FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA ÁCIDO URSODESOXICÓLICO Sinónimos: Ursodiol Fórmula molecular: C24H40O4 Peso molecular: 392,6 Descrição: O ácido ursodesoxicólico é absorvido no tubo digestivo e sofre ciclo entero-hepático. É parcialmente conjugado no fígado antes de ser excretado pela bílis. Por influências das bactérias intestinais, as formas livres e conjugadas sofrem uma 7α-desidroxilação passando a ácido litocólico, parte do qual é excretado directamente pelas fezes e o resto absorvido, e principalmente conjugado e sulfatado pelo fígado, antes da sua excreção pelas fezes. No entanto, em comparação com o ácido quenodesoxicólico, o ácido ursodesoxicólico sofre menos degradação bacteriana. Dados Físico-Químicos: Pó branco ou quase branco. Muito pouco solúvel em água; facilmente solúvel em álcool; pouco solúvel em acetona e em cloreto de metileno. Ponto de fusão: 203ºC. Rotação óptica específica: +57º. Propriedades e usos: O ácido ursodesoxicólico é um ácido biliar natural presente em pequenas quantidades na bílis humana. O ácido ursodesoxicólico suprime a síntese e a secreção do colesterol pelo fígado e inibe a absorção intestinal do colesterol. É utilizado para a dissolução de cálculos biliares ricos em colesterol em doentes com vesícula biliar funcional, e em cirrose biliar primária. O ácido ursodesoxicólico é o fármaco de eleição, dado que é mais eficaz e se associa a menos efeitos adversos do que o ácido quenodesoxicólico. Dosagem: A dose habitual é de 6 a 12 mg/kg/dia, em forma de dose única quando na hora de ir para a cama ou em 2 ou 3 doses fraccionadas; os doentes obesos podem necessitar de até 15 mg/kg/dia. As doses diárias podem ser fraccionadas de forma desigual e as doses maiores podem ser administradas antes de ir para a cama para se neutralizar o aumento da concentração de colesterol biliar observado durante a noite. O tempo necessário para a dissolução dos cálculos biliares oscila presumivelmente entre 6 e 24 meses em função do tamanho e da composição do cálculo. O tratamento deve prosseguir durante 3 ou 4 meses depois do desaparecimento radiológico dos cálculos. Também foi administrado ácido ursodesoxicólico em doses reduzidas em combinação com o ácido quenoesoxicólico. FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA O ácido ursodesoxicólico também é utilizado na cirrose biliar primária. A dose habitual é de 10 a 15 mg/kg/dia em 2 a 4 doses fraccionadas. O ácido ursodesoxicólico foi ensaiado no tratamento da colangite esclerosante primária. Efeitos secundários: O ácido ursodesoxicólico pode provocar náuseas, vómitos e outras alterações digestivas, mas foi descrito que a diarreia aparece com menor frequência do que com o ácido quenoesoxicólico. Os aumentos dos valores enzimáticos hepáticos também são menos prováveis. Pode aparecer prurido. O tratamento com ácido ursodesoxicólico pode causar mais calcificações de cálculos de colesterol do que o ácido quenodesoxicólico. O ácido ursodesoxicólico não deve ser administrado a doentes com hepatopatia crónica, úlcera péptica ou doença inflamatória intestinal. Não é eficaz na dissolução de cálculos biliares pigmentados e calcificados, e não é útil em doentes que não tenham uma vesícula biliar manifesta e funcional. Deve-se evitar durante a gravidez Interacções: O ácido ursodesoxicólico não deve ser utilizado com fármacos como as hormonas estrogénicas, que aumentam o colesterol biliar. Deve-se evitar a administração concomitante com fármacos que se unem ao ácido biliar, como os antiácidos, o carvão e a colestiramina, dado que pode reduzir a eficácia do tratamento com o ácido ursodesoxicólico. Conservação: Em embalagens bem fechadas. PROTEGER DA LUZ. Exemplos de formulação: Cápsulas coleréticas Ácido ursodesoxicólico ………………….…… 150-300mg Excipiente q.s.p.………………………………..1 cápsula Bibliografia: - Martindale, Guía completa de consulta farmacoterapéutica, 1ª ed. (2003). - Formulario médico farmacéutico, PharmaBooks 2010