prof. ênio- discursiva

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03 - O recente surto do vírus Ebola na África Ocidental é considerado o pior da
história. As primeiras células afetadas pelo contágio do vírus são exatamente aquelas
fundamentais para a resposta imune do organismo, pois são as que primeiramente
reconhecem que algo estranho entrou no corpo. A vacina VSV, em fase de testes,
pode ajudar a combater futuros surtos de Ebola. Ela é produzida a partir de um vetor
viral semelhante ao vírus da raiva. Neste vetor foi removido o gene que codifica a
glicoproteína do vírus VSV e inserido o gene que codifica a glicoproteína do vírus
Ebola. A vacina tem, portanto, uma glicoproteína Ebola na superfície, mas não se
comporta como o vírus Ebola.
Adaptado de: Scientific American Brasil, 29 de julho de 2014 http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/ebola.html acessado em 17/08/2014
Como a UFPR elaborou esta questão a partir de uma entrevista dada
pelo virologista Thomas Geisbert à revista Scientific American e
reproduzida pela UOL, transcrevemos as respostas do próprio
entrevistado.
a) Que células do organismo fundamentais para a resposta imune são primeiramente
afetadas pelo vírus Ebola?
“O vírus Ebola é geralmente transmitido por contato próximo e as primeiras células que afeta
são importantes para a resposta imune imediata do organismo - os monócitos,
macrófagos e células dendríticas. Essas células são importantes porque eles são as
primeiras a reconhecer que algo estranho entrou no corpo e a acionar o sistema imune inato
para combater a infecção. A infecção prejudica a mobilização do sistema imune de modo
eficaz e o corpo tem dificuldade para combater o vírus, que se multiplica a ponto de afetar os
principais órgãos.”
b) Qual a importância da vacina possuir em sua superfície a glicoproteína do vírus Ebola?
“Vou dar um exemplo de como uma vacina pode funcionar. A vacina VSV é provavelmente
uma das mais promissoras, e é baseada em um vetor viral semelhante ao vírus da raiva,
uma partícula viral em forma de cartucho. Em sua superfície há uma proteína estrutural do
tipo glicoproteína que permite a um vírus reconhecer, se ligar depois assumir o controle da
célula hospedeira. Na vacina, removemos o gene que codifica a glicoproteína do vírus VSV
e substituímos pelo gene que codifica a glicoproteína do vírus Ebola. O resultado é uma
vacina que tem uma glicoproteína Ebola na superfície.”
c) Por que a vacina VSV não se comporta como o vírus Ebola?
“O vírus vacinal não se comporta como Ebola porque o resto do seu genoma não é Ebola
mas, ao carregar a glicoproteína do Ebola, gera resposta imune. Mais tarde, os anticorpos
gerados pela vacinação permitem que o corpo reconheça a glicoproteína do Ebola
verdadeiro como um corpo estranho e crie uma resposta imune contra o vírus.”
05 - O esquema ao lado representa um eixo importante do
sistema endócrino, no qual a hipófise anterior (adeno-hipófise)
libera hormônios que controlam, além das glândulas
endócrinas, diversos órgãos e tecidos.
a) Neste eixo, como a secreção dos hormônios da hipófise anterior é
controlada?
Por mecanismo de retroalimentação negativa (feedback negativo).
b) A partir deste esquema, explique como os métodos
contraceptivos hormonais (pílulas anticoncepcionais) atuam.
Um dos hormônios da hipófise anterior é o LH (hormônio luteinizante), que é responsável
pela ovulação e pelo desenvolvimento do corpo lúteo. Logo após a ovulação (cerca de 14
dias antes de menstruar), forma-se o corpo lúteo que, por sua vez, produz progesterona.
Quando o nível sanguíneo de progesterona fica alto, a hipófise diminui a liberação de LH.
Consequentemente, diminui o nível sanguíneo de progesterona e a menstruação desce.
A pílula contém progesterona (ou uma substância que tem ação de progesterona). Logo,
tomando pílula, a mulher mantém alto o nível sanguíneo de progesterona, fazendo com que
sua hipófise não libere LH. Com o LH baixo no sangue, não ocorre a ovulação. Sem óvulo,
não há fecundação.
06 - Em uma certa espécies de abelhas, a cor dos olhos é condicionada por uma série
de alelos múltiplos com a seguinte relação de dominância:
bm
(marrom)
>
bp
(pérola)
>
bn
(neve)
> bc
(creme)
>
b
(amarelo)
Uma abelha de olhos marrons, heterozigota para pérola, produziu 1.250 gametas que
foram inseminados artificialmente por espermatozoides de machos com olhos de
cores marrom (20%), pérola (20%), neve (20%), creme (20%) e amarelo (20%). Foram
fecundados 80% dos gametas femininos. Pergunta-se:
a) Quantos descendentes fêmeas e quantos machos nascerão? Por quê?
1000 fêmeas e 250 machos.
A reprodução das abelhas envolve partenogênese (desenvolvimento do óvulo sem
fecundação) e ocorre do seguinte modo: se o óvulo for fecundado originará fêmeas; se não
for fecundado originará machos (partenogênese arrenótoca). Assim, a determinação do sexo
das abelhas depende da partenogênese, isto é, dos óvulos fecundados se originam as
fêmeas, que são diploides; dos óvulos não fecundados se originam os machos (zangões),
que são haploides.
Uma vez que 80% dos óvulos foram fecundados (originam fêmeas), temos: 80/100 x 1250 =
1000;
Uma vez que 20% dos óvulos não foram fecundados (originam machos), temos: 20/100 x
1250 = 250.
b) Quantos descendentes fêmeas e machos terão olhos cor pérola?
Como a fêmea de olhos marrons é heterozigota
(bm e bp) e como 20% dos espermatozoides são
abaixo:
bm
bp
bp
bm bp
bp bp
bm bp, ela forma dois tipos de óvulos
bp, o cruzamento fica como representado
50% de chance para olhos marrons (marrom é dominante)
50% de chance para olhos pérola
Número esperado de fêmeas de olhos pérola: 80/100 (óvulos fecundados) x 20/100
p
(espermatozoides com b ) x 50/100 (chance de olhos pérola) x 1250 = 100
Número esperado de machos de olhos pérola: 20/100 (partenogênese) x 50/100 (óvulos
p
com o alelo b ) x 1250 = 125.
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