmáticas extrusivas. Ex.: Basalto.
2. Rochas Sedimentares - Resultam da deposição de detritos de outras rochas (magmáticas
ou metamórficas), ou do acúmulo de detritos orgânicos ou ainda, da precipitação química. Ex.:
Arenito, Calcário, etc.
3. Rochas Metamórficas - Resultam da transformação de outras rochas preexistentes, agora,
sob novas condições de temperatura e pressão. Ex.: Mármore, Gnaisse, etc.
O QUE É SOLO? (Texto de apoio ao professor)
O que é solo? Como ele é formado? Certamente os alunos darão as respostas mais
variadas e responderão às perguntas feitas pelo professor, mas muitos elementos deverão ser
introduzidos a partir do conhecimento do grupo.
Será necessário ressaltar que o solo, também chamado terra, tem grande importância
na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar, a água, o fogo e o vento. É
do solo que retiramos parte dos nossos alimentos e que sobre ele, na maioria das vezes,
construímos as nossas casas.
O solo é formado a partir da rocha (material duro que também conhecemos como
pedra), através da participação dos elementos do clima (chuva, gelo, vento e temperatura), que
com o tempo e a ajuda dos organismos vivos (fungos, liquens e outros) vão transformando as
rochas, diminuindo o seu tamanho, até transformá-la em um material mais ou menos solto e
macio, também chamado de parte mineral.
Mas, como os seres vivos ajudam na formação dos solos? Logo que a rocha é alterada
e é formado o material mais ou menos solto e macio, os seres vivos (animais e vegetais) como
insetos, minhocas, plantas e muitos outros, assim como o próprio homem, passam a ajudar no
desenvolvimento do solo.
Eles atuam misturando a matéria orgânica (restos de vegetais e de animais mortos)
com o material solto e macio em que se transformou a rocha. Esta mistura faz com que o
material que veio do desgaste das rochas forneça alimentos a todas as plantas que vivem no
nosso planeta.
Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo misturados com o
material macio e solto, formando o verdadeiro solo.
Deste modo o solo é representado pela seguinte expressão:
Material de Origem – rocha, restos vegetais e animais...
Clima – chuva, temperatura (sol), vento...
Tempo – centenas de anos, milhares de anos...
Relevo – montanhoso, plano, ondulado.
Organismos – insetos, bactérias, mamíferos, plantas...
O solo ou terra como também é chamado, é composto de quatro partes: ar, água,
matéria orgânica (restos de pequenos animais e plantas) e parte mineral que veio da alteração
das rochas, ou seja, a areia da praia, o barro que gruda no sapato e o limo que faz as crianças
escorregarem.
Estes quatro componentes do solo se encontram misturados uns aos outros. A
matéria orgânica está misturada com a parte mineral e com a água.
A FORMAÇÃO DO SOLO (Texto de apoio ao professor)
O solo é o resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas. Estas mudanças
são bem lentas, sendo que as condições climáticas e a presença de seres vivos são os
principais responsáveis pelas transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo.
Para entendermos melhor este processo, acompanhe atentamente a seqüência abaixo:
1- Rocha matriz exposta.
2- Chuva, vento e sol desgastam a rocha formando fendas e buracos. Com o tempo a rocha vai
esfarelando-se.
3- Microrganismos como bactérias e algas se depositam nestes espaços, ajudando a decompor
a rocha através das substâncias produzidas.
4- Ocorre acúmulo de água e restos dos microrganismos.
5- Organismos um pouco maiores como fungos e musgos, começam a se desenvolver.
6- O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vão surgindo, além de pequenos animais.
7- Vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros.
8- O processo continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem de um local.
Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo se
forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram
entre 3000 a 12000 anos para tornarem-se produtivos.
Processo de formação de solos
Chama-se de perfil do solo a seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se
até onde chega a ação do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes, uma série de
camadas dispostas horizontalmente (horizontes).
A natureza e o número de horizontes variam de acordo com os diferentes tipos de solo.
Os solos geralmente não possuem todos esses horizontes bem caracterizados, entretanto, pelo
menos possuem parte deles.
Solos mais argilosos são derivados de rochas com grande quantidade de minerais feldspáticos
enquanto solos arenosos provêm de quartzitos ou rochas sedimentares como arenitos.
HORIZONTES DO SOLO
Horizonte O: camada orgânica superficial. É constituído por detritos vegetais e substâncias
húmicas acumuladas na superfície, ou seja, em ambientes onde a água não se acumula
(ocorre drenagem). É bem visível em áreas de floresta e distingui-se pela coloração escura e
pelo conteúdo em matéria orgânica (cerca 20%).
Horizonte A: camada mineral superficial adjacente à camada O ou H. É o horizonte onde
ocorre grande atividade biológica o que lhe confere coloração escurecida pela presença de
matéria orgânica. Existem diferentes tipos de horizontes A, dependendo de seus ambientes de
formação. Esta camada apresenta maior quantidade de matéria orgânica que os horizontes
subjacentes B e C.
Horizonte B: camada mineral situada mais abaixo do horizonte A. Apresenta menor
quantidade de matéria orgânica, e acúmulo de compostos de ferro e argilo minerais. Ocorre
concentração de minerais resistentes, como quartzo em pequenas partículas (areia e silte). Éo
horizonte de máximo acúmulo, com bom desenvolvimento estrutural.
Horizonte C: camada mineral de material inconsolidado, ou seja, por ser relativamente pouco
afetado por processos pedogenéticos, o solo pode ou não ter se formado, apresentando-se
sem ou com pouca expressão de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte
principal.
Horizonte R: camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso
contínuo ou praticamente contínuo, a não ser pelas poucas e estreitas fendas que pode
apresentar (rocha).
A presença dos vários tipos de horizontes mencionados está subordinada às condições
que regulam a formação e evolução do solo. Como as condições variam de acordo com as
circunstâncias do ambientes (material de origem, vegetação, clima, relevo, tempo) o tipo e
número de horizontes de um perfil de solo são diferentes.
situadas em determinado relevo e sujeitas à ação do clima e dos organismos vivos. Abaixo,
estão listadas as substâncias sólidas, líquidas e gasosas que compõem o solo.
Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html
Atividade 03 – Pintura com Solo
1 – Apresentação do problema
Desta vez a investigação é sobre um dos usos que o solo pode ter e que
vem sendo explorado há muitos anos, a pintura.
Normalmente pensamos que para fazer arte são necessários materiais
caros, mas não é bem assim. Atualmente, a idéia é usar a criatividade e
aproveitar os recursos que dispomos. Podemos fazer arte utilizando
basicamente os elementos da natureza como, por exemplo: sementes, flores,
pedras, folhas e... solo.
Utilizar estes elementos traz uma série de benefícios ao meio ambiente,
como a redução do consumo de produtos industrializados, além de despertar a
consciência ecológica nos alunos.
Além de divertida, esta atividade vai permitir as crianças perceberem as
diferentes tonalidades que apresentam as amostras de solo de que dispõem.
Em nosso caso, vamos usar tintas de solo e não apenas para pintar
como também para estudar. Através destas tintas, vai ficar mais fácil perceber
como os solos que, aparentemente têm cores muito parecidas, revelam-se bem
diferentes em contato com a água e o papel.
Conseguir as tintas de solo é bastante fácil! Você precisa apenas montar
seu estoque de cores, que com o tempo, pode ter uma grande variedade.
Coloque uma colher bem cheia de cada uma das amostras de solo peneirado
em potes depois acrescente a mesma quantidade de água, um pouco de cola
branca e misture bem. A quantidade de água pode variar de acordo com o tipo
de solo e a tonalidade da tinta que deseja.
Objetivos:
•
•
•
Fazer pinturas usando as todas as cores que se podem compor com os
tons naturais do solo, coletados pelos alunos;
Mostrar as outras possibilidades de conseguir cor a partir de materiais
naturais, como os índios que usam plantas e sementes;
Observar as características e comparar as tonalidades de tintas de solo
feitas pelos alunos.
Material:
•
•
•
•
•
•
•
Cola branca;
Papel craft;
Amostras de solo;
01 Peneira média;
Potes para confecção das tintas;
Pincéis;
Lupa (opcional);
2– Levantamento de hipóteses
O professor pode começar conversando com as crianças sobre as
pinturas e algumas formas de se conseguir a tinta. Quem saberia dizer como
as tribos indígenas da floresta podem fazer suas pinturas no corpo e em
vestimentas se eles não tinham tinta? De que forma poderiamos produzir tintas
usando os elementos da natureza, como o solo?
3 – Experimentação
Agora chegou a hora de ver a cor de cada amostra e os alunos podem
fazer isso criando belos desenhos. Use o pincel para pintar. As pinturas podem
ser feitas em pequenos grupos.
A observação da superfície pintada é outra atividade interessante. Na
pintura pode-se perceber a presença de pequenos fragmentos não dissolvidos
na água. Eis aí uma informação a ser discutida. Por que estes fragmentos não
dissolveram? Todas as tintas preparadas possuem a mesma quantidade de
fragmentos não dissolvidos? Por quê?
4 – Discussão Coletiva:
Feito isso, peça que as crianças apresentem aos demais as tintas
conseguidas com suas amostras. É interessante perceber quantos tons podem
surgir além de cores como o vermelho, amarelo ou preto.
O professor deve também ajudar os grupos a reparar na quantidade e
variedade de pequenos fragmentos que aparecem na página pintada com cada
amostra. Peça que retirem e observem. Podem inclusive usar a lupa.
Provavelmente são restos de matéria orgânica ou de minerais e constituem
mais uma informação sobre a amostra: a quantidade de pequenas partículas
que não se desmancham com a água.
5- Registro
Além de registrar toda atividade, principalmente como cada informação
nova sobre a amostra foi obtida, o professor pode sugerir que as crianças
montem um painel com uma tabela de cores e suas principais características.
Agora que já tem a tinta os alunos podem soltar a imaginação e criar
desenhos incríveis com os tons da natureza.
Listagem dos materiais necessários nas oficinas de Solos:
•
Amostras de solo (argilosos, arenosos, siltosos, com matéria orgânica...
Enfim solos de diferentes cores e características);
•
20 garrafas PET transparente para as amostras de solo e as tintas
•
Amostras de rochas (opcional)
•
Potes ou caixas para as amostras de solo (para os 5 grupos)
•
5 potes para água (com ponta fina)
•
20 revistas para recortar
•
5 caixas de giz de cera
•
30 folhas ofício
•
7 folhas de papel craft
•
5 tubinhos de cola
•
1 tubo de cola grande (para confecção das tintas de solo)
•
10 tesouras
•
5 estojos de canetinha
•
10 lápis nº 2
•
5 borrachas
•
25 pincéis finos
•
Pote grande de vidro para montagem dos horizontes do solo (este
material ficará de amostra nas oficinas, portanto será feito apenas um)
•
5 peneiras médias para coar os solos
TINTA DE SOLO
•
•
•
Para utilizar a tinta de solo na sala de aula, em atividades de arte, basta misturar bem:
Solo peneirado;
Água;
Um pouco de cola branca (apenas para aderir melhor no papel);
A tinta de solo pode ser usada também para pintar paredes. O modo de preparo e de
utilização da tinta você encontra na apostila “Cores da Terra”, elaborada pelo professor da
UFV, Anôr Fiorini de Carvalho.
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