Oficina 5 – Solos 1. Considerações Programáticas Sólido como uma rocha! Quem já não ouviu esta frase algum dia, normalmente referindo-se a algo imutável, definitivo? Exceto por algum fator como desmoronamentos ou interferências externas, parece que as rochas sempre estiveram onde estão no momento em que a conhecemos. Com os solos a impressão não é diferente. Por ser algo que, no tempo de uma vida humana não sofre naturalmente transformações perceptíveis a olho nu, construímos a falsa idéia de que se trata de um elemento estático, definitivo, o que não é verdade. Um dos riscos importantes desta interpretação errônea, tanto para rochas como para solos e outros materiais naturais, e que justifica, entre outros argumentos, a relevância da discussão deste tema com as crianças, é a percepção associada à idéia da imutabilidade, de que podemos tudo contra o solo, sem que venha dele uma resposta às ações humanas. Queimadas, agrotóxicos em geral, desmatamentos, monoculturas, são todos fatores que contribuem amplamente para alterar aquilo que um solo realmente é e pode ou não vir a ser no futuro. Agressões consecutivas podem transformar terras anteriormente descritas como férteis em, um deserto. A parte de uma visão tão apocalíptica do futuro, o objetivo desta oficina construída sobre a perspectiva metodológica utilizada no projeto Mão na Massa é, principalmente, motivar as crianças a observarem o solo, construindo com eles a idéia de que se trata de um elemento da natureza produzido em milhões de anos por reações químicas e físicas sempre vindas das rochas que fornecem a “matéria prima”, do clima e do relevo que interferem e possibilitam reações dos componentes orgânicos, fundamentais para torná-lo rico e fértil. Observar os tipos de solos existentes, suas diferenças e semelhanças experimentando possibilidades de interferência através de atividades já conhecidas ou inéditas, desenvolvidas ou reunidas por iniciativa da equipe do projeto. Proposta do Programa: Esta oficina tem como objetivo principal, sensibilizar as crianças, chamando sua atenção para a presença de diferentes tipos de paisagens e seus elementos. Em seguida, as atividades sugeridas entrarão mais especificamente em um deles, os solos. Mas é preciso não perder de vista, em nenhum momento, o fato de que não existe sentido em se abordar as questões relativas a ele simplesmente, já que está localizado em uma paisagem. Fazemos o recorte desejado para estudar e depois voltamos à paisagem, analisando alguns fatos com base na informação obtida ao longo das pesquisas, discussões e atividades do módulo. Assim, a seqüência compõe-se de atividades que buscam exercitar a confecção de boas perguntas e suas respostas através da observação de fatos e imagens que poderiam passar despercebidos. Objetivo do conhecimento Atividades do módulo - Identificar as diferentes paisagens existentes; - Perceber os elementos que as compõem, como árvore, rio, mar, lago, casa, nuvem, pássaros, etc., e neles a hidrografia, o clima, o relevo e a vegetação. Categorizar semelhanças e diferenças a partir dos elementos componentes das paisagens; - Discutir as mudanças que uma paisagem pode sofrer; - Apresentar o ser humano como agente transformador e agente transformado das mudanças que sofrem as paisagens; - Investigar mudanças da paisagem local; e - Perceber o solo como elemento componente das paisagens. – Observar o ambiente à sua volta; - Coletar materiais através de passeios, visitas e de excursões; - Promover discussões em sala de aula; e - Realizar experiências, pesquisas e exposições. Atividade 01: Descobrindo paisagens 1 – Apresentação do problema O professor pode iniciar o assunto perguntando: o que é uma paisagem? Existem paisagens urbanas? Rurais? O tudo é a mesma coisa? O que é diferente? O que é igual? O que é semelhante? Forneça exemplos de objetos da sala que sejam: iguais, diferentes e semelhantes. Nas paisagens existem partes semelhantes e diferentes? Terra e solo são a mesma coisa? E, pedra e rocha? Objetivos: • Valorizar cada um dos componentes da paisagem que nos rodeia; • Desenvolver atitudes críticas, responsáveis e construtivas para preservação das paisagens, e; • Despertar nos alunos a noção de paisagem, incentivando-os a adotar posturas na escola, em casa e na comunidade que os levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis. Material: • • • • Revistas para recortar 01 Tesoura 01 Cola Papel craft 2 – Levantamento de hipóteses Como você vê as paisagens? 3 – Experimentação O professor distribui revistas entre os grupos e pede que escolham e recortem cinco ou seis figuras de paisagens descrevendo cada uma delas. Como é? De onde acho que é esta paisagem? Que elementos ela contém? (carros, prédios, ruas, plantações, mar, praia, etc.). Todas as imagens selecionadas devem ser coladas em um painel coletivo (que pode ser apenas um pedaço de papel craft facilmente encontrados nas escolas) e numeradas em seqüência, ou seja, não devem haver figuras com uma mesma numeração para que não haja confusões no momento posterior, quando as crianças deverão referir-se a elas. 4 – Discussão Coletiva: O relator de cada grupo vem à frente e apresenta aos demais as paisagens escolhidas pela equipe e que elementos ela contém. Isso se repete para cada grupo. Esse é outro momento onde o professor pode discutir, junto com as crianças, o papel do ser humano e do tempo como fatores que modificam as paisagens. O objetivo da introdução desta conversa é, além de insistir em uma visão mais ampla quanto ao que vem a ser paisagem, também reforçar que, por menor que pareça, trata-se de um ambiente em modificação constante. 5- Registro É importante frisar, mais uma vez, que tanto nesta quanto em qualquer outra atividade, espera-se que as crianças façam anotações em seu registro pessoal em todos os momentos da aula. É isso que permitirá a construção de um registro do momento final. DESVENDAR PAISAGENS (Texto de apoio ao professor) Como você vê as paisagens? Normalmente as pessoas descrevem aquelas que acham mais bonitas. Costumeiramente chamam de paisagem as belezas naturais. Mas paisagem não é só isso. Ampliando este conceito, paisagem é um pouco diferente da noção que normalmente temos. E o que é a paisagem neste sentido? Bem... isso é o que vamos descobrir! Já aconteceu de você de repente repara alguma coisa em seu bairro, em sua cidade, que já estava lá há algum tempo e você nunca tinha percebido e depois disso passou a notá-la freqüentemente? Em geral só vemos coisas para as quais estamos alerta. Só damos atenção as coisas pelas quais demonstramos algum interesse. Como seres humanos, somos capazes de perceber as coisa de diversas formas. As primeiras sensações de descoberta que possuímos são dadas pelo tato e pelo paladar; por isso os bebês querem pegar e morder tudo. A visão também é uma importante fonte de descoberta – as crianças adoram as coisas coloridas. Na verdade, todos os cinco sentidos – visão, olfato, tato, paladar e audição – constituem fontes permanentes de descobertas para todos nós. Por isso é importante aguçar os sentidos nas pessoas, buscando ampliar a sua capacidade de descobrir, de DESVENDAR. A palavra desvendar significa, entre outras coisas, “tirar a venda dos olhos”; logo quando desvendamos alguém, essa pessoa volta a enxergar. Assim, o desvendamento se dá no sentido de ampliar a capacidade das pessoas de observar e compreender o que está sendo observado. Para desvendar alguma coisa, não basta olha-la despretensiosamente, sem procurar nada, como costumamos fazer. É necessário olhar com atenção, com curiosidade, com vontade de descobrir, com olhos críticos, procurando o que é mais importante, e também os detalhes. É necessário, na verdade, OBSERVAR. E cada pessoa tem seu jeito subjetivo de realizar essa observação, de perceber essa paisagem, pis cada uma traz consigo a sua história, sus costumes, seus valores. Com o passar do tempo, depois que já tomamos contato com as coisas, que já as conhecemos, ou nos familiarizamos com elas, muitas vezes não lhes prestamos mais atenção. Em nosso vai e vem diário: de casa para a escola, para casa de amigos ou de parentes, sempre vemos a paisagem do lugar onde vivemos. De tanto olhar essa paisagem, ela fica tão conhecida, tão familiar que muitas vezes não a observamos mais. Uma paisagem pode ser descrita por meio de várias linguagens. Além disso, uma mesma paisagem pode ser descrita de várias formas por observadores distintos, até quando utilizam a mesma linguagem. Isso acontece porque as pessoas são muito diferentes entre si, têm percepções, sentimentos habilidades, formações e interesses diversos, e assim cada uma tem seu jeito próprio de ver o mundo. Na verdade, não há apenas uma descrição correta de paisagem, mas tantas quantas forem seus observadores. Para cada olhar existe uma interpretação, e por isso, se faz necessário que saibamos reconhecer as diferentes visões de mundo, pois ao contrário do que muitos pensam, a diversidade de abordagens não é um mal, mas uma demonstração da nossa rica diversidade e de como somos capazes de criar e transformar. Texto adaptado e ampliado de: Sene, E. e Moreira, J. C., 2002. A geografia no dia-a dia: 5ª série (Coleção Trilhas da Geografia). Scipione, São Paulo, 200p. Atividade 02 – Tipos de Solos 1 – Apresentação do problema E ai pessoal! Vocês sabem que os principais elementos para a vida do ser humano são: terra, ar, água e fogo. Vocês conhecem outros elementos mais importante que os indicados? Então terra é sinônimo de solo? O que é solo? Conhecem solos diferentes? Vermelhos, já viram? E Pretos? Areia é solo? Pedra é solo? Quais as principais utilidades do solo? Para produzir alimentos? Para fornecer minérios? O solo aumenta o diminui com o tempo? Ele se transforma e se consome? Objetivos: • • • • Perceber o solo como um componente importante da paisagem; Conhecer a origem do solo e seus componentes; Perceber os diferentes tipos de solo; Refletir sobre a relação de interdependência entre os seres vivos (animais e vegetais) e os minerais. Material: • • • • • Amostras de rochas; Amostras de solos; Água; Lupas; Tabela para anotação das observações (sugestão abaixo). 2 – Levantamento de hipóteses Que diferenças podemos perceber nas amostras de solos disponíveis? 3 – Experimentação Para esta atividade é importante que o professor tenha amostras de diferentes tipos de solos. Não é necessária uma variedade grande. Mas, para que a atividade seja produtiva, é fundamental ter solos arenosos, argilosos, com presença de matéria orgânica, por exemplo Sugerimos que os professores façam com seus alunos uma coleção de rochas, para montarem seu laboratório. Observar as características das rochas auxilia a compreensão dos alunos sobre as diferenças dos solos. Organize os alunos em grupos para que possam observar, molhar e tocar as amostras de solo percebendo melhor: sua cor, cheiro, textura, absorção ou retenção de água, presença de matéria orgânica, se possui brilho ou não... Dessa forma poderão diferenciar os tipos de solo e classificá-los. Suas observações poderão ser registradas numa tabela como a que sugerimos: Tipo de solo Cor Textura Possui de matéria orgânica? Tem brilho? Dá forma quando úmido? 1 2 3 4 Oriente os alunos a compararem as amostras de solos e estimule-os observarem com a lupa, a cheirá-lo, a fazer bolinhas e cobrinhas com o solo molhado... Assim ficará mais fácil perceber suas diferenças e semelhanças. Não deixe de questioná-los sempre que possível, fazendo perguntas como: Por que com determinados tipos de solo conseguimos fazer bolinhas e com outros não? Por que possuem cores diferentes? Alguns têm brilho e outros não, por quê? 4 – Discussão Coletiva: Após o registro das observações, cada grupo deverá compartilhar com a turma suas conclusões. Neste momento a condução do professor será fundamental para sistematizar as conclusões dos alunos e fazer o registro coletivo de suas descobertas. Os alunos precisam perceber que o solo possui diversos componentes que variam de um lugar para outro, por isso apresenta cores e texturas diferentes. Além disso, sua formação se dá por um processo muito demorado, imperceptível aos nossos olhos. Outro aspecto importante a ser ressaltado com os alunos é a ação do homem no solo. O desmatamento, as queimadas, a utilização indevida de produtos químicos na lavouras, o lixo, dentre outros, comprometem a qualidade do solo e, consequentemente, a nossa qualidade de vida. 5- Registro No momento da discussão coletiva, o professor deverá registrar as conclusões dos alunos, organizando as idéias na lousa e complementando-as. Cada aluno deverá, então, copiar tais conclusões no caderno. O CICLO DAS ROCHAS (Texto de apoio ao professor) As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta cheio de dinâmica (variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos tectônicos). Da mesma forma, as atividades de intemperismo causam constantes alterações sobre as rochas. As rochas ígneas superficiais da Terra (A) sofrem constante intemperismo, e lentamente reduzem-se em fragmentos (B), incluindo tanto os detritos sólidos da rocha original como os novos minerais formados durante o intemperismo. Os agentes de transporte redistribuem o material fragmentado sobre a superfície, depositando-o como sedimentos, que se transformam em rochas sedimentares (C). Estas, por aumento de pressão e temperatura geram as rochas metamórficas (D). Aumentando a pressão e a temperatura até determinado ponto, ocorrerá fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de uma nova rocha ígnea (E), dando-se início a um novo ciclo. Baseando-se em critérios genéticos, ou seja, como é seu modo de formação na natureza, a maioria das rochas podem ser classificadas em 3 grandes grupos: 1. Rochas Magmáticas, Eruptivas ou Ígneas - São aquelas resultantes da consolidação do magma (material ígneo que está no interior do globo terrestre). Quando a consolidação do magma ocorre em subsuperfície formam-se rochas plutônicas. Ex.: Granito. Quando ocorre em superfície (lava vulcânica) formam-se rochas magmáticas extrusivas. Ex.: Basalto. 2. Rochas Sedimentares - Resultam da deposição de detritos de outras rochas (magmáticas ou metamórficas), ou do acúmulo de detritos orgânicos ou ainda, da precipitação química. Ex.: Arenito, Calcário, etc. 3. Rochas Metamórficas - Resultam da transformação de outras rochas preexistentes, agora, sob novas condições de temperatura e pressão. Ex.: Mármore, Gnaisse, etc. O QUE É SOLO? (Texto de apoio ao professor) O que é solo? Como ele é formado? Certamente os alunos darão as respostas mais variadas e responderão às perguntas feitas pelo professor, mas muitos elementos deverão ser introduzidos a partir do conhecimento do grupo. Será necessário ressaltar que o solo, também chamado terra, tem grande importância na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar, a água, o fogo e o vento. É do solo que retiramos parte dos nossos alimentos e que sobre ele, na maioria das vezes, construímos as nossas casas. O solo é formado a partir da rocha (material duro que também conhecemos como pedra), através da participação dos elementos do clima (chuva, gelo, vento e temperatura), que com o tempo e a ajuda dos organismos vivos (fungos, liquens e outros) vão transformando as rochas, diminuindo o seu tamanho, até transformá-la em um material mais ou menos solto e macio, também chamado de parte mineral. Mas, como os seres vivos ajudam na formação dos solos? Logo que a rocha é alterada e é formado o material mais ou menos solto e macio, os seres vivos (animais e vegetais) como insetos, minhocas, plantas e muitos outros, assim como o próprio homem, passam a ajudar no desenvolvimento do solo. Eles atuam misturando a matéria orgânica (restos de vegetais e de animais mortos) com o material solto e macio em que se transformou a rocha. Esta mistura faz com que o material que veio do desgaste das rochas forneça alimentos a todas as plantas que vivem no nosso planeta. Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo misturados com o material macio e solto, formando o verdadeiro solo. Deste modo o solo é representado pela seguinte expressão: Material de Origem – rocha, restos vegetais e animais... Clima – chuva, temperatura (sol), vento... Tempo – centenas de anos, milhares de anos... Relevo – montanhoso, plano, ondulado. Organismos – insetos, bactérias, mamíferos, plantas... O solo ou terra como também é chamado, é composto de quatro partes: ar, água, matéria orgânica (restos de pequenos animais e plantas) e parte mineral que veio da alteração das rochas, ou seja, a areia da praia, o barro que gruda no sapato e o limo que faz as crianças escorregarem. Estes quatro componentes do solo se encontram misturados uns aos outros. A matéria orgânica está misturada com a parte mineral e com a água. A FORMAÇÃO DO SOLO (Texto de apoio ao professor) O solo é o resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas. Estas mudanças são bem lentas, sendo que as condições climáticas e a presença de seres vivos são os principais responsáveis pelas transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo. Para entendermos melhor este processo, acompanhe atentamente a seqüência abaixo: 1- Rocha matriz exposta. 2- Chuva, vento e sol desgastam a rocha formando fendas e buracos. Com o tempo a rocha vai esfarelando-se. 3- Microrganismos como bactérias e algas se depositam nestes espaços, ajudando a decompor a rocha através das substâncias produzidas. 4- Ocorre acúmulo de água e restos dos microrganismos. 5- Organismos um pouco maiores como fungos e musgos, começam a se desenvolver. 6- O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vão surgindo, além de pequenos animais. 7- Vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros. 8- O processo continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem de um local. Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para tornarem-se produtivos. Processo de formação de solos Chama-se de perfil do solo a seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se até onde chega a ação do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes, uma série de camadas dispostas horizontalmente (horizontes). A natureza e o número de horizontes variam de acordo com os diferentes tipos de solo. Os solos geralmente não possuem todos esses horizontes bem caracterizados, entretanto, pelo menos possuem parte deles. Solos mais argilosos são derivados de rochas com grande quantidade de minerais feldspáticos enquanto solos arenosos provêm de quartzitos ou rochas sedimentares como arenitos. HORIZONTES DO SOLO Horizonte O: camada orgânica superficial. É constituído por detritos vegetais e substâncias húmicas acumuladas na superfície, ou seja, em ambientes onde a água não se acumula (ocorre drenagem). É bem visível em áreas de floresta e distingui-se pela coloração escura e pelo conteúdo em matéria orgânica (cerca 20%). Horizonte A: camada mineral superficial adjacente à camada O ou H. É o horizonte onde ocorre grande atividade biológica o que lhe confere coloração escurecida pela presença de matéria orgânica. Existem diferentes tipos de horizontes A, dependendo de seus ambientes de formação. Esta camada apresenta maior quantidade de matéria orgânica que os horizontes subjacentes B e C. Horizonte B: camada mineral situada mais abaixo do horizonte A. Apresenta menor quantidade de matéria orgânica, e acúmulo de compostos de ferro e argilo minerais. Ocorre concentração de minerais resistentes, como quartzo em pequenas partículas (areia e silte). Éo horizonte de máximo acúmulo, com bom desenvolvimento estrutural. Horizonte C: camada mineral de material inconsolidado, ou seja, por ser relativamente pouco afetado por processos pedogenéticos, o solo pode ou não ter se formado, apresentando-se sem ou com pouca expressão de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte principal. Horizonte R: camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso contínuo ou praticamente contínuo, a não ser pelas poucas e estreitas fendas que pode apresentar (rocha). A presença dos vários tipos de horizontes mencionados está subordinada às condições que regulam a formação e evolução do solo. Como as condições variam de acordo com as circunstâncias do ambientes (material de origem, vegetação, clima, relevo, tempo) o tipo e número de horizontes de um perfil de solo são diferentes. situadas em determinado relevo e sujeitas à ação do clima e dos organismos vivos. Abaixo, estão listadas as substâncias sólidas, líquidas e gasosas que compõem o solo. Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html Atividade 03 – Pintura com Solo 1 – Apresentação do problema Desta vez a investigação é sobre um dos usos que o solo pode ter e que vem sendo explorado há muitos anos, a pintura. Normalmente pensamos que para fazer arte são necessários materiais caros, mas não é bem assim. Atualmente, a idéia é usar a criatividade e aproveitar os recursos que dispomos. Podemos fazer arte utilizando basicamente os elementos da natureza como, por exemplo: sementes, flores, pedras, folhas e... solo. Utilizar estes elementos traz uma série de benefícios ao meio ambiente, como a redução do consumo de produtos industrializados, além de despertar a consciência ecológica nos alunos. Além de divertida, esta atividade vai permitir as crianças perceberem as diferentes tonalidades que apresentam as amostras de solo de que dispõem. Em nosso caso, vamos usar tintas de solo e não apenas para pintar como também para estudar. Através destas tintas, vai ficar mais fácil perceber como os solos que, aparentemente têm cores muito parecidas, revelam-se bem diferentes em contato com a água e o papel. Conseguir as tintas de solo é bastante fácil! Você precisa apenas montar seu estoque de cores, que com o tempo, pode ter uma grande variedade. Coloque uma colher bem cheia de cada uma das amostras de solo peneirado em potes depois acrescente a mesma quantidade de água, um pouco de cola branca e misture bem. A quantidade de água pode variar de acordo com o tipo de solo e a tonalidade da tinta que deseja. Objetivos: • • • Fazer pinturas usando as todas as cores que se podem compor com os tons naturais do solo, coletados pelos alunos; Mostrar as outras possibilidades de conseguir cor a partir de materiais naturais, como os índios que usam plantas e sementes; Observar as características e comparar as tonalidades de tintas de solo feitas pelos alunos. Material: • • • • • • • Cola branca; Papel craft; Amostras de solo; 01 Peneira média; Potes para confecção das tintas; Pincéis; Lupa (opcional); 2– Levantamento de hipóteses O professor pode começar conversando com as crianças sobre as pinturas e algumas formas de se conseguir a tinta. Quem saberia dizer como as tribos indígenas da floresta podem fazer suas pinturas no corpo e em vestimentas se eles não tinham tinta? De que forma poderiamos produzir tintas usando os elementos da natureza, como o solo? 3 – Experimentação Agora chegou a hora de ver a cor de cada amostra e os alunos podem fazer isso criando belos desenhos. Use o pincel para pintar. As pinturas podem ser feitas em pequenos grupos. A observação da superfície pintada é outra atividade interessante. Na pintura pode-se perceber a presença de pequenos fragmentos não dissolvidos na água. Eis aí uma informação a ser discutida. Por que estes fragmentos não dissolveram? Todas as tintas preparadas possuem a mesma quantidade de fragmentos não dissolvidos? Por quê? 4 – Discussão Coletiva: Feito isso, peça que as crianças apresentem aos demais as tintas conseguidas com suas amostras. É interessante perceber quantos tons podem surgir além de cores como o vermelho, amarelo ou preto. O professor deve também ajudar os grupos a reparar na quantidade e variedade de pequenos fragmentos que aparecem na página pintada com cada amostra. Peça que retirem e observem. Podem inclusive usar a lupa. Provavelmente são restos de matéria orgânica ou de minerais e constituem mais uma informação sobre a amostra: a quantidade de pequenas partículas que não se desmancham com a água. 5- Registro Além de registrar toda atividade, principalmente como cada informação nova sobre a amostra foi obtida, o professor pode sugerir que as crianças montem um painel com uma tabela de cores e suas principais características. Agora que já tem a tinta os alunos podem soltar a imaginação e criar desenhos incríveis com os tons da natureza. Listagem dos materiais necessários nas oficinas de Solos: • Amostras de solo (argilosos, arenosos, siltosos, com matéria orgânica... Enfim solos de diferentes cores e características); • 20 garrafas PET transparente para as amostras de solo e as tintas • Amostras de rochas (opcional) • Potes ou caixas para as amostras de solo (para os 5 grupos) • 5 potes para água (com ponta fina) • 20 revistas para recortar • 5 caixas de giz de cera • 30 folhas ofício • 7 folhas de papel craft • 5 tubinhos de cola • 1 tubo de cola grande (para confecção das tintas de solo) • 10 tesouras • 5 estojos de canetinha • 10 lápis nº 2 • 5 borrachas • 25 pincéis finos • Pote grande de vidro para montagem dos horizontes do solo (este material ficará de amostra nas oficinas, portanto será feito apenas um) • 5 peneiras médias para coar os solos TINTA DE SOLO • • • Para utilizar a tinta de solo na sala de aula, em atividades de arte, basta misturar bem: Solo peneirado; Água; Um pouco de cola branca (apenas para aderir melhor no papel); A tinta de solo pode ser usada também para pintar paredes. O modo de preparo e de utilização da tinta você encontra na apostila “Cores da Terra”, elaborada pelo professor da UFV, Anôr Fiorini de Carvalho.