Artigo modificado

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V CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA
V NATIONAL CONGRESS OF MECHANICAL ENGINEERING
25 a 28 de agosto de 2008 – Salvador – Bahia - Brasil
August 25 – 28, 2008 - Salvador – Bahia – Brazil
CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PROTÓTIPO
CONTROLADOR DE CARGA DE BATERIAS PARA TURBINAS EÓLICAS
DE PEQUENO PORTE
Daniel Ferreira Nipo1, [email protected];
Pedro André Carvalho Rosas2, [email protected];
Alex Maurício Araújo3, [email protected];
Alexandre de Lemos Pereira 4, [email protected];
Armando Lúcio Ramos de Medeiros5, [email protected];
Ana Rosa Mendes Primo6,, [email protected].
1,2,3,4,5,6
Pe Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco – Av. Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade
Universitária, Recife, 50740-530, PE, Brasil, Fax: 55-81-21268232.
Con08 -1331
RESUMO
Este trabalho apresenta a concepção e o desenvolvimento de um protótipo de um circuito controlador de carga de
baterias para aplicação em turbinas eólicas de pequeno porte. O controlador desenvolvido possibilita a recarga de um
banco de baterias de forma técnica e economicamente viável, garantindo a estabilidade de tensão e a alimentação de
cargas DC ou inversores DC/AC. O modelo foi concebido para uma Turbina Eólica WG 910 com potência nominal de
100 W, de fabricação americana, cuja caracterização elétrica foi realizada a partir de experimentos em bancada de
testes. O circuito foi totalmente desenvolvido com tecnologia local e a um custo competitivo se comparado com o
original do fabricante. Com a implementação deste circuito foi possível obter uma grande estabilidade da tensão a ser
aplicada ao banco de baterias mesmo com a variação da de entrada em mais de 100% do valor nominal.
Palavras-chave: Energia Eólica, Controlador de Carga, Turbinas Eólicas de Pequeno Porte.
1. INTRODUÇÃO
A energia elétrica é considerada a mais nobre das formas de energias secundárias atualmente disponíveis. Na
eletrificação de locais remotos onde o acesso à rede elétrica convencional é difícil e onde os custos de instalação e
manutenção são proibitivos ou inviáveis, as soluções a partir de fontes renováveis de energia e particularmente por
energia eólica vêm se revelando técnica e economicamente viáveis. Para tais aplicações a utilização de pequenas
turbinas eólicas é uma solução para atender às comunidades mais afastadas dos grandes centros urbanos e dos centros
de geração de eletricidade. Devido às características estocásticas do vento incidente no rotor de uma turbina eólica, a
energia elétrica na saída do gerador apresenta flutuações em tensão e em freqüências geradas, causando grandes
instabilidades. Estas flutuações são extremamente desaconselháveis para alimentação dos mais diversos tipos de cargas
elétricas que exijam boa qualidade da energia com a qual são alimentadas, (Heier, 1998).
2. JUSTIFICATIVAS
Os principais aspectos justificadores deste trabalho são de que o desenvolvimento tecnológico buscado deverá ter
como alvo três vantagens fundamentais:
• garantir a estabilidade da tensão a ser fornecida para o carregamento da bateria de acordo com as
recomendações do fabricante, de modo a otimizar sua vida útil;
• ser de fabricação a partir de componentes facilmente encontrados no comércio nacional;
• ter custo competitivo, vida útil longa e ser robusto.
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3. CASO EM ESTUDO
O controlador de carga desenvolvido foi projetado para aplicações com turbinas eólicas de pequeno porte sendo
testado em laboratório com uma Turbina Eólica Rutland Windcharger - WG 910, fabricada pela Marlec (Marlec, 2005),
para aplicações de carregamento de bancos de baterias como parte integrante do trabalho de Nipo, (Nipo, 2007).
A tensão gerada pela Turbina é, em princípio, alternada senoidal e a Marlec já provê um retificador em ponte de
diodos inserido na nacele de modo que na saída obtém-se uma tensão contínua pulsante, por retificação em onda
completa. Em termos de tensão nominal entregue à carga, o modelo WG 910 é especificado para 12 V ou para 24 V
sendo que, o exemplar utilizado fornece tensão nominal de 12 V e potência de 100 W. A potência nominal é obtida para
uma velocidade de vento em torno de 12m/s. Entretanto, pode-se conseguir uma potência máxima de 180 W para
velocidades de vento da ordem de 20m/s. O fabricante fornece a característica da tensão gerada com relação à
velocidade de rotação do gerador, através da curva de tensão em circuito aberto (sem carga).
A Figura (3.1) mostra um exemplar da Turbina Eólica WG 910 instalada em campo.
Figura 3.1 – Turbina Eólica Rutland Wincharger WG 910 - Cortesia: MARLEC (Marlec, 2005).
3.1 O Regulador de Carga da Turbina Eólica WG 910
A turbina eólica opera com um regulador de carga do tipo Shunt modelo SR 200, conforme Fig. (3.2) o qual
destina-se à regulagem de tensão e é aplicado para pequenas turbinas eólicas e painéis solares sendo comercializado a
cerca de U$ 280.
Figura 3.2 – Reguladores SR 200 e HRS 913 respectivamente – Cortesia: Marlec (Marlec, 2005).
O SR 200 opera em sistemas isolados híbridos eólico/painéis solares e recebe simultaneamente alimentação elétrica
da turbina eólica e dos painéis efetuando seu adequado controle de modo a prover com segurança a carga de um banco
de baterias.
Atualmente o regulador de carga SR 200 tem sido substituído por uma versão mais moderna cujo modelo é o HRS
503 ou HRS 913. O regulador de carga HRS 503 monitora constantemente a tensão da bateria e pré-seleciona o nível de
corte inicial em 13,8 V e a tensão máxima em 14,4 V. O sistema dispõe de Diodos Emissores de Luz (LEDs)
indicadores das condições de carregamento e estabelece um controle do valor máximo na bateria, através de um circuito
em paralelo que desvia o excesso de energia.
4. CIRCUITOS CONTROLADORES DE CARREGAMENTO DE BATERIAS: O ESTADO DA ARTE
Os circuitos controladores de carregamento de bateria são equipamentos que convertem a tensão alternada gerada
pela turbina eólica em tensão contínua de valor adequado para fins de alimentar uma bateria ou banco de baterias,
cargas elétricas que necessitam de alimentação com tensão contínua ou inversores de tensão DC/AC.
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4.1 Princípio de Funcionamento e Principais Configurações
De uma maneira geral um circuito controlador de carregamento de baterias, usado em aplicações isoladas e
alimentado por turbina eólica, consiste de: um retificador, um circuito de filtragem e de um circuito de controle da
potência a ser aplicada à bateria, (Drouilhet et all, 1995).
A Figura (4.1) exibe um diagrama em blocos dos modelos mais habituais de configurações de sistemas de
carregamento de bateria por turbinas eólicas.
Figura 4.1 – Principais configurações de sistemas de carregamento de baterias.
A configuração (1) é uma das mais simples e mostra que a tensão alternada oriunda da Turbina Eólica (TE) é
aplicada à bateria após passar por um retificador (R) que a transforma em tensão contínua pulsante. Este sistema é
aplicado particularmente para turbinas eólicas de pequeno porte e não possui dispositivo de controle da energia a ser
aplicada ao banco de baterias, pois se espera que os acumuladores (B) mantenham constante a tensão aplicada aos seus
terminais.
A configuração (2) é bastante similar à configuração (1) acrescida de um capacitor de acoplamento (C) que
filtra os possíveis ruídos elétricos emitidos pela TE e viabiliza o casamento de impedâncias particularmente nas altas
freqüências.
A configuração (3) mostra um sistema de qualidade já bastante melhorada com relação aos anteriores. Nele há
um dispositivo conversor de tensão, que no diagrama corresponde ao bloco “Conversor CC de Tensão”, a ser entregue à
bateria e um sistema de controle de carga, que no diagrama corresponde ao bloco “Controlador”, o qual regula a
qualidade da energia a ser entregue à bateria (B).
A configuração (4) é bastante similar à configuração (3) acrescida apenas do capacitor de acoplamento (C) que
filtra os possíveis ruídos elétricos emitidos pela TE e viabiliza um melhor casamento de impedâncias nas altas
freqüências.
5. O CIRCUITO CONTROLADOR DE CARREGAMENTO DE BATERIAS PROPOSTO
O Circuito Controlador de Carregamento de Baterias desenvolvido neste trabalho foi concebido baseado na
configuração (4).
5.1 Diagrama em Blocos do Sistema
Figura 5.1 – Diagrama em blocos do Sistema Controlador de Carregamento de Baterias.
Legenda:
1 – TE → dispositivo responsável pelo fornecimento da energia renovável que irá alimentar as cargas;
2 –Etapa retificadora de tensão → usa uma ponte retificadora integrada, que converte a tensão alternada oriunda da TE
em tensão contínua pulsante;
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3 – Etapa de filtragem → filtra os pulsos de tensão contínua oriundo da etapa retificadora de tensão, transformando a
tensão contínua pulsante em tensão contínua com ripple (pequeno fator de ondulação);
4 – Etapa estabilizadora de tensão → etapa responsável pelo fornecimento de uma tensão invariável no tempo que irá
ser fornecida ao circuito comparador para fins de decisão sobre qual carga será alimentada;
5 – Circuito amplificador de potência → circuito responsável pela quantidade adequada de energia a ser entregue à
bateria/inversor de forma a alimentá-los conforme suas necessidades de projeto;
6 – Inversor → dispositivo eletrônico que irá converter a energia recebida da bateria/TE em tensão alternada de 110 ou
220 V a ser usada para alimentar cargas CA;
7 – Bateria Chumbo-ácido→ dispositivo a ser usado para armazenar energia elétrica recebida da TE.
5.2 Desenvolvimento do Circuito Controlador de Carregamento de Baterias
O Circuito Controlador de Carregamento de Baterias proposto é do tipo controlador série e manterá a tensão
aplicada ao banco de baterias em um valor fixo, ajustável, em torno de 13,8 Volts.
5.2.1 Circuito de Controle de Carga com Regulador de Tensão Integrado
A TE WG 910 em condições normais de operação, já fornece uma tensão retificada por um retificador em ponte de
diodos, BF37933. Este componente é um dos integrantes dos dispositivos existentes na nacele da TE.
A Figura (5.2) exibe o diagrama elétrico do Circuito Controlador de Carregamento proposto.
Figura 5.2 – Diagrama elétrico do Circuito Controlador de Carregamento de Baterias proposto.
O circuito da Fig. (5.2) estabiliza a tensão retificada, fornecida pela TE, o qual mediante um ajuste do trim-pot P1
determina o valor mais adequado de tensão a ser aplicado à bateria.
O Fusível F1 é um dispositivo de proteção contra picos de corrente demandada pela carga, de 10 A, compatível com
a corrente máxima que a TE fornecerá que é de 8,33A.
A tensão fornecida pela TE é contínua pulsante e deverá ser filtrada pelo capacitor C1 para ser então aplicada ao
circuito eletrônico que irá promover sua estabilização.
Como elementos de filtros foram usados os capacitores eletrolíticos C1 e C2 , (Malvino, 2004).
O Circuito Integrado (CI) µA 7812 é um circuito estabilizador de tensão contínua a três terminais (1 - entrada, 2 terra e 3 - saída), da família 78XX, onde o “XX” representa o valor da tensão de saída. O CI admite uma tensão de
entrada máxima de 37 V e necessita de uma tensão mínima na entrada de: XX + 2,0 V para poder operar
adequadamente, de acordo com Bogart (Bogart, 2001).
Se no pino 2 do CI for colocado um diodo zener e um trim-pot, conforme exibido na Fig. (5.2), pode-se ajustar o
valor da tensão de saída de “XX” até “XX + Vz”, onde Vz é o valor da tensão zener. Com este procedimento ter-se-á
uma tensão estabilizada e ajustada pelo diodo zener Dz1 e pelo trim-pot P1, na saída do CI, a ser aplicada na base (B) do
transistor amplificador de potência T1 proporcionando desta forma, sua adequada polarização de forma a se obter 13,8V
no emissor (VE = 13,8 V).
O valor máximo da tensão de saída a ser aplicada à bateria pode ser ajustado em 13,8V através de P1 que controla o
nível de tensão na base do transistor T1 o qual, em condições normais de polarização fixa uma tensão VBE de 0,7V .
A tensão na base de T1 deverá ser:
VB = VE + VBE (=0,7V) = 13,8 + 0,7 = 14,5 V
(1)
O CI nas condições em que irá operar no circuito necessitará receber no seu terminal de entrada: 16,5 V (14,5
+ 2,0 V).
Nestas condições mesmo que a tensão no coletor de T1 (VC) varie bastante acima de 16,5V, a tensão no
emissor (VE) permanecerá constante em torno de 13,8V.
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5.2.2 Implementação do Circuito de Controle de Carregamento de Bateria
As Figuras (5.3a) e (5.3b) mostram o protótipo do Circuito de Controle de Carregamento da Bateria que foi
implementado em uma placa de fenolite de (115 x 55) mm para efetivação dos experimentos.
Figura 5.3a e Figura 5.3b – Aspectos do protótipo do Circuito de Controle de Carregamento de Bateria.
Nas Figuras (5.3a) e (5.3b) observa-se com destaque os capacitores de filtro de entrada da tensão retificada oriunda
da TE a ser estabilizada e o trim-pot de ajuste do valor da tensão a ser regulada para carregar a bateria.
6. METODOLOGIA DOS ENSAIOS EXPERIMENTAIS
Os ensaios foram efetuados com a TE instalada em uma bancada de testes e submetida a um acionamento mecânico
por um motor elétrico que teve sua velocidade de rotação controlada por um dispositivo de controle de potência.
Durante os testes foram observados os comportamentos da variação da tensão, potência elétrica gerada e das perdas,
de modo a verificar a viabilidade técnica da concepção e projeto do Circuito Controlador de Carregamento de baterias.
As medições foram realizadas com velocidades de rotação variando de 0 a 2000 rpm, faixa de rotação compatível
com a geração de tensão da TE dentro dos limites de valores nominais da mesma, preservando suas especificações de
segurança.
6.1 Bancada de Testes
Para a realização dos ensaios experimentais foi projetada e implementada uma bancada de testes. A mesma foi
construída com uma caixa de madeira em sua região superior com dispositivo apropriado para suporte, acomodação e
encaixe da TE, com a finalidade de garantir sua fixação e estabilidade mecânica, conforme exibido nas Fig. (6.1a) e
(6.1b).
Ajuste da
velocidade
do motor
Figuras 6.1a e 6.1b – Bancada de testes projetada e construída para efetivação dos ensaios experimentais.
O acionamento mecânico da TE, pelo motor elétrico, é efetuado por meio de transmissão flexível constituída por
correia de borracha sintética de modo a preservar a integridade do seu rotor.
Para controlar a rotação do motor elétrico de acionamento e simular as condições de funcionamento da TE, foi
projetado e implementado um circuito eletrônico com chaveamento por tiristor de modo a variar sua velocidade de
rotação. O circuito controla o ângulo de condução do tiristor, a tensão e corrente elétrica entregues ao motor elétrico,
simulando a variação de velocidade de rotação da TE.
6.1.1 Equipamentos Usados nos Experimentos
* tacômetro digital1 conforme exibido nas Fig. (6.2a) e (6.2b), com a finalidade de caracterizar o comportamento
elétrico da TE, em função da velocidade de rotação do rotor;
1
Tacômetro digital de Fabricação Minipa modelo: MDT 2245 com memória para armazenamento da medida efetuada e resolução até os décimos da
grandeza selecionada para medição, podendo ser chaveado para medições de velocidades de rotação em rpm, ou velocidades de deslocamento
tangencial em m/s, ft/min ou pol/min.
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Figuras 6.2a e 6.2b – Tacômetro usado e procedimento para medição das rotações da TE.
* multímetros eletrônicos digitais2 conforme ilustrado na Fig. (6.3) para efetivação das medidas de grandezas elétricas
alternadas e contínuas dos circuitos.
Figura 6.3 – Multímetros digitais usados nas medições de tensão, corrente e freqüência.
Durante os testes foram realizadas medições simultâneas de tensão de saída AC direto da TE, tensão DC após a
ponte retificadora, bem como a medição da freqüência da tensão gerada.
* cargas resistivas e baterias3 para fins de simulação das condições de funcionamento do sistema.
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.1 Análise do Desempenho do Circuito Controlador de Carregamento de bateria
A Figura (7.1) mostra a variação da tensão gerada pela TE em função da rotação do rotor na condição de vazio.
Figura 7.1 – Tensão gerada pela TE em função da rotação do rotor.
A Figura (7.1) indica uma relação linear da tensão gerada em função da velocidade de rotação do rotor da TE e
apresenta uma tensão nominal de 12V para uma velocidade maior que 250 rpm e que a tensão máxima de saída em
torno de 65 V, ocorre para uma velocidade de 2000 rpm.
A análise da Fig. (7.1) mostra que para tensões geradas pela TE maiores que 16,5 V na condição de vazio, o que
corresponde a uma velocidade de rotação do rotor mínima de 500 rpm, já há tensão suficiente para alimentar o Circuito
Controlador de Carregamento de Bateria que necessita de uma tensão mínima de 16,5 V na entrada, para estabilizá-la
em 13,8 V de modo a carregar a bateria.
7.2 Dados Obtidos a partir dos Experimentos em Bancada
Foram efetuadas medidas em um total de cinco faixas distintas de rotações do rotor, a cada 250 rpm, e até 1250
2
Multímetros digitais da marca Minipa sendo dois modelo: ET-2082B e um modelo ET-1110, todos de categoria II (profissionais) e com resolução de
uma casa decimal nas medidas das grandezas: tensão, corrente, resistência e freqüência;
3
Para efetivação dos testes foram usadas cargas resistivas de (3,3; 3,9; 4,7; 5,6; e 6,8)Ω usadas em distintas faixas de rotações do Rotor da TE e de
potências de 50, 75 e 100W, visando o perfeito casamento de impedância e ótima transferência de energia. Foram usadas também lâmpadas
incandescentes de (21, 50 e 100) W e baterias chumbo ácido seladas de 12V / 7Ah.
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rpm, com um mínimo de dez medidas em cada faixa, intercaladas a cada dez minutos.
Em cada medição foi efetuada uma verificação das grandezas em um intervalo de tempo não inferior a um
minuto.
A Figura (7.2) ilustra graficamente uma comparação entre os dados obtidos nos experimentos na bancada com os
dados do fabricante da TE.
Figura 7.2 – Comparação entre os dados medidos da tensão gerada pela TE com o fabricante.
A Figura (7.2) ilustra que, de maneira similar ao que foi apresentado pelo fabricante da TE, os experimentos de
bancada revelaram que a tensão gerada é diretamente proporcional à velocidade de rotação do rotor e que o valor
máximo, dentro dos limites estabelecidos e recomendados para os testes, ocorre para 2000 rpm.
7.3 Análise do Desempenho da Turbina Eólica em Carga
Para os ensaios da TE na condição de carga foram acopladas cargas resistivas na sua saída contemplando as
condições de casamento de impedância recomendadas para que houvesse a máxima transferência de energia entre a TE
e a carga, conforme Hirara, (Hirara, 2005).
A Tabela 7.1 foi obtida a partir dos valores médios de velocidade de vento, rotações, potência e tensões geradas em
condições de carregamentos distintos contemplando o perfeito casamento de impedância.
Tabela 7.1 – Velocidade de vento, rotações, potência e tensões geradas pela TE.
Vvento (m/s)
0
1
2
3
4
5
5,5
6
7
8
9
9,6
10
11
12
13
13,5
14
15
16
17
18
19
20
NTurb. (rpm)
0
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
800
850
900
950
1000
1050
1100
1150
1200
Pot. (W)
0
0
0
6
10
14
19
25
31
39
47
56
65
76
87
99
112
125
140
146
158
158
159
162
Vexp. AC (V)
0
3
5
6
8
9
11
13
14
16
17
19
20
22
24
25
27
28
30
32
33
35
36
38
Vs estab. (V)
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
10,0
12,0
12,5
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
13,8
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A Tabela 7.1 mostra que para valores de velocidades de rotação maiores que 500 rpm ou velocidade de vento
maiores que 7 m/s, a tensão da TE, após retificada, foi adequadamente estabilizada em 13,8V pelo Circuito Controlador
de Carregamento de Baterias.
8. DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE OS TESTES
Durante a execução do projeto foram enfrentadas diversas dificuldades :
8.1 – Adequação das características técnicas dos componentes eletrônicos encontrados no comércio com as
necessidades de projeto;
8.2 – Seleção e aquisição de elementos de carga para os experimentos;
8.3 – Rotina exaustiva de testes e tabulação de valores para fins de aquisição de dados.
9. CONCLUSÕES
Com o componente desenvolvido, obteve-se o aproveitamento da potência gerada pela TE a partir de 19 W com
tensões maiores que 10 V para carregar baterias. A estabilização da tensão a ser disponibilizada para a bateria ocorreu
com valores da ordem de 13,8 V, a partir de tensões de entrada de 16,5 V. O protótipo do Circuito Controlador de
Carregamento de Bateria proposto foi desenvolvido com tecnologia local a um custo inferior a U$ 100, portanto,
bastante competitivo com o preço de uma unidade similar do fabricante da TE estudada.
10. DIREITOS AUTORAIS
Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo do material impresso.
REFERÊNCIAS
Bogart, T. F. Jr., 2001, “Dispositivos e Circuitos Eletrônicos”, Ed. Makron Books, 3ª ed., São Paulo, Brasil, 463p.
Drouilhet, S., Muljadi, Eduard et all, 1995, “Optimizing Small Wind Turbine Performance in Battery Charging
Applications”, National Renewable Energy Laboratory, Wind Technology Division, 1617 Cole Blvd, Golden, Colorado
8040.
Heier, S., 1998, “Grid Integration of Wind Energy Conversion Systems”, John Willey & Sons, Canada, Ltd, 406p.
Hirahara, H., et all, 2005, “Testing basic Performance of a very small Wind Turbine Designed for Multi-purposes”, Vol.
30, nº 8, Oxford University.
Malvino, A., 2004, “Eletrônica” v. 1, Ed. Makron Books - 4ª ed., São Paulo, Brasil, 747 p.
Marlec Eng. Co Ltd <www.marlec.co>, 2005, “Rutland House Trevithick Rd – Corby Northants-NN175XY- United
Kingdom”.
Nipo, D. F., 2007, “Controlador de Potência para Turbinas Eólicas de Pequeno Porte”, dissertação de mestrado,
PPGEM, Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE, 130 p.
DESIGN AND DEVELOPMENT OF CONTROLLER CIRCUIT FOR
CHARGE OF BATTERIES FOR SMALL WIND TURBINES
Con08 -1331
ABSTRACT
The proposal of this work is to project and implement a prototype of a Battery Circuit Charge Controller for Small
Wind Turbines. This Controller will have to make possible the recharging of a battery bank that is inserted in the
conversion wind system, in such a way as to guarantee the stability of voltage in a reliable and economically viable
form, and one that can feed DC or DC/AC charges. The work was developed for a WG910 Wind Turbine with nominal
power rating of 100W, manufactured by the Marlec Company, whose electric characterization was carried out in groups
of battery bank test experiments. The results obtained showed, with the advent of the voltage stabilized Circuit, that
voltage obtained would be enough energy for promoting battery charge, until 100% off the input voltage.
Key words: wind energy, charge controller, small wind turbines
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