Ciências Humanas Parte 1

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Tema 1
Ciências Humanas
Oriente Médio
referências no GUIA
Internacional: “Israel 60 anos”, págs. 55–61; “Riqueza e instabilidade”, págs. 69 –75
q
Número de aulas previstas: 4
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Etapa 1 | Aula dialogada
LÍBANO
Haifa
Telaviv
SÍRIA
1967-1979
Estado judeu
Território conquistado
por Israel
Território anexado
ao Egito
Território administrado
pela Jordânia
JORDÂNIA
Estado de Israel chegou aos 60
anos de fundação, em maio de
2008, tendo se tornado a mais dinâmica e moderna economia do Oriente
Médio. Usando alta tecnologia, os israelenses fizeram das áridas terras locais a
base para uma agricultura de ponta. Sua
indústria de informática e de telecomunicações é avançada, bem como o setor
financeiro, e o país possui um poderoso
Exército. Desde 1948, o impulso ao avanço econômico veio, sobretudo, de uma
substancial ajuda dos Estados Unidos
e, claro, de judeus que vivem em outras
partes do globo. Uma população com
elevado nível educacional completa o
quadro que permitiu notável desenvolvimento nesse período.
Festas, shows, fogos de artifício e atos
oficiais marcaram o sexagésimo aniversário de Israel. No Parlamento, em Jerusalém, o convidado especial foi o presidente
dos Estados Unidos, George W. Bush,
que reafirmou o apoio de seu governo
à luta de Israel contra os grupos que
chamou de “terroristas”. As festividades
não escondem o fato, porém, de que os
israelenses vivem há seis décadas em
estado de permanente tensão, tal como
seus vizinhos palestinos.
REUTERS/MOHAMMED SALEM
vou a divisão da
o árabe e outro
cordaram com o
l foi proclamado
o, Jordânia, Síria
que deu início à
a, encerrada em
conflito, cerca de
m de se refugiar
a ou migrar para
uida, o Egito in-
ARÁBIA
SAUDITA
Protestos
Manifestações de caráter oposto, a poucas dezenas de quilômetros, mostram
o abismo que continua existindo entre
israelenses e palestinos. Referindo-se à
fundação de Israel, os palestinos realizaram protestos contra o que chamam de
nakba, ou “catástrofe”. Pois o surgimento
do Estado judeu, no território histórico
da Palestina, baniu de seus locais de vida
56
COLINAS
DE GOLÃ
UM DIA EM HAIFA
David Ben-Gurion,
primeiro-ministro
de Israel após sua
fundação, celebra a
partida das tropas
britânicas da região,
em junho de 1948
milhares de árabes
palestinos, que
eram a maioria da
população local.
Para marcar os
60 anos de “catástrofe”, houve passeatas e discursos.
Nos atos dos palestinos, foram exibidas chaves, para afirmar
que não se aceita a expulsão de centenas de
milhares deles de sua casa. Em Ramallah,
onde fica a sede da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), cartazes continham o
nome de mais de 500 vilas destruídas.
Os palestinos levantaram, nos atos, aquela
que é uma das principais bandeiras de seu
movimento: o direito ao retorno dos que
foram expulsos. Logo após a criação de Israel, em 1948, mais de 700 mil palestinos
tornaram-se refugiados. Outra grande onda
de expulsões ocorreu após a Guerra dos
Seis Dias (1967), quando 500 mil palestinos
tiveram de abandonar suas casas e vilas.
Atualmente, esses refugiados, mais os filhos
e netos, somam cerca de 4,6 milhões de
pessoas, segundo as Nações Unidas (ONU).
É um enorme contingente que vive em condições precárias, em campos de refugiados
superpopulosos, nos quais são altos os índices de desemprego e de pobreza.
Eles pedem o retorno à antiga casa e a
devolução de suas posses. O governo israelense não aceita negociar a volta dessa
população, pois o eventual regresso poderia
colocar em xeque a existência de Israel. A
falta de solução para o problema agrava a
animosidade entre os próprios palestinos,
pois uma parte entende que negociar com
Israel sem tocar nesse ponto é abandonar
os refugiados à própria sorte.
GUIA DO ESTUDANTE
10.Israel.indd 56-57
Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia
do Perdão), tropas do Egito e da Síria
atacaram de surpresa a península do Sinai e as Colinas de Golã, na tentativa de
reconquistar os territórios perdidos em
EGITO
Hebron
Mar Morto
Gaza
FAIXA DE
GAZA
A população palestina, porém, nunca
se conformou com sua situação precária.
JORDÂNIA
Em 1987, teveEGITOinício a Intifada
(“levante”),
rebelião nos territórios árabes e no setor
árabe de Jerusalém, duramente reprimida pelo Exército de Israel.
A tensão entre os dois lados cresceu nos
anos seguintes,
mas, em 1993, houve uma
Movimento sionista
Israel tem origem no movimento
sionista,
mudança
signifisurgido na Europa, no fim do século XIX,
com o objetivo de estabelecer
um “lar nacioA CHAVE DE CASA
cativa:
foi assinado
nal” para o povo judeu. Chegou-se, depois,
idéia de formá-la na Palestina, de onde os
o Acordo de Oslo,
Refugiado naàjudeus
Faixa
haviam sido expulsos na Antiguidade. A primeira colônia agrícola judaica
que previa a dede Gaza mostra
a
instalada na Palestina data de 1909.
Após a I Guerra Mundial, em 1920, os
volução
chave, símbolo
da passaram a administrar
britânicos
formal- gradativa
a Palestina. Pouco antes, eles haviam
Faixa
reivindicaçãosemente
dos
comprometido com oda
projeto
sionista de Gaza e
por via da Declaração Balfour. A maioria
Cisjordânia
aos
palestinos queárabe
convivia, na época,da
em situação
de
relativa paz com as pequenas comunidades
para que
é a de retornarjudaicas.
ao Líderes sionistaspalestinos,
e árabes chegaram a elaborar, em 1922, uma proposta de
montassem
nesses
local de origem
Estado único, com liberdade
religiosa: tanto
muçulmanos quanto judeus poderiam seterritórios um governo com relativa
autonomia, chamado de Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Yasser Arafat, retornou do exílio e foi eleito
presidente da ANP, em 1996.
Um novo agravamento do conflito
ocorreu em 2000, quando o político e
DESERTO DO
NEGEV
(PENÍNSULA DO SINAI)
ESCALA
0
Golfo de Ácaba
Estado judeu
Território conquistado
por Israel
Território anexado
ao Egito
Território administrado
pela Jordânia
JORDÂNIA
Estado judeu
Estado palestino
Cidade
Internacional
SÍRIA
1967-1979
ARÁBIA
SAUDITA
SÍRIA
Mar Mediterrâneo
CISJORDÂNIA
Haifa
COLINAS
DE GOLÃ
Telaviv
FAIXA DE GAZA
ISRAEL
Jerusalém
CISJORDÂNIA
ISRAEL
JORDÂNIA
ARÁBIA
SAUDITA
EGITO
SINAI
Estado judeu
Território conquistado
por Israel
JORDÂNIA
ARÁBIA
SAUDITA
Fonte: Le Monde Diplomatique
Intifada, a resistência palestina
Elat
Telaviv
Jerusalém
FAIXA DE GAZA
PALESTINA
EGITO
ARÁBIA
SAUDITA
Nablus
Área sob controle
palestino e israelense
Mar Mediterrâneo
Telaviv
Jerusalém
Gaza
APÓS A GUERRA DOS SEIS DIAS
LÍBANO
Haifa
1949-1967
Mar Mediterrâneo
Nazaré
CISJORDÂNIA
Petah Tiqwa
Telaviv
Rishon
Ramallah
Leziyyon Holon
Jericó
Ashdod
Jerusalém
Área da Síria ocupada
por Israel
APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
LÍBANO
Haifa
1947
JORDÂNIA
Mar da
Galiléia
Haifa
Estado judeu
Mar Mediterrâneo
Território conquistado
por Israel
O PLANO DE PARTILHA DA ONU
SÍRIA
SINAI
Mte. Meron
1.208 m
O
os teriam direito
Essa, porém, não
o britânico, que,
omínio na região,
censão do nazisudeus na Europa
ão judaica para a
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rabes palestinos.
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nazistas durante
crescer o apoio
cional à criação
EGITO
CISJORDÂNIA
ISRAEL
LÍBANO
JORDÂNIA
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ARÁBIA
SAUDITA
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ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS
SÍRIA
COLINAS
DE GOLÃ
Telaviv
FAIXA DE GAZA
ISRAEL
Jordão
ESTINA
Haifa
CISJORDÂNIA
Jerusalém
FAIXA DE GAZA
Israel
k INTERNACIONAL
EGITO
LÍBANO
Mar Mediterrâneo
42 km
guir sua fé e todas os povos teriam direito
à participação política. Essa, porém, não
era a política do Império britânico, que,
visando estabilizar seu domínio na região,
agiu para opor os povos.
Na década de 1930, a ascensão do nazismo e a perseguição aos judeus na Europa
intensificaram a migração judaica para a
região. Nessa época, começaram violentos
conflitos entre judeus e árabes palestinos.
O massacre de 6 milhões de judeus nos
campos de concentração nazistas durante
a II Guerra Mundial faz crescer o apoio
da comunidade internacional à criação
de um Estado judaico.
Em 1947, a ONU aprovou a divisão da
Palestina em um Estado árabe e outro
judeu. Os árabes não concordaram com o
plano. O Estado de Israel foi proclamado
em 1948, mas Egito, Líbano, Jordânia, Síria
e Iraque se opuseram, o que deu início à
Guerra de Independência, encerrada em
1949. Como resultado do conflito, cerca de
700 mil palestinos tiveram de se refugiar
na Cisjordânia, em Gaza ou migrar para
os países árabes. Em seguida, o Egito incorporou a Faixa de Gaza, enquanto a
Jordânia recebeu Jerusalém Oriental e a
Cisjordânia. Em conseqüência, os palestinos ficaram sem nenhum território.
A resistência palestina passou a ter expressão política em 1964, com a fundação da
Organização para a Libertação da Palestina
(OLP), depois presidida por Yasser Arafat.
Em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza, o
Sinai (nas fronteiras do Egito), as Colinas
de Golã (na Síria), Jerusalém Oriental e a
Cisjordânia (na Jordânia) (veja os mapas acima). O rápido conflito, chamado de Guerra
dos Seis Dias, obrigou mais uma vez 500 mil
palestinos a fugir para os países vizinhos.
Intifada, a resistência palestina
REUTERS/MOHAMMED SALEM
Rio Jordão
Mar Mediterrâneo
Rio Jordão
1949-1967
Rio Jordão
Os ataques realizados por Israel na Faixa de Gaza, ocorridos no início de 2009, podem ser o contexto adequado para
discutir os 60 anos do estabelecimento do Estado de Israel,
comemorados em ano de 2008, e analisar a relação deste
com a questão palestina. Para iniciar, reveja com os alunos as
seguintes imagens: A Chave de Casa (na pág. 57); Confrontos
(na pág. 58); Medo Cotidiano (nas págs. 60–61).
Com base nas imagens, formule questões dirigidas aos alunos
acerca das constantes guerras na região e a respeito do que já
estudaram sobreAPÓSoA GUERRA
assunto
em séries anteriores, de forma a
APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
DOS SEIS DIAS
fomentar a discussão. É necessário ressaltar que o tema Oriente
ÍBANO
fa
além
Competências E HABILIDADES
k Compreender as várias formas de organização social e política das nações, considerando
suas dimensões materiais e culturais.
k Desenvolver uma postura crítica, ética e solidária, promover a consciência social e o respeito
à igualdade e à diversidade entre povos e culturas.
k Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações para compreender
contextos histórico-geográficos responsáveis pela atual situação do Oriente Médio.
k Interpretar e construir mapas.
k Extrair informações relevantes em gráficos, mapas e tabelas, com base em informações
sobre uma realidade histórico-geográfica.
k Contextualizar e ordenar eventos, compreendendo a importância dos fatores
socioculturais que os envolvem.
k Elaborar mapas conceituais como forma de sintetizar ideias e argumentar de maneira consistente.
Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia
do Perdão), tropas do Egito e da Síria
atacaram de surpresa a península do Sinai e as Colinas de Golã, na tentativa de
reconquistar os territórios perdidos em
1967, mas foram derrotadas. Resoluções
da ONU determinaram a devolução das
áreas ocupadas, o que Israel não aceitou.
Ao contrário: a partir de 1977, começou
a expandir as colônias israelenses em
territórios árabes ocupados.
O Sinai foi devolvido ao Egito em 1982,
a partir dos acordos de Camp David (19781979), feitos entre o então presidente
egípcio, Anuar Sadat, e o primeiro-ministro israelense, Menahem Begin, com a
mediação do presidente norte-americano
Jimmy Carter. Os demais territórios ocupados em 1967 ainda permanecem nas
mãos dos israelenses.
A população palestina, porém, nunca
se conformou com sua situação precária.
Em 1987, teve início a Intifada (“levante”),
rebelião nos territórios árabes e no setor
árabe de Jerusalém, duramente reprimida pelo Exército de Israel.
A tensão entre os dois lados cresceu nos
anos seguintes, mas, em 1993, houve uma
mudança signifiA CHAVE DE CASA
cativa: foi assinado
o Acordo de Oslo,
Refugiado na Faixa
que previa a dede Gaza mostra a
volução gradativa
chave, símbolo da
da Faixa de Gaza e
reivindicação dos
da Cisjordânia aos
palestinos que
palestinos, para que
é a de retornar ao
montassem nesses
local de origem
territórios um governo com relativa
autonomia, chamado de Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Yasser Arafat, retornou do exílio e foi eleito
presidente da ANP, em 1996.
Um novo agravamento do conflito
ocorreu em 2000, quando o político e
militar israelense Ariel Sharon, cercado
por guarda-costas, andou pela Esplanada
das Mesquitas, em Jerusalém. O gesto
simbólico, que afirmava a soberania israelense sobre um local sagrado para o
islamismo, revoltou milhares de muçulmanos e levou ao início da 2ª Intifada.
Sharon tornou-se primeiro-ministro de
Israel em 2001. No ano seguinte, começou
a construção de um muro de mais de 700
quilômetros que separa a população judaica
e a árabe na Cisjordânia (veja boxe e mapa
na pág. 59). Após a morte de Arafat, no fim
de 2004, os palestinos elegeram como presidente da ANP Mahmoud Abbas, político
ATUALIDADES VESTIBULAR 2009
57
25.07.08 16:49:31
Médio e a questão palestina são também conteúdos da 8ª série
do Ensino Fundamental e, portanto, já devem fazer parte do conjunto de conhecimentos ensinados/aprendidos pelos alunos.
Com o auxílio de um mapa-múndi, inicie a atividade localizando geograficamente o Oriente Médio. Apresente aos alunos os
principais aspectos dessa região, como nas sugestões a seguir.
Os interesses geoestratégicos e geopolíticos no Oriente
Médio podem ser explicados pelas seguintes razões:
k A região está posicionada na conjunção entre grandes
blocos de terras emersas – Europa, Ásia e África –, e,
portanto, torna-se um elo de passagem entre essas três
grandes áreas continentais.
k Apresenta conflitos de ordem regional, em que minorias
são perseguidas, como é o caso dos curdos no Iraque e
na Turquia, assim como palestinos em Israel.
k Apresenta conflitos relativos à disponibilidade de água,
já que a maior parte da região é desértica e sofre com a
escassez hídrica.
k Há problemas de ordem econômica, pelo fato de essa região
possuir as principais reservas globais de petróleo, a fonte
de energia mais valorizada no mundo contemporâneo.
k A região é berço de três religiões monoteístas de alcance
universal: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
A somatória desses ingredientes faz dessa parte do planeta
um barril de pólvora, sempre prestes a explodir.
Em seguida, solicite aos alunos, como tarefa de casa, que
leiam e interpretem os textos das páginas 56 a 61.
JERUSALÉM: O CENTRO DA DISCÓRDIA
Pelo plano de partilha da Palestina, Jerusalém deveria permanecer sob tutela internacional.
Israel ocupou a porção ocidental da cidade em 1948/49 e a oriental em 1967. Desde então, o governo
israelense instala colônias judaicas no setor oriental para justificar a soberania sobre a área,
reivindicada pelos palestinos como a capital de seu futuro Estado
Etapa 2 | Análise e interpretação de mapas
Observe o mapa abaixo para responder às questões 4 e 5:
Considerando que os alunos tenham lido os textos solicitados
anteriormente, proponha-lhes o trabalho de leitura e interpretação
de mapas acerca da ampliação das fronteiras ocorrida na região
da Palestina desde 1947, quando a Organização das Nações Unidas
(ONU) realizou a partilha do território e propôs a criação de um
Estado árabe e outro judeu na Palestina.
Para isso, peça a eles que observem as alterações de fronteiras nos quatro mapas das páginas 56 e 57, que mostram o
histórico da partilha e a ocupação da Palestina. Com base na
leitura dos textos e na análise dos mapas, proponha-lhes que
respondam às questões a seguir:
CIDADE VELHA
Via Dolorosa
CISJORDÂNIA
ISRAEL
JERUSALÉM
OCIDENTAL
Mar Mediterrâneo
Telaviv
Mte. Meron
1.208 m
Haifa
EGITO
PALESTINA
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Estado judeu
Território conquistado
por Israel
Território anexado
ao Egito
Território administrado
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JORDÂNIA
Estado judeu
CISJORDÂNIA
Estado palestino
Cidade
Internacional
Nablus
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O PLANO Telaviv
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PARTILHA
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ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS
Rishon
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1947
Ramallah
Jericó
ARÁBIA
SAUDITA
APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
Fonte: Le Monde Diplomatique
LÍBANO
1967-1979
LÍBANO
1949-1967
SÍRIA
SÍRIA
Mar Mediterrâneo
Haifa
COLINAS
DE GOLÃ
Telaviv
FAIXA DE GAZA
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Galiléia
Nazaré
Mar Mediterrâneo
SÍRIA
CISJORDÂNIA
Jerusalém
Jerusalém
Gaza
Rio Jordão
Jordão
Telaviv
COLINAS
DE GOLÃ
APÓS A GUERRA DOS SEIS DIAS
LÍBANO
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1949-1967
Mar Mediterrâneo
FAIXA DE GAZA
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ISRAEL
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APÓS A GUERRA DOS SEIS DIAS
1967-1979
LÍBANO
SÍRIA
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REUTERS/MOHAMMED SALEM
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internacional
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ATUALIDADES
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por Israel
da Faixa de Gaza e
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da Cisjordânia aos
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ao Egito
25.07.08 16:49:31
Território administrado
Território
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por Israel
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SAUDITA
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Fonte: Le Monde
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plano.
O Estado de Israel foi proclamado
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Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia
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de Israel.
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manos e levou ao início da 2ª Intifada.
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mãos dos israelenses.
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(ANP). 2009 57
Guerra de Independência, encerrada em
ATUALIDADES
1949. Como resultado do conflito, cerca de
do Perdão), tropas do Egito e da Síria
Yasser Arafat, retornou do exílio e foi eleito
700 mil palestinos tiveram de se refugiar
atacaram de surpresa a península do Sipresidente da ANP, em 1996.
Um novo agravamento do conflito
na Cisjordânia, em Gaza ou migrar para
nai e as Colinas de Golã, na tentativa de
ocorreu em 2000, quando o político e 25.07.08 16:49:31
os países árabes. Em seguida, o Egito inreconquistar os territórios perdidos em
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militar israelense Ariel Sharon, cercado
1967, mas foram derrotadas. Resoluções
Jordânia recebeu Jerusalém Oriental e a
por guarda-costas, andou pela Esplanada
da ONU determinaram a devolução das
Cisjordânia. Em conseqüência, os palestiáreas ocupadas, o que Israel não aceitou.
das Mesquitas, em Jerusalém. O gesto
nos ficaram sem nenhum território.
Ao contrário: a partir de 1977, começou
simbólico, que afirmava a soberania isA resistência palestina passou a ter exa expandir as colônias israelenses em
raelense sobre um local sagrado para o
pressão política em 1964, com a fundação da
territórios árabes ocupados.
islamismo, revoltou milhares de muçulOrganização para a Libertação da Palestina
O Sinai foi devolvido ao Egito em 1982,
manos e levou ao início da 2ª Intifada.
(OLP), depois presidida por Yasser Arafat.
a partir dos acordos de Camp David (1978Sharon tornou-se primeiro-ministro de
1979), feitos entre o então presidente
Em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza, o
Israel em 2001. No ano seguinte, começou
Sinai (nas fronteiras do Egito), as Colinas
egípcio, Anuar Sadat, e o primeiro-mia construção de um muro de mais de 700
de Golã (na Síria), Jerusalém Oriental e a
nistro israelense, Menahem Begin, com a
quilômetros que separa a população judaica
Cisjordânia (na Jordânia) (veja os mapas acimediação do presidente norte-americano
e a árabe na Cisjordânia (veja boxe e mapa
ma). O rápido conflito, chamado de Guerra
Jimmy Carter. Os demais territórios ocuna pág. 59). Após a morte de Arafat, no fim
dos Seis Dias, obrigou mais uma vez 500 mil
pados em 1967 ainda permanecem nas
de 2004, os palestinos elegeram como prepalestinos a fugir para os países vizinhos.
mãos dos israelenses.
sidente da ANP Mahmoud Abbas, político
dejudeu
um
Estado
1947, a ONU aprovou a divisão da
Estado Em
palestino
Cidade
Palestina em um Estado árabe e outro
Internacional
ARÁBIA
Mesquita
de Al-Aqsa
Zona árabe
Jerusalém Oriental
Colônias Israelenses
Novos projetos de
colônias israelenses
Vilas e bairros
palestinos
Zona judaica
População total (1998) (630 mil)
Porção Ocidental 250 mil israelenses
Porção Oriental
180 mil israelenses
200 mil palestinos
Fontes: Le Monde Diplomatique, Dictionnaire de Geopolitique
ARÁBIA
SAUDITA
Intifada, a resistência palestina
Palestina (ANP), cartazes continham o Mar Mediterrâneo
56 GUIA DO ESTUDANTE
nome de mais de 500 vilas destruídas.
CISJORDÂNIA
Área da Síria ocupada
Os palestinos levantaram, nos atos, aquela
ESCALA
por Israel
0
Nablus
42 km
Elat
que é uma das principais bandeiras de seu 10.Israel.indd 56-57
Área sob controle
Petah Tiqwa
movimento: o direito ao retorno dos que
palestino e israelense
Telaviv
Golfo de Ácaba
foram expulsos. Logo após a criação de IsRishon
Ramallah
Leziyyon Holon
Jericó
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Jerusalém
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tornaram-se refugiados.
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após a Guerra dos
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quando 500 mil palestinos
Israel
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nos quais são altos os índiinstalada na Palestina data de 1909.
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surgido na Europa, no fim do século XIX,
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com o objetivo de estabelecer um “lar nacioos, somam cerca de 4,6 milhões de
nal” para o povo judeu. Chegou-se, depois,
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à idéia de formá-la na Palestina, de onde os
enorme contingente que vive em conjudeus haviam sido expulsos na Antiguis precárias, em campos de refugiados
dade. A primeira colônia agrícola judaica
populosos, nos quais são altos os índiinstalada na Palestina data de 1909.
desemprego e de pobreza.
Após a I Guerra Mundial, em 1920, os
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britânicos passaram a administrar formalução de suas posses. O governo ismente a Palestina. Pouco antes, eles haviam
se não aceita negociar a volta dessa
se comprometido com o projeto sionista
ação, pois o eventual regresso poderia
por via da Declaração Balfour. A maioria
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árabe convivia, na época, em situação de
relativa paz com as pequenas comunidades
e solução para o problema agrava a
judaicas. Líderes sionistas e árabes chegaosidade entre os próprios palestinos,
ram a elaborar, em 1922, uma proposta de
ma parte entende que negociar com
Estado único, com liberdade religiosa: tanto
sem tocar nesse ponto é abandonar
muçulmanos quanto judeus poderiam seugiados à própria sorte.
Bairro
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Território conquistado
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UM DIA EM HAIFA
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Mar Mediterrâneo
Mar Mediterrâneo
LÍBANO
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Mar Mediterrâneo
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Mar Morto
anos de fundação, em maio de
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à participação política. Essa, porém, não
A população palestina, porém, nunca
primeiro-ministro
Gaza
COLINAS
2008, tendo se tornado a mais dieram a maioria da
era a política do Império britânico, que, Telaviv
se conformou com sua situação precária.
de Israel após sua
Telaviv
FAIXA DE
DE GOLÃ
CISJORDÂNIA
GAZA
nâmica e moderna economia do Oriente
visando estabilizar seu domínio na região,
Em 1987, teve início aTelaviv
Intifada (“levante”),
população local.
fundação, celebra a
Jerusalém
Jerusalém
Médio. Usando alta tecnologia, os israePara
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agiu para opor os povos.
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no setor
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COLINAS
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britânicas da região,
Mte. Meron
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aos
judeus
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Exército
de
Israel.
em
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1948
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1.208 m
NEGEV
indústria de informática e de telecomuseatas
e discursos.
intensificaram a migração judaica para a
A tensão entre os dois lados cresceu nos
Galiléia
ISRAEL
EGITO
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Nos atos dos palesregião. Nessa época, começaram violentos
nicações é avançada, bem como o setor
anos seguintes, mas, emISRAEL
1993, houve uma
PALESTINA
Nazaré
tinos, foram exibidas chaves, para afirmar
conflitos entre judeus
e árabes palestinos.
mudança signififinanceiro, e o país possui um poderoso
Estado judeu
EGITOJORDÂNIA
Exército.
Desde 1948, o impulso ao avanque não se aceita a expulsão de centenas de
6 milhões
de judeus nos
A CHAVE DE CASASINAI
cativa: foi assinado
JORDÂNIA
EGITO
EGITO
conquistado
JORDÂNIA O massacre de Território
Mar Mediterrâneo
(PENÍNSULA DO SINAI)
ço econômico veio, sobretudo, de uma
milhares deles de sua casa. Em Ramallah,
campos de concentração
o Acordo deJORDÂNIA
Oslo,
Refugiado na Faixa
por Israel nazistas durante
Estado judeu
substancial ajuda dos Estados Unidos
a II Guerra Mundial
fazanexado
crescer o apoio
que previa a deonde fica a sede da Autoridade Nacional
de Gaza mostra a
Território
CISJORDÂNIA
e, claro, de judeus que vivem em
outras
Palestina (ANP), cartazes continham o
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da comunidadeaointernacional
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Estado palestino
Estado judeu
Egito
partes do globo. Uma população com
da Faixa de Gaza e
de um Estado judaico.
Cidade
Território administrado
Território reivindicação
conquistado dos
Nablusnome de mais de 500 vilas destruídas.
Área da Síria ocupada
elevado nível educacional completa o
Os palestinos levantaram, nos atos, aquela
da Cisjordânia
Em 1947, a ONU
aprovou a divisão da
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pela Jordânia
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por Israelpalestinos que
ARÁBIA
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por Israel Internacional
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quadro que permitiu notável
que é uma das principais bandeiras de seu
Palestina em um Estado árabe e outro
palestinos,
para que
é a de retornar ao
SAUDITA
SAUDITA
SAUDITA
Área sob controle
Telaviv
movimento: o direito ao retorno dos que
judeu. Os árabes não concordaram com o
montassem nesses
vimento nesse período.
local de origem
palestino e israelense
Golfo de Ácaba
Fonte: Le Monde Diplomatique
Rishon Holon
Festas, shows,
fogos de artifícioRamallah
e atos
foram expulsos. Logo após a criação de Isplano. O Estado de Israel foi proclamado
territórios um goLeziyyon
Jericó rael, em 1948, mais de 700 mil palestinos
oficiais marcaram o sexagésimo aniversáem 1948, mas Egito, Líbano, Jordânia, Síria
verno com relativa
Ashdod
Jerusalémtornaram-se refugiados. Outra grande onda
rio de Israel. No Parlamento, em Jerusae Iraque se opuseram, o que deu início à
autonomia, chamaUM DIA EM HAIFA
lém, o convidado especial foi o presidente
de expulsões ocorreu após a Guerra dos
Movimento sionista
Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia
do de Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Guerra de Independência, encerrada em
milhares de árabes
guir
fénoemovimento
todas os
povos teriam direito1949. Como resultado do conflito, cerca de do Perdão), tropas do Egito e da Síria Yasser Arafat, retornou do exílio e foi eleito
David Ben-Gurion,
dos Estados Unidos, GeorgeHebron
W. Bush,
Seis Dias (1967), quando 500 mil palestinos
Israel
temsua
origem
sionista,
Mar Morto
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XIX,
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à participação política. Essa, porém, não
A população palestina,1996.
porém, nunca
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contra os grupos que
Atualmente, esses refugiados, mais os filhos
com o objetivo de estabelecer um “lar nacioUm novo agravamento do conflito
na Cisjordânia, em Gaza ou migrar para
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Império
britânico,
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visando
domínio na região,corporou a Faixa de Gaza, enquanto a 1967, mas foram derrotadas. Resoluções
Em 1987, teve
início
a Intifada
(“levante”),
população local.
fundação, celebra a
israelenses vivem há seis décadas em
É um enorme contingente que vive em conjudeus haviam sido expulsos na AntiguiJordânia recebeu Jerusalém Oriental e a
por guarda-costas, andou pela Esplanada
da ONU determinaram a devolução das
PARTILHA
DAagrícola
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APÓS
A GUERRA
DE INDEPENDÊNCIA
APÓS
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IsraelAnão
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das
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de 1977,
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simbólico, queLÍBANO
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isseus vizinhos palestinos.
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LÍBANOa ascensão do nazis-nos
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duramente
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1949-1967
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SÍRIAreprimices de desemprego e de pobreza.
Após a I Guerra Mundial, em 1920, os
A resistência palestina passou a ter exa expandir as colônias israelenses em
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para o
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Haifa
DESERTO DO
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pelo
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Israel.
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Mediterrâneo
Protestos
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1964, com a fundação da
territórios árabes ocupados. daMar
islamismo,de
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SÍRIA Eles pedem o retorno à antiga casa e a britânicos
Mar Mediterrâneo
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a Palestina. Pouco
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O Sinai foi devolvido ao Egito em
1982,
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Intifada. nos
seatas e discursos.
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A tensão
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os dois
lados
cresceu
COLINAS
cas dezenas de quilômetros, mostram
raelense não aceita negociar a volta dessa
se comprometido com o projeto sionista
(OLP), depois presidida por YasserTelaviv
Arafat.
a partir dos acordos de Camp David (1978Sharon tornou-se primeiro-ministro
de
Telaviv começaram violentos
DE GOLÃ
Nos atos dos palesregião.
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seguintes,
em 1993,
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o abismo que continua existindo entre
população, pois o eventual regresso poderia
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da Declaração
A maioria
Em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza, o
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2001.
CISJORDÂNIA
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Oriental e a
nistro israelense, Menahem Begin, com a
quilômetrosJerusalém
que separa a população judaica
FAIXA DE GAZA
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DE GOLÃ falta de solução para o problema agrava a
que não se aceita a expulsão de centenas de
O
massacre
de
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milhões
de
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nos
A
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Mte.
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FAIXA
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os
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palestinos,
EGITO
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1922,
uma proposta de nazistas durante
ma). O rápido conflito, chamado de Guerra
Jimmy Carter. Os demais territórios
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ou “catástrofe”.
Pois
pág. 59). Após a morte
de Arafat,de
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(PENÍNSULA
DO SINAI)
milhares deles de sua casa. Em Ramallah,
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Refugiado
Faixa
Galiléia pois uma parte entende que negociar com ram acampos
ISRAEL
EGITO
do Estado judeu,Haifa
no território histórico
Estado único, com liberdade religiosa: tanto
dos Seis Dias, obrigou mais uma vez 500 mil
pados em 1967 ainda permanecem nas
de 2004, os palestinos
Israel sem tocar nesse ponto é abandonar
ISRAEL elegeram como prePALESTINAse- crescer o apoiopalestinos a fugir para os países vizinhos.
a II Guerra
Mundial
que previa
a deonde fica a sede da Autoridade Nacional
de Gaza mostra
a da ANP Mahmoud
da Palestina, baniu de seus
locais de vida
muçulmanos
quanto judeus
poderiamfaz
mãos dos israelenses.
sidente
Abbas, político
os refugiados à própria sorte.
Nazaré
Estado judeu
O
JERUSALÉM
ORIENTAL
ISRAEL
JORDÂNIA
ARÁBIA
SAUDITA
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SÍRIA
APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
LÍBANO
Haifa
1947
LÍBANO
Domo da
Rocha
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Jerusalém Ocidental
O PLANO DE PARTILHA DA ONU
ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS
Bairro
muçulmano
Bairro
cristão
Limites municipais de Jerusalém
Linha de armistício (1967)
k INTERNACIONAL Israel
Santo
Sepulcro
REUTERS/MOHAMMED SALEM
Questão 1
De acordo com a divisão proposta pela ONU, a partilha da Palestina deveria
criar dois Estados: um palestino e outro judeu. Por que essa configuração
não prevaleceu?
Os alunos devem citar que essa situação resultou da guerra de independência ocorrida logo após a divisão efetuada pela ONU. Nela,
os Estados árabes que não concordaram com o plano invadiram a
região. A guerra resultou na proclamação do Estado de Israel em
1948 e sua invasão aos territórios que seriam designados como
Estado palestino.
Questão 2
De acordo com o texto: “Referindo-se à fundação de Israel, os palestinos
realizaram protestos contra o que chamam de nabka, ou a ‘catástrofe’”. Quais
motivos podem explicar o fato de os palestinos considerarem a fundação do
Estado de Israel uma catástrofe?
Desde 1948, ao ser estabelecido o Estado de Israel, grande parte da
comunidade palestina tornou-se refugiada no próprio território ou
teve de refugiar-se em países vizinhos.
ATUALIDADES VESTIBULAR 2009
57
25.07.08 16:49:31
Questão 3
Identifique no mapa quais os territórios que foram anexados pelo Estado
de Israel após a Guerra dos Seis Dias, ocorrida de 1967, e analise as razões
que explicam por que Israel invadiu esses territórios.
Israel anexou a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, a Galileia Oriental – territórios que deveriam fazer parte de um Estado palestino – e as Colinas
de Golã, na Síria. Para Israel, a Guerra dos Seis Dias justificou-se pela
necessidade de ampliar sua zona de segurança.
Questão 4
Considerando o aspecto religioso, qual a importância de Jerusalém para
palestinos e israelenses? Identifique na figura as principais construções
judaicas e islâmicas localizadas no centro histórico de Jerusalém.
Com menos de 1 km2, Jerusalém abriga os principais símbolos religiosos
para três religiões monoteístas universais: o judaísmo, o islamismo e o
cristianismo. Dentre os locais sagrados, podemos destacar o Muro das
Lamentações – considerado sagrado para os judeus; o Santo Sepulcro
– sagrado para os cristãos; e a Esplanada das Mesquitas – local que
concentra a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa, sagradas para
a comunidade islâmica.
Questão 5
De acordo com a partilha da Palestina proposta pela ONU, como
ficaria a situação da cidade de Jerusalém? E qual a posição dessa
cidade na atualidade?
Jerusalém receberia status de cidade internacional administrada pela
ONU. Após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou Jerusalém e afirmou
sua soberania sobre a cidade.
Questão 6
De acordo com o historiador israelita Benny Morris, o movimento sionista
adotou a via sul-africana na Palestina, ou seja, está produzindo um estado
de apartheid na região. Da mesma forma, o texto da página 59 informa
que nas comunidades árabes o muro da Cisjordânia tem sido chamado
de “muro do apartheid”. Explique o significado dessas comparações
considerando a forma como o sistema de apartheid vigorou na África
do Sul até o início dos anos 1990 e os motivos que levaram o governo
israelense a iniciar a construção do muro na Cisjordânia.
O termo apartheid, em africâner, significa vidas separadas ou separação.
Foi adotado inicialmente pelo regime racista da África do Sul entre
1948 e 1990, período em que o país, de maioria negra, foi governado
por uma minoria branca de origem holandesa denominada bôer.
A comparação com esse sistema se deve ao fato de que, da mesma
forma como ocorreu na África do Sul, a construção do muro separando
áreas de comunidades judaicas das palestinas na Cisjordânia cria um
regime de segregação social e espacial no qual o governo de Israel
mantém controle sobre a população palestina.
A justificativa israelense para a construção do muro foi que havia necessidade de impedir a entrada de terroristas palestinos em Israel.
Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES
39
q
Ciências Humanas
Etapa 3 | Elaboração de mapa conceitual
O texto “Riqueza e instabilidade” analisa os resultados da influên­
cia da política externa e das ações militares dos EUA na região do
Oriente Médio por meio de fatos e informações relevantes acerca
da atual situação no Iraque, Irã e Líbano. Para o desenvolvimento
deste tema, sugerimos separar a classe em grupos de cinco alunos
no máximo. Divida o texto em cinco partes e proponha aos grupos
a elaboração de mapas conceituais para posteriormente serem
apresentados para a sala.
Sugestão para divisão de temas por grupo:
Grupo 1 – Doutrina Bush
Grupo 2 – Desagregação do Iraque
Grupo 3 – Sanções contra o Irã
Grupo 4 – Líbano: Hezbollah forte
Grupo 5 – O terrorismo é um fenô­­meno global
Após a elaboração do mapa conceitual, propõe-se que um
representante de cada grupo explique oralmente a sequência
conceitual e as relações entre os conceitos segundo a compreen­
são do grupo.
Mapa conceitual é uma técnica de análise que pode ser
utilizada para ilustrar a estrutura conceitual de determinada
fonte de conhecimentos. Sua forma varia de acordo com a
rede de conceitos a ser abordados e as possibilidades de ser
estabelecidas relações entre esses conceitos. Portanto, devemos
considerá-lo um diagrama hierárquico de conceitos e a rede
de relações entre os mesmos.
Os mapas conceituais fundamentam-se na teoria de aprendizagem do psicólogo cognitivista norte-americano David Ausubel.
Para ele, a aprendizagem significativa ocorre a partir do armazenamento de informações que são agrupadas na estrutura mental do
indivíduo e podem ser utilizadas no futuro. Isso se dá por meio da
organização e integração dos conteúdos ancorados em conceitos
subsunçores relevantes já existentes na estrutura cognitiva do
aluno. O autor entende que a aprendizagem significativa se verifica
quando o banco de informações armazenadas na mente do aluno
se revela em novas descobertas e novas recepções.
A aplicação da teoria de Ausubel na elaboração de mapas conceituais foi desenvolvida pelo pesquisador Joseph Novak na década
de 1970, sendo usados em inúmeras situações de aprendizagem.
Procedimentos para a elaboração de um mapa conceitual
Uma das técnicas utilizadas para montar um mapa conceitual
propõe as seguintes etapas:
k Ler o texto, grifar as palavras desconhecidas e buscar seu
significado no dicionário.
k Grifar no texto as palavras-chave para definir os conceitos e
dispô-las aleatoriamente no espaço destinado à construção
do mapa.
k Escolher os conceitos que se relacionam entre si.
k Definir frases que sirvam de conectores entre os conceitos
escolhidos.
k Repetir os procedimentos até que todos os conceitos separados estejam interligados de forma significativa.
Etapa 4 | Resolução de questões
Para complementar a atividade propõe-se o trabalho com as questões a seguir:
40
Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES
Questão 7
Após o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro
de 2001, os Estados Unidos iniciaram a invasão ao Iraque, consolidando
as bases da Doutrina Bush e sua guerra contra o terrorismo. Em 2003,
George W. Bush incluiu, além do Iraque, outros países como integrantes
do “eixo do mal”. Um deles alinhava-se com a antiga URSS, durante o
período da Guerra Fria. Trata-se da:
a) Coreia do Norte, país de regime fechado que possui capacidade de
produzir e exportar armas nucleares.
b) Colômbia, que tem grande parte de seu território controlado por
traficantes de drogas associados à guerrilha.
c) Índia, por não respeitar acordos internacionais como os da Organização
Mundial do Comércio (OMC) e violar as normas da ONU para os direitos
humanos.
d) Arábia Saudita, por seu apoio financeiro a organizações terroristas
internacionais, como o Hamas e a Al Qaeda.
e) Rússia, que tem graves conflitos separatistas internos e é detentora
do segundo maior arsenal bélico mundial.
Resposta: A
Considerando o mapa e o gráfico da página 64, responda às seguintes
perguntas:
Questão 8
Com base nos dados apresentados no gráfico, elabore uma tabela considerando em ordem decrescente as principais reservas de petróleo no
mundo em 2006.
Reservas de petróleo no mundo em 2006
REGIÃO
EM %
Oriente Médio
61,9
Países da ex-URSS
10,6
África
9,5
América do Sul
8,6
América do Norte
5,0
Leste da Ásia
3,3
Europa
1,1
Questão 9
Considerando os resultados obtidos e a leitura do texto “Riqueza e
instabilidade”, identifique três países do Oriente Médio que possuem as maiores reservas mundiais de petróleo. Também analise a
posição dos Estados Unidos, levando em conta sua atuação na região
notadamente após a invasão do Iraque.
Arábia Saudita, Irã e Iraque. Até 2001, a Arábia Saudita era considerada
a maior aliada dos Estados Unidos na região. Porém, essa aliança sofreu
abalos após os ataques de 11 de setembro em Nova York, pela organização
terrorista Al Qaeda. O líder maior da Al Qaeda, Osama bin Laden, também
lidera grande parte da comunidade religiosa wahabita na Arábia Saudita,
seu país de origem. O enfraquecimento das relações entre os Estados
Unidos e a Arábia Saudita dificultou a situação da nação no Oriente
Médio e acirrou os ânimos da nova direita americana em busca de bases
mais sólidas na região. Nesse sentido, para os Estados Unidos a invasão
ao Iraque justifica-se por garantir seu acesso à terceira maior reserva
mundial de petróleo, o principal produto energético internacional.
Questão 10
Observe o mapa para responder
Questão 12
Observe o mapa para responder
Mar
Cáspio
ORIENTE MÉDIO
Mar
Mediterrâneo
C
D
B
E
Mar
Mediterrâneo
F
I
Gol
fo P
érs
ico
H
e
erm
rV
Ma
A
lho
Mar
da Arábia
G
Considerando o cartograma, identifique as letras correspondentes aos
seguintes países: Arábia Saudita, Iraque, Irã, Iêmen, Omã, Líbano,
Jordânia, Síria e Israel.
Arábia Saudita - A; Iraque - E; Irã - F; Iêmen - G; Omã - H; Líbano - B;
Jordânia - I; Síria - D; Israel - C
questão 11
(ESPM, 2005) Observe o texto e o mapa a seguir.
“A partir de amanhã, soldados e policiais de Israel desarmados vão
passar de porta em porta nos assentamentos judaicos (...) e notificar
os moradores que a permanência em suas casas depois desta quartafeira será ilegal e que serão retirados à força.
ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS
Jordão
LÍBANO SÍRIA
1
2
3
Mar Morto
ISRAEL
0
Golfo de Ácaba
(ESPM, 2005) No Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
consta a seguinte afirmação:
Oriente Médio – Região que compreende a Turquia, os países do sudeste
da Ásia e do norte da África, e que inclui, por vezes, o Afeganistão,
o Irã e o Iraque; Oriente Próximo.
FERREIRA, Aurélio B.H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986.
Confrontando a definição do dicionário com o mapa, podemos afirmar que:
a) a afirmação está correta, pois essa é a regionalização mais aceita
na Europa e nos EUA;
b) a afirmação está errada, pois a porção asiática que abrange o Oriente
Médio é o sudoeste;
c) a afirmação está correta, mas o mapa não condiz com a regionalização colocada;
d) a afirmação está errada, pois o Oriente Médio situa-se a leste do
continente asiático;
e) a afirmação está correta e o mapa contempla a definição.
Resposta: B
Questão 13
(UFSCar , 2006) Apesar de se considerarem defensores da democracia e do
direito à autodeterminação dos povos, os Estados Unidos da América, desde
o século XIX, executam uma ação imperialista agressiva, com intervenção
política e/ou militar em diversos países e regiões. Na tabela, procura-se
relacionar algumas áreas e formas de intervenção imperialista estadunidense
com possíveis ações empreendidas por esse país.
Conflito
I
Nicarágua
II
Guerra do Golfo
III
Guerra Irã-Iraque
IV
Afeganistão
Ação
Apoio aos guerrilheiros antissandinistas para
derrubar governo de orientação socialista
Defesa do Kuwait contra a invasão de tropas
sauditas e iranianas
Apoio militar e político ao governo iraniano contra
o governo totalitário de Saddam Hussein
Derrubada do governo Taliban e ascensão de
um governo pró-EUA
Estão corretas apenas: a) I e II; b) I e IV; c) II e III; d) I, III e IV; e) II, III e IV.
ESCALA
Elat
a) 1
b) 4
c) 2
d) 3
e) 2 e 3
Resposta: D
JORDÂNIA
4
O plano envolve a transferência de 8,5 mil pessoas, 38
sinagogas e 48 túmulos.”
Qual o número que identifica
a região em questão, alvo de
disputas entre palestinos e
judeus desde 1967 e devolvida em agosto à Autoridade
Palestina?:
Mar Mediterrâneo
Oceano
Índico
Áden
Golfo de
42 km
Resposta: B
Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES
41
Tema 2
q
Ciências Humanas
A Rússia na
Atualidade
referências no GUIA
Internacional: “A potência renasce”, págs. 80–85; “Nos tempos da Guerra Fria”, págs. 86–87
Competências E HABILIDADES
k Compreender as diferentes formas de organização social e política das nações e dos grupos
étnicos que compuseram a Federação Russa, considerando suas dimensões materiais e culturais.
k Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações para compreender
contextos histórico-geográficos responsáveis pela atual situação da Federação Russa no
cenário internacional.
k Interpretar e construir mapas.
k Extrair informações relevantes em gráficos, mapas e tabelas, com base em informações
sobre o período da Guerra Fria.
k Contextualizar e ordenar eventos, compreendendo a importância dos fatores socioculturais
que os envolvem.
k Elaborar resumos e sinopses como forma de sintetizar ideias e argumentar de maneira consistente.
Número de aulas previstas: 4
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Etapa 1 | Elaboração de resumos ou quadros-síntese
Resumo do texto
A referência “Nos tempos da Guerra Fria” apresenta uma
sequên­cia de fatos e conceitos que exemplificam de forma
abrangente o período bipolar característico da denominada velha
ordem mundial e os fatores responsáveis pela sua desintegração.
Propomos que os alunos trabalhem o texto elaborando um resumo
das informações e dos conceitos apresentados.
k INTERNACIONAL Federação Russa
p
Resumo
O resumo consiste numa exposição sintetizada de um
acontecimento ou de uma série de acontecimentos, das características básicas de alguma coisa, com a finalidade de
transmitir uma ideia geral sobre seu sentido.
Pode ser feito em forma de texto ou quadro sinótico. A sinopse é um resumo esquemático que permite a apreensão das
informações essenciais em um único golpe de vista. É por isso
que as sinopses são apresentadas em fichas. Cabe ao professor
sugerir um modelo de ficha para cada tema proposto.
Federação Russa
NOS TEMPOS DA
GUERRA FRIA
NOVO PRESIDENTE Dmitri Medvedev
é o novo presidente russo. Ele é afilhado político do ex-presidente Vladimir
Putin, escolhido primeiro-ministro do
país. Os oito anos em que Putin ficou
na Presidência foram marcados pela
recuperação da economia russa, pelas
denúncias de violação da democracia
e pela intolerância política.
A extinta União Soviética ocupava papel central na política
internacional, como principal opositor dos EUA, num
confronto que polarizou o mundo entre o bloco capitalista e o
comunista por mais de 40 anos, após o fim da II Guerra
86
(a partir de 1962) e Vietnã. A China estava
bem longe de ser a potência econômica
de hoje e se achava mais preocupada em
consolidar o regime internamente. Atuava
externamente junto aos vizinhos asiáticos,
mas, desde 1960, mantinha uma relação
tensa com Moscou. Houve, ainda, uma
tentativa de países em desenvolvimento
de formar um terceiro pólo: o Movimento
dos Países Não-Alinhados, do qual o Brasil
fazia parte, mas que nunca se constituiu
num grupo coeso e atuante.
Cortina de Ferro
A Guerra Fria foi iniciada logo após o fim
da II Guerra Mundial. A fronteira entre a
Europa Ocidental e os países do Leste era
chamada de Cortina de Ferro, expressão
lançada num célebre discurso do primeiroministro britânico Winston Churchill, em
Fulton (EUA), em março de 1946, no qual
propôs a formação de uma aliança para combater o avanço do comunismo, segundo ele
a grande ameaça que pairava sobre o mundo
após a guerra. A Cortina de Ferro incluía os
países que haviam ficado sob a influência
da URSS na divisão do mundo feita entre
os países vencedores da II Guerra Mundial,
nos acordos de Yalta e Potsdam.
Essa partição da Europa entre Ocidental
e Oriental era simbolizada pela divisão da
Alemanha em duas e, mais especificamente, a partir de 1961, pelo Muro de Berlim.
A cidade, que ficava na Alemanha Oriental
(comunista), havia sido dividida após a
guerra em quatro zonas, sob controle de
cada uma das quatro potências ocupantes
– EUA, URSS, Reino Unido e França –, os
países vencedores da guerra. Em 1961, o
governo alemão oriental, para estancar o
fluxo de refugiados para o lado ocidental
da cidade, construiu o muro cortando Berlim ao meio para impedir o livre trânsito
entre as duas partes.
Conflitos esparsos
O termo Guerra Fria se origina da contraposição à guerra quente, isto é, à guerra de
fato. Isso porque, diante do temor de uma
guerra nuclear devastadora, os dois blocos
não se enfrentavam diretamente.
Desse modo, o Terceiro Mundo – expressão da época para indicar os países
pobres e em desenvolvimento – era o palco
principal de confrontos militares abertos
entre os blocos. Forças em choque nas
guerras civis e em movimentos anticoloniais na América Latina, na África e na
Ásia acabavam se alinhando a um ou outro
bloco, em busca de apoio, como ocorreu
em Angola, Moçambique, Vietnã, Coréia,
Nicarágua e El Salvador.
O temor de que a América Latina caísse
sob influência do comunismo levou os
Estados Unidos a apoiar sangrentas ditaduras militares na região nos anos 1960
GUIA DO ESTUDANTE
14. Fed_Russa+Guerra Fria.indd 86-87
42
Etapa 2 | Resolvendo questões de interpretação do texto
ERA SOVIÉTICA A Revolução Russa, em
1917, marcou o século XX. Foi quando
nasceu a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), o primeiro país comunista do mundo. A URSS tornou-se uma
grande potência, que chegou a rivalizar,
após a II Guerra Mundial, com os EUA, no
episódio conhecido como Guerra Fria.
Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES
1. Após a leitura e a síntese do texto, responda:
TRANSIÇÃO CAPITALISTA Com o fim
da URSS, a Federação Russa restaura o
capitalismo, em 1992, com abertura econômica e privatizações. Há uma década
de crise, com moratória da dívida externa, PIB em declínio e desemprego.
AP
O
grande símbolo do fim da Guerra Fria foi a queda do Muro de
Berlim, em novembro de 1989.
No fim daquele ano, as autoridades de
fronteira não puderam mais impedir a
população de passar pelo muro que dividia a cidade de Berlim ao meio, metade
sob governo da Alemanha Ocidental e
outra parte em território da Alemanha
Oriental. A divisão do país vinha desde o fim da II Guerra Mundial (1945),
embora o muro tenha sido construído
apenas em 1961.
O Muro de Berlim simbolizava a separação do mundo em dois blocos: aquele constituído pelos países capitalistas
encabeçados pelos Estados Unidos e o
de países socialistas ligados à extinta
União Soviética (URSS). A seguir, foi
dado o golpe de misericórdia na Guerra
Fria: a queda dos regimes comunistas do
Leste Europeu resultou na desagregação
da Iugoslávia, da Tchecoslováquia e da
União Soviética, a partir de 1991.
A Guerra Fria foi o confronto ideológico, político, econômico e militar entre o
bloco capitalista e o comunista. Por causa
dessa divisão em dois blocos, ou dois
pólos, dizia-se que o mundo da segunda
metade do século XX era bipolar.
O bloco capitalista era formado pelos
Estados Unidos, pelos países da Europa
Ocidental – reunidos na Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos norte-americanos – e pelo Japão. O bloco comunista
era formado pela URSS e por seus países
satélites do Leste Europeu – reunidos
no Pacto de Varsóvia, a aliança militar
soviética –, além de países como Cuba
NA PRAÇA VERMELHA
e 1970, especialmente após a
Em Moscou, a parada
Queda do muro
Revolução Cubana (1959). O
No fim dos anos 1970, estamilitar em 1º de maio de
continente era visto por Wava claro que o bloco soviético
1964. Na faixa: “Rumo
shington como sua “área de
tinha dificuldade em acomà vitória do comunismo”
influência” desde o começo
panhar o ritmo econômico
do século XX.
do Ocidente. Três personagens marcaram o período: o presidente
Já a URSS mantinha sob rígida vigiRonald Reagan, dos EUA, cuja corrida
lância o regime de seus países aliados,
invadindo-os para reprimir as tentaarmamentista forçou a URSS a elevar seu
tivas de rebelião política na Hungria
gasto militar e acabou por quebrar o país;
(1956) e na Tchecoslováquia (1968),
o papa João Paulo II, que estimulou a
bem como para controlar o governo
contestação do regime comunista em sua
do Afeganistão (1979-1989).
Polônia natal; e o líder soviético Mikhail
O momento mais tenso da Guerra
Gorbatchev, que iniciou o processo de
Fria foi o da crise dos mísseis em Cuba.
abertura política (glasnost) e liberalização
econômica (perestroika) na URSS.
Em 1962, a URSS instalou secretamente
O desfecho ocorreu a partir de 1989. Sob
mísseis nucleares na ilha, que estava sob
pressão de manifestações pró-democracia,
sua influência desde a aproximação com
o regime de Fidel Castro, em 1961. Os
os governos dos países comunistas foram
mísseis poderiam atingir Washington em
enfraquecendo. Em novembro houve a quepoucos minutos. Os norte-americanos
da do Muro de Berlim. A Alemanha reunidescobriram, e o presidente John Kenneficou-se em 1990. Em 31 de dezembro de
dy ordenou um bloqueio naval de Cuba.
1991, a URSS deixou de existir. A Federação
Russa manteve 75% do território, metade
Moscou chegou a enviar uma frota para
um confronto, mas o líder soviético Nikita
da população e boa parte dos recursos e do
Khruschov cedeu e retirou os mísseis.
arsenal militar convencional e atômico. u
POTÊNCIA ENERGÉTICA Hoje, o trunfo
da Federação Russa são os recursos energéticos. O país é o maior produtor de gás
natural do mundo e está entre os mais
importantes de carvão e petróleo. O setor
impulsionou o crescimento do país.
ECONOMIA EM EXPANSÃO Assim como
Brasil, China e Índia, a Federação Russa
é um dos mais importantes países em
desenvolvimento do mundo. Apesar de
problemas como corrupção e inflação, em
2007 o crescimento do PIB foi de 8,1%.
TENSÃO COM OS EUA Há divergências
entre os dois países, como o escudo antimísseis que os EUA querem instalar
na Europa do Leste e a questão de Kosovo, que quer se separar da Sérvia.
CHECHÊNIA A Federação Russa tem
21 repúblicas, dez distritos e uma região autônoma. Esses territórios têm
governo local e autonomia parcial.
Há focos de tensão, sendo o principal
na república da Chechênia, que luta
pela independência.
ATUALIDADES VESTIBULAR 2009
87
24.07.08 15:12:57
Questão 1
Por que o autor do texto afirma que o Muro de Berlim pode ser considerado
o grande símbolo da Guerra Fria? Justifique sua resposta.
O Muro de Berlim foi construído para evitar a fuga de pessoas do lado
oriental de Berlim, área então sob controle soviético e socialista, para
a Berlim ocidental, controlada pelos países ocidentais capitalistas. A
construção do muro representou fisicamente a separação ideológica
entre EUA e URSS, países responsáveis pelo sistema bipolar, no qual
cada uma das partes representava forças opostas sustentadas por
diferentes sistemas econômicos.
8. Início da II Guerra Mundial
9. Primavera de Praga
10. Churchill utiliza a expressão “cortina de ferro”
Questão 2
Explique o significado do termo Guerra Fria e exemplifique ações
representativas desse período.
O termo Guerra Fria originou-se em contraposição ao termo guerra
quente, ou seja, à guerra de fato. Como cada uma das partes possuía
grande arsenal nuclear, capaz de produzir um conflito de proporções
devastadoras, os dois blocos não se enfrentavam diretamente, mas
agiam apoiando movimentos de contraposição em outros países.
Exemplos significativos do período da Guerra Fria podem ser observados na história de países como Cuba, Angola, Moçambique, assim
como em diversos outros países.
Vertical
III. Crise dos mísseis em Cuba
VI. Construção do Muro de Berlim
VII. Queda do Muro de Berlim
VIII. Revolução Cubana
IX. Rebelião política na Hungria
Questão 3
Considerando o período da Guerra Fria, dê exemplos de países e organizações político-militares, representativos do bloco capitalista e
do socialista.
No bloco capitalista, países da Europa Ocidental e alianças militares
como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No bloco
socialista, países do Leste Europeu e organizações como o Conselho
para Assistência Econômica Mútua (Comecon) e Pacto de Varsóvia.
Questão 4
Qual evento geopolítico pode ser considerado a extensão da Guerra Fria
no continente americano? Analise as formas de atuação e os interesses
dos EUA e da URSS durante esse período.
O momento mais tenso da Guerra Fria no continente americano
ocorreu com a crise dos mísseis com Cuba. Em 1962, a URSS instalou
secretamente mísseis nucleares na ilha, que estava sob sua influência desde a aproximação com o regime de Fidel Castro, em 1961. Os
mísseis poderiam atingir Washington, e o governo norte-americano
determinou o bloqueio naval a Cuba. O governo soviético chegou a
enviar uma frota para o Atlântico, porém o risco de um conflito de
grandes proporções fez com que um acordo secreto fosse assumido
pelo governo dos EUA e pelo da URSS. A URSS retirou os mísseis e os
EUA se comprometeram a não invadir Cuba.
Questão 5
Por que para muitos cientistas políticos a queda do Muro de Berlim
representou o advento de uma nova ordem mundial?
A queda do Muro de Berlim, em 1989, mostrou a fragilidade da URSS
diante das grandes mudanças que estavam ocorrendo no Leste Europeu.
A queda evidenciou o enfraquecimento da URSS, que se desintegrou
no fim de 1991.
Questão 6
Cruzada do tempo
Observação: Caso não seja possível imprimir a cruzada para os alunos,
sugere-se ao professor que oriente os alunos para que a reproduzam
numa folha de papel milimetrado.
Horizontal
1. Término da II Guerra Mundial
4. Reunificação da Alemanha
7. Desintegração da URSS
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
1
9
5
9
9
4
5
9
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Solução:
I
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
9
1
9
6
2
9
8
3
1
9
6
1
1
9
8
9
9
9
4
1
9
5
6
Etapa 3 | Elaboração de linha do tempo
A linha do tempo é utilizada para organizar cronologicamente dados, fatos e/ou informações acerca de um período
ou momento da história da humanidade. Para construí-la,
sugerimos dividir os alunos em grupos e seguir os seguintes
procedimentos:
k Ler previamente o texto “A potência renasce”, páginas
80–83, e destacar os principais eventos.
k Organizar os eventos e/ou informações relevantes, considerando o século e a década em que ocorreram.
k Adicionar ilustrações e imagens representativas dos
eventos e informações.
Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES
43
Questão 7
(Fuvest, 2009) O conflito envolvendo Geórgia e Rússia, aprofundado em
2008, foi marcado por ampla repercussão internacional. Outros conflitos,
envolvendo países da ex-União Soviética, também ocorreram.
k INTERNACIONAL Federação Russa
Ciências Humanas
A POTÊNCIA
RENASCE
Com a economia em expansão e grandes
reservas energéticas, a Federação Russa volta
a ser um dos principais personagens da política
internacional. Mas ainda enfrenta problemas
típicos de um país em desenvolvimento
Por Denise Odorissi
q
o início de 2008, a população russa elegeu um novo presidente,
Dmitri Medvedev, um advogado
de 42 anos. Afilhado político do ex-presidente Vladimir Putin, Medvedev venceu
com larga vantagem de votos, numa das
eleições presidenciais mais controversas
desde o fim da União Soviética (URSS).
Entretanto, Putin não saiu de cena. Impedido pela Constituição de candidatar-se
a um terceiro cargo consecutivo, foi nomeado primeiro-ministro, depois de ter
sido indicado por Medvedev e aprovado
pelo Parlamento.
Enquanto o presidente russo é o chefe
de Estado, o primeiro-ministro é o chefe de governo. Isso significa que Putin
ainda tem papel significativo nos rumos
da Federação Russa, na qual o primeiro-ministro é um articulador político,
além de ser responsável pelas medidas
administrativas. É também quem assume
a Presidência interinamente sempre que
necessário – como ocorreu com o próprio
Putin em 1999, quando era primeiro-ministro de Boris Yeltsin.
As manobras de Putin para permanecer no poder começaram no ano passado.
A primeira delas foi a escolha de Medvedev como candidato à sucessão, um
aliado leal de Putin e sem base política
forte. Em seguida, Putin baixou decretos
que aumentavam a autonomia do primeiro-ministro e foi escolhido líder do
partido governista Rússia Unida. Com o
controle de dois terços do Parlamento,
a organização possui votos suficientes
para determinar o rumo de uma eventual
reforma na Constituição.
80
Constituinte
Putin deixou a Presidência depois de
oito anos, divididos em dois mandatos.
Agora, com a dupla Medvedev-Putin no
comando, pouca coisa deve mudar no
país. O ex-presidente teria planos, inclusive, de se candidatar novamente ao
cargo em 2012.
Medvedev fez alguns discursos em
que prometeu combater a corrupção
e estabelecer um estado de direito, ou
seja, aquele em que todos os cidadãos,
inclusive autoridades, estão submetidos
à mesma lei. Ainda não se sabe como
Medvedev pretende trabalhar nesses
objetivos estando tão “amarrado” a Putin,
que nos seus dois mandatos deu pouca
importância às liberdades individuais
e à transparência do governo. A gestão
dele chegou ao fim com marcas graves,
como a fragilização da democracia e a
intolerância política. As eleições que
colocaram Medvedev no poder foram
as mais controladas pelo Kremlin (nome
da sede do governo russo) desde a era
soviética. Houve denúncias de fraudes e
alteração de cédulas e urnas para favorecer o candidato do governo, bem como
relatos de intimidação de pessoas que não
foram votar (na Federação Russa, assim
como na maioria dos países, o voto não
é obrigatório).
O país também é criticado por organismos internacionais por abuso dos
direitos humanos na Chechênia e pela
intolerância política. São freqüentes os
casos de violência contra opositores do
governo. Um exemplo é a jornalista Anna
Politkovskaya, famosa no país pelas críti-
AFP/ARTYOM KOROTAYEV
N
cas a Putin e por denunciar os excessos
cometidos pelas forças russas contra os
chechenos. Em outubro de 2006, ela foi
encontrada morta a tiros no prédio em
que morava, em Moscou, em circunstâncias nunca esclarecidas. Opositores
do governo russo acusam Putin de envolvimento em sua morte.
Era soviética
A Federação Russa ainda é bastante
marcada pelo regime comunista, sob o
qual o país viveu durante a maior parte
do século XX. O marco do regime foi a
Revolução de 1917. Até aquela época, a
Rússia era um país atrasado. As relações
feudais ainda predominavam e o poder
estava nas mãos da nobreza – representada pelo imperador russo, o czar – e da
RÚSSIA
ROCK EM MOSCOU
russo –, a Revolução de Outubro
Membros da juventude
seguindo quem divergisse dele.
instaurou a ditadura do proletaNo fim da década de 1920, com
de apoio a Medvedev
riado, sob a liderança do Partido
sua política de coletivização forfestejam, com um
Bolchevique (mais tarde, Parçada de terras, provocou a morshow na praça
tido Comunista), dirigido por
te de 10 milhões de camponeses
Vermelha, a vitória do
Vladimir Lênin. Houve quatro
por fome ou executados.
candidato sustentado
Apesar do extermínio de
anos de guerra civil, nos quais
pelo presidente
o recém-criado Exército Ver20 milhões de soviéticos, a
Putin, em 2008
melho se enfrentou com uma
União Soviética saiu vitoriocoligação de tropas estrangeisa da II Guerra Mundial e
ras com o Exército Branco, montado pelos
tornou-se a segunda maior potência do
setores contrários à revolução. Em 1922
planeta. Chegou a rivalizar com os Estafoi estabelecida a União das Repúblicas
dos Unidos (EUA), por mais de 40 anos,
Socialistas Soviéticas (URSS), o primeiro
no episódio conhecido como Guerra
país comunista do mundo.
Fria. Os dois blocos desenvolveram uma
luta ideológica, procurando demonstrar
Seguiu-se um período de grande crescimento econômico. Em 1924, com a morte de
a superioridade de seu regime em camLênin, subiu ao poder Josef Stálin, que, aos
pos diferenciados, como a força bélica,
poucos, implantou um regime de terror, pera corrida espacial e os esportes.
Igreja Ortodoxa russa, grandes detentoras de terras. A população rural compunha 80% dos habitantes e vivia numa
semi-servidão, o que levou ao surgimento
de lutas pela distribuição de terras aos
camponeses. Ao mesmo tempo, o avanço
da industrialização nos centros urbanos
fez crescer o número de operários.
Uma agravante da crise foi a participação
do país na I Guerra Mundial, iniciada em
1914. As populações urbanas, atingidas pela
fome e pela penúria, organizaram protestos
por todo o país. No terceiro ano do conflito
estourou a Revolução Russa. A transição
para o socialismo iniciou-se em 27 de fevereiro de 1917, pelo calendário russo (12 de
março, no ocidental), com a Revolução de
Fevereiro, que forçou a abdicação do czar.
Em 25 de outubro – também pelo calendário
GUIA DO ESTUDANTE
ATUALIDADES VESTIBULAR 2009
14. Fed_Russa+Guerra Fria.indd 80-81
ESTÔNIA
LETÔNIA
LITUÂNIA
BELARUS
UCRÂNIA
MOLDÁVIA
CAZAQUISTÃO
GEÓRGIA
81
UZBEQUISTÃO
AZERBAIDJÃO
ARMÊNIA
TURCOMENISTÃO
24.07.08 15:09:46
QUIRGUISTÃO
TADJIQUISTÃO
k INTERNACIONAL Federação Russa
A base da economia
russa é a produção de
energia, pois o país é um
gigante no gás natural, no
petróleo e no carvão
Svalbard
(Nor.)
Murmansk
FINLÂNDIA
LETÔNIA
9
Kaliningrado LITUÂNIA ESTÔNIA
São
Petersburgo
BÉLGICA
Novgorod Lago
i
Mar Báltico
Dn eper
Onezhskoye
Moscou
UCRÂNIA
RÚSSIA
Sergiyev Posad
Nijni Novgorod
Vladimir
10
Don
Mar
Negro
Volga
8
16
Omsk
Novosibirsk
país é hoje o maior produtor de gás natural e um dos mais importantes de carvão
e petróleo. A estatal Gazprom fornece
um quarto de todo o gás consumido pela
União Européia (UE), e isso dá um significativo poder de pressão à nação.
Os russos também avançam na produção
de energia nuclear. Antes de sair da Presidência, Putin assinou com os EUA um
acordo de cooperação civil que vai ampliar o
comércio entre empresas do setor das duas
maiores potências atômicas do mundo. Esse
acordo facilitará o acesso norte-americano às enormes reservas russas de urânio e
permitirá à Federação Russa penetrar no
mercado de energia nuclear dos EUA.
Mar de
Okhotsk
Yuzhno
Sakhalinsk
o
27
LAGO
BAIKAL
32
30
29
28
26
Mar
PLATON/WPP 2008/DIVULGAÇÃO
A recuperação atingiu não apenas o setor
do petróleo, o mais importante da economia russa, como também o de máquinas,
a metalurgia e a indústria de alimentos.
Porém, o processo de privatização das empresas concentrou os setores essenciais da
economia em poucas mãos. E pior: o crime
organizado ganhou espaço, com a formação
de máfias que assumiram o controle de importantes conglomerados, o que provocou
instabilidade na economia.
Mesmo assim, a importância mundial
dos recursos energéticos é o grande trunfo
usado pelo governo russo para recuperar
a relevância no cenário internacional. O
Petropavlovsk
Yakutsk
Vostochnyy
CHINA
31
Vladivostok
MONGÓLIA
JAPÃO
Japão
Potência energética
Len
á
23
22
Mar do
HOMEM DE GELO Atual primeiro-ministro, Vladimir Putin presidiu a Federação Russa por dois mandatos e é
considerado o grande líder político nacional. A foto, da revista Time, ganhou o World Press Photo 2008
Magadan
SIBÉRIA
20
19
Yekaterinburgo
Chelyabinsk
CAZAQUISTÃO
a) Explique a relação entre o fim da União Soviética e a proliferação
de movimentos separatistas na região.
Com o fim da URSS, diversos movimentos separatistas até então
represados pela forte presença militar da Rússia emergiram e
territórios historicamente anexados, que apresentavam grande
diversidade étnica e religiosa, buscaram sua independência. Deve-se
considerar também o intenso processo de russificação promovido
durante a era stalinista, responsável por dificultar ainda mais a
possibilidade de independência desses povos.
17
18
14
Cáspi
5
13
Kazan
15
Samara
Ufa
25
ei
3
11 12
Mar
de
Bering
24
21
Obi
2
Ural
1
GEÓRGIA 4 6
7
ARMÊNIA
Sumgait
Arkhangel'sk
Vologda
Ilhas da
Nova Sibéria
Terra do
Norte
Nova Zemlya
Ilhas Solovetsky
Ieniss
Em 1982, a morte do líder soviético linha-dura Leonid Bréjnev marca o início
de um processo de enfraquecimento do
regime. Naquele período, a escalada dos
gastos armamentistas dos norte-americanos
pressionava muito a URSS, que, para manter suas posições, enviava ao setor bélico
recursos que faziam falta em várias áreas.
Três anos depois, com a subida ao poder
do líder soviético Mikhail Gorbatchov, a
disputa entre as superpotências começou a
diminuir. O símbolo do fim da Guerra Fria é
a mobilização da população alemã nas ruas,
levando à queda do Muro de Berlim, em
1989, que dividia o país em dois Estados: a
Alemanha Oriental – comunista, sob influência soviética – e a Alemanha Ocidental
– capitalista, alinhada com os EUA.
Com o governo comunista em crise, Gorbatchov deu início a reformas na URSS.
Instituiu a perestroika (reestruturação), um
conjunto de mudanças que abriu o país ao
capitalismo, e a glasnost (transparência), que
levou ao abrandamento da censura. Em 1991,
repúblicas da URSS começam a declarar
independência. Gorbatchov, então, renuncia,
e a União Soviética deixa de existir.
Com a ascensão de Boris Iéltsin e a
criação da Comunidade dos Estados
Independentes (CEI), começa a grande
transformação da economia planificada
– em que as grandes fábricas e fazendas
eram propriedades do Estado – para uma
economia capitalista. Iéltsin, presidente
russo durante quase toda a década de 1990,
privatizou as empresas estatais, transferindo-as para as mãos de particulares, e abriu a
economia do país. O processo foi doloroso:
em 1998, após seis anos de privatizações e
liberalização econômica, o Produto Interno
Bruto (PIB) e a renda per capita desabaram, enquanto o desemprego mais do que
dobrou. A crise da Federação Russa teve
impacto na economia global. A situação foi
amenizada com empréstimos do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e a alta no
preço do petróleo, que a Federação Russa
exporta em grande quantidade.
Mar
nts
de Bare
UR
AIS
Transição
82
Mar Glacial Ártico
Terra de
Francisco José
SUÉCIA
REPÚBLICAS (RA) E DISTRITOS (DA) AUTÔNOMOS DA FEDERAÇÃO RUSSA: 1) RA de Adiguéia, 2) RA dos Karatchais-Tcherkesses, 3) RA de Kabardino-Balkária, 4) RA da Ossétia
do Norte, 5) RA da Chechênia, 6) RA da Inguchétia, 7) RA do Daguestão, 8) RA da Calmúquia, 9) RA da Carélia, 10) RA da Mordóvia, 11) RA da Tichuváquia, 12) RA dos
Maris, 13) RA da Udmórtia, 14) DA dos Komis-Permiaks, 15) RA da Tartária, 16) RA de Bashkortostão, 17) DA de Niniets, 18) RA dos Komis, 19) DA de Khanti-Mansi,
20) DA de Iamaio-Neniets, 21) DA de Taimir, 22) DA de Evenki, 23) RA da Iakútia, 24) DA dos Tchaktches, 25) DA de Koriaks, 26) RA do Alto-Altai, 27) RA dos
Khakasses, 28) RA de Tuva, 29) DA de Buriatas de Ust-Ordinsk, 30) RA da Buriátia, 31) DA de Buriatas de Aguinskoie, 32) Região Autônoma dos Judeus
Economia está em recuperação
Quando analisamos o gráfico abaixo,
sobre a economia russa, vemos que as
três barras relativas a 1992 (ano seguinte ao do fim do comunismo) mostram
um país com baixo nível de desemprego,
enquanto o PIB e a renda per capita
são relativamente altos. O cenário
é bem diferente em 1998, após seis
anos de privatizações e liberalização
econômica: o PIB e a renda per capita
desabaram, enquanto o desemprego
mais do que dobrou. É o cenário de uma
catástrofe econômica.
O gráfico mostra, também, que nos últimos anos a economia russa está em recuperação. As três barras laranja, relativas
a 2003, demonstram um aumento do
PIB e da renda per capita e uma relativa
redução nos níveis de desemprego, o que
se mantém em 2004. Em 2005 (últimos
dados disponíveis), o PIB – total de ri-
quezas produzidas pelo país – aumentou
cerca de 30% em relação ao ano anterior.
A renda per capita também registrou
crescimento semelhante. A taxa de desemprego, porém, não voltou mais aos
níveis baixos de 1992.
EVOLUÇÃO DA ECONOMIA RUSSA
PIB
(em bilhões de dólares)
800
Renda per capita
(em dólares)
Desemprego
(em % da força de trabalho)
15
13,3
4000
600
500
4.460
4500
763,7
700
3500
581,4
3.400
3.080
3000
433,5
442
12
2.610
2500
8,9
9
7,6 7,2
2.140
400
2000
300
6
271
5,2
1500
200
1000
100
500
0
0
1992 1998 2003 2004 2005
3
0
1992 1998 2003 2004 2005
1992 1998 2003 2004 2005
Fontes: Banco Mundial e Organização Internacional do Trabalho
GUIA DO ESTUDANTE
ATUALIDADES VESTIBULAR 2009
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83
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k INTERNACIONAL Federação Russa
A Federação Russa começa também a
recuperar sua importância estratégica. Com
o maior território nacional do mundo, é o
único país com capacidade de intervenção
por terra, por meio das próprias fronteiras,
em toda a Ásia e a Europa. O setor bélico tem
recebido investimentos pesados para reverter o colapso das Forças Armadas russas nos
anos 1980 e 1990. Desde 2000, o orçamento
militar anual subiu de 5,9 bilhões de dólares
para 35,2 bilhões de dólares. Estima-se que
o país tenha 14 mil bombas nucleares, cujo
arsenal foi herdado da ex-URSS.
Hoje, o país enfrenta contrastes e problemas típicos de nações em desenvolvimento,
como criminalidade, desemprego e poluição
ambiental. Se por um lado o presidente Dmitri Medvedev vai ter de enfrentar desafios
como a corrupção e a inflação beirando 12%
ao ano, por outro ele herda uma economia
em expansão. Em 2007, o PIB da nação
entre 2000 e 2007. A Federação
Russa também já possui a terceira
maior reserva em moeda estrangeira do mundo. Ao lado do Brasil,
da Índia e da China, a Federação
Russa é considerada uma das quatro nações em desenvolvimento
mais importantes do planeta. Esse
grupo de emergentes é designado
pela sigla Bric.
AFP/ALEXEY SAZONOV
O PADRINHO
O apoio de Putin a
Medvedev, como
mostra o cartaz, foi
decisivo para eleger
presidente um político
sem muita projeção
Tensão com os EUA
cresceu 8,1%, o melhor desempenho dos
últimos anos. A taxa de desemprego vem
caindo gradativamente e fechou em 6,1% no
ano passado, menor que a de alguns países
da UE, e os salários cresceram seis vezes
Saiu na imprensa
MEDVEDEV HERDA RÚSSIA
MAIS RICA E MENOS LIVRE
A Rússia está no limiar de uma transição histórica. O novo presidente, Dmitri Medvedev, 42, que assume o poder
nesta quarta-feira, será o mais jovem
líder russo desde o último czar, Nicolau
2º, que subiu ao trono aos 26, em 1894.
E, pela primeira vez, o chefe de Estado
não deixará o poder no caixão, doente ou à força. Em lugar disso, Vladimir
Putin completará seu mandato como
requer a Constituição e no auge de seu
poder e de sua popularidade. (...)
O novo presidente está herdando um
país transformado, para o bem e para o
mal, nos oito anos transcorridos desde
que Putin assumiu. O crescimento econômico anual tem mantido a média de
7%. Propelido primeiro pela retomada
do valor do rublo depois da crise finan-
84
ceira de 1998 e depois pelos preços recordes de energia e matéria-prima, ele
vem sendo sustentado por um boom de
consumo e investimento. (...)
A estabilidade e a prosperidade russas
foram acompanhadas por uma erosão
da democracia, da liberdade de imprensa e da sociedade civil. Ainda que Putin
esteja cumprindo a Constituição e deixando o cargo, ele só o está fazendo
após uma série de medidas repressivas
para assegurar uma transição suave em
benefício do sucessor que escolheu e
sufocar o surgimento de um candidato
de oposição competitivo. (...)
Graças às medidas oficiais de interferência e às suas disputas internas, a oposição
democrática está desestruturada e sem
esperança. Não conta nem mesmo com
representação no Parlamento.
Financial Times, 4/5/2008
A Guerra Fria acabou, mas os
líderes russos e norte-americanos
vêm protagonizando troca de farpas que lembram os acontecimentos de 20 anos atrás. O principal motivo é
o avanço dos EUA em direção às nações
da antiga Cortina de Ferro, região que era
zona de influência direta dos soviéticos. O
governo de George W. Bush está ampliando
a presença militar e política na Europa do
Leste – muitos dos ex-países comunistas
são membros da aliança militar ocidental,
a Otan, liderada pelos EUA. Sua ofensiva
diplomática e econômica atinge inclusive
nações que integravam a antiga União
Soviética. Exemplo disso foi o apoio e
o financiamento dos norte-americanos
(e também da UE) a movimentos por
democracia e contra governantes considerados corruptos na Geórgia e na Ucrânia.
Também se prevê a construção de novas
bases da Otan na Bulgária e na Romênia.
Um dos motivos mais recentes para
o nervosismo de Putin foi o anúncio de
que o governo norte-americano planeja
instalar um sistema de escudos antimísseis
na República Tcheca e na Polônia (países
que já integram a Otan). O objetivo oficial
é a defesa contra possíveis ataques de
mísseis do Irã e da Coréia do Norte. O
governo russo, no entanto, diz sentir-se
diretamente ameaçado pela colocação do
sistema. Putin advertiu os EUA para a possibilidade de haver uma corrida nuclear
caso insistam no projeto, além de ameaçar
apontar mísseis russos contra cidades da
Europa como forma de defesa.
Caldeirão étnico
A palavra federação no nome do país
indica um enorme guarda-chuva que
abriga cerca de 130 povos pertencentes a
21 repúblicas, dez distritos e uma região
autônoma. Esses territórios têm governo
local e autonomia parcial no interior do
Estado russo – e a Rússia, território do
oeste do país, na porção européia, é a
república mais forte e importante, que
abriga a capital, Moscou.
Fora da área da Rússia propriamente
dita, russos étnicos compõem a maioria
da população em vários lugares. Há diversos focos de tensão no país. Um dos
piores encontra-se no norte do Cáucaso,
que abrange a Chechênia, república de
maioria muçulmana que luta pela independência.
O conflito remonta à época soviética,
quando milhares de chechenos foram
obrigados a mudar-se para outras regiões,
enquanto a Chechênia era colonizada por
imigrantes russos (a “russificação”). Com o
tempo, os chechenos começaram a voltar
para casa, e instalou-se um conflito. Com
o fim da URSS, declararam independência.
A Federação Russa não aceitou e, em 1994,
mandou tropas para a república. Seguiramse duas guerras sangrentas, que deixaram
mais de 100 mil mortos. A partir daí, há uma
instabilidade permanente, com ataques
terroristas dos rebeldes dentro e fora dos
limites da Chechênia.
O governo russo não aceita negociar
a independência chechena pelo medo
da desagregação nacional. Outros povos
da Federação Russa também alimentam
anseios separatistas. Além disso, o controle da rota do petróleo torna o Cáucaso
importantíssimo para o Estado russo.
Kosovo: novo país?
Outra divergência entre a Federação
Russa e os Estados Unidos está relacionada com Kosovo, província da Sérvia
que em fevereiro passado declarou independência. A medida provocou violentos
protestos da minoria sérvia que habita a
região (90% dos kosovares são da etnia
albanesa). A Federação Russa (o principal
aliado da Sérvia) condenou a decisão e
chegou a convocar o Conselho de Segurança da ONU para tentar invalidar
a independência da província. Um dos
motivos é o temor de que a medida crie
precedente para outros conflitos separatistas, como os que o governo russo en-
GUIA DO ESTUDANTE
14. Fed_Russa+Guerra Fria.indd 84-85
Tensão na Geórgia
A Federação Russa e a Geórgia têm relações diplomáticas complicadas. São
problemas associados aos conflitos na
Ossétia do Sul e na Abkházia (veja o
mapa), regiões da Geórgia fortemente
influenciadas por Moscou e que lutam
pela independência desde 1990.
A tensão vem desde antes da derrocada
da URSS, quando movimentos nacionalistas na Geórgia começaram a tomar força.
As manifestações eram reprimidas brutalmente pelos militares soviéticos. Desde
então, Moscou é vista como inimiga pelos
georgianos. Até hoje, soldados e negociadores russos estão presentes na Ossétia
do Sul e na Abkházia, maneira de manter
a influência do país na região.
A Geórgia acusa a Federação Russa de
tentar anexar as duas regiões separatistas. Já os russos dizem que a Geórgia
promove uma política externa anti-russos.
Moscou também acusa o governo georgiano de apoiar os rebeldes chechenos com o
envio de suprimentos e reforços.
FED. RUSSA
C Á U
C
ABKHÁZIA
Sokhumi
A
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O
Mte. Kasbek
5.033 m
ALTO SVANETI
Zugdidi
Mar
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OSSÉTIA
DO SUL
Kutaisi
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Batumi
ADJÁRIA
Borjomi
Kür
Mtskheta
Tbilisi
Bolnisi
Territórios autônomos: Abkházia e Adjária
Movimentos separatistas: Abkházia e Ossétia do Sul
Patrimônio cultural
Rustavi
AZERBAIDJÃO
TURQUIA
frenta em seu território. A independência
de Kosovo, entretanto, foi reconhecida
pelos norte-americanos e pela maioria
dos países da União Européia.
Esse é mais um capítulo da desagregação da antiga Iugoslávia, país comunista da região dos Bálcãs, formado como
uma federação de seis repúblicas: Sérvia,
Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegóvina,
Montenegro e Macedônia. Com a queda
do Muro de Berlim (1989) e a desintegração da URSS (1991), a Iugoslávia fragmentou-se. Entre 1991 e 1995 foi palco
de uma guerra sangrenta envolvendo
separatistas eslovenos, croatas e bósnios
e grupos armados sérvios, cujo principal
líder era Slobodan Milosevic.
A Sérvia foi acusada, em 1998, de massacrar a população albanesa de Kosovo.
I
o ri
Ao lado de Brasil, Índia e
China, a Federação Russa
forma o grupo chamado de
Bric, dos mais importantes
países em desenvolvimento
ARMÊNIA
O então presidente dos EUA, Bill Clinton, pressionou Milosevic a interromper
essa política. Sem sucesso, os EUA e seus
aliados europeus recorreram à Otan para
bombardear a Sérvia, em 1999. Milosevic
renunciou, e Kosovo passou a ser protetorado internacional. Foi quando se começou a discutir um plano de independência
para a província, ao qual a Federação
Russa se opôs desde o começo.
Agora, como a nova Constituição kosovar não especifica o papel da missão da
ONU nessa nova situação, criou-se um
impasse. A Otan propõe mandar tropas de
segurança para substituir a atual política
kosovar. Se aprovada, a medida pode
consolidar a influência norte-americana
na região, o que deve ampliar a tensão
entre o governo russo e os EUA.
ATUALIDADES VESTIBULAR 2009
c) Cite outro exemplo de movimento separatista recente nessa região.
São exemplos de separatismos étnicos na região a invasão russa à
Chechênia e os conflitos no Daguestão e Abkhásia
85
24.07.08 15:11:36
Após a conclusão, os grupos deverão apresentar à sala o
resultado do trabalho. Para que não ocorram repetições de
conteúdo, sugere-se ao professor que separe os trabalhos
por décadas, de forma que cada grupo fique responsável por
determinado período.
Etapa 4 | Resolvendo questões
Após a apresentação, os alunos poderão responder às
questões a seguir. Veja algumas sugestões dos vestibulares
com comentários.
44
Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES
b) Explique como a Rússia reagiu ao movimento pela independência
da Ossétia do Sul e aponte as razões que motivaram essa reação.
A Ossétia do Sul fez parte da URSS até 1991. Com a desintegração, esse
território, que pertence ao conjunto de terras da república da Geórgia,
buscou sua independência. A Federação Russa reconheceu a independência da Ossétia do Sul e apoiou tática e militarmente os rebeldes
contra o governo georgiano. A Rússia também atacou bases militares
georgianas, alegando defesa humanitária à Ossétia do Sul. Tal atitude
embute a resposta do governo russo ao alinhamento do governo georgiano à Europa e aos Estados Unidos, pois há grande interesse dos EUA
em manter bases militares da Otan na Geórgia e facilitar o escoamento
de gás natural e petróleo através do território georgiano.
Questão 8
(Unifesp, 2008) Mesmo com dificuldades, a Rússia mantém influên­cia nas
antigas repúblicas da URSS após o seu final. ____________, por exemplo,
depende da importação de gás da Rússia para gerar energia.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
a) A Estônia.
b) O Turcomenistão.
c) A Polônia.
d) A República Tcheca.
e) O Uzbequistão.
Resposta: A
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