Economia Ecológica - Prof. Rodrigo Nobre Fernandez

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Universidade Federal de Pelotas – UFPEL
Departamento de Economia - DECON
Economia Ecológica
Professor Rodrigo Nobre Fernandez
Capítulo 1 – Economia ou Economia
Política da Sustentabilidade
Pelotas, 2010
1.1 Situando a economia
política do meio ambiente
Os serviços ambientais se constituem de
bens públicos e desta forma não tem preço;
O problema da economia política é visto
como
um
problema
de
distribuição
intertemporal;
A economia é sempre economia política? Os
agentes sempre incluem ética e valores
morais na sua tomada de decisão?
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1.2 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Histórica
Os ecossistemas são dinâmicos como a
economia moderna;
A evolução destes sistemas se dá de forma
gradual;
A criação da agricultura e a rotatividade de
culturas;
Capacidade de Carga (Carrying Capacity). A
expansão das atividades produtivas não
poderia passar os limites termodinâmicos;
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1.2 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Histórica
A pegada ecológica (Ecological Footprint). A
maioria do tipo de consumo material e
energético corresponde a uma área
mensurável de terra e de água nos diversos
ecossistemas;
Em termos práticos, isto resulta no tamanho
da população multiplicado pelo consumo per
capita de recursos naturais, dada a
tecnologia;
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1.2 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Histórica
A capacidade de carga do planeta não pode
ser ultrapassada a não ser que ocorram
grandes catástrofes ambientais;
Ou seja, o que deve ser feito é o
desenvolvimento de tecnologias limpas;
A acumulação de capital é um dos fatores
que faz com que o crescimento sustentável
não se configure de forma adequada;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
O desenvolvimento sustentável é uma
controvérsia
entre
as
relações
de
crescimento econômico e meio ambiente;
Economia Ambiental (economia neoclássica),
considera os recursos naturais como
insumos e como capacidade de assimilação
dos ecossistemas;
A entrada destes recursos na função de
produção;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Georgescu-Roegen (1971), The Entropy Law
and the Economic Process;
A importante contribuição deste autor e a
idéias da irreversibilidade e de limites na
teoria econômica;
A segunda leia da termodinâmica ( lei da
entropia) que sugere a transformação da
matéria;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Com o decorrer do tempo os recursos naturais
passaram a ser inclusos nas representações da
função de produção, mas mantendo a sua forma
multiplicativa. O que significa substutibilidade perfeita
entre capital, trabalho e recursos naturais:
y = f ( K , L, R )
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Uma
economia
é
considerada
não
sustentável se a poupança total fica abaixo
da depreciação combinada dos ativos
produzidos e não produzidos, os últimos
usualmente recursos naturais;
A regra de Hartwick, relata que o
investimento corrente compensa as gerações
futuras pelas perdas de ativos causados pelo
consumo e produção correntes;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
O capital produzido pelo homem não é capaz
de substituir serviços vitais fornecidos por
alguma categoria de recursos naturais;
Não é possível monetizar as funções
ecossistêmicas, pois o sistema de preços
não é conhecido;
A escassez induz a elevação do preço e a
necessidade de inovações;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
É necessário verificar a disposição a pagar
por estes serviços ambientais;
A curva de Kuznets ambiental. Isto é, na
medida que a renda per capita se eleva com
o crescimento econômico a degradação
ambiental aumenta até certo ponto a partir do
qual qualidade ambiental começa a melhorar.
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Nos estágios iniciais do desenvolvimento
econômico, a crescente degradação do meio
ambiente é aceita como um efeito colateral
ruim, mas inevitável;
A partir de um certo nível de bem-estar
econômico a população torna-se mais
sensível e disposta a pagar pela melhoria da
qualidade do meio ambiente;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
A definição de direitos de propriedade sobre
estes recursos (negociação coseana), por
meio da valoração econômica da degradação
destes bens e da imposição destes valores
pelo estado por meio de taxas (taxação
pigouviana);
Negociação Coseana: privatizações dos
recursos;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Taxação Pigouviana: Cria-se um trade-off
entre os custos marginais de poluir e os
custos marginais dos impactos ambientais;
O agente econômico vai minimizar seu custo
total que fica entre a soma do quanto vai
gastar pra controlar a poluição e do montante
gasto com o pagamento de taxas para
produzir;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
A economia ecológica vê o sistema
econômico como um subsistema de um todo
maior, impondo uma restrição absoluta a sua
expansão;
O capital e os recursos naturais são
essencialmente complementares;
O aspecto tecnológico é fundamental para
aumentar a eficiência da utilização dos
recursos, renováveis e não-renováveis;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Bens
ambientais
transacionados
no
mercado, entende-se que sua escassez
eleva seu preço, o que induz à introdução de
inovações que permitem poupá-lo;
Os mecanismos de mercado não levam em
conta não levam em conta os princípios
ecológicos fundamentais para garantir a
sustentabilidade;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Não se pode falar em equilíbrio, quando a
capacidade de assimilação do meio é
ultrapassada;
A determinação de uma escala sustentável,
da mesma forma que uma distribuição justa
de renda, envolve valores outros que a busca
individual de maximização ou ganho ou do
bem-estar;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
Não se pode falar em equilíbrio, quando a
capacidade de assimilação do meio é
ultrapassada;
A determinação de uma escala sustentável,
da mesma forma que uma distribuição justa
de renda, envolve valores outros que a busca
individual de maximização ou ganho ou do
bem-estar;
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1.3 Desenvolvimento Sustentável:
Perspectiva Teórica
A curva de Kuznets ambiental tende a captar
fatores que afetam a melhoria da qualidade
ambiental no curto prazo;
O declínio da poluição associado ao aumento
da renda se deveu a reformas institucionais,
tais como legislação ambiental e incentivos
baseados em mecanismos de mercado;
No entanto, o fator locacional não é
considerado;
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1.4 Valoração Econômica e
Complexidade Ecossistêmica
A variabilidade dos ecossistemas consiste
nas mudanças dos estoques ao longo do
tempo, devido, principalmente, a fatores
estocásticos, intrínsecos e extrínsecos
enquanto a resiliência pode ser considerada
como a habilidade de os ecossistemas
retornarem a seu estado natural, após um
evento de perturbação.
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1.4 Valoração Econômica e
Complexidade Ecossistêmica
As atividades econômicas são sustentáveis,
quando menor é o tempo de recuperação
ambiental, ou seja, quando as atividades são
resilientes;
Os serviços de provisão são aqueles que
incluem
os
produtos
obtidos
dos
ecossistemas, tais como alimentos, fibras,
madeira, etc.
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1.4 Valoração Econômica e
Complexidade Ecossistêmica
Os serviços de regulação, como manutenção da
qualidade do ar, regulação climática, controle de
erosão etc.
A modelagem econômico-ecológica, três requisitos
básicos são considerados:
- O profundo conhecimento das disciplinas;
- Identificação da estruturação adequada do
problema estudado;
- Entendimento mútuo entre os pesquisadores;
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1.4 Valoração Econômica e
Complexidade Ecossistêmica
Além de considerar a dinâmica ecológica,
uma
verdadeira
valoração
dinâmica
integrada deve incluir as visões que
diferentes grupos de indivíduos têm sobre as
diversas
categorias
de
serviços
ecossistêmicos;
Os seres humanos possuem racionalidade
limitada;
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1.5 Capitalismo e Meio
Ambiente
O que caracteriza a ascensão das
sociedades capitalistas modernas é a
abolição de caráter, religioso, estético e
cultural às quais a racionalidade econômica
estava subordinada;
Quanto aos recursos naturais, só muito
recentemente os agentes econômicos,
passaram a sofrer restrições à forma como
os vinham utilizando;
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1.5 Capitalismo e Meio
Ambiente
No esquema analítico convencional, o
altruísmo
é
deixado
de
lado,
o
comportamento humano é visto como
egoísta e maximizador da utilidade;
O laissez-faire altruísta regularia as
discrepâncias entre gerações;
Os modelos de overlapping generations,
consideram que há uma cadeia altruística
entre gerações;
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1.5 Capitalismo e Meio
Ambiente
O progresso científico e tecnológico na
avaliação dos impactos ambientais e sua
contabilização monetária, são elementos
importantes no processo de conscientização
ecológica;
A dinâmica dos mercados é eficiente porém
não justa.
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1.6 Dinâmica da tomada de
decisões sobre incerteza
A noção de incerteza substituiu a noção de
probabilidade, o que significa uma admissão
da incapacidade da sociedade de prever
perdas catastróficas irreversíveis;
O tipo de decisão o qual se aplica o princípio
da precaução é aquele em que a distribuição
de probabilidades dos resultados futuros não
pode ser conhecida com confiança;
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1.6 Dinâmica da tomada de
decisões sobre incerteza
A precaução ao contrário, implica em tomar
uma certa distância em relação à ciência e a
tecnologia;
Reflete a constatação que não se pode ter o
controle total;
O pós-normal quer dizer além do normal no
sentido de que os procedimentos usuais
baseados na ciência não são suficientes,
muito embora continuem necessários;
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1.6 Dinâmica da tomada de
decisões sobre incerteza
A incerteza metodológica está ligada quando
se decide um conjunto de política
energéticas, de um país para atender os
limites negociados;
A incerteza técnica aparece em situações
que podem ser enfrentadas com recursos de
rotinas padrão derivadas de estatísticas e
suplementadas por técnicas e convenções
desenvolvidas para cada campo;
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1.7 Considerações Finais
É possível que haja o desenvolvimento
sustentável;
Há necessidade na mudança da lógica de
consumo, mesmo que a tecnologia consiga
efetuar a produção com mais eficiência e um
uso mais adequado dos recursos naturais;
A economia ecológica considera a existência
de limites absolutos e riscos de perdas
irreversíveis;
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1.7 Considerações Finais
O valor dos recursos naturais não pode ser
medidos somente pelo cunho econômico;
O principio da precaução pode contribuir
para a mudança de padrão de produção e
consumo e oferecer condições operacionais
para os tomadores de decisão em situações
de incerteza;
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