Sem título-5 - Brasil Sustentável Editora

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Garças
Considerado como “Santuário Ecológico” por conter um valioso banco genético, forma um ecossistema
complexo e frágil, pois as teias de
relações ou interações entre seus
elementos são muito delicadas.
Por causa de seu esplendor, o
Pantanal recebeu o título de
Patrimônio da Humanidade pela
UNESCO (Organização das Nações
Unidas para a educação, a ciência
e a cultura).
Neste ecossistema ocorre um ciclo
periódico de cheias e vazantes. No
período das cheias, esta região se
torna a maior planície de inundação contínua da Terra; as águas
chegam a cobrir 2/3 da região
pantaneira representando uma das
mais importantes áreas úmidas da
Parte integrante do Dicionário O Ser Humano e o Meio Ambiente de A a Z, 3ª. e 4ª Edições. Todos os direitos
reservados, proibida a reprodução total ou parcial de forma alguma sem a permissão da Editora. Brasil Sustentável
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América do Sul, com ambientes de alta
produtividade biológica, grande densidade e diversidade de fauna. As chuvas se iniciam na estação do verão
pantaneiro, de novembro a janeiro,
tornando-se cada vez mais intensas.
Quando chega o mês de março, os
rios já estão transbordando. Nos
meses de maio a julho inicia-se a
vazante. E do mês de agosto a outubro é o período da estação seca.
Localização: No Brasil, o Pantanal
localiza-se a oeste do Planalto Central, ocupando terras dos estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Estende-se, também, por uma gran-
Rios: O Pantanal é um ecossistema
situado no interior de uma complexa
rede de rios na Bacia do Paraguai.
Das terras mais elevadas descem rios
que vão desaguar no rio Paraguai,
destacando-se: Cuiabá, Miranda,
Negro, Piquiri, São Lourenço,
Taquari, Correntes. A velocidade
das águas é muito pequena devido
à pouca declividade do terreno e o
Paraguai não consegue escoá-las
por completo; forma-se assim um
ambiente alagado, rico em nutrientes, graças ao depósito de segmentos trazidos pelos rios.
Vegetação: É uma das áreas com
vegetação mais complexa do Brasil,
não havendo uma flora endêmica
neste ecossistema. Sua vegetação é
Ao longo dos cursos de água, e nas
partes mais elevadas encontram-se
as matas ciliares, importantes para
o ecossistema, por abrigarem
inúmeras aves e também por impedirem o assoreamento dos rios.
Esses diferentes tipos de vegetação constituem uma for ma de
mosaico variado e é daí que surge
a denominação “Complexo do
Pantanal”.
Ár
es: Existem diversas árvores
Árvvor
ores:
de valor comercial no Pantanal:
jacarandá, jatobá, sucupira, tamboril, tabebuia, etc.
Outras plantas do extrativismo vegetal como a poaia, no uso da indústria farmacêutica ou quebracho
utilizado na indústria do couro, entre outras árvores que fornecem
madeira como matéria-prima, vêm
através do extrativismo irracional e
predatório, causar grande diminuição
de algumas delas, comprometendo
fatalmente o equilíbrio ecológico
na região.
Fauna: O Pantanal como banco genético de animais é inquestionável, abrigando diversas espécies de animais.
Possui uma rica fauna, adaptada às
inundações. Embora, o número de
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Solo: Nas terras pantaneiras os solos são inférteis, pobres para o cultivo, arenosos e argilosos. Embora o
solo seja pobre, recebe enorme
quantidade de matéria orgânica dos
vários rios que o atravessam.
composta por inúmeras espécies
vegetais típicas de outras regiões
do país como das florestas, dos
campos, do cerrado e nas áreas
mais secas, com uma paisagem semelhante à caatinga. Como área
de transição, a região do Pantanal
ostenta muitos ecossistemas terrestres, com afinidades, sobretudo,
com os cerrados e em parte com a
Floresta Amazônica, além de
ecossistemas aquáticos e semiaquáticos, interdependentes em
maior ou menor grau.
Meio de tr anspor te típico
Garça
de região dos países vizinhos, como
o Paraguai e a Bolívia.
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Jacaré ( Caiman yacare)
Veado-campeir o
Onça-pintada
(Oz
otocer
us
(Ozotocer
otocerus
( Panthera
be
bezz oar ticus)
onca)
albus)
( Casmerodius
Garça-branca-grande
espécies seja três vezes menor
do que a que ocorre na Amazônia, a quantidade de indivíduos é
muito maior.
Existem mais aves no Pantanal
(cerca de 656 espécies) do que
em toda a América do Nor te (cerca de 500 espécies). Entre as aves
pantaneiras, citamos jabur us,
carão, biguás sendo o tuiuiú, sua
ave-símbolo. Temos cerca de 263
espécies de peixes em seus rios,
possuindo o maior estoque de peixes de água doce do mundo, onde
a maioria é de grande interesse
para a pesca como, o pacu, o
pintado, a traíra, o dourado, a
piranha e o curimatã. Entre os mamíferos podemos citar cerca de 80
espécies, destacando-se a anta
(maior mamífero da América do Sul),
a onça, o cervo-do-pantanal, a
capivara, a ariranha, o queixada,
o porco-espinho e o tamanduábandeira. Cerca de 50 espécies de
répteis vivem no Pantanal, merecendo destaque especial o jacaré, encontrado facilmente nas margens dos
rios, e devido ao seu couro valioso é
vítima de intensa perseguição.
Impactos: Constatam-se como resultado da pressão do ser humano
no Pantanal grandes impactos ambientais; a presença de migrantes a
partir dos anos 70; a ocupação de
grandes fazendas de pecuária extensiva em milhares de hectares das
terras baixas; introdução em áreas
de terras altas a prática da agricultura da soja, do arroz, do trigo, do
milho e nos últimos anos da canade-açúcar para o abastecimento de
usinas de álcool, causando o
desmatamento de vastas áreas,
sendo que o manejo agrícola inadequado dessas lavouras ocasionou
entre outros fatores, a erosão de
solos e o aumento de partículas
sedimentáveis de vários rios; o
assoreamento dos rios como conseqüência das derrubadas de matas ciliares, que por sua vez impede
a piracema, comprometendo a reprodução dos peixes.
Relatório da EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) aponta que a destruição
pela ação humana, no ciclo natural de cheias e secas numa parte
do Pantanal em Mato Grosso do Sul,
soma o equivalente a três cidades
de São Paulo de área total do impacto ambiental.
As águas do Taquari são agredidas,
recebendo agrotóxicos e fertilizan-
A conclusão contida no trabalho
do Projeto Pantanal-Taquari, produzido em conjunto com o Instituto Alterra e a Universidade de
Wageningen, na Holanda, mostrou
segundo a chefe geral da EMBRAPA
Pantanal, Emiko Kawakami de
Rezende, que “O problema não é
novo, mas a compreensão dele é
Apesar de a imagem do Pantanal estar associada às áreas verdes cobertas por água, há também épocas de
vazante e de seca, essenciais para a
manutenção desse ecossistema. Esse
processo sazonal que vai da seca à
inundação é denominado “pulso
de inundação”; ele determina a riqueza das comunidades de peixes e
outros organismos aquático, bem
como a fertilidade da terra.
Ao longo do período de inundação
há também o desenvolvimento de
plantas aquáticas que filtram esses
detritos e os retêm em suas raízes,
o que propicia o desenvolvimento de
insetos, os quais também servem de
alimento a peixes. Quando o sistema seca novamente, restam os detritos, que são aproveitados pela
vegetação terrestre para crescer
durante o período de seca.
O relatório registrou o impacto do
alagamento permanente sobre a
oferta de peixe, resultando na diminuição da pesca, que além de propiciar menor quantidade de alimento
aos habitantes da região, mexeu
com a cadeia alimentar dos animais aquáticos e semi-aquáticos
como jacarés, lontras e diversas
aves.
Da mesma forma, o impacto prejudicou culturas de subsistência,
como o milho e feijão; atingiu a
criação de gado com a redução
das áreas de pastagens obrigando uma par te da população a migrar para outras cidades na região.
O ecossistema pantaneiro sofre de
diversas agressões que podem comprometer todo o seu equilíbrio
ambiental e, também, o dos ecossistemas vizinhos.
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“O sistema tem de encher e secar a
cada ano. Esse processo, no caso
dos peixes, faz com que haja uma
oferta muito maior de alimento. Com
a cheia, toda a vegetação terrestre
mais sensível morre. Ela se decompõe e se transforma em detrito, comida preferencial de peixes como
os curimbatás”, explica ainda
Rezende.
Plantação
Latas poluindo um rio
tes das plantações, provocando
envenenamento de aves e peixes,
e se destaca por ser um dos rios
mais poluídos do Pantanal, merecendo atenção e estudos por parte
de autoridades responsáveis pelo
meio ambiente.
nova”. Uma área total de 5.000 km2
foi transformada em trechos de
alagamento permanente devido ao
assoreamento do rio Taquari representando 3,6% da área de
140.000 km 2 do Pantanal, ocupada pelos estados de Mato Grosso
do Sul, encontrando-se o trecho
afetado onde o curso natural do
rio desapareceu devido ao
desmatamento, próximo do encontro das águas do Taquari com o rio
Paraguai, no chamado baixo
Taquari. Segundo Rezende, essa
inundação permanente transformou-se num ambiente que funciona como um lago oligotrófico, isto
é, pobre em nutrientes.
• os dejetos (esgotos) das cidades
próximas aos rios;
• a contaminação gerada pelo mercúrio proveniente dos garimpos;
• o assoreamento, também, gerado pela atividade dos garimpos
de ouro e que coloca em risco a
produtividade biológica dos rios
e riachos;
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Rede elétrica
Queimadas
Plantação
Desmatamento
Os rios são vitais para a vida
pantaneira. Quando um dos rios
é contaminado, essa poluição
acaba se espalhando por toda a
região no período das cheias.
Assim, podemos citar como exemplo de contaminação dos rios e
agressão ambiental:
• o tráfico e caça incessante de animais;
• as queimadas, que aniquilam a fauna
e flora da região, além de modificar a composição nativa do solo;
• a pesca predatória, que põe em
risco o equilíbrio dos rios;
• a constr ução de rodovias,
hidroelétricas, diques para irrigar as plantações no Cerrado,
ecossistema vizinho ao Pantanal,
que tem modificado a periodicidade nativa das inundações
pantaneiras e, também, contaminado parte das bacias dos rios
que constituem este ecossistema.
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