Estrutura Cristalina • • • Para todos os tipos de sólidos (metálicos, iónicos, covalentes ou moleculares), a energia de ligação é máxima para uma distância de equílibrio específica r0. Um sistema de átomos ou moléculas interagindo para formar um sólido, tenderá a maximizar a sua energia de ligação, adoptando a mesma distância de equílibrio. Isto só poderá ser obtido assumindo uma estrutura altamente ordenada, caracterizada por uma distribuição regular periódica dos átomos ou moléculas. Estrutura Cristalina • • Quando os átomos ou moléculas não têm direcções específicas de ligação, como os metais ou os compostos iónicos, os átomos comportam-se como esferas rígidas e tendem a maximizar os contactos com outras esferas. Por outras palavras, os átomos tendem a preencher o volume disponível, maximizando a densidade. • A figura ilustra diferentes formas de “arrumar” átomos idênticos. Há o mesmo número de átomos em cada caixa. • A maior densidade é obtida com o padrão C. Esta é a forma mais comum entre os elementos metálicos. Estrutura Amorfa • O vidro é o caso mais comum • O vidro é um sólido amorfo (desordenado) resultante da solidificação rápida que impede que se atinja o estado cristalino durante a solidificação. Estrutura Amorfa • A célula unitária do vidro de sílica é o tetraedro SiO4. • Cada átomo de Si partilha um oxigénio com outro átomo de Si, pelo que os tetraedros estão ligados pelos vértices. • Estes tetraedros estão ligados aleatoriamente e formam uma estrutura não periódica: uma estrutura amorfa. Estrutura Amorfa • A adição de um segundo componente, como o Na2O, quebra as ligações dos tetraedros, criando oxigénios terminais. • A carga destes oxigénios é compensada pela proximidade dos iões Na+. Estrutura Amorfa • A estrutura é agora composta por oxigénios em ponte e oxigénios terminais. • O número de Oxigénios terminais irá depender da quantidade de Na2O. • A estrutura tridimensional é interrompida e a temperatura de fusão destes vidros é inferior à da sílica vítrea. Estrutura Cristalina • Exemplo 2D • Este arranjo cristalino deverá apresentar uma rede quadrada. • Qual a rede que o poderá descrever? Estrutura Cristalina • Isto poderia ser uma rede? • Não, pois não preenche todo o espaço. Estrutura Cristalina • Assim já podia ser uma rede cristalina mas não a de menor unidade de repetição possível. Estrutura Cristalina • Estes são exemplos correctos de rede cristalina: dividem o espaço em células de iguais dimensões, ocupando todo o espaço e têm a unidade de repetição mais pequena. • De referir que os átomos não se situam nos nós da rede, mas todos os nós têm a mesma vizinhança. As duas redes A e B são iguais, são as coordenadas dos átomos da célula que variam. • A célula A tem 4 átomos por nó e os 4 átomos têm coordenadas: • A célula B tem 4 átomos por nó e os 4 átomos têm coordenadas: (1/3, 1/3) (1/3, 2/3) (2/3, 1/3) (2/3, 2/3) (1/6, 1/6) (1/6, 5/6) (5/6, 1/6) (5/6, 5/6) A B Rede Cristalina • • A repetição tridimensional da célula unitária gera a rede cristalina, que pode ser vista como uma rede 3D de linhas rectas que dividem o espaço em paralelipípedos de iguais dimensões. A rede preenche todo o espaço, não deixando nenhum vazio, mas é um conceito abstracto, não tem matéria. Estrutura Cristalina • A estrutura cristalina resulta da associação de um motivo (ou base) a cada nó da rede cristalina. • Cada motivo (um átomo ou conjunto de átomos ou iões,...) pode assim, ser obtido por translacção ao longo da recta que une os nós da rede. • A estrutura tem matéria, enquanto a rede é um conceito geométrico. • Estrutura Cristalina = Rede cristalina + motivo Estrutura Cristalina • • • • Existem milhares de estruturas conhecidas e novas estruturas são descobertas todos os dias. Estruturas complexas pedem geralmente ser relacionadas com estruturas básicas, mas com elementos estruturais adicionais ou em falta ou ainda distorcidos. É necessário usar um método formal para descrever cada estrutura. Isto consegue-se, identificando a unidade de repetição mais pequena “a célula unitária” e especificando as coordenadas de cada átomo nesta célula. A célula unitária pode incluir dúzias de átomos e pode ser bastante complexa, mas pode demonstrar-se que qualquer cristal pode ser descrito por um dos 14 tipos possíveis de redes cristalinas – as redes de Bravais. Rede Cristalina • • • • Conjunto de pontos geométricos regularmente dispostos no espaço, de tal modo que cada ponto é perfeitamente equivalente a outro. Isto é, a partir de um dado ponto e olhando numa direcção que contenha outros pontos, então os sucessivos pontos estão igualmente espaçados entre si. Cada ponto designa-se por nó da rede ou simplesmente nó. Se as redes só tiverem nós nos vértices, dizem-se primitivas ou simples. O cristalógrafo françês Bravais demonstrou que há apenas 14 redes cristalinas diferentes, que se podem agrupar em 7 sistemas cristalográficos. A 2D, há apenas 5 redes de Bravais: quadrada, rectangular simples, rectangular centrada, hexagonal e oblíqua. . . . . . . . Redes de Bravais Rede Cristalina • Os eixos da célula unitária definem um sistema de coordenadas de origem num vértice da célula. • Isto fornece um conjunto de coordenadas que permitem definir a posição dos átomos na célula. • • • Origem: (0,0,0) Centro: (1/2,1/2,1/2) Centro das faces: (1/2,0,1/2); ... • Os átomos podem ter qualquer posição na célula, não correspondendo necessariamente aos nós da rede. (0,1/2,1/2); Estruturas Cristalinas • • • • CS CCC CFC HC Estrutura Cristalina • • • O composto CaTiO3 tem uma estrutura tipo perovskite, cuja célula unitária é um cubo de parâmetro de célula “a”. Esta célula unitária define um sistema cúbico de coordenadas de origem num vértice do cubo. Para descrever a estrutura cristalina é necessário especificar as coordenadas dos átomos presentes na célula unitária. Estrutura Cristalina • • • YBa2Cu3O7 é um supercondutor de alta temperatura. Tem resistência eléctrica nula até aos 92 ºK. A sua célula unitária é um pararalelipípedo alongado de parâmetros de rede “a”, “b” e “c”. Há 8 posições para os átomos de O2, mas o composto só tem 7 átomos de O2, pelo que há uma posição vaga. Esta lacuna contribui para a ocorrência da supercondutividade. Estrutura Cristalina • • • Mesmo as estruturas mais compactas têm apenas 74% de ocupação. Isto quer dizer que há muitos vazios na estrutura, onde átomos mais pequenos podem posicionar-se. Cada tipo de interstício tem diferentes dimensões e acomoda átomos intersticiais de diferentes dimensões. Um átomo intersticial deve de ser maior que o interstício que ocupa por forma a “abrir” a rede. Por exemplo, o átomo intersticial de A seria pequeno para os interstícios da rede B. Estrutura Cristalina - Interstícios • Há vários tipos de interstícios, mas os mais importantes são os octaédricos e os tetraédricos. • Os interstícios octaédricos são formados por seis átomos posicionados nos vértices de um octaedro. Três deles pertencem a um plano e os outros três pertencem ao plano seguinte. • Há dois tipos de interstícios tetraédricos: os tetraedros voltados para cima e os tetraedros voltados para baixo. CFC – Interstícios Octaédricos CFC – Interstícios Octaédricos • Há 4 interstícios octaédricos na célula unitária CFC. • Há interstícios octaédricos no centro do cubo e nas arestas (1 + 12 x ¼ = 4). CFC e CCC - Interstícios Octaédricos HC – Interstícios Octaédricos • Há 6 interstícios octaédricos na célula unitária HC. • Há interstícios octaédricos entre os planos A e B, em que 3 átomos pertencem ao plano A e os outros 3 pertencem ao plano B. CFC – Interstícios Tetraédricos • Há 8 interstícios tetraédricos na célula unitária CFC. • Cada interstício é formado por 3 átomos do centro das faces e por um átomo no vértice. CFC e CCC - Interstícios Tetraédricos HC – Interstícios Tetraédricos • Há 12 interstícios tetraédricos na célula unitária HC. • Há 6 interstícios tetraédricos que partilham vértices, 3 voltados para cima e 3 voltados para baixo, na estrutura HC. HC – Interstícios Tetraédricos • Há também 2 interstícios tetraédricos que partilham as bases da célula unitária HC. • Há ainda 4 interstícios tetraédricos situados nas arestas e que são partilhados pelas células vizinhas (12/3=4).