A ARTE NO EGITO UMA ARTE DEDICADA À VIDA DEPOIS DA MORTE A arte desenvolvida pela cultura egípcia refletiu a crença de que a vida humana poderia sofrer interferência dos deuses. A arte concretizou-se nos túmulos e nos objetos deixados junto aos mortos. Sua arquitetura também foi voltada para construções mortuárias. As tumbas dos primeiros faraós eram réplicas de suas casas, as mastabas, que deram origem, depois, às pirâmides. A palavra mastaba provém do termo árabe, que significa “banco”. Construídas com pedra calcária ou tijolo de barro (adobe). A IMPONÊNCIA DO PODER RELIGIOSO E POLÍTICO O faraó Dsojer deu início ao Antigo Império. Nesse período foram construídos importantes monumentos artísticos para ostentar a grandiosidade e imponência do poder político e religioso do faraó. As obras mais importantes do período são: A pirâmide Dsojer, construída pelo arquiteto Imotep; e as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas pelos três respectivos faraós do Antigo Império. A maior: Quéops – 146 metros de altura e 54 300 metros de área. Não foi utilizada nenhuma argamassa entre seus blocos. ESFINGE QUE REPRESENTA O FARAÓ QUÉFREN, PLANÍCIE DE GIZÉ, NO EGITO. Geralmente a finalidade era a de guardar os túmulos. A esfinge de Quéfren possui 20 metros de altura e 74 metros de comprimento. Sua cabeça representa o faraó e o corpo é de um leão. UMA ARTE DE CONVENÇÕES A arte estava inteiramente ligada à religião. Obedecia a padrões e regras que limitavam a criatividade pessoal do artista. A arte era anônima, por causa das convenções. A obra de arte deveria revelar perfeito domínio de técnicas de execução. O estilo do artista não deveria prevalecer. A LEI DA FRONTALIDADE Regra que deveria ser seguida na pintura e nas esculturas de baixo-relevo. A arte não deveria apresentar uma reprodução naturalista, que sugerisse realidade. O observador deveria saber que se tratava de uma representação. Nas figuras ao lado, nota-se as características da lei da frontalidade: o tronco das figuras estão representados de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés estão vistos de perfil. O TEMA O tema predominante na arte do Egito é a figura humana. Nas esculturas os artistas, sempre que fizessem figuras sentadas, deveriam representá-las com as mãos sobre os joelhos. Nas pinturas, os homens tinham a pele mais escura do que as mulheres. Através de figuras e hieróglifos apresentavam cenas cotidianas, com eventuais paisagens de fundo, animais e objetos detalhados. Os indivíduos seguiam padrões estereotipados e eram distinguidos pelas roupas e acessórios. Pintura mural Tumba de Tutancâmon. Cenas egípcias. O ESTILO Passado de geração para geração de acordo com regras estabelecidas. Nada feito por acaso, tudo tinha um significado, um propósito. Regularidade geométrica. Imagens achatadas para o telespectador. Representação da natureza e o modo de viver das pessoas. Não consideravam a perspectiva e nem o volume. A TÉCNICA Os artistas planejavam a composição dos murais de acordo com o espaço disponível das tumbas, paredes ou pedras. Os murais eram pintados com uma técnica chamada “falso afresco”, isto é, a têmpera era aplicada sobre a argamassa já seca. O sistema de medidas e proporções do corpo humano respeitava um cânone (regra de proporção do corpo humano). A dimensão da figura era determinada pela hierarquia social familiar, variando da maior para a menor. O movimento da figura era constante e mecânico, isto é, não orgânico, que se identifica com a ideia de eternidade, uma das principais funções da arte egípcia. O APOGEU DO PODER E DA ARTE O apogeu deu-se no Novo Império (1580 – 1085 a. C.) Os faraós reiniciaram grandes construções. Luxor e Carnac, foram templos construídos e dedicados ao deus Amon. São os mais conservados hoje em dia. Um dos mais importantes monumentos funerários desse período é o templo da rainha Hatshepsut que reinou de 1511 a 1480 a. C. Na pintura do Novo Império surgiram criações artísticas mais leves com cores mais variadas que as dos períodos anteriores. As figuras adquiriram certa sensação de movimento por causa do abandono à rigidez de postura. O TEMPLO DE LUXOR (1380 A. C.) Construído por determinação de Amenófis III. Possui colunata composta de sete pares de colunas com cerca de 16 metros de altura. O aspecto mais importante é o novo tipo de coluna, com capitel (arremate superior), trabalhado com motivos da natureza, como papiro e a flor de lótus. TEMPLO DA RAINHA HATSHEPSUT Construção imponente e harmoniosa que fica em Deir el-Bahari. Sua beleza deve-se ao fato de ter ao fundo uma montanha rochosa que parece fazer parte do conjunto o que cria uma integração entre arquitetura e ambiente natural. O VALE DOS REIS Localizado na margem do rio Nilo, próximo a Luxor. Iniciou sua tradição com o faraó Tutmés I, no Novo Império. Seu túmulo foi construído neste local. As tumbas nesse local eram construídas no interior da montanha, as vezes a 200 metros de profundidade. Tal artifício não impediu os saqueadores de invadir o local e roubar as riquezas. A tumba de Tutancâmon foi na única encontrada com todas as suas riquezas preservadas. Atualmente é um dos pontos turísticos mais importantes do Egito é o Vale dos Mortos, com mais de sessenta tumbas onde é possível ver pinturas murais. A pouco mais de um quilômetro deste local fica o Vale das Rainhas com cerca de oitenta tumbas em sua maioria destruídas. O Vale dos Reis O TÚMULO DE TUTANCÂMON O túmulo de Tutancâmon é uma grande construção formada por um salão de entrada, que dá acesso à “câmara do tesouro” e à “sala sepulcral”. Dentro de seu túmulo foram encontradas carruagens, esquifes e inúmeras peças de escultura, entre as quais uma escultura de quase 2 metros de altura representando o rei. O corpo do faraó foi guardado em três sarcófagos, um dentro do outro. Dois em madeira e o terceiro em ouro maciço com aplicações de pedrarias. O seu trono foi esculpido em madeira e coberto com uma lâmina de ouro e ornamentado com incrustações de vidro e cerâmica esmaltada, além de prata e pedras. SARCÓFAGO DE TUTANCÂMON Guardava o corpo do faraó. Em ouro maciço incrustado de pedras como lápis-lazúli, coralinas e turquesas. A DINASTIA DE RAMSÉS II Templo de Abu-Simbell, na Baixa Núbia. A mais grandiosa obra de Ramsés II. (século XII a. C.) O rei Ramsés II preocupou-se em expandir o poderio político do Egito. Toda a arte do seu reinado foi uma demonstração de poder. Estátuas gigantescas foram erguidas e nas imensas colunas comemorava-se os feitos políticos desse soberano. Nessa época também utilizavam os hieróglifos como elemento estético, com a intenção de deixar registrado os feitos de Ramsés II. Foram esculpidos nas colunas e fachadas e passaram a fazer parte da ornamentação. NEFERTITI (A RAINHA EGÍPCIA) O busto de Nefertiti foi esculpido em pedra calcária pintada. Acredita-se que o busto foi produzido por volta de 1350 a. C. e que se trata de uma cópia de ateliê, pois está incompleta (faltalhe o olho esquerdo). Nefertiti significa “uma bela mulher que chegou”. Foi descoberta pelo arqueólogo alemão Ludwig Borchardt em escavações em Amarna – dezembro de 1912. Encanta pelo semblante delicado e harmonioso. História da Arte – Colégio São Paulo – 1ª série - EM NÉLIA ARMOND LOPES FONTES DE CONSULTA: ROSA, Nereide - RETRATOS DA ARTE – EDITORA LEYA. SP 2012. PROENÇA, graça – HISTÓRIA DA ARTE – EDITORA ÁTICA , SP 2008. IMAGENS: GOOGLE.COM.BR