IV Colóquio Detecção Remota: Observação da Terra Sociedade de Geografia de Lisboa 27 de Novembro de 2015 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Colóquio organizado pela Secção de Geografia Matemática e Cartografia da Sociedade de Geografia de Lisboa: Organizador: Professor Doutor José António Tenedório Moderadores de mesa: Professor Doutor João Catalão e Eng.º Rogério Ferreira de Almeida IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Introdução A tecnologia de suporte aos sistemas de observação da Terra e as aplicações das imagens obtidas por detecção remota, seja na investigação seja na operacionalização de serviços de apoio aos Estados e às empresas, têm registado avanços sem precedentes: Copernicus, Programa de Observação da Terra da Comissão Europeia, anteriormente designado GMES, abriu uma nova etapa de implementação com o lançamento do satélite Sentinel-2A; LANDSAT, programa conjunto NASA/USGS, tem garantida a continuidade do serviço de observação; a emergência dos VANT para aplicações civis, está a gerar um potencial crescente de aplicações a muito grande escala, nomeadamente para registo de informação geográfica sobre fenómenos espacial e temporalmente confinados. Atenta à evolução científica nesta área, a Secção de Geografia Matemática e Cartografia da Sociedade de Geografia de Lisboa organiza o IV Colóquio “Detecção Remota: Observação da Terra” (DROT IV), no dia 27 de Novembro de 2015. À semelhança dos anteriores, realizados em 2008, 2011 e 2013, este colóquio, único evento em Portugal inteiramente dedicado à Detecção Remota, versará os avanços científicos e tecnológicos mais recentes em matéria de Observação da Terra. As sessões estão programadas de forma que o colóquio seja, para além de um momento de apresentação pública de comunicações especializadas, também um espaço de debate em torno da agenda do futuro, para o qual se espera a assistência e a intervenção da comunidade científica e técnica portuguesa, dos universitários, dos agentes da administração central e local, das empresas, e do público em geral. Professor Doutor José António Tenedório 3 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Programa 9h30 | Abertura pelo Exm.º Sr. Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, Professor Luís Aires-Barros, e introdução ao colóquio pelo Sr. Presidente da Secção de Geografia Matemática e Cartografia 10h00 – 11h00 | Conferência inaugural: Doutora Ana Fonseca (LNEC): A observação da Terra e a integração de dados: do in situ aos satélites, passando pelos VANT 11h00 – Intervalo 11h30 – 12h30 | Sessão 1: Observação e Monitorização da Terra: Terra, Mar e Atmosfera Moderador: Professor João Catalão, FCUL Professor Gonçalo Vieira (IGOT, Universidade de Lisboa): A deteção remota e o estudo dos ambientes terrestres da Antártida Marítima. O contributo da Universidade de Lisboa Doutor Nuno Catarino (Head of PDGS Division, Deimos): Projetos na área do espaço: observação remota e GNSS Professor Manuel Campagnolo (CEF e DCEB, ISA, Universidade de Lisboa): Resolução espacial efectiva de produtos derivados dos sensores MODIS e VIIRS: consequências da adopção do meridiano de referência e da grelha sinusoidal 12h30: Intervalo para almoço (livre) 14h00 – 15h00 | Sessão 2: Aplicações operacionais da Detecção Remota Moderador: Eng.º Rogério Ferreira de Almeida (Secção de Geografia Matemática e Cartografia, Sociedade de Geografia de Lisboa) 4 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Eng.º João Agria Torres, Eng.º Luís Nogueira Dias (ARTOP, AERO-TOPOGRÁFICA, LDA.): O LiDAR terrestre como técnica de Detecção Remota: experiências na ARTOP Eng.º Pedro Marques (REN): A utilização de meios de deteção remota na gestão da vegetação nas faixas de servidão de infraestruturas energéticas Mestre Carla Barroso (IPMA): Utilização de satélites meteorológicos na monitorização da atmosfera e de superfícies continentais 15h00: Intervalo 15h30 – 16h30 | Sessão 3: Detecção Remota Urbana Moderador: Professor José António Tenedório (UNL-FCSH, CICS.NOVA) Professor José Alberto Gonçalves (FCUL, CIIMAR): Avaliação da qualidade da informação geográfica obtida por VANT em áreas urbanas Doutora Teresa Santos (CICS.NOVA, FCSH-UNL): Modelação de dados de detecção remota como ferramenta de estimação do uso potencial de coberturas de edifícios em áreas urbanas Eng.ª Maria João Henriques (LNEC): Conhecer melhor a cidade: o contributo da termografia 16h30 | Debate e conclusões 17h00 | Palavras de encerramento pelo Exmº. Sr. Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, Professor Luís AiresBarros 5 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Conferência inaugural A observação da Terra e a integração de dados: do in situ aos satélites, passando pelos VANT Ana Fonseca Laboratório Nacional de Engenharia Civil Nesta palestra faz-se um apanhado da evolução da observação da Terra, focando-nos na alteração dos paradigmas ao longo do tempo, desde os primeiros anos em que se iniciou atividade científica neste domínio em Portugal até aos dias de hoje. Descreve-se a importância das observações in-situ para a geração de produtos e serviços com dados de observação da Terra, focando-nos no Programa Europeu Copernicus e no seu serviço de gestão de emergências. Faz-se um apontamento sobre a recolha de dados com veículos aéreos não tripulados (VANT), que, dependendo das aplicações, podem ser encarados como dados de observação remota ou in-situ. Por último faz-se referência ao futuro da investigação em I&D, sob coordenação da conferencista, no LNEC. 6 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL A deteção remota e o estudo dos ambientes terrestres da Antártida Marítima. O contributo da Universidade de Lisboa Gonçalo Vieira IGOT, Universidade de Lisboa A região ocidental da península antártica é uma das áreas da Terra que tem sofrido um maior aquecimento atmosférico nos últimos 50 anos, com aumento das temperaturas médias anuais superior a 2,5 ºC. As implicações sobre os glaciares, plataformas de gelo e gelo marinho são relativamente bem conhecidas, mas o que se está a passar nas áreas deglaciadas, em especial no que respeita ao permafrost, é ainda pouco conhecido. O CEG/IGOT da Universidade de Lisboa vem desenvolvendo, desde há cerca de 15 anos, em conjunto com as universidades de Alcalá de Henares, Federal de Viçosa, Wisconsin-Madison, Buenos Aires e Instituto Antártico Búlgaro, um programa de monitorização do estado térmico do permafrost. Este é um fenómeno de monitorização pontual relativamente simples, mas que envolve grandes dificuldades ao nível do conhecimento do seu comportamento espacial, que só pode ser melhor conhecido por técnicas de modelação. No sentido de melhorar a caracterização do comportamento espacial do permafrost e, em particular, dos factores climáticos forçadores do seu estado térmico (por ex.: a neve) e de analisar diversos bioindicadores, equipas do CEG/IGOT, IDL e CERENA/IST, têm colaborado desde há alguns anos no campo da deteção remota, integrados em vários projetos nacionais e internacionais, vários deles apoiados pelo Programa Polar Português e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. 7 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Esta palestra visa ilustrar os principais resultados dos trabalhos em curso nos ambientes terrestres da Antártida Marítima, focando-se nas seguintes técnicas: - Cartografia geomorfológica com recurso a imagens de satélite de alta resolução; - Cartografia de bioindicadores com recurso a imagens de satélite de alta resolução; - Cartografia da neve com recurso a imagens de satélite de alta resolução; - Análise da neve com recurso a imagens micro-ondas (ENVISAT ASAR, TerraSAR-X); - Geração de ortofotomapas e modelos digitais de superfície com recurso a Veículos Autónomos não-tripulados; - Estudo da deformação do permafrost com recurso a interferometria radar. 8 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Projetos na área do espaço: observação remota e GNSS Nuno Catarino Deimos A DEIMOS Engenharia, parte do Grupo Elecnor-DEIMOS, é uma empresa Portuguesa de Engenharia Aeroespacial que, desde 2002, concebe e desenvolve sistemas espaciais avançados. A experiência da DEIMOS Engenharia tem vindo a construir-se nas áreas de Análise de Missão, Engenharia de Sistemas Espaciais, Sistemas de Segmento de Terra e Aplicações. As áreas de atividade vão desde o design de sistemas de engenharia (como sejam a definição de algoritmos, modelação matemática, simulação e prototipagem de sistemas) até ao desenvolvimento e/ou validação de sistemas operacionais de software. No âmbito de sensores de detecção remota, a DEIMOS tem vindo a desenvolver um sistema de radar bi-estático utilizando os sinais de GNSS como sinais de oportunidade. A análise da reflecção dos sinais GNSS na superfície da Terra (GNSS-Reflectometry, ou GNSS-R), tem-se vindo a afirmar como uma técnica alternativa de Observação Remota, com aplicações em sistemas de solo, VANTs e satélites. A DEIMOS tem vindo a desenvolver atividades nestas três configurações, com particular ênfase no desenvolvimento de um sistema de caracterização da superfície Oceânica, o sistema SARGO (sargo.deimos.com.pt), com aplicações também na detecção de biomassa e outras. Este sistema, baseado nos sistemas de recepção GNSS da DEIMOS, foi iniciado em 2012 num projeto QREN, e encontra-se atualmente em fase evolução através dos projetos FP7 E-GEM (www.e-gem.eu), H2020 COREGAL (www.coregalproject.com) e SOCODRONE (socodrone.hidrografico.pt). 9 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Relativamente a atividades de suporte a aplicações de Observação da Terra, a DEIMOS tem vindo a desenvolver desde 2012 o sistema SenSyF (www.sensyf.eu) dedicado à aquisição e processamento intensivo de dados. Este sistema facilita o acesso a dados de satélites Sentinel entre outros, e o seu processamento posterior numa cloud privada ou pública, contando com um conjunto de ferramentas dedicadas para acelerar a criação de serviços. O sistema SenSyF tem vindo a ser desenvolvido em conjunto com vários parceiros Europeus num projeto FP7, liderado pela DEIMOS, e está complementado no âmbito do suporte à investigação em atividades costeiras (projeto H2020 Co-ResyF) e de integração de dados in situ sobre o território nacional no âmbito do projeto SIMOcean (EEA Grants). 10 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Resolução espacial efectiva de produtos derivados dos sensores MODIS e VIIRS: consequências da adopção do meridiano de referência e da grelha sinusoidal Manuel Campagnolo CEF e DCEB, Instituto Superior de Agronomia Universidade de Lisboa Os sensores MODIS e VIIRS pertencentes ao NASA’s Earth Observing System (EOS) têm assumido um papel muito importante na observação da Terra e monitorização da superfície terrestre, dos oceanos e da atmosfera. Sendo sensores com um campo de visão muito alargado, em que as observações têm uma geometria variável, é necessário reamostrar essas observações numa grelha regular global por forma a elaborar produtos de alto nível (compósitos temporais, multi-angulares, ou combinações de bandas distintas). A grelha adoptada pela NASA é a grelha sinusoidal, em que cada pixel corresponde a uma área constante sobre a superfície, no pressuposto de que essa escolha garante uma resolução espacial uniforme sobre o globo. Nesta apresentação, discutese o processo que levou à adopção dessa grelha regular, cujo meridiano central é o meridiano internacional de referência. Usando dados reais de de geolocalização de observação MODIS e VIIRS, determina-se para a generalidade do globo a proporção do sinal à superfície que é preservado após observação dos sensores e subsequente reamostragem dessas observações sobre a grelha sinusoidal. Mostra-se que, ao contrário do que é usualmente admitido, a resolução espacial não é uniforme e tende a ser de melhor qualidade junto ao meridiano de referência e junto ao Equador. 11 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL O LiDAR terrestre como técnica de detecção remota: experiências da ARTOP João Agria Torre Luis Nogueira Dias ARTOP, AERO-TOPOGRÁFICA, LDA. O LiDAR terrestre é uma tecnologia que pode ser enquadrada como um instrumento de detecção remota dirigida a situações específicas e a zonas de intervenção bastante restritas. Os desenvolvimentos que se verificam continuamente nesta tecnologia, em particular o seu desempenho operacional, conjuntamente com a possibilidade de associação a outros sensores/instrumentos de detecção remota terrestres, permitem que se perspective um conjunto de utilizações com um espectro mais alargado que o actual. Neste contexto, são apresentados alguns projectos desenvolvidos pela ARTOP com diversas finalidades, quer no âmbito da preservação do património quer na indústria mineira, bem como uma antevisão das possibilidades e oportunidades que poderão surgir a curto prazo com integração de sensores, focando igualmente as limitações que podem ser actualmente identificadas. 12 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL A utilização de meios de deteção remota na gestão da vegetação nas faixas de servidão de infraestruturas energéticas Pedro Marques REN-Redes Energéticas Nacionais A REN é concessionária das redes de transporte de energia (eletricidade e gás) em Portugal, tendo como missão garantir o fornecimento ininterrupto de eletricidade e gás natural, ao menor custo, satisfazendo critérios de qualidade e de segurança, mantendo o equilíbrio entre a oferta e a procura em tempo real, e assegurando as condições de sistema que viabilizam o mercado da energia. Para garantir as condições de segurança das infraestruturas energéticas e para dar resposta à legislação em vigor, nomeadamente a relacionada com Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, a utilização de meios de deteção remota e de fotografia aérea são ferramentas fundamentais na deteção de vegetação que represente um risco para as infraestruturas, assim como no apoio ao planeamento das ações de gestão da vegetação naquelas infraestruturas. 13 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Utilização de Satélites Meteorológicos na Monitorização da Atmosfera e de Superfícies Continentais Carla Barroso IPMA O satélite meteorológico Europeu Meteosat Second Generation (MSG), da responsabilidade da Agência Europeia para a exploração de satélites Meteorológicos (EUMETSAT), fornece imagens do disco terrestre a cada 15 minutos, num canal de visível de banda larga e em 11 canais espetrais de largura mais estreita (3 situados na banda do visível e 8 no infravermelho). A resolução espacial das imagens obtidas no ponto sub-satélite (localizado no equador terrestre) é de cerca de 1 km no caso do canal de banda larga e de cerca de 3 km para os restantes canais. A partir destas imagens obtém-se produtos que permitem acompanhar a evolução do estado da atmosfera com elevada frequência temporal sobre uma vasta área. Os produtos MSG permitem a identificação de regiões de nuvens muito baixas ou nevoeiros, regiões de icing (ambos os fenómenos especialmente relevantes na meteorologia aeronáutica), identificação de regiões de ciclógenese e a monitorização da evolução de tempestades convectivas. Projetados com o objectivo de monitorizar as condições do Estado do Tempo, os satélites meteorológicos, devido à grande evolução tecnológica que sofreram nos últimos anos, são atualmente também utilizados em muitas outras áreas do estudo da Terra; é por exemplo possível determinar parâmetros relacionados com a vegetação (estado e stress hídrico), com o balanço de radiação à superfície, balanço de energia ou com a deteção de incêndios florestais. Produtos como estes são desenvolvidos na LSA SAF 14 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL (http://landsaf.ipma.pt/), que integra o Segmento de Solo da EUMETSAT. A LSA SAF é coordenada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e conta com participação de outras 7 instituições Europeias. Nesta apresentação dão-se alguns exemplos da utilização de produtos derivados do satélite MSG quer na monitorização do estado do tempo, quer na monitorização de superfícies continentais. 15 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Avaliação da qualidade da informação geográfica obtida por VANT em áreas urbanas José Alberto Gonçalves Universidade do Porto, Faculdade de Ciências Os veículos aéreos não tripulados (VANT), equipados com sistemas de navegação autónoma e câmaras digitais compactas, são uma fonte de informação útil para complementar ou possivelmente substituir a aquisição de fotografia aérea com câmaras convencionais, na aquisição de informação geográfica. O seu sucesso vem também da utilização de metodologias largamente automáticas, relativamente recentes, que permitem a orientação relativa automática das imagens, a geração de nuvens densas de pontos, e a criação de modelos digitais de superfície e mosaicos de ortofotos. Estes dois últimos são os produtos de informação geográfica de grande interesse produzidos por este método. A utilização de pontos de apoio, recolhidos com posicionamento GPS de grande precisão, permite a georreferenciação desses produtos com rigor posicional subdecimétrico. Para além de muitas possibilidades de aplicação em ambientes naturais, a utilização em ambientes urbanos tem-se revelado também de grande interesse. Neste caso levantam-se dificuldades no mapeamento correto da tridimensionalidade dos edifícios. Vários algoritmos atualmente usados, alguns através de software de código aberto, como é o caso do programa MicMac, lidam facilmente com esta situação, gerando modelos de edifícios e ortofotos verdadeiros, de bastante qualidade. Ainda assim, de acordo com os padrões habituais de qualidade da produção de ortofotos, eles apresentam pequenas deformações nas transições de telhado para o terreno, havendo por isso alguma necessidade de 16 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL adaptação dos utilizadores a estes novos produtos. Por sua vez o modelo de superfície permite uma avaliação qualitativa e quantitativa das formas e dimensões dos edifícios, algo que até agora era apenas conseguido com sistemas de varrimento laser aéreo. Descreve-se na apresentação a metodologia de processamento fotogramétrico de imagens adquiridas com VANT, realçando as formas de intervenção e controlo por parte do utilizador. Apresenta-se um exemplo de processamento de dados adquiridos em área urbana, com um VANT Sensefly Swinglet, com uma câmara compacta de 12 megapixeis, recorrendo ao programa comercial Agisoft Photoscan. Discutem-se as vantagens e limitações da informação resultante, e as formas de melhorar a sua qualidade, quer através de refinamento do processamento, quer da forma de aquisição das imagens. Apresentam-se também resultados obtidos com fotografias aéreas convencionais da cidade de Munique, utilizando o programa MicMac, de código aberto. É feita uma discussão destes resultados e comparação da aplicação das técnicas de processamento com dados de VANT e de fotografia convencional. 17 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Modelação de dados de detecção remota como ferramenta de estimação do uso potencial de coberturas de edifícios em áreas urbanas Teresa Santos CICS.NOVA, FCSH-UNL A comunicação apresenta os resultados da modelação 2D e 3D de informação obtida por deteção remota, nomeadamente imagens Worldview-2 e dados LiDAR da cidade de Lisboa. Aos dados obtidos por deteção remota, associa-se informação cartográfica vetorial clássica para a localização dos edifícios. Utilizando técnicas de modelação geográfica, selecionaram-se as coberturas de edifícios de acordo com dois usos potenciais: instalação de sistemas fotovoltaicos e coberturas ajardinadas (green roofs). A metodologia proposta é implementada em áreas distintas dada a complexidade dos cálculos requeridos. A metodologia para avaliação do potencial fotovoltaico é implementada numa área localizada no bairro de Alvalade, em Lisboa. Por sua vez, a metodologia para estimar as potenciais coberturas verdes é implementada para toda a área da cidade de Lisboa. A aferição de ambos os usos potenciais inicia-se com a modelação do edificado, seguindo-se a modelação da energia solar disponível em cada cobertura. Nestas duas fases, recorre-se à informação 3D (Modelos Digital de Superfície) e ao mapa das áreas edificadas. A modelação solar incluiu parâmetros como os efeitos atmosféricos, latitude e elevação, declive, orientação, variação diária e sazonal da ângulo solar e efeito de ensombramento dos edifícios vizinhos. O resultado é um mapa com a radiação anual em cada local em Wh/m2. Para avaliar o potencial fotovoltaico, os critérios são diferentes dos utilizados para avaliar o potencial de implementação de 18 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL jardins. A estimação do potencial solar considera as especificações dos equipamentos utilizados para converter energia solar em elétrica como a área do painel e a sua eficiência, a área da cobertura, bem como a quantidade de radiação solar disponível em cada cobertura. A estimação do uso potencial das coberturas para receber jardins recorreu a critérios diferentes do cenário anterior. Após a modelação do edificado e da energia solar disponível, considerou-se o tipo de material existente na cobertura e o número médio de horas de sol disponíveis. Para tal recorreu-se ao mapa solar bem como à informação espectral disponível da imagem WorldView-2 e à localização dos edifícios. Foram assim criados dois outputs: a potencial área disponível no topo de edifícios para receber sistemas fotovoltaicos bem como para a instalação de jardins, recorrendo a informação 3D e informação 2D. Os resultados constituem um contributo para um guia para o planeamento urbano, tanto em matérias de eficiência energética como em qualidade ambiental. Sabendo quais os melhores locais para determinados usos, é possível instruir políticas sustentáveis e criar linhas estratégicas que incentivem a reconversão das coberturas dos edifícios mais favoráveis ao ambiente. 19 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Conhecer melhor a cidade: o contributo da termografia Maria João Henriques Núcleo de Geodesia Aplicada, Laboratório Nacional de Engenharia Civil A termografia baseia-se no facto que todos os corpos que se encontram a uma temperatura superior a 0°K (chamado zero absoluto) emitem radiação eletromagnética na banda dos infravermelhos longínquos (RIV) e que a intensidade da radiação emitida está diretamente relacionada com a temperatura superficial do objeto. As câmaras termográficas transformam a intensidade da RIV incidente em imagens, frequentemente recorrendo a filtros para tornar as imagens mais legíveis e, também, mais apelativas. Ao dar informação instantânea sobre a temperatura superficial de objetos, a termografia contribui assim para a monitorização dos objetos, quer estes sejam de pequena dimensão quer de grande dimensão, como é o caso de edifícios. Pode por isso ser aplicada em estudos urbanos, permitindo a medição instantânea de informação térmica, quer do edificado quer de componentes, podendo assim ser utilizada para evidenciar anomalias ou para contribuir para um melhor conhecimento da cidade. 20 IV Colóquio «Detecção Remota: Observação da Terra», SGL Sociedade de Geografia de Lisboa Secção de Geografia Matemática e Cartografia Rua das Portas de Santo Antão, 100 1150-269 Lisboa e-Mail: [email protected] Telefone: 21 342 50 68 ou 21 342 54 01 21