CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM BANCO DE DADOS ROGÉRIO AUGUSTO AVELINO MAMCEE - MICROCONTROLADOR APLICADO NO MONITORAMENTO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA LINS-SP 2º SEMESTRE/2012 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM BANCO DE DADOS ROGÉRIO AUGUSTO AVELINO MAMCEE - MICROCONTROLADOR APLICADO NO MONITORAMENTO DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins para obtenção do título de Tecnólogo em Banco de Dados. Orientador: Prof. Me. Alexandre Ponce de Oliveira LINS-SP 2º SEMESTRE/2012 ROGÉRIO AUGUSTO AVELINO FOLHA DE APROVAÇÃO A minha esposa Denise e filhas Anna Gabriella e Anna Beatriz, pela compreensão e ausência durante os estudos. A meus pais, Elvira Avelino e José Avelino com carinho. “Sei que os momentos perdidos da vida jamais voltarão e serão vividos de novo, porém é preciso ausentar-se um tempo da vida para não padecer amanhã”. Rogério Augusto Avelino AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus e ao Professor Ygor Gonzaga, in memorian. Ao querido e amigo Mestre Professor Alexandre Ponce de Oliveira por ter me ajudado na realização deste trabalho. Ao amigo Ricardo Pascoal por ter cedido o gravador e depurador de PIC juntamente com sua placa de desenvolvimento durante os estudos e testes. Agradeço também a todos os professores e alunos da Faculdade, aos amigos pelo companheirismo e paciência. RESUMO O objetivo deste trabalho foi possibilitar o monitoramento do consumo de energia elétrica das residências através de uma interface eletrônica denominada MAMCEE, esta interface foi desenvolvida com o uso de microcontroladores, seu monitoramento é feito com transdutores de corrente e tensão modernos em uma instalação monofásica. A medição é feita através das variações elétricas, tais como, tensão elétrica e a corrente elétrica. As informações de entrada uma vez digitalizadas e processadas são compartilhadas de forma direta com os usuários de energia elétrica através de uma interface. Para que seu entendimento seja possível, foram abordadas informações na área de elétrica, com seus conceitos básicos, formas de geração do consumo de eletricidade, regras para efetuar os cálculos da eletricidade, os tipos de sensores de corrente e os medidores de energia convencional e digital. Também foi apresentado os conceitos sobre eletrônica, os componentes eletrônicos necessários para a montagem do MAMCEE. Outro tópico abordado foi microcontroladores que são componentes com capacidades funcionais diversas e compostos de diversos recursos, como, contadores, memória de dados e programas e unidade lógica aritmética. Foi demonstrada a forma de cálculo do consumo de energia elétrica e aquisição do sinal elétrico, o protótipo do MAMCEE com o detalhamento de hardware que compõe a interface e as ferramentas necessárias para o desenvolvimento do firmware, além dos testes efetuados que demonstram seu funcionamento em um ambiente simulado. Palavras-chave: Medidor Digital. Interface de Dados. Microcontrolador. PIC. Eletricidade. Eletrônica. ABSTRACT The aim was to enable the monitoring of electricity consumption of households through an electronic interface called MAMCEE, this interface has been developed with the use of microcontrollers, their monitoring is done with current and voltage transducers in a modern installation phase. The measurement is made through the electrical variations, such as voltage and current. The input information once scanned and processed are shared directly with users of electricity through an interface. For his understanding is possible, been addressed in the area of electrical information with its basic concepts, ways of generating electricity consumption, make rules for the calculation of electricity, types of current sensors and power meters conventional and digital . It was also presented the concepts of electronics, electronic components needed to assemble the MAMCEE. Another topic discussed was microcontrollers which are components with different functional capabilities and resources of various compounds, such as accountants, data and program memory and arithmetic logic unit. It was demonstrated how to calculate the power consumption and purchase of electrical signal, the prototype MAMCEE with details of hardware that makes up the interface and tools needed to develop the firmware, in addition to tests performed that demonstrate its operation in a simulated environment. Keywords: Digital Miter. Data Interface. Microcontroller. PIC. Electricity. Electronics. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1.1 – Átomo de Rutherford ______________________________________ 26 Figura 1.2 – Principio eletrônico ________________________________________ 27 Figura 1.3 – Gerador hidrelétrico _______________________________________ 28 Figura 1.4 – Forma de onda da corrente alternada _________________________ 30 Figura 1.5 – Corrente continua _________________________________________ 31 Figura 1.6 – Elétrons no condutor ______________________________________ 33 Figura 1.7 – Resistência elétrica _______________________________________ 33 Figura 1.8 – Circuito aberto ___________________________________________ 34 Figura 1.9 – Circuito fechado __________________________________________ 35 Figura 1.10 – Representação RUI da Lei de Ohm __________________________ 35 Figura 1.11 – Cálculo da corrente na lâmpada_____________________________ 36 Figura 1.12 – Cálculo da resistência na lâmpada___________________________ 37 Figura 1.13 – Cálculo da tensão na lâmpada ______________________________ 38 Figura 1.14 – Sentido das linhas eletromagnéticas _________________________ 39 Figura 1.15 – Força de interação entre dois imãs __________________________ 40 Figura 1.16 – Fluxo magnético _________________________________________ 40 Figura 1.17 – Efeito do campo na bússola ________________________________ 41 Figura 1.18 – Sentido do campo magnético no condutor _____________________ 42 Figura 1.19 – Efeito do campo sobre condutor em movimento ________________ 42 Figura 1.20 – Efeito do condutor sobre campo variante ______________________ 43 Figura 1. 21 – Efeitos de repulsão magnética _____________________________ 43 Figura 1.22 – Efeito de atração magnética ________________________________ 44 Figura 1.23 – Transmissão via satélite ___________________________________ 45 Figura 1.24 – Tipo de núcleo nos indutores _______________________________ 45 Figura 1.25 – Fluxo magnético no indutor ________________________________ 46 Figura 1.26 – Indutância magnética _____________________________________ 46 Figura 1.27 – TC tipo enrolado _________________________________________ 47 Figura 1.28 – TC tipo barra ___________________________________________ 48 Figura 1.29 – TC tipo janela ___________________________________________ 48 Figura 1.30 – TC tipo núcleo dividido ____________________________________ 49 Figura 1.31 – Invólucro de 5 pinos ______________________________________ 51 Figura 1.32 – Circuito típico de aplicação ________________________________ 52 Figura 1.33 – Diagrama de blocos funcionais _____________________________ 52 Figura 1.34 – Diagrama de pinos _______________________________________ 53 Figura 1.35 – ACS709 montado em superfície_____________________________ 53 Figura 1.36 – Esquema do ACS709 _____________________________________ 54 Figura 1.37 – Lâmpada-hora de Samuel Gardiner __________________________ 55 Figura 1.38 – Medidor de lâmpada-hora de 1878, J.B. Fuller _________________ 56 Figura 1.39 – Medidor químico de energia de Edison _______________________ 56 Figura 1.40 – Medidor da Westinghouse Electric Corporation _________________ 57 Figura 1.41 – Medidor eletrônico monofásico de aplicação residencial __________ 59 Figura 2.1 – Representação gráfica da eletrônica analógica __________________ 61 Figura 2.2 – Átomos de silício ou germânio _______________________________ 62 Figura 2.3 – Elétrons livres ____________________________________________ 62 Figura 2.4 – Junção PN de um diodo ____________________________________ 63 Figura 2.5 – Camada de depleção da junção ______________________________ 63 Figura 2.6 – Símbolo do diodo _________________________________________ 64 Figura 2.7 – Diodo ceifador do ciclo negativo______________________________ 65 Figura 2.8 – Diodo ceifador do ciclo positivo ______________________________ 66 Figura 2.9 – Regulador de tensão por diodo zener _________________________ 67 Figura 2.10 – Foto - diodo e símbolo ____________________________________ 67 Figura 2.11 – Led e simbologia ________________________________________ 68 Figura 2.12 – Transistor PNP genérico __________________________________ 69 Figura 2.13 – Transistor NPN genérico __________________________________ 69 Figura 2.14 – Símbolos de mm resistor __________________________________ 70 Figura 2.15 – Resistor e sua simbologia _________________________________ 71 Figura 2.16 – Capacitor cerâmico e simbologia ____________________________ 71 Figura 2.17 – Capacitor eletrolítico e simbologia ___________________________ 72 Figura 2.18 – Conector borne e simbologia _______________________________ 72 Figura 2.19 – Cristal de quartzo e simbologia _____________________________ 73 Figura 2.20 – Chave button e simbologia _________________________________ 73 Figura 2.21 – Cigarra e simbologia _____________________________________ 74 Figura 2.22 – Display LCD e simbologia _________________________________ 76 Figura 2.23 – MAX232 e simbologia ____________________________________ 76 Figura 2.24 – Conector DB9 e simbologia ________________________________ 77 Figura 2.25 – Tipologia PDIP 24LC512 e simbologia ________________________ 78 Figura 2.26 – OPAMP e simbologia _____________________________________ 79 Figura 3.1 – Arquitetura Von – Neumann _________________________________ 81 Figura 3.2 – Arquitetura Harvard _______________________________________ 82 Figura 3.3 – Diagrama em bloco do PIC 16F877 ___________________________ 83 Figura 3.4 – Tipo PDIP _______________________________________________ 83 Figura 3.5 – Tipo PLCC ______________________________________________ 84 Figura 3.6 – Tipo QFP _______________________________________________ 84 Figura 3.7 – Parte do diagrama interno do PIC16F877A _____________________ 85 Figura 3.8 – Memória simplificada ______________________________________ 86 Figura 3.9 – Mapa de memória de programa e pilha ________________________ 87 Figura 3.10 – Organização dos bancos de memória de dados ________________ 88 Figura 3.11 – Esquema UCP __________________________________________ 90 Figura 3.12 – UCP simplificado com três registros__________________________ 90 Figura 3.13 – BUS de dados no PIC. ____________________________________ 91 Figura 3.14 – Exemplo de I/O simplificado ________________________________ 92 Figura 3.15 – Unidade serial RX e TX com três linhas _______________________ 95 Figura 3.16 – Unidade temporização ____________________________________ 96 Figura 3.17 – Diagrama em bloco do TIMER0/WDT E PRESCALER ___________ 96 Figura 3.18 – Edit project do Mikroc Para PIC _____________________________ 98 Figura 3.19 – Bloco conversor analógico digital ____________________________ 99 Figura 4.1 – Cálculo real da potência instantânea absorvida _________________ 102 Figura 4.2 – Cálculo da potência média _________________________________ 102 Figura 4.3 – Cálculo da potência por segundos ___________________________ 103 Figura 4.4 – Equação potência média __________________________________ 104 Figura 4.5 – Energia temporal consumida _______________________________ 104 Figura 4.6 – Perspectiva de variação de consumo_________________________ 105 Figura 4.7 – Sensor de corrente ACS __________________________________ 106 Figura 4.8 – Linearidade do sensor de efeito Hall _________________________ 107 Figura 4.9 – Linearidade matemática do sensor ACS ______________________ 107 Figura 4.10 – Equação que define sensibilidade do ACS ___________________ 108 Figura 4.11 – Resolução matemática por bit _____________________________ 109 Figura 4.12 – Equação corrente elétrica real absorvida _____________________ 110 Figura 4.13 – Sensor de corrente na rede elétrica _________________________ 110 Figura 4.14 – Sensor de tensão na rede elétrica __________________________ 111 Figura 4.15 – Tensão de saída proporcional _____________________________ 112 Figura 4.16 – Equação tensão elétrica real ______________________________ 113 Figura 4.17 – Diagrama de funcionamento do MAMCEE ____________________ 113 Figura 4.18 – Diagrama modular do MAMCEE ___________________________ 114 Figura 4.19 – MFARD: Suplemento de energia ___________________________ 115 Figura 4.20 – Esquema CCT: Condicionador de tensão ____________________ 119 Figura 4.21 – Esquema CCC: Condicionador de corrente ___________________ 120 Figura 4.22 – MPVD – Visualização e processamento dos dados _____________ 121 Figura 4.23 – MPVD: Referencia de tensão ADC _________________________ 122 Figura 4.24 – Circuito de comunicação serial_____________________________ 123 Figura 4.25 – Estatística da locação de memória do PIC ____________________ 127 Figura 4.26 – Telas de monitoramento e configuração _____________________ 136 Figura 4.27 – Simulação com fluxo de I= 1.519A durante 1 hora______________ 137 Figura 4.28 – 1º Relatório transmitido pela serial __________________________ 137 Figura 4.29 – Simulação com fluxo de I= 25.685A _________________________ 138 Figura 4.30 – 2º Relatório transmitido pela serial __________________________ 138 Figura 4.31 – Configurações com dados da conta de luz ___________________ 139 Figura 4.32 – Conta de um padrão monofásico ___________________________ 139 Figura 4.33 – Tela [4]: Previsão de consumo _____________________________ 140 Figura 4. 34 – Previsão de consumo simulado____________________________ 141 Figura 4.35 – Protótipo em experimento ________________________________ 141 Figura 4.36 – LCD com mensuração em repouso _________________________ 142 Figura 4.37 – LCD em plena mensuração _______________________________ 142 Figura 4.38 – Mensagem de envio de dados _____________________________ 142 Figura 4.39 – Diagrama entidade relacionamento _________________________ 143 LISTA DE QUADROS Quadro 1.1 – Materiais e sua aplicação __________________________________ 31 Quadro 2.1 – Configuração dos pinos LCD HD47780 _______________________ 75 Quadro 3.1 – Seleção do banco de memória ______________________________ 89 Quadro 3.2 – Port A _________________________________________________ 92 Quadro 3.3 – Port B _________________________________________________ 93 Quadro 3.4 – Port C _________________________________________________ 93 Quadro 3.5 – Port D _________________________________________________ 94 Quadro 3.6 – Port E _________________________________________________ 94 Quadro 4.1 – Terminais do conector CN003 do MFARD ____________________ 117 Quadro 4.2 – Configuração dos pinos PIC16f877A ________________________ 124 Quadro 4.3 – Configuração dos pinos de entrada ADC. ____________________ 124 Quadro 4.4 – Configuração do pino de controle sonoro. ____________________ 125 Quadro 4.5 – Configuração do teclado. _________________________________ 125 Quadro 4.6 – Configuração de controle display LCD. ______________________ 125 Quadro 4.7 – Configuração de controle BCD. ____________________________ 125 Quadro 4.8 – Configuração de comunicação serial RS232. __________________ 125 Quadro 4.9 – Configuração de comunicação com o LCD. ___________________ 126 Quadro 4.10 – Algoritmo básico do MAMCEE. ___________________________ 126 Quadro 4.11 – Custo desenvolvimento MAMCEE _________________________ 140 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ASCII - American Standard Code for Information Interchange BIOS – Basic Input/Output System CISC – Complex Instruction Set Computer mA – Miliampere MCCSE – Módulo de Coleta e Condicionamento dos Sinais Elétricos MCS – Módulo de Comunicação Serial MFARD – Módulo da Fonte de Alimentação e Referencias de Dados MHz – MegaHerts MLP – Modulação por Largura de Pulso MPVD – Módulo de Processamento e Visualização dos Dados ms – Millisegundos mV – Millivolts NPN – Tipo de polarização (Negativo-Positivo-Negativo) OPAMP – Operational Amplifier PCI – Placa de Circuito Impresso PDIP – Plastic Dual Inline Pac PIC – Peripherical Interface Controller PLCC – Plastic Leaded Chip Carrier Pm – Potência média PNP – Tipo de polarização (Positivo-Negativo-Positivo) PWM – Pulse Width Modulation QFP – Quad Flat Pack RAM – Random Access Memory RISC – Reduced Instruction Set Computer RMS – Root Mean Square RUI – Lei de Ohm (Resistência - Tensão – Corrente) RX – Receive SCL – Serial Clock SDA – Serial Dados SFR – Special Function Register SMD – Surface Mount Device SPI – Serial Peripheral Interface TC – Transformador de Corrente TTL - Transistor – Transistor Logic TX – Transmission UCP – Unidade Central de Processamento ULA – Unidade Lógica Aritmética USART – Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter USB – Universal Serial Bus V – Volts VCA – Tensão em Corrente Alternada VCC – Tensão em Corrente Continua Diferença de Potencial Positiva VIOUT – Tensão de Saída Vref – Tensão de Referência Vrms – Tensão Real ou Eficaz VSS – Diferença de Potencial Negativa W – Watt WDT – Watchdog WP – Write Protect Input LISTA DE SÍMBOLOS b – Base do transistor c – Coletor do transistor e – Emissor do transistor F – Força resultante IP- – Corrente primaria positiva IP+ – Corrente primaria negativa K – catodo N – Camada Negativa P – Camada Positiva PN – Junção de Camadas Positiva e Negativa ∆Vout – Tensão de saída variável µA – micro ampére BAT1 – Bateria de posicionamento esquemático um D1 – Posicionamento esquemático do diodo I – Corrente elétrica Ip – Corrente Primária Irms – Corrente real ou efical ISens – Corrente do Sensor L1 – Posicionamento esquemático da lâmpada MΩ - Mega Ohm n – Polaridade ou camada negativa p – Polaridade ou camada positiva P – Potência elétrica R – Resistência elétrica S – Switch t – Tempo U – Tensão elétrica W – Registrador de trabalho % - Porcentagem +V – Tensão Positiva ∆t – Delta tempo 0V – Tensão Nula (zero Volts) B – Campo elétrico vetorial BR1 – Ponte de diodo composição esquemático 1 E – Fonte de tensão Fτ – Trabalho desenvolvido i(t) – Corrente instantânea i’ – Corrente elétrica induzida no indutor iL – Corrente indutiva L – Indutância P(t) – Potência instantânea Ps – Potência fragmentada em segundos R1 – Resistor com posição esquemático 1 t1 – Primeiro instante t2 – Segundo instante TR1 – Transformador de primeira posição esquemático U1 – Regulador de tensão com posição esquemático 1 U2 – Regulador de tensão com posição esquemático 2 U3 – Regulador de tensão com posição esquemático 3 -V – Tensão Negativa v(t) – Tensão instantânea W/s – Watt por segundo τ - Letra do alfabeto grego (tau) ϕ – fluxo magnético (Fi) Ω - Ohm SUMÁRIO INTRODUÇÃO____________________________________________19 1 CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE __________________23 1.1 HISTÓRIAS DA ELETRICIDADE ____________________________________ 23 1.2 A IMPORTÂNCIA DA ELETRICIDADE _______________________________ 25 1.3 TENSÃO ELÉTRICA (U) __________________________________________ 28 1.4 CORRENTE ELÉTRICA (I) ________________________________________ 29 1.5 LEI DE OHM (Ω) – RESISTÊNCIA ELÉTRICA (R) ______________________ 32 1.6 POTÊNCIA ELÉTRICA (P) _________________________________________ 36 1.7 MAGNETISMO __________________________________________________ 39 1.8 ELETROMAGNETISMO___________________________________________ 41 1.9 CAMPO ELÉTRICO (B) ___________________________________________ 41 1.10 CAMPO MAGNÉTICO ___________________________________________ 42 1.11 LEI DE LENZ __________________________________________________ 43 1.12 ONDA ELETROMAGNÉTICA _____________________________________ 44 1.13 INDUTOR (BOBINA) ____________________________________________ 45 1.14 REATÂNCIA INDUTIVA XL (Ω) ____________________________________ 47 1.15 TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC) ___________________________ 47 1.16 MODERNOS SENSORES DE CORRENTE __________________________ 49 1.17 Efeito hall _____________________________________________________ 50 1.18 sensores de corrente por efeito hall _________________________________ 50 1.18.1 ACS 75x ____________________________________________________ 50 1.18.2 ACS709 _____________________________________________________ 53 1.19 MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA CONVENCIONAL _________________ 55 1.20 MEDIDORES ATUAIS DE QUILO WATT – HORA _____________________ 57 1.21 MODERNOS MEDIDORES DIGITAIS _______________________________ 58 1.22 PROPOSTA DE TRABALHO ______________________________________ 60 2 CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRÔNICA ____________________61 2.1 SEMICONDUTORES _____________________________________________ 61 2.2 DIODO ________________________________________________________ 63 2.2.1 Diodos retificadores _____________________________________________ 64 2.2.2 Diodo zener ___________________________________________________ 66 2.2.3 Foto diodo ____________________________________________________ 67 2.2.4 Diodo emissor de luz ____________________________________________ 68 2.3 TRANSISTOR __________________________________________________ 68 2.4 RESISTOR _____________________________________________________ 70 2.5 CAPACITORES E CONDENSADORES ______________________________ 71 2.6 CONECTOR E BORNE ___________________________________________ 72 2.7 CRISTAL DE QUARTZO __________________________________________ 72 2.8 Chave (PUSH BUTTON) __________________________________________ 73 2.9 BUZZER OU CIGARRA __________________________________________ 74 2.10 CONTROLADOR HD47780 ______________________________________ 74 2.11 MAX232 ______________________________________________________ 76 2.12 CONECTOR DB9 _______________________________________________ 77 2.13 EEPROM _____________________________________________________ 77 2.14 AMPLIFICADOR OPERACIONAL (OPAMP) __________________________ 78 3 MICROCONTROLADOR __________________________________80 3.1 CONTROLADORES versus PROCESSADORES _______________________ 80 3.2 FAMÍLIA PIC ___________________________________________________ 81 3.2.1 Unidades de memória ___________________________________________ 86 3.2.2 Memória de programa ___________________________________________ 86 3.2.3 Memória de dados ______________________________________________ 87 3.3 UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO _________________________ 89 3.4 UNIDADE DE ENTRADA E SAÍDA __________________________________ 91 3.5 COMUNICAÇÃO SERIAL _________________________________________ 95 3.6 UNIDADE DE CONTAGEM/TEMPORIZAÇÃO _________________________ 95 3.7 DIVISÃO DO RELÓGIO (PRESCALER) ______________________________ 97 3.8 WATCHDOG ___________________________________________________ 97 3.9 CONVERSOR ANALÓGICO DIGITAL ________________________________ 98 4 MAMCEE _____________________________________________101 4.1 CÁLCULO DE CONSUMO DE ENERGIA ____________________________ 101 4.2 AQUISIÇÃO DOS SINAIS ELÉTRICOS ______________________________ 105 4.2.1 Formação do sinal de corrente ___________________________________ 105 4.2.2 Digitalização do sinal de corrente _________________________________ 108 4.2.3 Formação do sinal de tensão ____________________________________ 111 4.2.4 Digitalização do sinal de tensão __________________________________ 112 4.3 PROTÓTIPO MAMCEE __________________________________________ 114 4.3.1 MFARD _____________________________________________________ 116 4.3.2 MCCSE _____________________________________________________ 118 4.3.3 MPVD ______________________________________________________ 119 4.3.4 MCS _______________________________________________________ 123 4.4 CONFIGURAÇÕES DE HARDWARE _______________________________ 124 4.5 DESENVOLVIMENTOS DO FIRMWARE ____________________________ 126 4.6 MODELAGEM DE DADOS _______________________________________ 143 19 INTRODUÇÃO Como seria o comportamento da sociedade consumidora de eletricidade se houvesse meios de monitorar e registrar consumos diários de eletricidade de forma clara e objetiva aos olhos do consumidor? Com o constante aumento das tecnologias embarcadas e outros dispositivos eletrônicos de tamanho reduzidos utilizando pequenos circuitos integrados ampliam novas perspectivas com alto poder de processamento. Inúmeros são as aplicações que condicionam facilidade e flexibilidade para possíveis mudanças do firmware. O mercado atual investe cada vez mais neste seguimento tecnológico. Obtém-se crescente e variado propósito computacional com a fusão da informática e a eletrônica. (SOUZA, 2003) A eletrônica passou por evoluções importantes até chegar a mais recente tecnologia, à eletrônica digital, dando vida às novas perspectivas de produtos a sua base. Primeiro a ciência da eletricidade, que algum tempo depois foi controlada pela tecnologia mais moderna, à eletrônica analógica, possibilitando avanços significativos cada vez melhor até chegar a mais atual ciência da computação. Com a convergência dessas ciências possibilitaram o nascimento notável dos componentes programáveis, esses eram os microprocessadores e os microcontroladores que sequencialmente alavancaram o crescimento do setor tecnológico automatizado. (MELO; PINHO, 2010) Atualmente com seu baixo custo os microcontroladores são cada vez mais empregados no processamento e funções em equipamento de processos indústrias e doméstico em geral, como por exemplo, televisores, os obsoletos aparelhos de tocar CD, DVD e outros. Com a globalização e a disseminação da internet possibilitou que esse tipo de informações chegasse a todos. (SOUZA, 2003) Os microcontroladores podem atuar em diversas áreas, a tecnologia não impõem barreiras e dão a eles total credibilidade funcional. Sistemas como controle de processos e monitoramento são situações mais comuns de aplicação desses componentes programáveis. Os microcontroladores possuem em um único chip funcionalidades lógicas e matemáticas ficando por conta do projetista sua implantação e criatividade. Um recurso que faz dos microcontroladores ferramentas indispensáveis na geração de informações automática para bando de dados a partir 20 de grandezas reais é o seu recurso de conversão analógico digital (ADC). (SOUZA, 2003) O estudo aqui tratado por essa monografia traz informações de diversas áreas e conhecimentos convergidos em um conteúdo bastante sólido de forma a fomentar o desenvolvimento e pesquisas em áreas pouco exploradas por estudantes de tecnologia da informação. Na existência de um projeto desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer na Alemanha que monitora diariamente o consumo de eletricidade através do uso de sensores, que colocados em cada um dos aparelhos elétricos de uma residência, este sistema calcula o consumo de corrente elétrica de cada aparelho e automaticamente compara esse consumo obtido em tempo real com a média histórica apresentada pelo aparelho. (INOVAÇÃO Tecnológica, 2010) O objetivo deste trabalho é propor e desenvolver o MAMCEE, um microcontrolador aplicado no monitoramento e consumo de energia elétrica. É um sistema microcontrolado com o mesmo propósito do projeto desenvolvido na Alemanha, entretanto, a não utilização de sensores para cada aparelho elétrico residencial diminui muito seu custo tornando viável a sua aplicação em residências que possuem padrões de entrada de energia monofásica. O MAMCEE é uma interface eletrônica que tem o propósito de fazer o monitoramento da entrada principal do fornecimento de energia elétrica através de transdutores de corrente e tensão modernos e com isso poderá calcular o consumo de eletricidade diária total, sendo diferente do sistema alemão que traz esse monitoramento individual. O MAMCEE utiliza-se de dois fatores dinâmicos importantes da eletricidade, a tensão e corrente elétrica existente na rede principal de fornecimento de energia elétrica. Em conjunto com a interface eletrônica de monitoramento de consumo de eletricidade, propõe-se futuramente o desenvolvimento de um software que poderá fazer acoplamento com a interface eletrônica para coletar as informações do MAMCEE e armazenar em um banco de dados para fazer as devidas análises de consumo. Para viabilizar este projeto foram realizados estudos e pesquisas de livros específicos da área de engenharia elétrica e eletrônica, conceito de eletricidade básica, cálculos de potência e consumo. Consultas de regras de negócio e processo de tarifa do consumo de eletricidade, além de tutoriais técnicos e DATASHEETS do 21 fabricante do microcontrolador da família PIC, porém outros microcontroladores poderão ser pesquisados e utilizados de acordo com as necessidades e avanço do projeto. A leitura da corrente que flui por uma fiação fase de uma instalação consumidora residencial tem por objetivo ser monitorada e armazenada. O monitoramento será feito por um sensor conhecido pelo meio técnico de transformador de corrente ou sensor de corrente. A escolha do sensor será conforme o tipo do padrão a ser monitorado, no caso em estudo será um sensor com característica de corrente por volta de 70 amperes apropriado para um padrão de entrada de energia de categoria A2 monofásico de até 15KW e tensão de fornecimento 127/220 Volts (V) ou 220/380 V conforme o tipo de fornecimento da região aplicado. O sensor fará a leitura analógica da eletricidade existente no mundo real e o microcontrolador por sua vez tem a funcionalidade de converter essas informações em sinais elétricos compatíveis deixando-as apropriadas para futuras aplicações computacionais. O estudo e uso dos microcontroladores junto aos desenvolvedores de aplicações, podem de alguma maneira colaborar com o avanço tecnológico brasileiro encurtando os laços entre o desenvolvedor de hardware e software. O presente trabalho esta estruturado em quatro capítulos: Capitulo 1 – Reúne informações e pesquisas realizadas na área de elétrica. Conhecimentos básicos e específicos da eletricidade são de extrema importância para a realização deste trabalho. Forma de geração, elementos que a compõem e a maneira de consumo da eletricidade. Leis e regras para cálculos elétricos. Os efeitos da corrente elétrica em movimento e tipos de sensores de corrente. Os medidores de energia convencional e modernos medidores digitais. Capitulo 2 – Apresenta os conceitos básicos de eletrônica. Conhecer alguns componentes eletrônicos utilizados no desenvolvimento do hardware MAMCEE ajuda compreender melhor a relação entre as duas partes aparentemente distantes. Capitulo 3 – Neste capitulo é tratado do elemento principal, o microcontrolador escolhido para desenvolvimento do projeto. Os microcontroladores são componentes fantásticos com capacidades funcionais diversas, portanto conhecê-lo a fundo traz melhor funcionamento e desempenho das tarefas a serem dedicado. Com recursos de contadores, interrupções, memória de dados e programas, unidade lógica aritmética, entrada e saídas. Esses componentes programáveis favorecem 22 desenvolvimentos em áreas de tecnologia diversas. Capitulo 4 – Neste capitulo são apresentados ideias e metodologia estuda e defendidas pelo autor objetivando solucionar as questões básicas induzidas pelo avanço da tecnologia da informação de maneira simples e visível ao entendimento de estudantes de informática. Nessa etapa poderá ser compreendida a lógica básica do MAMCEE e áreas convergidas na solução do problema. Conclusão – Com o desenvolvimento do capitulo 4 descrevem-se soluções, perspectivas e problemas encontrados na realização deste trabalho deixando em aberto para futuras implementações. 23 1 CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE Neste capitulo será tratado sobre conceitos importantes sobre a eletricidade desde sua descoberta e caminhos percorridos durante sua evolução. Os elementos principais que a compõem e leis importantes que fizeram da eletricidade novos efeitos colaborando para o crescimento e avanço da tecnologia mundial. A eletricidade é um fenômeno inesgotável de energia, porem para que sua produção aconteça envolve conceitos de geração bastante poluente e agressiva ao meio ambiente. Para evitar que essa agressão direta ou indiretamente avance de forma descontrolada, é hora de, a sociedade conhecer melhor esse fenômeno desde sua geração a seu consumo final. 1.1 HISTÓRIAS DA ELETRICIDADE Antes que os homens ao menos soubessem o que seria a eletricidade, este fenômeno já era parte da natureza. Na Grécia Antiga os filósofos gregos como exemplo, Thales de Miletus, em 600 a.C., tinha o conhecimento que esfregando uma peça de âmbar (resina fóssil) com um pedaço de lã ou pele conseguia atrair pequenos pedaços de palhas. A palavra elétrons na verdade deriva de âmbar (elektron) em grego. Com essa descoberta originou-se a ciência da eletricidade. (MELO; PINHO, 2010) Enquanto na Grécia Antiga os gregos também sabiam que algumas “pedras” encontradas em Magnésia, tinha a capacidade de atrair certos metais exclusivamente o ferro. Essa “pedra” chamada magnetitas fazia tal atração sem a necessidade de esfregar, ao contrario da força estática gerada pelo âmbar de Talles. A descoberta e estudo desse fenômeno natural originaram a ciência do magnetismo. Por volta do século 11, os árabes e chineses também utilizavam dessa descoberta para orientação sobre a água para navegarem. Nasceram então as Bússolas. (MELO; PINHO, 2010) Em 1269, Pierri de Maricourt fez o primeiro estudo sistemático da magnetita, conhecida nos dias atuais como imã. Utilizando-se de uma agulha magnetizada, traçaram o que chamava de “linhas de força” ao redor de uma esfera de magnetita. Descobriu-se que essas linhas convergiam em duas regiões em lados opostos da 24 esfera, como as linhas longitudinais da Terra. Chamando-as por dedução onde as linhas se convergem por pólos. (MELO; PINHO, 2010) Estendendo esse trabalho, Willian Gilbert em 1600, em sua teoria conclui que a Terra também se comportava como um gigantesco imã. Observou também em 1753, que os relâmpagos eram atraídos por peças de ferro, surgindo convergência entre a eletricidade e o magnetismo. Os estudos dessa relação estenderam-se até que as duas ciências tornassem clara ao seu entendimento. (MELO; PINHO, 2010) O primeiro a distinguir a relação entre o fenômeno elétrico e magnético foi Willian Gilbert médico da rainha Elizabeth I, sendo ele quem denotou a palavra eletricidade derivando-a de “elektron” significado de âmbar em grego. Gilbert deixou também esclarecido que a propriedade de atração não era exclusiva do âmbar e sim de várias outras substâncias que ao serem esfregadas também poderiam carregar eletricamente. (MELO; PINHO, 2010) Em 1729 veio a descoberta cientificamente dos condutores de eletricidade e os isolantes. Na experiência concedida com um bastão de vidro e uma esfera de marfim, Stephen Gray observou que era possível transferir cargas elétricas do bastão de vidro para esfera de marfim. A transferência só acontecia quando a esfera era pendurada por um barbante, ocorrendo o efeito isoladamente e quando era pendurado com fio metálico o fenômeno não ocorria, tendo então a absorção, ou seja, o consumo das cargas pelo fio metálico. Stephen Gray, conclui que parte das substâncias poderia classificá-las como condutoras e isolantes. Dentre os condutores classificam-se os metais e soluções iônicas as quais permitem o trafego livre das cargas elétricas. Enquanto que os isolantes, por exemplo, a madeira seca, o plástico, a borracha e vidro não permitem tal efeito de trafego das cargas. (MELO; PINHO, 2010) Em outra experiência, Stephen Gray, a posse de um pedaço de vidro e um de seda, flexionando um ao outro observou que ambos ficaram carregados. Confirmou então a sua experiência amarrando duas bolas de isopor suspensas com linha no mesmo centro de apoio e que, ao tocar ambas com o vidro, as bolas de isopor se afastavam uma da outra num efeito repelente; concluindo que cargas iguais se repelem. Depois utilizando de mesma base da experiência anterior, tocou uma das bolas com o vidro e a outra com a seda ocorrendo o efeito da atração. Stephen Gray, conclui que as cargas opostas se atraem. (MELO; PINHO, 2010) 25 Aproveitando como base a experiência de Stephen Gray, Charles Du Faye, em 1733 na oportunidade observa a existência de duas cargas “fluxos elétricos”. Apoiando a visão na experiência sobre as cargas de Stephen Gray, chamando o tipo de carga do vidro de “vítreo” e a carga da seda ou do âmbar de “resinoso”, acreditando que essas cargas eram separadas pelo efeito da fricção. (MELO; PINHO, 2010) Em sua proposta Benjamin Franklin, 1750, conduziu que os efeitos baseados nas experiências anteriores apresentadas por Stephen Gray, que um único tipo de fluido flui de um corpo para o outro pela fricção. Considerou que positivamente carregado o corpo que acumulou fluido e de negativamente carregado o corpo que perdeu fluido. Outra experiência obteve utilizando duas pessoas, onde as colocando sobre um pedestal, ou seja, isoladas do chão para não perder carga. Considerou uma como pessoa A e a outra como B. Carregando A com carga esfregando um bastão de vidro e a B carregando esfregando pano de seda. Utilizando de um terceiro individuo, C, aproximando de qualquer um deles produzia faísca. Portanto se A e B se tocassem não acontecia nada. Concluiu então que as cargas armazenadas no bastão de vidro e na seda, mesmo sendo opostas eram de mesma amplitude deduzindo que uma carga nunca é criada ou destruída, mas simplesmente transferida de um corpo para o outro. Atualmente chamamos essa propriedade de Conservação da Carga. (MELO; PINHO, 2010) 1.2 A IMPORTÂNCIA DA ELETRICIDADE O que seria da humanidade e de toda tecnologia criada por ela sem esse fenômeno “eletricidade“. Pensar em tecnologia sem falar dela não teria o menor sentido. Sua presença é, sem duvida, o propósito real de todos que evoluem e faz de sua existência o avanço e o crescimento educativo da sociedade mundial moderna. (MARKUS, 2001) Falando em tecnologia, tudo o que se tem hoje pode se considerar sua alma para funcionamento e que sem eletricidade não haveria tecnologias nenhuma tão pouca a informática. O avanço da utilização nos conceitos elétricos e lógicos corre como sangue através deste fantástico fenômeno chamado eletricidade. (MARKUS, 2001) 26 Embora o fenômeno ocorra há muito tempo, antes mesmo de sua descoberta não se pode falar de eletricidade sem ao menos tocar no acontecimento histórico com o estudioso americano Benjamin Franklin que, em sua experiência soltando pipa em um dia de tempestade queria provar que os raios seriam fenômenos de natureza elétrica, Franklin recebeu uma descarga que seria fatal e nasceu então a ideia do para-raios. (MARKUS, 2001) Investigação cientifica sobre o fenômeno foram realizadas e esclarecendo que a explicação natural da eletricidade vem dá estrutura da matéria, os átomos. Os átomos são considerados as menores partes de uma matéria e são partículas indivisíveis. O átomo é formado por: prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons são partículas encontradas no núcleo do átomo junto com nêutrons responsáveis em estabilizar as cargas positivas dos prótons. Os átomos possuem em seu redor uma camada chamada de eletrosfera por existir partículas de elétrons. Os elétrons por sua vez são cargas elétricas negativas que estão constantemente em movimento. Os átomos a principio possuem o mesmo número de elétrons e prótons, ou seja, é eletricamente neutro. Com essa razão o total de cargas positiva anula o total de cargas negativas, dando sentido e importância matemática dos nêutrons em um átomo conforme pode ser analisado na figura 1.1. Figura 1.1 – Átomo de Rutherford Fonte: Markus, 2001, p. 5. Na ilustração da figura 1.1 é demonstrado como um átomo é organizado e também sua composição central. O núcleo é constituído por prótons próximos uns aos outros graças aos nêutrons mantém-se equilibrados, pois sem os nêutrons os prótons seriam repelidos do centro do núcleo. Demonstra também a região externa e 27 ativa do átomo onde a orbita é constituída por elétrons livres que circulam em seu torno. Os prótons têm carga elétrica +1, o nêutron tem carga elétrica nula, e os elétrons carga elétrico -1. Para que um átomo seja neutro, o numero de prótons tem que ser igual ao numero de elétrons. Os prótons e nêutrons ficam reunidos no centro do átomo chamado núcleo atômico. Como os opostos se atraem e os semelhantes se repelem, os neutros servem para impedir que os prótons reunidos no centro do átomo entrem em contato entre si. Os elétrons giram em torno do núcleo em uma orbita chamada de eletrosfera. (SALMERON, 1962) Figura 1.2 – Principio eletrônico Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Na perda de elétrons, um átomo fica com excesso de partículas positivas (prótons), e sua carga elétrica fica positiva. Ao ganhar elétrons, ele fica com excesso de partículas negativas e sua carga elétrica fica negativa. Átomos com carga elétrica são chamados de íons. Quando esses têm carga positivas são chamados de cátion e com cargas negativas são chamados de ânion. (SALMERON, 1962) Esse mesmo efeito pode ser verificado em um circuito elétrico; quando ele é alimentado por uma pilha de 1,5 Volts (V) é fechado por uma unidade consumidora, o resistor R1 como na figura 1.2 a seguir. O lado da pilha que recebe elétrons é chamado de pólo negativo e o lado que doa elétrons é chamado de pólo positivo. A figura 1.2 mostra um simples circuito elétrico formado pela bateria BAT1 de 1,5V e de uso comercial, um resistor de 100 Ohms (Ω) usado como carga. A idéia consiste em apresentar o principio de geração do efeito elétrico a partir de átomos acumulados no interior da pilha. A pilha consiste de dois pólos carregados de átomos em sua estrutura interna associados a dois metais com diferença atômica. Essa associação quando ligados através de seus dois pólos proporcionados pela 28 reação eletroquímica, quando unidos produzem eletricidade ocasionado pelo efeito de doação e recepção de elétrons. O pólo positivo é caracterizado pela perda de elétrons e o pólo negativo por ganho de elétrons. Um voltímetro ligado em paralelo com o circuito confirma o efeito. (SALMERON, 1962) 1.3 TENSÃO ELÉTRICA (U) Segundo Salmeron (1962), a tensão no geral é uma força que impulsiona ou atrai algo para exercer uma atividade, já a tensão elétrica (V=voltagem), é a força que impulsiona os elétrons em um fio condutor. Um fio condutor é um tipo de material que tem a capacidade de transportar elétrons. Figura 1.3 – Gerador hidrelétrico Fonte: EE, 2010. Na geração convencional de eletricidade, um fio condutor por si só não tem capacidade de gerar eletricidade. Para que um enrolado de fios gere eletricidade, deve haver influência por um campo elétrico que exercendo uma força eletromagnética causa a troca de íons entre os átomos presente nesse condutor. Essa força só é possível através de mecanismos geradores. Um gerador por sua vez provoca movimentos de íons ou elétrons nesse condutor em ciclos infinito. Essa influência causa atrito entre os elétrons existentes na matéria do enrolamento 29 condutor. Ação que provoca o seu movimento e geração de eletricidade em freqüências de 50 e 60 Hertz (Hz) com tensões nominais respectivamente de 127 e 220 Volts (V). A figura 1.3 apresenta um gerador convencional de eletricidade. Um gerador é formado por partes fixas e moveis. A parte fixa é responsável em manter a estrutura de indução e apoio do gerador. A parte móvel é chamada de rotor que gira na passagem da água desenvolvendo uma diferença de potencial motivado pelo atrito indutivo do campo permanente do imã. Essa movimentação ordenada atua diretamente sobre os elétrons ali estacionados gerando a eletricidade. (SALMERON, 1962) 1.4 CORRENTE ELÉTRICA (I) Entre os elementos que compõem a eletricidade, o que tem a carga elétrica se deslocando em um fio condutor é chamado de corrente elétrica (I). Esse movimento se dá através da tensão que impulsiona os elétrons em movimento enquanto sua origem geradora estiver em funcionamento. “Para que a carga elétrica se desloque entre dois pontos de um condutor é necessária que exista entre esses dois pontos uma diferença de potencial. Existem muitos dispositivos que produzem essa diferença de potencial. Esses dispositivos são chamados geradores.” (SALMERON, 1962, p. 131) Segundo SALMERON (1962), uma corrente elétrica quando aplicada em um circuito elétrico tende a causar efeitos. O resultado causado pelo efeito da corrente elétrica em um circuito pode ser diverso. Os efeitos mais comuns são: Aquecimento do fio condutor “EFEITO TERMICO”. Geração de campo elétrico em volta do fio condutor “CAMPO MAGNÉTICO”. Liberação de hidrogênio e oxigênio “EFEITO QUIMICO”. Choque elétrico “EFEITO FISIOLÓGICO”. Intensidade de corrente elétrica é a quantidade de elétrons que circulam em um fio condutor e que uma carga ligada consome durante certo intervalo de tempo. A corrente elétrica tem sua intensidade inconstante no decorrer do tempo. Essa flutuação é decorrente do aumento ou diminuição do consumo de corrente elétrica 30 em um determinado circuito consumidor. Essa intensidade requer fios condutores com bitolas ou diâmetros de áreas compatíveis a essa quantidade de corrente elétrica necessária para tal trabalho. (SALMERON, 1962) Segundo Boylestad (1998) corrente elétrica alternada (CA), é aquela que varia com o decorrer do tempo, ora os elétrons correm para um lado, ora para outro lado sucessivamente enquanto o gerador de eletricidade estiver girando. Normalmente essa é aproveitada pelos eletrodomésticos nas tensões de 127 V e 220 V com freqüências padrões de 50 Hertz (Hz) e 60 Hz sucessivamente em nossas casas. Essa forma de onda pode ser mais bem entendida visualizando sua forma de onda característica na figura 1.4. Figura 1.4 – Forma de onda da corrente alternada Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Segundo Boylestad (1998), corrente elétrica continua (CC) apresentada pela figura 1.5, é aquela que não apresenta variação no decorrer do tempo e possui a menor quantidade de ruído possível. Normalmente encontramos esse tipo de corrente em pilhas e baterias de carros conhecidos de acumuladores. Esse mesmo tipo pode ser conseguido através da corrente alternada e para isso temos que passá-la por retificadores de corrente e filtros apropriados a eliminar impurezas indesejadas. Tanto a CC quanto a CA, sua voltagem nunca pode ser aplicada em circuitos que possuem resistência ôhmica (Ω) igual a zero, pois isso poderia causar curto circuito e produzir alto aquecimento e pegar fogo na instalação elétrica. 31 Figura 1.5 – Corrente continua Fonte: Elaborado pelo autor, 2011. Os tipos de matérias são diversos na natureza. Neste trabalho serão abordados os que possuem mais utilidades para trabalho com eletricidade. É importante saber que entre eles existem três tipos de materiais importantes que colaboraram para uso e controle da eletricidade com segurança. Os materiais isolantes, os condutores e os semicondutores. Quadro 1.1 – Materiais e sua aplicação Material Cobre Tungstênio Carbono Constantã Mica Característica Baixa resistividade Alta flexibilidade Baixa resistividade Alta temperatura de fusão Alta resistividade Baixo coeficiente de temperatura Média resistividade Coeficiente de temperatura nulo Alta resistividade Baixa resistividade térmica Plástico e borracha Alta resistividade Alta flexibilidade Baquelita Alta resistividade Baixa flexibilidade Fonte: Markus, 2001, p. 35. Aplicação Fabricação de condutores e cabos elétricos. Fabricação de filamentos de lâmpadas incandescentes. Fabricação de resistores de baixa e média potência. Fabricação de resistores de baixa e média potência. Revestimento de resistência de aquecimento. Revestimento de fios, cabos elétricos e ferramentas. Revestimento de dispositivos de controle e proteção, como chaves e disjuntores. 32 Isolantes são materiais normalmente utilizados para evitar atritos ou curto circuito elétricos tanto na corrente alternada (CA) quanto na corrente contínua (CC). São péssimos condutores de eletricidade e oferece quantidade infinita a resistência da passagem da corrente elétrica. Alguns materiais dessa categoria mais utilizados são: porcelana, nylon, celeron, baquelita, outros. (SALMERON, 1962) Condutores são bons condutores de eletricidade. Oferecem baixa resistência à passagem da corrente elétrica. Sua aplicação é ampla em diversos setores em que deseja transferir eletricidade podendo ter, de acordo com sua aplicação, perda ou não de eletricidade na transmissão. (SALMERON, 1962) Segundo Salmeron (1962, p. 134), “Nos metais a corrente elétrica é constituída pelo movimento de elétrons que vão passando de átomo a outro com grande facilidade”. Os metais são chamados condutores de primeira classe por possuírem boa condução eletrônica, ou condução metálica. Já os de segunda classe classificam-se em soluções de ácidos, bases ou sais em água chamada de condução eletrolítica. (SALMERON, 1962) O quadro 1.1 mostra aplicação de alguns materiais condutores mais utilizados na fabricação de dispositivos elétricos. Semicondutores são aqueles que não conduzem eletricidade diretamente. Eles precisam receber certa porcentagem de eletricidade para conduzirem. Normalmente é utilizado o silício ou germânio na fabricação dos semicondutores como: diodos, transistores, circuitos integrados e outros derivados dessa tecnologia. Esses componentes podem ser mais bem entendidos no capitulo seguinte que trata da eletrônica básica. (SALMERON, 1962) 1.5 LEI DE OHM (Ω) – RESISTÊNCIA ELÉTRICA (R) Segundo Salmeron (1962) todo material condutor independente de sua composição apresenta certa resistência elétrica por menor que seja o seu comprimento. Resistência elétrica é a dificuldade que os elétrons sofrem ao percorrer o fio condutor para chegar do outro lado. Essa prática é possível de ocorrer somente, e somente se o circuito estiver fechado, ou seja, as diferenças de potencial a qual os elétrons foram aplicados estiverem em possível relacionamento. 33 Boylestad (1998) explica que, aplicando certa diferença de potencial nos terminais de um metal condutivo cuja matéria apresente oposição á passagem de corrente elétrica, mantendo o valor da voltagem fixa a diferentes valores de material resistivo quanto menor a resistência, maior a corrente elétrica circulando na resistência; e, quanto maior a resistência, menor a corrente elétrica que circula por ela figura 1.6. Figura 1.6 – Elétrons no condutor Fonte: Markus, 2001, p. 25. O símbolo genérico de uma resistência pode ser observado na figura 1.7 representada pela letra R e sua unidade de medida é Ohms (Ω - letra do alfabeto grego). Figura 1.7 – Resistência elétrica Fonte: Markus, 2001, p. 25. De acordo com Markus (2001), a segunda lei Ohms (Ω) estabelece que, a relação entre a resistência do material varia conforme natureza de suas dimensões e que, quanto à natureza, os materiais diferenciam-se por sua resistividade. Salmeron (1962) explica que a eletricidade consiste em inúmeros elétrons que circulam através de um condutor que por uma força conhecida por tensão, são impulsionados. O nome dado ao movimento dos elétrons em um fio condutor é chamado de corrente elétrica. A união desses dois fatores elétricos, a tensão e a corrente elétrica formam um potencial que associado a uma diferença de potencial é chamado de voltagem elétrica (V). A diferença de potencial é observada em suas duas maneiras conhecidas, a corrente elétrica alternada e corrente elétrica continua. Resistência elétrica é a oposição causada à passagem da corrente elétrica em um fio condutor. Quando um fio condutor oferece resistência à passagem da 34 corrente, os elétrons tendem a chegar do outro lado do fio condutor e essa insistência dos elétrons gera calor. Esse calor por sua vez deve ser eliminado pelo ambiente. (BOYLESTAD, 1998) Um circuito só ira consumir eletricidade se ele estiver fechado, ou seja, com uma carga (L1) ligada em um fornecimento de eletricidade (BAT1), no exemplo da figura 1.8 apresenta um circuito sem consumo, pois ele esta com o interruptor aberto. Figura 1.8 – Circuito aberto Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Markus (2001) afirma que, circuito aberto é quando o interruptor encontra-se desligado não permitindo aos elétrons circularem de um pólo a outro da bateria, ou seja, de um lado para outro. Com isso, os elétrons existentes na bateria não conseguem produzir trabalho e também não permitem à lâmpada acender. Na situação da figura 1.9, o circuito encontra-se com o interruptor fechado possibilitando que os elétrons circulem pelo circuito na direção da carga oposta. Circuito fechado é a situação que o interruptor ligado permitindo aos elétrons circularem de um pólo a outro da bateria. Essa circulação quando aplicada a uma carga, por exemplo, a lâmpada (L1) do circuito da figura 1.9. A passagem da corrente elétrica, como seu filamento é fabricado por um tipo de material com resistência ôhmica diferente de zero, causando oposição a passagem da corrente elétrica. Por haver diferença de potencial entre os dois pólos da lâmpada, a força de atração dos íons dessa diferença de potencial tende a se encontrar produzindo calor e luminosidade da lâmpada. (MARKUS, 2001) 35 Figura 1.9 – Circuito fechado Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Segundo a lei de Ohm (Ω) essa relação pode ser entendida através da seguinte relação representada por “RUI” figura 1.10. Figura 1.10 – Representação RUI da lei de ohm Fonte: Markus, 2001, adaptado pelo autor. Matematicamente essa relação é escrita segundo Salmeron (1962), do seguinte modo: R=U/I U=R.I I=U/R Um exemplo seria uma lâmpada ligada em uma tensão de 12 Volts (V) e seu filamento com uma resistência de 12 Ohms (Ω). Conforme a lei Ohm, Quando uma tensão circula em uma resistência, essa relação produz uma corrente (I). Corrente que até então desconhecida nessa associação. Em um circuito, através desses dois 36 elementos pode ser calculado o valor da corrente que circula por essa lâmpada. (BOYLESTAD, 1998) Para um produto corrente a relação tensão pela resistência terá uma corrente de 1 Ampère (A) que pode ser verificado na figura 1.11. Figura 1.11 – Cálculo da corrente na lâmpada Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Matematicamente a corrente que circula na lâmpada é calculada da seguinte maneira, divide-se a tensão nela aplicada pela resistência de seu filamento. Observa-se que a corrente elétrica (I) = Ampère (A). Sendo que Ampère (A) é a unidade de medida da corrente elétrica (I). Calcula-se: I = U/R → I = 12/12 → I = 1 Ampère (A) Para um elemento elétrico desconhecido, a possibilidade de achar o seu valor sempre dependerá de outros dois elementos presentes no mesmo circuito. 1.6 POTÊNCIA ELÉTRICA (P) Markus (2001) explica que, utilizando o mesmo circuito também pode ser calculada a potência dissipado na lâmpada. Para isso deve-se saber que a potência (P) é o efeito causado pelo trabalho de uma carga ligada a uma fonte de energia elétrica. Esse trabalho gera calor (efeito Joule) e a luminosidade característica principal em qualquer tipo de lâmpada. O produto potência (P) pode ser tirado da relação de todos os fatores envolvidos na lei de Ohms. Seguindo o raciocínio do autor, observa-se que a potência elétrica (P) = Watts (W). 37 Onde Watts (W) é a unidade de medida da potência elétrica (P). Por exemplo, para o circuito da figura 1.12 a potência (P) dissipada na lâmpada pode ser calculada da seguinte forma: Tem-se os valores da tensão de 12 Volts (V), corrente de 1 Ampère (A) e resistência de 12 Ohms (Ω), calcula-se. P = U.I → P = 12.1 → P = 12 Watts (W) P = R.I² → P = 12.1² → P = 12 Watts (W) A definição matemática da potência elétrica segundo a lei de Ohm calcula-se da seguinte maneira: P = U.I P = R.I² P = U²/R As unidades de potência mais utilizadas são o Watts (W) e quilowatts (KW). De acordo com o Sistema Internacional, a unidade de energia elétrica é o Joule (J) que na prática é utilizada o quilowatt hora (kWh). Toda demanda de energia elétrica consumida por residências é calculado através dessa unidade de medida. Quilowatt hora é quanto um aparelho elétrico consome ligado durante uma hora. (MARKUS, 2001) Para uma resistência (R) desconhecida, é necessário basicamente que os valores tensão (U) e corrente (I) estejam presentes no circuito. Sendo a resistência (R) o produto da divisão de tensão (U) pela corrente (I) na lâmpada tem-se ilustrado conforme a figura 1.12. Figura 1.12 – Cálculo da resistência na lâmpada Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 38 Resistência elétrica = Ohms (Ω). Ohms é a unidade de medida da resistência elétrica (R) representada pela letra Omega (Ω) do alfabeto grego. R = U/I → R = 12/1 → R = 12 Ohms (Ω) Conhecido o valor da corrente (I) e da resistência(R) é possível calcular o valor da tensão de trabalho necessário para que a lâmpada forneça a potência luminosa necessária conforme indicação do fabricante figura 1.13. Figura 1.13 – Cálculo da tensão na lâmpada Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. A figura 1.13 mostra um circuito típico de uma bateria BAT1 alimentando uma lâmpada L1. Perceba que o circuito encontra-se fechado, significando que há circulação de corrente pela lâmpada L1. O circuito demonstra que a lâmpada L1 apresenta resistência de filamento de 12Ω e corrente circulado por ele de 1A, mas o circuito esta faltando o valor da tensão fornecida pela bateria BAT1 e para que segundo a lei de Ohms o valor da corrente e da resistência sejam verdadeiros faz necessário resolver a seguinte equação matemática. U = R.I → U = 12.1 → U = 12 Volts (V) Na definição de potência elétrica (P), essa grandeza física é basicamente idealizada da seguinte forma: o tempo é inversamente proporcional a potência desenvolvida, ou seja, quanto menor o tempo a ser realizada certa tarefa, maior a potência desenvolvida e vice-versa. (GASPAR, 2009) Em termos matemáticos, a potência foi definida como uma proporção em que o numerador é o trabalho (τ) e o denominador é o intervalo de tempo (∆t) realizado. Portanto pode-se definir que potência é o trabalho realizado sendo seu valor afetado 39 diretamente ao tempo de execução. Se um mesmo trabalho for realizado em tempos diferentes o numerador não altera. De outro lado quanto menor o denominador maior o resultado da potência. Nessa realidade se um trabalho de 100 Joules é realizado em 20 segundos tem-se que, na razão de 100/20 o trabalho foi desenvolvido em 5 J/s. Caso o mesmo trabalho seja realizado em 5 segundos a razão 100/5 é desenvolvido em 20 J/s. Essa teoria será aplicada na elaboração do algoritmo de temporização que fará a fragmentação da potência elétrica instantânea a ser acumulado pelo registrador de kWh. (GASPAR, 2009) 1.7 MAGNETISMO Markus (2001) explica que o imã é um minério de ferro que tem a propriedade de atrair outros pedaços de ferro. Devido à força de atração criada ao seu redor chamada de campo magnético. O surgimento dessa força está relacionado a uma diferença de potencial de seus pólos inseparáveis denominados norte e sul por estar diretamente relacionado ao campo eletromagnético terrestre possuindo campo eletromagnético permanente que tem a representação de linhas orientadas no sentido do pólo norte para o sul. Figura 1.14 – Sentido das linhas eletromagnéticas Fonte: Markus, 2001, p. 99. A figura 1.14 mostra um imã com duas divisões onde a parte branca na esquerda apresenta material de pólo sul e a parte escura na direita de pólo norte e a força desse campo magnético representado pelas linhas orientadas saído do pólo norte em direção ao pólo sul. Seguindo a mesma regra da lei de atração dos elétrons, Salmeron (1962) também explica que os imãs possuem interação entre materiais de mesma propriedade magnética sendo que seus pólos de mesma força, ou seja, iguais, se repelem e os de força diferentes, se atraem. O raciocínio pode ser melhor 40 representado quando aplicados aos imãs perdurando os conforme a figura 1.15 a seguir. Conforme a representação da figura 1.15 quando colocado dois imãs em posição oposta, ou seja, o lado norte de um com o lado sul do outro, nessa condição acontecerá atração de ambos confirmando a teoria onde explica que as cargas de valores diferentes se atraem. Na situação em que dois imãs fiquem próximos onde cada imã esta apontando o mesmo pólo como no exemplo, o pólo norte de um com o pólo norte do outro acontecerá sua rejeição, ou seja, as cargas de mesmo valor se repelem como no exemplo anterior repulsão. Figura 1.15 – Força de interação entre dois imãs Fonte: Markus, 2001, p. 99. Através de estudos e evolução desse fenômeno eletromagnético surgiram outras duas grandezas básicas: fluxo magnético e indução magnética. (MARKUS, 2001) Fluxo magnético são linhas ou conjunto delas de campo originadas do pólo norte destinadas pela atração do pólo sul figura 1.16. (MARKUS, 2001) Figura 1.16 – Fluxo magnético Fonte: Markus, 2001, p. 99. 41 Indução magnética refere-se à medida da densidade de fluxo magnético, ou melhor, medida da quantidade de linhas de campo que atravessam uma área perpendicular a elas. (MARKUS, 2001) 1.8 ELETROMAGNETISMO Nome sugestivo de vários estudos e experiências do fenômeno magnetismo feito por diversos cientistas em uma descoberta muito notável. Descobriram que os fenômenos elétricos e magnéticos atuam em conjunto. Esse estudo deu o nome de eletromagnetismo. (MARKUS, 2001) “Eletromagnetismo é a parte da Eletricidade que estuda certos fenômenos nos quais intervêm corrente e campo magnético: podemos chamar a esses fenômenos, fenômenos eletromagnéticos”. (SALMERON, 1962, p. 309) 1.9 CAMPO ELÉTRICO (B) De acordo com Markus (2001), um fio condutor quando percorrido pela corrente elétrica gera um campo elétrico ao seu redor. Esse campo quando colocada uma bússola ao lado, por ser um instrumento muito sensível ao efeito eletromagnético terrestre, é desorientado pelo campo magnético existente no fio condutor. Esse efeito causado na bússola mostra que uma força magnética atua através do fluxo de corrente mostrado na figura 1.17. Figura 1.17 – Efeito do campo na bússola Fonte: Markus, 2001, p. 100. Seguindo o raciocínio de Markus (2001), a figura 1.17 anterior apresenta duas bússolas onde cada uma está paralela a um fio condutor. No canto esquerdo da figura 1.17 representa um fio condutor que não apresenta corrente elétrica circulando por ele e o resultado é que não havendo circulação de corrente, não há 42 campo magnético e com isso a bússola não é influenciada. Já no canto direito da figura 1.17 com o condutor apresentando circulação de corrente e conseqüentemente campo magnética, a bússola está fortemente influenciada por este campo confirmando que há circulação de elétrons no fio condutor. Figura 1.18 – Sentido do campo magnético no condutor Fonte: Markus, 2001, p. 100. O campo elétrico B no fio condutor figura 1.18, quando observada a corrente elétrica (I) convencional entrando tem seu campo gerado no sentido horário. (MARKUS, 2001) 1.10 CAMPO MAGNÉTICO Markus (2001) explica que, quanto a um condutor parado, quando envolvido por um campo magnético B constante não sofre nenhuma ação por ele figura 1.19. Porém, caso esse mesmo fio condutor tenha movimento dentro deste campo magnético B, por indução produzirá nele uma corrente (I) e uma tensão (V). Figura 1.19 – Efeito do Campo sobre condutor em movimento Fonte: Markus, 2001, p. 101. 43 “A corrente (i’) e a tensão induzidas são proporcionais à velocidade do condutor, podendo ser detectadas por um instrumento de medida”. (MARKUS, 2001, p. 101) Figura 1.20 – Efeito do Condutor sobre campo variante Fonte: Markus, 2001, p. 101. De outra forma figura 1.20, se o fio condutor ficar parado e o campo magnético B ser variável, o mesmo fenômeno de corrente e tensão surgirá no condutor. Esse surgimento é fruto do campo magnético induzido no fio condutor. Essa corrente e tensão induzida são proporcionais à variação do campo magnético, podendo ser detectados por instrumento de medida apropriado. (MARKUS, 2001) 1.11 LEI DE LENZ Segundo essa lei, o sentido da corrente elétrica (i’) induzida tem sentido tal que produz outro campo magnético que se opõe à variação do campo magnético produtor. Essa verificação pode ser observada colocando a face da espira de fio circular próximo ao pólo norte de um imã figura 1.21. Na aproximação uma corrente (i’) surgirá obtendo sentido tal também de pólo norte causando repelência do imã. (MARKUS, 2001) Figura 1. 21 – Efeitos de repulsão magnética Fonte: Markus, 2001, p. 101. Na figura 1.22, afastando o imã de pólo norte da face da espira de fio circular, 44 a corrente (i’) induzida adquire sentido tal surgindo um pólo sul, diferente do pólo norte do imã causando sua atração. (MARKUS, 2001) Figura 1.22 – Efeito de atração magnética Fonte: Markus, 2001, p. 101. Concluindo, o efeito da aproximação de um imã qualquer de uma espira de fio circular quando na igualdade de pólos causa sua repelência e quando esse se distancia invertendo o campo da espira, essa diferença de pólos causa atração do imã. Esse fenômeno quando produzido de maneira continua, produzirá nas extremidades da espira de fio uma corrente que ora circulará em um sentido, ora por outro sentido da bobina por ação da inversão do campo magnético. (MARKUS, 2001) 1.12 ONDA ELETROMAGNÉTICA Markus (2001) define também que, a corrente quando aplicada de forma variante, produzirá também um campo elétrico variante. Esse campo elétrico quando aplicado em uma espira de fio produz o fenômeno chamado campo eletromagnético. Com a descoberta de que a corrente elétrica quando circulando em um fio condutor produz um campo elétrico em seu redor e que variações dessa corrente produzem um campo magnético que induzem variações de corrente num condutor. Portanto, essa variação de campo elétrico produz variação de campo magnético que, por sua, vez produz variação de campo elétrico formando o campo eletromagnético. Por motivo óbvio essa conversão seqüencial de um campo ao outro gerando o campo eletromagnético tem propriedade de se propagar pelo espaço na forma de onda eletromagnética. Essa propagação favorece transmissões e recepções a distância de sinais elétricos sem a utilização de fios conforme pode ser visto na figura 1.23. Cientistas há centenas de anos chegaram à conclusão de que a onda eletromagnética possibilitava a transmissão de sinais elétricos, e isso tornou 45 possíveis invenções de telégrafos sem fio e do rádio. Descobriram também que para essa transmissão ser possível e eficaz, ou seja, a conversão de sinais elétricos em onda eletromagnética era necessário uso de antenas. (MARKUS, 2001) Figura 1.23 – Transmissão via satélite Fonte: Markus, 2001, p. 101. 1.13 INDUTOR (BOBINA) Indutor ou bobina é um dispositivo construído por um fio esmaltado enrolado em volta de um núcleo figura 1.24. Seu símbolo pode variar conforme o tipo de material constituído em seu núcleo. (MARKUS, 2001) Figura 1.24 – Tipo de núcleo nos indutores Fonte: Markus, 2001, p. 102. O Funcionamento consiste em cada espira de fio que forma o indutor quando circulando uma corrente elétrica gera um campo magnético. O sentido do campo magnético segue a mesma regra da mão direita visto em eletromagnetismo. As linhas de campo formado por cada uma das espiras se somam. Essa somatória é concentrada formando o fluxo magnético ϕ (FI) figura 1.25. (MARKUS, 2001) Segundo Markus (2001) explica que, indutores quando aplicados à transmissão de sinais, na maioria das vezes, possuem seu núcleo a ar possibilitando a dispersão do sinal elétrico. Quanto à necessidade é de transferência da corrente elétrica entre dois indutores, utilizam-se como núcleo o ferro e ferrite reduzindo a dispersão das linhas de campo. Por motivo este apresentar baixa resistência à 46 passagem do fluxo magnético. A utilização de indutores envolvidos em núcleos de ferro, pelo sentido das linhas de campo, produz diferença de potencial magnético deixando-o com um pólo norte e outro sul. Essa diferença é causada devido à entrada do fluxo magnético determinando o pólo sul e sua saída o pólo norte pelo indutor eletrificado. Essa composição do indutor envolvido em núcleo de ferro cria um comportamento de um imã artificial atraindo materiais metálicos, surgindo um novo componente, o eletroímã possibilitando avanços na tecnologia automática como relés, contatores e outros que necessitavam de comandos eletromagnéticos. Figura 1.25 – Fluxo magnético no indutor Fonte: Markus, 2001, p. 102. Polaridade magnética é quando um indutor for aplicado para trabalhar junto ou próximo a outro indutor, a polaridade magnética deve ser conhecida. “Dois indutores têm a mesma polaridade quando os seus fluxos magnéticos têm sentidos iguais, e polaridades contrárias quando os seus fluxos magnéticos têm sentidos diferentes”. (MARKUS, 2001, p.102) Figura 1.26 – Indutância magnética Fonte: Markus, 2001, p. 103. Indutância (L) considerando um circuito onde um indutor é alimentado por uma fonte de tensão (E) constante, ao fechar a chave S, em tempo (t) igual à zero (t=0), surge uma corrente iL crescente figura 1.26. Confirmando que ao passar uma corrente pela espira cria um campo magnético ao seu redor. Com linhas de campo 47 cortando as espiras posteriores induzindo uma corrente i’ que segundo a Lei de Lenz confronta-se com a espira que a gerou. (MARKUS, 2001) 1.14 REATÂNCIA INDUTIVA XL (Ω) Markus (2001) descreve que, reatância indutiva é a reação que um indutor tem a passagem da corrente elétrica. Isto é, quando uma corrente aplicada em seus terminais, pelo sentido da corrente que o circula ao passar pela primeira espira de fio tende a reproduzir uma indução que atua sobre as seqüentes que responde a produzirem uma nova corrente oposta sobre a que criou. 1.15 TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC) SAELPA (2002), define que os transformadores de corrente são dispositivos eletromagnéticos que permitem aos instrumentos de medição e proteção trabalharem de forma adequada sem possuírem correntes nominais muito altas de acordo com as correntes de carga do circuito que são aplicados. SAELPA (2002), Alguns dos tipos de TC mais comuns em aplicações de medição e proteção serão vistos a seguir: O tipo enrolado, conforme a figura 1.27, é usado quando são requeridas relações de transformações inferiores a 200/5. Possui isolação limitada e, portanto, se aplica em circuitos até 15kV. Ocorre quando os enrolamentos primários, constituídos de uma ou mais espiras, envolve mecanicamente o núcleo do transformador. (SAELPA, 2002) Figura 1.27 – TC tipo enrolado Fonte: SAELPA, 2002, adaptado pelo autor. 48 O tipo barra, conforme a figura 1.28, é um transformador de corrente cujo enrolamento primário é constituído por uma barra, montada permanentemente através do núcleo do transformador. (SAELPA, 2002) Figura 1.28 – TC tipo barra Fonte: SAELPA, 2002, adaptado pelo autor. O Tipo janela, conforme a figura 1.29, tem construção similar ao tipo bucha, sendo que o meio isolante entre o primário e o secundário é o ar. O enrolamento primário é os próprios condutores do circuito, que passa por dentro da janela. (SAELPA, 2002) Figura 1.29 – TC tipo janela Fonte: SAELPA, 2002, adaptado pelo autor. O Tipo núcleo dividido, conforme a figura 1.30, é um transformador de corrente tipo janela em que parte do núcleo é separável ou basculante, para facilitar o enlaçamento do condutor primário. (SAELPA, 2002) 49 Figura 1.30 – TC tipo núcleo dividido Fonte: SAELPA, 2002. Os transformadores de corrente são classificados em dois tipos de aplicação: Aplicação em serviço de medição, utilizados para medição de correntes em alta tensão, possuem características de boa precisão (ex: 0,3%-0,6% de erro de medição) e baixa corrente de saturação (quatro vezes a corrente nominal). Aplicação em serviço de proteção, utilizados para proteção de circuitos de alta tensão, são caracterizados pela baixa precisão (ex: 10%-20% de erro de medição) e elevada corrente de saturação (da ordem de 20 vezes a corrente nominal). O TC que pode ser tanto para uso de medição quanto para uso em proteção tem as seguintes características de corrente: Correntes nominais primárias - devem ser compatíveis com a corrente de carga do circuito primário. Correntes nominais secundárias - são adotadas geralmente iguais a 5 A. Em alguns casos especiais, quando os aparelhos, normalmente relés são instalados distantes dos transformadores de corrente, pode-se adotar a corrente secundária de 1 A, a fim de reduzir a queda de tensão nos fios de interligação. (SAELPA, 2002) 1.16 MODERNOS SENSORES DE CORRENTE O transformador de corrente (TC), mesmo com seu formato e construção robusto, ainda é bastante utilizados em diversas áreas do setor industrial e fornecimento de energia elétrica deixando a desejar apenas em aplicações que atenda as definições da tecnologia moderna. A utilização de TC em aplicações cada 50 vez menores e digitais não teria menor compatibilidade. Junto ao avanço cada vez maior, a tecnologia dos componentes semicondutores contribuiu para o crescimento e melhoria dos sensores de corrente que antes era exclusivo do TC e que hoje é também dos sensores de efeito Hall semicondutor. Um circuito integrado com tecnologia dos semicondutores e utilizando o efeito Hall produz com mais desempenho o nível de corrente proporcional a corrente lida por ele em sua entrada além do seu tamanho reduzido. Com a modernização dos sensores de corrente, esses podem ser ainda melhor aproveitados compatibilizando os atuais dispositivos microprocessados. (SECON, 2012) 1.17 EFEITO HALL Por volta de 1879, Edwin H. Hall durante experiências com objetivo de medir o sinal dos portadores de carga diretamente, percebeu um fenômeno especial que além de conhecerem na época que quando um fio condutor percorrido por corrente elétrica e exposto a um campo magnético as cargas presente no condutor eram condicionados a uma força que alterava seu movimento. O surgimento de uma diferença de potencial no condutor surgindo um campo magnético perpendicular ao campo gerador deu-se o nome de efeito Hall na forma de homenageá-lo. (SOFISICA, 2012) 1.18 SENSORES DE CORRENTE POR EFEITO HALL 1.18.1 ACS 75x O sensor ACS 75x é um componente eletrônico da família de sensores de corrente desenvolvido pela Allegro MicroSystems. O ACS 75x é um componente ideal em aplicações com corrente alternada e direta que precisa de medições de corrente precisas típicas a controle de motores, gestão de consumo de eletricidade, conversores de energia DC-DC e detecção de falhas de sobre correntes. (ALLEGRO, 2012) O funcionamento do ACS 75x consiste de precisão e baixo deslocamento por efeito Hall. Uma corrente quando aplicada em seu terminal de entrada primário 51 formado por uma condução de cobre reforçado, parte superior de seu invólucro, gera um campo magnético que é convertido pelo circuito integrado ACS 75x em uma tensão proporcional. O sensor ACS 75x de efeito Hall pode ser visto na figura 1.31. (ALLEGRO, 2012) Segundo Allegro (2012), a utilização do ACS 75x em medições de corrente elétrica residencial não causa percas e limitações no circuito devido à baixa resistência entre seus terminais primários em torno de 100µΩ. A saída do ACS 75x possui inclinação positiva (> VCC/2) quando um crescente fluxo de corrente atravessa seus terminais 4 e 5 de entrada por onde recebe amostragem atual. O funcionamento eficiente do ACS 75x em condições de sobre corrente se dá a espessura do condutor de cobre, terminais de entrada primários. Figura 1.31 – Invólucro de 5 pinos Fonte: Allegro, 2012. A seguir algumas das principais características e benefícios do ACS 75x: Componente pequeno com facilidade de montagem e acomodação em placa de circuito impresso (PCI); Baixíssimo ruído de funcionamento; Excelente isolamento galvânico possibilitando aplicação em alta tensão; Baixa tensão (3 a 5.5v) e corrente (10 a 13.5 mA) de alimentação; Baixo erro de resposta de saída; Tempo de subida de saída de resposta em torno de 3 mS; Acoplamento primário bidirecional; A tensão de saída proporcional à correntes AC ou DC; Saída extremamente estável compensado por sua tensão de alimentação; Histerese magnética quase zero. (ALLEGRO, 2012) Uma breve ideia de aplicação do ACS 75x pode ser analisada na figura 1.32. 52 Figura 1.32 – Circuito típico de Aplicação Fonte: Allegro, 2012. Conforme a figura 1.32, o ACS 75x possui aplicação elétrica resumida. Na conexão primaria, pinos 4 (IP+) e 5 (IP-), os pinos corresponde a conexão do circuito elétrico a ser monitorado. A conexão secundário consiste em alimentar os pinos 1 (VCC) e o 2 (GND) com tensão estável que pode ser entre 3 a 5.5 volts. A saída do sinal proporcional ao sinal de corrente em seu primário é conseguido no pino 3 (VIOUT). A figura 1.33 mostra os diagramas em bloco de seu funcionamento. (ALLEGRO, 2012) Figura 1.33 – Diagrama de blocos funcionais Fonte: Allegro, 2012. 53 Outra característica importante do ACS 75x é sua disposição em Surface Mounting Devices (SMD), ou seja, montagem em superfície que dispensa a necessidade de furos facilitando sua montagem em superfície de placa para melhor acomodação do componente conforme figura 1.34. Figura 1.34 – Diagrama de pinos Fonte: Allegro, 2012. 1.18.2 ACS709 Figura 1.35 – ACS709 montado em superfície Fonte: Allegro, 2012. Outro componente muito interessante na aplicação de medições de corrente elétrica é o ACS709. Desenvolvido pela Allegro MicroSystems possuem características bastante satisfatório quando o fator mais importante é o baixo nível de erro em torno de 2% sobre temperatura ambiente. O sensor de efeito hall 54 ACS709 esta montado sobre uma superficie com dois orificios facilitando a conexão dos fios através de conectores arruelas. O farmato e disposição dos componentes que fazem parte da placa esta disponível conforme mostra a figura 1.35. (ALLEGRO, 2012) O circuito da figura 1.36 explana as disposições dos componentes no circuito elétrico facilitando seu entendimento. O ACS709 possui entrada de corrente primaria formada pelos pinos de 1 a 12 que fazem ligação nas trilhas de maior espessura com os orifícios de fixação dos fios da instalação elétrica a ser mensurada. Figura 1.36 – Esquema do ACS709 Fonte: Allegro, 2012. A utilização do ACS709 é resumida podendo ser utilizado com qualquer tipo de microcontrolador. No geral suas principais características técnicas são: Acuidade melhorada de corrente entre -37,5 e 37,5A; Sensibilidade linear de corrente entre -75 a 75A; Resistência típica de 1,1MΩ; Placa de circuito impresso com trilhas de cobre de 0,07mm dissipando o mínimo de energia possível. Blindagem integrada reduzindo interferências capacitivas entre o condutor de corrente e o substrato da placa; Isolamento elétrico entre a corrente primaria e a saída integrada de 2,1KV RMS; Temperatura operacional de grau automotivo; Largura de banda de frequência na ordem de 120 kHz, podendo ser opcional diminuindo o capacitor no pino marcado por “FILT”. (ALLEGRO, 2012) 55 1.19 MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA CONVENCIONAL Os medidores de energia elétrica são maquinas eletromecânicas desenvolvidas e dedicadas à medição de consumo de energia elétrica com unidade de medida mais utilizado o kWh. Os medidores convencionais são normalmente instalados junto ao padrão de entrada de fornecimento de energia. (LIMA, 2007) Figura 1.37 – Lâmpada-hora de Samuel Gardiner Fonte: Lima, 2007. A companhia responsável pela concessão regional tem como compromisso instalar os medidores nos padrões de entrada e prezar pela qualidade do serviço prestado e cobrar pelo consumo registrado pelos medidores, de forma a compensar todo o conjunto de operações envolvido desde sua geração até o consumidor final que pode ser residencial, comercial ou industrial. (LIMA, 2007) Presentes na maioria das casas, os medidores de energia elétrica são ligados entre a rede de fornecimento e a casa que possui um circuito distribuído por cargas a serem alimentadas. Inventado e patenteado no ano de 1872 por Samuel Gardiner o primeiro medidor quantificador de energia elétrica conforme a figura 1.37. Sua especificação era a medição de lâmpada-hora para aplicação em corrente continua 56 que registrava o período que uma lâmpada ficava acesa. (LIMA, 2007) Mais tarde em 1878 J.B. Fuller desenvolveu um medidor de lâmpada-hora para aplicação em corrente alternada. Possuía uma maquina parecida com um relógio que acionado por bobinas vibrando em freqüência de alimentação, nessa condição acionava o mecanismo causando o avanço da contagem, esse tipo de medidor pode ser apreciado na figura 1.38. (LIMA, 2007) Figura 1.38 – Medidor de Lâmpada-Hora de 1878, J.B. Fuller Fonte: Lima, 2007. Figura 1.39 – Medidor químico de energia de Edison Fonte: Lima, 2007. Como os medidores de lâmpada-hora não apresentavam eficiência em medições de cargas desconhecidas devido variações ao decorrer do tempo, ou seja, para que a medição fosse eficaz era preciso conhecer a carga, por exemplo, potência da lâmpada usada como carga consumidora. Na busca de tornar eficaz medição desconhecidas durante mudanças potenciais ligados como carga, Edson (1878 e 1880) construiu o primeiro medidor quantitativo de eletricidade. Com a nova 57 invenção, ao contrário do medidor lâmpada-hora que registrava a quantidade de horas que a carga ficou ligado, o registrador quantitativo baseado em composição química possibilitava quantificar a energia consumida em diferentes cargas e sua representação pode ser observada na figura 1.39. (LIMA, 2007) 1.20 MEDIDORES ATUAIS DE QUILO WATT – HORA Figura 1.40 – Medidor da Westinghouse Electric Corporation Fonte: Lima, 2007. Os medidores de quilowatt-hora são equipamentos mecânicos que colocados na entrada de fornecimento de energia elétrica de casas, comércios e indústrias registram, ou melhor, quantificam a potência elétrica consumida por aparelhos daquela unidade consumidora. Seu mecanismo é formado por eixo e engrenagens que giram sobre ação do campo magnético formado pela corrente elétrica em movimento de acordo com a necessidade da carga utilizado no momento. A corrente quando em circulação por uma bobina de acordo com sua intensidade, cria um campo elétrico de força diretamente proporcional a essa intensidade fazendo com que o eixo que recebe o disco sensível a esse campo movimentar a uma velocidade conforme a intensidade dessa corrente. O eixo principal por sua vez gira uma 58 sequência de engrenagens onde cada seguimento de eixo esta conectado a um ponteiro igual à de um relógio analógico. A quantidade de giro esta diretamente ligada à energia consumida por uma carga durante certo intervalo de tempo e essa medida é dada em quilowatt-hora (kWh). Normalmente a instalação e inspeção desses equipamentos são de responsabilidade das concessionárias local. (LIMA, 2007) O giro ou avanço do ponteiro é dado por todos os kWh consumido, ou seja, a companhia cobra apenas pelo consumo inteiro da energia consumida, portanto a fração de consumo não debitado na conta atual, por exemplo, será completado adiante e somado a próxima fatura não tendo perca, sendo que o registro por esses medidores são progressivos. O tipo de medidor antigo de ponteiro e que ainda funciona em algumas residências, pode ser visto conforme figura 1.40. (LIMA, 2007) Segundo Lima (2007), os medidores eletromecânicos possuem as seguintes características de trabalho: Principio básico de funcionamento é por indução; Classe 2.0 para faturamento de consumo; Erro Máximo de 2% do valor indicado para sua faixa nominal de operação; Interferência na operação na presença de corrente continua; Precisão variável conforme a condição de operação; Sensibilidade mecânica. Em meados de 1892, os primeiros medidores de watt-hora com precisão suficiente para aplicação em medições de energia consumida foi desenvolvidos por Thomas Duncan e eram monofásicos que logo foram melhorados para circuitos bifásicos e trifásicos. (LIMA, 2007) 1.21 MODERNOS MEDIDORES DIGITAIS Os medidores analógicos ainda estão presentes na maioria das residências e comércios. Independente da condição social os medidores eletromecânicos tornaram possível à quantificação da energia consumida durante muitos anos e com o avanço da tecnologia em geral, no caso dos medidores de energia elétrica teve seu crescimento evolutivo bastante significativo. Com o passar dos anos em 59 diferentes épocas os materiais obtiveram seu valor e como a ciência cada vez mais se preocupando com o que há em sua volta buscou avanços e preservação ao meio ambiente. O processo evolutivo buscou melhorias em diversidades tecnológicas, assim, como os medidores digitais que trouxe junto com a evolução da eletrônica aliada a informática, modernidade, clareza e desempenho de medições precisas com tamanho reduzido. (LIMA, 2007) Figura 1.41 – Medidor eletrônico monofásico de aplicação residencial Fonte: Lima, 2007. Surgiram então os medidores digitais conforme pode ser visto na figura 1.41, diferentemente dos conhecidos medidores eletromecânicos, são maquinas com precisão mais afinada. Constituídas em sua maioria a trabalhar em escala de leitura de classe 0,8 e admite comercialmente classe de 1%. Com a ausência de partes mecânicas para capitação do fluxo de corrente em um circuito alimentador, a substituição desses elementos mecânicos por eletrônicos possibilitaram precisão mais elevada através de sensores elétricos sensíveis a um fluxo menor de corrente, são também mais resistentes a vibrações, porem a utilização de circuitos digitais está sujeito a interferências eletromagnéticas. (LIMA, 2007) Como qualquer equipamento de medição, os medidores eletrônicos estão 60 sujeito a limitações. Devido ao emprego de componentes semicondutores e outros com tecnologias digitais com menos tolerância a ruídos e frequências de interferência. Também outra possibilidade e uma preocupação seriam em sua fragilidade na ocasião de surtos causados por problemas de queda ou cruzamento entre linhas de transmissão de eletricidade. (LIMA, 2007) 1.22 PROPOSTA DE TRABALHO A tecnologia digital evoluiu para que novas tecnologias a partir dela ganhassem cada vez mais o mercado brasileiro. A informática foi favorável ao desenvolvimento de processos digitais complexos e também para a evolução das tecnologias de medidores de energia elétrica em geral. Com o crescente interesse por medidores digitais, favorece cada vez mais estudos sobre esse tipo de tecnologias em faculdades de engenharia e de tecnologias no Brasil. (LIMA, 2007) As vantagens são inúmeras em relação aos medidores eletromecânicos. Além da função principal de acumular o kWh, os medidores digitais possibilitam também a comunicação com outros dispositivos externos trocando ou fornecendo dados entre aplicativos de gerenciamento de energia elétrica ao mesmo tempo em que operam como registradores de consumo para o faturamento pela concessionária. Outra possibilidade seria sua utilização em distâncias em que há extrema necessidade de monitoramento, sendo por comunicação via internet ou rádio. (LIMA, 2007) Com o método de medição de energia elétrica existente fica difícil prever o valor da conta a ser pago. Para o consumidor de energia residencial em geral não existe por enquanto no mercado recursos que trata de maneira prática e legível o consumo de eletricidade. (LIMA, 2007) Em proposta a esta realidade seria a criação de um protótipo utilizando Microcontrolador Aplicado no Monitoramento e Consumo de Energia Elétrica (MAMCEE), um equipamento capaz de mensurar instantaneamente o consumo de energia elétrica em valores monetários a ser pago. 61 2 CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRÔNICA A eletrônica é uma área muito extensa e seria impossível comenta-lá totalmente sem esquecer algum item, por esse motivo neste capítulo serão abordados somente os componentes semicondutores envolvidos no desenvolvimento de hardware do projeto MAMCEE. Torres (2002) define que no conceito geral a eletrônica é a ciência que estuda a forma de controlar a corrente elétrica por meios elétricos no qual os elétrons têm papel fundamental. Na eletrônica analógica compreende-se que dentro de uma determinada escala de tensão podem existir infinitos valores elétricos. Por exemplo, dentro da escala de 1 Volt à 2 Volts existem N valores como 1V, 1.2V, 1.3V...1.898777V até 2V, ilustrado pela figura 2.1. Figura 2.1 – Representação gráfica da eletrônica analógica Fonte: Elaborado pelo autor, 2011. 2.1 SEMICONDUTORES Segundo Bertoli (2000), semicondutores são materiais que apresentam resistividade elétrica intermediária, posicionam-se entre os condutores que apresentam boa condução elétrica e os isolantes que são péssimos condutores de eletricidade. Esse material possibilitou que a corrente elétrica fosse controlada e deu origem à ciência eletrônica. Bertoli (2000) explica que o átomo de germânio e o átomo de silício são bem parecidos, foram os átomos que mais deram certo no avanço da tecnologia 62 eletrônica por possuírem camadas de valência com quatro elétrons que agrupados entre si formam uma estrutura cristalina, conforme figura 2.2. Sua substância possui átomos que formam uma estrutura que se posicionam de maneira ordenada no espaço. Figura 2.2 – Átomos de silício ou germânio Fonte: Bertoli, 2000, p.5. Nesta estrutura cada átomo une-se a quatro outros átomos vizinhos por meio de ligações covalentes. Cada um dos quatros elétrons de Valência de um átomo é compartilhado com outro vizinho, fazendo com que dois átomos adjacentes compartilhem os dois elétrons, a figura 2.3 ilustra o processo. Figura 2.3 – Elétrons livres Fonte: Bertoli, 2000, p.5. 63 2.2 DIODO O diodo é um componente que tem a característica de uma válvula direcional. O diodo mais comum possui dois terminais onde um terminal esta ligada a camada positiva (P) e o outro terminal à camada negativa (N), isso forma uma junção (PN), ilustrado pela figura 2.4. (BERTOLI, 2000) Figura 2.4 – Junção PN de um diodo Fonte: Bertoli, 2000, adaptado pelo autor. Segundo Bertoli (2000) a funcionalidade do diodo compara-se a uma válvula direcional uma vez que permitem aos elétrons circularem apenas em uma direção. Essa funcionalidade prove da repulsão recíproca dos elétrons livres do lado negativo (N) que dispersa em todas as direções. Parte desses elétrons fura a junção ocupando os espaços deixados pelas lacunas. Quando ocorre a ocupação de lacunas por elétrons livres, as lacunas deixam de existir o que torna negativamente carregado, desta forma surge um íon negativo. (BERTOLI, 2000) Figura 2.5 – Camada de depleção da junção Fonte: Bertoli, 2000, adaptado pelo autor. Bertoli (2000) explica que a passagem dos elétrons pela junção cria um par de íons fixo na estrutura do cristal por meio da ligação covalente. No aumento dos 64 íons a região próxima a junção fica carente de elétrons livres e lacunas o que constitui a camada de depleção, ilustrado pela figura 2.5. Essa camada age como barreira impedindo que aumente a difusão dos elétrons livres. A camada de depleção conhecida como barreira de potencial possui barreira de potencial de 0,7 Volts para junção formada por cristal de silício e 0,3 Volts para junção formada por cristal de germano. Segundo Bertoli (2000), o diodo é um componente semicondutor bastante simples por possuir uma junção com apenas duas camadas N e P torna-o bastante compreensível seu funcionamento. A figura 2.6 ilustra o símbolo de um diodo que é parecido com uma seta acrescido de uma barra vertical na ponta, representa o sentido da tensão positiva em um circuito eletrônico. Além do mais, um diodo proporciona desde seu surgimento até os dias de hoje importante função em circuitos eletrônicos e que sem essa função seria impossível aproveitar correntes alternadas para alimentação dos circuitos eletrônicos, conhecido como retificação. Figura 2.6 – Símbolo do diodo Fonte: Bertoli, 2000, p.7. O diodo tem a propriedade de conduzir corrente elétrica apenas em um sentido, essa propriedade permite que, aplicando-os de maneira adequada em circuitos alimentados por corrente alternada (CA) torne a mesma em corrente continua (CC) necessária aos componentes semicondutores (BERTOLI, 2000). Bertoli (2000) afirma que, quando não possuímos correntes continua de boa qualidade, por exemplo, de baterias ou acumuladores de corrente elétrica para alimentar um circuito eletrônico, ou seja, há somente a corrente alternada da rede (110/220 V) há necessidade de transformá-la, para que isso torne possível, é preciso aplicar diodos retificadores a fim de separar os ciclos positivos dos negativos. 2.2.1 Diodos retificadores Segundo Bertoli (2000) os diodos retificadores como o próprio nome diz, 65 servem para retificar correntes que por sua vez possuem variações impróprias para aplicação em componentes semicondutores, caso aplicado sem o uso desses diodos causaria danos funcionais, até mesmo sua queima. Diodos retificadores são aplicados em fontes de alimentação ligadas em correntes alternadas. As correntes alternadas são formadas por dois ciclos de corrente, o ciclo positivo e o ciclo negativo. Essa composição é proveniente de sua fonte geradora, o gerador elétrico, que utiliza de forças mecânicas diversas como água corrente, ventos e outros meios. Um gerador é muito parecido com um motor elétrico, possui um eixo e uma estrutura para sustentar e também componentes agregados a geração da eletricidade como bobinas de fios e imãs que formam campos magnéticos que influenciarão na geração de eletricidade. Essa formação de corrente elétrica em ciclos periódicos sucessivos (CA) é devida ao eixo do gerador, peça fundamental que gira em torno de si e produz defasagem de 90º graus a partir de um ponto inicial até um ponto final, com repetição enquanto o eixo estiver em movimento (BERTOLI, 2000). A corrente elétrica alternada possui variações de corrente em ciclos positivos e negativos. Os ciclos positivos quando aplicado os diodos retificadores no sentido de anodo para catodo conforme pode ser visto na configuração da figura 2.7, formam o pólo positivo da tensão (+V) com certa diferença de potencial elétrico em relação ao pólo negativo (0V) conhecido internacionalmente por ground (GND). Já os ciclos negativos quando aplicados os diodos retificadores no sentido de catodo para anodo conforme pode ser visto na configuração da figura 2.8, formam o pólo negativo da tensão (-V) de certa diferença de potencial elétrico com relação ao pólo de sua referencia elétrica GND. (BERTOLI, 2000) Figura 2.7 – Diodo ceifador do ciclo negativo Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 66 No circuito da figura 2.7 o diodo D1 está posicionado de maneira que os ciclos positivos e negativos aplicados em seu anodo sejam selecionados quando no seu tempo de condução permita passar os ciclos positivos e no tempo de corte ignora os ciclos negativos. Nessa configuração um diodo permite a utilização dos ciclos selecionados nesse caso os positivos a serem aplicados na formação da diferença de potencial com valor positivo em relação a sua referência GND. (BERTOLI, 2000) Figura 2.8 – Diodo ceifador do ciclo positivo Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Na configuração do circuito da figura 2.8 o diodo esta posicionada de maneira que os ciclos positivos sejam ignorados e deixando conduzir os ciclos negativos para formarem uma diferença de potencial de tensão negativa em relação ao GND. 2.2.2 Diodo zener O diodo zener é um tipo de componente semicondutor que tem a capacidade de regular tensão positiva monitorada por seu catodo ou tensão negativa por seu anodo. Sua aparência física é como do diodo e tem em seu corpo a tensão reguladora, possui também faixa para facilitar a identificação do catodo. Quando aplicados em polarização reversa, ou seja, seu catodo no positivo e anodo no negativo, haverá condução quando a tensão atingir valor especificado de trabalho (TORRES, 2002). A figura 2.9 apresenta uma configuração típica de regulador de tensão que utiliza diodo zener (D1) e resistor (R1). Neste tipo de configuração a corrente 67 máxima fornecida por esta fonte fica limitada pelo resistor (R1) empregado em série com o diodo zener (D1). Possuem diversos tipos de diodos zener no mercado como, por exemplo, os diodos de 400 mili Watts e 1 Watt. O valor de corrente máximo admissível é diretamente relacionado a potência e a tensão de trabalho do diodo zener. A associação do diodo zener e do resistor em série sempre haverá pela limitação da corrente no zener, que sem o resistor limitador, com aplicação de tensões maiores que a tensão de corte causa a condução imediata do zener e a queima do mesmo (TORRES, 2002). Figura 2.9 – Regulador de tensão por diodo zener Fonte: Isis, 2010. 2.2.3 Foto diodo Figura 2.10 – Foto - diodo e símbolo Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Os fotodiodos são componentes com capacidade de enxergar variações luminosas. Possui estrutura transparente e reversamente polarizada sensível à luz conforme pode ser observado na figura 2.10. Os fotodiodos quando submetidos ha 68 certa quantidade de luz, sua corrente reversa varia conforme a intensidade luminosa, ou seja, quanto maior a intensidade luminosa, maior será a intensidade da corrente reversa. (TORRES, 2002) 2.2.4 Diodo emissor de luz O diodo emissor de luz, também conhecido como Ligth Emitting Diode (LED), é um diodo que quando polarizado diretamente emite luz. O LED é um tipo de lâmpada em estado sólido que ao contrario de uma lâmpada comum de vidro se cair no chão quebra. O problema do LED é a sua limitação de corrente e a voltagem baixíssima, a tensão de um LED gira em torno de 2 Volts e corrente de consumo em 10 ma. O símbolo de um LED pode ser verificado na figura 2.11. (TORRES, 2002) Figura 2.11 – LED e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 2.3 TRANSISTOR Os transistores são componentes que tiveram um papel muito importante na eletrônica analógica e que através dessa fantástica combinação de silício com inspiração dos diodos deram mais vidas e proporcionaram com grande classe os primeiros passos da eletrônica digital. As primeiras experiências na eletrônica digital foram feitas com os transistores, os pesquisadores puderam também desenvolver a partir deles testes com portas lógicas e avançar com a tecnologia digital proporcionando perspectivas futuras a uma tecnologia que deu vida aos computadores. (BERTOLI, 2000) Podemos dizer que um transistor é uma associação de dois diodos colocados de maneira polarizada e formando dois tipos conhecidos: os PNP e os NPN, ilustrados pelas figuras 2.12 e 2.13. 69 Figura 2.12 – Transistor PNP genérico Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Na figura 2.12 anterior os diodos estão colocados de maneira que os anodos fiquem na extremidade representando o emissor e o coletor do transistor e a base representada pela união dos catodos. Figura 2.13 – Transistor NPN genérico Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. A figura 2.13 representa os catodos (k) dos diodos que formam extremidades do emissor (e) e coletor (c) do transistor e sua base (b) é formada pela união dos anodos (A). A utilização dos transistores proporcionou um grande passo na eletrônica substituindo suas antecessoras válvulas que eram grandes demais. Com sua diminuição, os transistores possibilitaram que a eletrônica e seus derivados tivessem tamanhos cada vez menores, com isso, possibilitou melhor mobilidade as novas gerações de equipamentos. (BERTOLI, 2000) Os transistores podem ser usados de diversas maneiras, por exemplo, chave, detecção, amplificação, oscilação, misturador, entre outros. Uma maneira mais 70 simples de um transistor ser aplicado é como uma chave onde assume dois estados, aberto ou fechado. O estado aberto é quando o mesmo não possui polarização nenhuma e fechado é quando este estiver polarizado. A polarização de um transistor simples segue a mesma regra de um diodo e assume no inicio de polarização devido o material usado 0,7 V para sua junção. Sua junção acontece entre o terminal coletor e emissor controlados pela sua base. Sua base funciona como a manopla de uma torneira, o emissor como entrada de água e o coletor como a saída. (BERTOLI, 2000) 2.4 RESISTOR Figura 2.14 – Símbolos de um resistor Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Diante da evolução eletrônica e com a necessidade de limitar correntes nos circuitos eletrônicos para que os componentes funcionassem, os resistores foram a grande sacada na solução do problema. No inicio os resistores eram fabricados com material condutor ou cromo e sua resistência elétrica aumentava conforme o comprimento desse fio, entretanto, para obter certas resistências de valores muito altos, como mil a milhões de Ohms, essa construção tornava muito robusta. Com a evolução, houve a necessidade de diminuir seus componentes. Para resolver este problema descobriram matérias que proporcionavam o mesmo resultado em tamanhos menores, são fabricados com materiais de carbono para pequenas potencias de dissipação e alto valor ôhmico para suportarem altas potencia e grande quantidade de temperatura. (TORRES, 2002) A figura 2.14 apresenta dois tipos de símbolos mais usados em esquemas. Segundo Torres (2002) os resistores são classificados pelo o tipo de material fabricado. 71 Figura 2.15 – Resistor e sua simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. O valor do resistor normalmente é colocado em forma de listas de cores conforme pode ser visto na figura 2.15. A potência dos resistores determina sua capacidade de suportar alto fluxo de elétrons que passa por ele. Quando esse fluxo circula pelos resistores tende a gerar calor que quando não suportados por eles causam sua queima. (TORRES, 2002) 2.5 CAPACITORES E CONDENSADORES Os capacitores são componentes com capacidade de armazenar cargas elétricas e consequentemente energia estática, chamados também de condensadores são constituídos de duas peças condutoras chamadas de armadura. Entre essas armaduras existe um material chamado dielétrico, substância isolante de alta resistência ao fluxo de corrente elétrica. (TORRES, 2002) Figura 2.16 – Capacitor cerâmico e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Os condensadores são utilizados nos mais diversos circuitos elétricos, de formato cilíndrico ou plano, são responsáveis em manter estáveis correntes em fontes de alimentação a partir da rede elétrica alternada. São usados também para 72 corrigir variações causadas por certos componentes eletrônicos e os dois tipos mais usados podem ser visto na figura 2.16 e 2.17, os tipos de capacitores cerâmicos e eletrolíticos em sua forma física e esquemática. (TORRES, 2002) Figura 2.17 – Capacitor eletrolítico e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 2.6 CONECTOR E BORNE São dispositivos de conexão que traz facilidade na fixação e remoção através de cabos de partes de um circuito e componente relacionado figura 2.18. Os fios externos nele conectados são fixados por parafusos no conector que apertando ou desapertando para soltar as fiações. Figura 2.18 – Conector borne e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 2.7 CRISTAL DE QUARTZO Componente fabricado a base de quartzo com o propósito de oscilar em uma determinada frequência. A frequência é produzida pela ressonância do quartzo em vibração com bastante precisão. Essa frequência produzida pelos cristais é utilizada na medição de tempo, são muito utilizados em relógios e também para estabilização de frequências de transmissão de rádios. 73 Figura 2.19 – Cristal de quartzo e simbologia Fonte: ISIS, 2010, adaptado pelo autor. O funcionamento básico dos cristais de quartzo é que quando seus dois terminais internamente ligados a um cristal piezelétrico, esse cristal quando submetido sobre certa tensão em torno de dois volts tende a contrair com tempo de duração conforme sua construção. Após certo tempo a contração libera a tensão relaxando o cristal de quartzo, iniciando um novo ciclo até que a alimentação do circuito que ele esta submetido seja cortado. O ciclo traçado pela contração e relaxamento determina a frequência de oscilação ou operação. Os cristais de quartzo por possuírem frequências estáveis e controláveis são muito utilizados por microcontroladores. A imagem física de um cristal de quartzo pode ser observada na figura 2.19. 2.8 CHAVE (PUSH BUTTON) Figura 2.20 – Chave button e simbologia Fonte: ISIS, 2010, adaptado pelo autor. São dispositivos de contato de duas ou quatro penas de conexão apropriados para soldagem no próprio PCI. Ideais para construção de teclado matricial acoplado no próprio circuito impresso de forma a economizar espaço. A figura 2.20 apresenta uma chave push button de posição vertical de quatro pernas para soldagem em PCI. 74 2.9 BUZZER OU CIGARRA Um projeto bem elaborado, além dos recursos de apresentação dos dados processados e tratados visualmente, outra forma necessária seria, por exemplo, em um equipamento que atenda através de recursos audíveis para deficiente visual seria o uso de um dispositivo que emite ruídos audíveis quando alimentados. Quando trabalhamos com desenvolvimento de dispositivos microcontrolados precisamos conhecer para que tipo de cliente esteja a desenvolver. Uma solução bastante comum seria o uso de dispositivos de emissão de áudio como as cigarras que emite certa frequência de áudio para alertar o usuário do equipamento figura 2.21. Figura 2.21 – Cigarra e simbologia Fonte: ISIS, 2010, adaptado pelo autor. Com a utilização da cigarra no MAMCEE torna possível emitir sinais de avisos em determinada frequência diferente para cada tipo de serviço. Os casos de aplicação com bip mais evidente para o MAMCEE seriam: Aviso de inicialização do sistema; Aviso de erro na comunicação com dispositivos externos; aviso de irregularidade no nível de tensão; aviso de sobrecarga de corrente; aviso de memória cheia. (ISIS, 2010) 2.10 CONTROLADOR HD47780 O display de cristal liquido em inglês liquid crystal display (LCD), alfanumérico HD47780 é bastante eficiente na utilização com dispositivos embarcados. Possuem 75 grande variedade de configurações desde uma linha de oito caracteres (8x1), 16x2, 20x4. Uma controladora HD47780 controla até 80 caracteres. Displays com caracteres maiores são necessários utilizar mais de um controlador HD47780. O LCD pode vir com ou sem luz de fundo e possuem um padrão de 14 pinos para os LCD sem luz de fundo e 16 pinos para os que possuem luz de fundo. A configuração dos pinos do LCD é conforme a tabela 2.1. (ISIS, 2010) Conforme a IDE ISIS (2010), o LCD 20x4 é denominado em sua biblioteca de componentes por LM044L e possui as seguintes características técnicas: Capaz de gerar 208 diferentes tipos de caracteres padrão conforme a tabela ASCII; Capacidade de mostrar 80 caracteres visíveis simultaneamente durante o funcionamento; Barramento de dados de oito bits; Permite operação no modo de 4 bits ou 8 bits; A tensão nominal do back light é por volta de 4,2V a 25˚C, utilizando uma alimentação VDD de 5 V. Quadro 2.1 – Configuração dos pinos LCD HD47780 Pino Função Descrição 1 Alimentação Terra ou GND 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Alimentação 0V RS Seleção: R/W Seleção E Chip select B0 LSB B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 MSB VCC ou + 5 V Tensão para ajuste de contraste 1 - Dado, 0 - Instrução. 1 - Leitura, 0 - Escrita. 1 ou 0, 1 - Habilita, 0 - Desabilita 15 16 A K Barramento De Dados Anodo p/ LED back light Catodo p/ LED back light Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. A figura 2.22 mostra a imagem real do LCD e a simbologia com a disposição dos terminais de ligação. 76 Figura 2.22 – Display LCD e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 2.11 MAX232 O MAX232 é um controlador bidirecional serial com velocidade de até 120 K bits/s e a sua utilização fazem necessário pela diferença de níveis existente entre as tecnologias TTL e RS232. (ISIS, 2010) A imagem do componente MAX232 e sua simbologia no Isis é mostrada na figura 2.23. Figura 2.23 – MAX232 e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 77 2.12 CONECTOR DB9 Figura 2.24 – Conector DB9 e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. O conector DB9 é um tipo comum de conector que foi muito utilizado em computadores e que hoje substituídos pelos conectores USB, faziam conexão de mouse e teclados na CPU dos computadores. Os conectores DB9 figura 2.24, recebe este nome por possuírem nove pinos de conexão em uma forma de trapézio, eram conhecidos por porta serial pela característica de comunicação em serie, ou seja, os bits eram enviados em fileira um a um. Ainda hoje em dia são bastante utilizados na comunicação entre os microcontroladores e os computadores na troca de informação e os protocolos mais utilizados para esse tipo de comunicação são RS232 e RS485. (ISIS, 2010) 2.13 EEPROM A memória 24LC512 é um Circuito integrado desenvolvido com tecnologia não volátil na qual pode ser programada e apagada eletricamente muitas vezes. A memória 24LC512 ou similares é normalmente empregada nos projetos com microcontrolador. O PIC possui uma memória EEPROM em sua arquitetura interna para ser utilizadas poupando o uso de componentes de memórias externa, porém com certa limitação. Quando necessitamos de maior espaço de memória o uso da memória 24LC512 exteriormente possibilita a expansão do espaço para armazenamento de dados maiores. A comunicação e troca de dados entre a memória do tipo 24LC512 é possível por existir um barramento chamado I2C e um protocolo para essa função. (ISIS, 2010) 78 Na figura 2.25 pode ser observada uma memória do tipo EEPROM de uso externo e simbologia. Figura 2.25 – Tipologia PDIP 24LC512 e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. As memorias EEPROM funcionam como banco de dados local para armazenagem de informações de uso do microcontrolador ou para descargas de dados para outros aplicativos externos de forma temporária. A escrita dos dados na memória é feita em byte (oito bits) por vez, de acordo com a capacidade de cada tipo de memória a ser utilizado, no exemplo da figura 2.25, os dados são gravados e organizados de acordo com a capacidade e necessidade do projeto. No exemplo descrito a memória tem a capacidade de 512 palavras de oito bits ficando a critério do projetista a organização do banco a ser trabalhado em hardware. 2.14 AMPLIFICADOR OPERACIONAL (OPAMP) Os amplificadores operacionais foram projetados basicamente para realizarem operações matemáticas. Na era da tecnologia dos valvulados, eram à base dos computadores analógicos para realizarem operações matemáticas básicas como: adição, subtração, integração e diferenciação. Em sua concepção geral o amplificador operacional é um elemento do circuito ideal. Com dois amplificadores operacionais, esse tipo de amplificador possui altíssima impedância de entrada. Para o funcionamento perfeito de forma a oferecer o melhor desempenho, os OPAMP devem ser no caso do TL082 mostrado na figura 2.26 que é um tipo especifico para instrumentação, deve ser alimentado com uma fonte simétrica aceitando tensões estáveis entre 3 a 12 Volts. Possui também baixa impedância de saída e suas entradas são diferenciais. (ISIS, 2010) 79 Figura 2.26 – OPAMP e simbologia Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Um circuito OPAMP genérico possui duas entradas e uma saída com tensão múltipla da diferença entre as duas entradas, porem alguns são feitos com saídas diferenciais flutuantes. É muito utilizado em circuitos que precisa de nivelação e condicionamento de sinais microcontroladores. (ISIS, 2010) elétricos apropriados para acoplamento com 80 3 MICROCONTROLADOR Segundo Souza (2003), o microcontrolador é um circuito integrado que dotado por uma inteligência programável pode controlar processos lógicos. Possui controles de processo ou periféricos que podem ser diversos tais como: LED, teclado matricial para comandos, LCD, display de segmentos, resistências, relês, sensores de temperatura e pressão e também diversos outros dispositivos que possa ser transformado e tratado digitalmente. Souza (2003) explica que, nos primeiros passos da eletrônica não havia a possibilidade do circuito ser programado e com isso sua funcionalidade deveria ser quase que definido e único. Quando um circuito fosse desenvolvido para tal fim não dava para modificá-lo para outro e com isso sua finalidade era única. Os cálculos eram tantos que um novo projeto demorava anos a ser lançado e possuía tamanho elevado. Com o passar do tempo e com a evolução da eletrônica devido à exigência do mercado surgiu então à tecnologia dos processadores e para suprir a necessidade de mudanças em um produto o microcontrolador. O microcontrolador é constituído por milhões de transistores reduzidos a milhões de vezes e montado em uma pastilha conhecida como chip. O microcontrolador é um componente eletrônico que possui característica genérica e para funcionar precisa de um programa interno chamado de firmware. O firmware é um programa que define a sua característica e função em um microcontrolador. A inteligência do microcontrolador associa-se a Unidade Lógica Aritmética (ULA), responsável por todas as operações lógicas e matemáticas. Uma melhor definição de um firmware é considerá-lo como um software drive como aqueles usados em computador necessário para direcionar definições de entrada e saída de um periférico de um computador. (SOUZA, 2003) 3.1 CONTROLADORES VERSUS PROCESSADORES Segundo Souza (2003), os microcontroladores foram desenvolvidos para utilização sem muito microcontroladores outros possuem componentes assessórios externos interno para que funcionar. diferenciam Os dos microprocessadores, são eles: portas de entradas e saídas; memória de dados; 81 memória de programa; contadores; timer; comunicação serial; Analog-to-Digital Converter (ADC), conhecidos como conversores analógicos digitais; e modulação por largura de pulso (MLP) e em inglês Pulse-Width Modulation (PWM). Com todos esses recursos, os microcontroladores foram cada vez mais empregados em situações que além do mínimo de espaço utilizado pudessem desempenhar complexas tarefas sem deixar a desejar. Já os microprocessadores são circuitos integrados incompletos e que para funcionarem necessitam que outros componentes externos sejam adicionados, tais como, memória e componentes de entrada e saída para receber dados. 3.2 FAMÍLIA PIC Segundo Souza (2003) os microcontroladores da família PIC, são fabricados pela MICROCHIP e que iniciou seus negócios no Brasil em 1990. Fundada em 1962, desde o inicio junto com Artimar uma empresa de aplicações eletrônicas no Brasil trabalham em conjunto como representante exclusiva e distribuidora de várias empresas americanas no setor eletroeletrônico. Os microcontroladores da família PIC possuem arquitetura do tipo Harvard enquanto que a maioria dos microcontroladores triviais possui uma arquitetura do tipo Von-Neumann. As duas arquiteturas diferenciam-se na forma em que os dados e o programa são processados. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.1 – Arquitetura Von – Neumann Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. 82 Na arquitetura Von-Neumann, existe apenas um barramento interno geralmente de 8 bits para o tráfego de instruções e de dados. A tipologia construtiva do barramento para a tecnologia Von-Neumann é mostrada na figura 3.1. (MICROCHIP, 1999) Já os microcontroladores com tecnologia Harvard conforme pode ser visto na figura 3.2, têm como características: dois barramentos internos, um para trafego de dados outro para instruções; barramento de dados sempre de 8 bits e o barramento para instrução pode ser de 12, 14 ou 16 bits dependendo do modelo do microcontrolador PIC; permitindo que quando uma instrução é executada outra seja buscada da memória tornando o processamento mais rápido; e o barramento de instrução maior que 8 bits permitindo que o OPCODE da instrução já incluído o dado e o local onde ela será executada. Com essa arquitetura utiliza-se apenas uma posição de memória por instrução economizando muita memória de programa. (MICROCHIP, 1999) Os microcontroladores PIC possuem uma tecnologia chamada Reduced Instruction Set Computer (RISC), ou seja, computador com um conjunto reduzido de instruções. Possuem apenas 35 instruções que pode variar de acordo com o microcontrolador, bem menos que os microcontroladores convencionais que possuem um conjunto complexo de instruções, Complex Instruction Set Computer (CISC), que podem chegar a mais de cem instruções. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.2 – Arquitetura Harvard Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. Os microcontroladores são verdadeiros computadores encapsulados para diversos fins em um só componente. Possui vantagens sobre os processadores quanto sua facilidade em resumir projetos que necessitem de memória para 83 processos e para variáveis necessárias durante a execução do programa. Os pinos de conexão de entrada e saída possuem características que, conforme a configuração, podem ser configurados como entrada ou como saída. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.3 – Diagrama em bloco do PIC 16F877 Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. Figura 3.4 – Tipo PDIP Fonte: Microchip, 1999. 84 Figura 3.5 – Tipo PLCC Fonte: Microchip, 1999. Figura 3.6 – Tipo QFP Fonte: Microchip, 1999. 85 Os diagramas de pinos são desenhos que mostram o microcontrolador em questão e seus respectivos pinos. As figuras 3.4, 3.5 e 3.6 apresentam a arquitetura física e a disposição dos pinos dos microcontroladores PIC 16F877 e 16F874 com características externas idênticos em suas versões de invólucros Plastic Dual Inline Package (PDIP), Plastic Leaded Chip Carrier (PLCC) e Quad Flat Pack (QFP). (MICROCHIP, 1999) Os invólucros do tipo PDIP e PLCC são os mais utilizados na gravação durante o desenvolvimento do protótipo pela facilidade de conexão nos soquetes PDIP E PLCC, já o do tipo QFP com tecnologia de dispositivo de montagem em superfície (SMD) não seria interessante sua utilização pelo motivo da necessidade de soldagem para se comunicar com outros componentes do circuito eletrônico. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.7 – Parte do diagrama Interno do PIC16F877A Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. As características dos microcontroladores da família PIC são mostradas na figura 3.7, pode ser visualizado partes e recursos do microcontrolador, sua ULA que esta diretamente ligada ao registrador W. 86 3.2.1 Unidades de memória Unidade de memória é a parte da arquitetura do microcontrolador com a função de armazenar os dados. A figura 3.8 ilustra um tipo de memória organizada com linha de dados e endereçamento para controle. (MICROCHIP, 1999) 3.2.2 Memória de programa A memória de programa dos microcontroladores PIC possui tecnologia FLASH e EEPROM isto possibilita que os dados sejam gravados e apagados milhares de vezes, isso facilita a realização de mudanças necessárias do firmware gravado. A capacidade da memória de programa varia de acordo com o tipo de microcontrolador. As posições de endereço 00h a 04h da memória de programa são reservadas, em seqüência, para o vetor de reset e interrupção. A figura 3.9 mostra a topologia da memória de programa e em especial os oito níveis da pilha (STACK) que são locais reservados na memória para guardar endereços de retorno das sub-rotinas. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.8 – Memória simplificada Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. 87 3.2.3 Memória de dados Figura 3.9 – Mapa de memória de programa e pilha Fonte: Microchip, 1999. Conforme Microchip (1999), a memória de dados no microcontrolador PIC é de dois tipos: RAM e EEPROM. RAM é uma memória de acesso randômico e armazenamento volátil, ou seja, perde os dados sempre que desligar o microcontrolador. Seus dados são 88 organizados em bancos (blocos) com dois registros: Special Function Register (SFR), são os registros de funções especiais; e General Purpose Register (GPR), os registros de uso geral conforme ilustração da figura 3.10. Figura 3.10 – Organização dos bancos de memória de dados Fonte: Microchip, 1999. De acordo com Microchip (1999), os dois tipos de registros são formados por palavras de 8 bits distribuídos por diferentes bancos que dependendo do tipo de PIC altera o número do bancos e também a forma como os dados são distribuídos. EEPROM é do tipo não volátil e acessado indiretamente através dos registros EEADR e EEDATA. Essa memória é normalmente utilizada para guardar 89 informações ou parâmetros executados pelo programa durante a execução, por exemplo, valores de tensão, corrente, resistência, entre outros. Segundo Microchip (1999), a memória de dados é dividida ou organizada em vários bancos contendo os registros SFR e GPR. Os bits de seleção desses bancos são feitos por RP1 (STATUS <> 6) e RP0 (STATUS <5>) conforme pode ser observado no quadro 3.1. Quadro 3.1 – Seleção do banco de memória RP1:RP0 Bank 00 0 01 1 10 2 11 3 Fonte: MICROCHIP, 1999. O quadro 3.1 mostra a seqüência de bits com quatro possíveis configurações dos Bancos de dados a serem selecionados conforme com os valores a seguir: RP1= 0 e RP0= 0, configura que o Banco 0 esta selecionado. RP1= 0 e RP1= 1, configura que o Banco 1 esta selecionado. RP1= 1 e RP0= 0, configura que o Banco 2 esta selecionado. RP1= 1 e RP0= 1, configura que o Banco 3 esta selecionado. 3.3 UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO A UCP é a parte central de processamento do microcontrolador, é responsável por extrair a instrução e decodificá-la para finalmente executá-la. Funciona como um cérebro que interliga todas as partes que compõe o microcontrolador. A figura 3.11 mostra a relação da UCP com demais periféricos utilizados no processamento de dados. A UCP é o local com capacidade para executar operações de multiplicação, divisão e subtração movendo seus conteúdos de um lugar para outro na memória. A UCP esta diretamente ligada com os registradores de processo chamados de registros, mostrada pela figura 3.12. A velocidade de processamento depende do relógio acoplado no sistema de hardware que define a velocidade que o programa 90 será executado e isso é uma particularidade de cada tipo microcontrolador. (MICROCHIP, 1999). A principal função dos registros é guardar dados temporários que serão usados pela UCP durante o processamento e para que isso seja possível é necessário comandos de controle de endereçamento entre esses registros por caminhos chamados de data bus. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.11 – Esquema UCP Fonte: Microchip, 1999. Figura 3.12 – UCP simplificado com três registros Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. 91 Figura 3.13 – BUS de dados no PIC. Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. Barramento é o caminho físico que corresponde a um grupo de 8, 16 ou mais linhas que permitem a comunicação entre os dispositivos do microcontrolador, de acordo com Microchip (1999), pode ser de dois tipos: barramento de dados e barramento de endereço. A figura 3.13 mostra os barramentos do PIC. Barramento de dados, o número de data bus depende da quantidade de memória que deseja endereçar, serve para transmitir endereços do UCP para a memória. No barramento de endereço, seu número de linhas depende da largura da palavra de dados, no caso oito, faz a ligação de todos os blocos, ou seja, periféricos do microcontrolador. (MICROCHIP 1999) 3.4 UNIDADE DE ENTRADA E SAÍDA A unidade de entrada e saída são chamados de ports e no PIC 16F877 existem cinco ports que podem ser configurados como entradas ou como saídas além de possuírem outras especificações extras. Antes de configurar as ports é necessário saber classificar quais serão usados como entradas e como saídas. A quantidade de entrada e saída de um projeto determina o tipo de PIC a ser usado, no caso do PIC 16F877 são 33 pinos de entrada e saída disponíveis para controle de LCD, LED, teclados matriciais e sensores (MICROCHIP, 1999). A figura 3.14 mostra um exemplo simplificado do microcontrolador PIC 16F877A. 92 Figura 3.14 – Exemplo de I/O simplificado Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. Na programação do PIC, as ports funcionam como um local de memória e qualquer coisa a ser lido ou escrito são identificados facilmente nos pinos do microcontrolador. A seguir serão mostradas as nomenclaturas utilizadas com as ports do PIC16F877A e suas as respectivas funções. A port A possui seis bits configuráveis como entradas ou saídas, ou também como entradas analógicas para o conversor analógico digital do PIC (ADC) conforme é mostrado no quadro 3.2. Quadro 3.2 – PORT A RA0/AN0 Bit zero ou também como entrada zero do ADC RA1/AN1 Bit um ou também como entrada um do ADC RA2 /AN2/VREF Bit dois ou também como entrada dois do ADC e referência analógica de tensão negativa RA3 / AN3/VREF+ Bit três ou também como entrada três do ADC e referência analógica de tensão positiva Bit quatro ou também como entrada de relógio (CLOCK) RA4/TOCKI do contador zero (Timer0). Saída do tipo dreno aberto Bit cinco ou também como entrada quatro do ADC e RA5/AN4/SS também como escravo de seleção para o sincronismo da porta de comunicação serial. Fonte: Microchip, 1999. A port B possui oito bits configuráveis como entradas ou saídas, ou também receber via software resistência pull-up em todas as entradas conforme mostra a quadro 3.3. 93 Quadro 3.3 – PORT B RB0/INT Bit zero ou também pode ser o pino de interrupção externa RB1 Bit um sem função adicional RB2 Bit dois sem função adicional RB3/PGM Bit três ou também pode ser à entrada de programação de baixa tensão RB4 Bit quatro sem função adicional RB5 Bit cinco sem função adicional RB6/PGC Bit seis ou também pino de interrupção de mudança ou depuração in-circuito. Entrada de sincronismo da programação serial RB7/PGD Bit sete ou também pino de interrupção de mudança ou depurador in-circuito. Entrada de dados da programação serial Fonte: Microchip, 1999. A port C possui oito bits configuráveis como entrada ou saídas conforme mostra o quadro 3.4. Quadro 3.4 – PORT C RC0/T1OSO/T1CKI Bit zero ou também como saída do oscilador ou entrada de sincronismo (CLOCK) do Timer1 RC1/T1OSI/CCP2 Bit um ou também como entrada do oscilador Timer1 ou entrada dois de captura/saída dois do comparador/saída dois do modulador por largura de pulso (PWM) RC2/ CCP1 Bit dois ou também como entrada um de captura/saída um do comparador/saída um do modulador por largura de pulso (PWM) RC3/SCK/SCL RC4/SDI/DAS RC5/SDO RC6/TX/CK RC7/RX/DT Fonte: Microchip, 1999. Bit três ou também como saída de sincronismo serial síncrono de entrada e tanto para o modo SPI e comunicação I2C Bit quatro ou também pode ser SPI em dados (modo SPI) ou dados de E/S (modo I2C) Bit cinco ou também pode ser à saída de dados no modo SPI Bit seis ou também pode ser a transmissão (TX) assíncrona USART ou sincronismo síncrona Bit sete ou também pode ser a recepção (RX) assíncrona USART ou dados assíncronos 94 A port D possui oito bits configuráveis como entradas ou saídas, quadro 3.5. Quadro 3.5 – PORT D RD0/PSP0 Bit zero do barramento paralelo escravo interface com BUS de processador RD1/PSP1 Bit um do barramento paralelo escravo quanto com BUS de processador RD2/PSP2 Bit dois do barramento paralelo escravo interface com BUS de processador RD3/ PSP3 Bit três do barramento paralelo escravo interface com BUS de processador RD4/PSP4 Bit quarto do barramento paralelo escravo interface com BUS de processador RD5/PSP5 Bit cinco do barramento paralelo escravo interface com BUS de processador quanto à à interface quando à quando à quando à quando à RD6/PSP6 Bit seis do barramento paralelo escravo quando à interface com BUS de processador RD7/PSP7 Bit sete do barramento paralelo escravo quando à interface com BUS de processador Fonte: Microchip, 1999. Outra possibilidade do port D é a comunicação do microcontrolador através do barramento paralelo com outros dispositivos externos. A port E possui três bits configuráveis como entradas ou saídas conforme é mostrado no quadro 3.6. Quadro 3.6 – PORT E RE0/RD/AN5 RE1/WR/AN6 RE2 /CS/AN7 Fonte: Microchip, 1999. Bit zero ou também o pino de controle para o barramento paralelo escravo e/ou entrada cinco do ADC Bit um também o pino de controle de escrita para o barramento paralelo escravo e/ou entrada seis do ADC Bit dois ou também o pino de seleção para o barramento paralelo escravo e/ou entrada sete do ADC 95 3.5 COMUNICAÇÃO SERIAL Figura 3.15 – Unidade serial RX e TX com três linhas Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. A comunicação de dados em serial trata da transmissão de valores binário em série correspondente a um arquivo, ou seja, um a um em linha. Esse tipo de comunicação é ideal para transmitir informações de um local para outro, até mesmo por rádio. Para que haja comunicação entre dois pontos é preciso que tenhamos definido uma regra para a troca de dados, essa regra é chamada de protocolo que deve ser definido com antecedência para que não aconteçam problemas de entendimento entre as partes envolvidas. Para que os dados processados pelo PIC sejam enviados para outro dispositivo e também possibilitar que outros dispositivos enviem dados para o PIC, uma unidade de comunicação em série faz necessária e pode ser visto o modo de comunicação por três linhas na ilustração da figura 3.15. (MICROCHIP, 1999) No PIC 16F877A, o porto responsável em fazer a comunicação em série para o mundo exterior é o PORTD através dos pinos 25 - RC6/TX/CK, 26 - RC7/RX/DT e a referência serial é o negativo (GND). (MICROCHIP, 1999) 3.6 UNIDADE DE CONTAGEM/TEMPORIZAÇÃO A função da unidade de contagem ou temporização é permitir aos microcontroladores calcular através de base de tempo confiável e ideal para uso em 96 processos científicos suficientes por este intervalo. Tanto para um relógio acerca da hora, duração ou protocolo a unidade básica de temporização é um contador importante, registro ou local capaz de guardar conteúdo que aumenta sua unidade em intervalos de tempo fixo e seguro conforme pode ser observado na figura 3.16. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.16 – Unidade temporização Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. Figura 3.17 – Diagrama em bloco do TIMER0/WDT e PRESCALER Fonte: Microchip, 1999. 97 Para trabalhar com projetos onde faz necessário uso de temporizadores que precisam de alguma forma controlar com base de tempo em processos ou rotinas durante a execução do programa, a compreensão do uso dos contadores e temporizadores do PIC são essenciais, visto que o projeto MAMCEE utiliza como base de tempo intervalo constante e confiável para que se possa fazer o acumulo do kWh. Na figura 3.17 um diagrama pode ser observado com o módulo TIMER0, PRESCALER e WATCHDOG (WDT) compartilhados. (MICROCHIP, 1999) O módulo de tempo (TIMER0) é um contador/temporizador com as seguintes características: oito bits que pode ser lido e escrito; PRESCALER de oito bits programável via software; pode ser usado tanto com sincronismo de relógio (CLOCK) interno como externo; interrupção por estouro de 00 h à FF h. e opção de seleção de borda para relógio de sincronismo externo. (MICROCHIP, 1999) 3.7 DIVISÃO DO RELÓGIO (PRESCALER) O módulo de tempo (TIMER1) é um temporizador/contador de 16 bits que possuem as seguintes características: formado por dois registradores de oito bits (TMR1H e TMR1L) legíveis e graváveis; possui um conjunto de TMR que possibilita juntos incrementos que vai de 0000h até FFFF h; a interrupção do TMR1 quando habilitado é gerado no estouro travado na interrupção FLAG bit TMR1 (PIR1 <0>), esta interrupção que pode ser ativado ou desativado por configuração/compensação de TMR1 interromper. (MICROCHIP, 1999) 3.8 WATCHDOG O WATCHDOG é um bloco do microcontrolador dotado de um contador que mantém em contagem zero enquanto o programa esteja em perfeita execução. Caso o programa trave, por algum motivo, o contador atinge seu valor máximo e faz o reset do microcontrolador automaticamente sem a intervenção humana. A importância desse tipo de contador sentinela assegura que qualquer programa execute fielmente mesmo que estiver em execução em locais distantes para, para seu funcionamento é preciso habilitar a função WATCHDOG com o parâmetro WDT_ON, para desabilitar o parâmetro é WDT_OFF. A figura 3.18 mostra esta 98 opção de configuração no editor de projeto do MikroC versão 8.2. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.18 – Edit project do MIKROC para PIC Fonte: MikroC, 2008. 3.9 CONVERSOR ANALÓGICO DIGITAL O ADC é um registrador que tem a finalidade de guardar valores digitalizados por um conversor de sinal analógico de níveis variáveis a níveis de sinal digital compatível com o controlador PIC, no caso, zero e um. O PIC16F877A possui apenas um local, de 10 bits, para armazenar esses valores convertidos. Para acumular os valores convertidos é necessário armazenar em outro local da memória RAM para utilização durante a execução do programa ou até mesmo guardá-lo em 99 local de memória não volátil para que não se perca caso aconteça um reset do sistema no microcontrolador. (MICROCHIP, 1999) Figura 3.19 – Bloco conversor analógico digital Fonte: Microchip, 1999, adaptado pelo autor. O bloco conversor analógico e digital é responsável pelas conversões de grandezas analógicas do mundo real em valores digitais compreendidos pelo microcontrolador PIC. Com isso, é possível utilizar os microcontroladores para trabalhos que necessite converter com precisão variações encontrados em fenômenos da natureza, tais como, vento, chuva, temperatura, umidade, entre outros, para serem processados por meios computacionais. (MICROCHIP, 1999) O PIC é uma família de microcontroladores desenvolvidos para aplicações em variados seguimentos, tais como, na indústria automotiva, sensores remotos, fechaduras elétricas, controles de máquinas de lavar roupas e outros dispositivos para monitoramentos diversos. Como possuem tecnologia de memória Flash, permite flexibilidade e economia com o desenvolvimento de projetos idealizados em laboratórios antes de serem encaminhados para o centro fabril. Devido ao seu baixo consumo de energia, os microcontroladores PIC, podem ser utilizados em projetos de monitoramento a distância alimentada por baterias. Neste capitulo foram abordados informações especificas e importantes para o tipo de microcontrolador utilizado no desenvolvimento do MAMCEE. A utilização do ADC é de extrema importância na conversão dos sinais elétricos lidos em uma rede ou circuito de alimentação qualquer, pois sem este tipo de recurso não seria possível o tratamento digital dos dados internamente pelo microcontrolador. 100 Após a conversão dos sinais elétricos é possível realizar inúmeros processamentos dos dados, um deles é o calculo para obtenção e acumulo do kWh e para isso não poderia ser feito com estabilidade e confiança sem a utilização de temporizadores. A utilização de memórias não voláteis e de tecnologia FLESH ou EEPROM possibilita que o dispositivo tenha capacidade de armazenar as informações que não podem ser perdidas durante falhas ou falta de energia dando-o mais credibilidade e confiança ao projeto MAMCEE. Outro recurso importante oferecido por este tipo de microcontrolador é a capacidade de comunicação serial com outros meios externos possibilitando múltipla aplicação. Esses entre outros recursos são conhecimentos imprescindíveis para trabalhos com microcontroladores e dispositivos de hardware. 101 4 MAMCEE Neste capítulo descreve-se o MAMCEE a partir de sua montagem, com os devidos componentes eletrônicos utilizados, as ferramentas utilizadas para o desenvolvimento do firmware, hardware. Uma etapa muito importante para este trabalho de pesquisa e desenvolvimento foram as simulações efetuadas durante o desenvolvimento que demonstra o funcionamento em um ambiente virtual trazendo economia e flexibilidade para possíveis mudanças durante seu desenvolvimento. O MAMCEE tem como propósito geral contribuir de forma educativa o consumo de energia elétrica dos eletrodomésticos em uma instalação com fornecimento monofásico. O seu funcionamento básico consiste, inicialmente, em sensores ligados junto à entrada de energia elétrica com finalidade de coletar as informações do consumo elétrico, tratá-los em uma aplicação e armazena-los em banco de dados. 4.1 CÁLCULO DE CONSUMO DE ENERGIA O cálculo automático do consumo de energia elétrica envolve os elementos que formam a eletricidade, tais como, corrente elétrica, tensão elétrica e potência elétrica. Para isso, é necessária a aplicação fundamental da tensão e corrente instantânea consumida em um circuito, não se pode aplicar sensor de corrente que mensura o fluxo instântaneo e considerar que a tensão envolvida seja constante em 127 V ou 220 V. Esta metodologia cria medições fora do contexto real, importante lembrar que a corrente e a tensão elétrica são diretamente proporcionais e na falta de ambas não tem diferença de potêncial, ou seja, a energia elétrica para ser consumida por aparelhos elétricos. Para o projeto faz necessário a utilização de dois sensores destintos, sensor de tensão que é necessário para mensurar variações de tensões elétricas em um circuito elétrico consumidor e o sensor de corrente, necessário para mensurar variações do fluxo de corrente absorvida por um circuito elétrico consumidor. Com a aplicação desses dois tipos de sinais elétricos em uma equação de potência é possivel obter o potêncial real absorvida por um aparelho elétrico conforme exemplo da figura 4.1. 102 Figura 4.1 – Cálculo real da potência instantânea absorvida Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. As medições apresentadas na figura 4.1, mensurada em um momento que a tensão da rede apresenta um valor real de 218.6 V e a corrente média absorvida por um determinado aparelho é de 1.25 A, sua potência instantânea consumida seria de 273.25 W. Em outro dado momento em que a tensão apresenta 223.5 V, sendo que o consumo médio do aparelho testado é de 273.25W, a corrente absorvida para satisfazer a mesma equação não seria mais de 1.25 A e sim de aproximadamente 1.22 A. Assim, conclui-se que não se pode deixar de considerar o uso de dois sensores como referência de aquisição de grandezas reais que possibilite fazer cálculos matemáticos relacionados com a eletricidade para fins mensuráveis e de tarifação de energia elétrica confiável. Para o monitoramento de energia elétrica é interessante que o dispositivo esteja preparado para trabalhar com variações ou diferentes níveis de tensões e de corrente elétrica, visto que, a tensão, assim como a corrente é variante no tempo e em determinado momento a tensão nominal teórica de 220 V pode variar em um valor entre 201 V a 231 V conforme especificação encontrada na conta de energia com tipo de fornecimento 220/380 V. Figura 4.2 – Cálculo da Potência Média Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 103 O consumo de energia elétrica é feito em KWh, ou seja, a quantidade de energia elétrica consumida em 1 hora. No exemplo da figura 4.1, a potência de 273,25 watts/hora tem a fração em um segundo sendo que uma força (F) desenvolve um trabalho (Fτ) com um intervalo (∆t) e a potência media (Pm) dessa energia determinada conforme pode ser observado pela figura 4.2. (GASPAR, 2009) Na situação que o intervalo de tempo seja muito pequeno (∆t→0), a potência media (Pm) é considerado potência instantânea P(t) que em sua constância pode-se afirmar que P(t) = Pm. Em relação à eletricidade, tendo os sinais relativos à tensão e a corrente elétrica pode-se calcular a potência elétrica instantânea da carga em mensuração. O produto dessa relação esta definida por: P(t) = V(t). I(t), onde V(t) é o valor da tensão instantânea e I(t) o valor da corrente elétrica instantânea. Desta forma, conforme a figura 4.3, a potência elétrica desenvolvida de 273.25 W durante uma hora de trabalho constante determina a fração de potência em segundos. Figura 4.3 – Cálculo da Potência por Segundos Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Ps é a potência fragmentada em segundo, P(t) é o produto da tensão multiplicado pela corrente instantânea e ∆t é o tempo de uma hora em segundos. Tem-se assim: 1 hora = 3600s ∆t = 3600s Ps = Watts absorvidos em 1 segundo (W/s) W/s = 273.25 / 3600 W/s = 0.075902778 ≅ 75.902 mW/s 104 Desta forma o produto da potência desenvolvida através da absorção da tensão de 218.6 V pela corrente de 1.25 A é determinada pelo consumo instantâneo por segundo acumulado durante uma hora de trabalho. Conclui-se que a potência absorvida é o resultado da somatória de fragmentos da potência instantânea acumulados durante 3600 amostras em segundos em 1 hora de funcionamento. Em engenharia elétrica essa mesma complexidade de potência instantânea média desenvolvida durante certo período de tempo T pode ser calculada a partir da integral temporal da potência instantânea apresentada pela figura 4.4. Figura 4.4 – Equação Potência Média Fonte: LIMA, 2007. Considerando E a energia dada em kWh, desde que o consumo dado em quilowatt e o tempo em hora, à quantidade de energia consumida durante um determinado tempo, calculam-se a quantidade consumida em um intervalo (t2 – t1) integralmente no tempo através da equação ilustrada pela figura 4.5. Figura 4.5 – Energia temporal consumida Fonte: LIMA, 2007 Em contra partida essa complexidade pode trazer problemas na realização do algoritmo dedicado a esse cálculo. No cenário em que a tensão é um elemento que mantém ou deveria manter-se estável em relação à corrente que flutuante o tempo todo e em instantes diferentes, influencia diretamente na variação da potência elétrica consumida instantaneamente no período de 1 hora de mensuração. O gráfico da figura 4.6 mostra uma noção da realidade deste cenário. 105 Figura 4.6 – Perspectiva de variação de consumo Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Devido à complexidade desse cenário, pretende-se utilizar como solução o TIMER0 ou TIMER1 do microcontrolador de forma que a cada um segundo precisamente e estável faça captura da V(t) e da I(t) para calcular a P(t) e dividindo-a em 3600 partes acumulando uma parte dessa fração a cada segundo. A somatória do fragmento da P(t) quando atingida 1000 watts causando o incremento do contador de kWh. 4.2 AQUISIÇÃO DOS SINAIS ELÉTRICOS 4.2.1 Formação do sinal de corrente Durante as pesquisas realizadas para levantamento de requisitos para o desenvolvimento do MAMCEE, foram analizados diversos tipos de sensores, desde um transformador de corrente até o mais sofisticado sensores da familia Allegro ACS 75x desenvolvido pela Allegro Micro Systems. Como por padrão estabelicido por concessiorias de energia elétrica o fornecimento monofasico de energia elétrica possui dois tipos conhecidos: 127/220 V e o 220/380 V, sendo o primeiro tipo de fornecimento encontrado na maioria das cidades do Brasil e o segundo bem restrito, porem sempre a tensão fornecida estará entre 127 e 220 V em qualquer uma das situações de fornecimento a corrente máxima de medição do sensor fica em 100A. 106 O sensor empregado na aquisição dos sinais de corrente elétrica foi o sensor de efeito hall da familia Allegro ACS75x, o ACS756SCA-050B. Segundo informações tecnica contida no manual do fabricante o sensor possui boa linearidade na faixa de corrente primária (Ip) de -50A a 50A suficiente para o ensaio em laboratorio. A grande facilidade na utilização desse tipo de sensor é o desprezo de fonte de alimentação simétrica que tornaria o projeto mais complexo e no caso do uso com acumulador a necessidade de duas para formação simétrica. A tensão do sinal de saída referente a corrente elétrica medida é sempre positivo. Figura 4.7 – Sensor de corrente ACS Fonte: Allegro, 2012, adaptado pelo autor. Na figura 4.7 pode ser observado o formato do encapsulamento deste componente que facilta a montagem em placa de circuito impresso. O sensor possui 5 terminais. Os pinos 4 e 5 são os mais reforçados e neles são ligados em série com o circuito a ser monitorado pelo MAMCEE. Já os terminais 1, 2 e 3 são de vital importância para o funcionamento do sensor. Os pinos de Vcc e Gnd são alimentados com uma tensão tipica e constante de 5 Vcc. Basicamente o seu funcionamento constitui da passagem da corrente pelo fio de cobre interno com resistência de 130µΩ, gera um campo magnético absorvido pelo sensor Hall. Internamente o sensor possui vários dispositivos amplificadores, filtros e tratam o sinal em sua saída pelo pino 3 de forma que fique linear, constante e proporcionalmente fiel a corrente primária. Seu sistema interno eletrônico possui recursos analógicos de tratamento de sinal que fornece uma saída concentrada em Vcc/2. Na figura 4.8 pode ser observada gráficamente a tensão de saída em função da corrente primária de entrada para este sensor. 107 Figura 4.8 – Linearidade do sensor de efeito Hall Fonte: Allegro, 2012. Podendo operar até 100A este sensor possui linearidade entre -50A à 50A ficando desproporcional em medições de -50A até -100A e entre +50A a +100A. A sensibilidade é uma das características fundamentais neste dispositivo e o cálculo para esse fundamento é dado conforme figura 4.9. Figura 4.9 – Linearidade matemática do sensor ACS Fonte: Allegro, 2012. A lineariade do sensor ACS756SCA-050B fornece como sinal de saída de 0,5V a 4,5V correspondente a corrente primária de -50A a +50A. Em razão a escala de linearidade possui 4,5V – 0,5V ficando com faixa total de 4Vcc, porém na aplicação com AC essa faixa de precisão fica compreendido em 50% do total. A utilização do sensor ACS756SCA-050B para o MAMCEE fica desprezado essa simetria onde a corrente em repouso é de Vcc/2, portanto quando a corrente primária for nula, a saída do pino 3 fornece uma tensão de 2,5V. Conforme as características tecnicas do manual do fabricante esse sensor possui as seguintes proporções primárias com relação a saída: 108 Ip = 0A – Vout = 2,5V; Ip = 25A – Vout = 3,5V; Ip = 50A – Vout = 4,5V. Logo pode ser comprovado que a simetria do sensor é centrada com tensão de saída de 2,5V representando corrente primária nula e, portanto com a corrente primária em 25A o nível de tensão de acordo com a sensibilidade do sensor de 40 mV/A será de 3,5V conforme solução da equação apresentada pela figura 4.10. Figura 4.10 – Equação que define sensibilidade do ACS Fonte: Allegro, 2012. Onde Ip é a corrente primária, Vout(25A) a tensão de saída quando estiver passando pelo sensor uma corrente de 25A, Vref a tensão de saída Vcc/2 quando a corrente primária for igual a zero e ISens a tensão de resolução por ampére do sensor de corrente. Solução: Ip = (3,5 V- 2,5 V) / 40 mV/A; Ip = 1 V / 40 mV/A; Ip = 25A Na solução seguinte confirma-se o valor de saída Vout do sensor quando a corrente primária atingir 50A. Solução: Ip = (4,5 V – 2,5 V) / 40 mV/A; Ip = 2 V / 40 mV/A; Ip = 50A Por fim a variação da tensão total na saída do sensor de corrente por efeito Hall é: ∆Vout = 4,5 V – 2,5 V = 2 V; 4.2.2 Digitalização do sinal de corrente A digitalização dos sinais elétricos referente a corrente elétrica mensurado 109 consiste em capturar a cada ciclo de máquina ou por uma condição em tempo constante o valor presente na entrada analógica do microcontrolador. O registrador responsavel em converter os sinais elétricos analogicos em digital é o ADC. A corrente elétrica por ser uma variante no tempo, o dispositivo de captura do ADC possui um capacitor que carrega com o valor da tensão no momento e entrega ao registrador que faz os devidos cálculos e deslocamento. A resposta de saída digitalizada é uma cópia exata ou aproximada do valor analógico de entrada definido por uma razão quase fiel determinado pela quantidade de bits a essa conversão. Uma vez configurado o sensor de efeito Hall de forma a mensurar variações de corrente elétrica em seus terminais 4 e 5, os níveis não são estáveis por se tratar de origem com valores oscilante como no caso da rede elétrica CA 127/220V é de 60 ciclos por segundos (60Hz) essa frequência se dá com duração por ciclos de 1/60, ou seja, 16,66 mili segundos (ms). Figura 4.11 – Resolução matemática por bit Fonte: Allegro, 2012. Antes da digitalização dos sinais elétricos correspondentes é preciso tratar esses sinais de forma a manter o mínimo de oscilação e preservar realidades lineares da corrente elétrica para facilitar a captura pelo conversor analógico digital (ADC). Possiveis correções para estabilização dos valores em nivel digital poderão ser tratados via software de forma a sincronizar o tempo de leitura na mesma frequência, sendo que, o microcontrolador trabalha em uma frequência muito superior a esta pretendida, e que certamente para um cristal de 4 MHz o ciclo de máquina desenvolvido pelo microcontrolador é: frequência do oscilador (FOSC) dividido por 4 (FOSC/4 = 1 MHz), ou seja, 1 milhão de ciclos por segundo. Na conversão analógico para binário os niveis elétricos capturados pelo ADC referente a corrente elétrica no primário do sensor serão digitalizados por uma resolução de 10 bits (2^10 = 1024) obtem a seguinte resolução por bit determinada 110 pela equação (5) de 1,95 mV. Aplicando-se a fórmula da equação conforme figura 4.11, é obtido o escalonamento da corrente real (Irms), de 0 A à 50 A da seguinte forma: ((Bit 0) - 0 * 0.00195 V DC = 0 V / 0, 040 mV/A = 0 A) ((Bit 1) - 1 * 0.00195 V DC = 0, 00195 V / 0, 040 mV/A = 0, 04875 A) ((Bit 100) - 100 * 0.00195 V DC = 0, 195 V / 0, 040 mV/A = 4, 875 A) ((Bit 500) - 500 * 0.00195 V DC = 0,975 V / 0, 040 mV/A = 24, 375 A) ((Bit 1023) - 1023 * 0.00195 V DC = 1, 99 V / 0, 040 mV/A = 49, 75 A) Figura 4.12 – Equação Corrente Elétrica Real absorvida Fonte: Allegro, 2012. Onde Irms é a corrente elétrica real absorvida na rede elétrica, ADC o valor escalonado de bits e ISens a resolução em Volts por Ampére (mV/A) produzido pelo sensor de corrente. Figura 4.13 – Sensor de corrente na rede elétrica Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. O instrumento utilizado na medição de corrente elétrica é o amperímetro e a sua aplicação é em série com a carga na rede elétrica conforme pode ser observado na figura 4.13. 111 4.2.3 Formação do sinal de tensão Os sensores de tensão funcionam como um medidor de tensão (voltímetro) com alta impedância de entrada, tem por finalidade ler elevados niveis de tensões em sua entrada proporcionando niveis de tensões compativeis com niveis aceitáveis por microcontroladores de 0 - 5 V. Sua alta impedância de entrada possibilita medições sobre a diferença de potencial preservando as características da tensão de entrada em níveis menores em sua saída, conforme pode ser observado na analogia da figura 4.14. Figura 4.14 – Sensor de tensão na rede elétrica Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Existem sensores de tensão de diversas tecnologias no mercado, porém o custo é elevado não atendendo premissa de custo-benefício para o desenvolvimento do MAMCEE e por determinação o circuito de condicionamento de tensão será desenvolvido utilizando componentes de baixo custo com precisão de forma a preservar com integridade o formato de onda encontrado em uma rede elétrica e com boa isolação galvânica evitando risco de queima do microcontrolador e operação do dispositivo. O sensor de tensão (voltímetro) deve ser ligado em paralelo com a rede elétrica CA conforme ilustração da figura 4.14 produzindo em sua saída uma forma de onda idêntica a encontrada em seu primário, porém com amplitude rebaixada. Essa analogia pode ser melhor compreendida pela figura 4.15. Como a tensão a ser aplicada no microcontrolador deve ser entre 0 e 5 Vcc, pode-se definir que: para uma escala de tensão linerar de 0 – 5V, considera-se um escalonamento primário de 112 entrada de 0 – 500V não precisamente linear abaixo de 90 V e acima de 400 V, em razão da faixa de tensão AC encontrada ter o seguinte padrão: para a tensão nominal de 127V a variação assegurada pela concessão fica compreendido entre 103 – 127V, e para a nominal de 220V a variação fica entre 206 – 254V. Figura 4.15 – Tensão de saída proporcional Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 4.2.4 Digitalização do sinal de tensão De acordo com as características e limites de entrada de um microcontrolador a escala de tensão a ser digitalizada fica definida da seguinte forma: para a tensão nominal de 127 V primário dividindo-a por 100, tem-se 1.27 V e para a tensão de 220 V primário sua representação em escala menor de 2.20 V e fica compreendido entre 0 e 5 V adequado para o microcontrolador. Na resolução binária (Rbit) do ADC do microcontrolador de 10 bits (2^10) temse a seguinte definição: conversão decimal para binário, tensão máxima de escala 5 V (Vref), dividindo por 2^10 (1024 bits), resolução por bit de 4.88 mV representada pela equação da figura 4.11. Aplicando-se a fórmula da equação da figura 4.16, a resolução obtida pela digitalização dos sinais elétricos possui a seguinte graduação em escala de tensão real (Vrms). ((Bit 0) - 0 * 0, 00488 V DC * 100 ~ 0, 000 V AC …) ((Bit 1) - 1 * 0, 00488 V DC * 100 ~ 0, 488 V AC …) ((Bit 100) - 100 * 0, 00488 V DC * 100 ~ 48, 8 V AC...) ((Bit 500) - 500 * 0, 00488 V DC * 100 ~ 244, 0 V AC...) 113 ((Bit 1023) - 1023 * 0, 00488 V DC * 100 ~ 499, 2 V AC) Figura 4.16 – Equação Tensão Elétrica Real Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Onde Vrms é a tensão elétrica real presente na rede, ADC o valor escalonado de bits e C a constante utilizada para enquadrar a tensão da rede real dentro da escala 1/100 permitida pelo microcontrolador. A lógica de funcionamento e configuração geral do MAMCEE está representada em blocos conforme a figura 4.17. Figura 4.17 – Diagrama de funcionamento do MAMCEE Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. A representação por diagrama apresentado na figura 4.17 tem por finalidade dispor uma visão ampla dos principais recursos proposto do MAMCEE de forma simples e objetiva. Dentro de suas limitações funcionais, os transdutores de tensão e de corrente geram sinais elétricos em proporções menores correspondentes ao fluxo de corrente e diferença de potencial a ser mensurado. O resultado obtido pela captura dos sinais analógicos após os dados serem digitalizados e processados são disponibilizados em um display LCD em tempo real e também por comunicação serial RS232 sempre que solicitado por sistemas computacionais externos. 114 4.3 PROTÓTIPO MAMCEE Nesta etapa serão abordadas todas as etapas que contribuem para a realização da montagem da placa de interface MAMCEE. O processo de desenvolvimento no geral se resume em dois aspectos fundamentais conforme as descrições a seguir: Hardware - toda a parte física que constitui a interface MAMCEE o que possibilita a aquisição de informações analógicas do mundo real necessárias ao calculo e processamento de informações relativas ao consumo de energia elétrica que serão interpretados e disponibilizados a entendimento humano; Software - estrutura lógica compreendida por uma sequência de instruções com objetivo de interpretar e executar através de um microcontrolador as informações lidas por sensores adequados na aplicação com energia elétrica e transformá-las em soluções desejadas o mais próximas possível da compreensão humana. Figura 4.18 – Diagrama Modular do MAMCEE Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 115 Figura 4.19 – MFARD: Suplemento de energia Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 116 A arquitetura do MAMCEE obedece a critérios fundamentados através de sistemas de montagem distribuídos e organizados em módulos. Esse tipo de arquitetura de montagem facilita a compreensão de cada etapa do projeto. Os módulos que constituem a interface MAMCEE são as seguintes: Módulo 1 - Fonte de Alimentação e Referencias de Dado (MFARD); Módulo 2 - Coleta e Condicionamento dos Sinais Elétricos (MCCSE); Módulo 3 - Processamento e Visualização dos Dados (MPVD); Módulo 4 - Comunicação Serial (MCS). Na figura 4.18 observa-se a relação entre os módulos (2, 3, 4) e a fonte de alimentação principal (1) do MAMCEE. Como pode ser observado na figura 4.18, o módulo 1 (fonte de alimentação e referencia de dados) se relaciona com todos os demais módulos que constituí o MAMCEE. Entende-se que a boa relação entre os módulos do MAMCEE esta diretamente ligada a boa qualidade de suplemento de energia fornecido pelo módulo apresentado pela figura 4.19. 4.3.1 MFARD Nesta etapa será tratado do elemento fundamental para o funcionamento das demais etapas do circuito MAMCEE. O circuito de alimentação como o próprio nome diz, é a parte responsável em fornecer tensões de alimentação especifica para cada módulo que compreenderá o circuito MAMCEE. A figura 4.19 mostra o protótipo do circuito da fonte de alimentação do MAMCEE em quatro partes de forma a facilitar o entendimento. O módulo do circuito de alimentação e referencias de dados é um tipo de fonte de energia simétrica baseado em retificadores de onda completa em ponte com filtros capacitivos C1 à C16. Os filtros capacitivos são utilizados de maneira a garantir o bom funcionamento da fonte de alimentação, evitando que haja o menor valor de ruído, o qual poderia comprometer o funcionamento do microcontrolador. Conforme pode ser observado, a figura 4.19 mostra os reguladores U2 e o U3 que fazem a simetria das tensões de +12 e -12 volts estabilizados necessário na alimentação do módulo do circuito de coleta de dados e condicionamento dos sinais elétricos. O regulador U1 estabiliza em 5 volts a tensão necessária aos módulos de 117 processamento e visualização dos dados e também ao circuito de comunicação com sistema e aplicativos computacionais. A geração principal das tensões necessárias é fornecida por um transformador de indução eletromagnético, mas também as modernas fontes chaveadas com as mesmas características de saída satisfazem o projeto. Quadro 4.1 – Terminais do conector CN003 do MFARD CN003 DESCRIÇÃO CONFIGURATIVA 1 Saída estabilizada de 5 Volts (5 Vcc) 2 Saída estabilizada de +12 Volts (+12 Vcc) 3 Saída estabilizada de -12 Volts (-12 Vcc) 4 Tensão de referencia do microcontrolador (Vref. micro) modo econômico. 5 Saída de 5 Volts para o Black light do LCD 6 Massa ou Terra (GND) (referencia do circuito de alimentação) Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. A função do transformador (TR1) é dada pelo fator TR1 que por sua vez possui um enrolamento primário que recebe a tensão de entrada da rede, podendo ser de 127 Volts ou 220 Volts conforme o tipo de serviço de fornecimento elétrico local. Outra relação do TR1 é o seu secundário que através de seu núcleo e uma proporção de enrolamento satisfazem tensões necessárias em sua saída. Como a tensão necessária na indução de TR1 é alternada, sua saída secundária também terá o mesmo formato de onda senoidal, porém com amplitude de tensões menores satisfazendo os níveis de saídas relacionado no quadro 4.1. A ponte retificadora (BR1) é responsável pela separação dos ciclos positivo e negativo da corrente alternada no secundário do TR1 entre as extremidades dos terminais de saída. O terminal 4 do CFARD fornece como saída uma referência de tensão com objetivo de informar ao microcontrolador o estado atual da fonte. Enquanto esse terminal estiver fornecendo uma amostra de tensão positiva de +5 V, o CFARD estará automaticamente carregando uma bateria (BAT1) de 12 Volts para casos de 118 falta de energia. A falta da bateria não impede o funcionamento do MAMCEE, porém em surtos ou falta de energia o MAMCEE poderá sofrer panes comprometendo o armazenamento dos dados. Com o auxilio de BAT1 o MAMCEE não perceberá variações ou interrupções mantendo a preservação dos dados. Outro detalhe importante da linha do terminal 4 é a condição do microcontrolador perceber ausência de tensão da rede e entrar em estado econômico. O modo econômico tem como função desligar todos os circuitos que não serão utilizados durante a falta de energia, tais como: Black light do LCD e MCCSE preservando o consumo desnecessário de corrente de BAT1. O terminal 5 fornece como saída uma tensão de +5 Volts para a luz de fundo (Black light) do LCD. Em modo econômico essa tensão estará ausente e a luz de Black light permanecerá apagada poupando o consumo de corrente da bateria. 4.3.2 MCCSE Nesta etapa do projeto trata-se de dois circuitos importantes na aquisição de sinais elétricos. A eletricidade é uma força composta de corrente e tensão conhecido por diferença de potencial necessário para o funcionamento de eletrodomésticos em geral, pois para que essa força seja aproveitada em instrumentos de medição na finalidade de obtenção de valores, essa mesma proporção ligada diretamente queimaria o dispositivo MAMCEE. Para resolver esse problema é justificável a existência de dois circuitos: o Circuito de Condicionamento da Tensão (CCT) conforme figura 4.20 e o Circuito de Condicionamento da Corrente (CCC) apresentado pela figura 4.21. Os níveis lidos pelos sensores serão condicionados em níveis de tensões relativos aos medidos e entregues a níveis compatíveis para o ADC do microcontrolador. Os sinais elétricos são replicas exatas em menor amplitude e tratados separadamente por cada um dos circuitos específicos. Faz-se necessário o nivelamento dos sinais gerado pelo sensor até a etapa de processamento, pois o módulo MPVD trabalha com tensões limitadas em 5 Volts. Desta forma o módulo CCT e CCC são calibrados individualmente para que a tensão de saída esteja em uma escala menor, porém idêntica a tensão encontrada na rede elétrica. 119 4.3.3 MPVD Figura 4.20 – Esquema CCT: Condicionador de tensão Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 120 Figura 4.21 – Esquema CCC: Condicionador de corrente Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 121 Figura 4.22 – MPVD – Visualização e processamento dos dados Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 122 Figura 4.23 – MPVD: Referencia de tensão ADC Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 123 O módulo MPVD é a etapa responsável em converter e gerir todas as informações de entrada lidas pelos sensores, uma vez condicionado pelo módulo MCCSE. Outra característica do módulo MPVD é apresentar em tempo real todo o processo dedicado pelo MAMCEE e disponibilizá-los em forma de dados visuais e entendíveis aos olhos humanos. Na concepção da distribuição em módulos do projeto MAMCEE, a dedicação e o relacionamento processual compõem a principal etapa a ser elaborada. Um programa principal (Firmware) contido no microcontrolador possui todos os dados referentes à metodologia dos objetivos proposto pelo MAMCEE. A figura 4.22 e 4.23 em sequência mostra o circuito de processamento e visualização do MAMCEE. 4.3.4 MCS Figura 4.24 – Circuito de comunicação serial Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. 124 Na diversidade tecnológica não teria o menor sentido os dispositivos de aquisição de dados para aplicativos de monitoria e bancos sem a flexibilidade desses dados serem trocados entre si. Com a possibilidade de envio e recebimento de dados os dispositivos diversos são acrescentados com recursos que desprendem de forma a agregar grandes sistemas de informação. Com a comunicação de dados através de protocolos de comunicação serial, foram possível a interação entre dispositivos ganhando cada vez mais o mercado de eletrônicos empenhados a gerar informações que valorizam processos e confiabilidade humana. Na figura 4.24 é apresentado o módulo de comunicação serial (MCS) parte do MAMCEE que possibilita a troca de informações com sistemas computacionais. 4.4 CONFIGURAÇÕES DE HARDWARE Quadro 4.2 – Configuração dos pinos PIC16F877A PIC 16F877A Pino Configuração do projeto 1 Entrada de reset via hardware 11 Entrada positiva da fonte de alimentação (5 Vcc) 12 Entrada negativa da fonte de alimentação (GND) 13 Entrada – Cristal oscilador 14 Saída – Cristal oscilador 31 Entrada negativa da fonte de alimentação (GND) 32 Entrada positiva da fonte de alimentação (5 Vcc) Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Quadro 4.3 – Configuração dos pinos de entrada ADC. PIC 16F877A Pino Configuração de projeto 2 3 4 5 Entrada do sinal de tensão elétrica Entrada do sinal de corrente elétrica Entrada de tensão referencia mínima de 2,5V (REF-) Entrada de tensão referencia máxima de 4,5V (REF+) PORTA RA0 RA1 RA2 RA3 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. O PIC 16F877A esta configurado de forma a satisfazer as necessidades do projeto MAMCEE. A configuração é conforme conveniências descritas nos quadros 4.2 a 4.11. 125 Quadro 4.4 – Configuração do pino de controle sonoro. PIC 16F877A Pino Configuração de projeto PORTA 6 Não configurado RA4 7 Saída de frequência audível (1khz) 50ms RA5 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Quadro 4.5 – Configuração do teclado. PIC 16F877A 33 1 0 0 0 0 0 0 RB0 34 0 1 0 0 0 0 0 RB1 35 0 0 1 0 0 0 0 RB2 Pinos 36 37 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 RB3 RB4 38 0 0 0 0 0 1 0 RB5 39 0 0 0 0 0 0 1 RB6 40 1 1 1 1 1 1 1 Função Função Tecla auxiliar Limpa valor da variável Incrementa valor de variável Decrementa valor de variável Retorna para tela inicial Rolar telas de configuração Rolar telas de serviços +5 V PORTB Símbolo F1 LIMPAR INC DEC ESC SET MENU Teclado Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Quadro 4.6 – Configuração de controle display LCD. PIC 16F877A Pino Configuração de projeto 8 Seleção de instrução ou dados – RS 9 Habilitação do LCD – E 10 Seleção de leitura ou escrita do LCD – RW Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. PORTE RE0 RE1 RE2 Quadro 4.7 – Configuração de controle BCD. PIC 16F877A Pino Configuração de projeto 15 Saída de pulso para acionamento do LED piloto 16 Saída de controle para o Display BCD unidade 17 Saída de controle para o Display BCD dezena 18 Saída de controle para o Display BCD centena 23 Saída de controle para o Display BCD unidade de milhar 24 Saída de controle para o Display BCD dezena de milhar Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. PORTC RC0 RC1 RC2 RC3 RC4 RC5 Quadro 4.8 – Configuração de comunicação serial RS232. PIC 16F877A Pino Configuração de projeto 25 26 Transmissão de dados serial (TX) Recepção de dados serial (RX) Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. PORT C RC6 RC7 126 Quadro 4.9 – Configuração de comunicação com o LCD. PIC 16F877A Pino Configuração de projeto 19 20 21 Barramento de dados 22 Bit 0-7 27 28 29 30 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. PORTD RD0 RD1 RD2 RD3 RD4 RD5 RD6 RD7 4.5 DESENVOLVIMENTOS DO FIRMWARE O que seria dos computadores sem o Basic Input Output System (BIOS) diretamente gravados no hardware. Na eletrônica e na computação o firmware é o conjunto de instruções lógicas operacionais que gravados em um chip ou circuito integrado programavél possibilita o seu funcionamento corforme instruções prédefinidas que podemos considera-los como dispositivos dedicados. Quadro 4.10 – Algoritmo básico do MAMCEE. 1 Ler a tensão da rede elétrica 2 Ler a corrente de fluxo da rede elétrica 3 Calcular a potência elétrica instantanea 4 Dividir a potencia instantanea por 3600 extrai uma parte e acumular a cada segundo 5 Guardar os dados em memória 6 Mostrar os valores no display LCD 7 Caso haja solicitação enviar os dados pela porta serial Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Nesta etapa do trabalho é abordado desde a escrita do código do firmware a ser gravado no microcontrolador quanto a simulação prevista com carga real. As regras seguem conforme os valores da tensão da rede local e características funcionais do sensor utilizado na implementação do MAMCEE. O algoritmo que baseou a escrita do firmware esta descrito no quadro 4.11, sendo o MAMCEE um dispositivo de aquisição de dados com rotinas pré-definidas. O firmware do MAMCEE foi desenvolvido com a utilização da linguagem de programação C padrão ANSI e características próprias funcionais do microcontrolador PIC. O compilador utilizado no desenvolvimento do firmware foi o 127 compilador mikroC para PIC versão 8.2 portátil. O firmware implementado preencheu 83% da memória de programa interna do microcontrolador e a memória RAM foi locada com as variáveis utilizada pelo firmware em 78% conforme pode ser observado na figura 4.25. Figura 4.25 – Estatística da locação de memória do PIC Fonte: Mikroc, 2008. A função principal garante a precisão do MAMCEE na medição do kWh. É a função interrupt( ) que esta ligada diretamente a chamada do TMR0 do microcontrolador. Essa função tem por objetivo executar a cada segundo a chamada das rotinas que farão a captura do ADC correspondente à tensão e a corrente elétrica mensurada pelos sensores correspondentes. A variável flag_UI é carregada com valor 1 que provoca a entrada do fluxo de programa na rotina lerTensao( ) e lerCorrente( ) que por sua vez calcula a amostra de tensão e de corrente elétrica usado na obtenção da potência elétrica instantânea que posteriormente será fragmentada pela função ligada ao TRM0. //Função para tratamento Timer0 void interrupt() //Inicio da rotina { cnt++; // incrementa variável de contagem TMR0L = 0; 128 INTCON = 0x20;// Seta T0IE, e limpa a flag do estouro do // TMR0 = T0IF if (cnt == 857) { flag_UI = 1; //bandeira de chamada da rotina ADC contador++; Segundo++;//contador do relogio //Pth = 1; //PORTC.F1 = ~PORTC.F1; cnt = 0; watt = (potencia/3600); //fragmenta a potencia //acumula os fragmentos para compor o kWh watt_s = watt_s +(potencia/3600); //-----------------------------------------------------------//formatação de saida em LCD conversão decimal em float acum[0] = (watt_s/1000000000); acum[1] = (watt_s/10000000)%10; acum[2] = (watt_s/1000000)%10; acum[3] = (watt_s/100000)%10; acum[4] = (watt_s/10000)%10; acum[5] = (watt_s/1000)%10; acum[6] = (watt_s/100)%10; acum[7] = (watt_s/10)%10; acum[8] = watt_s%10; //-----------------------------------------------------------PORTC.f0 = ~PORTC.F0; // troca estado do RD0 //---------Formatação de saida no LCD cont[0] = (contador/1000); cont[1] = (contador/100)%10; cont[2] = (contador/10)%10; cont[3] = contador%10; //-----------------------------------------------------------if (contador == 30) //teste de envio de dados pela 129 // porta serial { FlagUsart = 1; //bandeira de chamada da rotina // USART contador = 0; //zera o contador } } } //Fim da rotina Os principais dados necessários ao cálculo da potência elétrica consumida são obtidos através das rotinas de captura ADC. O seu código pode ser entendido conforme os códigos a seguir. A rotina empenhada em tratar os sinais de tensão e corrente possui tratamento de maneira a obter o valor médio da variável ADC. //-----------------------------------------------------------void lerTensao()//ler ADC correspondente a tensão elétrica { ADCON1 = 0b00000100;//habilita canal A/D0, A/D1 e A/D3 do // PIC TRISA = 0b00001111;//define pinos como entrada TRISC = 0b11111000;//configura RC3-RC7 entradas e RC0-RC2 // saídas delay_ms(20); do{ UI = ADC_read(0);// obter o valor da ADC segundo // canal // UI = 0 - 1024 UI =(UI*5000/1023); VSM = VSM + UI; x++; }while(x<10); x = 0; 130 VSM = (VSM / 142)*10; tensao = VSM; //tensao recebe sinal medio //formatação de saida em LCD V[0]=(VSM/1000); V[1]=(VSM/100)%10; V[2]=(VSM/10)%10; V[3]=(VSM%10); if(tensao >= 2500) Sound_Play(1000, 50); if(tensao <= 2080) Sound_Play(1000, 50); } //------------------------------------------------------------ O valor do ADC é lido dez vezes tirando a sua média, esse tratamento é necessário por capturar valores instáveis, ou seja, variando no tempo sessenta vezes por segundo (60/s) e mesmo sendo condicionada a um ganho e estabilidade, a pureza do sinal nunca é cem por cento, motivo este causado pela alta velocidade do microcontrolador sensível a pequenas ações. //-----------------------------------------------------------void lerCorrente()//ler ADC correspondente a corrente elétrica { ADCON1 = 0b00001101;//habilita canal A/D0, A/D1 e // A/D3 do PIC TRISA = 0b00001111;//define pinos RA0 - RA4 como // entrada e RA5 - RA7 saídas TRISC = 0b11111000;//configura RC3-RC7 entradas e RC0// RC2 saídas delay_ms(10); do{ UI = ADC_read(1); // obter o valor da ADC segundo // canal UI = 0 - 1024 UI =(UI*1955)/40; //1.955 - 0.040 ISM = ISM + UI; 131 x++; delay_ms(10); } while(x<10); x = 0; ISM = ISM/10; corrente = ISM; //corrente recebe sinal medio //formatação de saida em LCD I[0]=(ISM/100000); I[1]=(ISM/10000)%10; I[2]=(ISM/1000)%10; I[3]=(ISM/100)%10; I[4]=(ISM/10)%10; I[5]=(ISM%10); } //------------------------------------------------------------ Durante o processo, alguns dados devem ser guardados e para isso é necessário à utilização da memória EEPROM de forma a preservar os dados na hipótese de falta de eletricidade. A principio para compensar espaço na memória de programa à implementação da rotina de gravação dos dados na EEPROM fica apenas para a memória interna do microcontrolador, por consequência esse tipo de implementação torna arriscada e a perda definitiva dos dados armazenados caso o microcontrolador venha a queimar. A solução mais segura para a preservação dos dados caso haja a necessidade da troca do microcontrolador é a utilização de memória EEPROM externa. O código a seguir mostra a rotina implementada para escrita dos dados na memória do PIC. //-----------------------------------------------------------case 5://mostra mensagem e grava os novos dados na memória { //chama rotina de mensagem Msg1();//Msg ="atualizando a memoria...." 132 //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x00, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x01, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x02, 0); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x00, COFINS[0]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x01, COFINS[1]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x02, COFINS[2]); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x03, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x04, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x05, 0); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x03, PIS[0]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x04, PIS[1]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x05, PIS[2]); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x12, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x13, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x14, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x15, 0); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x12, ICMS[0]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x13, ICMS[1]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x14, ICMS[2]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x15, ICMS[2]); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x06, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x07, 0); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x08, 0); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Eeprom_Write(0x06, pmKWh[0]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x07, pmKWh[1]); delay_ms(20); Eeprom_Write(0x08, pmKWh[2]); delay_ms(20); 133 Lcd_custom_Cmd(Lcd_CLEAR); // apaga display //-----------------------------------------------------------Msg2();//Msg ="gravado com sucesso!" Lcd_custom_Cmd(Lcd_CLEAR); // apaga display set = 6; //passa para o proximo parametro } break; //------------------------------------------------------------ Com os dados salvos em memória, sempre que haja um reset ou reinicio do sistema microcontrolado, a forma de recuperar os dados da memória EEPROM interna do microcontrolador se dá através do seguinte código. void recDadosEeprom() { //recupera tarifa do COFINS a partir da Eeprom COFINS[0] = Eeprom_Read(0x00); delay_ms(20);//centena 3xx COFINS[1] = Eeprom_Read(0x01); delay_ms(20);//dezena x2x COFINS[2] = Eeprom_Read(0x02); delay_ms(20); //unidade xx1 //COFINS[3] = 0; COFINS[3] = Eeprom_Read(0x1A); //COFINS[4] = 0; COFINS[4] = Eeprom_Read(0x1B); tarC = ((COFINS[0]*100)+(COFINS[1]*10)+(COFINS[2]*1)); //-----------------------------------------------------------//recupera tarifa do PIS a partir da Eeprom PIS[0] = Eeprom_Read(0x03); //centena 3xx PIS[1] = Eeprom_Read(0x04); //dezena x2x PIS[2] = Eeprom_Read(0x05); //unidade xx1 //PIS[3] = 0; PIS[3] = Eeprom_Read(0x1A); //PIS[4] = 0; PIS[4] = Eeprom_Read(0x1B); //-----------------------------------------------------------//recompoem o valor do tarP fragmentado em unidades de oito 134 bits tarP = ((PIS[0]*100)+(PIS[1]*10)+(PIS[2]*1)); //-----------------------------------------------------------//recupera tarifa do KWh a partir da Eeprom pmKWh[0] = Eeprom_Read(0x06); delay_ms(20); //centena 3xx pmKWh[1] = Eeprom_Read(0x07); delay_ms(20); //dezena x2x pmKWh[2] = Eeprom_Read(0x08); delay_ms(20); //unidade xx1 //pmKWh[3] = 0; pmKWh[3] = Eeprom_Read(0x1A); //pmKWh[4] = 0; pmKWh[4] = Eeprom_Read(0x1B); VKWh = ((pmKWh[0]*100)+(pmKWh[1]*10)+(pmKWh[2]*1)); //-----------------------------------------------------------//recupera valor de medição do KWh a partir da Eeprom KW[0] = Eeprom_Read(0x17); delay_ms(20); //dez milhar 5xxxx KW[1] = Eeprom_Read(0x18); delay_ms(20); //uni milhar x4xxx KW[2] = Eeprom_Read(0x19); delay_ms(20); // centena xx3xx KW[3] = Eeprom_Read(0x1A); delay_ms(20); // dezena KW[4] = Eeprom_Read(0x1B); delay_ms(20); // unidade xxxx1 xxx2x //-----------------------------------------------------------//recompoem o valor do kilowatt fragmentado em unidades de //oito bits KWh = ((KW[0]*10000)+(KW[1]*1000)+(KW[2]*100)+(KW[3]*10)+(KW[4]*1)); //-----------------------------------------------------------ICMS[0] = Eeprom_Read(0x12); delay_ms(20); ICMS[1] = Eeprom_Read(0x13); delay_ms(20); ICMS[2] = Eeprom_Read(0x14); delay_ms(20); ICMS[3] = Eeprom_Read(0x15); delay_ms(20); //-----------------------------------------------------------Aliquota = ((ICMS[0]*1000)+(ICMS[1]*100)+(ICMS[2]*10)+(ICMS[3]*1)); //-----------------------------------------------------------} 135 A tecla responsável em chamar as telas sequentes de monitoramento é a MENU. Cada acionamento dessa tecla causa a mudança das telas existentes nesse seguimento. A tecla responsável em chamar as telas sequentes de configuração é a SET. Cada acionamento dessa tecla causa a mudança das telas existentes nesse seguimento. A tecla ESC é responsável em cancelar e retornar a tela principal de qualquer posição de tela existente. As teclas de incremento (INC) e decremento (DEC) possui funcionalidade somente para as telas de configuração podendo aumentar ou diminuir o valor existente na tela de configuração atual. No mesmo seguimento de telas de configuração caso haja necessidade de limpar o valor para começar a configuração do zero, utiliza a tecla LIMPAR. A tecla F1 serve para zerar o valor do contador do kWh que funcionará somente apertada simultaneamente com a tecla LIMPAR. Após o desenvolvimento do firmware e a sua compilação é utilizado o software Microchip – MPLAB versão 7.0 para transferi-lo para o microcontrolador juntamente com um hardware específico que faz a conexão entre o software e o hardware através de uma porta disponível no computador. Para simulação e testes do MAMCEE foram utilizados os softwares Isis Professional Desgned Suite, para desenho do circuito elétrico; Ares Professional PCB LAYOUT da Labcenter Electronics para o desenho do PCI; e MikroC compilador para PIC da Mikro Eletrônica (MikroE) para escrita do codigo fonte em linguagem C. O diagrama de telas apresentado na figura 4.26 mostra a tela principal e seus dois seguimentos de telas, de monitoramento e configuração dos dados existente no MAMCEE. A tela principal tem ligação direta com as telas de monitoramento e configuração. O teclado de seis teclas é o responsável pelo envio de comandos ao microcontrolador de maneira a executar funções pré-programadas via software. Na tela apresentada pela figura 4.26 o display LCD mostra as seguintes informações monitoradas: tensão elétrica da rede (U:); fluxo de corrente elétrica na rede (I:); potência elétrica instantania absorvida pela rede elétrica (P(t)); acumulador da potencia fragmentada em um segundo (Acu:); quilo watts hora consumido (kWh) e contador de hora. A tela principal do MAMCEE em simulação mostra o processo aritimétrico interno calculado pelo microcontrolador. Como pode observar, a simulação apresenta uma tensão virtualizada de 221 V, com corrente de fluxo de 136 1.519 mA e a potência instantanea resultante de 335.699 mW. Figura 4.26 – Telas de monitoramento e Configuração Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 137 Figura 4.27 – Simulação com fluxo de I= 1.519A durante 1 hora Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Os valores apresentados pela figura 4.27 foram submetidos em regime constante durante uma hora de simulação, com o objetivo de analizar e comprovar que o consumo de energia em uma hora é o resultado das somatorias de watts fragmentados em 3600 partes e acumulados durante esse mesmo tempo. Com a somatória dos fragmentos da potência elétrica obtém o valor total instantâneo absorvido (P(t)). Após 1 hora de monitoramento simulado pelo MAMCEE o relatório de dados da figura 4.28 apresenta a transferência pela porta serial a cada 5 minutos. Figura 4.28 – 1º Relatório transmitido pela serial Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Note na figura 4.27 que os valores obtidos com a simulação parcial em 50% do tempo esperado, ou seja, com 30 minutos de simulação o valor acumulado dos fragmentos (Acu) apresenta o valor de 167.661 mW que em comparação com o valor da potência instantânea (P(t)) total é a sua metade. A simulação na sua etapa final com duração de 1 hora pode confirmar que o acúmulo da potência fragmentada durante 1 hora é igual a potência instantânea (P(t)) total apresentada na simulação. Durante o tempo total de simulação por causa da potência elétrica absorvida durante 138 1 hora não superar os 1000 Watts (1kw) não houve o incremento do kWh de forma a continuar desde o inicio em zero. Figura 4.29 – Simulação com fluxo de I= 25.685A Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Na simulação inicial da figura 4.29 a corrente emulada foi de 25 A constante resultando em uma potência instantânea de 5.675.722 mW. Após uma hora de simulação pode ser observado que o kWh obteve cinco incrementos em razão da potência instantânea ser de 5000 watts e os 675 Watts restantes fica momentaneamente ignorado até que atinja os próximos 1000 Watts. A figura 4.30 mostra o relatório medido durante 1 hora e enviado pela porta serial. Figura 4.30 – 2º Relatório transmitido pela serial Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Com o consumo registrado durante a simulação pode também ser calculado o consumo por hora, dia e mês baseando pela potência instantânea, e obter o valor em reais com seus devidos impostos, a figura 4.31 apresenta os dados de acordo com as telas de monitoramento [2] e [3]. 139 Figura 4.31 – Configurações com dados da conta de luz Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. A tela de faturamento do consumo traz o valor da tarifa conforme discriminada pela conta de luz fornecida pela CPFL. O kWh é o valor medido durante a simulação. O valor do preço médio (PVm) é o valor do kWh corrigido conforme as taxas e impostos PIS/PASEP e COFINS da conta de luz que multiplicado pelo valor do kWh resultará no valor do faturamento (Ftr) a ser pago pelo consumidor. A figura 4.32 mostra os dados reais da conta de luz de um consumidor padrão monofásicos baseados para configuração do MAMCEE. Figura 4.32 – Conta de um padrão monofásico Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. O MAMCCE possui também outra funcionalidade que é o alerta de acordo com o consumo previsto pelo consumidor. A tela [4] é a responsável em mostrar essa informação conforme pode ser observado na figura 4.33. Os resultados foram alcançados conforme as expectativas, visto que há tipos de interface com o mesmo propósito do projeto MAMCEE, porém são ferramentas de alto custo aplicadas somente no monitoramento de indústrias e setores energéticos. 140 Figura 4.33 – Tela [4]: Previsão de consumo Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Na busca de melhoria e geração de energia ecologicamente correta, o desenvolvido do MAMCEE foi feito com tecnologias de fácil aquisição com baixo custo de investimento e totalmente brasileira. O quadro 4.12 mostra o custo total aplicado para o desenvolvimento do dispositivo MAMCEE. Quadro 4.11 – Custo desenvolvimento MAMCEE Item Módulos Valor 01 MPVD 125,00 02 MCS 35,00 03 CCT 25,00 04 CCC 60,00 05 MFARD 65,00 Custo Total 310,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Na etapa simulada, o MAMCEE apresentou aspectos funcionais esperados e trouxe resultados positivo observados em telas LCD. As variações do sinal de tensão e de corrente foram obtidas através de técnicas utilizando simulações com resistores variáveis respeitando escala definida e suportada pelo micro PIC. Com a simulação foi possível analisar variações de corrente parecidas com as encontradas 141 em um padrão de fornecimento de energia residencial e analisar seu consumo em diferentes situações como: hora, dia e mês conforme simulação apresentada pela figura 4.34. Figura 4. 34 – Previsão de consumo simulado Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. Figura 4.35 – Protótipo em experimento Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 142 Figura 4.36 – LCD com mensuração em repouso Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Figura 4.37 – LCD em plena mensuração Fonte: Elaborado pelo autor, 2012. Figura 4.38 – Mensagem de envio de dados Fonte: Isis, 2010, adaptado pelo autor. 143 As dificuldades encontradas foram em simular o funcionamento com os próprios sensores de corrente aplicado no projeto físico. A falta de prática e conhecimento mais refinado do sensor dificultou a escrita de um algoritmo mais preciso. Outro problema encontrado foi a incompatibilidade da resolução do sensor de corrente ACS em relação a resolução binária do PIC utilizado. Na etapa em que os experimentos foram realizados fisicamente foi possível analisar as diferenças de um projeto teórico e o prático, tendo em vista a necessidade de equipamentos específicos na calibração e referência das informações. A maior satisfação deste trabalho foi poder coletar as informações elétricas e transforma-las em dados digitais para possível alimentação de tabelas em um banco de dados que sugere-se a implementação futura. As figuras 4.35 a 4.37 demostram os resultados alcançados durante a evolução e simulação do MAMCEE. Na figura 4.38 pode-se verificar a mensagem de transmissão de dados pela porta serial a cada 30 segundos podendo ser modificada conforme a necessidade do aplicativo em sincronia. 4.6 MODELAGEM DE DADOS Figura 4.39 – Diagrama entidade relacionamento Fonte: Elaborado pelo autor. 144 Na proposta desenvolvida de uma interface de aquicição de dados e com a possibilidade de aproveitar as informações coletados em analises e geração de relatórios, sugere que trabalhos futuros possam desenvolver aplicativos destinados a receber esses tipos de dados e armazená-los em banco. A figura 4.39 ilustra o diagrama de entidades e relacionamentos. 145 CONCLUSÃO Em vista da grande evolução tecnológica e com o crescimento da informática atingindo o vasto campo da eletrônica, é certo que profissionais do setor eletroeletrônico queiram aprofundar no mercado. Atualmente cresce a cada dia a disseminação de componentes programáveis e aplicativos dedicados a essa tecnologia, tornando favorável seu estudo por alunos de tecnologia que queiram conhecer melhor este nicho. Com aproveito do conhecimento cientifico e a preocupação do setor elétrico brasileiro em buscar alternativas de geração de energia e outras formas de venda como os pré-pagos, a fomentação de tecnologias voltada para esse propósito torna bastante favorável. Com o desenvolvimento do MAMCEE foi possível sentir as dificuldades para desenvolver sistemas embarcados, dentre as dificuldades, pode-se citar as limitações do uso de memória, armazenamento e processamento; uso de variáveis de valor inteiro ao invés de variáveis com ponto flutuante; falta de experiência neste tipo de implementação, principalmente os problemas encontrados para o ajuste de frequência do cristal no valor máximo permitido pelo microcontrolador (20 MHz) em sua primeira versão e que não obteve bom resultado, com ajustes em sua implementação foi obtido bom desempenho do processador e com uma frequência de oscilador bem baixa (4 MHz). Outra situação problema encontrada durante o desenvolvimento foi à limitação do PIC16F877 em relação a sua memória de programa, sendo necessário escolher outro microcontrolador com compatibilidade de hardware idêntica com maior espaço de memória de programa. O microcontrolador encontrado e escolhido para receber o upgrade de hardware foi o PIC18F452 com mesma característica física e tendo o dobro da capacidade de memória de programa satisfatório ao projeto. Devido a diversidade de sensores de corrente e disponibilidade no mercado, é preciso maior tempo e disponibilidade para avaliar o melhor de acordo com a aplicação do MAMCEE. Há possibilidade de possíveis adaptações e evolução no projeto atual e podendo até mesmo dedicar o MAMCEE a monitoramento de outros padrões de energia, como o bifásico e trifásico. Os medidores antigos analógicos residenciais já estão sendo substituídos por 146 digitais. A grande viabilidade do MAMCEE seria o estudo evolutivo no conceito de medidores com tecnologias modernas e a possibilidade de monitoramento em tempo real por meio da WEB. Com essa nova perspectiva o usuário poderia monitorar seu estabelecimento ou residência de longa distância. Atualmente as concessionárias utilizam um moderno equipamento portátil que de acordo com os dados do cliente e o consumo atual em kWh gera e imprime imediatamente, no ato da coleta dos dados, a conta ao consumidor. Entretanto, não atende com automação os processos de desligamento e religamento por falta de pagamento. Uma proposta de trabalhos futuros seria a adaptação do MAMCEE por concessionárias no monitoramento e controle automatizado de padrões de fornecimento elétrico, tanto para desligamento por falta de pagamento quanto para o restabelecimento do fornecimento de energia. Outra aplicação do MAMCEE seria sua utilização por sistemas de hotelaria. Instalado individualmente em cada apartamento mensura o gasto do cliente que poderá pagar no ato do fechamento da estadia, sendo que o consumo de energia elétrica é diferente para cada cliente que atualmente paga pelo mesmo preço rateado independentemente do consumo. Qual seria o seu gasto real individual de energia? A simulação é a maneira mais barata e segura de desenvolvimento de dispositivos complexos tanto para hardwares quanto softwares e foi de extrema importância para a realização do projeto MAMCEE. Com a simulação via software foi possível acompanhar em tempo real o consumo de energia elétrica consumida e o consumo previsto durante uma hora, vinte e quatro horas e trinta dias com antecedência o valor da conta. A implementação deste trabalho possibilitou identificar a importância da convergência de áreas para a implementação de projetos dessa natureza (Elétrica, Eletrônica, e Computação) para o desenvolvimento de novos produtos. 147 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLEGRO. MicroSystems, Inc. Current Sensor ICs. Disponível em: < http://www.allegromicro.com/en/Products/Sanken-Products.aspx>. Acesso em: 30 Nov. 2012. BERTOLI, R. A. Departamento de Eletroeletrônica. 2000, 96p. Apostila da disciplina de Eletrônica. Colégio Técnico de Campinas. BOYLESTAD, R. L. Introdução à Análise de Circuito. 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