Tema 1 Ciências Humanas Oriente Médio referências no GUIA Internacional: “Israel 60 anos”, págs. 55–61; “Riqueza e instabilidade”, págs. 69 –75 q Número de aulas previstas: 4 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM Etapa 1 | Aula dialogada LÍBANO Haifa Telaviv SÍRIA 1967-1979 Estado judeu Território conquistado por Israel Território anexado ao Egito Território administrado pela Jordânia JORDÂNIA Estado de Israel chegou aos 60 anos de fundação, em maio de 2008, tendo se tornado a mais dinâmica e moderna economia do Oriente Médio. Usando alta tecnologia, os israelenses fizeram das áridas terras locais a base para uma agricultura de ponta. Sua indústria de informática e de telecomunicações é avançada, bem como o setor financeiro, e o país possui um poderoso Exército. Desde 1948, o impulso ao avanço econômico veio, sobretudo, de uma substancial ajuda dos Estados Unidos e, claro, de judeus que vivem em outras partes do globo. Uma população com elevado nível educacional completa o quadro que permitiu notável desenvolvimento nesse período. Festas, shows, fogos de artifício e atos oficiais marcaram o sexagésimo aniversário de Israel. No Parlamento, em Jerusalém, o convidado especial foi o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que reafirmou o apoio de seu governo à luta de Israel contra os grupos que chamou de “terroristas”. As festividades não escondem o fato, porém, de que os israelenses vivem há seis décadas em estado de permanente tensão, tal como seus vizinhos palestinos. REUTERS/MOHAMMED SALEM vou a divisão da o árabe e outro cordaram com o l foi proclamado o, Jordânia, Síria que deu início à a, encerrada em conflito, cerca de m de se refugiar a ou migrar para uida, o Egito in- ARÁBIA SAUDITA Protestos Manifestações de caráter oposto, a poucas dezenas de quilômetros, mostram o abismo que continua existindo entre israelenses e palestinos. Referindo-se à fundação de Israel, os palestinos realizaram protestos contra o que chamam de nakba, ou “catástrofe”. Pois o surgimento do Estado judeu, no território histórico da Palestina, baniu de seus locais de vida 56 COLINAS DE GOLÃ UM DIA EM HAIFA David Ben-Gurion, primeiro-ministro de Israel após sua fundação, celebra a partida das tropas britânicas da região, em junho de 1948 milhares de árabes palestinos, que eram a maioria da população local. Para marcar os 60 anos de “catástrofe”, houve passeatas e discursos. Nos atos dos palestinos, foram exibidas chaves, para afirmar que não se aceita a expulsão de centenas de milhares deles de sua casa. Em Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Nacional Palestina (ANP), cartazes continham o nome de mais de 500 vilas destruídas. Os palestinos levantaram, nos atos, aquela que é uma das principais bandeiras de seu movimento: o direito ao retorno dos que foram expulsos. Logo após a criação de Israel, em 1948, mais de 700 mil palestinos tornaram-se refugiados. Outra grande onda de expulsões ocorreu após a Guerra dos Seis Dias (1967), quando 500 mil palestinos tiveram de abandonar suas casas e vilas. Atualmente, esses refugiados, mais os filhos e netos, somam cerca de 4,6 milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas (ONU). É um enorme contingente que vive em condições precárias, em campos de refugiados superpopulosos, nos quais são altos os índices de desemprego e de pobreza. Eles pedem o retorno à antiga casa e a devolução de suas posses. O governo israelense não aceita negociar a volta dessa população, pois o eventual regresso poderia colocar em xeque a existência de Israel. A falta de solução para o problema agrava a animosidade entre os próprios palestinos, pois uma parte entende que negociar com Israel sem tocar nesse ponto é abandonar os refugiados à própria sorte. GUIA DO ESTUDANTE 10.Israel.indd 56-57 Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia do Perdão), tropas do Egito e da Síria atacaram de surpresa a península do Sinai e as Colinas de Golã, na tentativa de reconquistar os territórios perdidos em EGITO Hebron Mar Morto Gaza FAIXA DE GAZA A população palestina, porém, nunca se conformou com sua situação precária. JORDÂNIA Em 1987, teveEGITOinício a Intifada (“levante”), rebelião nos territórios árabes e no setor árabe de Jerusalém, duramente reprimida pelo Exército de Israel. A tensão entre os dois lados cresceu nos anos seguintes, mas, em 1993, houve uma Movimento sionista Israel tem origem no movimento sionista, mudança signifisurgido na Europa, no fim do século XIX, com o objetivo de estabelecer um “lar nacioA CHAVE DE CASA cativa: foi assinado nal” para o povo judeu. Chegou-se, depois, idéia de formá-la na Palestina, de onde os o Acordo de Oslo, Refugiado naàjudeus Faixa haviam sido expulsos na Antiguidade. A primeira colônia agrícola judaica que previa a dede Gaza mostra a instalada na Palestina data de 1909. Após a I Guerra Mundial, em 1920, os volução chave, símbolo da passaram a administrar britânicos formal- gradativa a Palestina. Pouco antes, eles haviam Faixa reivindicaçãosemente dos comprometido com oda projeto sionista de Gaza e por via da Declaração Balfour. A maioria Cisjordânia aos palestinos queárabe convivia, na época,da em situação de relativa paz com as pequenas comunidades para que é a de retornarjudaicas. ao Líderes sionistaspalestinos, e árabes chegaram a elaborar, em 1922, uma proposta de montassem nesses local de origem Estado único, com liberdade religiosa: tanto muçulmanos quanto judeus poderiam seterritórios um governo com relativa autonomia, chamado de Autoridade Nacional Palestina (ANP). Yasser Arafat, retornou do exílio e foi eleito presidente da ANP, em 1996. Um novo agravamento do conflito ocorreu em 2000, quando o político e DESERTO DO NEGEV (PENÍNSULA DO SINAI) ESCALA 0 Golfo de Ácaba Estado judeu Território conquistado por Israel Território anexado ao Egito Território administrado pela Jordânia JORDÂNIA Estado judeu Estado palestino Cidade Internacional SÍRIA 1967-1979 ARÁBIA SAUDITA SÍRIA Mar Mediterrâneo CISJORDÂNIA Haifa COLINAS DE GOLÃ Telaviv FAIXA DE GAZA ISRAEL Jerusalém CISJORDÂNIA ISRAEL JORDÂNIA ARÁBIA SAUDITA EGITO SINAI Estado judeu Território conquistado por Israel JORDÂNIA ARÁBIA SAUDITA Fonte: Le Monde Diplomatique Intifada, a resistência palestina Elat Telaviv Jerusalém FAIXA DE GAZA PALESTINA EGITO ARÁBIA SAUDITA Nablus Área sob controle palestino e israelense Mar Mediterrâneo Telaviv Jerusalém Gaza APÓS A GUERRA DOS SEIS DIAS LÍBANO Haifa 1949-1967 Mar Mediterrâneo Nazaré CISJORDÂNIA Petah Tiqwa Telaviv Rishon Ramallah Leziyyon Holon Jericó Ashdod Jerusalém Área da Síria ocupada por Israel APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA LÍBANO Haifa 1947 JORDÂNIA Mar da Galiléia Haifa Estado judeu Mar Mediterrâneo Território conquistado por Israel O PLANO DE PARTILHA DA ONU SÍRIA SINAI Mte. Meron 1.208 m O os teriam direito Essa, porém, não o britânico, que, omínio na região, censão do nazisudeus na Europa ão judaica para a eçaram violentos rabes palestinos. s de judeus nos nazistas durante crescer o apoio cional à criação EGITO CISJORDÂNIA ISRAEL LÍBANO JORDÂNIA AFP ARÁBIA SAUDITA Jerusalém ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS SÍRIA COLINAS DE GOLÃ Telaviv FAIXA DE GAZA ISRAEL Jordão ESTINA Haifa CISJORDÂNIA Jerusalém FAIXA DE GAZA Israel k INTERNACIONAL EGITO LÍBANO Mar Mediterrâneo 42 km guir sua fé e todas os povos teriam direito à participação política. Essa, porém, não era a política do Império britânico, que, visando estabilizar seu domínio na região, agiu para opor os povos. Na década de 1930, a ascensão do nazismo e a perseguição aos judeus na Europa intensificaram a migração judaica para a região. Nessa época, começaram violentos conflitos entre judeus e árabes palestinos. O massacre de 6 milhões de judeus nos campos de concentração nazistas durante a II Guerra Mundial faz crescer o apoio da comunidade internacional à criação de um Estado judaico. Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina em um Estado árabe e outro judeu. Os árabes não concordaram com o plano. O Estado de Israel foi proclamado em 1948, mas Egito, Líbano, Jordânia, Síria e Iraque se opuseram, o que deu início à Guerra de Independência, encerrada em 1949. Como resultado do conflito, cerca de 700 mil palestinos tiveram de se refugiar na Cisjordânia, em Gaza ou migrar para os países árabes. Em seguida, o Egito incorporou a Faixa de Gaza, enquanto a Jordânia recebeu Jerusalém Oriental e a Cisjordânia. Em conseqüência, os palestinos ficaram sem nenhum território. A resistência palestina passou a ter expressão política em 1964, com a fundação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), depois presidida por Yasser Arafat. Em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza, o Sinai (nas fronteiras do Egito), as Colinas de Golã (na Síria), Jerusalém Oriental e a Cisjordânia (na Jordânia) (veja os mapas acima). O rápido conflito, chamado de Guerra dos Seis Dias, obrigou mais uma vez 500 mil palestinos a fugir para os países vizinhos. Intifada, a resistência palestina REUTERS/MOHAMMED SALEM Rio Jordão Mar Mediterrâneo Rio Jordão 1949-1967 Rio Jordão Os ataques realizados por Israel na Faixa de Gaza, ocorridos no início de 2009, podem ser o contexto adequado para discutir os 60 anos do estabelecimento do Estado de Israel, comemorados em ano de 2008, e analisar a relação deste com a questão palestina. Para iniciar, reveja com os alunos as seguintes imagens: A Chave de Casa (na pág. 57); Confrontos (na pág. 58); Medo Cotidiano (nas págs. 60–61). Com base nas imagens, formule questões dirigidas aos alunos acerca das constantes guerras na região e a respeito do que já estudaram sobreAPÓSoA GUERRA assunto em séries anteriores, de forma a APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DOS SEIS DIAS fomentar a discussão. É necessário ressaltar que o tema Oriente ÍBANO fa além Competências E HABILIDADES k Compreender as várias formas de organização social e política das nações, considerando suas dimensões materiais e culturais. k Desenvolver uma postura crítica, ética e solidária, promover a consciência social e o respeito à igualdade e à diversidade entre povos e culturas. k Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações para compreender contextos histórico-geográficos responsáveis pela atual situação do Oriente Médio. k Interpretar e construir mapas. k Extrair informações relevantes em gráficos, mapas e tabelas, com base em informações sobre uma realidade histórico-geográfica. k Contextualizar e ordenar eventos, compreendendo a importância dos fatores socioculturais que os envolvem. k Elaborar mapas conceituais como forma de sintetizar ideias e argumentar de maneira consistente. Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia do Perdão), tropas do Egito e da Síria atacaram de surpresa a península do Sinai e as Colinas de Golã, na tentativa de reconquistar os territórios perdidos em 1967, mas foram derrotadas. Resoluções da ONU determinaram a devolução das áreas ocupadas, o que Israel não aceitou. Ao contrário: a partir de 1977, começou a expandir as colônias israelenses em territórios árabes ocupados. O Sinai foi devolvido ao Egito em 1982, a partir dos acordos de Camp David (19781979), feitos entre o então presidente egípcio, Anuar Sadat, e o primeiro-ministro israelense, Menahem Begin, com a mediação do presidente norte-americano Jimmy Carter. Os demais territórios ocupados em 1967 ainda permanecem nas mãos dos israelenses. A população palestina, porém, nunca se conformou com sua situação precária. Em 1987, teve início a Intifada (“levante”), rebelião nos territórios árabes e no setor árabe de Jerusalém, duramente reprimida pelo Exército de Israel. A tensão entre os dois lados cresceu nos anos seguintes, mas, em 1993, houve uma mudança signifiA CHAVE DE CASA cativa: foi assinado o Acordo de Oslo, Refugiado na Faixa que previa a dede Gaza mostra a volução gradativa chave, símbolo da da Faixa de Gaza e reivindicação dos da Cisjordânia aos palestinos que palestinos, para que é a de retornar ao montassem nesses local de origem territórios um governo com relativa autonomia, chamado de Autoridade Nacional Palestina (ANP). Yasser Arafat, retornou do exílio e foi eleito presidente da ANP, em 1996. Um novo agravamento do conflito ocorreu em 2000, quando o político e militar israelense Ariel Sharon, cercado por guarda-costas, andou pela Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. O gesto simbólico, que afirmava a soberania israelense sobre um local sagrado para o islamismo, revoltou milhares de muçulmanos e levou ao início da 2ª Intifada. Sharon tornou-se primeiro-ministro de Israel em 2001. No ano seguinte, começou a construção de um muro de mais de 700 quilômetros que separa a população judaica e a árabe na Cisjordânia (veja boxe e mapa na pág. 59). Após a morte de Arafat, no fim de 2004, os palestinos elegeram como presidente da ANP Mahmoud Abbas, político ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 57 25.07.08 16:49:31 Médio e a questão palestina são também conteúdos da 8ª série do Ensino Fundamental e, portanto, já devem fazer parte do conjunto de conhecimentos ensinados/aprendidos pelos alunos. Com o auxílio de um mapa-múndi, inicie a atividade localizando geograficamente o Oriente Médio. Apresente aos alunos os principais aspectos dessa região, como nas sugestões a seguir. Os interesses geoestratégicos e geopolíticos no Oriente Médio podem ser explicados pelas seguintes razões: k A região está posicionada na conjunção entre grandes blocos de terras emersas – Europa, Ásia e África –, e, portanto, torna-se um elo de passagem entre essas três grandes áreas continentais. k Apresenta conflitos de ordem regional, em que minorias são perseguidas, como é o caso dos curdos no Iraque e na Turquia, assim como palestinos em Israel. k Apresenta conflitos relativos à disponibilidade de água, já que a maior parte da região é desértica e sofre com a escassez hídrica. k Há problemas de ordem econômica, pelo fato de essa região possuir as principais reservas globais de petróleo, a fonte de energia mais valorizada no mundo contemporâneo. k A região é berço de três religiões monoteístas de alcance universal: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. A somatória desses ingredientes faz dessa parte do planeta um barril de pólvora, sempre prestes a explodir. Em seguida, solicite aos alunos, como tarefa de casa, que leiam e interpretem os textos das páginas 56 a 61. JERUSALÉM: O CENTRO DA DISCÓRDIA Pelo plano de partilha da Palestina, Jerusalém deveria permanecer sob tutela internacional. Israel ocupou a porção ocidental da cidade em 1948/49 e a oriental em 1967. Desde então, o governo israelense instala colônias judaicas no setor oriental para justificar a soberania sobre a área, reivindicada pelos palestinos como a capital de seu futuro Estado Etapa 2 | Análise e interpretação de mapas Observe o mapa abaixo para responder às questões 4 e 5: Considerando que os alunos tenham lido os textos solicitados anteriormente, proponha-lhes o trabalho de leitura e interpretação de mapas acerca da ampliação das fronteiras ocorrida na região da Palestina desde 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou a partilha do território e propôs a criação de um Estado árabe e outro judeu na Palestina. Para isso, peça a eles que observem as alterações de fronteiras nos quatro mapas das páginas 56 e 57, que mostram o histórico da partilha e a ocupação da Palestina. Com base na leitura dos textos e na análise dos mapas, proponha-lhes que respondam às questões a seguir: CIDADE VELHA Via Dolorosa CISJORDÂNIA ISRAEL JERUSALÉM OCIDENTAL Mar Mediterrâneo Telaviv Mte. Meron 1.208 m Haifa EGITO PALESTINA EGITO Estado judeu Território conquistado por Israel Território anexado ao Egito Território administrado pela Jordânia JORDÂNIA Estado judeu CISJORDÂNIA Estado palestino Cidade Internacional Nablus Tiqwa O PLANO Telaviv DEPetah PARTILHA DA ONU AFP ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS Rishon Leziyyon Holon Ashdod 1947 Ramallah Jericó ARÁBIA SAUDITA APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA Fonte: Le Monde Diplomatique LÍBANO 1967-1979 LÍBANO 1949-1967 SÍRIA SÍRIA Mar Mediterrâneo Haifa COLINAS DE GOLÃ Telaviv FAIXA DE GAZA Mar da Galiléia Nazaré Mar Mediterrâneo SÍRIA CISJORDÂNIA Jerusalém Jerusalém Gaza Rio Jordão Jordão Telaviv COLINAS DE GOLÃ APÓS A GUERRA DOS SEIS DIAS LÍBANO Haifa 1949-1967 Mar Mediterrâneo FAIXA DE GAZA Jerusalém ISRAEL CISJORDÂNIA EGITO SINAI APÓS A GUERRA DOS SEIS DIAS 1967-1979 LÍBANO SÍRIA Rio Jordão REUTERS/MOHAMMED SALEM Jordão Rio Jordão Rio Jordão REUTERS/MOHAMMED SALEM Rio Jordão Jordão EGITO da comunidade internacional JORDÂNIAà criação Estado judaico. JORDÂNIA volução gradativa EGITO chave, símbolo da SINAI Território conquistado JORDÂNIA ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 57 por Israel da Faixa de Gaza e reivindicação dos Território anexado da Cisjordânia aos palestinos que Estado judeu ao Egito 25.07.08 16:49:31 Território administrado Território palestinos, para que é a deconquistado retornar ao pela Jordânia por Israel ARÁBIA ARÁBIA judeu. Os árabes não concordaram com o montassem nesses local de origem SAUDITA SAUDITA SAUDITA Fonte: Le Monde Diplomatique plano. O Estado de Israel foi proclamado territórios um goem 1948, mas Egito, Líbano, Jordânia, Síria verno com relativa e Iraque se opuseram, o que deu início à autonomia, chamaguir sua fé e todas os povos teriamencerrada direito em Intifada, resistência palestina Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia do deaAutoridade Nacional Palestina (ANP). Guerra de Independência, à participação política. Essa,do porém, não palestina, porém, nunca 1949. 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Resoluções mo e a Jordânia perseguição aos judeus na Europa da pelopor Exército de Israel. recebeu Jerusalém Oriental e a guarda-costas, andou pela Esplanada da ONU determinaram a devolução das intensifi caram a migração judaica para entre os doisem lados cresceu nos Cisjordânia. Em conseqüência, osapalestiáreas ocupadas, o que Israel não aceitou.A tensão das Mesquitas, Jerusalém. O gesto região.nos Nessa época,sem começaram anos seguintes, mas, emafi1993, houve uma ficaram nenhumviolentos território. Ao contrário: a partir de 1977, começou simbólico, que rmava a soberania isconflitos A entre judeus epalestina árabes palestinos. signifi- para o resistência passou a ter exa expandir as colônias israelenses em raelense sobre mudança um local sagrado O massacre depolítica 6 milhões de judeus nos A CHAVEislamismo, DE CASA revoltou cativa: foi assinado pressão em 1964, com a fundação da territórios árabes ocupados. milhares de muçulcamposOrganização de concentração nazistas durante o Acordo de Oslo, Refugiado na Faixa para a Libertação da Palestina O Sinai foi devolvido ao Egito em 1982, manos e levou ao início da 2ª Intifada. a II Guerra Mundial faz crescer apoioArafat. que primeiro-ministro previa a dede Gaza mostra a tornou-se (OLP), depois presidida poroYasser a partir dos acordos de Camp David (1978Sharon de volução gradativa da comunidade internacional criação chave, símbolo 1979), feitos entre o então presidente Em 1967, Israel ocupou a àFaixa de Gaza, o Israelda em 2001. No ano seguinte, começou de um Sinai Estado judaico. reivindicação dos (nas fronteiras do Egito), as Colinas egípcio, Anuar Sadat, e o primeiro-mia construção de da umFaixa murodedeGaza maisede 700 Cisjordânia aosjudaica Em 1947, a ONU aprovou a divisão da palestinos que de Golã (na Síria), Jerusalém Oriental ea nistro israelense, Menahem Begin, com a quilômetros que da separa a população Palestina em um(na Estado árabe e outro palestinos, para quee mapa é a de retornar ao na Cisjordânia Cisjordânia Jordânia) (veja os mapas acimediação do presidente norte-americano e a árabe (veja boxe judeu. ma). Os árabes nãoconfl concordaram com nesses no fim local de origem O rápido ito, chamado deoGuerra Jimmy Carter. Os demais territórios ocuna pág. 59). Apósmontassem a morte de Arafat, plano. 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Em seguida, o Egito inreconquistar os territórios perdidos em corporou a Faixa de Gaza, enquanto a militar israelense Ariel Sharon, cercado 1967, mas foram derrotadas. Resoluções Jordânia recebeu Jerusalém Oriental e a por guarda-costas, andou pela Esplanada da ONU determinaram a devolução das Cisjordânia. Em conseqüência, os palestiáreas ocupadas, o que Israel não aceitou. das Mesquitas, em Jerusalém. O gesto nos ficaram sem nenhum território. Ao contrário: a partir de 1977, começou simbólico, que afirmava a soberania isA resistência palestina passou a ter exa expandir as colônias israelenses em raelense sobre um local sagrado para o pressão política em 1964, com a fundação da territórios árabes ocupados. islamismo, revoltou milhares de muçulOrganização para a Libertação da Palestina O Sinai foi devolvido ao Egito em 1982, manos e levou ao início da 2ª Intifada. (OLP), depois presidida por Yasser Arafat. a partir dos acordos de Camp David (1978Sharon tornou-se primeiro-ministro de 1979), feitos entre o então presidente Em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza, o Israel em 2001. No ano seguinte, começou Sinai (nas fronteiras do Egito), as Colinas egípcio, Anuar Sadat, e o primeiro-mia construção de um muro de mais de 700 de Golã (na Síria), Jerusalém Oriental e a nistro israelense, Menahem Begin, com a quilômetros que separa a população judaica Cisjordânia (na Jordânia) (veja os mapas acimediação do presidente norte-americano e a árabe na Cisjordânia (veja boxe e mapa ma). O rápido conflito, chamado de Guerra Jimmy Carter. Os demais territórios ocuna pág. 59). Após a morte de Arafat, no fim dos Seis Dias, obrigou mais uma vez 500 mil pados em 1967 ainda permanecem nas de 2004, os palestinos elegeram como prepalestinos a fugir para os países vizinhos. mãos dos israelenses. sidente da ANP Mahmoud Abbas, político dejudeu um Estado 1947, a ONU aprovou a divisão da Estado Em palestino Cidade Palestina em um Estado árabe e outro Internacional ARÁBIA Mesquita de Al-Aqsa Zona árabe Jerusalém Oriental Colônias Israelenses Novos projetos de colônias israelenses Vilas e bairros palestinos Zona judaica População total (1998) (630 mil) Porção Ocidental 250 mil israelenses Porção Oriental 180 mil israelenses 200 mil palestinos Fontes: Le Monde Diplomatique, Dictionnaire de Geopolitique ARÁBIA SAUDITA Intifada, a resistência palestina Palestina (ANP), cartazes continham o Mar Mediterrâneo 56 GUIA DO ESTUDANTE nome de mais de 500 vilas destruídas. CISJORDÂNIA Área da Síria ocupada Os palestinos levantaram, nos atos, aquela ESCALA por Israel 0 Nablus 42 km Elat que é uma das principais bandeiras de seu 10.Israel.indd 56-57 Área sob controle Petah Tiqwa movimento: o direito ao retorno dos que palestino e israelense Telaviv Golfo de Ácaba foram expulsos. Logo após a criação de IsRishon Ramallah Leziyyon Holon Jericó rael, em 1948, mais de 700 mil palestinos Ashdod Jerusalém UM DIA EM HAIFA tornaram-se refugiados. 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Pouco antes, eles haviam se não aceita negociar a volta dessa se comprometido com o projeto sionista ação, pois o eventual regresso poderia por via da Declaração Balfour. A maioria ar em xeque a existência de Israel. A árabe convivia, na época, em situação de relativa paz com as pequenas comunidades e solução para o problema agrava a judaicas. Líderes sionistas e árabes chegaosidade entre os próprios palestinos, ram a elaborar, em 1922, uma proposta de ma parte entende que negociar com Estado único, com liberdade religiosa: tanto sem tocar nesse ponto é abandonar muçulmanos quanto judeus poderiam seugiados à própria sorte. Bairro armênio Bairro judeu JORDÂNIA Estado judeu Território conquistado por Israel Jerusalém UM DIA EM HAIFA Haifa Haifa Mar Mediterrâneo Mar Mediterrâneo LÍBANO Estado de Israel chegou aos 60 milhares de árabes guir sua fé e todas os povos teriam direito Intifada, a resistência David Ben-Gurion, SÍRIA Mar Mediterrâneo Hebron Haifapalestina Mar Morto anos de fundação, em maio de palestinos, que à participação política. Essa, porém, não A população palestina, porém, nunca primeiro-ministro Gaza COLINAS 2008, tendo se tornado a mais dieram a maioria da era a política do Império britânico, que, Telaviv se conformou com sua situação precária. de Israel após sua Telaviv FAIXA DE DE GOLÃ CISJORDÂNIA GAZA nâmica e moderna economia do Oriente visando estabilizar seu domínio na região, Em 1987, teve início aTelaviv Intifada (“levante”), população local. fundação, celebra a Jerusalém Jerusalém Médio. Usando alta tecnologia, os israePara marcar os agiu para opor os povos. rebelião nos territórios árabes eCISJORDÂNIA no setor partida das tropas COLINAS FAIXA GAZA Jerusalém reprimiGaza GOLÃde “catáslenses fizeram das áridas terras locais a 60 DE anos Na década de 1930, a ascensão do DE nazisárabe de Jerusalém, duramente britânicas da região, Mte. Meron FAIXA DE GAZA DESERTO DO base para uma agricultura de ponta. Sua trofe”, houve pasmo e a perseguição aos judeus na Europa da pelo Exército de Israel. em junho de 1948 Mar da 1.208 m NEGEV indústria de informática e de telecomuseatas e discursos. intensificaram a migração judaica para a A tensão entre os dois lados cresceu nos Galiléia ISRAEL EGITO Haifa Nos atos dos palesregião. Nessa época, começaram violentos nicações é avançada, bem como o setor anos seguintes, mas, emISRAEL 1993, houve uma PALESTINA Nazaré tinos, foram exibidas chaves, para afirmar conflitos entre judeus e árabes palestinos. mudança signififinanceiro, e o país possui um poderoso Estado judeu EGITOJORDÂNIA Exército. Desde 1948, o impulso ao avanque não se aceita a expulsão de centenas de 6 milhões de judeus nos A CHAVE DE CASASINAI cativa: foi assinado JORDÂNIA EGITO EGITO conquistado JORDÂNIA O massacre de Território Mar Mediterrâneo (PENÍNSULA DO SINAI) ço econômico veio, sobretudo, de uma milhares deles de sua casa. Em Ramallah, campos de concentração o Acordo deJORDÂNIA Oslo, Refugiado na Faixa por Israel nazistas durante Estado judeu substancial ajuda dos Estados Unidos a II Guerra Mundial fazanexado crescer o apoio que previa a deonde fica a sede da Autoridade Nacional de Gaza mostra a Território CISJORDÂNIA e, claro, de judeus que vivem em outras Palestina (ANP), cartazes continham o volução gradativa da comunidadeaointernacional à criação chave, símbolo da Estado palestino Estado judeu Egito partes do globo. Uma população com da Faixa de Gaza e de um Estado judaico. Cidade Território administrado Território reivindicação conquistado dos Nablusnome de mais de 500 vilas destruídas. Área da Síria ocupada elevado nível educacional completa o Os palestinos levantaram, nos atos, aquela da Cisjordânia Em 1947, a ONU aprovou a divisão da ESCALA pela Jordânia ARÁBIA por Israelpalestinos que ARÁBIA ARÁBIA aos por Israel Internacional PetahdesenvolTiqwa 0 42 km Elat quadro que permitiu notável que é uma das principais bandeiras de seu Palestina em um Estado árabe e outro palestinos, para que é a de retornar ao SAUDITA SAUDITA SAUDITA Área sob controle Telaviv movimento: o direito ao retorno dos que judeu. Os árabes não concordaram com o montassem nesses vimento nesse período. local de origem palestino e israelense Golfo de Ácaba Fonte: Le Monde Diplomatique Rishon Holon Festas, shows, fogos de artifícioRamallah e atos foram expulsos. Logo após a criação de Isplano. O Estado de Israel foi proclamado territórios um goLeziyyon Jericó rael, em 1948, mais de 700 mil palestinos oficiais marcaram o sexagésimo aniversáem 1948, mas Egito, Líbano, Jordânia, Síria verno com relativa Ashdod Jerusalémtornaram-se refugiados. Outra grande onda rio de Israel. No Parlamento, em Jerusae Iraque se opuseram, o que deu início à autonomia, chamaUM DIA EM HAIFA lém, o convidado especial foi o presidente de expulsões ocorreu após a Guerra dos Movimento sionista Em 1973, na Guerra do Yom Kipur (Dia do de Autoridade Nacional Palestina (ANP). Guerra de Independência, encerrada em milhares de árabes guir fénoemovimento todas os povos teriam direito1949. Como resultado do conflito, cerca de do Perdão), tropas do Egito e da Síria Yasser Arafat, retornou do exílio e foi eleito David Ben-Gurion, dos Estados Unidos, GeorgeHebron W. Bush, Seis Dias (1967), quando 500 mil palestinos Israel temsua origem sionista, Mar Morto que reafi rmou o apoio de seu governo tiveram de abandonar suas casas e vilas. surgido na Europa, no fi m do século XIX, 700 mil palestinos tiveram de se refugiar atacaram de surpresa a península do Sipresidente da ANP, em palestinos, que à participação política. Essa, porém, não A população palestina,1996. porém, nunca primeiro-ministro Gaza à luta de Israel contra os grupos que Atualmente, esses refugiados, mais os filhos com o objetivo de estabelecer um “lar nacioUm novo agravamento do conflito na Cisjordânia, em Gaza ou migrar para nai e as Colinas de Golã, na tentativa de eram a maioria da era a política do Império britânico, que, se conformou com sua situação precária. de Israel após sua chamou de FAIXA “terroristas”. As festividades e netos, somam cerca de 4,6 milhões de nal” para o povo judeu. Chegou-se, depois, ocorreu em 2000, quando o político e os países árabes. Em seguida, o Egito inreconquistar os territórios perdidos em DE GAZA o fato, porém, de que os não escondem pessoas, segundo as Nações Unidas (ONU). à idéia de formá-laestabilizar na Palestina, deseu onde os militar israelense Ariel Sharon, cercado visando domínio na região,corporou a Faixa de Gaza, enquanto a 1967, mas foram derrotadas. Resoluções Em 1987, teve início a Intifada (“levante”), população local. fundação, celebra a israelenses vivem há seis décadas em É um enorme contingente que vive em conjudeus haviam sido expulsos na AntiguiJordânia recebeu Jerusalém Oriental e a por guarda-costas, andou pela Esplanada da ONU determinaram a devolução das PARTILHA DAagrícola ONU APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA APÓS GUERRA SEIS DIAS em Jerusalém. PALESTINOS Para marcar os paracolônia opor os povos. rebelião nos territórios árabes eOno setor partida das tropas ISRAEL E TERRITÓRIOS estado de permanente tensão, tal como dições precárias, em campos de refugiadosO PLANO dade.agiu ADE primeira judaica Cisjordânia. Em conseqüência, os palestiáreas ocupadas, o que IsraelAnão aceitou.DOS das Mesquitas, gesto superpopulosos, nos quais são altos os índificaram sem nenhum território. LÍBANOAo contrário: de 1977, começou simbólico, queLÍBANO afirmava a soberania isseus vizinhos palestinos. instaladaNa na Palestina data 1909. LÍBANOa ascensão do nazis-nos 60 anos de “catásdécada dede1930, árabe de Jerusalém, duramente britânicas da região, SÍRIA a partir 1967-1979 1949-1967 1947 SÍRIAreprimices de desemprego e de pobreza. Após a I Guerra Mundial, em 1920, os A resistência palestina passou a ter exa expandir as colônias israelenses em raelense sobre um local sagrado para o Haifa aos judeus na Europa Haifa DESERTO DO Mediterrâneo trofe”, houve pasmo passaram e a perseguição pelo Exército Israel. em junho de 1948 Marem Mediterrâneo Protestos a administrar formalpressão política 1964, com a fundação da territórios árabes ocupados. daMar islamismo,de revoltou milhares de muçulLÍBANO SÍRIA Eles pedem o retorno à antiga casa e a britânicos Mar Mediterrâneo NEGEV Haifa Manifestações de caráter oposto, a poudevolução de suas posses. O governo ismente a Palestina. Pouco antes, haviam O Sinai foi devolvido ao Egito em 1982, manos ao início da 2ª Intifada. nos seatas e discursos. intensifi caram a eles migração judaica para aOrganização para a Libertação da Palestina A tensão entree levou os dois lados cresceu COLINAS cas dezenas de quilômetros, mostram raelense não aceita negociar a volta dessa se comprometido com o projeto sionista (OLP), depois presidida por YasserTelaviv Arafat. a partir dos acordos de Camp David (1978Sharon tornou-se primeiro-ministro de Telaviv começaram violentos DE GOLÃ Nos atos dos palesregião. NessaBalfour. época, seguintes, em 1993, houve uma o abismo que continua existindo entre população, pois o eventual regresso poderia 1979), feitos entre o então anos presidente por via da Declaração A maioria Em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza, o Israel emmas, 2001. CISJORDÂNIA TelavivNo ano seguinte, começou israelenses e palestinos. Referindo-se à colocar em xeque a existência de Israel. A Sinai (nas fronteiras do Egito),Jerusalém as Colinas egípcio, Anuar Sadat, e o primeiro-miárabeconfl convivia, na entre época, em situaçãoedeárabes palestinos. a construção de ummudança muro de mais de 700 Jerusalém CISJORDÂNIA tinos, foram exibidas chaves, para afirmar itos judeus signifiCOLINASJORDÂNIA fundação de Israel, os palestinos realirelativa paz com as pequenas de Golã (na Síria), Jerusalém Oriental e a nistro israelense, Menahem Begin, com a quilômetrosJerusalém que separa a população judaica FAIXA DE GAZA Gaza comunidades DE GOLÃ falta de solução para o problema agrava a que não se aceita a expulsão de centenas de O massacre de 6 milhões de judeus nos A CHAVE DE CASA cativa: Mte. Meron FAIXA DE GAZA zaram protestos contra o que chamam de judaicas. Líderes sionistas e árabes chegaCisjordânia (na Jordânia) (veja os mapas acimediação do presidente norte-americano e a árabe na Cisjordânia (vejafoi boxeassinado e mapa animosidade entre os próprios palestinos, EGITO Mar da 1.208omsurgimento elaborar, em 1922, uma proposta de nazistas durante ma). O rápido conflito, chamado de Guerra Jimmy Carter. Os demais territórios ocu- nana nakba, ou “catástrofe”. Pois pág. 59). Após a morte de Arafat,de no fiOslo, m (PENÍNSULA DO SINAI) milhares deles de sua casa. Em Ramallah, de concentração o Acordo Refugiado Faixa Galiléia pois uma parte entende que negociar com ram acampos ISRAEL EGITO do Estado judeu,Haifa no território histórico Estado único, com liberdade religiosa: tanto dos Seis Dias, obrigou mais uma vez 500 mil pados em 1967 ainda permanecem nas de 2004, os palestinos Israel sem tocar nesse ponto é abandonar ISRAEL elegeram como prePALESTINAse- crescer o apoiopalestinos a fugir para os países vizinhos. a II Guerra Mundial que previa a deonde fica a sede da Autoridade Nacional de Gaza mostra a da ANP Mahmoud da Palestina, baniu de seus locais de vida muçulmanos quanto judeus poderiamfaz mãos dos israelenses. sidente Abbas, político os refugiados à própria sorte. Nazaré Estado judeu O JERUSALÉM ORIENTAL ISRAEL JORDÂNIA ARÁBIA SAUDITA Rio Jordão SÍRIA APÓS A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA LÍBANO Haifa 1947 LÍBANO Domo da Rocha Muro das Lamentações Jerusalém Ocidental O PLANO DE PARTILHA DA ONU ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS Bairro muçulmano Bairro cristão Limites municipais de Jerusalém Linha de armistício (1967) k INTERNACIONAL Israel Santo Sepulcro REUTERS/MOHAMMED SALEM Questão 1 De acordo com a divisão proposta pela ONU, a partilha da Palestina deveria criar dois Estados: um palestino e outro judeu. Por que essa configuração não prevaleceu? Os alunos devem citar que essa situação resultou da guerra de independência ocorrida logo após a divisão efetuada pela ONU. Nela, os Estados árabes que não concordaram com o plano invadiram a região. A guerra resultou na proclamação do Estado de Israel em 1948 e sua invasão aos territórios que seriam designados como Estado palestino. Questão 2 De acordo com o texto: “Referindo-se à fundação de Israel, os palestinos realizaram protestos contra o que chamam de nabka, ou a ‘catástrofe’”. Quais motivos podem explicar o fato de os palestinos considerarem a fundação do Estado de Israel uma catástrofe? Desde 1948, ao ser estabelecido o Estado de Israel, grande parte da comunidade palestina tornou-se refugiada no próprio território ou teve de refugiar-se em países vizinhos. ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 57 25.07.08 16:49:31 Questão 3 Identifique no mapa quais os territórios que foram anexados pelo Estado de Israel após a Guerra dos Seis Dias, ocorrida de 1967, e analise as razões que explicam por que Israel invadiu esses territórios. Israel anexou a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, a Galileia Oriental – territórios que deveriam fazer parte de um Estado palestino – e as Colinas de Golã, na Síria. Para Israel, a Guerra dos Seis Dias justificou-se pela necessidade de ampliar sua zona de segurança. Questão 4 Considerando o aspecto religioso, qual a importância de Jerusalém para palestinos e israelenses? Identifique na figura as principais construções judaicas e islâmicas localizadas no centro histórico de Jerusalém. Com menos de 1 km2, Jerusalém abriga os principais símbolos religiosos para três religiões monoteístas universais: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. Dentre os locais sagrados, podemos destacar o Muro das Lamentações – considerado sagrado para os judeus; o Santo Sepulcro – sagrado para os cristãos; e a Esplanada das Mesquitas – local que concentra a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa, sagradas para a comunidade islâmica. Questão 5 De acordo com a partilha da Palestina proposta pela ONU, como ficaria a situação da cidade de Jerusalém? E qual a posição dessa cidade na atualidade? Jerusalém receberia status de cidade internacional administrada pela ONU. Após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou Jerusalém e afirmou sua soberania sobre a cidade. Questão 6 De acordo com o historiador israelita Benny Morris, o movimento sionista adotou a via sul-africana na Palestina, ou seja, está produzindo um estado de apartheid na região. Da mesma forma, o texto da página 59 informa que nas comunidades árabes o muro da Cisjordânia tem sido chamado de “muro do apartheid”. Explique o significado dessas comparações considerando a forma como o sistema de apartheid vigorou na África do Sul até o início dos anos 1990 e os motivos que levaram o governo israelense a iniciar a construção do muro na Cisjordânia. O termo apartheid, em africâner, significa vidas separadas ou separação. Foi adotado inicialmente pelo regime racista da África do Sul entre 1948 e 1990, período em que o país, de maioria negra, foi governado por uma minoria branca de origem holandesa denominada bôer. A comparação com esse sistema se deve ao fato de que, da mesma forma como ocorreu na África do Sul, a construção do muro separando áreas de comunidades judaicas das palestinas na Cisjordânia cria um regime de segregação social e espacial no qual o governo de Israel mantém controle sobre a população palestina. A justificativa israelense para a construção do muro foi que havia necessidade de impedir a entrada de terroristas palestinos em Israel. Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES 39 q Ciências Humanas Etapa 3 | Elaboração de mapa conceitual O texto “Riqueza e instabilidade” analisa os resultados da influên­ cia da política externa e das ações militares dos EUA na região do Oriente Médio por meio de fatos e informações relevantes acerca da atual situação no Iraque, Irã e Líbano. Para o desenvolvimento deste tema, sugerimos separar a classe em grupos de cinco alunos no máximo. Divida o texto em cinco partes e proponha aos grupos a elaboração de mapas conceituais para posteriormente serem apresentados para a sala. Sugestão para divisão de temas por grupo: Grupo 1 – Doutrina Bush Grupo 2 – Desagregação do Iraque Grupo 3 – Sanções contra o Irã Grupo 4 – Líbano: Hezbollah forte Grupo 5 – O terrorismo é um fenô­­meno global Após a elaboração do mapa conceitual, propõe-se que um representante de cada grupo explique oralmente a sequência conceitual e as relações entre os conceitos segundo a compreen­ são do grupo. Mapa conceitual é uma técnica de análise que pode ser utilizada para ilustrar a estrutura conceitual de determinada fonte de conhecimentos. Sua forma varia de acordo com a rede de conceitos a ser abordados e as possibilidades de ser estabelecidas relações entre esses conceitos. Portanto, devemos considerá-lo um diagrama hierárquico de conceitos e a rede de relações entre os mesmos. Os mapas conceituais fundamentam-se na teoria de aprendizagem do psicólogo cognitivista norte-americano David Ausubel. Para ele, a aprendizagem significativa ocorre a partir do armazenamento de informações que são agrupadas na estrutura mental do indivíduo e podem ser utilizadas no futuro. Isso se dá por meio da organização e integração dos conteúdos ancorados em conceitos subsunçores relevantes já existentes na estrutura cognitiva do aluno. O autor entende que a aprendizagem significativa se verifica quando o banco de informações armazenadas na mente do aluno se revela em novas descobertas e novas recepções. A aplicação da teoria de Ausubel na elaboração de mapas conceituais foi desenvolvida pelo pesquisador Joseph Novak na década de 1970, sendo usados em inúmeras situações de aprendizagem. Procedimentos para a elaboração de um mapa conceitual Uma das técnicas utilizadas para montar um mapa conceitual propõe as seguintes etapas: k Ler o texto, grifar as palavras desconhecidas e buscar seu significado no dicionário. k Grifar no texto as palavras-chave para definir os conceitos e dispô-las aleatoriamente no espaço destinado à construção do mapa. k Escolher os conceitos que se relacionam entre si. k Definir frases que sirvam de conectores entre os conceitos escolhidos. k Repetir os procedimentos até que todos os conceitos separados estejam interligados de forma significativa. Etapa 4 | Resolução de questões Para complementar a atividade propõe-se o trabalho com as questões a seguir: 40 Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES Questão 7 Após o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos iniciaram a invasão ao Iraque, consolidando as bases da Doutrina Bush e sua guerra contra o terrorismo. Em 2003, George W. Bush incluiu, além do Iraque, outros países como integrantes do “eixo do mal”. Um deles alinhava-se com a antiga URSS, durante o período da Guerra Fria. Trata-se da: a) Coreia do Norte, país de regime fechado que possui capacidade de produzir e exportar armas nucleares. b) Colômbia, que tem grande parte de seu território controlado por traficantes de drogas associados à guerrilha. c) Índia, por não respeitar acordos internacionais como os da Organização Mundial do Comércio (OMC) e violar as normas da ONU para os direitos humanos. d) Arábia Saudita, por seu apoio financeiro a organizações terroristas internacionais, como o Hamas e a Al Qaeda. e) Rússia, que tem graves conflitos separatistas internos e é detentora do segundo maior arsenal bélico mundial. Resposta: A Considerando o mapa e o gráfico da página 64, responda às seguintes perguntas: Questão 8 Com base nos dados apresentados no gráfico, elabore uma tabela considerando em ordem decrescente as principais reservas de petróleo no mundo em 2006. Reservas de petróleo no mundo em 2006 REGIÃO EM % Oriente Médio 61,9 Países da ex-URSS 10,6 África 9,5 América do Sul 8,6 América do Norte 5,0 Leste da Ásia 3,3 Europa 1,1 Questão 9 Considerando os resultados obtidos e a leitura do texto “Riqueza e instabilidade”, identifique três países do Oriente Médio que possuem as maiores reservas mundiais de petróleo. Também analise a posição dos Estados Unidos, levando em conta sua atuação na região notadamente após a invasão do Iraque. Arábia Saudita, Irã e Iraque. Até 2001, a Arábia Saudita era considerada a maior aliada dos Estados Unidos na região. Porém, essa aliança sofreu abalos após os ataques de 11 de setembro em Nova York, pela organização terrorista Al Qaeda. O líder maior da Al Qaeda, Osama bin Laden, também lidera grande parte da comunidade religiosa wahabita na Arábia Saudita, seu país de origem. O enfraquecimento das relações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita dificultou a situação da nação no Oriente Médio e acirrou os ânimos da nova direita americana em busca de bases mais sólidas na região. Nesse sentido, para os Estados Unidos a invasão ao Iraque justifica-se por garantir seu acesso à terceira maior reserva mundial de petróleo, o principal produto energético internacional. Questão 10 Observe o mapa para responder Questão 12 Observe o mapa para responder Mar Cáspio ORIENTE MÉDIO Mar Mediterrâneo C D B E Mar Mediterrâneo F I Gol fo P érs ico H e erm rV Ma A lho Mar da Arábia G Considerando o cartograma, identifique as letras correspondentes aos seguintes países: Arábia Saudita, Iraque, Irã, Iêmen, Omã, Líbano, Jordânia, Síria e Israel. Arábia Saudita - A; Iraque - E; Irã - F; Iêmen - G; Omã - H; Líbano - B; Jordânia - I; Síria - D; Israel - C questão 11 (ESPM, 2005) Observe o texto e o mapa a seguir. “A partir de amanhã, soldados e policiais de Israel desarmados vão passar de porta em porta nos assentamentos judaicos (...) e notificar os moradores que a permanência em suas casas depois desta quartafeira será ilegal e que serão retirados à força. ISRAEL E TERRITÓRIOS PALESTINOS Jordão LÍBANO SÍRIA 1 2 3 Mar Morto ISRAEL 0 Golfo de Ácaba (ESPM, 2005) No Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa consta a seguinte afirmação: Oriente Médio – Região que compreende a Turquia, os países do sudeste da Ásia e do norte da África, e que inclui, por vezes, o Afeganistão, o Irã e o Iraque; Oriente Próximo. FERREIRA, Aurélio B.H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. Confrontando a definição do dicionário com o mapa, podemos afirmar que: a) a afirmação está correta, pois essa é a regionalização mais aceita na Europa e nos EUA; b) a afirmação está errada, pois a porção asiática que abrange o Oriente Médio é o sudoeste; c) a afirmação está correta, mas o mapa não condiz com a regionalização colocada; d) a afirmação está errada, pois o Oriente Médio situa-se a leste do continente asiático; e) a afirmação está correta e o mapa contempla a definição. Resposta: B Questão 13 (UFSCar , 2006) Apesar de se considerarem defensores da democracia e do direito à autodeterminação dos povos, os Estados Unidos da América, desde o século XIX, executam uma ação imperialista agressiva, com intervenção política e/ou militar em diversos países e regiões. Na tabela, procura-se relacionar algumas áreas e formas de intervenção imperialista estadunidense com possíveis ações empreendidas por esse país. Conflito I Nicarágua II Guerra do Golfo III Guerra Irã-Iraque IV Afeganistão Ação Apoio aos guerrilheiros antissandinistas para derrubar governo de orientação socialista Defesa do Kuwait contra a invasão de tropas sauditas e iranianas Apoio militar e político ao governo iraniano contra o governo totalitário de Saddam Hussein Derrubada do governo Taliban e ascensão de um governo pró-EUA Estão corretas apenas: a) I e II; b) I e IV; c) II e III; d) I, III e IV; e) II, III e IV. ESCALA Elat a) 1 b) 4 c) 2 d) 3 e) 2 e 3 Resposta: D JORDÂNIA 4 O plano envolve a transferência de 8,5 mil pessoas, 38 sinagogas e 48 túmulos.” Qual o número que identifica a região em questão, alvo de disputas entre palestinos e judeus desde 1967 e devolvida em agosto à Autoridade Palestina?: Mar Mediterrâneo Oceano Índico Áden Golfo de 42 km Resposta: B Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES 41 Tema 2 q Ciências Humanas A Rússia na Atualidade referências no GUIA Internacional: “A potência renasce”, págs. 80–85; “Nos tempos da Guerra Fria”, págs. 86–87 Competências E HABILIDADES k Compreender as diferentes formas de organização social e política das nações e dos grupos étnicos que compuseram a Federação Russa, considerando suas dimensões materiais e culturais. k Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações para compreender contextos histórico-geográficos responsáveis pela atual situação da Federação Russa no cenário internacional. k Interpretar e construir mapas. k Extrair informações relevantes em gráficos, mapas e tabelas, com base em informações sobre o período da Guerra Fria. k Contextualizar e ordenar eventos, compreendendo a importância dos fatores socioculturais que os envolvem. k Elaborar resumos e sinopses como forma de sintetizar ideias e argumentar de maneira consistente. Número de aulas previstas: 4 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM Etapa 1 | Elaboração de resumos ou quadros-síntese Resumo do texto A referência “Nos tempos da Guerra Fria” apresenta uma sequên­cia de fatos e conceitos que exemplificam de forma abrangente o período bipolar característico da denominada velha ordem mundial e os fatores responsáveis pela sua desintegração. Propomos que os alunos trabalhem o texto elaborando um resumo das informações e dos conceitos apresentados. k INTERNACIONAL Federação Russa p Resumo O resumo consiste numa exposição sintetizada de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos, das características básicas de alguma coisa, com a finalidade de transmitir uma ideia geral sobre seu sentido. Pode ser feito em forma de texto ou quadro sinótico. A sinopse é um resumo esquemático que permite a apreensão das informações essenciais em um único golpe de vista. É por isso que as sinopses são apresentadas em fichas. Cabe ao professor sugerir um modelo de ficha para cada tema proposto. Federação Russa NOS TEMPOS DA GUERRA FRIA NOVO PRESIDENTE Dmitri Medvedev é o novo presidente russo. Ele é afilhado político do ex-presidente Vladimir Putin, escolhido primeiro-ministro do país. Os oito anos em que Putin ficou na Presidência foram marcados pela recuperação da economia russa, pelas denúncias de violação da democracia e pela intolerância política. A extinta União Soviética ocupava papel central na política internacional, como principal opositor dos EUA, num confronto que polarizou o mundo entre o bloco capitalista e o comunista por mais de 40 anos, após o fim da II Guerra 86 (a partir de 1962) e Vietnã. A China estava bem longe de ser a potência econômica de hoje e se achava mais preocupada em consolidar o regime internamente. Atuava externamente junto aos vizinhos asiáticos, mas, desde 1960, mantinha uma relação tensa com Moscou. Houve, ainda, uma tentativa de países em desenvolvimento de formar um terceiro pólo: o Movimento dos Países Não-Alinhados, do qual o Brasil fazia parte, mas que nunca se constituiu num grupo coeso e atuante. Cortina de Ferro A Guerra Fria foi iniciada logo após o fim da II Guerra Mundial. A fronteira entre a Europa Ocidental e os países do Leste era chamada de Cortina de Ferro, expressão lançada num célebre discurso do primeiroministro britânico Winston Churchill, em Fulton (EUA), em março de 1946, no qual propôs a formação de uma aliança para combater o avanço do comunismo, segundo ele a grande ameaça que pairava sobre o mundo após a guerra. A Cortina de Ferro incluía os países que haviam ficado sob a influência da URSS na divisão do mundo feita entre os países vencedores da II Guerra Mundial, nos acordos de Yalta e Potsdam. Essa partição da Europa entre Ocidental e Oriental era simbolizada pela divisão da Alemanha em duas e, mais especificamente, a partir de 1961, pelo Muro de Berlim. A cidade, que ficava na Alemanha Oriental (comunista), havia sido dividida após a guerra em quatro zonas, sob controle de cada uma das quatro potências ocupantes – EUA, URSS, Reino Unido e França –, os países vencedores da guerra. Em 1961, o governo alemão oriental, para estancar o fluxo de refugiados para o lado ocidental da cidade, construiu o muro cortando Berlim ao meio para impedir o livre trânsito entre as duas partes. Conflitos esparsos O termo Guerra Fria se origina da contraposição à guerra quente, isto é, à guerra de fato. Isso porque, diante do temor de uma guerra nuclear devastadora, os dois blocos não se enfrentavam diretamente. Desse modo, o Terceiro Mundo – expressão da época para indicar os países pobres e em desenvolvimento – era o palco principal de confrontos militares abertos entre os blocos. Forças em choque nas guerras civis e em movimentos anticoloniais na América Latina, na África e na Ásia acabavam se alinhando a um ou outro bloco, em busca de apoio, como ocorreu em Angola, Moçambique, Vietnã, Coréia, Nicarágua e El Salvador. O temor de que a América Latina caísse sob influência do comunismo levou os Estados Unidos a apoiar sangrentas ditaduras militares na região nos anos 1960 GUIA DO ESTUDANTE 14. Fed_Russa+Guerra Fria.indd 86-87 42 Etapa 2 | Resolvendo questões de interpretação do texto ERA SOVIÉTICA A Revolução Russa, em 1917, marcou o século XX. Foi quando nasceu a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o primeiro país comunista do mundo. A URSS tornou-se uma grande potência, que chegou a rivalizar, após a II Guerra Mundial, com os EUA, no episódio conhecido como Guerra Fria. Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES 1. Após a leitura e a síntese do texto, responda: TRANSIÇÃO CAPITALISTA Com o fim da URSS, a Federação Russa restaura o capitalismo, em 1992, com abertura econômica e privatizações. Há uma década de crise, com moratória da dívida externa, PIB em declínio e desemprego. AP O grande símbolo do fim da Guerra Fria foi a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989. No fim daquele ano, as autoridades de fronteira não puderam mais impedir a população de passar pelo muro que dividia a cidade de Berlim ao meio, metade sob governo da Alemanha Ocidental e outra parte em território da Alemanha Oriental. A divisão do país vinha desde o fim da II Guerra Mundial (1945), embora o muro tenha sido construído apenas em 1961. O Muro de Berlim simbolizava a separação do mundo em dois blocos: aquele constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos e o de países socialistas ligados à extinta União Soviética (URSS). A seguir, foi dado o golpe de misericórdia na Guerra Fria: a queda dos regimes comunistas do Leste Europeu resultou na desagregação da Iugoslávia, da Tchecoslováquia e da União Soviética, a partir de 1991. A Guerra Fria foi o confronto ideológico, político, econômico e militar entre o bloco capitalista e o comunista. Por causa dessa divisão em dois blocos, ou dois pólos, dizia-se que o mundo da segunda metade do século XX era bipolar. O bloco capitalista era formado pelos Estados Unidos, pelos países da Europa Ocidental – reunidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos norte-americanos – e pelo Japão. O bloco comunista era formado pela URSS e por seus países satélites do Leste Europeu – reunidos no Pacto de Varsóvia, a aliança militar soviética –, além de países como Cuba NA PRAÇA VERMELHA e 1970, especialmente após a Em Moscou, a parada Queda do muro Revolução Cubana (1959). O No fim dos anos 1970, estamilitar em 1º de maio de continente era visto por Wava claro que o bloco soviético 1964. Na faixa: “Rumo shington como sua “área de tinha dificuldade em acomà vitória do comunismo” influência” desde o começo panhar o ritmo econômico do século XX. do Ocidente. Três personagens marcaram o período: o presidente Já a URSS mantinha sob rígida vigiRonald Reagan, dos EUA, cuja corrida lância o regime de seus países aliados, invadindo-os para reprimir as tentaarmamentista forçou a URSS a elevar seu tivas de rebelião política na Hungria gasto militar e acabou por quebrar o país; (1956) e na Tchecoslováquia (1968), o papa João Paulo II, que estimulou a bem como para controlar o governo contestação do regime comunista em sua do Afeganistão (1979-1989). Polônia natal; e o líder soviético Mikhail O momento mais tenso da Guerra Gorbatchev, que iniciou o processo de Fria foi o da crise dos mísseis em Cuba. abertura política (glasnost) e liberalização econômica (perestroika) na URSS. Em 1962, a URSS instalou secretamente O desfecho ocorreu a partir de 1989. Sob mísseis nucleares na ilha, que estava sob pressão de manifestações pró-democracia, sua influência desde a aproximação com o regime de Fidel Castro, em 1961. Os os governos dos países comunistas foram mísseis poderiam atingir Washington em enfraquecendo. Em novembro houve a quepoucos minutos. Os norte-americanos da do Muro de Berlim. A Alemanha reunidescobriram, e o presidente John Kenneficou-se em 1990. Em 31 de dezembro de dy ordenou um bloqueio naval de Cuba. 1991, a URSS deixou de existir. A Federação Russa manteve 75% do território, metade Moscou chegou a enviar uma frota para um confronto, mas o líder soviético Nikita da população e boa parte dos recursos e do Khruschov cedeu e retirou os mísseis. arsenal militar convencional e atômico. u POTÊNCIA ENERGÉTICA Hoje, o trunfo da Federação Russa são os recursos energéticos. O país é o maior produtor de gás natural do mundo e está entre os mais importantes de carvão e petróleo. O setor impulsionou o crescimento do país. ECONOMIA EM EXPANSÃO Assim como Brasil, China e Índia, a Federação Russa é um dos mais importantes países em desenvolvimento do mundo. Apesar de problemas como corrupção e inflação, em 2007 o crescimento do PIB foi de 8,1%. TENSÃO COM OS EUA Há divergências entre os dois países, como o escudo antimísseis que os EUA querem instalar na Europa do Leste e a questão de Kosovo, que quer se separar da Sérvia. CHECHÊNIA A Federação Russa tem 21 repúblicas, dez distritos e uma região autônoma. Esses territórios têm governo local e autonomia parcial. Há focos de tensão, sendo o principal na república da Chechênia, que luta pela independência. ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 87 24.07.08 15:12:57 Questão 1 Por que o autor do texto afirma que o Muro de Berlim pode ser considerado o grande símbolo da Guerra Fria? Justifique sua resposta. O Muro de Berlim foi construído para evitar a fuga de pessoas do lado oriental de Berlim, área então sob controle soviético e socialista, para a Berlim ocidental, controlada pelos países ocidentais capitalistas. A construção do muro representou fisicamente a separação ideológica entre EUA e URSS, países responsáveis pelo sistema bipolar, no qual cada uma das partes representava forças opostas sustentadas por diferentes sistemas econômicos. 8. Início da II Guerra Mundial 9. Primavera de Praga 10. Churchill utiliza a expressão “cortina de ferro” Questão 2 Explique o significado do termo Guerra Fria e exemplifique ações representativas desse período. O termo Guerra Fria originou-se em contraposição ao termo guerra quente, ou seja, à guerra de fato. Como cada uma das partes possuía grande arsenal nuclear, capaz de produzir um conflito de proporções devastadoras, os dois blocos não se enfrentavam diretamente, mas agiam apoiando movimentos de contraposição em outros países. Exemplos significativos do período da Guerra Fria podem ser observados na história de países como Cuba, Angola, Moçambique, assim como em diversos outros países. Vertical III. Crise dos mísseis em Cuba VI. Construção do Muro de Berlim VII. Queda do Muro de Berlim VIII. Revolução Cubana IX. Rebelião política na Hungria Questão 3 Considerando o período da Guerra Fria, dê exemplos de países e organizações político-militares, representativos do bloco capitalista e do socialista. No bloco capitalista, países da Europa Ocidental e alianças militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No bloco socialista, países do Leste Europeu e organizações como o Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comecon) e Pacto de Varsóvia. Questão 4 Qual evento geopolítico pode ser considerado a extensão da Guerra Fria no continente americano? Analise as formas de atuação e os interesses dos EUA e da URSS durante esse período. O momento mais tenso da Guerra Fria no continente americano ocorreu com a crise dos mísseis com Cuba. Em 1962, a URSS instalou secretamente mísseis nucleares na ilha, que estava sob sua influência desde a aproximação com o regime de Fidel Castro, em 1961. Os mísseis poderiam atingir Washington, e o governo norte-americano determinou o bloqueio naval a Cuba. O governo soviético chegou a enviar uma frota para o Atlântico, porém o risco de um conflito de grandes proporções fez com que um acordo secreto fosse assumido pelo governo dos EUA e pelo da URSS. A URSS retirou os mísseis e os EUA se comprometeram a não invadir Cuba. Questão 5 Por que para muitos cientistas políticos a queda do Muro de Berlim representou o advento de uma nova ordem mundial? A queda do Muro de Berlim, em 1989, mostrou a fragilidade da URSS diante das grandes mudanças que estavam ocorrendo no Leste Europeu. A queda evidenciou o enfraquecimento da URSS, que se desintegrou no fim de 1991. Questão 6 Cruzada do tempo Observação: Caso não seja possível imprimir a cruzada para os alunos, sugere-se ao professor que oriente os alunos para que a reproduzam numa folha de papel milimetrado. Horizontal 1. Término da II Guerra Mundial 4. Reunificação da Alemanha 7. Desintegração da URSS I II III IV V VI VII VIII IX X XI II III IV V VI VII VIII IX X XI 1 9 5 9 9 4 5 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Solução: I 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 9 1 9 6 2 9 8 3 1 9 6 1 1 9 8 9 9 9 4 1 9 5 6 Etapa 3 | Elaboração de linha do tempo A linha do tempo é utilizada para organizar cronologicamente dados, fatos e/ou informações acerca de um período ou momento da história da humanidade. Para construí-la, sugerimos dividir os alunos em grupos e seguir os seguintes procedimentos: k Ler previamente o texto “A potência renasce”, páginas 80–83, e destacar os principais eventos. k Organizar os eventos e/ou informações relevantes, considerando o século e a década em que ocorreram. k Adicionar ilustrações e imagens representativas dos eventos e informações. Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES 43 Questão 7 (Fuvest, 2009) O conflito envolvendo Geórgia e Rússia, aprofundado em 2008, foi marcado por ampla repercussão internacional. Outros conflitos, envolvendo países da ex-União Soviética, também ocorreram. k INTERNACIONAL Federação Russa Ciências Humanas A POTÊNCIA RENASCE Com a economia em expansão e grandes reservas energéticas, a Federação Russa volta a ser um dos principais personagens da política internacional. Mas ainda enfrenta problemas típicos de um país em desenvolvimento Por Denise Odorissi q o início de 2008, a população russa elegeu um novo presidente, Dmitri Medvedev, um advogado de 42 anos. Afilhado político do ex-presidente Vladimir Putin, Medvedev venceu com larga vantagem de votos, numa das eleições presidenciais mais controversas desde o fim da União Soviética (URSS). Entretanto, Putin não saiu de cena. Impedido pela Constituição de candidatar-se a um terceiro cargo consecutivo, foi nomeado primeiro-ministro, depois de ter sido indicado por Medvedev e aprovado pelo Parlamento. Enquanto o presidente russo é o chefe de Estado, o primeiro-ministro é o chefe de governo. Isso significa que Putin ainda tem papel significativo nos rumos da Federação Russa, na qual o primeiro-ministro é um articulador político, além de ser responsável pelas medidas administrativas. É também quem assume a Presidência interinamente sempre que necessário – como ocorreu com o próprio Putin em 1999, quando era primeiro-ministro de Boris Yeltsin. As manobras de Putin para permanecer no poder começaram no ano passado. A primeira delas foi a escolha de Medvedev como candidato à sucessão, um aliado leal de Putin e sem base política forte. Em seguida, Putin baixou decretos que aumentavam a autonomia do primeiro-ministro e foi escolhido líder do partido governista Rússia Unida. Com o controle de dois terços do Parlamento, a organização possui votos suficientes para determinar o rumo de uma eventual reforma na Constituição. 80 Constituinte Putin deixou a Presidência depois de oito anos, divididos em dois mandatos. Agora, com a dupla Medvedev-Putin no comando, pouca coisa deve mudar no país. O ex-presidente teria planos, inclusive, de se candidatar novamente ao cargo em 2012. Medvedev fez alguns discursos em que prometeu combater a corrupção e estabelecer um estado de direito, ou seja, aquele em que todos os cidadãos, inclusive autoridades, estão submetidos à mesma lei. Ainda não se sabe como Medvedev pretende trabalhar nesses objetivos estando tão “amarrado” a Putin, que nos seus dois mandatos deu pouca importância às liberdades individuais e à transparência do governo. A gestão dele chegou ao fim com marcas graves, como a fragilização da democracia e a intolerância política. As eleições que colocaram Medvedev no poder foram as mais controladas pelo Kremlin (nome da sede do governo russo) desde a era soviética. Houve denúncias de fraudes e alteração de cédulas e urnas para favorecer o candidato do governo, bem como relatos de intimidação de pessoas que não foram votar (na Federação Russa, assim como na maioria dos países, o voto não é obrigatório). O país também é criticado por organismos internacionais por abuso dos direitos humanos na Chechênia e pela intolerância política. São freqüentes os casos de violência contra opositores do governo. Um exemplo é a jornalista Anna Politkovskaya, famosa no país pelas críti- AFP/ARTYOM KOROTAYEV N cas a Putin e por denunciar os excessos cometidos pelas forças russas contra os chechenos. Em outubro de 2006, ela foi encontrada morta a tiros no prédio em que morava, em Moscou, em circunstâncias nunca esclarecidas. Opositores do governo russo acusam Putin de envolvimento em sua morte. Era soviética A Federação Russa ainda é bastante marcada pelo regime comunista, sob o qual o país viveu durante a maior parte do século XX. O marco do regime foi a Revolução de 1917. Até aquela época, a Rússia era um país atrasado. As relações feudais ainda predominavam e o poder estava nas mãos da nobreza – representada pelo imperador russo, o czar – e da RÚSSIA ROCK EM MOSCOU russo –, a Revolução de Outubro Membros da juventude seguindo quem divergisse dele. instaurou a ditadura do proletaNo fim da década de 1920, com de apoio a Medvedev riado, sob a liderança do Partido sua política de coletivização forfestejam, com um Bolchevique (mais tarde, Parçada de terras, provocou a morshow na praça tido Comunista), dirigido por te de 10 milhões de camponeses Vermelha, a vitória do Vladimir Lênin. Houve quatro por fome ou executados. candidato sustentado Apesar do extermínio de anos de guerra civil, nos quais pelo presidente o recém-criado Exército Ver20 milhões de soviéticos, a Putin, em 2008 melho se enfrentou com uma União Soviética saiu vitoriocoligação de tropas estrangeisa da II Guerra Mundial e ras com o Exército Branco, montado pelos tornou-se a segunda maior potência do setores contrários à revolução. Em 1922 planeta. Chegou a rivalizar com os Estafoi estabelecida a União das Repúblicas dos Unidos (EUA), por mais de 40 anos, Socialistas Soviéticas (URSS), o primeiro no episódio conhecido como Guerra país comunista do mundo. Fria. Os dois blocos desenvolveram uma luta ideológica, procurando demonstrar Seguiu-se um período de grande crescimento econômico. Em 1924, com a morte de a superioridade de seu regime em camLênin, subiu ao poder Josef Stálin, que, aos pos diferenciados, como a força bélica, poucos, implantou um regime de terror, pera corrida espacial e os esportes. Igreja Ortodoxa russa, grandes detentoras de terras. A população rural compunha 80% dos habitantes e vivia numa semi-servidão, o que levou ao surgimento de lutas pela distribuição de terras aos camponeses. Ao mesmo tempo, o avanço da industrialização nos centros urbanos fez crescer o número de operários. Uma agravante da crise foi a participação do país na I Guerra Mundial, iniciada em 1914. As populações urbanas, atingidas pela fome e pela penúria, organizaram protestos por todo o país. No terceiro ano do conflito estourou a Revolução Russa. A transição para o socialismo iniciou-se em 27 de fevereiro de 1917, pelo calendário russo (12 de março, no ocidental), com a Revolução de Fevereiro, que forçou a abdicação do czar. Em 25 de outubro – também pelo calendário GUIA DO ESTUDANTE ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 14. Fed_Russa+Guerra Fria.indd 80-81 ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA BELARUS UCRÂNIA MOLDÁVIA CAZAQUISTÃO GEÓRGIA 81 UZBEQUISTÃO AZERBAIDJÃO ARMÊNIA TURCOMENISTÃO 24.07.08 15:09:46 QUIRGUISTÃO TADJIQUISTÃO k INTERNACIONAL Federação Russa A base da economia russa é a produção de energia, pois o país é um gigante no gás natural, no petróleo e no carvão Svalbard (Nor.) Murmansk FINLÂNDIA LETÔNIA 9 Kaliningrado LITUÂNIA ESTÔNIA São Petersburgo BÉLGICA Novgorod Lago i Mar Báltico Dn eper Onezhskoye Moscou UCRÂNIA RÚSSIA Sergiyev Posad Nijni Novgorod Vladimir 10 Don Mar Negro Volga 8 16 Omsk Novosibirsk país é hoje o maior produtor de gás natural e um dos mais importantes de carvão e petróleo. A estatal Gazprom fornece um quarto de todo o gás consumido pela União Européia (UE), e isso dá um significativo poder de pressão à nação. Os russos também avançam na produção de energia nuclear. Antes de sair da Presidência, Putin assinou com os EUA um acordo de cooperação civil que vai ampliar o comércio entre empresas do setor das duas maiores potências atômicas do mundo. Esse acordo facilitará o acesso norte-americano às enormes reservas russas de urânio e permitirá à Federação Russa penetrar no mercado de energia nuclear dos EUA. Mar de Okhotsk Yuzhno Sakhalinsk o 27 LAGO BAIKAL 32 30 29 28 26 Mar PLATON/WPP 2008/DIVULGAÇÃO A recuperação atingiu não apenas o setor do petróleo, o mais importante da economia russa, como também o de máquinas, a metalurgia e a indústria de alimentos. Porém, o processo de privatização das empresas concentrou os setores essenciais da economia em poucas mãos. E pior: o crime organizado ganhou espaço, com a formação de máfias que assumiram o controle de importantes conglomerados, o que provocou instabilidade na economia. Mesmo assim, a importância mundial dos recursos energéticos é o grande trunfo usado pelo governo russo para recuperar a relevância no cenário internacional. O Petropavlovsk Yakutsk Vostochnyy CHINA 31 Vladivostok MONGÓLIA JAPÃO Japão Potência energética Len á 23 22 Mar do HOMEM DE GELO Atual primeiro-ministro, Vladimir Putin presidiu a Federação Russa por dois mandatos e é considerado o grande líder político nacional. A foto, da revista Time, ganhou o World Press Photo 2008 Magadan SIBÉRIA 20 19 Yekaterinburgo Chelyabinsk CAZAQUISTÃO a) Explique a relação entre o fim da União Soviética e a proliferação de movimentos separatistas na região. Com o fim da URSS, diversos movimentos separatistas até então represados pela forte presença militar da Rússia emergiram e territórios historicamente anexados, que apresentavam grande diversidade étnica e religiosa, buscaram sua independência. Deve-se considerar também o intenso processo de russificação promovido durante a era stalinista, responsável por dificultar ainda mais a possibilidade de independência desses povos. 17 18 14 Cáspi 5 13 Kazan 15 Samara Ufa 25 ei 3 11 12 Mar de Bering 24 21 Obi 2 Ural 1 GEÓRGIA 4 6 7 ARMÊNIA Sumgait Arkhangel'sk Vologda Ilhas da Nova Sibéria Terra do Norte Nova Zemlya Ilhas Solovetsky Ieniss Em 1982, a morte do líder soviético linha-dura Leonid Bréjnev marca o início de um processo de enfraquecimento do regime. Naquele período, a escalada dos gastos armamentistas dos norte-americanos pressionava muito a URSS, que, para manter suas posições, enviava ao setor bélico recursos que faziam falta em várias áreas. Três anos depois, com a subida ao poder do líder soviético Mikhail Gorbatchov, a disputa entre as superpotências começou a diminuir. O símbolo do fim da Guerra Fria é a mobilização da população alemã nas ruas, levando à queda do Muro de Berlim, em 1989, que dividia o país em dois Estados: a Alemanha Oriental – comunista, sob influência soviética – e a Alemanha Ocidental – capitalista, alinhada com os EUA. Com o governo comunista em crise, Gorbatchov deu início a reformas na URSS. Instituiu a perestroika (reestruturação), um conjunto de mudanças que abriu o país ao capitalismo, e a glasnost (transparência), que levou ao abrandamento da censura. Em 1991, repúblicas da URSS começam a declarar independência. Gorbatchov, então, renuncia, e a União Soviética deixa de existir. Com a ascensão de Boris Iéltsin e a criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), começa a grande transformação da economia planificada – em que as grandes fábricas e fazendas eram propriedades do Estado – para uma economia capitalista. Iéltsin, presidente russo durante quase toda a década de 1990, privatizou as empresas estatais, transferindo-as para as mãos de particulares, e abriu a economia do país. O processo foi doloroso: em 1998, após seis anos de privatizações e liberalização econômica, o Produto Interno Bruto (PIB) e a renda per capita desabaram, enquanto o desemprego mais do que dobrou. A crise da Federação Russa teve impacto na economia global. A situação foi amenizada com empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a alta no preço do petróleo, que a Federação Russa exporta em grande quantidade. Mar nts de Bare UR AIS Transição 82 Mar Glacial Ártico Terra de Francisco José SUÉCIA REPÚBLICAS (RA) E DISTRITOS (DA) AUTÔNOMOS DA FEDERAÇÃO RUSSA: 1) RA de Adiguéia, 2) RA dos Karatchais-Tcherkesses, 3) RA de Kabardino-Balkária, 4) RA da Ossétia do Norte, 5) RA da Chechênia, 6) RA da Inguchétia, 7) RA do Daguestão, 8) RA da Calmúquia, 9) RA da Carélia, 10) RA da Mordóvia, 11) RA da Tichuváquia, 12) RA dos Maris, 13) RA da Udmórtia, 14) DA dos Komis-Permiaks, 15) RA da Tartária, 16) RA de Bashkortostão, 17) DA de Niniets, 18) RA dos Komis, 19) DA de Khanti-Mansi, 20) DA de Iamaio-Neniets, 21) DA de Taimir, 22) DA de Evenki, 23) RA da Iakútia, 24) DA dos Tchaktches, 25) DA de Koriaks, 26) RA do Alto-Altai, 27) RA dos Khakasses, 28) RA de Tuva, 29) DA de Buriatas de Ust-Ordinsk, 30) RA da Buriátia, 31) DA de Buriatas de Aguinskoie, 32) Região Autônoma dos Judeus Economia está em recuperação Quando analisamos o gráfico abaixo, sobre a economia russa, vemos que as três barras relativas a 1992 (ano seguinte ao do fim do comunismo) mostram um país com baixo nível de desemprego, enquanto o PIB e a renda per capita são relativamente altos. O cenário é bem diferente em 1998, após seis anos de privatizações e liberalização econômica: o PIB e a renda per capita desabaram, enquanto o desemprego mais do que dobrou. É o cenário de uma catástrofe econômica. O gráfico mostra, também, que nos últimos anos a economia russa está em recuperação. As três barras laranja, relativas a 2003, demonstram um aumento do PIB e da renda per capita e uma relativa redução nos níveis de desemprego, o que se mantém em 2004. Em 2005 (últimos dados disponíveis), o PIB – total de ri- quezas produzidas pelo país – aumentou cerca de 30% em relação ao ano anterior. A renda per capita também registrou crescimento semelhante. A taxa de desemprego, porém, não voltou mais aos níveis baixos de 1992. EVOLUÇÃO DA ECONOMIA RUSSA PIB (em bilhões de dólares) 800 Renda per capita (em dólares) Desemprego (em % da força de trabalho) 15 13,3 4000 600 500 4.460 4500 763,7 700 3500 581,4 3.400 3.080 3000 433,5 442 12 2.610 2500 8,9 9 7,6 7,2 2.140 400 2000 300 6 271 5,2 1500 200 1000 100 500 0 0 1992 1998 2003 2004 2005 3 0 1992 1998 2003 2004 2005 1992 1998 2003 2004 2005 Fontes: Banco Mundial e Organização Internacional do Trabalho GUIA DO ESTUDANTE ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 14. Fed_Russa+Guerra Fria.indd 82-83 83 24.07.08 15:11:02 k INTERNACIONAL Federação Russa A Federação Russa começa também a recuperar sua importância estratégica. Com o maior território nacional do mundo, é o único país com capacidade de intervenção por terra, por meio das próprias fronteiras, em toda a Ásia e a Europa. O setor bélico tem recebido investimentos pesados para reverter o colapso das Forças Armadas russas nos anos 1980 e 1990. Desde 2000, o orçamento militar anual subiu de 5,9 bilhões de dólares para 35,2 bilhões de dólares. Estima-se que o país tenha 14 mil bombas nucleares, cujo arsenal foi herdado da ex-URSS. Hoje, o país enfrenta contrastes e problemas típicos de nações em desenvolvimento, como criminalidade, desemprego e poluição ambiental. Se por um lado o presidente Dmitri Medvedev vai ter de enfrentar desafios como a corrupção e a inflação beirando 12% ao ano, por outro ele herda uma economia em expansão. Em 2007, o PIB da nação entre 2000 e 2007. A Federação Russa também já possui a terceira maior reserva em moeda estrangeira do mundo. Ao lado do Brasil, da Índia e da China, a Federação Russa é considerada uma das quatro nações em desenvolvimento mais importantes do planeta. Esse grupo de emergentes é designado pela sigla Bric. AFP/ALEXEY SAZONOV O PADRINHO O apoio de Putin a Medvedev, como mostra o cartaz, foi decisivo para eleger presidente um político sem muita projeção Tensão com os EUA cresceu 8,1%, o melhor desempenho dos últimos anos. A taxa de desemprego vem caindo gradativamente e fechou em 6,1% no ano passado, menor que a de alguns países da UE, e os salários cresceram seis vezes Saiu na imprensa MEDVEDEV HERDA RÚSSIA MAIS RICA E MENOS LIVRE A Rússia está no limiar de uma transição histórica. O novo presidente, Dmitri Medvedev, 42, que assume o poder nesta quarta-feira, será o mais jovem líder russo desde o último czar, Nicolau 2º, que subiu ao trono aos 26, em 1894. E, pela primeira vez, o chefe de Estado não deixará o poder no caixão, doente ou à força. Em lugar disso, Vladimir Putin completará seu mandato como requer a Constituição e no auge de seu poder e de sua popularidade. (...) O novo presidente está herdando um país transformado, para o bem e para o mal, nos oito anos transcorridos desde que Putin assumiu. O crescimento econômico anual tem mantido a média de 7%. Propelido primeiro pela retomada do valor do rublo depois da crise finan- 84 ceira de 1998 e depois pelos preços recordes de energia e matéria-prima, ele vem sendo sustentado por um boom de consumo e investimento. (...) A estabilidade e a prosperidade russas foram acompanhadas por uma erosão da democracia, da liberdade de imprensa e da sociedade civil. Ainda que Putin esteja cumprindo a Constituição e deixando o cargo, ele só o está fazendo após uma série de medidas repressivas para assegurar uma transição suave em benefício do sucessor que escolheu e sufocar o surgimento de um candidato de oposição competitivo. (...) Graças às medidas oficiais de interferência e às suas disputas internas, a oposição democrática está desestruturada e sem esperança. Não conta nem mesmo com representação no Parlamento. Financial Times, 4/5/2008 A Guerra Fria acabou, mas os líderes russos e norte-americanos vêm protagonizando troca de farpas que lembram os acontecimentos de 20 anos atrás. O principal motivo é o avanço dos EUA em direção às nações da antiga Cortina de Ferro, região que era zona de influência direta dos soviéticos. O governo de George W. Bush está ampliando a presença militar e política na Europa do Leste – muitos dos ex-países comunistas são membros da aliança militar ocidental, a Otan, liderada pelos EUA. Sua ofensiva diplomática e econômica atinge inclusive nações que integravam a antiga União Soviética. Exemplo disso foi o apoio e o financiamento dos norte-americanos (e também da UE) a movimentos por democracia e contra governantes considerados corruptos na Geórgia e na Ucrânia. Também se prevê a construção de novas bases da Otan na Bulgária e na Romênia. Um dos motivos mais recentes para o nervosismo de Putin foi o anúncio de que o governo norte-americano planeja instalar um sistema de escudos antimísseis na República Tcheca e na Polônia (países que já integram a Otan). O objetivo oficial é a defesa contra possíveis ataques de mísseis do Irã e da Coréia do Norte. O governo russo, no entanto, diz sentir-se diretamente ameaçado pela colocação do sistema. Putin advertiu os EUA para a possibilidade de haver uma corrida nuclear caso insistam no projeto, além de ameaçar apontar mísseis russos contra cidades da Europa como forma de defesa. Caldeirão étnico A palavra federação no nome do país indica um enorme guarda-chuva que abriga cerca de 130 povos pertencentes a 21 repúblicas, dez distritos e uma região autônoma. Esses territórios têm governo local e autonomia parcial no interior do Estado russo – e a Rússia, território do oeste do país, na porção européia, é a república mais forte e importante, que abriga a capital, Moscou. Fora da área da Rússia propriamente dita, russos étnicos compõem a maioria da população em vários lugares. Há diversos focos de tensão no país. Um dos piores encontra-se no norte do Cáucaso, que abrange a Chechênia, república de maioria muçulmana que luta pela independência. O conflito remonta à época soviética, quando milhares de chechenos foram obrigados a mudar-se para outras regiões, enquanto a Chechênia era colonizada por imigrantes russos (a “russificação”). Com o tempo, os chechenos começaram a voltar para casa, e instalou-se um conflito. Com o fim da URSS, declararam independência. A Federação Russa não aceitou e, em 1994, mandou tropas para a república. Seguiramse duas guerras sangrentas, que deixaram mais de 100 mil mortos. A partir daí, há uma instabilidade permanente, com ataques terroristas dos rebeldes dentro e fora dos limites da Chechênia. O governo russo não aceita negociar a independência chechena pelo medo da desagregação nacional. Outros povos da Federação Russa também alimentam anseios separatistas. Além disso, o controle da rota do petróleo torna o Cáucaso importantíssimo para o Estado russo. Kosovo: novo país? Outra divergência entre a Federação Russa e os Estados Unidos está relacionada com Kosovo, província da Sérvia que em fevereiro passado declarou independência. A medida provocou violentos protestos da minoria sérvia que habita a região (90% dos kosovares são da etnia albanesa). A Federação Russa (o principal aliado da Sérvia) condenou a decisão e chegou a convocar o Conselho de Segurança da ONU para tentar invalidar a independência da província. Um dos motivos é o temor de que a medida crie precedente para outros conflitos separatistas, como os que o governo russo en- GUIA DO ESTUDANTE 14. Fed_Russa+Guerra Fria.indd 84-85 Tensão na Geórgia A Federação Russa e a Geórgia têm relações diplomáticas complicadas. São problemas associados aos conflitos na Ossétia do Sul e na Abkházia (veja o mapa), regiões da Geórgia fortemente influenciadas por Moscou e que lutam pela independência desde 1990. A tensão vem desde antes da derrocada da URSS, quando movimentos nacionalistas na Geórgia começaram a tomar força. As manifestações eram reprimidas brutalmente pelos militares soviéticos. Desde então, Moscou é vista como inimiga pelos georgianos. Até hoje, soldados e negociadores russos estão presentes na Ossétia do Sul e na Abkházia, maneira de manter a influência do país na região. A Geórgia acusa a Federação Russa de tentar anexar as duas regiões separatistas. Já os russos dizem que a Geórgia promove uma política externa anti-russos. Moscou também acusa o governo georgiano de apoiar os rebeldes chechenos com o envio de suprimentos e reforços. FED. RUSSA C Á U C ABKHÁZIA Sokhumi A S O Mte. Kasbek 5.033 m ALTO SVANETI Zugdidi Mar Negro Rioni OSSÉTIA DO SUL Kutaisi Poti Batumi ADJÁRIA Borjomi Kür Mtskheta Tbilisi Bolnisi Territórios autônomos: Abkházia e Adjária Movimentos separatistas: Abkházia e Ossétia do Sul Patrimônio cultural Rustavi AZERBAIDJÃO TURQUIA frenta em seu território. A independência de Kosovo, entretanto, foi reconhecida pelos norte-americanos e pela maioria dos países da União Européia. Esse é mais um capítulo da desagregação da antiga Iugoslávia, país comunista da região dos Bálcãs, formado como uma federação de seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegóvina, Montenegro e Macedônia. Com a queda do Muro de Berlim (1989) e a desintegração da URSS (1991), a Iugoslávia fragmentou-se. Entre 1991 e 1995 foi palco de uma guerra sangrenta envolvendo separatistas eslovenos, croatas e bósnios e grupos armados sérvios, cujo principal líder era Slobodan Milosevic. A Sérvia foi acusada, em 1998, de massacrar a população albanesa de Kosovo. I o ri Ao lado de Brasil, Índia e China, a Federação Russa forma o grupo chamado de Bric, dos mais importantes países em desenvolvimento ARMÊNIA O então presidente dos EUA, Bill Clinton, pressionou Milosevic a interromper essa política. Sem sucesso, os EUA e seus aliados europeus recorreram à Otan para bombardear a Sérvia, em 1999. Milosevic renunciou, e Kosovo passou a ser protetorado internacional. Foi quando se começou a discutir um plano de independência para a província, ao qual a Federação Russa se opôs desde o começo. Agora, como a nova Constituição kosovar não especifica o papel da missão da ONU nessa nova situação, criou-se um impasse. A Otan propõe mandar tropas de segurança para substituir a atual política kosovar. Se aprovada, a medida pode consolidar a influência norte-americana na região, o que deve ampliar a tensão entre o governo russo e os EUA. ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 c) Cite outro exemplo de movimento separatista recente nessa região. São exemplos de separatismos étnicos na região a invasão russa à Chechênia e os conflitos no Daguestão e Abkhásia 85 24.07.08 15:11:36 Após a conclusão, os grupos deverão apresentar à sala o resultado do trabalho. Para que não ocorram repetições de conteúdo, sugere-se ao professor que separe os trabalhos por décadas, de forma que cada grupo fique responsável por determinado período. Etapa 4 | Resolvendo questões Após a apresentação, os alunos poderão responder às questões a seguir. Veja algumas sugestões dos vestibulares com comentários. 44 Revista DO PROFESSOR ATUALIDADES b) Explique como a Rússia reagiu ao movimento pela independência da Ossétia do Sul e aponte as razões que motivaram essa reação. A Ossétia do Sul fez parte da URSS até 1991. Com a desintegração, esse território, que pertence ao conjunto de terras da república da Geórgia, buscou sua independência. A Federação Russa reconheceu a independência da Ossétia do Sul e apoiou tática e militarmente os rebeldes contra o governo georgiano. A Rússia também atacou bases militares georgianas, alegando defesa humanitária à Ossétia do Sul. Tal atitude embute a resposta do governo russo ao alinhamento do governo georgiano à Europa e aos Estados Unidos, pois há grande interesse dos EUA em manter bases militares da Otan na Geórgia e facilitar o escoamento de gás natural e petróleo através do território georgiano. Questão 8 (Unifesp, 2008) Mesmo com dificuldades, a Rússia mantém influên­cia nas antigas repúblicas da URSS após o seu final. ____________, por exemplo, depende da importação de gás da Rússia para gerar energia. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. a) A Estônia. b) O Turcomenistão. c) A Polônia. d) A República Tcheca. e) O Uzbequistão. Resposta: A