REVOLUÇÃO CUBANA ANTECEDENTES E CAUSAS DA REVOLUÇÃO CUBANA No início do século XX, Cuba era uma colônia (neo-colônia), norteamericana. Desgastada com a administração corrupta e claramente favorável ao capital estrangeiro, o povo começava a se inquietar de maneira preocupante para a metrópole. O movimento operário estava ganhando força e se fazendo notar, principalmente com duas grandes greves: dos Aprendizes (1902) e da Moeda (1907). Sofrendo pelo altos níveis de inflação gerada pela Primeira Guerra Mundial e tendo sua economia baseada na monocultura da cana-de-açúcar, sendo os Estados Unidos seu comprador quase exclusivo, a Grande Depressão de 1929, deixou claro que a situação em Cuba era muito frágil, já que 70% de sua economia era controlada pelo capital estadonidense. Estando a pouco mais de 100 km de distância de Miami, o território cubano se tornou o quintal dos ricos e emergentes que passavam em Cuba seus finais de semana. O que era ilegal nos Estados Unidos, era amplamente praticado em Cuba. Um lugar onde os yankees gastavam seus dólares com sexo, drogas e jogatina, a noite se enchia de prostitutas, malandros e vagabundos: claro, todos eles cubanos. Até então Cuba esteve nas mãos de diversos dirigentes. Sempre sob o olhar e a mão firme da metrópole que defendia seus lucros e favorecia apenas a minoria burguesa, (onde a maioria era norte-americana com alguns poucos cubanos). Até que Fulgêncio Batista em 10 de março de 1952 tomou o poder através de um golpe assistido e apoiado pelos norte-americanos. Paralelamente a isso, ocorreram diversas greves e revoltas. Sempre partindo do proletariado que se unia e do movimento estudantil que ganhava força. As primeiras ações sentidas foram os ataques e tentativas de tomada dos quartéis de Moncada e de Carlos Manuel de Céspedes, em 26 de Julho de 1953. A ação conjunta fracassou, resultando na morte de vários combatentes, em sua maioria jovens estudantes e a prisão de outros tantos. Entre os presos estava Fidel Alejandro Universidade de Havana. Castro Ruz, recém-formado advogado pela Outros movimentos de revolta também tentaram ataques isolados, tendo todos fracassado. Enquanto isso Fidel Castro é liberto e exilado no México. E foi lá então, que reuniram-se condições, convergiram fatores, para que se pensasse em uma verdadeira guerrilha. Fidel tinha em torno de si uma grande rede de contatos que o apoiariam; foi com esse objetivo então, que em 1954, funda o Movimento Revolucionário 26 de Julho (M-26-7). Baseado no México, articula ações e conta com casas de apoio e representantes, principalmente em Cuba, Guatemala e Estados Unidos. Vivendo na clandestinidade, o M-26-7 tem grandes planos, mas tem maiores ainda dificuldades. Conciliar egos e pensamentos diferentes, manter o movimento coeso e unificado, treinar combatentes, angariar recursos e pessoal, evitar espiões e traidores. Num processo lento o plano é traçado: Penetrar com um foco guerrilheiro através das florestas ao sudoeste da ilha, aos pés da Sierra Maestra e espalhar a revolução, contando com a adesão popular e dos camponeses que vivem miseravelmente ali. A revolução: primeiro combates Sob a liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto “Che” Guevara, um pequeno grupo de aproximadamente 80 homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças do governo. O primeiro combate depois da chegada à serra ocorreu em 17 de janeiro de 1957, contra uma patrulha mista, e acabou com a tomada da Comandancia de La Plata, que foi transformada em base pelos rebeldes. Em fevereiro, os revolucionários receberam na serra o jornalista Herbert Matthews, do "New York Times", que tinha o crédito de ter "apresentado" o personagem Fidel aos Estados Unidos e ao mundo. Sofreram mais ataques. Fidel dividiu a guerrilha em colunas lideradas por Cienfuegos, Che e Raúl. Paralelamente à guerrilha, grupos civis fizeram ações de insubordinação contra Batista nas principais cidades cubanas. Enfraquecida pelas denúncias de corrupção, a ditadura perdia apoio. Em 13 de março de 1957, uma tentativa de matar Batista fracassou em Havana. A guerrilha promoveu uma série de atentados e sabotagens e, em maio de 1957, capturou o quartel de El Uvero, na batalha considerada por Fidel como "a maioridade" militar de seus homens. No fim do ano, o Exército tentou tomar Sierra Maestra, mas não conseguiu. Em abril de 1958, foi convocada uma greve geral contra Batista. Mas, sem o apoio da guerrilha, a iniciativa fracassou. Fidel declarou "guerra total" a Batista, e as colunas rebeldes avançaram em todas as direções no território cubano. Batista lançou uma ofensiva de 10 mil homens contra La Plata, e foi derrotado após 74 dias de batalhas como as de Jigüe, Santo Domingo e Las Mercedes, lideradas pelo próprio Fidel. A derrota do Exército mudou o curso da guerra. As colunas de Che e Cienfuegos tomaram as províncias centrais da ilha. A batalha de Guisa, em novembro de 1958, marcou o início da última ofensiva revolucionária e abriu caminho para Santiago. A essa altura, os revolucionários eram cerca de 3.000 homens armados, número que subiu a 40 mil até a tomada de Havana. As colunas fecharam o cerco sobre Santiago de Cuba. Em 1º de janeiro de 1959, Fulgencio Batista deixou Cuba rumo à República Dominicana. Depois, partiu para o exíilio na Espanha, então sob domínio do ditador Francisco Franco. Uma semana depois, Fidel entrou triunfalmente em Havana e assumiu o cargo de primeiro-ministro do Governo Revolucionário. A guerrilha de Sierra Maestra havia sido vencida. Entre outras propostas, o novo governo defendia a realização de uma ampla reforma agrária e o controle governamental sob as indústrias do país. Obviamente, tais proposições contrariavam diretamente os interesses dos EUA, que respondeu aos projetos cubanos com a suspensão das importações do açúcar cubano. Dessa forma, o governo de Fidel acabou se aproximando do bloco soviético para que pudesse dar sustentação ao novo poder instalado. A aproximação com o bloco socialista rendeu novas retaliações dos EUA que, sob o governo de John Kennedy, rompeu as ligações diplomáticas com o país. A ação tomada no início de 1961 foi logo seguida por uma tentativa de contra-golpe, no qual um grupo reacionário treinado pelos EUA tentou instalar sem sucesso - uma guerra civil que marcou a chamada invasão da Baía dos Porcos. Após o incidente, o governo Fidel Castro reafirmou os laços com a URSS ao definir Cuba como uma nação socialista. Para que a nova configuração política cubana não servisse de exemplo para outras nações latino-americanas, os EUA criaram um pacote de ajuda econômica conhecido como “Aliança para o Progresso”. Em 1962, a União Soviética tentou transformar a ilha em um importante ponto estratégico com uma suposta instalação de mísseis apontados para o território estadunidense. A chamada “crise dos mísseis” marcou mais um ponto da Guerra Fria e, ao mesmo tempo, provocou o isolamento do bloco capitalista contra a ilha socialista. Com isso, o governo cubano acabou aprofundando sua dependência com as nações socialistas e, durante muito tempo, sustentou sua economia por meio dos auxílios e vantajosos acordos firmados com a União Soviética. Nesse período, bem-sucedidos projetos na educação e na saúde estabeleceram uma sensível melhoria na qualidade de vida da população. Entretanto, a partir da década de 1990, a queda do bloco socialista exigiu a reformulação da política econômica do país. Consequências da revolução Cubana: Nacionalização de bancos e empresas; Reforma agrária; Reformas nos sistemas de educação e saúde. Fortalecimento da posição do bloco soviético na América, o que levou ao episódio da Crise dos Mísseis (durante a Guerra Fria), e o isolamento da economia cubana do praticamente todo o resto do mundo não-comunista, que até os dias de hoje continuam embargando a economia Cubana. PÓS-REVOLUÇÃO E CONCLUSÃO Depois de um discurso de posse, transmitido pela TV, onde as forças libertadoras entregavam Cuba para os cubanos, tem início em Cuba uma nova era. Os muitos anos seguintes seriam dedicados ao expurgo dos exfuncionários batistianos e ao julgamento daqueles que se quedaram ou foram feitos presos durante as batalhas. Muito criticou-se também os métodos utilizados para o julgamento e os pelotões de fuzilamento, que era o destino final dos condenados. Che era o responsável pelo Tribunal Sumário e há quem se refira, como holocausto. Porém esquecem que foi uma guerra e das milhares de pessoas que morreram nas mão desses a quem estava se dando a chance de um julgamento. O papel do Estados Unidos durante a revolução era de indiscutível e declarado apoio às forças batistianas. Enquanto que o da União Soviética também se fez presente apoiando Fidel e o regime comunista que aos poucos foi emergindo. Estamos em plena Guerra Fria. Depois da vitória rebelde ainda muitas águas rolariam. Desde tentativas de contrarrevolução, financiadas pela CIA, como a da Baía dos Porcos; ou a Crise dos Mísseis envolvendo os EUA e a URSS que por pouco não deu início s temida Guerra Nuclear. Também foi feita uma tentativa de envenenar Fidel. Admitindo que não conseguiria reverter a situação militarmente sem causar um grande alvoroço internacional, os Estados Unidos decidem então apelar para a “violência econômica”, assim denominada por Fidel. Em outras palavras, colocaram em prática o embargo comercial, (ainda em vigor), onde não mais comprariam nem venderiam nada a Cuba. Não satisfeitos, pressionaram muitos outros países da América e Europa a fazer o mesmo. Com o passar dos anos a maioria desses países voltou a se relacionar comercialmente, porém as relações diplomáticas entre Cuba e os EUA estão cortadas até os dias de hoje.