Evolução da cirurgia endovascular a torna principal forma de

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Evolução da cirurgia endovascular a torna principal forma de tratamento de doenças circulatórias
Fatos relevantes:
- Uma das doenças arteriais de maior risco, o aneurisma de aorta abdominal ou torácico, pode ser
resolvido pela cirurgia endovascular. Mesmo nos casos em que o aneurisma esteja localizado
próximo das artérias renais, a nova endoprótese ramificada é uma alternativa;
- O Balão Liberador de Droga Imunossupressora deve chegar ao Brasil no 2º semestre, e vai facilitar
a resolução de problemas como reestenoses (estreitamento da artéria depois da angioplastia) e
formação de placas no interior dos stents, conhecida como hiperplasia miointimal;
- Tempo de recuperação da cirurgia endovascular é muito menor do que na cirurgia convencional:
em até 10 dias depois do procedimento o paciente pode voltar às atividades normais.
Há cerca de 20 anos, toda vez que alguém tinha uma doença circulatória grave, como os aneurismas
de aorta abdominal, tinha que se submeter a uma cirurgia complicada, em que o cirurgião vascular
abria o corpo do paciente para fazer a retirada da parte dilatada e substituir a artéria nativa por
uma prótese. Além de ser uma cirurgia traumática e de alto risco (com risco de óbito por volta de
5%), o tempo de internação (em UTI e quarto) era grande e a recuperação demorada: o paciente só
poderia voltar às suas atividades normais depois de quase um mês.
A técnica convencional foi, ao longo dos anos, sendo substituída pela cirurgia endovascular. Esse
tipo de procedimento surgiu no inicio da década de 90, indicada inicialmente para alguns casos em
que o risco de complicações e óbito era muito grande. De lá para cá, houve uma evolução tão grande
que a indicação do procedimento se inverteu: hoje, a grande maioria dos casos de aneurisma de
aorta é resolvida pela cirurgia endovascular. E a evolução não para, como mostra o cirurgião
vascular e endovascular do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, Dr. Ruy Otávio Barbosa, que acabou
de voltar de um congresso internacional da área na Alemanha.
Uma das grandes novidades que deve chegar ao Brasil em breve são as endopróteses ramificadas.
Segundo o médico, o tratamento do aneurisma depende de algumas condições anatômicas, sendo a
principal delas a distância entre as artérias renais e o inicio do aneurisma. "Se a distância da artéria
renal para o aneurisma for muito curta, não há espaço para a colocação da prótese e o cirurgião
teria que optar pela cirurgia convencional. Com a chegada das próteses com ramos para as artérias
renais, este problema estará resolvido", afirma o Dr. Ruy.
Estas próteses ramificadas estão sendo largamente utilizadas, com sucesso, na Europa, onde já têm
aprovação da Agência de Saúde Européia. Os fatores limitantes para o uso destas próteses são o alto
custo e a necessidade de tempo para confecção sob medida para cada paciente (em torno de 8
semanas).
Uma alternativa as endopróteses ramificadas e a "técnica da chaminé", já realizada com sucesso no
Hospital 9 de Julho, e que consiste na colocação de stents revestidos nas artérias renais liberados
um pouco acima da endopróotese abdominal. "Esta técnica não necessita da confecção de uma
prótese personalizada para o paciente, podendo ser realizada nos casos mais urgentes", comenta o
médico.
Outra novidade apresentada no congresso alemão foi o Balão Liberador de Droga Imunossupressora,
que se mostrou eficaz no combate a dois inconvenientes das angioplastias: a reestenose e a
hiperplasia miointimal intrastent. Com o surgimento desse novo tipo de balão, o cirurgião consegue
diminuir a incidência desses problemas. "Além de liberar droga no momento adequado, o novo balão
diminui a hiperplasia miointimal e as chances de reestenose", explica o Dr. Ruy. A novidade deve
chegar ao Brasil no segundo semestre deste ano, sendo uma nova arma a ser utilizada nas
angioplastias de membros inferiores, com o objetivo de evitar amputações, principalmente em
pacientes diabéticos.
Como é realizada a cirurgia endovascular, quais são suas vantagens e para que tipo de
paciente é indicada?
A cirurgia endovascular é guiada por um arco cirúrgico (aparelho de raio X) associado a contraste,
por meio do qual o médico faz um mapeamento das artérias com precisão. Dessa forma, é possível
atingir qualquer lugar do corpo por uma punção da artéria na virilha, por exemplo. Através de
pequeno furo na pele, se posicionam cateteres (tubos ocos de material plástico), fios guias (fios de
metal ou outros materiais que funcionam como trilhos para os cateteres), balões para dilatação,
stents (dispositivos metálicos que são posicionados dentro dos vasos para os manterem com o
interior aberto).
A principal vantagem da cirurgia endovascular é o menor trauma cirúrgico, pois são desnecessárias
grandes incisões. Desta forma, é possível diminuir o tempo de cirurgia, reduzir o tempo de
internação e acelerar a recuperação. A maioria dos procedimentos é realizada sob anestesia local ou
raquianestesia. De acordo com o Dr. Ruy, enquanto na cirurgia endovascular o paciente demora
cerca de 10 dias para voltar às suas atividades normais, na cirurgia convencional esse tempo é de
pelo menos um mês.
O médico informa, no entanto, que apesar de todos os benefícios e riscos das duas técnicas serem
informados, a última decisão ainda cabe ao paciente. "Se o paciente, plenamente consciente, afirma
que mora em outro estado e que não tem condições de fazer o seguimento adequado, ele pode optar
pela cirurgia convencional. Daí a importância do cirurgião vascular ter amplo conhecimento sobre a
cirurgia convencional e das técnicas endovasculares para oferecer o melhor tratamento ao seu
paciente", afirma o médico. "Eu deixo sempre o paciente livre para consultar uma segunda opinião,
pesquisar na internet etc. Se ele decidir realizar a cirurgia comigo, é porque ele confia no meu
trabalho", explica.
Sobre o Hospital 9 de Julho - Fundado em 1955, em São Paulo, o Hospital 9 de Julho tornou-se
referência em medicina de alta complexidade e tem focado seus investimentos no atendimento de
traumas e na criação de Centros de Especialidades (Oncologia, Dor e Neurocirurgia Funcional,
Gastro, Coluna, Rim e Medicina do Exercício e do Esporte). Com cerca de 1,5 mil colaboradores e
3,8 mil médicos cadastrados, o complexo hospitalar possui 285 leitos, sendo 60 leitos nas Unidades
de Terapia Intensiva, especialistas em procedimentos de alta complexidade, além de um Centro
Cirúrgico com capacidade para até 14 cirurgias simultâneas.
WEBSITE WWW.hospital9dejulho.com.br
BLOG WWW.pordentrodo9dejulho.com.br
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