Estudo da Tensão de Ruptura em Transistores Mosfet de Potência em Ambientes Extremos Natasha Cristine Cezarino Merzbahcer, Milene Galeti Centro Universitário da FEI [email protected] [email protected] 1E-9 Resumo: Este trabalho tem por objetivo o estudo da Tensão de Ruptura dos Transistores MOSFETs de Potência, com a 1E-10 variação de parâmetros, tais como, temperatura, concentração de dopantes, tempo de vida e estrutura das regiões. V = 0 [V] GS T= 300 [K] Dispositivos semicondutores usados em sistemas de elevada potência devem suportar altas correntes e tensões, assim como elevadas tensões reversas durante o seu chaveamento1. Este trabalho tem como objetivo verificar a influência de alguns parâmetros tecnológicos, assim como a variação da temperatura, no comportamento da tensão de ruptura de dispositivos MOSFETs de potência. Este estudo foi realizado através de simulações numéricas bidimensionais da estrutura física dos dispositivos, utilizando os modelos específicos que possibilitaram a análise do comportamento estático do dispositivo. Parâmetros como temperatura (T), tempo de vida dos portadores (e) e concentração de dopantes (Na) foram analisados no comportamento da tensão de ruptura, através das curvas da corrente de dreno (IDS) em função da tensão de dreno (VDS) com a tensão de porta (VGS) polarizada em 0V. A tensão de ruptura foi definida como o valor de tensão na qual é observada a elevação na corrente de dreno de uma década. 2. Resultados Simulados As simulações numéricas bidimensionais foram realizadas utilizando o simulador de dispositivos Atlas (Silvaco)2, incluindo modelos para recombinação, foto-geração, ionização por impacto, estreitamento das bandas de energia, mobilidade e tempo de vida dos portadores. Além de incorporar as estatísticas de Boltzmann e Fermi-Dirac, com o objetivo de tornar os resultados mais precisos. A Fig. 1 apresenta as curvas de IDS em função de VDS, com a variação da temperatura de 300 à 550K. Pode ser observado que a corrente de dreno, durante o funcionamento no modo de bloqueio (VGS = 0 V), é fortemente influenciada pela variação da temperatura devido à dependência desta corrente com a concentração intrínseca, conforme Eq. 1. Na Fig. 2 foi investigada a influência do tempo de vida dos portadores na tensão de ruptura, através da variação de TAUP e TAUN. 1E-4 1E-5 1E-6 VGS= 0 V I DS [A/ m] 1E-7 N- Concentração da região -7 de Deriva= 5 10 cm 1E-8 1E-9 -3 Temperatura em Kelvin 300 [K] 350 [K] 400 [K] 450 [K] 500 [K] 550 [K] 1E-10 1E-11 1E-12 1E-13 0 20 40 60 80 100 120 140 Fig. 1 - Curvas IDS em função de VDS, com a variação da temperatura. I leak 1 2 ni2 ni W N qA a e -3 [cm ] -7 TAUN=TAUP 0.7E-7 [s] 0.8E-7 [s] 0.9E-7 [s] 1E-7 [s] 2E-7 [s] 3E-7 [s] 4E-7 [s] -7 0.7 10 ... 4 10 [s] 1E-13 0 20 40 60 80 VDS [V] Fig. 2 - Curvas IDS em função de VDS, com a variação do tempo de vida dos portadores. A tensão de ruptura se mostrou fortemente dependente da concentração de dopantes da região de deriva, conforme pode ser observado na Fig. 3. Com o aumento da concentração de dopantes nesta região foi observada uma redução significativa na tensão de ruptura. 1E-9 VGS= 0 [V] T= 300 [K] 1E-10 1E-11 N- Concentraçمo da regiمo de Deriva -3 1E15 [cm ] -3 2E15 [cm ] -3 2.5E15 [cm ] -3 5E15 [cm ] -3 1E16 [cm ] -3 2.5E16 [cm ] -3 5E16 [cm ] 1E-12 1E-13 0 40 80 120 160 200 VDS [V] Fig. 3 Curvas IDS em função de VDS, com a variação da concentração dos dopantes na região de deriva. 4. Conclusões Este trabalho investigou a influência de alguns parâmetros tecnológicos, assim como da temperatura, na tensão de ruptura de dispositivos MOS de potência. Apesar do aumento da corrente de fuga com o aumento da temperatura, a tensão de ruptura é aumentada devido à redução da mobilidade dos portadores e consequentemente a redução na ionização por impacto junto à região de dreno. A redução da tensão de ruptura observada com o aumento do tempo de vida dos portadores pode ser relacionada com o aumento do ganho de corrente do transistor bipolar parasitário inerente à estrutura MOS. Finalmente, foi analisada a redução da tensão de ruptura com o aumento da concentração de dopantes na região de deriva. Este fato se deve ao aumento do campo elétrico junto à região de dreno que favorece a ionização por impacto nesta região. 5. Referências VDS [V] D qA n n -7 1E-11 1E-12 IDS [A/ m] 1. Introdução I DS [A/ m] N- Concentraçao da região de Deriva = 5 10 (1) [1] Mohan. Power electronics: converters, applications and design, Ed. Wiley, 2007. [2] ATLAS User’s Manual, SILVACO (2007). Agradecimentos À instituição FEI pelo apoio ao projeto de pesquisa e meu orientador por todo conhecimento que adquiri. Aluno de IC do Centro Universitário da FEI.