`4 Luas`, Renato Seerig celebra 10 anos do projeto Wildlife

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Diário
DIVERSÃO
& ARTE
SANTA MARIA
SEGUNDA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2009
2
REPRODUÇÃO
OBRAS DE
IBERÊ EM
GRANDE
MOSTRA NA
CAPITAL
Página 3
Editor: Francisco Dalcol ☎ 3220.1872
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SÍLVIA MEDEIROS
, DIVULGAÇÃO
FOTOS RENATO SEERIG
E
Fotografia
de fases
Com ‘4 Luas’, Renato
Seerig celebra 10 anos
do projeto Wildlife, sobre
natureza e vida selvagem
NA WEB
Para conhecer
outros projetos
e trabalhos do
fotógrafo, visite seu
site oficial www.
renatoseerig.com
Parece dia, mas não é: luz da lua e
recursos de câmera iluminam fotos
nas Cataratas do Iguaçu, no Paraná
ram tempos de lua nova. Nessa fase da lua,
indica a astrologia, é tempo de dar início a
um movimento, seja ele qual for, e concentrar as energias em um objetivo. Foi o que o
santa-mariense Renato Seerig fez, em 1999:
criou o projeto Wildlife (vida selvagem), trabalho que se
tornaria, pouco tempo depois, sua marca registrada. Conhecido como o fotógrafo da vida silvestre, ele buscou na
natureza uma nova direção para a sua vida. De 2006 para
cá, Seerig resolveu fotografar o Parque Nacional do Iguaçu sempre à noite, apenas com a luz das diferentes fases
da lua. O projeto inédito foi transformado na exposição 4
Luas, seu mais recente trabalho, que foi exposto em Santa
Maria no início de dezembro.
O projeto Wildlife, que completou 10 anos em outubro,
arrecadou diversas histórias. O trabalho voluntário que
desenvolvia na Turma do Ique, grupo de apoio a crianças e adolescentes com câncer, do Hospital Universitário
de Santa Maria (Husm) e os conselhos do amigo e colega
Fernando Bueno, foram os pilares que sustentaram e ainda mantêm a decisão de Seerig: criar um projeto social
voltado à natureza para doar parte da renda arrecadada
com a venda de imagens a centros de convivência que ajudem crianças a combater a leucemia.
– Fernando disse que minha vocação era fotografar a natureza. Resolvi
seguir o conselho. Costumo chamá-lo
de dindo – brinca Seerig, 50 anos.
Objetivo traçado, o próximo passo
seria escolher que lugares gostaria de
reproduzir por meio de suas lentes.
Parques naturais sem presença humana, protegidos pela Unesco, eram o seu Fotógrafo fez
foco. Isso tudo sem sair da América 15 viagens
Latina. O primeiro local a receber o fo- às cataratas
tógrafo santa-mariense foi a Península
Valdés, na Patagônia Argentina, que ele visitou cinco vezes
entre 1999 e 2005. Em 2003, o rumo foi o Parque Nacional
Los Glaciares, na província de Santa Cruz, na Argentina. O
local foi declarado patrimônio da humanidade em 1981.
Lua cheia – Foi em Los Glaciares que Seerig teve a ideia
do próximo destino.
– Eu pensei: “Se tem todo este gelo, um dia ele vai derreter”. Aí, procurei as águas – diz Seerig.
Escolheu o Parque Nacional do Iguaçu, e, quando contou a ideia de fotografá-lo à noite para o amigo Fernando
Bueno, percebeu que esse trabalho marcaria uma nova
fase em sua trajetória. Foi em setembro de 2006, na primeira lua cheia da primavera. Diz a astrologia que o que
começa em períodos de lua nova pode atingir seu ápice na
lua cheia. E Seerig parecia colher os frutos de sua escolha:
– Fui atrás da luz da lua. Me perguntava: “Que luz é
essa?”. Esse projeto durou dois anos e meio. Foram 15
viagens e 150 madrugadas. Primeiro, trabalhei no lado do
Brasil e, depois, na Argentina – conta o santa-mariense.
O trabalho inédito realizado
por Seerig nas cataratas do Iguaçu
rendeu ao fotógrafo mais de 400
imagens, feitas com a técnica da
longa exposição – isso possibilitou o registro de detalhes que não
se enxergam a olho nu. Hoje, o fotógrafo, que também deu aula por
três anos na Universidade de Santa
Cruz do Sul (Unisc), está dividido
entre duas paixões.
– O gelo e o mar. Tenho dois corações – brinca o santa-mariense.
E a lua, independentemente da
fase, Seerig garante que sempre vai
acompanhá-lo.
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