C.D.U.: 621.3.047 FONTE DE TENSÃO De DUAL, REGULADA COM SAíDAS INDEPENDENTES E VARIÁVEIS CONTINUAMENTE. - (1) Nelson Jose Camelo Luciano Buonocore(2) Este trabalho apresenta o projeto de desenvolvimento de uma Fonte de Teu com saídas independentes e variáveis continuamente, usando-se a tec nica de regulação série. O projeto utiliza apenas um circuito integrado, o LM324~ e peucos componentes eletrônicos adicionais. Trata-se de um equipamento econômic~ de facil implementação e bom desempenho para aplicações didáticas e oficinas téc nicas. Apresenta como inovação a geração de sua tensão de referência básica, usan do um amplificador operacional alimentado simetricamente. sao De Dua1, l-INTRODUÇÃO Esta técnica, com relação a outros me A maioria dos dispositivos e circui tos eletrônicos requer uma ou mais fon tes de tensão para sua operação 3. As fon tes de tensão, como diversos equipame~ tos, podem ser constituídas para uso na indústria, em laboratórios didáticos,.Q ficinas técnicas, laboratórios de pes quisa e outras aplicações. A técnica de regulação usada no projeto de uma fonte de tensão define o desempenho de suas especificações, dimensão e eficiência. Podem ser citadas 4 técnicas que pr~ 2 vêem regulaçã0 • Esta técnica apr~ senta boa regulação, baixo ripple e ruí do, e rápida resposta a transitório. To davia, ela é relativamente ineficiente. Regulação Série: todos, implica em maiores dimensões e maior perda de potência pela geraçãoce calor. Por esta razão, a regulação se rie é mais conveniente para fontes de baixa potência. Essas fontes são nece~ sari as em laboratórios e aplicações ~ testes, onde se faz necessário potê~ cia De com estabilidade e precisão. a SCR: Esta técnica é baseada nos retificadores controlados de silício. Com relação a regulação s~ rie, apresenta menor desempenho sobre ripple, ruído e resposta a transitóri~ t, no entanto, usada para aplicações industriais de alta potência onde re~ lação fina nao é necessário e o baixo custo/watt é importante. Ela implicaem (1) Mestre em Engenharia Elétrica. Professor ria - UFMa. (2) Discente do Curso de Engenharia Elétrica 26 Regulação Assistente - Departamento de Engenh~ - UFMa. Caã. Pesq. São Luís, 1 (2): 26 - 34, jul./dez.1985 menos perda de potência, ou seja, ger~ 2 .- METOOOWGIA çao de menos calor. Para este trabalho foi escolhida Es ta técnica combina as melhores qualid~ des das duas técnicas já apresentadas. A pré~regulação a SCR não diminui as características excelentes da reg~ lação série, exceto a resposta a t rasi.en te. A eficiência é mais alta do que Regulação SCR/Regulação Série: com a regulação série, embora não seja tão boa quanto com a regulação SCR so mente. As aplicações de fontes de p~ tência com essa regulação são simila res àquelas das fontes com regulação série, porém, em níveis de potência maiores do que 75 watts. Esta técnica trata essencialmente da redu ção de perdas de potência nos transis Regulação por Chaveamento: tores reguladores, os quais deverão ~ perar ne corte ou na saturação. Este funcionamento deverá ser feito com uma freqUência relativamente elevada de (10 a 100 HHz) para que se possa tomar o valor médio com um filtro formado com elementos de valores pequenos. O ajus te das montagens é muito complicado, ~ xigindo numerosos detalhes. Essa téc nica provê alta eficiência com redução de dimensões e peso. Ela deve somente ser usada quando se disponha de bons componentes de implementação e em es~ cial núcleos magnéticos de boa quall a técnica de regulação série pelas se guintes razões: a) a perda de potência nos transistores pôde ser limitada ao máximo de 8 watts, aumentando sua vida média e reduzindo a área do dissipador necessário; b) foi utilizado apenas um circuito integrado sem acréscimo consi derável dos componentes discretos, nem de hardware, relativamente aos proj~ tos de fontes simples, com somente uma saída; c) todos os componentes eletrô nicos usados são facilmente encontrá veis no comércio, além das boas carac terísticas de desempenho citadas no í tem precedente. A idéia básica da implementação vem do uso do amplificador operaci~ nal (AMPQP) para geração de fontes de tensão controladas por tensão, bem co mo da característica de amplificação de corrente do transistor bipolar1 4. Portanto, este proj eto fundamenta-se na configuração não inversora, para gerar as saídas de polaridade positiva e ne gativa, Vp e Vn,utilizando-se referên cias de polaridades simétricas +Vr e -Vr, e transistores PNP e NPN,conforme mostra as figuras 1 e 2. dade] Cad, Pesq. são Luís, 1 (2): 26 - 34, jul./dez. 1985 27 Considerando-se o ganho do AMPOP em DC, teoricamente infinito, tem-se , para os circuitos das figuras 1 e 2: vp = Ko Vx, (1) Vn=-Ko Vx, Para ambos os casos l'2) Ko = K+l, (3) o~V~Vr. Desse modo, tem-se: (4) OV~Vp:( Ko Vr, (5) -KoVr~Vn~OV. l.'6) Fig. 1 - Fonte de tensão Controlada por • Tensão, Configuração não Inver sora, com Amplificação de Cor rente. 3 - TENSÕES DE REFEIlli'NCIA A geração da tensão de referência fundamental, +Vr, baseia-se no uso do AMPOP com realimentações positiva e negativa. Em seguida se obtém -Vr uti (- V,. ) _. Rs L.....-1\MI\r----L __ v"f. lizando-se uma fonte de tensão contro lada por tensão, configuração invers~ ra, com base no AMPOP, com entrada Vz, conforme se observa na fig. 3. R2 RI Fig.2 - Fonte de Tensão Controlada por Tensão, Configuração não Inver sora, com Amplificação de Cor rente. DI Nos circuitos mostrados nas fi guras 1 e 2 o capacitor C me lhora o fa tor de ripple e garante estabilidade ao circuito. O resistor r serve de prot~ ção para o amplificador operacional (~~P). O resistor Rs funciona como detector para controle de sobrecarga. 28 Fig. 3 - Gerador de Tensões de Referência. Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 26 - 34, jul./dez. 1985 4 - COMENTÁRIOS quer bancada técnica ou laboratório di dático. No trato com circuitos ana1óg~ A figura 4 do Anexo 1, mostra o cir cos, especialmente com aqueles que en cuito do projeto completo da fonte de tensão DC, dual, proposta neste traba volvem AMPOPs, o equipamento obtido com esse projeto poderá substituir duas lho. O Anexo 11, mostra as especific~ ções do projeto. O Anexo 111, apresenta fontes de alimentação. Por outro lado também, poderá funcionar como uma fon te de tensão simples com capacidade de saída de OV a ate 28V. Em continuação, sugere-se que se uma descrição funcional do mesmo. O An~ xo IV contem as especificações dos com ponentes. Este projeto foi elaborado de tal modo que as suas saídas excursionam em duas faixas de tensões: de OV a ± 7V e de ± 7V a ± 14V. Esta idéia permltlu reduzir a potência de dissipação nos transistores, diminuindo consideravelme~ te a área do dissipador a ser usado. Es te procedimento implica também em maior economia e vida útil dos transistores. Com relação à geração da tensão de referência positiva discreta, +Vr,consi dera-se como relevante o fato de se ter conseguido uma imp1ementação com o AMPOP alimentado simetricamente. Partiu-se da topo1ogia adotada para alimentação ass~ mêt.ri ca e acrescentou-se apenas 3 dicxbs e um capacitor. Com isso foi possível ~ ti1izar-se para todo o projeto apenas um circuito integrado. Este projeto foi testado sob diver sas condições de carga e sobrecarga,por períodos de tempo de 30 a 60min, apr~ sentando desempenho satisfatório. ja acrescentado a este projeto um indi cador (medidor) ana1ógico de tensão. SlM4ARY TENSION SOUBCE DC DUAL, REGULATED WITH INDEPENDENT OUTPUT ANO CONTlNUOUS VA RIABLES This work presents a developrnent project of a tension source De DUAL, wi th independent output and continuous variab1es, using the technique of serie regHlation. The project utilizes just one integrated circuit, the LM324, and feco additional e1etronic components. It'isan economic equiprnent of easy im plantation and good execution for di dact pourposes and tecnical workshop. It shows as an inovation a generation of its basic reference tension, using an operationa1 amp1ifier with power suppl.y s-ymnet r i cal Iy. 5 - CONCLUSÕES Com este trabalho obteve-se o desen vo1virnento de um equipamento simples e de bom desempenho, fundament.al em qua.!. Cad. Pesq , são Luís, 1:. (2): 26 - 34, jUl./dez. 1985 29 6 - REFERENCIAS 1. BIBLIOGRÁFICAS CLAITON, George B .Measurement Cir euits. Linear Integrated Circuit App1ications. London, 1977. 2. MANlJAL DE PRODUfOS DA HEWLETI PAC KARO, 1985. 308p. 3. DARBIE, Arthur. Regu1ated OC Power Supp1ies. Basie E1ectronie Ins trument Handbook. USA, 1972. 4. 30 ENDEREÇO DO AUTOR: Nelson José Camelo Departamento de Engenharia Centro Tecnológieo Universidade Federal do Maranhão Campus Universitário - Bacanga te!.: (098)221-4097 65.000 SÃo Lufs - Ma. SOLlMAN,Ahmed M. & LSfVJÁIL, Moh~ med, Aetive Compensation of Opamps. IEEE Transaction on Ci! euits and Systems CAS, 26 (2). Fe bruary, 1979. Cad. pesq. São Luís, 1 (2): 26 - 34 jul./dez.1985 ~l p; CL '":j (1) (fJ .D c~~ Cf) , I ~I o ,~~' R4 '" I 8: t: ~ ~ F ~. ~ Iftl? D. II I I I 'ª~ , ~ I 2 .-l+/_~ 52 ~012 r 1~~rFr ~t ( REDE) , 2[ I R' RI.~ v+ ~~ ~. ~__ l"-T ,'"~ I 09 -l- C' ~52 :r .----J -· +,,5:~ RI2 RI. ~ v- w ~ DE TENSAO RI' RI. I C2 I P2 I S32~ RII FONTE ~ c. DC- DUAL, ~v, I ~ n:::~' t 041- - R9 RIO FIGURA V RE'tUI.AOA- (CIRCUITO) ANEXO 11 ESPECIFICAÇÕES Tensão de saída positiva -Vp Variável de continuamente em duas faixas, 'bv a +7V e de +7V a +14V Tensão de saída negativa -Vn Variável continuamente em duas faixas, de OV a -7V e de -7V a -14V. Corrente de saída I: em qualquer das saídas IA Regulagem de carga 300 mV a plena carga Ripple 30 mV a ±7V ou ±l4V Tensão de alimentação em carga plena 220 VAC Regulagem de linha Temperatura de trabalho 32 r, menos de lOrnV para ±10V sob 1Ax ± 7V ou 1Ax ±14V. 09C a 709C. Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 26 - 34, jul./dez. 1985 ANEXO 111 DESCRIÇÃO FUNCIONAL DO PROJETO o transformador T, os diodos DI, D2, D3, D4 e os capacitores Cl e C2 consti tuem um bloco de retificação e filtragem. O diodo IED D5 com luminosidade indica a chave SI ligada ao estágio de reti ficação e filtragem. O amplificador operacional AMPOP, Al, os resistores R4, RS, R6 e R7; os dio dos D6, D7, D8, D9 e o capacitor C3 gerem a tensão de referência fundarnentll +Vr. U AMPOP A3 e os resistores R9, RIO e Rll gerem a tensão de referência -Vr,a partir do circuito gerador de +Vr. Os potenciômetros Pl e P2 gerem +Vx e -Vx a partir de suas respectivas refe rências, cujos valores serão amplificados para potência Vp e Vn. As chaves S2 e S3 dividem a excursão de Vp e Vn em duas faixas metade. Com S3 e S2 na posição 1 as saídas excursionam na faixa superior de tensão. Com S2 e S3, na posição 2 as saídas excursionam na faixa inferior de tensões. - OAMPOP A2 e os res is tores Rl2 e R13 (de realimentação) determinam a configu ração não inversora de uma fonte de tensão, controlada por tensão. Essa con figuração gera a tensão da saída Vp. De modo análogo acontece com o AMPOPÃÃ e os resistores R18 e Rl9, gerando a tensão de saída Vn. Os resistores Rl4 e R20 protegem os AMPOPs A2 e A4. Os capacitores C4 e C5 introduzem compensação de regulação de carga evitam oscilaçOes, estabilizando as saídas Vp e Vn. Os transistores TPl e TP2 são configurações "darlington" de potência e fun cionam cornoelementos amplificadores das correntes de saída dos AMPOPs A2 e A4. Os diodos DlO e Dll, D13 e Dl.ô protegem os AMPOPs caso as junções de coletar (hipótese mais provável, dos TPl e TP2 entrem em curto-circuito). Os resistores Rl5 e R21 servem de sensores de corrente. As tensões desenvolvidas nos resistores RIS e R21 na corrente máxima, gati lham os tiristores TI e T2, os quais abrem os transistores TPl e TP2 respe~ t ivamente . Nesse caso as tensões de saídas, Vp e Vn, diminuem limitando as correntes a no máximo 40 mA, capacidade dos AMPOPs. Os res i stcres RlO e R22 situarnem cerca de 8W a potência máxima a ser dissi pada pelos transistores TPl e TP2. Os diodos D12, D13 e o resistor RI7 ou D17, D18 e R23 indicam que as saídas Vp ouVn estão em curto-circuito ou passam por uma sobrecarga. Os diodos D14 e Dl9 protegem os transistores TPl e TP2 caso a saída Vp seja curto-circuitada com Vn. - As chaves S4 e S5 servem para desativar o controle de sobrecarga, cortando a corrente dos tiristores. Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 26 -- 34, jul. jdez. 1985 33 ANEXO IV ESPECIFICAÇÃO Nomenclatura Dl, D2, D3, D4, D14, D19 DS, D13, D18 Dó, D7, D8, D10, Dl1, D12, D1S, Dl6, Dl7 D9 C1, C2 C3 C4, C5 AI, A2, A3, A4 T TP1 TP2 TI, T2 RI, R2 R3 R4, R9 R5 R6 R7, R8, RlO, Rll R12, Rl8 R13, Rl9 Rl4, R20 RlS R21 Rl6, R22 Rl7, R23 P1, P2 SI S2, S3 F S4, SS 34 DOS COMPONENTES Quant Discriminação 06 03 Diodo retificador 1N4004 Diodo LED FLV 110 Diodo de sinal 1N4148 Diodo Zener 6,2V x 500mW Capacitor e1etro1ítico 5mF/25V Capacitor de poliester luF/63 Capacitor e1etro1ítico 100uF/63 C1 1M324 09 01 02 01 02 Resistor de fio 3K3D , 1/8W Potenciômetro linear de 10K 01 01 01 01 02 02 01 02 02 01 04 02 02 01 01 01 02 02 02 Olave H-H (2 polos - 2 posições) Chave H,..H dupla (4 polos - 4 posições) Fusível de O, 25A 01 02 01 Chave de pressão 2 Dissipador de alumínio branco 60 em 02 Transformador 27F61, 220V/16+16V, lA Transistor darlington TIP-122 (NPN) Transistor darlington T1P-127 (PNP) Tiristor BRY-39 Resistor de 12D, 1/2X Resistor ~e 6K8D, 1/4W Resistor de SK6D, 1/8W Resistor de 680D, 1/8W Resistor de 100D, 1/8W Resistor de 10Kn, 1/8W Resistor de 5K6D, 1/8W Resistor de 10KD, 1/8W Resistor de 82D , 1/8W Resistor de fio 0,47Q, 2W Resistor de fio 400D 2W Resistor de fio 5K6D , 10W Cad. Pesq. são Luís, 1 (2): 26 - 34, jul./dez. 1985