A cor A cor pode ser definida como uma interpretação humana de impulsos nervosos transmitidos ao cérebro a partir do olho quando este é penetrado por uma certa quantidade de energia radiante visível. Ou seja, a cor é um conceito que resulta da interacção entre a fonte de luz, o objecto, o olho e o cérebro. Nos nossos olhos existem dois tipos de células foto-receptoras (cones e bastonetes) que conseguem detectar as ondas electromagnéticas que incidem na retina. Os bastonetes e os cones possuem moléculas que se modificam ao absorver os fotões com determinada energia presentes em cada onda electromagnética. Esta alteração desencadeia uma série de reacções químicas as quais produzem sinais eléctricos que viajam até ao cérebro, onde em zonas específicas do córtex central são recebidos e interpretados. Qualquer, onda electromagnética (luz) transporta energia, mas sendo uma onda podemos dizer que existem dois parâmetros da onda que são fundamentais para perceber o fenómeno da percepção da cor: intensidade e o comprimento de onda. A intensidade determina a quantidade de brilho que a onda electromagnética apresenta, definindo-se intensidade como a quantidade de fotões que chegam a determinada área por segundo. O comprimento de onda é a distância entre duas cristas ou dois vales da onda, determinando este a onda que é vista bem como a cor que ela evoca. Os valores de comprimento de onda que são percepcionados pelos nossos olhos estão aproximadamente entre os 380 nm e 780 nm, pois só estes valores de comprimento de onda são capazes de serem absorvidos pelas células foto-receptoras. Comprimento de onda 380-450 nm 450-490 nm 490-560 nm 560-590 nm 590-630 nm 630-780 nm Cor Nome da Cor Violeta Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho Contudo, apesar de ser uma faixa muito pequena de comprimentos de onda, as células fotoreceptoras, são capazes de distinguir ondas cujos comprimentos diferem 5% no seu valor, esta diferença, apesar de mínima corresponde a outra cor. O segredo da percepção da cor, reside no facto, das células fotoreceptoras da retina conseguirem distinguir rigorosamente diferentes comprimentos de onda entre si e também separarem esta característica das ondas, da intensidade com que essas ondas chegam. Os primeiros sinais de visão acontecem quando penetra na retina uma certa quantidade de energia radiante visível (ondas electromagnéticas), esta quantidade de energia vai ser absorvida pelas células fotoreceptoras (cones e bastonetes). Os bastonetes, são extremamente sensíveis, pois são capazes de detectar e absorver um único fotão, por isso eles são responsáveis pela visão nocturna (escotópica), pela percepção do claro e do escuro, são responsáveis pelo percepção do contraste, necessário á definição da forma dos objectos. São os bastonetes, por exemplo que permitem visualizar o brilho das estrelas de noite, detectar o movimento. Os cones, ao contrário, são menos sensíveis, estão preparados para receberem uma quantidade maior de energia por unidade de tempo (luz mais intensa) deste modo são responsáveis pela visão diurna (fotópica), são eles que iniciam o processo de percepção da cor. Existem três tipos de cones, cones S, responsáveis pela absorção de ondas com pequeno (short) comprimento de onda; cones M, responsáveis pela absorção de ondas com comprimento de onda médio (midlle) e cones L, responsáveis pela absorção de ondas com comprimento de onda grande (large). AM Vulgarmente também chamados de cone azul; cone verde e cone vermelho, respectivamente. O cone do tipo S, é também designado, cone azul porque as ondas electromagnéticas que evocam a cor azul tem um comprimento de onda mais pequeno que as ondas electromagnéticas que evocam a cor verde e estas tem um comprimento de onda mais pequeno, por sua vez, que as ondas electromagnéticas que evocam a cor vermelha. O gráfico da figura 1 ilustra a resposta (absorvância) de cada uma das células foto-receptoras e relaciona o comprimento de onda para o qual essa resposta é máxima. Note-se que apesar de todas elas revelarem um máximo de absorvância, são sensíveis a uma determinada gama de comprimentos de onda. Figura 1 – Gráfico que traduz a absorvância de cada célula foto – receptora com a respectiva gama de comprimentos de onda. (adaptado do site: www.hsw.com.br/luz.html) Há que referir que a percepção da cor, só é possível porque a informação recebida por estas células, chega ao cérebro, mas para isso acontecer, intervém neste processo para além dos cones e dos bastonetes outras células. Os cones e os bastonetes encontram – se ligados ás células bipolares pois, estas permitem que os sinais captados pelas cones e bastonetes cheguem às células ganglionares as quais por sua vez transmitem essa informação ás células que constituem o nervo óptico o qual transporta a informação recolhida, ao cérebro onde é descodificada. Entre as células bipolares e entre estas e as ganglionares existem dois tipos de células as horizontais e as amácrinas que regulam a informação que circula entre os cones e bastonetes e as bipolares e entre estas e as ganglionares, respectivamente. A localização de cada uma destas células pode ser verificada na figura 2, que ilustra um corte transversal da retina. Sentido de incidência da Luz Figura 2 – Constituição da retina Adaptado de : http://curlygirl.naturlink.pt/vertebrata.html AM A percepção das cores é o resultado de uma sensação visual causada pela absorção de fotões pelos pigmentos existentes nas células foto-receptoras da retina (cones e bastonetes). Uma determinada cor é definida através de três características básicas: Tom ou Matiz – corresponde ao comprimento de onda percepcionado (absorvido) pelos cones e que evoca a cor que estamos a ver (fig.3). Figura 3 – Circulo ilustrando os tons principais. Saturação – refere-se á pureza da cor. A saturação está relacionada com a quantidade de luz branca que é adicionada a cada matiz. Regra geral, podemos distinguir entre vinte níveis diferentes de saturação para matizes com comprimentos de onda grande ou matizes com comprimento de onda pequeno. Enquanto, para matizes relacionados com comprimentos de onda médios podem ser distinguidos somente seis níveis diferentes de saturação (Fig. 4). Figura 4 – Representações que ilustram a saturação para diferentes matizes. A saturação aumenta no sentido da seta. (Adaptado de “Color : from computation to perception”-Alessandro Rizzi , Universidade de Milão) AM Brilho – refere-se á quantidade de luz que um objecto emite. Ou seja, o número de fotões que atingem o olho. Podemos dizer que é a nossa interpretação subjectiva de uma grandeza física que se designa de intensidade luminosa. Estas três características estão presentes e podem ser por nós manipuladas quando utilizamos um qualquer software e queremos modificar a cor de uma palavra, por exemplo, na aplicação informática de tratamento de texto ,Word existe a seguinte ferramenta: Matiz Brilho Saturação AM