Tratamento do estrabismo: toxina botulínica é alternativa não-cirúrgica Originalmente, o remédio foi aprovado pela primeira vez há 20 anos, nos EUA, com fins terapêuticos, para tratar estrabismo. No Brasil, o medicamento é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para oito indicações, cosméticas e terapêuticas. A toxina botulínica tem sido uma grande aliada no tratamento de estrabismos por ser uma opção menos invasiva. “Uma das vantagens que observamos no tratamento do estrabismo com a substância é que não há alterações anatômicas, diferentemente do procedimento cirúrgico. Sua aplicação é uma alternativa segura - inclusive em crianças - e o tempo de recuperação é rápido”, explica o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares. Nos casos de estrabismo, a toxina botulínica é aplicada diretamente no músculo ocular externo, proporcionando relaxamento e o alinhamento dos olhos, sem intervenção cirúrgica. Além de evitar a cirurgia, o procedimento é seguro, dura cerca de um minuto, é feito com anestesia local e o tempo de recuperação é curto. “É preciso destacar que a toxina botulínica no tratamento do estrabismo não produzir efeitos tão estáveis como a cirurgia convencional, mas é muito efetiva em certos tipos específicos de estrabismo, tais como desvios de pequenos ângulos, desvios secundários, paralisias agudas do nervo, oftalmopatia subaguda da moléstia de Graves, hipo e hipercorreções pós-cirúrgicas, estrabismos pós-cirurgia de descolamento de retina e também para pacientes sem condições clínicas para anestesia geral ou para correção cirúrgica”, diz Centurion. O procedimento cirúrgico é ainda o método mais apropriado para tratar o estrabismo nos casos de grandes desvios - quando há muitos músculos envolvidos - em estrabismos com incomitâncias alfabéticas associadas ou ainda quando houver cicatrizes de tecido perimuscular. Além do tratamento do estrabismo, a toxina botulínica tipo A é utilizada para tratar outras moléstias oftalmológicas, como distonias faciais, blefaroespasmos e espasmos hemifaciais. “A aplicação da toxina nos músculos acometidos provoca uma paralisia muscular temporária, promovendo o alívio dos sintomas”, explica a oculoplasta do IMO, Fernanda Takay. No campo da plástica ocular, a substância ainda é usada “nos casos de tarsorrafia química, quando é aplicada no músculo levantador da pálpebra superior, provocando uma ptose temporária para proteção da córnea em pacientes com úlceras tróficas; na correção temporária de retração da pálpebra superior; na apraxia palpebral e no tratamento do lacrimejamento reflexo após paralisia facial”, enumera a médica. www.imo.com.br / [email protected] http://twitter.com/clinicaimo