Cidade de Campos no RJ vacina meninas contra o HPV pela rede

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Cidade de Campos no RJ vacina meninas contra o HPV pela rede pública de saúde
Até o final da ação, serão imunizadas cerca de 17 mil meninas de 11 a 15 anos, matriculadas nas
escolas públicas e particulares da cidade. Os tipos de HPV 11 e 18 são responsáveis por 70% dos
casos de câncer de colo do útero e os tipos 6 e 11 causam 90% dos casos de verrugas genitais.
Ambas as doenças são consideradas problemas de saúde pública pela Organização Mundial da
Saúde (OMS).
O secretário municipal de Saúde de Campos dos Goytacazes, Paulo Roberto Hirano, ressalta que a
medida é inovadora e está garantindo que a imunização chegue às adolescentes antes do início da
atividade sexual. “Consideramos a vacinação contra o HPV uma das medidas de maior impacto de
saúde pública em nosso município, visto que proporciona uma efetiva prevenção contra o câncer de
colo de útero. Com isso, estamos oferecendo prevenção para o resto da vida dessas meninas”, disse.
Segundo a Dra. Cândida Barcelos, médica coordenadora de Projetos Especiais da Secretaria de
Saúde, a iniciativa visa a garantir a prevenção, diminuindo a incidência das doenças causadas pelo
vírus, e o número de consultas médicas, de internações e de cirurgias, promovendo economia com a
redução da oferta de medicamentos e melhorando a qualidade de vida das adolescentes.
“Oferecer a vacina nas escolas é a garantia de que elas completarão todo o ciclo de imunização,
tomando as três doses e, consequentemente, garantindo que o dinheiro público será bem investido.
Além disso, a ação tem como objetivo incentivar as mães a fazerem o Papanicolaou.” A cidade
começou a campanha em setembro, quando deu início à primeira etapa da vacinação. A segunda
fase vacinal terá início em novembro e a terceira, em março de 2011.
Fruto da parceria com a MSD, empresa farmacêutica que produz a vacina quadrivalente a iniciativa
é exemplo de uma parceria público-privada bem-sucedida. A empresa espera que a ação possa ser
seguida por outros municípios e estados do País para promover maior acesso da população à vacina.
Saúde na escola
No período que antecedeu a vacinação, a Secretaria de Saúde promoveu um ciclo de palestras e
outras ações nas escolas para conscientizar as meninas e seus familiares sobre a infecção pelo HPV
e as doenças relacionadas ao vírus. O programa atingiu também profissionais de saúde e das escolas,
que foram treinados por agentes do PSE sobre a implantação do Programa de Imunização contra o
papilomavírus humano (HPV) no município.
Saúde Pública
“A vacina tem um bom custo-efetividade para a sociedade e garante um excelente impacto em saúde
coletiva em termos de imunidade de rebanho, pois diminui a transmissibilidade interpessoal. Apenas
duas vacinas disponíveis no mundo previnem contra o câncer: a vacina contra a hepatite B, que é
uma unanimidade mundial na prevenção do câncer de fígado, e a vacina contra o HPV. É
comprovado que 100% dos tumores malignos de colo de útero são causados por esse vírus.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já espera uma explosão de HPV no mundo, que não apenas
causa o câncer, mas também lesões mutilantes da genitália feminina e masculina. Se podemos evitar
isso, melhor”, ressalta o superintendente de Saúde Coletiva, Charbell Miguel Haddad Kury.
Outro ponto importante da estratégia é permitir avanços epidemiológicos positivos, segundo o
presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz d’Avila. "Os médicos e gestores devem
acompanhar com interesse a experiência que será desenvolvida em Campos. Trata-se de um exemplo
com o qual podemos aprender e criar parâmetros para outras iniciativas do mesmo gênero em
outros cantos do País. Todas as iniciativas que contribuem para o aperfeiçoamento da assistência em
saúde e para a melhora das condições de vida da população são louváveis. Essas ações de prevenção
contribuem para aumentar a percepção de bem estar do cidadão”, avalia.
Sobre o HPV, verrugas genitais e câncer de colo do útero
A infecção por HPV, a mais comum das doenças sexualmente transmissíveis, atinge mais de 630
milhões de pessoas no mundo. Para se ter uma ideia, oito em cada dez indivíduos sexualmente ativos
entrarão em contato com o vírus no decorrer de suas vidas. O HPV genital pode ser dividido em dois
tipos em duas grandes famílias: o HPV de baixo risco e o HPV de alto risco (também chamado de
oncogênico). O primeiro grupo é representado principalmente pelos tipos 6 e 11, que causam 90%
das verrugas genitais e cerca de 10% das lesões pré-cancerosas iniciais do colo do útero. A segunda
família é representada sobretudo pelos tipos 16 e 18, que são responsáveis por aproximadamente
70% dos casos de câncer de colo do útero e mais de 50% dos casos de cânceres vulvares e vaginais.
O HPV ainda é responsável por mais de 90% dos casos de câncer de ânus e um terço dos casos de
câncer de cabeça e pescoço. Apesar da verruga genital ser uma doença considerada benigna, ela
está associada a um grande impacto psicológico para os portadores, causando sentimento de culpa,
vergonha, baixa autoestima e muitas vezes desestabilizando os relacionamentos afetivos. É
considerada um problema de saúde pública, porém no Brasil não existem dados de sua incidência e
do real custo que ela causa para o sistema de saúde. Só nos Estados Unidos, representa um gasto
anual de US$ 220 milhões, o mesmo orçamento do país destinado ao câncer de colo do útero.
Estima-se que, entre os indivíduos sexualmente ativos, 10% terão esse problema no decorrer de suas
vidas.
Todos os anos, ao redor do planeta, 500 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo do
útero e cerca de 250 mil morrem vítimas da doença. No Brasil, a cada duas horas morre uma mulher
brasileira por causa do câncer de colo uterino. Em 2008, 4.812 mulheres morreram, segundo o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), que estima, para este ano, 18.430 novos casos. Apesar de todos
os esforços para o combate à doença, a taxa de mortalidade tem mostrado tendência a crescimento.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) salientam que o número de novos casos e de morte
irá dobrar em 15 anos.
Para reverter esse quadro, deve-se continuar a investir em estratégias como capacitação adequada
dos profissionais de saúde e aumento de cobertura do Papanicolau, garantindo sua qualidade em
todo o processo (coleta, diagnóstico, acompanhamento e tratamento). Uma aliada muito importante
nessa batalha é a vacina quadrivalente contra o HPV, implementada no calendário vacinal na rede
pública de saúde, para meninas e adolescentes, em mais de 35 países, como Bélgica, França, Itália,
Espanha, Estados Unidos, México, Croácia, Rússia, Grécia e Portugal. Na Austrália, onde a vacina
quadrivalente contra HPV (6, 11, 16 e 18) está no sistema público desde 2007, e foi administrada em
meninas e mulheres de 12 a 26 anos, estudos demonstram uma redução de 60% a 75% da incidência
de verrugas genitais. Um fato muito interessante é que entre os homens heterossexuais da mesma
faixa etária e não vacinados houve uma diminuição de 30% dos casos.
Sobre a vacina
A vacina quadrivalente contra o HPV é a única que protege contra quatro tipos do papilomavírus
humano (6, 11, 16 e 18). Os estudos em mulheres jovens têm demonstrado uma eficácia na
prevenção das lesões associadas a esses quatro vírus de 99% a 100%. Atualmente é indicada, no
Brasil, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos, para a prevenção de cânceres de colo do útero, de
vulva e de vagina causados pelo HPV tipos 16 e 18, das verrugas genitais provocadas pelo HPV tipos
6 e 11 e das lesões pré-cancerosas ou neoplásicas pelo HPV tipos 6, 11, 16 e 18.
Indicações pelo mundo
A indicação da vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV) para mulheres de 27 a 45
anos já é aprovada em sete países: Austrália, Equador, Índia, Turquia, Macau, Filipinas e México.
Nos Estados Unidos, a vacina foi aprovada recentemente para a prevenção de verrugas genitais em
meninos e homens de 9 a 26 anos pela Food and Drug Administration (FDA), agência americana
responsável pela regulamentação de medicamentos e de alimentos. Outros 3 países também
aprovaram a utilização da vacina em homens: Equador, Canadá e Filipinas. Levando-se em conta
todas as indicações, a vacina é aprovada para o uso em 120 países em todos os continentes.
Sobre a MSD
A MSD é uma nova empresa farmacêutica global, fruto da fusão, em 2009, entre duas empresas
tradicionais na área de saúde: a Merck Sharp & Dohme e a Schering-Plough. A MSD é líder global
na área de cuidados com a saúde e conta com uma linha diversificada de medicamentos, vacinas e
produtos para a saúde humana e a animal. Seu portfólio inclui atualmente mais de 15 produtos em
fase avançada de pesquisa, em áreas terapêuticas fundamentais, como cardiologia, diabetes,
neurologia, infectologia, doenças respiratórias e distúrbios neurológicos.
Além disso, é uma empresa comprometida em ampliar o acesso a seus medicamentos para o maior
número de pacientes possível, por meio de programas abrangentes de educação em saúde dirigidos
à população e doação de seus medicamentos às pessoas que deles necessitam. Conhecida
globalmente como MSD (somente nos EUA e Canadá a empresa é denominada Merck), conta
atualmente com cerca de 106 mil funcionários e opera em mais de 140 países. No Brasil, a empresa
conta com seis unidades fabris, nos estados de São Paulo e Ceará, e mais de 2.000 funcionários.
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