Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - R1

Propaganda
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Instituto de Agronomia
Departamento de Geociências
Curso de Geologia
Trabalho de Conclusão de Curso
Mapeamento Geológico em Escala de Detalhe de Cacaria, Distrito de
Piraí, Rio de Janeiro.
Orientador
Francisco José da Silva, UFRRJ-DEGEO(IA)
Co-orientador
Victor Muniz, mestrando UERJ
Maio de 2014
I
Talitta Nunes Manoel
Mapeamento Geológico em Escala de Detalhe
de Cacaria, Distrito de Piraí, Rio de Janeiro
Curso de Geologia / Departamento de Geociências
Instituto de Agronomia / Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
[Seropédica] Ano 2014
Trabalho de Graduação
II
Agradecimentos
Agradeço a Deus, pela vida e pela sustentação nos momentos mais difíceis.
Agradeço a minha família, minha mãe, pai e irmãos pelos momentos de acolhimento, risos e
também críticas que só visavam meu bem.
Agradeço aos meus amigos Allan, Chris, Dani, Gabi, Thaize e Verônica por toda a paciência
nesses últimos momentos e por todos os outros momentos onde me estenderam a mão.
Agradeço a minha família Geologia Rural 2009 por terem feito desses 5 anos de luta os melhores
da minha vida.
Agradeço a minha família República das Ousadas, não se assustem com o nome, somos meninas
tranquilas. Agradeço por terem dividido mais do que um casa comigo: dividimos um lar e
construímos um laço eterno de amizade.
Agradeço a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, por ter me proporcionado o começo da
minha vida geológica.
Agradeço o meu orientador Francisco Silva por todo o tempo investido em mim e por sempre me
apoiar nas minhas decisões.
Agradeço ao Professor Rubem Porto pela oportunidade de concretização deste trabalho.
Agradeço aos meus amigos Victor Muniz e Frederico Tavares pela companhia nesses campos e
por toda a ajuda na realização deste sonho.
Obrigada a todos!
III
Resumo
Este trabalho tem como principal alvo a elaboração de mapa geológico em escala de detalhe
1:30.000 na região de Cacaria, Município de Piraí, Rio de Janeiro. Além de mapear as unidades
geológicas, irá buscar um melhor enquadramento e compreensão das ocorrências litológicas que
afloram na área de estudo que compreende a Megassequência Andrelândia, que é uma sequência
metassedimentar pertencente ao Terreno Ocidental da Faixa Ribeira. Essa sequência sedimentar
é de idade Neoproterozóica onde afloram rochas metamórficas de protólito sedimentar como
gnaisses, anfibolitos, quartzitos e granulitos. Na área de estudo, essas associações de rochas
compreendem a maior parte da área mapeada, porém, também ocorrem rochas ortoderivadas
representantes do embasamento desta sequência sedimentar. Primeiramente, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica robusta focando todo o contexto geológico da área, desde a Faixa Ribeira até
a designação em unidades destas rochas. Com o conhecimento teórico estruturado o próximo passo
foi a realização do mapeamento focando na área que se encontra na porção sudeste da Folha Piraí
e para isto foram feitos dez dias de trabalho de campo recolhendo informações de coordenada,
atitude e descrição de 91 pontos de interesse. Após a conclusão do trabalho de campo foi feita uma
tabela agrupando todas as informações obtidas em campo que foram adicionadas ao software
ArcGis 10.2 para a confecção dos produtos deste trabalho: o perfil geológico, mapa de pontos
(caminhamento) e mapa geológico. Por se tratar de uma região com poucos estudos e pesquisas
detalhadas, este trabalho visou a complementação do conhecimento da geologia presente em
Cacaria. Para um melhor entendimento das associações rochosas é necessário um estudo
minucioso envolvendo proveniência, assim como a realização de lâminas petrográficas que não
foram contempladas neste trabalho.
IV
Sumário
AGRADECIMENTOS..................................................................................... III
RESUMO....................................................................................................... IV
LISTA DE FIGURAS, FOTOS e TABELAS ...................................................VI
Capítulo 1: Introdução
1.1. Objetivo ...........................................................................................1
1.2. Localização e Vias de Acesso ........................................................1
1.3. Materiais e Métodos ........................................................................2
Capítulo 2: Aspectos Fisiográficos
2.1. Clima ...............................................................................................4
2.2. Vegetação e Atividades Socioeconômicas .....................................4
2.3. Hidrografia ...................................................................................... 5
2.4. Geomorfologia .................................................................................5
Capítulo 3: Geologia Regional
3.1. Província Mantiqueira......................................................................8
3.1.1. Terreno Ocidental.........................................................................9
3.1.2. Complexo Juiz de Fora ................................................................9
3.1.3. Megassequência Andrelândia.....................................................10
Capítulo 4: Classificação Informal das Unidades Estratigráficas...........11
Capítulo 5: Geologia da Área Mapeada
5.1. Estratigrafia....................................................................................13
5.1.1. Unidade Lorena ….............................................................13
5.1.2.Unidade Valadão …............................................................14
5.1.3. Unidade São Roque...........................................................15
5.2. Aspectos Macroscópicos e de Campo ..........................................17
5.3. Metamorfismo................................................................................19
5.4. Geologia Estrutural........................................................................20
CONCLUSÕES E DISCUSSÕES .................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................25
ANEXO
V
Lista de Figuras e Fotos
Figura 1. Mapa Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
(Fonte DNIT) ......................................................................................................................................2
Figura 2. Modelo digital de terreno observa-se as características acidentadas da porção central da
área onde não foi possível acessar para observações geológicas .................................................…7
Figura 3. Estratigrafia da Megassequência Andrelândia (Modificada de Pacciullo, 1997) ...............9
Figura 4. Seção estrutural composta do Orógeno Ribeira com a relação entre os diferentes terrenos
e domínios estruturais (capítulo XIII -CPRM-Província Mantiqueira) ...............................................10
Foto 1. Colinas alinhadas e aplainadas. Ao fundo a vegetação nativa da Mata Atlântica da Serra do
Mazomba...........................................................................................................................................7
Foto 2. Feldspato-biotita-granada gnaisse intemperizado. .............................................................15
Foto 3. Feldspato-Biotita-gnaisse com um leve estiramento na porção mais escura da
rocha................................................................................................................................................16
Foto 4. Intercalação da rocha calciossilicática com o anfibolito......................................................17
Foto 5. Feldspato-biotita-gnaisse com um leve estiramento na porção mais escura
.........................................................................................................................................................17
Foto
6.
Biotita-feldspato
gnaisse
interpretado
como
de
origem
ortoderivada
.........................................................................................................................................................20
Foto 7. Cataclasito com a parte superior brechada.........................................................................22
Foto 8. Migmatito onde o paleossoma é representado por rocha calciossilicática e o neossoma por
rochas quartzo-feldspáticas.............................................................................................................22
Foto 9. Biotita-feldspato gnaisse milonitizado, próximo ao contato......................................23
Foto 10. Dique de diabásio (a direita) do Valão da Costaneira da Prata cortando rochas
calciossilicáticas...............................................................................................................................23
Lista de Tabelas
Tabela 1. Descrição das Unidades Informais por Harte (1976) ....................................................12
VI
VII
1. INTRODUÇÃO
1.1. Objetivos
O trabalho realizado teve como principal objetivo a elaboração de mapa
geológico detalhado, na escala 1:30000, em parte da localidade de Cacaria, Distrito
de Piraí, Rio de janeiro (Anexo III).
Além de buscar a compreensão das ocorrências litológicas da área, este
trabalho irá agregar conhecimento por meio de mapeamento geológico numa região
de poucos estudos e com litologias variadas.
De modo geral a Folha Piraí, onde encontra-se inserida a região de estudo,
possui poucas referências de trabalhos de mapeamento em escala de detalhe. O
presente trabalho visa contribuir para colmatar esta deficiência em uma pequena
porção desta área.
1.2. Localização e Vias de Acesso
A área de estudo encontra-se inserida em Cacaria, localidade do distrito de
Piraí, Rio de Janeiro. A cidade de Piraí fica situada a cerca de 90 km de distância a
noroeste da capital do estado e tem como municípios limítrofes: Paracambi, Itaguaí,
Rio Claro e Pinheiral.
A cobertura topográfica da região estudada é feita por folha 1: 50.000
denominada Folha Piraí (SF23-Z-A-VI-1). O acesso à região a partir da cidade do Rio
de Janeiro pode ser feito principalmente de duas maneiras: o primeiro deles é feito
através da Rodovia Presidente Dutra (BR-116) até o município de Piraí e depois por
desvio para a estrada de Cacaria. Outro caminho, a partir da capital, é feito pela
Avenida Brasil com desvio para a BR-465, na altura de Campo Grande. Esta estrada
termina de encontro a Rodovia Presidente Dutra, já próximo ao município de Piraí, de
onde faz-se um desvio para a estrada de Cacaria (Figura 1).
1
Comentado [TN1]:
Figura 1. Mapa Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Fonte: DNIT.
1.3. Materiais e Métodos
Inicialmente a metodologia usada para a confecção deste estudo foi o
levantamento bibliográfico da região mapeada, tendo como foco trabalhos feitos
anteriormente na área. Porém, não há muito material de pesquisa para a área de
Cacaria, conforme anteriormente mencionado. Desta forma as regiões mais próximas
como Lídice e Rio Claro serviram de base para a correlação geológica com a área
estudada por estarem inseridas no mesmo contexto geológico.
Tendo feito essa revisão bibliográfica, o próximo passo foi a delimitação da
área de estudo que contemplou uma porção a sudoeste da área mapeada por Mello
(2013), em contato com esta. Com a ajuda da imagem aérea de Monumento (Anexo
II), antigo nome de Cacaria, foram traçados os principais contatos geológicos da área
com o objetivo de facilitar o reconhecimento de campo e a delimitação dos mesmos.
Foram descritos 91 pontos (Anexo V), dez dias de campo, em área de 12 km X25 km
(Anexo I). Após os trabalhos de campo, foi elaborada uma planilha dos dados com
2
todas as informações da área: coordenadas, atitudes e litologias. Para a introdução
no Software ArcGis 10.2 ®, estes itens foram colocados em modelo de uma planilha
Excel e em seguida iniciou-se a confecção do mapa da área. Os produtos obtidos
neste trabalho foram o mapa geológico na escala 1:30.000 e o perfil geológico na
escala 1:20.000 (Anexo IV).
Para a elaboração do trabalho foram utilizados os seguintes materiais e
métodos:

GPS (Garmin).

Bússola tipo Bruton.

Mapa Topográfico Folha Piraí (1:50000).

Imagem Aérea de Monumento, (IBGE).

Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro (1:50000); produzido
pelo DRM (- Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro).

Mapa Geológico da Folha Volta Redonda (1:100000) produzido pelo
CPRM (- Serviço Geológico do Brasil).

Software ArcGis 10.2 ®.

Software Global Mapper 15.0 ®.
3
2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
2.1. Clima
A região possui um clima tropical de altitude, tendo o verão principalmente
como o período de chuvas. A temperatura média anual fica na faixa de 20,5 °C e
varia de 16,6 °C em julho a 23,9 °C em fevereiro. A precipitação média acumulada no
ano de 2000 foi de 104,98 mm. A pluviosidade maior é ao sul e diminui
gradativamente em direção ao Vale do Paraíba (Dados da Prefeitura Municipal de
Piraí, Rj, 2001).
2.2. Vegetação e Atividades Socioeconômicas
A vegetação típica deste segmento da Serra do Mar é a floresta tropical,
pertencente a Mata Atlântica. Esta floresta se mantém sob um clima de intensas
chuvas no verão, com posteriores estiagens de até três meses. De maneira geral, é
constituída por plantas lenhosas com alturas que podem ultrapassar os 50 m, sendo
observadas também espécies de pequeno porte e de crescimento rápido como
arbustos e gramíneas. Esta variedade de espécimes vegetais confere a esse tipo de
floresta um aspecto denso e uniforme.
As
atividades
socioeconômicas
que
predominam
na
região
estão
relacionadas com áreas voltadas para ocupação e atividades humanas diversas,
como atividades agrícolas, pecuárias, sítios, fazendas, haras, condomínios e
pequenos núcleos rurais. O reflorestamento é feito apenas com espécies exóticas e
voltado para fins econômicos. Em algumas áreas a vegetação nativa se encontra
mesclada a estas espécies exóticas (Dados da Prefeitura Municipal de Piraí, Rj,
2001).
4
2.3. Hidrografia
O rio principal da área de estudo é o Cacaria, um dos afluentes do Rio
Guandu que possui 1.385 km² de extensão que encontra-se inserido na bacia da
baía de Sepetiba (Baylão Junior, 2011). A região apresenta várzeas inundáveis e de
moderada sensibilidade a erosão nas vertentes mais inclinadas. Estas várzeas são
formadas por colinas residuais isoladas pela sedimentação fluvial nos baixos cursos
dos principais rios.
Do ponto de vista geológico, os rios da região (Cacaria, Costaneira da Prata e
Onça) apresentam forte controle estrutural e tectônico, sendo identificado um padrão
de drenagem retangular. São rios subsequentes, acompanhando as linhas de
fraqueza e a estrutura das rochas (Baptista et al., 2001).
2.4. Geomorfologia
O atual regime de relevo no Sudeste brasileiro resultou de uma evolução
morfotectônica desencadeada a partir do processo de separação do continente sulamericano, no Juro-Cretáceo, decorrente de um regime distensivo. O resultado
desse regime foi um soerguimento regional seguido de grandes desnivelamentos de
blocos através de falhas NE, em predomínio, que foram responsáveis pela
individualização das Serras do Mar e da Mantiqueira e também a geração de
grábens terciários (Hasui et al., 1998).
Os processos exogenéticos, que atuaram no Cenozóico, deixaram suas
marcas na paisagem através das feições erosivas e sedimentares segundo Coelho
Netto et al., (1994), e Coelho Netto (1999). Esses processos intempéricos afetaram o
Planalto Atlântico, que é o contexto geomorfológico da área de estudo, de modo que
fica evidenciada uma dissecação através das feições erosivas e sedimentares.
Estas são identificadas, essencialmente, na morfologia das colinas, desenhadas
por sucessivos eventos de erosão quaternários com retrabalhamento de
encostas, na colmatação de fundos de vales e nas cabeceiras de drenagem em
anfiteatro suspensas ou ajustadas à rede de drenagem.
Esta dissecação resultou na criação de planaltos suspensos (da Bocaina e
reversos da Mantiqueira, entre outros) com bordas escarpadas (Serra do Mar e da
Mantiqueira) e domínios com predominância de colinas ou de “mar de morros” das
5
depressões interplanálticas, em destaque o vale do rio Paraíba do Sul. O
compartimento de colinas ou “mares de morro” possuem encostas com concavidade,
marcadas pela presença de concavidades estruturais suspensas ou acomodadas à
rede de drenagem (Coelho Netto, 1999). A morfologia dos vales fluviais, tanto no
domínio das colinas quanto na escarpa, alterna segmentos alveolares preenchidos
por terraços e planícies de inundação (Dantas & Coelho Netto, 1991).
Este conjunto morfológico individualiza-se como feições típicas do Planalto
Sudeste do Brasil, onde se desenvolveram os “complexos de rampas” e fundos
de vales com pacotes sedimentares robustos. Estes estão concentrados nos vales
dos rios Paraíba do Sul, Pomba e drenagens costeiras na baixada da Baía de
Guanabara, além do rio Grande e o alto curso do Tietê, que drenam para o interior,
rumo à bacia do Rio Paraná (Moura & Meis, 1986; Meis & Moura, 1984; Meis et
al., 1985; Coelho Netto, 1999; Eirado Silva et al., 1993; Dantas et al., 1994, 1995
e outros).
O centro da área de estudo, nas proximidades da Serra da Caieira, que é um
dos segmentos da Serra do Mar, é marcado por um relevo bastante acidentado, com
elevações que chegam até 500 m de altura e que se encontram alinhadas no sentido
NE-SW. Devido as características do terreno o mapeamento dessa área em
específico ficou prejudicado, pois tanto o relevo acidentado quanto a mata nativa
criaram obstáculos para a execução de pontos de observação geológica (Figura 2).
Para elucidar essa porção do mapa, foi feito um MDT (modelo digital de terreno) a
partir do software Global Mapper 15.0, onde a cor azul representa os relevos mais
planos e a cor verde representa as cotas mais altas.Essas elevações são
predominantemente esculpidas por processos exogenéticos, resultando no relevo de
facetas triangulares. Os vales também apresentam esse padrão de alinhamento
robusto, estando controlado por fraturas e a foliação das rochas (Foto 1).
A oeste da área estudo, as elevações do terreno caem vertiginosamente a
medida que se aproxima da Represa Ribeirão das Lajes. Quanto mais se percorre a
área no sentido leste, o terreno adquire um formato diferenciado, predominando
morrotes aplainados e alinhados.
6
Foto 1. Colinas alinhadas e aplainadas. Ao fundo a vegetação nativa da Mata
Atlântica da Serra do Mazomba
.
Figura 2. Neste modelo digital de terreno observa-se as características acidentadas da
porção central da área onde não foi possível acessar para observações geológicas.
7
3. GEOLOGIA REGIONAL
3.1. Província Mantiqueira
Situada ao sul do Cráton São Francisco, limitada pela Faixa Brasília a NW e
pela Bacia do Paraná, a Província Mantiqueira de idade Brasiliana, é resultado da
colagem dos continentes Sul-Americano e Africano. Essa interação de placas
implicou no fechamento do Oceano Adamastor e a posterior colisão de terrenos,
desencadeando expressivos processos orogênicos diacrônicos. Esta etapa da
colisão continental resultou no empilhamento de terrenos de leste para oestenoroeste. Em consequência deste movimento, o trend estrutural do Orógeno Ribeira
é NE-SW (Heilbron et al., 2007).
A Província Mantiqueira (Figura 3) se estende por mais de 3.000 km, de
Montevidéu (Uruguai) até ao sul da Bahia, ao longo do Atlântico Sul (Almeida et al.,
1977, 1981). O Orógeno Ribeira é um dos sistemas orogênicos inseridos em seus
domínios.
São quatro os terrenos tectono-estratigráficos nos quais se subdivide o
Orógeno Ribeira: Ocidental, Paraíba do Sul, Oriental e Cabo Frio ( Heilbron et al.,
2004 a, b). Os três primeiros foram amalgamados no Brasiliano II entre 605 Ma a 580
Ma (Machado et al., 1996; Heilbron & Machado, 2003), enquanto que o Terreno
Cabo Frio só colidiu com os demais no Brasiliano III (520 Ma), compondo, por fim, a
atual configuração da Plataforma Sul Americana. Estes terrenos são separados por
falhas de empurrão em alguns locais e por zonas de cisalhamento oblíquas
transpressivas em outros.
8
Figura 3. Mapa tectônico do Segmento Central da Província Mantiqueira
(Heilbron et al., 2007).
3.1.1 Terreno Ocidental
Localizado no setor setentrional da Província Mantiqueira, o Terreno
Ocidental é constituído por três domínios: Domínio Autóctone, Domínio Andrelândia e
Domínio Juiz de Fora, sendo esses dois últimos alóctones.
3.1.2. Embasamento
O Domínio Juiz de Fora representa uma intercalação tectônica de rochas do
embasamento Paleoproterozóico, Complexo Juiz de Fora (pré-1,7 Ga), com a
sequência
sedimentar
Neoproterozóica
denominada
por
Megassequência
Andrelândia. As rochas desse domínio encontram-se metamorfisadas na fácies
granulito, indicando um metamorfismo de alto grau.
O Complexo Juiz de Fora agrega granulitos gnaissificados de origem ígnea,
com composições variando entre gabros, dioritos, tonalitos e granodioritos. Os
granulitos deste complexo exibem texturas muito variadas, sendo mais comuns as
variedades granoblásticas a foliadas e, subordinadamente, miloníticas, (Heilbron et
al.,1998). Estes ocorrem em porção restrita do domínio, sendo representados na
9
Folha Volta Redonda- 1:100000 (CPRM, 2007) como uma extensa escama que
ocorre nesta área de estudo, seguindo o trend das unidades mapeadas nesta folha.
3.1.3. Megassequência Andrelândia
Trata-se de uma sucessão metassedimentar intercalada com rochas
metaígneas máficas de idade neoproterozóica (Figura 4). Estas rochas recobrem o
embasamento e unidades pelíticas mesoproterozóicas, sendo representadas por
gnaisses
de
diferentes
composições
químicas
interpostos
por
anfibolitos,
calciossilicáticas e quartzitos em porções mais locais. Pode apresentar texturas
migmatíticas robustas (Barbosa & Grossi Sad, 1983 a,b,c; Costa et al., 1978a,
1978b).
Figura 4. Estratigrafia da Megassequência Andrelândia (Modificada de
Pacciullo, 1997).
10
4. Classificação Informal das Unidades Estratigráficas por Ben Harte
(1976)
O geólogo Ben Harte (1976), em relatório interno de consultoria efetuada para
o grupo Riofinex do Brasil- Geologia e Pesquisa LTDA, que realizou extensos
trabalhos de prospecção e pesquisa, propôs uma classificação informal para as
litologias encontradas nas proximidades de Rio Claro e Lídice seguindo uma
subdivisão em 10 unidades litoestratigráficas. Essas unidades seriam pertencentes a
Megassequência Andrelândia. A Tabela 1 a seguir indica, de maneira resumida, o
trabalho de campo realizado pelo geólogo.
Unidade Rio Claro
Unidade Poço Azul
Unidade Monte Alegre-Limeira
Unidade Pedra Branca
Unidade Passa-Dezoita
Unidade Passa-Dezoito
Quartzo-feldspato-biotita gnaisses, com
ocorrências ocasionais de granada e
sillimanita. Porfiroblastos de granada são
abundantes localmente.
Trata-se de uma intercalação litológica de
rochas calcissilicáticas, biotita xistos,
quartzitos impuros e quartzo-feldspatobiotita gnaisses com pórfiros de feldspatos.
Esta unidade varia ao longo do strike. À
sudoeste da região de Rio Claro-Lídice,
consiste em quartzo-feldspato-biotita
gnaisses e biotita xistos com lentes de
quartzitos. Na parte central esta unidade é
constituída por quartzitos xistosos que a
nordeste gradam para gnaisses quartzofeldpáticos.
É uma unidade relativamente uniforme de
quartzo-feldspato-biotita gnaisses
leucocráticos.
Esta unidade é caracterizada por uma
intercalação de camadas com menos de
um metro de quartzitos impuros com
calcários e, de forma subordinada, com
rochas calcissilicáticas e biotita xistos.
Nesta unidade há uma variação entre
quartzo-feldspato-biotita gnaisses
moderadamente leucocráticos e gnaisses
mais ricos em micas e com ocasionais
ocorrências de sillimanita. Algumas lentes
de calcário podem estar presentes nas
porções mais micáceas.
11
Tabela 1.
Consiste em uma intercalação de
quartzitos impuros, calcários, rochas
Unidade Lídice
calcissilicáticas, biotita xistos e quartzofeldspato-biotita xistos.
Trata-se de um feldspato-biotita gnaisse
porfiroblástico, com granada sempre
presente como mineral acessório ou
essencial – em locais onde se mostra mais
Unidade São Roque
abundante. Bandas de quartzito e
calcissilicáticas ocorrem com pouca
frequência.
Esta unidade é constituída essencialmente
de feldspato gnaisses porfiroblásticos,
associados a largos corpos de quartzitos.
Unidade Valadão
São comuns ocorrências de camadas ricas
em magnetita associadas aos gnaisses e
quartzitos.
É uma unidade relativamente uniforme de
quartzo-feldspato-biotita gnaisses
Unidade Lorena
melanocrático, com porfiroblástos de
feldspato e ocorrências locais de granada.
Descrição das Unidades Informais por Harte (1976).
12
5. GEOLOGIA DA ÁREA MAPEADA
5.1. Estratigrafia
Adotando uma abordagem petrográfica macroscópica, as rochas da região
são majoritariamente metamórficas e de grau elevado, atingindo fácies granulito. São
encontrados, por exemplo, gnaisses diversos, quartzitos, calciossilicáticas e
anfibolitos. Evidências de magmatismo são encontradas na porção mais leste da
área mapeada, como diques de basalto/diabásio e ortognaisses.
Harte (1976), propôs para as litologias encontradas nas proximidades de Rio
Claro e Lídice a subdivisão em 10 unidades litoestratigráficas, como já mencionado
no capítulo anterior (Tabela 1). Essas unidades representariam as variações das
rochas da Megassequência Andrelândia para a região de estudo, já que prolongando
os contatos dessas divisões, a região de Cacaria se encontraria inserida nesse
mesmo trend geológico.
Mello (2013) utilizou para delimitar as unidades estratigráficas da região a
classificação informal das unidades adotada por Harte (1976), identificando na sua
área de estudo duas unidades: São Roque e Valadão. Porém, esta classificação não
contemplou todas as litologias encontradas no presente trabalho, de modo que as
rochas ortoderivadas mapeadas foram integradas na unidade Lorena.
5.1.1. Unidade Lorena
No limite nordeste da área, foram encontradas rochas com características
distintas das demais, sendo acinzentadas, de granulometria fina à média e foliação
incipiente. Estas rochas, em termos macroscópicos e relações de campo foram
interpretadas como de origem ortoderivada e, portanto, classificadas como
ortognaisses. Em alguns afloramentos, onde ocorre textura milonítica, os
porfiroblastos de feldspato ficam salientados sendo possível observar a textura
facoidal ou “augen”. Não foram encontradas nesta unidade uma relação de contato
com a sequência metassedimentar que compreende a maior parte da área. Estas
rochas, dadas as suas características são integradas na Unidade Lorena.
Geomorfologicamente, estes afloramentos encontram-se associados aos morrotes
13
aplainados. O principal corpo metaígneo encontrado tem cerca de 25 m de altura e
encontra-se coeso, com apenas uma leve camada escura provavelmente provocada
por ação de água da chuva (Foto 2).
São corpos pontuais, de maneira geral. Esta unidade também apresenta o
feldspato-biotita gnaisse como litologia predominante, que apresentam esta
característica porfiroblástica e migmatítica, típicas de embasamento.
Foto 2. Ortognaisse com pórfiros de k-feldspato.
5.1.2. Unidade Valadão
A Unidade Valadão, pela descrição Harte (1976), é composta por feldspatobiotita gnaisse, sendo o diferencial a presença de significativos bancos de quartzito
e, em especial, com magnetita (BIF). Também tomando por base a dissertação de
mestrado de Dutra (2013), a Unidade Valadão adquire subdivisões que seriam as
fácies que se apresentam na região de Rio Claro: Unidade Valadão Inferior, Unidade
Valadão Média e Unidade Valadão Superior.
Na área de estudo, essa unidade tem correlação com a Unidade Valadão
Superior contendo feldspato-biotita-granada gnaisse, quartzitos e ocorrência de
formações
ferríferas
em
blocos.
Comparativamente,
apresenta
em
menos
abundância de anfibolito que, comumente, encontra-se associado a rochas
calciossilicáticas, enquanto o quartzito ocorre de forma pontual. Os feldspato- biotita-
14
granada gnaisses estão em sua maioria intemperizados. As granadas dessa unidade
são de modo geral avermelhadas e de tamanhos que variam de 1 cm a 3 cm,
adquirindo um caráter porfiroblástico que podem chegar a compor cerca de 40% da
matriz da rocha (Foto 3). Estas rochas estão na porção inferior da área de estudo e
quanto mais se percorre a sul mais os paragnaisses e as rochas calciossilicáticas
assumem texturas migmatíticas.
Esta unidade encontra-se sobreposta ao embasamento e ocorre em contato
gradual em direção à Unidade São Roque. Compõe um dos relevos mais baixos da
área.
Foto 3. Feldspato-biotita-granada gnaisse intemperizado mostrando
veios de quartzo.
5.1.3. Unidade São Roque
A unidade São Roque, pela classificação informal, é predominantemente
constituída por feldspato-biotita gnaisse, tendo a granada como mineral acessório ou
essencial. Porém, estudos posteriores puderam subdividir esta unidade em outras
três: São Roque I, São Roque II e São Roque III, (Dutra, 2013). Nos limites nordeste
e noroeste da área, esta rocha adquire um caráter mais feldspático associados com
as rochas calciossilicáticas e aos anfibolitos presentes na unidade. Essa associação
de rochas foram classificadas como pertencentes a Unidade São Roque II.
15
O feldspato-biotita gnaisse constitui a principal litologia encontrada,
apresentando intercalações de rochas calciossilicáticas e anfibolitos (Fotos 4 e 5) e
os grãos de feldspato podem compor até cerca de 35% da matriz. Estas rochas
cyonstituem os maiores relevos da área mapeada.
Foto 4. Intercalação da rocha calciossilicática com o anfibolito
Foto 5. Feldspato-biotita-gnaisse com um leve estiramento na porção mais escura.
16
5.2. Aspectos Macroscópicos e de Campo
De maneira geral, o biotita-feldspato gnaisse é a litologia dominante na área
mapeada, adquirindo singularidades de acordo com a intensidade do grau
metamórfico. Esta rocha oscila em variedades granadíferas, feldspáticas e, em um
grau mais avançado, migmatíticas.
Os gnaisses granadíferos, sendo classificados como biotita-granada gnaisses
estão presentes no centro da área. Apresentam porfiroblastos de granada de, no
máximo, 3 cm sendo que a granulometria dos demais minerais, como quartzo,
feldspato e biotita, varia de fina a média. A granada varia de cor, mostrando uma
variação composicional ora com mais ferro (alteração de cor ocre), ora com mais
manganês (alteração de cor preta). O intemperismo atua de forma intensa nesses
gnaisses, tornando-os mais acastanhados. Estes são cortados por veios de quartzo,
na maioria das vezes.
Um corpo granulítico, caracterizado pelo mapeamento de Mello (2013), foi
extendido, até a parte superior do mapa onde se encontra os gnaisses granadíferos.
Esse granulito é uma rocha compacta de coloração esverdeada composta por
piroxênios, quartzo e feldspato. Sua granulometria varia de média a grossa e no seu
local de afloramento é possível observar blocos rolados com esfoliação esferoidal.
A nordeste e noroeste da área, foi observada a predominância de um gnaisse
mais amarronzado, rico em feldspato potássico que também se apresenta textura
porfiroblástica, alcançando 4 cm de comprimento. Pode apresentar granada como
mineral acessório. A granulometria é, em sua predominância média, sendo possível
observar um leve estiramento de algumas fases minerais como quartzo, biotita e
possíveis minerais máficos que são reconhecidos pela análise macroscópica. São
afloramentos pouco alterados pela ação de água meteórica, mantendo suas
características mineralógicas e texturais resguardadas.
Já os gnaisses migmatíticos são encontrados na porção mais sul da área,
sendo em sua maioria de coloração clara, diferente dos demais litotipos
anteriormente citados. A sua granulometria varia de fina a média, sendo possível
observar
porções
mais
claras
(leucossomas)
e
porções
mais
escuras
(melanossomas).
Na região de Cacaria, os quartzitos podem ou não conter quantidades
variáveis de magnetita, porém na porção delimitada neste trabalho fora encontrados
poucos afloramentos destas rochas, apenas na forma de blocos rolados e
17
assentados na drenagem do rio Cacaria. Produto de um intenso metamorfismo,
esses quartzitos apresentam granulometria variando de média a grossa, sendo
observadas poucas impurezas em sua composição, adotando uma classificação
macroscópica.
As rochas calciossilicáticas são encontradas em diversos pontos na área,
apresentando coloração acinzentada com pequenas incursões de minerais
esverdeados (diopsídio), fora outros minerias presentes em sua composição.
Apresentam de modo geral a granulometria variando de fina a média, pouca ação
intempérica e pouca deformação. Em alguns afloramentos a rocha calciossilicática
constitui o melanossoma de migmatitos onde o neossoma é constituído
principalmente por rochas quartzo-feldsático (Foto 8).
Os anfibolitos são encontrados localmente, tanto in situ como em blocos
rolados e arredondados, mostrando granulometria fina e por vezes estando
associados as rochas calciossilicáticas. Estas rochas são identificadas por uma
mudança brusca da cor do solo, transicionando de um acastanhado a um
avermelhado intenso. São rochas, em conjunto com as rochas calciossilicáticas,
comumente observadas na área porém, nunca com expressão superficial mapeáveis
na escala adotada.
Diques de diabásio são encontrados na região estando em sua maioria
fragmentadas e em blocos dispersos pelo solo. Nos afloramentos, alcançam
espessuras que variam de 10 cm a 1 metro. O dique de maior expressão foi
encontrado no limite nordeste da área, no Valão da Costaneira da Prata, onde corta
rochas calciossilicática (Foto 10).
Os ortognaisses se apresentam com foliação incipiente e de coloração
acinzentada, com granulometria variando de fina a média. Constituído por quartzo,
plagioclásio e biotita podem ser confundidos com rochas graníticas, mas a foliação
evidencia o seu caráter metamórfico.
Na margem do Valão da Costaneira da Prata foi encontrado uma rocha com
aspecto brechóide e de coloração castanho claro. Os grãos de quartzo e feldspato
presentes se apresentam estirados, configurando um ambiente de formação rúptil.
Quanto aos milonitos encontrados na área há evidências de um ambiente de
formação dúctil, marcado principalmente pelo estiramento dos minerais e estruturas
que mostram sombra de pressão.
18
5.3. Metamorfismo
A região de estudo sofreu um intenso metamorfismo de idade Brasiliana.
Predomina em toda a área um metamorfismo classificado como regional de alto grau,
com litotipos como gnaisses aluminosos, rochas calciossilicáticas e quartzitos. Estas
variedades rochosas contêm minerais resultantes de uma recristalização provocada
por intenso metamorfismo, além de uma marcante orientação, vista principalmente
nos filossilicatos como a biotita. Estas rochas são interpretadas como provenientes
de protólitos sedimentares, de composição predominantemente pelítica e de
deposição química em ambiente marinho, mais provavelmente;
Evidências encontradas em campo como, por exemplo, a alternância entre
rochas calciossilicáticas e biotita-granada gnaisses (paragnaisses), em diferentes
escalas, apontam para que estas representem rochas sedimentares carbonáticopelíticas, do tipo margas. Porém, com os sucessivos processos de acresção
continental sofridos no Brasiliano II terminou por gerar as rochas calciossilicáticas por
metamorfismo de caráter também regional.
Os ortognaisses que constituem a Unidade Lorena podem ser considerados
como produto do metamorfismo das rochas graníticas do embasamento. As
características destas rochas também apontam para um protólito de granulometria
fina e rico em feldspato (Foto 6).
Foto 6. Biotita-feldspato gnaisse interpretado como de origem ortoderivada.
19
Em zonas de cisalhamento é comum observar-se rochas como cataclasitos e
milonitos. O grau de deformação associado ao metamorfismo cataclástico aumenta à
medida que se aproxima da zona de cisalhamento e de acordo com a reologia da
rocha. No caso dos cataclasitos, os minerais como quartzo e feldspato mostram-se
fragmentados, fornecendo o aspecto de brechóide à rocha (Foto 7). Quando o
metamorfismo assume um comportamento mais dúctil do que rúptil, os minerais mais
competentes tendem a rotacionar e os menos competentes acabam por sofrer
estiramento, a exemplo dos filossilicatos (Foto 9).
À sul da área de estudo, o aumento do grau metamórfico é perceptível pela
presença marcante de texturas migmatíticas, o que engloba rochas calciossilicáticas
e os paragnaisses. Pode-se assumir, partindo desta observação textural, que o
metamorfismo da área tende a aumentar no sentido sul.
5.4. Geologia Estrutural
As rochas por estarem submetidas a um metamorfismo regional intenso, não
apresentam estruturas primárias conservadas, restando as foliações como registro
principal do evento de deformação Brasiliano que atuou nas rochas intrusivas e
camadas sedimentares depositadas.
Através do reconhecimento dos componentes estruturais principais da área,
como foliação - coincidente com o acamamento sedimentar - e falhas, foi possível
delimitar os contatos e separar em 3 unidades os litotipos encontrados no
mapeamento. A principal direção estrutural dada pela foliação das rochas mostra
direção preferencial 340/45°, com algumas variações para 310/40°. O vale do rio
Cacaria coincide com um contato entre unidades, separando a Unidade São Roque
da Unidade Valadão.
Importante estrutura encontrada na área consiste em uma falha de empurrão
que atravessa a área de nordeste a sudoeste, estando localizada nas proximidades
do Valão da Costaneira da Prata, repercutindo em uma milonitização robusta. Este
cavalgamento de baixo ângulo gerou, nas rochas inseridas em sua zona de
influência, estruturas típicas de falhas profundas na crosta (estiramento mineral,
sombra de pressão e porfiroblastos de feldspato rotacionados). São encontradas
também na área e estruturas rúpteis como o cataclasitos (Foto 7). Na área foi
interpretada uma inversão estratigráfica na qual as rochas da Unidade Valadão
Superior estão colocadas acima das rochas da Unidade São Roque, (Mello 2013).
20
A leste da área de estudo, separando a Unidade Valadão Superior e a
Unidade Lorena, foi inferido um contato com base na posição dos ortognaisses
encontrados, além da mudança brusca do padrão do relevo que assumiu,
caracteristicamente, a feição topográfica de morrotes aplainados.
Foto 7. Cataclasito com a parte superior brechada
.
Foto 8. Migmatito onde o paleossoma é representado por rocha calciossilicática
e o neossoma por rochas quartzo-feldspáticas
21
Foto 9. Biotita-feldspato gnaisse milonitizado, próximo ao contato.
Foto 10. Dique de diabásio (a direita) do Valão da Costaneira da Prata cortando
rochas calciossilicáticas.
22
6. CONCLUSÃO E DISCUSSÕES
Através do mapeamento geológico da região foi possível delimitar numa parte
da região de Cacaria em três unidades geológicas distintas com base nas litologias
predominantes: Unidade São Roque , Unidade Valadão e Unidade Lorena.
A classificação proposta por Harte (1976), não comtempla de maneira geral,
todas as rochas encontradas neste mapeamento, sendo necessária a adição de
outras subdivisões não incluídas por Harte (1976). Apesar de Lídice e Rio Claro
estarem no mesmo trend geológico de Cacaria, as rochas desta região não
apresentam influências magmáticas como as da área de estudo.
As características marcantes das unidades informais de Harte (1976), como
por exemplo, o quartzito com magnetita, não foram encontrados em abundância na
área de mapeamento, apenas alguns blocos esparsos. Essas ocorrências ficaram
limitadas a área de estudo de Mello (2013).
Uma explicação para a existência de rochas bastante diversificadas na região
é a de que, preteritamente, a localidade de Cacaria e redondezas enquadrava-se no
contexto de uma bacia sedimentar que posteriormente fora fechada com a colisão do
evento Brasiliano II. Tal contexto fica evidenciado principalmente pela presença de
rochas calciossilicáticas e os mármores, presentes na região, que são típicas de
ambiente deposicional marinho.
Pode-se inferir, em contrapartida, que o magmatismo atuante em toda a Faixa
Ribeira durante o Brasiliano e a reativação de zonas de fraqueza foi responsável por
essa transformação litológica.
A norte de Cacaria, com o mapeamento anterior realizado por Mello (2013),
no seu trabalho de graduação, não foi detectada a presença de anfibolitos. Somente
à sul essas ocorrências ficam mais marcantes, podendo ter, algumas delas, relação
com a acresção de terrenos durante o Brasiliano. Seriam interpretados como diques
basálticos que em conjunto com as rochas sedimentares pré-existentes foram
metamorfisadas e resultaram nas litologias que configuram a área de estudo.
Suposições podem ser feitas sobre o que de fato ocorreu na área. Um
mapeamento não é o suficiente para o entendimento do contexto tectônico, ainda
mais concentrado numa porção restrita do terreno. Estudos mais detalhados e que
explorem os dados de maneira mais eficaz, como a realização de lâminas
23
petrográficas e análise química das rochas irão agregar informações essenciais de
toda uma região ainda pouco estudada.
24
Referências Bibliográficas
Almeida, F.F.M. De., Hasui, Y., Brito-Neves B.B De, Fuck R. A. 1977. As
Províncias Estruturais do Brasil. In: SBG, Simpósio de Geologia do Nordeste, 8, Bol.
Esp., 12p.
Almeida, F.F.M. De., Hasui Y., Brito-Neves B.B De., Fuck R. A. 1981.
Brazilian Structural Provinces: an introduction. Earth-Science. Rev., 17: 1-29.
Barbosa, A.L.M. & Grossi-Sad, J.H.G. 1983a - Reinterpretação das Séries
Juiz de Fora e Paraíba, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Belo Horizonte,
SBG/MG, Boletim 3, p. 1-15.
Barbosa, A.L.M. & Grossi-Sad, J.H.G. 1983b. Petrografia dos Charnockitos e
Rochas Afins ao Longo da Divisa RJ/MG. Belo Horizonte, SBG/MG, Boletim 3, p. 6374.
Barbosa, A.L.M. & Grossi-Sad, J.H.G. 1983c. Geoquímica e Petrologia dos
Charnockitos e Rochas Afins do Complexo Juiz de Fora. RJ/MG. Belo Horizonte,
SBG/MG, Boletim 3, p. 75-84.
Barbosa, S.M.
Petrografia das Unidades de Mapeamento da Folha São
Fidélis (1:100.000), Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2009.
46f. Trabalho de Conclusão de Curso- Departamento de Geociências, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, 2009.
Baylão Junior, H. F. et al. Levantamento de Espécies Rústicas em Área de
Pastagem e em Remanescente Florestal na Mata Atlântica, Piraí-RJ. Floresta e
Ambiente, v. 18, n. 1, p. 50-59, 2011.
Coelho Netto, A. L. Catastrophic Landscape Evolution in a Humid Region (SE
Brasil): inheritances from tectonic, climatic and land use induced changes. Geog. Fis.
Dinam, Quat. v. 3, n. 3, p. 21- 48, 1999. (Supplemento).
25
Cunha, S.B. Geomorfologia Fluvial. In: Guerra, J.T.G & Cunha, S.B.
Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2001. p. 211-246.
Dantas, M. E. & Coelho Netto, A. L. Morfologia dos Fundos de Vales da Bacia
do Rio Bananal (RJSP): médio vale do rio Paraíba do Sul. Simpósio Brasileiro de
Geografia Física Aplicada, 4. Porto Alegre. Anais. Porto Alegre: AGB, 1991. p. 113120.
Dutra, A.C. Metalogenia em Terrenos de Alto Grau: Contexto Geológico e
propostas para o modelo de geração das mineralizações sulfetadas de Rio Claro, RJ.
2013. 125 p. Dissertação (Mestrado em Geologia) - Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro.
Ferrari, A.L. 1990. A Geologia Do “Rift” Da Guanabara (RJ) Na Sua Porção
Centro Ocidental e Sua Relação com o Embasamento Pré-Cambriano. In: Congresso
Brasileiro de Geologia, 36. Natal, Anais. Sociedade Brasileira de Geologia, 6: 28512872.
Harte, B. 1976. The Geology Of The Rio Claro – Lidice Area, Rio de Janeiro
State, Brazil. Relatório interno efetuado para o grupo Riofinex do Brasil – Geologia e
Pesquisas LTDA.
Hasui, Y. et al. Evolução Morfotectônica do Sudeste do Brasil. In: Congresso
Brasileiro de Geologia, 40. 1998, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte: SBG, 1998.
p.78.
Helmbold, R; Valença, J. G. & Leonardos Jr., O. H. 1965. Mapa Geológico do
Estado da Guanabara, escala 1:50.000. Rio de Janeiro, DNPM/MME.
Heilbron, M., Duarte, B.P., Nogueira, J.R. 1998. The Juiz de Fora Complex of
The Central Ribeira Belt, SE Brazil: A Segment of Palaeoproterozoic Granulitic Crust
Thusted During the Pan-African. Gondwana Research, 1: 373-382.
Heilbron, M.; Mohriak, W.; Valeriano, C. M.; Milani. E.; Almeida, J. H. C. &
Tupinambá, M. 2000. From Collision to Extension: The Roots of the Southeastern
Continental Margin of Brazil. In: Geology & Geophysics of Continental Margin. AGU
26
Geophysical Monograph. Eds: W. U. Mohriak and M. Talwani Special Number of
International Geophysical Association.
Heilbron, M., Machado, N., 2003. Timing of Terrane Accretion in the
Neoproterozoic-Eopaleozoic Ribeira Orogen (SE Brazil). Precambrian Research,
[S.l.], v. 125, p. 87-112.
Heilbron, M., Pedrosa-Soares, A.C., Campos , M., Silva L.C., Trouw R.A.J.,
Janasi, V.C. 2004a. A Província Mantiqueira. In: V. Mantesso-Neto, A. Bartorelli,
C.D.R. Carneiro, Brito Neves, B.B. (Eds.) O Desvendar de um Continente: A
Moderna Geologia da América do Sul e o Legado da Obra de Fernando Flávio
Marques de Almeida. São Paulo, Beca, cap. XIII, p. 203-234.
Heilbron, M., Pedrosa-Soares, A.C., Campos Neto, M., Silva, L.C., Trouw, R.
A J., Janasi V.C. 2004b. Brasiliano Belts in SE Brazil. Journal of Virtual Explorer,
Volume 17, www.virtualexplorer.au.
Heilbron, M., Almeida, J. C. H., Silva, L. G. E., Palermo, N., Tupinambá, M.,
Duarte, B. P., Valladares, C., Ramos, R., Sanson, M., Guedes, E., Gontijo, A.,
Nogueira, J.R., Valeriano, C., Ribeiro, A., Ragatky, et al. 2007. Geologia da Folha
Volta Redonda- SF.23-Z-A-V, Escala 1:100.000: Nota Explicativa Integrada com
Santa Rita do Jacutinga, Barra do Piraí, Angra dos Reis - Rio de Janeiro/São Paulo:
UERJ/CPRM.
Machado, N., Valladares, C., Heilbron, M., Valeriano, C. 1996. U-Pb
Geochronology of the Central Ribeira Belt (Brazil) and Implications for the Evolution
of the Brazilian Orogeny. Precambrian Research. 79: 347-361.
Mapa Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Disponível em
http://www.dnit.gov.br/. Acesso em Novembro de 2013.
Mello, F.T.
Mapeamento Geológico em Escala de Detalhe em Área de
Ocorrência de Mármores e Rochas Calcissilicáticas na Região de Cacaria, Município
de Piraí, Rio de Janeiro. 2013. 26f. Trabalho de Conclusão de Curso- Departamento
de Geociências, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2013.
27
Pacciullo, F.V.P. 1997. A Seqüência Deposicional Andrelândia. Instituto de
Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Tese de
Doutoramento, 263 p.
Pacciullo, F.V.P., Ribeiro, A., Andreis, R. R., Trouw, R.A.J. 2000. The
Andrelândia Basin, a Neoproterozoic Intra-Plate Continental Margin, Southern
Brasília Belt. Revista Brasileira de Geociências, 30: 200-202.
Pinto, C.P., Serpa, J. C., Dutra, J. E. de B., Hettich, M., Andrade, N. T. 1980.
Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro. Folhas Anta, Teresópolis,
Duas Barras e Nova Friburgo. Escala 1:50.000. Belo Horizonte, DRM-RJ/GEOSOL, 1
v.
Prefeitura Municipal de Piraí Estado do Rio de Janeiro. Projeto de Gestão
Territorial:
Perfil
Econômico
Municipal,
2001.
Disponível
em:
http://www.pirai.rj.gov.br/. Acesso em: 20 de Nov. 2013.
Tupinambá, M. 1999. Evolução Tectônica e Magmática da Faixa Ribeira na
Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Geociências, Universidade
de São Paulo, São Paulo, Tese de Doutoramento, 221 p.
Zalán, P. V. & Oliveira, J. A. B., 2005. Origem e Evolução do Sistema de
Riftes Cenozóicos do Sudeste do Brasil. Boletim de Geociências. Petrobras, Rio de
Janeiro, vol. 13, n.2, p. 269-300, maio/nov. 2005.
28
29
30
ANEXO I
Mapa de Pontos
43
7486000,000000
!
49
!! 44 50
!
! 41
67
32!13
!!
46!68 !12
!
!
72 71
70 14
! !
6
!5
!
7
91
!
620000,000000
!75
! 34
!
622000,000000
!27
623000,000000
!29!
!!33
!
!26
!!11
80
!37
31
!
!52
53
36
!
!
!
!
78
84
79
!
!
89
85
!
87
!
77
86
57
82
!
83
!
18
!
!56
!
!
! !19
!
! 17
16
40
!
!
74
!
55
!!
54
!
!
20
1
!
61
60 !
!
7484000,000000
624000,000000
88
81
25
! 23
!
69
!
22
! !24
21
!
!
616000,000000
38
!
35
90
9
621000,000000
!
48!
47!
! !
7485000,000000
!66
619000,000000
7486000,000000
! !
618000,000000
!
!
73
59
76
39
!
62
!
58
618000,000000
619000,000000
620000,000000
621000,000000
622000,000000
!
!
!
623000,000000
63
!
!
!
617000,000000
7485000,000000
45 51
617000,000000
624000,000000
7484000,000000
616000,000000
ANEXO II
616000,000000
617000,000000
618000,000000
619000,000000
620000,000000
621000,000000
622000,000000
624000,000000
+
+
7486000,000000
+
7486000,000000
+
40
+
Rio da Onça
+
Rio Cacaria
Faz. Conceição
Unidade São Roque
Biotita-Feldspato Gnaisse,
Anfibolito e
Calciossilicática
Unidade Valadão
Biotita-Granada Gnaisse
Quartzito,
Magnetita Quartzito.
Unidade Lorena
Biotita-Feldspato Gnaisse,
Porfirosblástico,
Ortoderivado.
7485000,000000
+
+
+
+
40
619000
,000000
0
0,425
,000000
0,85
620000
1,7
B
,000000
621000,000000
2,55
Escala 1:30.000
Projeção Transversa de Mercator
Datum UTM Corrégo Alegre
Zona 23 S
622000,000000
3,4
Kilometers
623000,000000
624000,000000
7484000,000000
+
618000
Contato
+
+ Falha de Empurrão Inferida
Contato Foto Interpretado
Rio
+
+
7484000,000000
perfil ab
Granulito
+
617000
,000000
+
616000
,000000
Legenda
+
45
±
+
40
+
A
45
Rio Costaneira da Prata
+
50
Faz. Barrinha
7485000,000000
623000,000000
7487000,000000
7487000,000000
Mapa Geológico da Região de Cacaria
Estrada
ANEXO III
Perfil Geológico A-B de Cacaria
NW
SE
400
Serra da Costaneira da Prata
200
&
&
100
50 Rio Cacaria
A
0 170 340
Legenda
Unidade São Roque
Unidade Valadão
Unidade Lorena
Contato
& &Falha de Empurrão Inferida
Contato Fotointerpretado
680
1.020
Meters
Projeção Transversa de Mercator
Datum: Córrego Alegre
Zona: 23S
Escala Horizontal: 1:20.000
Exagero na Escala Vertical de 3 x
B
ANEXO IV
Pt
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
CoordX
617705
617274
617226
616114
616096
616120
615886
615524
617929
617816
617772
617375
617367
617346
617512
617590
617620
617759
617577
617780
617848
617810
617849
618009
617778
617795
620962
623318
623198
624246
623487
620735
620440
620743
620383
623583
623574
623376
621818
623717
616812
616539
616310
616592
615944
617054
616774
616908
CoordY
7484620
7486300
7486300
7485366
7485268
7485380
7485081
7484928
7486391
7486098
7485976
7486290
7486355
7485805
7484363
7484251
7484336
7484776
7484285
7485135
7485373
7485513
7485699
7485468
7485754
7486006
7486924
7486984
7486943
7478686
7486681
7486752
7486477
7486688
7486458
7486632
7486929
7486730
7484018
7485266
7486366
7486486
7486512
7486377
7486601
7486173
7485976
7486084
Descrição
Anfibolito
Biotita-quartzo-gnaisse alterado, apresentando níveis de manganês e caulim em certos pontos do afloramento. Observa-se micas.
Biotita-quartzo-gnaisse preservado, localizado na margem do rio cacaria. Granulometria variando de média a grossa.
Basaltos rolados, apresentando esfoliação esferoidal
Mudança de litologia: migmatito mais pobre em granadas
Corpo de aproximadamente 2 m de largura e perpendicular a estrada de diabásio, cortando faixas gnáissicas. (Dique)
Biotita-quartzo gnaisse
Biotita-quartzo gnaisse.
Biotita-quartzo gnaisse
Feldspato-Biotita-Granada gnaisse
Biotita-Quartzo gnaisse, apresenta uma falha normal e veios de quartzo cortando o afloramento.
Contato granito/gnaisse
Dique de diabásio com magnetita, apresentando esfoliação esferoidal
Feldspato-biotita Gnaisse de granulometria fina, leucocrático com menos magnetita.
Córrego com blocos de magnetita quartizito e blocos anfibolíticos "Amostra Sulfetada"
Leucognaisse grosso grão arredondados. Migmatito competente, grão estirados
Grande afloramento de rocha calciossilicática
Biotita - granada gnaisse médio pra fino leucocrático
Biotita- granada gnaisse médio pra fino leucocráticosilicática mais migmatizada
Leucognaisse grosso grão arredondados
Gnaisse cortado por um Pequeno Pegmatito (K-feldspato e turmalina) 1m de espessura (Amostra)
Biotita- feldspato- granada gnaisse.
Feldspato- biotita gnaisse migmatítico apresentando grãos orientados de granada.
Blocos anfibolíticos
Gnaisse migmatítico
Dique cortando gnaisse
Anfibolito acima da camada das rochas calciossilicáticas
Feldspato Biotita gnaisse com mega cristais de feldspato aflorando na estrada
Feldspato Biotita gnaisse alterado (Vermiculita)
Morro antigo depósito de talus, blocos anfibolíticos e calciossilicáticos.
Biotita-Feldspato Gnaisse Migmatítico com bolsão granitóide
Cataclasito
Dique de basalto
Gnaisse milonitizado
Gnaisse migmatítico
Gnaisse migmatítico
Quartzito granulometria fina a média, aflorando. Corpo que se estende por 20m de extensão.
Quartzito
Bloco de calciossilicática deformado
Proto migmatito, gnaisse. Afloramento dentro do rio
Anfibolito in situ, granulometria fina.
Anfibolito
Blocos rolados de anfibolito
Blocos rolados de calciossilicática que perduram por mais 100m
Blocos rolados de calciossilicática que limitavam a área.
Feldspato gnaisse, afloramento, grãos arrendondados de feldspato.
Gnaisse milonitizado, com feldspato e grãos estirados, foliados e rotacionados.
Biotita- feldspato gnaisse com muita muscovita, granulometria fina .
ANEXO IV
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
616508
616807
616051
624253
623970
623416
623480
623575
623575
623015
622817
623664
623839
624185
624326
624430
624533
618049
617365
617176
617531
617209
616695
616545
618139
618238
619699
620375
621458
621219
621745
621543
621054
622123
622045
622509
622334
622634
623052
623456
623031
618297
618603
7486446
7486351
7486611
7486936
7486738
7485722
7485728
7485040
7485020
7484330
7484204
7484621
7484684
7484594
7484433
7484347
7484193
7486884
7486374
7486228
7485610
7485787
7485647
7485647
7484297
7485017
7486949
7484127
7485438
7485678
7485761
7485851
7485769
7484946
7484850
7485954
7485610
7485188
7485478
7486262
7485733
7486409
7486844
Biotita- feldspato gnaisse com estiramento incipiente dos grãos, granulometria variando de fina a média com pórfiros de granada e feldspato.
Feldspato gnaisse com granulometria grossa e com níveis ora mais granadíferos ora mais feldspáticos, afloramento de coloração acastanhada.
Feldspato biotita gnaisse com grãos arredondados de feldspato, coloração acastanhada e de granulometria variando de fina à média
Biotita-feldspato-gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Quartzito
Feldspato- biotita gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Calcisilicática mais migmatizada
Biotita-granada gnaisse
gnaisse migmatítico
Biotita granada gnaisse médio pra fino leucocrático
Gnaisse migmatítico
Feldspato- biotita gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Feldspato- biotita gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita- feldspato gnaisse porfiroblástico
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita- feldspato gnaisse porfiroblástico
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Ortoderivada- rocha de foliação incipiente e muito compacta
Ortoderivada- rocha de foliação incipiente e muito compacta
Ortoderivada- rocha de foliação incipiente e muito compacta
Biotita-feldspato-gnaisse
Biotita-feldspato-gnaisse
Download