PROF.: FERNANDA BRITO Disciplina Farmacologia [email protected] EXEMPLOS DE ESQUEMAS COMPARTIMENTAIS DO CORPO CÉREBRO COMPARTIMENTO CENTRAL TGI OUTROS TECIDOS FÍGADO EXCREÇÃO RENAL ELIMINAÇÃO METABÓLICA TGI COMPARTIMENTO CENTRAL Kel TECIDOS PERIFÉRICOS ORDENS DOS PROCESSOS CINÉTICOS 9Processos cinéticos de primeira ordem (y = k x 1) 9Processos cinéticos de segunda ordem (y = k x 2) 9Processos cinéticos de ordem zero (y = k x 0) 9Processos cinéticos do tipo Michaelis-Menten ou de capacidade limitada. y = variável dependente x = variável independente k = constante Primeira ordem ou exponencial: taxa de transferência ou metabolismo é proporcional à quantidade (concentração) da substância. Segunda ordem: Reação se processa na taxa proporcional ao produto da concentração de duas substâncias. Ordem zero: Taxa de metabolismo ou transferência de uma substância é cte, não dependendo da concentração da substância. Cp CINÉTICA DE ELIM. DE ORDEM ZERO C = C0 - Kt Taxa de eliminação = K Ordem zero 1a Ordem Tempo CINÉTICA DE ELIMINAÇÃO DE 1a ORDEM C = C0 e- Kt Taxa de eliminação = KC Modelo de compartimento único Diagrama do modelo farmacocinético de compartimento único aberto para a disposição dos fármacos Ka Vd CP Kel A concentração plasmática de uma droga (Cp) é determinada pela velocidade de absorção da droga (Ka), pelo volume de distribução (Vd) e pela velocidade de eliminação (Kel) Via parenteral Ka e não determinado Meia - vida A meia-vida (t1/2) é o tempo gasto para que a concentração plasmática ou a quantidade de um fármaco no organismo seja reduzida em 50%. Fase α: fase de distribuição (do compartimento central, sangue, p/ os compartimentos periféricos Fase β: fase de eliminação (tb compreende a redistribuição) Meia-vida dos fármacos (t1/2) •Tempo que determinada concentração do fármaco leva para reduzir-se à sua metade •Aplicação: conseguir a concentração máxima plasmática média cte (4 a 6 meias vidas), após repetidas doses, em intervalos que representam a meia-vida. t1/2 = 0,693/ Kel Considerações sobre o t1/2 : •Após o tempo de 4 a 6 meias-vidas, o fármaco atinge sua concentração plasmática máxima cte média (Css); •Quanto mais curta a meia-vida, mais rapidamente se alcança a Css; •Quanto mais curta a meia-vida, mais flutuará a Cp média entre as doses. Tentar empregar formulações de liberação lenta; •Quando a meia-vida é prolongada acima do valor normal, o tempo é maior para se alcançar a concentração plasmática máxima constante (insuficiência renal). Pode-se atingir valores tóxicos, deve-se diminuir as doses ou prolongar o intervalo. •A Css de um fármaco, após doses repetidas, pode ser calculada a partir do conhecimento do comportamento cinético de uma única dose, desde que se conheça: -t1/2 F.D Css = ______ -Kel -Vd Kel . Vd . t -Dose (D) -Biodisponibilidade (F) -Intervalo entre as doses (t) Concentração Plasmática dos Fármacos Esquema posológico: Cp em níveis terapêuticos desejados e constantes. Ajuste posológico: 1) Com uma dose inicial, de ataque, seguida por doses de manutenção 2) Com uma série de doses repetidas até que, após quatro a seis meias-vidas, atinja-se a Css C0 Concentração plasmática do fármaco μg/ml 32 V=dose/C0 16 8 4 2 1 T1/2 0 2 4 6 8 Tempo (horas) 10 12 Curvas de concentração plasmática-tempo após a administração intravenosa de um fármaco(500mg) a um homem de 70 Kg Concentração da droga 100 50 25 10 1 T 1/2 1 2 3 4 5 Tempo (horas) 6 7 Compartimento único aberto para disposição da droga após uma dose oral Estado de equilíbrio estável (quatro t ½) Concentração 2 1 0 Equilibrio estável 1 2 3 4 5 6 Tempo (múltiplos da meia-vida de eliminação) BIODISPONIBILIDADE DOS FÁRMACOS • É a quantidade de fármaco disponível para ser utilizada pelo organismo. Compreende os seguintes aspectos da maneira dinâmica pela qual o fármaco e/ou seus metabólitos: a) Atingem a circulação sistêmica b) Chegam aos locais de ação (biofase) c) Liberam-se em locais pré-absortivos do corpo 1. a) b) c) 2. 3. Biodisponibilidade absoluta Sistêmica Biofásica Pré-absortiva Bioequivalência comparativa Biodisponibilidade in vitro Biodisponibilidade absoluta: velocidade e extensão com que o fármaco penetra no corpo ou é liberado em locais pré-absortivos para, em seguida, alcançar a circulação sistêmica. Biodisponibilidade sistêmica: entrada do fármaco na circulação sistêmica Biodisponibilidade biofásica: chegada do fármaco no seu local de ação Biodisponibilidade pré-absortiva: fármaco para efeitos locais Bioequivalência comparativa: dois produtos farmacêuticos devem possuir mesma biodisponibilidade, equivalência farmacêutica (mesma forma farmacêutica, mesma forma de fabricação) Revestimentos, ligantes, lubrificantes, edulcorantes, compactação, excipientes Biodisponibilidade in vitro: Previsão da biodisponibilidade in vivo, utilizando-se padrões de dissolução já estabelecidos pela USP e FDA. Variação da biodisponibilidade: Via intravenosa: 100% biodisponível Outras vias: dependem das características físico-químicas, processos de industrialização, forma farmacêutica, além das características do paciente Ex.: comprimido: desintegração, dissolução paciente: motilidade gastrintestinal, pH, idade, sexo, peso corpóreo, quadros patológicos, características genéticas, estresse, ingestão de água, pH da urina, ingestão concomitante de alimento, interação com outros fármacos. AVALIAÇÃO DA BIODISPONIBILIDADE Objetivo: determinar quanto de determinado fármaco é absorvido no organismo para prevenir ou curar uma doença. Determinada à partir da Cp ou da excreção do fármaco na urina. •Cmax •tmax •ASC •Tmax relacionado com a taxa de absorção •ASC (AUC): medida fiel da quantidade de fármaco que penetra na circulação sistêmica. Calculada por integração matemática e é expressa pelo produto da concentração pelo tempo. Fatores que influenciam na biodisponibilidade de fármacos administrados por via oral Características do fármaco Forma farmacêutica Interação com outras substâncias no TGI Características do paciente Inativação antes da absorção GI Absorção incompleta Efeito de primeira passagem Estado físico do fármaco Excipientes ou veículos Alimentos Fármacos pH GI Motilidade GI Perfusão Flora Estados nutricionais Função hepática Fenótipo genético VARIAÇÕES DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA -As variações não devem ultrapassar a janela terapêutica (toxicidade x ineficácia terapêutica) -Ligação às ptns plasmáticas -Patologias insuficiência cardíaca (diminuição da perfusão hepática) hipertireoidismo (aumento do metabolismo) insuficiência renal disfunção hepática CLEARANCE RENAL DOS FÁRMACOS (CL) Depuração Depende da Kel Inversamente proporcional ao t1/2 Diretamente proporcional ao Vd CL = (0,693) (Vd) t1/2 TEMPO DE MEIA-VIDA P/ CINÉTICA DE 1a ORDEM 0,5 = Cp2 / Cp1 Cp2 = Cp1 e –K T1/2 Cp2 / Cp1 = 0,5 = e –K T1/2 0,5 = e –K T1/2 ln 0,5 = – K T 1/2 T1/2 = 0,693 / Kel CLEARANCE P/ CINÉTICA DE 1a ORDEM Taxa de eliminação total de um fármaco = ClT . Cp Taxa de eliminação (TE) = Kel . Q TE = Kel . Vd . Cp TE = ClT . Cp = Kel . Vd . Cp ClT = Kel . Vd ClT = Vd . 0,693 / T1/2