ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 2379EE2 2º semestre de 2016 Prof. Alceu Ferreira Alves www.feb.unesp.br/dee/docentes/alceu Dimensionamento – orientações • http://www.neosolar.com.br/aprenda/calculadora • http://www.sunlab.com.br/Dimensionamento_solar_fotovoltaic o.htm • http://www.atomra.com.br/dimensionamento-projeto-solarfotovoltaico/ • http://www.portalsolar.com.br/calculo-solar 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 2 Dimensionamento – aspectos iniciais • Demanda a ser atendida • Disponibilidade de área • Disponibilidade do recurso solar • Orientação dos módulos • Estética da instalação O dimensionamento de um sistema fotovoltaico (SFV) é o ajuste entre a energia radiante recebida do Sol pelos módulos fotovoltaicos e a necessidade de suprir a demanda de energia elétrica. Trataremos de sistemas de pequeno porte. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 3 Dimensionamento – SFI O sistema gerador atende a um determinado consumo de energia elétrica, e é fundamental estimar esta demanda energética com precisão para que o sistema produza a energia necessária. Dimensionamento – SFCR O consumo de energia elétrica da instalação é menos importante, pois pode ser complementado com energia extraída da rede de distribuição. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 4 Blocos básicos de um SFV Sistema isolado para eletrificação individual 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 5 Blocos básicos de um SFV Sistema isolado para eletrificação com minirrede 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 6 Blocos básicos de um SFV Sistema isolado para bombeamento de água 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 7 Blocos básicos de um SFV Microgeração (ou mini) conectada à Rede 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 8 Principais etapas do projeto de um SFV • Levantamento adequado do recurso solar disponível • Definição da localização e configuração do sistema • Levantamento adequado de demanda e consumo de energia elétrica • Dimensionamento do gerador fotovoltaico • Dimensionamento dos equipamentos de condicionamento de potência (SFCR – inversor, SFI – controlador de carga) • Dimensionamento do sistema de armazenamento (SFI) *(somente SFV fixos (sem seguimento solar) e sem concentração 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 9 Avaliação do Recurso Solar → Quantificar a radiação solar global incidente sobre o painel FV • Nem sempre os dados estão disponíveis na forma necessária • Muitas vezes é necessário utilizar métodos de tratamento de dados (adequar unidades) • Forma mais comum: valores médios mensais para a energia acumulada ao longo de um dia • “Ano Meteorológico Padrão ou Típico” (TMY – Typical Meteorological Year) 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 10 Avaliação do Recurso Solar • Horas de Sol Pleno (HSP) → Nº de horas em que a irradiância solar deve ser constante e igual a 1000 W/m2 • Exemplo de cálculo: Supondo que um determinado local apresente irradiação de 6 kWh/m2 ao longo de 01 dia: 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 11 Horas de Sol Pleno (HSP) 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 12 Avaliação do Recurso Solar • Em base mensal, a irradiação incidente no plano dos módulos é convertida para seu valor médio diário em kWh/m² • Em seguida, utiliza-se o valor numérico como HSP • Necessário obter-se a partir da conversão para o plano inclinado e posterior integração de curvas • Como converter os dados médios de irradiação no plano horizontal para planos inclinados ? 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 13 Avaliação do Recurso Solar 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 14 Horas de Sol Pleno (HSP) Exemplo: Vila de São Tomé, Município de Maracanã, no Estado Pará. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 15 Localização • É determinante para o melhor desempenho do SFV • Estudar a integração com elementos arquitetônicos • Verificar a presença de elementos de sombreamento ou superfícies reflexivas próximas • Verificar a capacidade de trocar calor com o meio (fácil circulação de ar) - instalações urbanas (rooftop) limitam a liberdade do projetista • Alguns programas de dimensionamento permitem incorporar um modelamento 3D dos prédios e objetos vizinhos na simulação • Observar ainda: aspectos estéticos, resistência mecânica do telhado e do prédio, efeito dos ventos 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 16 Levantamento: demanda e consumo • SFI → o sistema deve gerar mais energia do que o limite estabelecido para consumo • Definir um período de tempo → a produção de energia neste período deve ser maior do que a demanda a ser atendida • Demanda → somar as energias consumidas por cada equipamento (planilha – Wh/dia) • Esta estimativa pode ser realizada em média semanal 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 17 Levantamento: demanda e consumo Exemplo: Obs.: cargas usadas para refrigeração (geladeiras e freezers), consultar os dados de placa do equipamento, onde geralmente consta seu consumo médio mensal. A partir dele, estima-se o consumo médio diário. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 18 Levantamento: demanda e consumo • Observar → Cargas CC não necessitam inversor, mas Cargas CA necessitam inversor • Com uso do inversor, sua eficiência deve ser incluída no cálculo do consumo (é uma carga a mais no sistema) • No exemplo: 210 Wh / 90% = 233,33 Wh • Observar → Demanda máxima 175W (o inversor deve ser capaz de atendê-la de forma contínua, além dos picos de partida) • A especificação da potência dos equipamentos deve ser obtida através de dados fornecidos pelo próprio fabricante, ou na ausência destes, através de tabelas (imprecisas) 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 19 Levantamento: demanda e consumo • Algumas cargas não devem ser alimentadas pelo SFI, por sua alta demanda ou consumo 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 20 Levantamento: demanda e consumo • SFI normalmente tem armazenamento (baterias) • Atende o consumo nas horas em que não há geração • Equilibra o fluxo de energia ao longo do tempo → desacopla os picos de potência da geração e da demanda • Exemplo → sistema gerador com painel de 50 Wp pode abastecer, por exemplo, uma demanda de 175W, porque o armazenamento permite acumular a energia ao longo do tempo e entregá-la em um período menor que o da geração • SFV de bombeamento d’água → o armazenamento é realizado na forma de energia potencial gravitacional (reservatório elevado) 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 21 Levantamento: curva de carga • Tabela de Demanda e Consumo → simplifica estimativas • Curva de Carga e Sazonalidade → maior precisão, mais trabalho, menor custo final O levantamento da curva de carga é muito útil no desenvolvimento de projetos envolvendo minirredes isoladas e sistemas conectados à rede elétrica, onde se estabelece a fração da carga a ser atendida pelo SFV 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 22 Levantamento: curva de carga 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 23 Levantamento: demanda e consumo • Ainda: Tensão nominal, Eficiência, Característica dinâmica, etc. Podem completar a especificação da carga • Potência Total → deve-se considerar que todos os equipamentos poderão ser acionados ao mesmo tempo (SF individual) • Sistemas tipo minirrede → pode-se considerar um fator de diversidade de demanda • Hipótese mais conservadora: a rede elétrica é uma carga capaz de consumir toda a energia gerada pelo sistema no momento da geração • Outros parâmetros: qualidade da energia requerida pelo comprador (conteúdo e distorção harmônica, regulação da tensão), fator de potência, EMI, etc. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 24 Método do Mês Crítico (intuitivo) • Considera um balanço de energia nas condições médias mais desfavoráveis (se o sistema funcionar nesse mês, funcionará nos demais) – carga fixa • Este método não otimiza energeticamente a instalação, já que não faz um seguimento contínuo dos parâmetros envolvidos • O método proporciona um excesso de energia nos meses mais favoráveis → desperdício em SFI 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 25 Dimensionamento do Painel FV • Cálculo da energia ativa necessária diariamente (L) : 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 26 Dimensionamento do Painel FV Observações: • A eficiência do inversor depende do seu carregamento em relação à sua potência nominal (a curva de eficiência do inversor deve estar disponível) • Como referência, o InMetro especifica que entre entre 50% e 100% da potência nominal, a eficiência do inversor deve ser pelo menos 85% • O valor da eficiência global da bateria sugerido é de 86% Calcula-se, então, o valor médio diário de energia requerido para cada um dos meses do ano. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 27 Potência do Painel Fotovoltaico Obs.: O mês crítico corresponde à potência Pm no caso de uma carga L fixa (exemplo: sistema SIGFI) 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 28 Número de Módulos em Série Dimensionamento considerando controlador de carga convencional (Controlador convencional → sem MPPT) Vsist é a tensão desejada para o sistema VmpTmax é a tensão de máxima potência na temperatura máxima prevista para operação na localidade de instalação 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 29 Número de Módulos em Série • Coeficiente 1,2 → o módulo FV tem que carregar uma bateria até uma tensão 20% acima da nominal e considera, ainda, alguma perda ôhmica • Um módulo de 36 células em climas quentes perde entre 2V e 3V devido ao aumento da temperatura → Vmp = 17V (STC) • O valor obtido para o número de módulos em série deve ser arredondado para maior, respeitando a tensão máxima de entrada do controlador de carga • Para arredondamento superior a 0,5 recomenda-se que seja selecionado outro módulo, evitando sobredimensionamento. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 30 Número de Módulos em Série • O módulo a ser escolhido deve ter o número de células adequado à tensão de operação do sistema (Vsist) • Para um sistema de 12 V, utiliza-se um módulo de 36 células (que são fabricados especificamente para o uso neste tipo de SFI) • Para um sistema de 24 V, utilizam-se dois módulos em série de 36 células ou um módulo de 72 células, e assim sucessivamente. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 31 Corrente do Painel Fotovoltaico Obs.: o valor obtido para a corrente é o valor mínimo da corrente no ponto de máxima potência [Imp] que o gerador fotovoltaico deve fornecer. 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 32 Número de Módulos em Paralelo Imp é a corrente de cada módulo no ponto de máxima potência (STC) que o gerador fotovoltaico deve fornecer. • • O valor obtido para o número de módulos em paralelo deve ser arredondado para maior • Para arredondamento superior a 0,5 recomenda-se que seja selecionado outro módulo • A escolha do módulo é muito mais condicionada por outros fatores, como a qualidade e o custo 2379EE2 Energia Solar FV – Prof. Alceu Ferreira Alves – 2016 33