TÍTULO: OS EFEITOS DA MASSOTERAPIA NA QUALIDADE DE

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TÍTULO: OS EFEITOS DA MASSOTERAPIA NA QUALIDADE DE VIDA E NA DOR DE MULHERES COM
FIBROMIALGIA
CATEGORIA: CONCLUÍDO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: FISIOTERAPIA
INSTITUIÇÃO: UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS
AUTOR(ES): IOLANDA MARIA BATISTA PAZIN, LUANA MORRETI
ORIENTADOR(ES): ANA FLÁVIA NAOUM DE ALMEIDA
COLABORADOR(ES): BIANCA ZEZI
RESUMO
A fibromialgia é uma doença reumática caracterizada por dor musculoesquelética
difusa e crônica com presença de pontos dolorosos a palpação (tender points). O
estudo em questão teve como objetivo avaliar os efeitos da massoterapia na
qualidade de vida de mulheres com fibromialgia em 20 voluntárias. A pesquisa foi
realizada em 4 meses, onde foi aplicado questionários de Escala Visual Analógica –
EVA, Questionário de Impacto de Fibromialgia – QIF, mapa de Tender Points
aplicados no inicio e ao término do tratamento sendo 2 vezes por semana com
duração de 30 minutos cada, totalizando 10 sessões. Os participantes do estudo,
após o experimento apresentaram uma melhora significativa da dor.
Palavras-chave: Massoterapia, qualidade de vida e fibromialgia
INTRODUÇÃO
A
fibromialgia
é
uma
doença
reumática
caracterizada
por
dor
musculoesquelética difusa e crônica com presença de pontos dolorosos a palpação
(tender points). Além das dores musculares na região cervical, lombar, ombros,
membros superiores e inferiores outros sintomas sempre estão presentes,
impossibilitando o individuo de realizar suas tarefas diárias. Sabe-se que a
prevalência da fibromialgia afeta oito vezes mais mulheres do que homens,
representando de 70 a 90% dos casos com maior incidência entre 35 e 55 anos de
idade, provocando impacto negativo sobre a qualidade de vida e a atividades
cotidianas dos seus portadores (MOSMANN et al, 2006; SILVA et al, 2010).
Na maioria dos pacientes o início dos sintomas é insidioso e a dor que
habitualmente é ampla e difusa. Uma rigidez que pode vir associada à dor, fadiga
referida como física ou psíquica, presença de parestesia nos locais que se refere
dor, cefaleia na região frontal e dor na nuca, e que muitas vezes está relacionado
com alteração de humor, depressão, ansiedade e irritabilidade proveniente dos
distúrbios do sono. Além dos sintomas o paciente fibromiálgico apresenta
dificuldades de trabalhar normalmente, dificuldades nas atividades diárias e
consequentemente na qualidade de vida (SANTOS et al, 2006; SILVA et al, 2010).
A massagem como recurso terapêutico vem sendo reconhecida como uma
das terapias mais eficazes para alívio de dores e prevenção de doenças.
(SEUBERT e VERONESE, 2008; SECCHI et al, 2012).
O alívio da ansiedade e da tensão por meio da massagem está intensamente
ligado à promoção do relaxamento, no entanto para que haja resultado a pessoa
deve ser capaz de minimizar os impulsos corticais que transita pelos neurônios
motores medulares. Já o alívio da dor deve-se a fricção da pele na qual estimula
mecanorreceptores mecânicos, e estes sinais aferentes são capazes de bloquear a
transmissão e possivelmente a percepção dos sinais nociceptivos (SILVA et al,
2010).
OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo analisar os efeitos da massoterapia na
qualidade de vida de mulheres com fibromialgia.
METODOLOGIA
A coleta de dados foi realizada na Clínica de Fisioterapia da UNILAGO –
União das Faculdades dos Grandes Lagos localizada em São José do Rio Preto SP.
Para a amostra foram avaliados 20 voluntários do gênero feminino com média
de idade 52,7. Os voluntários foram submetidos ao tratamento massoterapêutico
estabelecido em dez sessões que ocorreram duas vezes por semana com duração
aproximada de trinta minutos por sessão. Os avaliados receberam massagem no
segmento superior corporal, coluna cervical, torácica e lombar, ombros, base do
occipital e trapézio.
Os voluntários preencheram uma ficha com dados pessoais, responderam aos
questionários de Escala Visual Analógica – EVA, Questionário de Impacto de
Fibromialgia – QIF e mapa de Tender Points, aplicados no inicio e ao término do
tratamento. Na avaliação inicial foi apresentado o termo de consentimento livre e
esclarecido, o qual foi assinado pelo participante. Para análise estatística, utilizou-se
o cálculo de Distribuição de t-Student.
DESENVOLVIMENTO
A fibromialgia é um distúrbio doloroso crônico caracterizado por múltiplos
sintomas, especialmente dor difusa no sistema musculoesquelético. Esta síndrome
causa impacto negativo em diversos domínios da vida das pacientes, incluindo o
desempenho, a motivação e a qualidade de vida. Além de apresentarem
funcionalidade reduzida, maior percepção de estresse e maior intensidade dos
sintomas depressivos que indivíduos saudáveis (HOMANN et al, 2012; RESENDE
et al, 2013).
A fisioterapia no tratamento da fibromialgia não deve ser somente um meio de
alívio da dor, mas também de restaur
ação da função e de estilos de vida funcionais, promovendo o bem-estar e a
qualidade de vida dos pacientes (TUROZI et al, 2010).
Da mesma forma que no presente estudo verificou-se melhora da dor após 10
sessões de tratamento massoterapêutico, resultado semelhante foi encontrado no
estudo de Correia et al (2010) no qual selecionou 13 participantes, os quais foram
submetidos a 54 atendimentos por 30 minutos distribuídos em três encontros
semanais utilizando técnicas manuais. Por meio do EVA, observou-se que os
pacientes relataram melhoras nos níveis de dor após a aplicação da conduta de
terapia.
Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Silva et al (2010),
no qual realizou-se um estudo de caso por meio de uma paciente do gênero
feminino com diagnóstico de fibromialgia. O tratamento teve duração de 19 sessões,
sendo que os atendimentos ocorreram duas vezes por semana com duração de
aproximadamente 60 minutos cada sessão, totalizando 3 meses de tratamento.
Durante as sessões foram realizadas técnicas de massoterapia com ênfase na
região cervical e posterior de tronco. O estudo mostrou que a massoterapia é uma
forma efetiva de tratamento da fibromialgia, por gerar efeitos que melhoram
significativamente a dor, depressão, cansaço, rigidez, nervosismo e ansiedade
melhorando assim a qualidade de vida do paciente.
Kimura et al (2012) teve como objetivo avaliar os efeitos da técnica de
shiatsu tradicional em 20 pessoas com fibromialgia. O tempo médio de cada sessão
foi de 50 minutos, sendo realizadas duas vezes semanais, totalizando 10 sessões.
Ao final das sessões, por meio do EVA, observou-se redução significativa da dor. A
análise dos aspectos físicos e psicológicos por meio do questionário FIQ, mostrou
melhora significativa em itens relacionados a afazeres diários, sono, nível de
ansiedade e depressão. A terapia manual shiatsu reduziu o quadro álgico e do
número de pontos dolorosos bem como melhorou a qualidade de vida do portador
de fibromialgia em vários aspectos.
A revisão bibliográfica realizada por Yan Hui Li et al (2014) demonstrou que
por volta de 5 semanas de tratamento com massagem terapêutica há melhoras
imediatas na dor, ansiedade e depressão, com consequente melhora na qualidade
de vida de pacientes com fibromialgia. Concluíram, portanto, que a massagem
terapêutica é um tratamento complementar e uma alternativa viável para a
fibromialgia.
Com o objetivo de investigar como a massoterapia poderia contribuir para o
tratamento da fibromialgia, Gordon et al (2006) realizaram um estudo, no qual 10
pacientes receberam um total de 15 sessões de massagem uma vez por semana.
Como resultado, por meio do EVA e QIF, a maioria dos parâmetros (intensidade da
dor, função física, número de tender points) mostrou uma melhora significativa. Em
conclusão, os achados deste estudo sugerem a possibilidade de que a intervenção
estudada pode ser associada com resultados positivos.
FIELD et al (2003) avaliou 40 voluntários com fibromialgia no qual foram
divididos em dois grupos grupo de massagem terapêutica e um grupo de controle de
relaxamento. O grupo de massagem terapêutica participou de uma sessão de 50
minutos, duas vezes por semana durante 3 semanas e o grupo relaxamento
simplesmente relaxou em uma posição deitada no mesmo horário. Como conclusão,
o grupo de massagem terapêutica, em contraste com o grupo controle relaxamento
mostraram melhora em humor, ansiedade e de dor regional no início da primeira
para a última sessão.
Foi verificado no presente estudo que 10 sessões do programa de
massoterapia proporciona uma melhora significativa na dor corporal e na qualidade
de vida nas voluntárias avaliadas.
RESULTADOS
Previamente ao ínicio do protocolo de tratamento, 44% das voluntárias
apresentaram dor em membros inferiores e superiores, 22% relatou dificuldade ao
deambular, 15% apresentou fraqueza em membros superiores e inferiores, 11%
relatou cansaço e 7% dor corporal geral (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Queixa principal
Figura 1 – Histograma do Mapeamento de Dor.
Pôde-se observar por meio do EVA, que previamente ao início do
tratamento massoterapêutico a média de dor corporal era de 8, ou seja, uma dor
de classificação intensa e após 10 sessões de realização do protocolo a dor
corporal passou para 2 (uma dor
leve) havendo, portanto uma melhora de
73% uma diferença estatisticamente significante e com uma confiabilidade de
92% respeito aos resultados, dado esse extraído do cálculo da Distribuição de tStudent (VIEIRA S.). Os resultados do EVA estão apresentados no Gráfico, dado
a seguir.
Gráfico 2 – Comportamento da EVA pré e pós tratamento
Figura 2 – Gráfico da média de dor antes e pós-tratamento.
Por meio do QIF a capacidade funcional foi avaliada pelas respostas à
questão 1; a situação profissional foi avaliada pelas questões 2 e 3; os sintomas
físicos foram avaliados pelas médias das respostas às questões 4, 5, 6, 7 e 8; os
sintomas psicológicos foram avaliados pelas questões 9 e 10. Os gráficos a seguir
analisam separadamente os valores dados no QIF para cada uma das questões
descritas anteriormente.
Os histogramas apresentados na Figura 3 relatam o valor da média em
função do tipo de situação apresentado, todas as figuras mostram os resultados do
valor médio medidos antes e depois do tratamento.
A figura 3(b) pode parecer estar trocada as colunas apresentadas, porém
esse gráfico aparentemento equívoco relata como o paciente se sentiu antes e
depois do tratamento, mostrado uma melhora de 160% na avaliação apresentada.
Os histogramas remanescentes mostram um diminuição da coluna do histograma, a
melhora apresentada para cada gráfico são dadas por:
3(a): Capacidade Funcional – melhora de 84%
3(b):Quantos dias se sentiu bem –melhora de 160%
3(c): Faltas ao trabalho – diminuição de 90%
3(d): Sintomas Físicos – diminuição de 94%
3(e): Distúrbios Psicológicos – 94%
Gráfico 3 – Comportamento do QIF pré e pós tratamento
Figura 3 – (a) Capacidade Funcional, (b) Estado da pessoa (em dias),
(c)
Faltas ao Trabalho, (d) Sintomas Físicos e (e) Distúrbios Psicológicos; todas os
histogramas respeito à antes e depois do tratamento aplicado.
Os resultados referentes à dor nos Tender Points, revelaram que houve
melhora da sintomatologia dolorosa ao final do tratamento. A melhora
apresentada na forma de diferença estatística foi corroborada com a análise do
teste de t-Student, no qual todas as distribuições apresentadas nos deram um
nível de confiança de praticamente 100%, verificando a qualidade dos dados
coletados e do sucesso à respeito do tratamento aplicado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluiu-se que a aplicação de 10 sessões do protocolo de massoterapia
contribuiu para melhorar a dor e qualidade de vida de mulheres com fibromialgia.
Futuros estudos poderão avaliar a interferência da massoterapia na dor
corporal e principalmente na qualidade de vida por meio dos mesmos instrumentos
de avaliação ou, ainda, utilizar outros parâmetros que demonstrem as alterações
nestas variáveis causadas pela massoterapia em mulheres com fibromialgia.
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