Saúde Coletiva 1. As pesquisas sobre a cultura alimentar

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Saúde Coletiva
1.
As pesquisas sobre a cultura alimentar desenvolvidas pela antropologia médica possibilitam ampliar o foco do processo
saúde-doença para além da dimensão biológica do indivíduo, pois fazem emergir a dimensão cultural que contém no seu
cerne os valores e crenças motivadores das condutas alimentares. Para que haja uma relação adequada entre os conceitos de
dimensão cultural e biológica é necessário tratá-los como um(a):
a) Rede de símbolos que articulam conceitos biomédicos e culturais quanto a alimentação de uma determinada
cultura.
b) Rede de símbolos formada por conceitos biomédicos relacionados a cultura alimentar de uma determinada cultura
referenciada na cultura global.
c) Conjunto de conceitos que formam uma estrutura normativa que possibilita ao antropólogo a coleta de dados sobre
cultura alimentar e posteriormente articulá-los à dimensão biológica do indivíduo.
d) Conjunto de valores e crenças que servem de referência às descobertas de diferenças alimentares que se encontram
numa dimensão além da dimensão biológica e selecionados com base nos conceitos da medicina oficial.
Justificativa: A pesquisa etnográfica usada pela antropologia médica possibilita descrever as singularidades e
particularidades da cultura alimentar com base nos valores e crenças. Sendo assim, a questão da dieta alimentar tem sua
concepção ampliada devido a consideração da dimensão histórico-cultural na verificação das influências alimentares no
processo saúde-doença. A rede de símbolos é formada pela articulação entre os conceitos biomédicos e culturais, pois o
homem é um ser que deve ser estudado com base na visão integradora, a qual considera todas as dimensões que constituem
o ser humano, dentre as quais a cultural ao se tratar do processo saúde-doença. Raciocínio que conduz o profissional da
medicina ao estudo de uma morbidade diretamente relacionada a um determinado aspecto do objeto de estudo da medicina
sem perder de vista os outros aspectos com os quais está interligada. Bibliografia: HELMAN, Cecil G. Cultura, Saúde e
Doença. Tradução Claudia Buchweitz; Pedro M.Garcez. 4a. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
2.
Mulher de 18 anos vem à unidade de saúde acompanhada de sua mãe para consulta de rotina. Sua mãe solicita hemograma,
pois a mesma teve anemia na infância. Após constatar que a paciente está assintomática e apresenta um exame físico sem
particularidades, o médico explica para a mãe que o exame é desnecessário e orienta a coleta do citopatológico do colo do
útero. A paciente é sexualmente ativa e nunca realizou o exame preventivo. Os dois níveis de prevenção baseado na
conduta do médico, são respectivamente:
a)
b)
c)
d)
Prevenção primária e secundária.
Prevenção terciária e primária.
Prevenção secundária e primária.
Prevenção quaternária e secundária.
Justificativa: Prevenção primária: é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde antes
do desenvolvimento de uma condição clínica. “São medidas antes de se ter a doença; atuar nos fatores de risco”. Prevenção
secundária: á a ação realizada para detectar um problema de saúde em estágio subclínico, facilitando o diagnóstico
definitivo, o tratamento e reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os efeitos de longo prazo. “São medidas de
diagnóstico rápido e seu pronto tratamento, evitando conseqüências piores”. Prevenção terciária: é a ação implementada
para reduzir os prejuízos funcionais conseqüentes de um problema agudo ou crônico, incluindo reabilitação. Prevenção
quaternária: detecção de indivíduos em risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los de
novas intervenções médicas inapropriadas. Bibliografia: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
3.
De acordo com Leavell & Clarck (1976), a prevenção em saúde é uma ação antecipada, que se baseia no conhecimento da
história natural, de forma a evitar um possível progresso posterior da doença. Para esses mesmos autores promoção da
saúde refere-se a medidas que não estão focadas na doença, mas que visam aumentar a “saúde e o bem-estar gerais".
Considerando esses conceitos, assinale a alternativa CORRETA:
a)
Ações de prevenção buscam articular-se a outros setores da sociedade e demais políticas do SUS a fim de
promover condições dignas de vida das populações.
b) Promoção de saúde visa eliminar as doenças específicas que afetam a saúde dos indivíduos.
c) Justiça social, meio ambiente, renda e educação são alguns aspectos relacionados a medidas de promoção de
saúde.
d) O setor saúde é o único responsável pela qualidade de vida das populações.
Justificativa: Ações de prevenção têm como objetivo o controle da transmissão de doenças infecciosas e a redução do risco
de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. No que se refere à promoção da saúde, constata-se que os
principais determinantes da saúde (habitação, educação, meio ambiente, renda, dentre outros) são externos ao sistema de
tratamento. Na prática, no entanto, a confusão entre os dois conceitos ainda existe. Coloca-se para o setor saúde o desafio
de desenvolver estratégias de promoção da saúde e melhorar a qualidade de vida das populações. Porém, não pode ser
somente responsabilidade do setor saúde, uma vez que outros setores da sociedade são também responsáveis pelo bem-estar
da população. Bibliografia: CZERESNIA, D. O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção.In: Czeresnia
D, Freitas CM (org.). Promoção da Saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2003. p.39-53.
4.
Para testar a eficácia de um novo anti-hipertensivo em relação a uma droga atualmente disponível, o delineamento
adequado será:
a)
b)
c)
d)
Estudo transversal.
Ensaio clínico aleatorizado.
Caso-controle.
Coorte.
Justificativa: Como se trata de uma pesquisa de intervenção o único delineamento adequado para responder a esta questão
de pesquisa e o ensaio clinico. Bibliografia: Guyatt G et al. Terapia. In “Diretrizes para utilização de Literatura Médica:
fundamentos para a prática clínica da Medicina Baseada em Evidências, Guyatt G, Artmed, Porto Alegre, 2011, p. 105.
5.
O movimento sanitário brasileiro que emergiu a partir da década de 1970 contava com diversos setores da sociedade,
envolvidos em um projeto comum. Em relação a esse processo de reforma aponte a alternativa CORRETA:
a) As propostas da reforma sanitária visavam não apenas mudanças no setor saúde, mas em toda a sociedade.
b) O movimento popular foi o proponente das bases da reforma sanitária que culminaram na implantação do Sistema
Único de Saúde.
c) O movimento sindical, tanto no Brasil quanto na Itália, teve participação relevante na proposição e implantação do
novo sistema de saúde.
d) Os atores sociais representados pelos estudantes, docentes e profissionais de saúde atuaram na proposição, mas
estiveram afastados da implantação do novo sistema de saúde.
Justificativa: A alternativa correta é aquela que amplia a abrangência das propostas da reforma sanitária para toda a
sociedade a partir do setor saúde, pois a compreensão da reforma sanitária brasileira não deve se resumir ao movimento
sanitário, mas sim remeter a uma reforma social. O movimento sanitário teve como origem um grupo restrito de intelectuais
e não o movimento popular, embora este tenha tido uma importante participação. O movimento sindical teve participação
importante na reforma sanitária italiana e reduzida no Brasil. O movimento sanitário penetrou no aparelho estatal para a
implantação da reforma sanitária. Bibliografia: 1-GERSCHMAN, Silvia. A democracia inconclusa: um estudo da reforma
sanitária brasileira. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1995; 2-PAIM, Jairnilson Silva. Reforma sanitária brasileira:
contribuição para a compreensão e crítica. Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008; 3- RODRIGUES, Paulo
Henrique de Almeida; SANTOS, Isabela Soares. Saúde e cidadania: uma visão histórica e comparada do SUS. São Paulo:
Editora Atheneu, 2009.
6.
Conselho Municipal de Saúde é um órgão colegiado de caráter permanente, deliberativo, normativo e fiscalizador das ações
e serviços de saúde no âmbito do SUS, no município. A criação dos conselhos municipais de Saúde é estabelecida por lei
municipal, com base na Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão
do Sistema Único de Saúde - SUS. Seu funcionamento prevê:
a)
b)
c)
d)
Participação de 1% dos usuários dos SUS.
Remuneração dos seus membros.
Controle da execução das políticas de saúde, inclusive em seus aspectos financeiros.
Reuniões fechadas à população.
Justificativa: Os membros do Conselho Municipal de Saúde são constituídos por participação paritária de usuários (50%),
trabalhadores de saúde (25%), representantes do governo e prestadores de serviços (25%), cujas decisões devem ser
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído. Para que um conselho funcione de forma adequada, é necessário
que seja representativo e tenha legitimidade, além das condições previstas pela lei. Os usuários são escolhidos por membros
de seu segmento, com direito à voz e voto. A participação é voluntária e não-remunerada. As reuniões do Conselho são
mensais e abertas para toda a população, com direito à voz. Bibliografia: O SUS de A a Z.
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/sus_3edicao_completo.pdf. Acessado em 6 de março de 2012.
7.
A Saúde é um direito universal e fundamental do ser humano, firmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. No
Brasil, esse direito está garantido no artigo 196 da Constituição Federal de 1988. Segundo esse artigo:
a)
O Estado deve garantir políticas sociais e econômicas que visem reduzir o risco de doença e de outros agravos e o
acesso aos trabalhadores formais às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
b) A atual legislação brasileira amplia o conceito de saúde, considerando que a saúde é o resultado de vários
fatores determinantes sociais como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho,
renda, educação, transporte, lazer, dentre outros bens.
c) Gestores municipais do SUS devem se responsabilizarem por uma melhor qualidade de vida à população do seu
município.
d) Setores governamentais, como meio ambiente, educação, urbanismo, dentre outros, podem contribuir
indiretamente com o SUS.
Justificativa: O conceito ampliado de saúde co-responsabiliza outros setores da saúde para a melhoria da qualidade vida
das populações. Desse modo, entende-se que as ações devam ser articuladas, ou seja, intersetorias e interdisciplinares. A
saúde de qualidade como direito está na base da construção da cidadania e não deve ser compreendida como um privilégio
de alguns cidadãos. Bibliografia: BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
Senado Federal,1988.
8.
Considere que: a prevalência de câncer de mama em uma população de mulheres entre 40 e 50 anos é de 0,8%; as
mamografias realizadas nesse grupo apresentam resultados falsos negativos em 10% das vezes, enquanto 7% delas mostram
achados compatíveis com câncer, mas são falso-positivos. Com base nesses dados, qual a probabilidade de uma mulher
assintomática nessa faixa etária, sem outros fatores de risco para a doença, apresentando uma mamografia com sinais de
malignidade realmente tenha câncer de mama?
a)
b)
c)
d)
9% dos casos.
20% dos casos.
75% dos casos.
90% dos casos.
Justificativa: Construindo-se uma tabela 2X2, observamos que, em um grupo de 1000 mulheres testadas, 78 terão exames
positivos para câncer de mama. Destas, 8 realmente têm câncer (prevalência pré-teste), 10% da quais (0,8) não serão
diagnosticadas por terem uma mamografia falso-negativo, enquanto 70 terão exames falso-positivos. Portanto, 7,2 terão
realmente câncer de mama em cada 78 com mamografias positivas: 7,2/78=0,09=9%. Bibliografia: 1-McWhinney, I.R.;
Freeman, T. Manual de Medicina de Família e Comunidade. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010; 2-Mlodinow, L. O andar
do bêbado: como o acaso determina nossas vidas. Rio de janeiro: Zahar, 2009; 3-Fletcher, R.H.; Fletcher, S.W.
Epidemiologia Clínica. Elementos Essenciais. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006.
9.
A saúde pública no Brasil é estruturada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e neste se encontra a atenção primária. Esta
tem um papel fundamental na inclusão do usuário e seguimento nos diversos ciclos de vida. Marque a alternativa que
corresponde a esses conceitos da atenção primária.
a)
b)
c)
d)
Território e coordenação.
Longitudinalidade e território.
Porta de entrada e longitudinalidade.
Organização e integralidade.
Justificativa: A atenção primária na saúde pública tem um papel fundamental na inclusão do usuário no SUS. Tem como
vocação a prevenção, promoção e recuperação da saúde, com estratégias regionais adequadas a população de sua
responsabilidade. O seguimento dos usuários de forma continuada nos diversos ciclos de vida predispõe maior eficiência
diagnóstica e humanização da assistência. Bibliografia: Duncan BB, Schmidt MI , Giugliani ERJ & col.. Medicina
Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3ª. Ed., Artmed, porto alegre, 2004.
10.
O SIAB (Sistema de Informações de Atenção Básica) é um sistema especial de gerenciamento das informações produzidas
por cada equipe de saúde da família e com o qual são produzidos relatórios que auxiliam as unidades e gestores
acompanharem a realidade sócio-sanitária da população acompanhada, avaliar a adequação dos serviços oferecidos e a
qualidade do serviço, dentre outros. Sabendo que a alimentação do SIAB é feita a partir de fichas preenchidas pelos
profissionais da equipe assinale a CORRETA:
a) Ficha D é preenchida apenas pelo médico para o registro diário das atividades, uma ficha por mês, coleta dados de
número de atendimentos por idade, tipo de atendimento, solicitação de exames complementares e procedimentos
realizados.
b) Ficha SSA2 é uma ficha de consolidação dos dados provenientes das fichas A,B, C e D, preenchida apenas pela
enfermeira. Esta ficha deve ser preenchida apenas quando o modelo de atençãoo for PACS (Programa de Agentes
Comunitários de Saúde) ou Estratégia de Saúde da Família.
c) Ficha A é preenchida nas primeiras visitas do (a) agente comunitário (a) faz à família, deve ser preenchida
uma ficha por família e coleta dados para identificação da família, cadastro de todos os membros, situação
de moradia e outras informações adicionais.
d) Fichas B (B-GES, B-HA, B-DIA, B-TB e B-HAN) são preenchidas pelo médico da equipe, uma ficha por usuário,
e após fornecidas para os agentes de saúde das respectivas microàreas para fazerem o acompanhamento do
indivíduo periodicamente.
Justificativa: As fichas B são preenchidas pelas agentes de saúde, a ficha C é a ficha de acompanhamento da criança, ficha
D é preenchida por todos profissionais da equipe e a ficha SSA2 pode ser preenchida por qualquer profissional da equipe
com nível superior (odontólogo, médico ou enfermeira). Bibliografia: SIAB: manual do sistema de informação de atenção
básica/Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação de Saúde da Comunidade. Brasília.
11.
No município A, com uma população de 200.000 habitantes, existem cadastrados 100 pacientes com câncer de pele, sendo
que 20 casos foram diagnosticados no ano de 2011. Qual é o coeficiente de incidência de câncer de pele no município no
ano de 2011?
a)
b)
c)
d)
0,1 caso por 100.000 habitantes.
1 caso por 200 habitantes.
10 casos por 20.000 habitantes.
60 casos por 100.000 habitantes.
Justificativa: O coeficiente de incidência é definido com a razão entre o número de casos novos de uma doença que ocorre
em uma comunidade, em um intervalo de tempo determinado, e a população exposta ao risco de adquirir a referida doença
no mesmo período. Bibliografia: ROUQUAYROL, Maria Zélia. Epidemiologia e saúde. 5 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999.
12.
No Brasil, a nova Caderneta de Saúde da Criança distribuída pelo Ministério da Saúde a partir do ano de 2007, é importante
instrumento de acompanhamento de avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil, bem como serve de registro para
todas as imunizações recebidas e eventos clínicos relevantes da infância. Nos índices que avaliam Peso-Estatura-Perímetro
Cefálico, as curvas foram elaboradas a partir de:
a)
b)
c)
d)
Curvas de Crescimento do NCHS (National Center of Health Statistics).
Curvas de Crescimento de crianças do Brasil, EUA, Omã, Noruega, Gana e Índia.
Curvas de Crescimento do CDC (Center for Diseases Control).
Curvas de Crescimento da população infantil de Santo André – São Paulo.
Justificativa: As curvas de crescimento da OMS (2007) foram resultado de estudo multi-cêntrico, desenvolvido entre 1977
– 2003, em 6 paises representando os diferentes continentes e apresenta aspectos inovadores, dentre outros, o fato de ser
uma amostra internacional e uma referência para avaliação de sobrepeso/obesidade. As curvas anteriormente utilizadas
tinham como referência um único país (EUA) e elaboradas a partir de uma população de mesmo padrão genético e sócioeconômico.
Bibliografia:
1- http://www.who.int/childgrowth/mgrs/en/;
2- http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/noticias_detalhe.cfm?co_seq_noticia=28601;
3- http://www.who.int/childgrowth/standards/en/.
13.
Garota de 13 anos comparece a unidade de saúde trazida por seus pais. A mãe refere que recebeu uma ligação urgente do
colégio, pois sua filha apresentou uma cegueira bilateral súbita durante a realização de uma prova de matemática. Ao
exame, paciente apresentou-se chorosa, referindo não enxergar nada. Suas pupilas estavam isofotoreagentes, ela não
conseguiu unir a ponta de seus dedos indicadores e não olhou para suas mãos quando foi instruída a fazê-los. O diagnóstico
neste caso será de:
a)
b)
c)
d)
Glaucoma.
Transtorno Conversivo.
Amaurose pré-enxaqueca.
Transtorno de Somatização.
Justificativa: O transtorno conversivo ocorre de forma aguda, geralmente em pacientes jovens, precedido por conflitos ou
evento traumático. O quadro clínico é a presença de sintomas ou deficiências que afetam a função motora ou sensorial,
sugerindo problema neurológico ou médico geral. A produção dos sintomas não é intencional diferente da simulação.
Mesmo um paciente cego consegue olhar suas mãos e unir os seus dedos indicadores devido a propriocepção. Bibliografia:
DUNCAN, Bruce B. et al. Medicina Ambulatorial: Condutas Clínicas em Atenção Primária. 3ed. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2004.
14.
A enfermeira de uma Unidade de Saúde da Família participou de uma investigação epidemiológica que teve como proposta
investigar a freqüência (número de casos existentes), no ano de 2010, de dengue em crianças na faixa etária de 5 a 10 anos
adstritas na área de abrangência de sua unidade. O objetivo básico da investigação epidemiológica realizada é a
determinação da taxa de:
a)
b)
c)
d)
Incidência da doença.
Epidemia da doença.
Mortalidade da doença.
Prevalência da doença.
Justificativa: PREVALÊNCIA-Fração de pessoas que apresenta uma condição clínica ou desfecho em um determinado
ponto no espaço. INCIDÊNCIA - Quantas pessoas (casos novos da doença) desenvolveram a patologia. EPIDEMIA - É a
ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza semelhante, claramente excessiva em relação ao esperado.
Bibliografia: ROBERT H. Fletcher e col. Epidemiologia Clínica.
15.
Homem de 50 anos chega assintomático em consulta médico para realizar um check up. Refere ter 2 filhos hígidos, porém
não conheceu seus pais e irmãos. Segundo o Ministério da Saúde qual a melhor abordagem deste paciente?
a) Avaliar uso de álcool, tabaco e fatores de risco cardiovascular. Realizar cálculo do IMC (índice de massa
corpórea). Medir a pressão arterial. Solicitar perfil lipídico, PSA e glicemia de jejum.
b) Avaliar uso de álcool, tabaco e fatores de risco cardiovascular. Realizar cálculo do IMC (índice de massa
corpórea). Medir a pressão arterial. Solicitar perfil lipídico e sangue oculto nas fezes.
c) Avaliar fatores de risco cardiovascular. Realizar cálculo do IMC (índice de massa corpórea). Medir a pressão
arterial. Solicitar perfil lipídico e glicemia de jejum.
d) Avaliar uso de álcool e outras drogas, fatores de risco cardiovascular. Realizar cálculo do IMC (índice de massa
corpórea). Medir a pressão arterial. Solicitar perfil lipídico e sangue oculto nas fezes, psa total e livre, glicemia de
jejum e encaminhar para o dermatologista para rastrear câncer de pele.
Justificativa: Segundo o Ministério da Saúde no Caderno de Atenção Primária sobre Rastreamentos os homens devem ser
rastreados para dislipidemia desde os 35 anos , HAS a partir dos 18 anos, Todos pacientes adultos deverão ser rastreados
para tabagismo, uso de álcool e obesidade e dos 50 aos 75 anos para câncer de colon e reto. O rastreamento para diabetes
só deverá acontecer em pacientes com PA sustentada 135X90. O nível de evidência para rastreamento para ca de próstata
ainda não é suficiente, pois as evidências são pobres ou conflitantes, em pacientes com idade inferior à 75 anos e para
pacientes com mais de 75 anos o grau de recomendação é D. O rastreamento para ca de pele e de boca também não tem
nível de evidência suficiente para ser incluído nos rastreamentos. Bibliografia: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
16.
O valor preditivo de um teste depende:
a)
b)
c)
d)
Somente da sensibilidade.
Somente da especificidade.
Da sensibilidade, especificidade e incidência da doença na população.
Da sensibilidade, especificidade e prevalência da doença na população.
Justificativa: O valor preditivo de um teste depende, fundamentalmente, da prevalência, sensibilidade e especificidade do
mesmo. Bibliografia: Ahlbom&Norell.Introduction to modern epidemiology.p.23-28.
17.
Mulher de 54 anos após ter passado suas férias no Rio de Janeiro procura uma Unidade de Saúde queixando-se de dor
intensa no corpo, febre, náuseas e vômito há dois dias. Diante desse quadro sugestivo de dengue, deve-se colher sangue
para o diagnóstico sorológico:
a)
b)
c)
d)
Imediatamente.
No dia seguinte ao atendimento.
A partir do terceiro dia após o atendimento.
A partir do quinto dia de aparecimento dos sintomas.
Justificativa: Na fase aguda da doença, a coleta para o isolamento viral deverá ser feita do 1º ao 5º dia e o diagnóstico
sorológico a partir do 5º dia dos sintomas. Bibliografia: www.saúde.gov.br
18.
A perda auditiva induzida pelo ruído tem como característica:
a)
b)
c)
d)
Ser neurossensorial e irreversível.
Dar-se em curto período de tempo.
Ser geralmente unilateral.
Não estabilizar quando cessa a exposição aos ruídos.
Justificativa: Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) é a perda provocada pela exposição por tempo prolongado ao
ruído. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o
tempo de exposição ao ruído (CID 10 – H 83.3). A sua progressão cessa com o fim da exposição ao ruído intenso.
Bibliografia: MENDES, René. Patologia do Trabalho. Atheneu. Rio de Janeiro. 2ª ed. 2003. Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Perda auditiva induzida por ruído
(Pair) / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2006.
19.
Em relação ao índice de Swaroop & Uemura, assinale a alternativa CORRETA:
a)
b)
c)
d)
Nos países desenvolvidos este índice apresenta valores entre 30 e 35%.
É um mau indicador de saúde por ser restrito apenas a uma camada da população.
Os valores do índice são inversamente proporcionais à qualidade de assistência à saúde.
É um bom indicador do nível de vida de uma população.
Justificativa: O Índice de Swaroop & Uemura é um excelente indicador de nível de vida, do qual a saúde faz parte.
Significa a porcentagem de pessoas que morreram com 50 anos ou mais sobre o total de óbitos de uma população. Nos
países desenvolvidos o índice apresenta valores entre 80 e 90 %. Bibliografia: Rouquayrol MZ & Almeida Filho N.
Epidemiologia e Saúde. 5ª. Ed., Medsi, Rio de Janeiro, 1999.
20.
Na década de 1950, as células cancerosas de Henrietta Lacks, que se reproduziam de forma agressiva, foram coletadas por
um laboratório. Henrietta, descendente de escravos negros e humilde, faleceu de câncer de colo de útero. Depois de sua
morte, as suas células passaram a ser produzidas em grande escala por laboratórios. A partir dessas pesquisas, as
possibilidades de beneficência em favor da cura e do bem-estar de milhares de seres humanos pareciam ser ilimitadas. As
células de Henrietta Lacks, conhecidas como células HeLa, tornaram-se propriedade científica e foram usadas em favor
dos avanços da medicina. Entretanto, as células foram retiradas sem que Henrietta ou seus familiares tivessem sido
consultados. A apropriação de suas células sem o seu consentimento fere o princípio da:
a)
b)
c)
d)
Autonomia.
Beneficência.
Não-maleficência
Justiça.
Justificativa: Entre as décadas de 1940 e 1970, pesquisadores norte-americanos achavam que o Código de Nürenberg não
seria relevante para as suas pesquisas, pois achavam que ele somente se aplicaria aos oficiais nazistas. Entretanto, cientistas
americanos usavam pessoas consideradas de segunda classe como objetos de pesquisa, o que ocorreu com os negros. Em
nome dos possíveis benefícios, não se respeitava a autonomia da pessoa com a qual acontecia a pesquisa. A intenção da
pergunta acima é de proporcionar mecanismos para distinguir e identificar princípios da Bioética. A ética principialista é
formada pelos princípios da beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça. No caso acima descrito, o objetivo dos
pesquisadores deveria ser o benefício para a população, respeitando o consentimento informado dos pacientes. Entretanto, o
objetivo maior foi a busca de benefícios financeiros para os institutos de pesquisa, a partir do patenteamento das células
cancerígenas de Henrietta Lacks. Ela não foi consultada sobre os processos de pesquisa com as suas células. Tampouco a
família foi informada sobre os procedimentos de apropriação dessas células. Em favor da pesquisa, da beneficência de
muitos e do lucro financeiro, a autonomia de Henrietta Lacks foi desrespeitada. Bibliografia: SKLOOT, Rebecca. A vida
imortal de Henrietta Lacks. Trad. Ivo Korytowski. São Paulo: Companhia das letras, 2011.
Ciências Básicas
21.
O rim em ferradura, freqüentemente tem sua ascensão interrompida (anomalia de ascensão) devido a:
a)
b)
c)
d)
Artéria mesentérica superior.
Artéria sacral média.
Artéria ilíaca interna.
Artéria mesentérica inferior.
Justificativa: Quando formados inicialmente, os rins estão próximos da pelve, e me aproximadamente 1 em 600 fetos os
polos inferiores dos rins fundem-se para formar um rim em ferradura. Este rim em forma de U normalmente se situa ao
nível das vértebras L3 e L5 porque a subida normal do rim anormal foi impedida pela raiz da artéria mesentérica inferior.
Bibliografia: 1-MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 5a. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007; 2-SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Terminologia anatômica. São Paulo: Manole, 2001.
22.
Sua função é formar glicose a partir de diferentes substratos para manter seus níveis normais no sangue mesmo após a
glicose proveniente da dieta ter sido totalmente absorvida. Esta via também possibilita o fornecimento constante de glicose
para suportar o metabolismo de tecidos que a como seu substrato primário, além de ser utilizada principalmente entre as
refeições e quando estamos dormindo. A via metabólica que representa essa explicação é a:
a)
b)
c)
d)
Glicólise.
Glicogênese.
Gliconeogênese.
Glicogenólise.
Justificativa: Glicólise e glicogenólise são vias metabólicas que degradam glicose e glicogênio, respectivamente. A
gliconeogênese é a via metabólica que sintetiza glicogênio a partir de moléculas de glicose. Bibliografia: GOLDMAN, Lee
(EDIT). AUSIELLO, Dennis (EDIT). Cecil: tratado de medicina interna. V.1. 22 ed. Rio de Janeiro: Saunders Elsevier,
2007.
23.
Os benzodiazepínicos têm sua ação farmacológica atuando no receptor:
a) GABAA.
b) GABAB.
c) De Acetilcolina.
d) De Glutamato.
Justificativa: Os receptores ionotrópicos GABAA são constituídos de cinco subunidades que se dispõem de modo a formar
um canal de cloreto. Eles são responsáveis pela maior parte da neurotransmissão inibitória no SNC. Os benzodiazepínicos
agem nos receptores GABAA, ligando-se diretamente a um local específico distinto do ponto de ligação do GABA.
Bibliografia: GOLDMAN, Lee (EDIT). AUSIELLO, Dennis (EDIT). Cecil: tratado de medicina interna. V.1. 22 ed. Rio
de Janeiro: Saunders Elsevier, 2007.
24.
Entre as várias substâncias utilizadas no tratamento do câncer, algumas atuam interferindo diretamente no ciclo da divisão
celular. O taxol é exemplo de uma destas substâncias, cujo mecanismo de ação é:
a)
b)
c)
d)
Afetando a montagem dos microtúbulos, impedindo a formação do fuso mitótico.
Estabilizando o fuso mitótico, bloqueando a mitose.
Afetando o suprimento de nucleotídeos, necessários à síntese de DNA/RNA.
Bloqueando a síntese de ATP, impedindo a fosforilação nos processos da divisão.
Justificativa: Substâncias utilizadas em oncologia atuam interferindo diretamente nos processos celulares, seja na divisão,
na síntese ou nos ciclos energéticos celulares. Taxol é um exemplo clássico de substância que atua estabilizando fusos
mitóticos, interferindo diretamente na divisão celular. Bibliografia: Norman, R. Lodwick, D.: Biologia Celular (tradução
Alfaro, D. Corbett, D). Elsivier, Rio de Janeiro, 2007.
25.
Ao exame físico, o achado da presença de linfonodos aumentados de localização restrita à fossa supra-clavicular direita
sugere a lesão primária estar:
a)
b)
c)
d)
No lobo inferior do pulmão esquerdo.
Na glândula submandibular.
Em víscera oca na cavidade abdominal.
No rim direito.
Justificativa: A drenagem linfática de mediastino, ligamentos superiores do fígado, pulmão direito e lobo inferior do
pulmão esquerdo se faz preferencialmente para o duto torácico direito enquanto que a drenagem linfática dos membros
inferiores, pelve, cavidade abdominal, retroperitônio e pulmão esquerdo o fazem para o duto torácico principal Por outro
lado, a opção “glândula submandibular”, embora possível como uma opção correta, não pode ser considerada pois os
linfáticos do triângulo submandibular e da cadeia anterolateral cervical, sítios preferenciais das metástases dos tumores da
glândula submandibular, não encontram-se comprometidos. Bibliografia: Thorek, P: Anatomy in Surgery. 2º Ed.
J.P.Lippincott Co. Philadelphia, 1962.
26.
O teratoma sacrococcigeano é um tumor derivado de células pluripotentes que contém vários tipos de tecidos derivados das
três camadas germinativas em estágios incompletos de diferenciação. Qual a origem embrionária deste tumor?
a)
b)
c)
d)
Mau desenvolvimento do processo notocordal.
Proliferação da membrana cloacal.
Persistência de restos da linha primitiva.
Mesoderma intra-embrionário.
Justificativa: A linha primitiva contém células pluripotentes e a persistência de restos da linha primitiva podem dar origem
a este tumor. Bibliografia: MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2008.
27.
Duas substâncias podem agir sobre o mesmo tecido ou órgão através de receptores independentes tendo como resultado
efeitos em direções opostas. Esse evento é conhecido como antagonismo:
a)
b)
c)
d)
Químico.
Competitivo.
Fisiológico.
Irreversível.
Justificativa: Antagonismo fisiológico – são substâncias químicas endógenas (por exemplo: acetilcolina e adrenalina) que
produzem efeitos opostos no corpo e atuam em receptores diferentes. Bibliografia: 1-RANG, H.P.; DALE, M.M.
Farmacologia. 6 ed. RJ: Elsevier, 2007; 2-KATZUNG, Bertram G; COSENDEY, Carlos Henrique. Farmacologia : básica e
clínica - 10.ed. / 2010 básica e clínica . Porto Alegre, RS: AMGH Editora, 2010.
28.
Jovem de 24 anos, sem antecedentes mórbidos, sofre queda de plano elevado e apresenta fraturas de ossos longos que são
estabilizadas cirurgicamente. Recebe sangue e cristalóides. Passada às 24 horas iniciais observa-se taquicardia (120
batimentos por minuto) e baixo débito urinário (100 mL nas últimas 8 horas). Reavaliado, apresentava-se calmo e
colaborativo. Sua pressão arterial=160/110 mmHg, a pressão venosa central=12 cm de água (normal até 8 cm de água), o
hematócrito=38%, a pressão parcial de O2 em sangue arterial (sem o uso suplementar de oxigênio)=95 mmHg e a saturação
de O2 de amostra sangue venoso do átrio direito=30% (normal 70%). Com estes dados podemos dizer que o perfil
hemodinâmico apresentado pelo paciente é compatível com:
a)
b)
c)
d)
Vasoconstrição periférica, pelo aumento do tônus vasomotor.
Baixo débito cardíaco, pela hipertensão arterial.
Hipervolemia, resultante da excessiva reposição volêmica inicial.
Anemia, por déficit de sangue.
Justificativa: O quadro apresentado mostra manutenção da resposta compensatória adrenérgica após ressuscitação
caracterizada pela taquicardia, hipertensão relativa e aumento na diferença arteriovenosa de O2, apesar de adequados o
hematócrito e a pré-carga. Bibliografia: Associação de Medicina Intensiva Brasileira: Rotinas em Medicina Intensiva –
adulto. ConnectMed, São Paulo, 2003.
29.
O edema subcutâneo generalizado que ocorre na insuficiência renal, na desnutrição, na cirrose hepática é devido:
a)
b)
c)
d)
Diminuição da concentração proteica do plasma.
Aumento da pressão hidrostática vascular.
Aumento da concentração proteica do interstício.
Obstrução dos vasos linfáticos.
Justificativa: O plasma sanguíneo se mantém no compartimento vascular, entre outros fatores, pela quantidade de
proteínas plasmáticas que circulam nos vasos sanguíneos, principalmente albumina, que é sintetizada pelo fígado. Na
desnutrição protéico calórica ocorre uma síntese insuficiente ou inadequada de proteínas plasmáticas, na cirrose hepática o
fígado fica incapacitado de sintetizar proteínas do plasma e na insuficiência renal ocorre perda de proteínas plasmáticas
pela urina, todos estes processos levam a diminuição da concentração do plasma, permitindo que por osmose o líquido
intravascular escape para os tecidos causando edema generalizado (Anasarca). Bibliografia: 1-COTRAN, Ramzi S;
KUMAR, Vinay; ROBBINS, Stanley L. Robbins patologia básica - 8. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008; 2-FRANCO,
Marcello; MONTENEGRO, Mario Rubens. Patologia: processos gerais. 4. Ed. São Paulo: Atheneu, 2003; 3-RUBIN, E l;
TARANTO, G. Rubin patologia: bases clinicopatológicas da medicina. 4. Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan
S/A, 2006.
30.
O linfócito T-helper é considerado uma célula central na imunidade. Com relação a este tipo celular é CORRETO afirmar:
a)
b)
c)
d)
Estas células reconhecem o antígeno na fenda do MHC de classe I.
A ativação do subtipo TH1 é necessária para combater parasitas intracelulares.
Uma de suas funções é matar células que não expressam moléculas de MHC de classe I.
São células infectadas pelo vírus HIV porque possuem a molécula CD8.
Justificativa: A alternativa B está incorreta porque o LTH somente reconhece o antígeno exposto pelo MHC de Classe II.A
alternativa C está incorreta por dois motivos: a) linfócito TH não tem função de matar células; b) linfócito TH não possui
receptor para detectar a presença ou não de moléculas do MHC de classe I. A alternativa D está incorreta porque o LTH
não possui moléculas CD8, além disso, a molécula CD8 não é um receptor utilizado pelo vírus HIV. Bibliografia: 1ABBAS, A K; LICHTMAN, AH. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema imunológico, 2007; 2-FORTE,
Wilma Neves. Imunologia: do básico ao aplicado, 2007; 3-JANEWAY, CA. Imunobiologia: o sistema imunológico na
saúde e na doença, 2007.
31.
A KPC (Klebsiella Pneumoniae produtora de Carbapenemase) atinge principalmente indivíduos debilitados, crianças,
idosos, imunodeprimidos ou internados em UTIs. Alto índice dos casos de infecção por KPC evoluem para óbito. Essa
bactéria é um:
a)
b)
c)
d)
Bacilo Gram-positivo, oxidade positivo, não fermentador.
Coco Gram-positivo, oxidase negativo, não fermentador.
Coco Gram-negativo, oxidase negativo, fermentador de lactose.
Bacilo Gram-negativo, oxidase negativo, fermentador de lactose.
Justificativa: Trata-se de uma enterobactéria e, portanto, apresenta morfologia de bacilo, com coloração de Gram negativa
e é fermentadora, inclusive de lactose. A reação para a detecção de oxidase é negativa, pois não possui citocromo oxidase.
Bibliografia: DIENSTMANN, R.; PICOLI, S. U.; MEYER, G.; SCHENKEL, T.; STEYER, J. Avaliação fenotípica da
enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em Enterobacteriaceae de ambiente hospitalar. Jornal Brasileiro de
Patologia e Medicina Laboratorial, vol. 46, n. 1, 2010.
32.
Para um paciente de 70 anos de idade com demência, provavelmente devido à doença de Alzheimer, depressão maior e
insônia, deve ser evitada a prescrição de fármacos da seguinte classe, sob risco de piora do quadro demencial:
a) Inibidores seletivos da recaptação da serotonina.
b) Inibidores da monoamina oxidase.
c) Benzodiazepínicos.
d) Antidepressivos tricíclicos.
Justificativa: A doença de Alzheimer caracteriza-se fisiopatologicamente pela depleção de neurotransmissores
(principalmente acetilcolina) nos neurônios do córtex cerebral. O tratamento farmacológico baseia-se no uso de inibidores
da colinesterase. Num paciente com doença de Alzheimer devem ser evitados os antidepressivos tricíclicos, uma vez que os
mesmos possuem efeito anticolinérgico. Bibliografia: Goodman & Gilman, As bases farmacológicas da terapêutica, Ed.11,
editora: McGraw-Hill, 2006.
33.
Qual dos componentes do néfron propicia uma maior superfície de absorção para o ultra- filtrado glomerular, sendo
responsável pela absorção da glicose?
a)
b)
c)
d)
Orla em escova do túbulo contorcido distal.
Os pés vasculares dos podócitos sobre os capilares fenestrados.
Microvilosidades apicais do túbulo contorcido proximal.
Células cúbicas da porção ascendente da Alça de Henle.
Justificativa: O túbulo contorcido proximal do néfron, reabsorve em torno de 75% da glicose. Bibliografia: 1-Gartner, L.
P. & Hiatt, J. L. Tratado de Histologia em Cores. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003; 2-Young, BLowe, J. S.
Stevens, A Heath, J. W. Wheater - Histologia Funcional - Texto e Atlas em Cores. 1 ed. (Tradução da 5 ed.). Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007.
34.
Com relação a fisiologia da micção, no esvaziamento vesical, ocorre :
a) Impulsos neuronais nos nervos pélvicos estimulam a liberação da acetilcolina, levando à contração do
músculo detrusor.
b) Estimulação parassimpática é reduzida e a estimulação simpática é desencadeada.
c) Junto com a estimulação do detrusor, a acetilcolina inibe receptores na uretra, levando à contração residual do
músculo estriado do assoalho pélvico.
d) A estimulação do receptor B- adrenérgico na cúpula vesical resulta em contração da musculatura lisa.
Justificativa: Estimulação simpática é reduzida e a estimulação parassimpática é desencadeada. Especificamente, impulsos
neuronais nos nervos pélvicos estimulam a liberação da acetilcolina, levando à contração do músculo detrusor. Junto com a
estimulação do detrusor, a acetilcolina estimula receptores na uretra, levando ao relaxamento da saída para o esvaziamento.
A estimulação do receptor β-adrenérgico na cúpula vesical resulta em relaxamento da musculatura lisa e auxilia no
armazenamento da urina.Os receptores α-adrenérgicos são estimulados pela norepinefrina, o que resulta em uma cascata de
eventos que levam à contração uretral e auxiliam na continência. Bibliografia: 1-Cunningham et al.Ginecologia de
Wlliams. McGraw-Hill, 2012. p. 519; 2- Freitas , F Rotinas em Ginecologia . Ed Artmed . 2011.
35.
Feocromocitomas são neoplasias de células cromafins e têm como manifestação clinica, sinais e sintomas que derivam da
secreção aumentada de catecolaminas. Entre as opções a seguir, qual pode estar associada com a este tipo de tumor?
a)
b)
c)
d)
O bloqueio átrio-ventricular.
A hiperglicemia.
O acumulo de gordura corporal.
O aumento do volume plasmático.
Justificativa: Entre as ações da adrenalina e noradrenalina (catecolaminas) nos diferentes sistemas, encontramos a
supressão da secreção da insulina pancreática, a lipólise e o aumento da secreção de glicose pelo fígado, todas resultando na
hiperglicemia. O bloqueio AV resulta da ação vagal colinérgica sobre o coração e o aumento do volume plasmático da
redução do tônus adrenérgico sobre os vasos sanguíneos. Bibliografia: McPhee, S e Ganong, W: Pathophisiology of
Disease. An Introduction to Clinical Medicine, 5th Ed. McGraw Hill Co. New York, 2006
36.
Quando uma pessoa tem hipotermia para que a temperatura corporal volte ao estado normal deve ocorrer o seguinte
mecanismo fisiológico:
a)
b)
c)
d)
Ativação do hipotálamo anterior.
Ativação do hipotálamo posterior.
Sudorese.
Vasodilatação.
Justificativa: O hipotálamo posterior é considerado o centro de produção e conservação do calor. Bibliografia: Guyton,
Arthur C. Fisiologia Médica. 11ª. Elsevier Editora Ltda. Rio de Janeiro, 2006.
37.
Homem de 48 anos procura ajuda de um neurologista por estar apresentando declínio de memória e de concentração.
Também começa a apresentar movimentos involuntários nos dedos e nos artelhos. Em sua família não há registro de
pessoas com os mesmos sinais. Este homem tinha um filho adolescente saudável até o momento. Após uma extensa
avaliação e uma análise de DNA, verificou-se que o gene HD, presente no cromossomo 4 apresentava 43 repetições CAG
em um de seus alelos, enquanto que o número normal de repetições é de até 26. Este resultado mostra, através das
condições clínicas e da análise do DNA que o paciente apresenta a Doença de Huntington. Esta doença apresente mutação
por:
a)
b)
c)
d)
Inserção de base com herança ligada ao sexo recessiva.
Deleção de base com herança ligada ao sexo dominante.
Mutação por deleção de base com herança autossômica recessiva.
Inserção de base com herança autossômica dominante.
Justificativa: Esta questão trabalha conceito de análise de DNA na determinação de mutações gênicas, neste caso quando
fala que há um único alelo do gene que apresenta um aumento no número de repetições de base está mostrando que basta
uma copia para o desenvolvimento das características da doença, assim o tipo de herança é a autossômica dominante.
Bibliografia: TURNPENNY, P. D. AND ELLARD S. Emery: Genética Médica 13ª Ed. Elsevier, 2009.
38.
Podemos esperar como conseqüência da obstrução aguda da artéria cerebral média a:
a)
b)
c)
d)
Ataxia, o nistagmo e a vertigem.
Afasia e a perda hemissensorial contralateral.
Diplopia, a paralisia do olhar, a disartria e a ataxia cerebelar.
Perda hemissensorial ipsilateral, a síndrome de Horner e o coma.
Justificativa: Este pergunta relaciona a irrigação sanguinea de diferentes segmentos dos hemisférios cerebrais a partir do
polígono de Willis (anatomia) com a respectiva função (fisiologia). Bibliografia: McPhee, S.J. et al: Pathophysiology of
Disease – An Introduction to Clinical Medicine, Toronto, McGraw-Hill, 2006.
39.
O decúbito dorsal para uma gestante em final de gravidez causa:
a)
b)
c)
d)
Aumento da pré-carga.
Redução da pós-carga.
Redução na pré-carga.
Aumento da pós-carga.
Justificativa: O estudo da fisiologia circulatória revela a associação entre retorno venoso e débito cardíaco. As massas
abdominais e a gravidez exercem efeitos compressivos reduzindo a pré-carga. Situações como esta são freqüentes em
serviços obstétricos. Bibliografia: Guyton, Arthur C. Fisiologia Médica. 11ª. Elsevier Editora Ltda. Rio de Janeiro, 2006.
40.
Recém-nascido feminino, com PN=3250g, idade gestacional de 37 semanas e 5 dias, nasce por via vaginal. O diagnóstico
de anencefalia, já observado no pré-natal e compreendido pela família, é confirmado. Apresenta-se cianótico, com
respiração irregular e FC=60. Qual é a conduta adequada neste caso?
a)
b)
c)
d)
Entubar e iniciar ventilação com pressão positiva.
Iniciar ventilação com balão e máscara, e massagem cardíaca.
Não iniciar manobras de reanimação e considerar como natimorto.
Realizar avaliação inicial e prover medidas de conforto.
Justificativa: Trata-se de um caso de malformação congênita incompatível com a vida. A conduta é permitir uma morte
digna sem dor ou sofrimento, provendo medidas de conforto. A Academia Americana de Pediatria recomenda não reanimar
anencéfalos. Bibliografia: Kopelman et al. Bioética e Pediatria.In: Lopez e Campos Júnior. Tratado de Pediatria –
Sociedade Brasileira de Pediatria. Barueri, SP: Manole, 2007.pg 15-25.
41.
Clínica Cirúrgica
A primeira medida a se tomar em paciente portador de queimadura ocular por substância alcalina é:
a)
b)
c)
d)
Pingar colírio anestésico o mais rápido possível.
Encaminhar urgente ao Pronto Socorro.
Lavar o olho afetado com água corrente.
Lavar o olho afetado com substância que neutralize o álcali.
Justificativa: A queimadura química ocular é uma urgência e requer rápida e intensa irrigação externa com soro fisiológico
ou água corrente; depois de ter o(s) olho(s) bastante lavado(s), o paciente deve ser encaminhado aos cuidados do médico
oftalmologista para avaliação e conduta complementar. Bibliografia: Alves MR, Nakashima Y. Traumas químicos,
térmicos, elétricos, barométricos e por radiação. In: Höfling-Lima AL, Nishiwaki-Dantas MC, Alves MR. Série
Oftalmologia Brasileira – Doenças Externas Oculares e Córnea - Capítulo 34 - Rio de Janeiro, Cultura Médica, 2008.
42.
Homem de 50 anos foi submetido há 6 meses à hernioplastia inguinal pela Técnica de Lichtenstein para correção de uma
hérnia inguinal direta. Refere que persiste dor na região da operação, de média para forte intensidade, levando-o ao Pronto
Atendimento diversas vezes. O exame físico da região inguinal mostra a cicatriz cirúrgica com bom aspecto e sem outras
anormalidades. Baseado nestes dados assinale a alternativa CORRETA:
a) O quadro álgico é esperado para este reparo operatório com tela cirúrgica, devendo ceder após um prazo médio de
12 meses.
b) O quadro sugere dor neuropática por lesão de um ou mais nervos que cruzam a região inguinal, infiltração
com anestésico local pode ser diagnóstica e terapêutica.
c) Trata-se de provável osteomielite da região da sínfise púbica cujo tratamento deve ser orientado pelo ortopedista.
d) É sabido que as próteses podem provocar rejeição e o caso apresentado sugere esta complicação havendo
necessidade de retirada da tela cirúrgica.
Justificativa: Este um caso típico de dor crônica inguinal de provável origem neuropática, complicação bem conhecida
pelos cirurgiões que realizam operações para correção de hérnias inguinais. A bibliografia mostra um grande número de
estudos tratando desta temática. Bibliografia: 1-Propedêutica Cirúrgica. Edvaldo M. Utiyama et al. 2ª ed.- Barueri, SP:
Manole,
2007;
2-Silvestre
AC, de
Mathia
GB, Fagundes
DJ, Medeiros
LR, Rosa
MI.
Shrinkage evaluation of heavyweight and lightweight polypropylene meshes in inguinal hernia repair:
a randomized controlled trial. Hernia. 2011 Dec;15(6):629-34. Epub 2011 Jul 12; 3-Clínica Cirúrgica 02 – Pré e pósoperatório – Alexandre Carlos Silvestre
43.
A colite pseudomembranosa é uma das complicações pós-operatória decorrente do uso de antibióticos e se caracteriza por
febre, diarréia mucosanguinolenta e desidratação. Esta morbidade é causada pela toxina da bactéria:
a)
b)
c)
d)
Clostridium difficile.
Scherichia coli.
Pseudomonas aeruginosa.
Klebsiela sp.
Justificativa: Esta é uma grave complicação pós-operatória que ocorre usualmente após o uso de antibióticos é causada
pela toxina da bactéria Clostridium difficile. Bibliografia:1-Propedêutica Cirúrgica. Edvaldo M. Utiyama et al. 2ª ed.Barueri, SP: Manole, 2007;2-Current Surgical Diagnosis & Treatment. Lawrence W. Way, Gerald M. Doherty. 11th
edition.
44.
Mulher, 52 anos, apresentando tumoração de 5 cm em região perianal com um ano de evolução. A biópsia da lesão revelou
carcinoma epidermóide (CEC). A conduta para esta paciente será:
a)
b)
c)
d)
Quimiorradioterapia.
Amputação de reto.
Ressecção da lesão.
Braquiterapia.
Justificativa: Cerca de 80% dos pacientes com câncer anal tem resposta completa após terapia neoadjuvante com
quimioterapia (5-FU) mais radioterapia concomitante e apresentam sobrevida acima de 90%. As alternativas B e D
apresentam piores taxas de sobrevida e podem ser usadas em caso de recidiva ou persistência da doença; a alternativa C não
está indicada para o caso. Bibliografia: 1-UKCCCR Anal Cancer Trial Working Party. Epidermoid anal cancer: results
from the UKCCCR randomised trial of radiotherapy alone versus radiotherapy, 5-fluorouracil, and mitomycin. Lancet,
1996; 2-Hamilton SR, Aaltonen. Tumours of the Digestive System. In: World Health Organization Classification of
Tumors. Pathology & Genetics. Lyon: IARC Press; 2000; 3-Ryan DP, Compton CC, Mayer RJ. Carcinoma of the anal
canal. N Engl J Med 2000.
45.
Homem, 62 anos, tabagista e etilista, procura atendimento médico pelo aparecimento há 2 meses de nódulo cervical,
medindo 2,5 cm, endurecido, móvel, pouco doloroso, localizado em região júgulo-digástrica à direita. À oroscopia
apresenta lesão pouco ulcerada, com aproximadamente 3cm, localizada no bordo lateral direito da língua. O próximo passo
na conduta deste caso será a realização de:
a)
b)
c)
d)
Tomografia Computadorizada de Pescoço.
Punção aspirativa do nódulo cervical guiada por ecografia.
Biópsia da lesão na língua.
Retirada do nódulo cervical.
Justificativa: Tal caso clínico, demonstra um paciente com suspeita de carcinoma epidermóide de língua com provável
metástase em linfonodo cervical. Qualquer paciente, principalmente idoso, com história de etilismo e tabagismo, que
apresente queixas ou alterações ao exame físico do trato aerodigestivo alto (no caso, visível à oroscopia) deve ser avaliado
com suspeição para carcinoma epidermóide de Cabeça e Pescoço. A confirmação do carcinoma é realizada através da
biópsia. Pelo fato do paciente referido apresentar uma lesão já visibilizada na oroscopia fica fácil a realização da biópsia,
sem necessidade de procedimento mais invasivo na região cervical (lembrar da possibilidade do linfonodo não conter
metástase, podendo ser apenas reacional). Bibliografia: 1-Marcos Brasilino de Carvalho. Tratado de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço e Otorrinolaringologia. Editora Atheneu, 2001. 2-Luiz Paulo Kowalski. Afecções Cirúrgicas do Pescoço. Editora
Atheneu, 2005; 3-Current Diagnosis & Treatment: Surgery. 13th ed. Appleton & Lange; 2010.
46.
Em relação ao tratamento conservador das fraturas dos ossos da perna podemos afirmar que:
a)
b)
c)
d)
É mais indicado por ser isento de complicações com menor possibilidade de pseudoartrose.
É o tratamento mais indicado nas fraturas deslocadas e em espiral do terço médio da tíbia.
A síndrome compartimental é uma possível complicação e atinge frequentemente o compartimento anterior.
É de pouca indicação na infância, onde o tratamento de escolha é o cirúrgico com fixação por meio de haste
intramedular.
Justificativa: A síndrome compartimental é mais freqüente no compartimento anterior, apesar de poder ocorrer em todos
os compartimentos. As fraturas dos ossos da perna têm possibilidade de evoluir com pseudoartrose tanto no tratamento
conservador quanto cirúrgico em especial as fraturas muito deslocadas e cominutivas, sendo o tratamento conservador o de
primeira escolha na infância. Bibliografia: Hebert S et al. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. Porto Alegre:
Artes Médicas.
47.
Com relação ao uso da Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) na avaliação diagnóstica do nódulo solitário da tireóide,
assinale a alternativa CORRETA:
a) O uso de PAAF na atualidade está restrito àqueles casos suspeitos de nódulos tiroideanos benignos.
b) A PAAF por fazer diagnósticos precisos das neoplasias possibilita a realização de intervenções cirúrgicas
precoces.
c) O diagnóstico do carcinoma folicular é o mais comumente encontrado e de fácil obtenção nos aspirados
tireoidianos.
d) O diagnóstico de uma lesão benigna é fortemente sugerido pela presença de colóide e de macrófagos dentro
do aspirado citológico.
Justificativa: O uso de PAAF na atualidade representa uma das modalidades iniciais de avaliação de nódulos de tireóide,
diminuíndo a necessidade de intervenções cirúrgicas, pois há uma aumento da freqüência de diagnóstico de doenças
benignas. O diagnóstico de carcinoma folicular é inconclusivo em até 35% dos casos. O carcinoma folicular é o de mais
difícil achado e depende da confirmação diagnóstica com material histológico de fragmento obtido por biopsia.
Bibliografia: Townsend, CM; Beauchamp, RD; Evers, BM; Mattox, KL. Sabiston tratado de cirurgia: as bases biológicas
da prática cirúrgica. 18a. Ed., Elsevier, 2010.
48.
Com relação às manifestações clínicas da mastoidite aguda, assinale a alternativa CORRETA:
a) A presença de sinais inflamatórios na orelha média visível a otoscopia é infreqüente, pois o processo se encontra
na porção mastóidea.
b) O eritema e abaulamento observados na região retroauricular pode ter outras causas e a solicitação de
tomografia computadorizada ajuda no diagnóstico.
c) As complicações oftalmológicas são as mais frequentemente encontradas e visíveis ao exame clínico.
d) O uso inadequado de antibióticos pode levar a uma mastoidite mascarada onde a mais grave complicação é a perda
auditiva e suas repercussões sociais.
Justificativa: A otoscopia apresenta sinas de otite média como hiperemia e purulência de conteúdo de ouvido médio. As
principais complicações são intracranianas como Meningites e abscessos intracerebrais. A mastoidite mascarada por uso
inadequado de antibiótico pode retardar o diagnóstico e apresentar evolução mais frequentemente para complicações
intracranianas. Bibliografia: Campos, C.A.H.;Costa, H.O.O.; Tratado de otorrinolaringologia, Editora Roca, São Paulo,
2002.
49.
Sobre os tratamentos cirúrgicos para a Hiperplasia Benigna de Próstata, assinale a alternativa CORRETA:
a) O principal motivo da indicação precoce de cirurgia nos pacientes com sintomas leves é evitar a piora dos
sintomas miccionais.
b) São indicações absolutas de cirurgia: a retenção urinária aguda, infecção recorrente, hematúria recorrente
e uremia.
c) A ressecção transuretral de próstata (RTU) tem indicação específica para poucos pacientes, uma vez que a
ressecção aberta apresenta maior eficácia e menor possibilidade de recidiva.
d) O adenoma prostático (zona central periuretral) e a cápsula prostática (zona periférica) são ressecados totalmente
tanto pela técnica aberta como pela endoscópica.
Justificativa: As principais indicações de cirurgia precoce são os sintomas de intensidade moderada a severa e quando
existe alteração na qualidade de vida, Não existindo indicação preventiva. A ressecção transuretral (RTU) de próstata é
uma técnica amplamente utilizada e apresenta vantagens em relação a técnica aberta. A cápsula prostática permanece na
ressecção. Bibliografia: Townsend, CM; Beauchamp, RD; Evers, BM; Mattox, KL. Sabiston tratado de cirurgia: as bases
biológicas da prática cirúrgica. 18a. Ed., Elsevier, 2010.
50.
Homem de 76 anos apresenta dor súbita e intensa em flanco e fossa ilíaca esquerda, associada a febre. Nota-se no exame
físico massa palpável dolorosa em fossa ilíaca esquerda. A hipótese diagnóstica inicial e o exame complementar que
confirmará o diagnóstico (padrão ouro) serão respectivamente:
a)
b)
c)
d)
Diverticulite aguda; Tomografia computadorizada de Abdome.
Diverticulite de Meckel; Ecografia de Abdome total.
Abdome agudo obstrutivo; Colonoscopia.
Tumor de sigmóide; Trânsito intestinal.
Justificativa: O quadro pode ser compatível com diverticulite aguda e o teste diagnóstico padrão ouro seria a tomografia
computadorizada de abdome. O quadro clínico acima não condiz com os sintomas de diverticulite de Meckel. Tumor
obstrutivo de sigmoide até poderia cursar com dor em fossa ilíaca esquerda e massa palpável, porém o exame diagnóstico
padrão ouro não seria o transito intestinal. O abdome agudo obstrutivo deve ser conduzido com laparotomia exploradora.
Bibliografia: Coelho, J.C. Manual de Clínica Cirúrgica. São Paulo: Atheneu, 2009.
51.
Paciente que sofreu colisão automobilística há 2 dias procura a emergência apresentando sinal de Grey-Turner e sinal de
Cullen. Estas alterações semiológicas são características de lesão de:
a)
b)
c)
d)
Baço.
Sigmóide.
Pâncreas.
Bexiga.
Justificativa: Os sinais de Grey-Turner e Cullen se traduzem por hematoma nos flancos e periumbelical respectivamente,
por sangramento decorrente do retroperitônio, por isso pode ser devido a lesões de qualquer estrutura que se localize no
retroperitônio como duodeno, grandes vasos, pâncreas, parede posterior do colon ascendente, rins. Bibliografia:
TRAUMA-Sociedade Panamericana de Trauma, Editores-Ricardo Ferrrada e Aurelio Rodrigues, Editora Atheneu, 2009,
segunda edição.
52.
Homem de 68 anos, com história de fibrilação atrial, apresenta-se com dor em ambas as pernas com início há duas horas.
Não tem história de claudicação intermitente e nega cirurgias prévias. A freqüência cardíaca é de 120/min e a pressão
arterial é de 190/90 mmHg. Seus membros inferiores estão frios e pálidos e com acentuado déficit motor e sensorial. Os
pulsos femorais estão ausentes. A conduta deste caso será a administração de heparina sistêmica seguida de:
a)
b)
c)
d)
Exploração cirúrgica imediata.
Angiografia urgente.
Trombólise por cateter.
Eco Doppler venoso para localizar a obstrução.
Justificativa: A tromboembolectomia cirúrgica é o meio mais rápido de se conseguir a perfusão nesse paciente com
isquemia classe 2B. Uma angiografia acrescentaria muito pouco em termos diagnósticos, demandaria um tempo precioso a
ser perdido e somaria um risco adicional pois seria necessário realizá-la a partir de um acesso braquial ou axilar. A
trombólise levaria muitas horas para proporcionar a perfusão, por isso não é apropriada. A realização de eco Doppler nada
fará no sentido de perfundir os membros inferiores desse paciente. Bibliografia: Vascular Surgery. Robert B. Rutherford.
W.B. Saunders – Elsevier, 7th edition.
53.
Os anestésicos locais utilizados nas suturas de pequenos ferimentos induzem anestesia e analgesia por meio de interações
diretas com:
a)
b)
c)
d)
Receptores opióides.
Ciclooxigenases 1 e 2.
Ácido aracdônico.
Canais de sódio.
Justificativa: Há uma aceitação ampla de que os anestésicos locais induzem anestesia e analgesia por meio de interações
diretas com os canais de sódio (fazem ligação, de forma reversível, com a porção intracelular dos canais de sódio
controlados por voltagem). Bibliografia: Barash PG et al. Manual de Anestesiologia Clínica – 6ª Ed. Porto alegre: Artmed,
2011.
54.
Mulher de 42 anos apresenta dor e distensão abdominal pós-prandial recorrente. Endoscopia digestiva alta mostra gastrite
antral leve e esofagite grau I. Ecografia de abdome total demonstra pólipo séssil de cerca de 0,6 cm em vesícula biliar,
associada a múltiplos cálculos de vesícula biliar que variam de 0,5 a 1,2 cm de diâmetro. A conduta a ser realizada nesta
paciente será o tratamento ambulatorial da gastrite e da esofagite e em seguida:
a) Encaminhar para o cirurgião devido a necessidade de ressecção cirúrgica da vesícula biliar frente aos
achados da ecografia de abdome total.
b) Orientar para a realização de exames bianuais de ecografia de abdome superior, para a avaliação da progressão do
tamanho dos pólipos.
c) Orientar sobre a possibilidade de cirurgia caso haja aparecimento de sintomas tipo cólica em hipocôndrio direito.
d) Continuar com o acompanhamento ambulatorial, observando o aparecimento de dor e febre e, então, internar para
realização de colecistectomia de urgência.
Justificativa: A paciente apresenta pólipo de vesícula biliar de 0,6 cm associado a presença de cálculos em vesícula biliar,
que possui indicação de tratamento cirúrgico, porém não há necessidade de realizar cirurgia de urgência. Acompanhamento
com ecografia de abdome superior anual pode ser indicada nos casos de pólipos (na ausência de cálculos biliares) com
menos de 0,6 cm. Bibliografia: 1-Petroianu A. Clínica do Colégio Brasileiro dos Cirurgiões. 1. edição. São Paulo.
Atheneu, 2010. Capítulo 36; 2-Coelho, J.C. Manual de Clínica Cirúrgica. São Paulo: Atheneu, 2009.
55.
Jovem de 20 anos bateu seu carro contra um poste. Não usava cinto de segurança e, ao ser resgatado e trazido à sala de
emergência, se apresentava com fraturas importantes maxilofaciais e em sofrimento respiratório. A conduta para este caso
será:
a)
b)
c)
d)
Administração de O2 a 100%, com máscara, e observar a resposta.
Cricotiroidostomia e cuidado com a coluna cervical.
Intubação oro-traqueal seguida de ventilação mecânica.
Monitorização do padrão respiratório e administração de cristalóides.
Justificativa: As lesões graves de face com quadro de insuficiência respiratória devem ser tratadas com acesso cirúrgico
das vias respiratórias. Bibliografia: TRAUMA-Sociedade Panamericana de Trauma, Editores-Ricardo Ferrrada e Aurelio
Rodrigues, Editora Atheneu, 2009, segunda edição.
56.
Uma criança nasce prematura de 34 semanas, com histórico pré-natal de polidrâmnio, ao iniciar as mamadas, está
apresentando regurgitação da dieta e salivação abundante e aerada. Foi realizado um RX de abdômen e tórax, os quais não
demonstraram nenhuma alteração significativa. Para o diagnóstico da patologia acima o médico deve:
a)
b)
c)
d)
Passar uma SNG e fazer um RX torácico e abdominal.
Solicitar um ultrassom de tórax e abdômen.
Solicitar uma Tomografia computadorizada de toráx e abdômen.
Solicitar um seriografia esôfago-gástrica.
Justificativa: O diagnóstico de atresia de esôfago com fístula traqueoesofâgica distal, ou Tipo C de Gross, a mais
frequente, é realizada com apenas uma Sondagem Nasogástrica demonstrando obstrução de 8 a 12 cm da narina, com
confirmação radiológica. É um exame simples, de baixo risco e presente em todos os berçarios. Os outros exames não
confirmam o diagnóstico, sendo que a seriografia apresenta alto risco de aspiração do contraste nestes casos. Bibliografia:
1-MAKSOUD JG, Cirurgia Pediátrica, 2a edição. Revinter Ltda, 2003. 2-KETZER DE SOUZA, JC, Cirurgia PediátricaTeoria e Prática. Roca Ltda. 2007; 3- HOLCOMB III, G.W. Ashcraft’s Pediatric Surgery. Saunders/Elsevier Inc. 2010.
57.
Homem de 26 anos foi admitido na emergência do hospital com queixa de dor súbita em hemitórax direito ao repouso,
seguida de sensação de falta de ar. Negava quadro clínico semelhante no passado. Negava qualquer patologia ou uso
regular de medicamentos. Ao exame o paciente apresenta-se calmo, lúcido e orientado, eupneico, murmúrio vesicular
abolido à direita, referindo dor leve a moderada em hemitórax direito. Foi solicitada radiografia de tórax pelo médico
plantonista, a qual revelou colapso de 40% do pulmão direito. Considerando-se tratar de um pneumotórax espontâneo, a
conduta adequada a ser tomada é:
a) Sugerir tratamento conservador ao paciente com controle radiológico de 24/24h, uma vez que o pneumotórax
possa ser considerado pequeno e o paciente apresenta-se com poucos sintomas.
b) Drenagem pleural com dreno posicionado no quinto ou sexto espaço intercostal, linha axilar anterior, com
retirada do dreno 24h após cessar o borbulhamento no frasco de drenagem.
c) Preparar o paciente para cirurgia videotoracoscópica com finalidade de ressecção das bolhas subpleurais apicais e
pleurodese por talcagem, tendo em vista que há 60% de chance de recidiva desta patologia.
d) Introdução de agulha no segundo espaço intercostal, linha hemiclavicular anterior, para aspiração do pneumotórax
com intuito de reexpandir o pulmão, com a vantagem de alta precoce do paciente e resultados satisfatórios.
Justificativa: O pneumotórax espontâneo primário é uma doença de adultos jovens. A maioria dos pacientes está entre os
20 e 30 anos de idade, sendo 85% abaixo dos 40 anos. A incidência anual é de 9 a 10 casos para cada 100.000 habitantes.
Resulta da ruptura de blebs ou bolhas enfisematosas subpleurais, geralmente localizadas nos ápices dos pulmões ou lobos
pulmonares. O objetivo do tratamento é diminuir os sintomas, impedir as complicações e evitar recidiva. A drenagem
pleural com dreno posicionado no quinto ou sexto espaço intercostal, linha axilar anterior, é o tratamento padrão do
pneumotórax espontâneo, com bons resultados na maioria dos casos. O tratamento expectante pode ser considerado nos
casos de pneumotórax pequeno, estável, menor que 20%, em um paciente assintomático. A toracocentese com aspiração do
espaço pleural tem baixo índice de sucesso (30 a 60%), e pode atrasar o tratamento definitivo. A cirurgia
videotoracoscópica é uma boa alternativa de tratamento cirúrgico, com as seguintes indicações: fístula aérea maciça, que
impede a reexpansão do pulmão, fístula aérea que permanece por mais de cinco dias, e o pneumotórax recidivado a partir
do segundo episódio. Bibliografia: 1-Junior RS, Carvalho WR, Netto MX, Forte V. Cirurgia Torácica Geral, 2° edição, Ed
Atheneu, 2011;60:737-47; 2-Patterson GA, Cooper JD, Deslauriers J, Lerut AEMR, Luketich JD, Rice TW. Pearson’s
Thoracic and Esophageal Surgery. Third edition, Elsevier 2008.; 3- Shields WT. General Thoracic Surgery. Sixth edition.
Lippincott Williams and Wilkins 2004.
58.
Mulher de 67 anos chega ao serviço de emergência com queixa de edema de face e membros superiores sugestivos de
síndrome da veia cava superior. É tabagista e na história patológica pregressa ela referiu que estava investigando episódios
recorrentes de tosse acompanhados de dor torácica e emagrecimento. Ainda não possuía os resultados dos exames. Frente à
história clínica a causa da obstrução da veia cava é:
a) Carcinoma de mama.
b) Carcinoma de colon com metástase pleural.
c) Carcinoma de ovário com metástase pleural
d) Carcinoma não pequenas células de pulmão.
Justificativa: A síndrome da veia cava superior é causada pela compressão tumoral desse vaso por tumores de ápice de
pulmão que podem ser de pequenas células ou não. Os demais tumores citados não causam esta síndrome. Bibliografia:
Feig, BW; Berger DH, Fuhrman, GM. The M.D. Anderson Surgical Oncology Handbook. Third Edition. Lippincott W&W,
2003. Lynn, W, et al. Superior vena cava syndrome with malignant causes. N Engl J Med, 356(18):1862-69, 2007.
59.
A lesão intestinal extrínseca causadora de obstrução mecânica do intestino delgado em adultos é:
a)
b)
c)
d)
A hérnia encarcerada.
A neoplasia.
O volvo.
A aderência.
Justificativa: A obstrução mecânica do intestino delgado pode ser causada por 3 tipos alterações: 1) obstrução da luz
(vários tipos de doença como tumores polipóides, intussuscepção, bezoar, etc), 2) lesões intestinais intrínsecas (em geral
congênitas como atresia, estenose) 3) lesões extrínsecas ao intestino (aderências secundárias à manipulação prévia
abdominal é a causa mais frequente). Bibliografia: The Washington Manual of Surgery-Fourth edition.
60.
Uma criança de 4 anos, com malformação cardíaca grave, filha de pais testemunhas de Jeová, necessita de uma cirurgia
cardíaca de emergência onde poderá ser necessário receber transfusão de sangue. Em relação à conduta médica neste caso é
CORRETO afirmar:
a) A transfusão de sanguínea em pacientes Testemunhas de Jeová é permitida entre os indivíduos da mesma família.
b) A transfusão de papa de hemácias, mas não de sangue total, é aceita pelos pacientes Testemunhas de Jeová.
c) Em risco iminente de vida o médico pode optar por fazer a transfusão, conforme preconiza o Conselho
Federal de Medicina.
d) A transfusão no caso de leucemia e transplante de medula óssea é aceita pelos pacientes Testemunhas de Jeová,
mas não em cirurgias de emergência.
Justificativa: A questão das decisões nos pacientes Testemunhas de Jeová envolve dilemas éticos e legais importantes. A
criança, filha de uma família que professa esta fé, apesar de estar sob a tutela dos pais, os mesmos não podem coloca-la em
risco desnecessário. Bibliografia: Urban CA. Bioética Clínica. Revinter, Rio de Janeiro, 2003.
Clínica Médica
61.
Homem de 32 anos, pesando 80 kg, é admitido com quadro de diarréia, vômitos e mal estar. Ao examiná-lo deitado,
observa-se mucosas pouco ressecadas, frequência cardíaca (FC) 88 bpm, PA 122/66 mmHg. Ao sentar-se, FC 106 bpm, PA
100/50 mmHg. Baseado nestes dados, qual a alternativa que contém o valor correto para o déficit estimado do volume do
extracelular e a prescrição adequada de hidratação?
a)
b)
c)
d)
Déficit estimado em 1.500 ml, a ser reposto com soro de reidratação oral.
Déficit estimado de 2.000 ml, a ser reposto com solução de ringer lactato endovenoso.
Déficit estimado de 3.200 ml, a ser reposto com soro fisiológico 0,9% endovenoso.
Déficit estimado em 6.000 ml, a ser reposto com solução salina isotônica, endovenosa.
Justificativa: O paciente apresenta hipotensão postural ao exame físico, sem estar hipotenso no decúbito. A estimativa do
déficit do volume do espaço do meio extracelular (VEC) é de 20%. Como o VEC em um homem adulto é de cerca de 20%
do peso corporal, o déficit estimado é de 3.200 ml, que deve ser reposto com uma solução que contenha sódio, para
expandir o extracelular. Poderá ser soro fisiológico ou ringer lactato. A alternativa contém a solução e o volume corretos.
Bibliografia: GONÇALVES, A. R. R. Requerimento básico de hidratação e eletrólitos. In:CALDEIRA FILHO, M
(Coord); WESTPHAL, G (Coord). Manual prático de medicina intensiva. São Paulo: Segmento Farma, 2011. p. 119-120.
62.
Homem de 64 anos vem apresentando há dois dias dor abdominal em fossa ilíaca esquerda, distensão abdominal e febre.
Nega queixas urinárias e a última evacuação foi há dois dias. A hipótese diagnóstica será de:
a)
b)
c)
d)
Diverticulite aguda.
Apendicite aguda.
Pancreatite aguda.
Úlcera duodenal perfurada.
Justificativa: O quadro clínico é típico de diverticulite aguda, principalmente sugerido pelo local da dor e alterações do
hábito intestinal. Bibliografia: Frederick L M, Norton J. G. Acute Abdominal Pain: Basic Principles & Current Challenges.
In: CURRENT Diagnosis & Treatment: Gastroenterology, Hepatology, & Endoscopy, Second Edition. United States of
America: McGraw-Hill, 2012. 1: 1-10
63.
Homem de 67 anos é levado à emergência pela esposa apresentando cefaleia, febre, náusea e vômitos, confusão mental,
com piora progressiva nas últimas 3 semanas, Paciente esteve internado há 2 meses por infecção respiratória com derrame
pleural, tendo feito biópsia pleural evidenciando processo granulomatoso. Ao exame físico o paciente apresenta pulso de 60
bpm, pressão arterial de 90 x 60 mmHg, frequência respiratória de 16 mrm, temperatura de 37,9 oC e rigidez nucal. Punção
lombar evidencia líquor xantocrômico, 200 células/mm3 com predomínio de linfócitos, glicose de 18 mg/dl e proteínas de
80 mg/dl. O diagnóstico será de:
a)
b)
c)
d)
Neurotoxoplasmose.
Complexo demência-AIDS.
Meningite meningocócica.
Meningite tuberculosa.
Justificativa: A meningite tuberculosa é uma das complicações mais graves da tuberculose, doença endêmica que persiste
como problema de saúde pública prioritário no Brasil. Existe relação direta entre a precocidade do diagnóstico e o
prognóstico. O diagnóstico tardio e o atraso no início do tratamento favorece a evolução para o óbito ou a ocorrência de
sequelas. Seu quadro clínico é, comumente, de início insidioso, associado a doença pulmonar prévia (meio de contágio,
primo-infecção). O paciente em questão apresenta sinais vitais indicativos de gravidade e líquor apresenta alterações
típicas, límpido ou xantocrômico, celularidade de 10-500 células/mm3, predomínio linfocitário, glicose usualmente < 40
mg%, proteínas aumentadas. Bibliografia: Ministério da Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8 ed rev.
e ampl. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2010.
64.
Com relação ao diagnóstico de Episódio Depressivo, assinale o elemento clínico obrigatório e a sua duração mínima:
a)
b)
c)
d)
Diminuição do interesse; duas semanas.
Insônia; um mês.
Diminuição da energia; um mês.
Diminuição do apetite; duas semanas.
Justificativa: Anedonia ou humor deprimido são indispensáveis para o diagnóstico, uma vez que os outros critérios
diagnósticos são mais inespecíficos e podem estar presentes em outros transtornos psiquiátricos e doenças médicas; A
duração mínima, segundo as duas principias classificações diagnósticas (DSM-IV e CID 10), é de duas semanas.
Bibliografia: 1-KAPLAN, H.I.; SADOCK, B.J.; GREBB, J.A. Compêndio de Psiquiatria. 9 a. ed. Porto Alegre: Artmed,
2007; 2-ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos mentais e de Comportamento da CID10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
65.
Com relação às sorologias para o diagnóstico das hepatites virais, assinale a alternativa CORRETA:
a) A sorologia anti-HAV IgG positiva, HBsAg negativa, anti-HBc total positiva, anti-HBs positiva é diagnóstica de
hepatite aguda A e imunidade natural ao HBV.
b) A sorologia anti-HAV IgG positiva, HBsAg negativa, anti-HBc total negativa, anti-HBs positiva é diagnóstica de
imunidade natural ao HAV e imunidade natural ao HBV.
c) A sorologia anti-HAV IgM positiva, HBsAg negativa, anti-HBc total positiva, anti-HBs positiva é
diagnóstica de hepatite aguda A e imunidade natural ao HBV.
d) A sorologia anti-HAV IgG positiva, HBsAg negativa, anti-HBc total positiva, anti-HBs positiva é diagnóstica de
hepatite aguda A e imunidade adquirida (por vacina) ao HBV.
Justificativa: No contexto clínico acima descrito, a sorologia anti-HAV IgM positiva faz diagnóstico de hepatite A aguda.
A sorologia anti-HAV IgG positiva evidencia imunidade ao HAV, mas não permite diferenciar se essa imunidade é natural
(infecção prévia) ou adquirida (por vacina). A sorologia anti-HBc positivo, nesse contexto, evidencia infecção (atual ou
prévia) pelo HBV. O anti-HBs positivo é marcador de imunidade. O perfil anti-HBc positivo e anti-HBs positivo evidencia
imunidade natural (infecção prévia) ao HBV. O perfil anti-HBc negativo e anti-HBs positivo evidencia imunidade
adquirida (por vacina) ao HBV. Bibliografia:1-Ausiello D, Goldman L. Cecil: Textbook of Internal Medicine. 23th ed.,
WB Saunders Elsevier, 2008, 3120 p.2-Kasper DL. Harrison's Principles of Internal Medicine. 17th ed.: McGraw-Hill,
2008, 2958 p.
66.
Mulher de 18 anos relata gengivorragia há 7 dias. Há 3 dias petéquias em membros inferiores e em mucosa jugal. O
restante do exame físico, inclusive neurológico, era normal. No hemograma apresentava cinco mil plaquetas, sem qualquer
alteração na série vermelha e branca. Creatinina, DHL e bilirrubinas normais. Qual a principal hipótese diagnóstica?
a)
b)
c)
d)
Púrpura trombocitopênica trombótica.
Púrpura trombocitopênica imunológica.
Trombocitemia essencial.
Leucemia aguda.
Justificativa: A púrpura trombocitopênica imunológica é uma doença hematológica freqüente. Manifesta-se, na maioria
das vezes, com sangramento cutâneo abrupto com petéquias e equimose acompanhado de sangramento mucoso. No
hemograma observa-se intensa plaquetopenia, usualmente menor que 5000/microlitro. Na púrpura trombocitopênica
trombótica, além da plaquetopenia, ocorre anemia microangiopática, que aparece no hemograma como anemia macrocítica
com presença de esquizócitos na hematoscopia. Ocorre também disfunção renal, febre com manifestações neurológicas. Na
trombocitemia essencial o hemograma apresenta plaquetose e não plaquetopenia. Nas leucemias agudas podem ocorrer
alterações em todas as séries do hemograma, com presença de blastos. Bibliografia: Lourenço, D M p: 259-270. Guias de
Medicina Ambulatorial e Hospitalar da UNIFESP-EPM - Hematologia. 1aedição 2011 Editora Manole.
67.
Menino de 12 anos é levado a consulta por apresentar queixa de dores nas pernas há um ano. As crises geralmente surgem
no final do dia, e a mãe nunca observou edema ou limitação articular. Exame físico: ausência de sinais inflamatórios nas
articulações e de sopro cardíaco. Exames laboratoriais: Hb: 11g/dl, leucócitos: 8.000/mm3, plaquetas: 300.000/mm3, VHS:
12mm/1ª hora; proteína C-reativa: negativa, antiestreptolisina O: 400UI/dl (valor de referência: 200UI/dl). A hipótese
diagnóstica é de:
a)
b)
c)
d)
Febre reumática.
Polimiosite crônica.
Hipermobilidade articular.
Vasculite leucocitoclástica.
Justificativa: Característica da hipermobilidade articular: queixas musculoesqueléticas com duração maior ou igual a três
meses com provas inflamatórias negativas, normalmente o quadro doloroso está relacionado a atividade física e
predominância por envolvimento de membros inferiores. Não existe diagnóstico de febre reumática sem um critério maior
de Jones, neste caso paciente apresenta apenas um critério menor (artralgia). Não há indicativo clínico ou laboratorial de
comprometimento muscular. Sem historia ou exame físico sugerindo vasculite de vasos de pequeno calibre. Bibliografia:
Reumatologia Pediátrica 2ª. Edição autor Sheila Knupp Feitosa de Oliveira editora Revinter.
68.
Homem de 45 anos, IMC 29kg/m, circunferência abdominal 112cm apresenta glicemia de jejum de 148mg/dl. Refere
cansaço, sonolência e informa ter historia familiar de diabetes mellitus. A primeira conduta para a definição diagnóstica é:
a)
b)
c)
d)
Dosar nova glicemia de jejum.
Dosar hemoglobina glicada.
Dosar glicemia pós prandial.
Fazer teste oral de tolerância a glicose.
Justificativa: O paciente apresenta vários fatores de risco para desenvolver diabetes: idade, história familiar, obesidade. O
diagnóstico de DM é confirmado quando existe glicemia de jejum maior ou igual a 126mg/dl em duas ocasiões, conforme
recomendações da American Diabetes Association. Não há indicação de fazer glicemia pós prandial e/ou teste oral de
tolerância a glicose, pois já existe alteração da glicemia de jejum. Bibliografia: 1-Diabetes Care, janeiro 2012 n.1; 2Consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes 2010.
69.
Mulher de 69 anos relata vômitos e diarréia (10 episódios/dia de fezes líquidas) há 48 horas. Hoje relata redução do volume
urinário. Ao exame encontra-se desidratada, FC 110 bpm e PA 80x 50mmHg. O resultado dos exames laboratórias são:
Parcial de urina com 3 leucócitos /campo, hemácias 1/campo, densidade urinária 1,035, ausência de proteínas e glicose;
Dosagem de creatinina 3mg/dl e uréia 190mg/dl; Hemoglobina 12,1 g/dl; Plaquetas 188 mil; Sódio urinário 7mEq/L.
Realizado USG abdominal onde observa-se rim de tamanho normais, sem dilatação das vias urinárias. O diagnóstico é de
insuficiência renal:
a) Aguda por rabdomiólise.
b) Aguda pré renal.
c) Síndrome Hemolítico Urêmica.
d) Necrose Tubular Aguda.
Justificativa: Está questão tem como objetivo levantar hipóteses de diagnóstico diferencial de insuficiência renal aguda,
patologia prevalente em pacientes admitidos em emergência, enfermaria e UTI. Outros questionamentos são a avaliação de
exames laboratoriais em doença renal aguda e complicações renais por perda volêmica. A presença de densidade urinária
elevada, aumento da relação entre creatinina e uréia, Sódio urinário baixo e ausência de sedimentos no exame de urina é
sugestiva de insuficiência renal aguda pré renal. Ausência de alterações no hemograma fala contra síndrome hemolítico
urêmica. Bibliografia: SANTOS, Oscar, et al. Insuficiência Renal Aguda. Riella Princípios de Nefrologia e Distúrbios
Hidroeletrolíticos. 4° edição. Editora Guanabara, 2003.
70.
Mulher de 67 anos com histórico de hipertensão arterial em tratamento chega à emergência do hospital referindo dor
precordial de forte intensidade, irradiada para o dorso, associado à taquicardia e dispnéia. Ao exame físico:
PA=210/60mmHg em MSE e PA=188/56mmHg em MSD, FC=130bpm, FR=28mrpm, ausculta cardíaca = sopro diastólico
aspirativo em foco aórtico (+++/+6), ausculta respiratória = crepitantes em bases bilateralmente, pulso radial reduzido a
direita. Frente ao quadro apresentado, o tratamento anti-hipertensivo deve ser realizado preferencialmente com:
a)
b)
c)
d)
Captopril via oral.
Nitrato e Furosemida injetáveis.
Hidralazina injetável.
Nitroprussiato e Metoprolol injetáveis.
Justificativa: Paciente apresentando emergência hipertensiva com dissecção de aorta, sendo as drogas de escolha nestes
casos o NPS e Beta bloqueadores. Bibliografia: Braunwald, Eugene; Fauci, Anthony S.; Longo, Dan L.; Jameson, J. Larry;
Hauser, Stephen L.; Kasper, Dennis L. Harrison Medicina Interna. 17a. Ed. Artmed, 2009.
71.
Homem de 30 anos procura atendimento hospitalar apresentando dispnéia intensa e tosse seca. Vinha em uso regular de
fenoterol usando 12 jatos via inalatória por dia. Não fazia uso de outras medicações. Ex tabagista parou há 3 anos, carga
tabágica de 5 maços/ano. Exame Físico: PA=110/90 mmHg; FC=110 bpm; FR=32mrpm; AC = RR 2t, bulhas
normofonéticas, sem sopros; Ausculta= sibilos difusos bilaterais, sem outros ruídos adventícios. Exames: Saturação de O2
88% em ar ambiente. Espirometria == VEF1 = 1,77 litros (45%), CVF 2,56 litros (68%), VEF1/CVF 66%. Variação de 8%
e 230 ml a mais no VEF1 pós broncodilatador. Diante do exposto podemos dizer que a o diagnóstico será de:
a)
b)
c)
d)
DPOC em grau grave com remodelamento da via aérea e exacerbação.
Asma em grau grave sem resposta ao broncodilatador.
Asma em grau grave com variação significativa após broncodilatador.
DPOC em grau muito grave com resposta ao broncodilatador.
Justificativa: Paciente com sibilos em uso de grande quantidade de beta dois agonista de curta ação, com resposta ao
broncodilatador ou variação significativa após o uso de broncodilatador (maior ou igual a 200 ml e 7% de variação pósprébroncodilatador). Baixa carga tabágica para se pensar em DPOC, além do mais apresenta resposta ao broncodilatador o
que não é clássico desta doença. Bibliografia: IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma J Bras Pneumol.
2006;32(Supl 7).
72.
Homem de 66 anos procura atendimento hospitalar apresentando dispnéia aos pequenos esforços, tosse produtiva e febre.
Sem outras comorbidades. Exame Físico: lúcido, orientado. PA=120/90mmHg; FC=120 bpm; FR=26 mrpm; temperatura
axilar 39o AC = RR 2t, bulhas normofonéticas, sem sopros; Ausculta= Murmúrio vesicular uniformemente distribuído com
roncos em terço inferior em hemitórax direito. Exames: Radiograma de tórax com consolidação em terço inferior direito.
Hemograma com 14.000 leucócitos e 3% de bastões. Uréia= 80. Diante do exposto o tratamento de acordo com consenso
de Pneumonia Adquirida na Comunidade:
a)
b)
c)
d)
Ambulatorial com levofloxacina.
Ambulatorial com azitromicina.
Hospitalar com levofloxacina.
Hospitalar com ciprofloxacina.
Justificativa: Paciente com Pneumonia adquirida na comunidade, com escore de CURB 2 pontos ou seja acima de 65 anos
de idade e uréia elevada, sugere-se internação como melhor conduta. Podendo iniciar com levofloxacina como monoterapia
ou ceftriaxona associada a azitromicina. Bibliografia: Diretrizes brasileiras para pneumonia adquirida na comunidade em
adultos imunocompetentes – 2009. J Bras Pneumol. 2009;35(6):574-601.
73.
Os objetivos do tratamento da Insuficiência Cardíaca Congestiva são a melhora nos sintomas e redução da
morbimortalidade. Assim, assinale a alternativa CORRETA:
a) Digoxina deve ser administrada em todas as classes como primeira droga, pois diminui os sintomas e a
mortalidade dos pacientes em qualquer classe de Insuficiência Cardíaca.
b) Os beta-bloqueadores devem ser iniciados precocemente em todas as classes de Insuficiência Cardíaca, pois alem
de diminuírem a mortalidade tem uma ação rápida controlando os sintomas.
c) A associação de Nitrato com Hidralazina melhora os sintomas e a mortalidade em pacientes com disfunção
sistólica e diastólica, devendo ser usadas em pacientes com NYHA classe III e IV.
d) Os antagonistas da aldosterona melhoram a sobrevida e devem ser administrados somente em pacientes
com NYHA classe II com FEVE < 30% e NYHA III e IV com FEVE < 35%.
Justificativa: A digoxina não diminui a mortalidade devendo ser administrada em pacientes sintomáticos. Os beta
bloqueadores diminuem a mortalidade, mas sua ação é a longo prazo e o seu beneficio na ICC descompensada não esta bem
estabelecido. A associação de Nitrato + hidralazina melhora a sobrevida de pacientes com IC sistólica. Bibliografia:
GOLDMAN, Lee (EDIT). AUSIELLO, Dennis (EDIT). Cecil: tratado de medicina interna. V.1. 22 ed. Rio de Janeiro:
Saunders Elsevier, 2007.
74.
As celulites e erisipelas são piodermites que podem associar-se a grande morbidade. Em relação a estas doenças, assinale a
alternativa CORRETA:
a)
b)
c)
d)
A erisipela costuma acometer a derme superficial e profunda com frequente comprometimento linfático.
A causa mais frequente de celulite é a infecção pelo Streptococcus pyogenes em todas as faixas etárias.
Surtos recidivantes destas piodermites não têm indicação de profilaxia com antibiótico.
Ambas não costumam ter sinais sistêmicos de infecção como febre, calafrios e inapetência.
Justificativa: Erisipelas e celulites são piodermites comuns. As causas mais comuns são as infecções por estreptococos
beta-hemolíticos do grupo A e Staphylococcus aureus. São infecções universais, sem predileção por nenhum grupo etário.
Em crianças menores de 3 anos, o Hemophilus influenza, tipo B, é causa freqüente. A penetração do agente ocorre, em
geral, por soluções de continuidade da pele. A erisipela costuma acometer a derme superficial e profunda com frequente
comprometimento linfático. A celulite é uma infecção mais profunda acometendo derme e hipoderme. A instalação e
evolução é aguda, com sinais e sintomas de infecção. A área comprometida tem eritema-rubro, edema, dor e aumento da
temperatura. O diagnóstico é clínico, sendo o laboratorial habitualmente desnecessário. Não há uma separação nítida entre
erisipela e celulite e frequentemente há alternância entre as duas infecções. A droga de escolha para o tratamento é a
penicilina e nos casos de recidivas freqüentes, há necessidade de profilaxia, que deve ser feita, também, com penicilina.
Bibliografia: 1- Azulay RD, Azulay DR. Dermatologia. 5ª ed., 2008. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan; 2-Sampaio S,
Rivitti E. Dermatologia, 3a ed., 2007. São Paulo, Artes Médicas.3-Ramos-e-Silva M, Castro MCR. Fundamentos de
Dermatologia, 1a ed., 2008. Rio de Janeiro, Atheneu.
São critérios para o diagnóstico de Síndrome de Dependência ao Álcool:
75.
a)
b)
c)
d)
Compulsão para o uso, uso maior do que o pretendido.
Beber acima de 6 (seis) latas de cerveja diariamente.
Sintomas de abstinência na diminuição ou interrupção do uso de álcool.
Beber acima de 14 doses de pinga por semana e compulsão para o uso.
Justificativa: Compulsão e uso maior do que o pretendido estão entre os critérios estabelecidos pelo DSM IV; segundo esta
classificação não há critério diagnóstico que considere diretamente a quantidade. Bibliografia: American Psychiatric
Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 4th ed. Washington DC: American Psychiatric
Association, 1994.
76.
Paciente de 58 anos, com diagnóstico de síndrome metabólica, iniciou tratamento para hipertensão arterial, dislipidemia e
diabetes há 2 meses. Retorna ao consultório para reavaliação referindo mialgia predominantemente em panturrilhas,
astenia, inapetência e dor em hipocôndrio direito. Exames laboratoriais demonstravam aumento das aminotransferases
(TGO=168 / TGP=204) e CPK=1480. Dentre as drogas utilizadas pelo paciente, a que provavelmente está associada aos
sintomas descritos é:
a) Captopril.
b) Hidroclorotiazida.
c) Metformina.
d) Sinvastatina.
Justificativa: O principal efeito colateral da sinvastatina é rabdomiolise. O captopril e a HCTZ não apresentam este efeito
colateral. A metformina poderia ocasionar dor porem não causaria elevação da CK. Bibliografia: Braunwald, Eugene;
Fauci, Anthony S.; Longo, Dan L.; Jameson, J. Larry; Hauser, Stephen L.; Kasper, Dennis L. Harrison Medicina Interna.
17a. Ed. Artmed, 2009.
77.
Homem de 60, portador de diabetes mellitus e coronariopatia, chega a emergência com queixa de dor no hipocôndrio
direito, intensa, há 1 dia. Ao exame físico apresenta-se ictérico +/4+, PA = 120x 60mmHg, FC = 110bpm e dor a
descompressão em hipocôndrio direito. O hemograma apresenta leucocitose com desvio a esquerda, bilirrubina total
3,4mg/dl, direta 2,1 mg/dl e indireta 0,7mg/dl. A ultrassonografia de abdome evidenciou vesícula biliar distendida, com
paredes espessadas, sem cálculos e ausência de dilatação das vias biliares intra ou extrahepáticas. A hipótese diagnóstica e a
conduta serão?
a)
b)
c)
d)
Colangite; prescrever antibioticoterapia e realizar papilotomia endoscópica.
Colecistite aguda alitiásica; indicar cirurgia imediatamente.
Obstrução biliar por áscaris; remoção parasita por colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.
Neoplasia de cabeça de pâncreas; solicitar tomografia de abdome.
Justificativa: O quadro é compatível com colecistite alitiásica, pois a ultrassonografia não demonstrou cálculo e dilatação
das vias biliares e ser um pacientes com diversas comorbidades. O tratamento deve ser imediato e cirúrgico. Bibliografia:
Frederick L M, Norton J. G. Acute Abdominal Pain: Basic Principles & Current Challenges. In: CURRENT Diagnosis &
Treatment: Gastroenterology, Hepatology, & Endoscopy, Second Edition. United States of America: McGraw-Hill, 2012.
1: 1-10
78.
Mulher de 64 anos de idade tem dor debilitante em joelho esquerdo secundaria à osteoartrite. Tem antecedente úlcera
péptica hemorrágica necessitando de transfusão. A pesquisa para Helicobacter pylori mostrou-se negativa. A paciente
necessita de analgesia simples para tratamento de processo inflamatório de joelho. A droga de escolha para este caso será:
a)
b)
c)
d)
Ibuprofeno.
Piroxicam.
Paracetamol.
Aspirina em dose usual.
Justificativa: Pacientes idosos apresentam incidência aumentada de úlceras do trato gastrointestinal, sendo importante
evitar o uso de AINES para analgesia, principalmente nesta paciente que já apresenta histórico de HDA por úlcera.
Bibliografia: Programa de Auto-avaliação de conhecimento Médico – Gastroenterologia e Hepatologia MKSAP 12, 2001.
79.
Avaliar a intensidade da vasoconstrição periférica através da resistência periférica total é prática comum nas unidades de
terapia intensiva. Embora não possamos medir diretamente a resistência periférica total, podemos calculá-la indiretamente a
partir de dados que incluem a determinação:
a)
b)
c)
d)
Do débito cardíaco, da pressão de fechamento da artéria pulmonar (wedge) e consumo de O2.
Do índice cardíaco, da pressão arterial e da pressão venosa central.
Do volume sistólico, da freqüência cardíaca e da pressão venosa central
Da pressão arterial, do consumo de O2 por unidade de tempo e da pressão venosa central
Justificativa: Governa o funcionamento cardiovascular a lei que diz que o fluxo através de um segmento qualquer é igual a
diferença de pressão através do segmento dividido pela resistência ao fluxo, ou seja Q (DC) = PAM-PVC/R, logo RPT =
PAM-PVC/DC. Bibliografia: Mohrman, D.E. and Heller, L.J. Fisiologia Cardiovascular 6 ed.São Paulo, McGraw Hill,
2007.
80.
Um paciente de 78 anos, com câncer avançado, previamente tratado com diversos esquemas de quimioterapia, interna em
estado terminal. A família e o paciente não querem que o mesmo seja levado para a UTI, ou mesmo que seja reanimado.
Solicitam apenas que receba cuidados básicos e alívio da dor e da falta de ar. O paciente sofre uma parada
cardiorrespiratória e vai a óbito, sem que o plantonista o reanime.
a)
b)
c)
d)
Esta é a conduta esperada e está de acordo com o novo Código de Ética Médica.
O médico cometeu um homicídio culposo e pode ser punido por isto.
Esta conduta é contrária ao Juramento de Hipócrates.
Em hospitais católicos esta conduta não pode ser tomada.
Justificativa: A ortotanásia está é aceita hoje no novo Código de Ética Médica e é a conduta proporcional nos casos de
terminalidade. Bibliografia: 1-Urban CA. Bioética Clínica. Revinter, Rio de Janeiro, 2003; 2-Código de Ética Médica.
Ginecologia e Obstetrícia
81.
Mulher de 24 anos chega ao serviço de emergência com queixa de sangramento relatando atraso menstrual, pensa estar
grávida. Ao exame está afebril, apresenta sangramento vaginal, estável hemodinamicamente, dor pélvica ao toque, colo
amolecido e fechado, com o útero aumentado de volume. A conduta adequada para este caso será:
a)
b)
c)
d)
Curetagem.
Ultrassonografia.
Hemograma completo.
Dosagem de BHCG.
Justificativa: A paciente deve sempre ter a comprovação do exame de gravidez. A hipótese de estar grávida pode gerar
uma sequência de erros por causa de uma premissa errada. Bibliografia: Rotinas em Obstetrícia\ Fernando Freitas... [et al.]
- 6ᶞEdição- Porto Alegre: Artmed, 2011.
82.
Primigesta de 30 anos está com 41 semanas de gravidez, em trabalho de parto. Após 4 horas de evolução, o partograma
sugere desproporção céfalo-pélvica. O diagnóstico mais preciso de insinuação é conseguido quando se verifica, pelo toque
vaginal, que a parte mais baixa da apresentação fetal ultrapassou:
a)
b)
c)
d)
As espinhas ciáticas.
O estreito inferior da bacia materna.
O estreito superior da bacia materna.
O promontório.
Justificativa: O diagnóstico de insinuação é essencial para a adequada assistência ao trabalho de parto. O conceito de
insinuação é quando o vértix da apresentação se encontra em nível das espinhas ciáticas (plano zero De Lee). Bibliografia:
Obstetrícia Básica / Hermógenes Chaves Netto e Renato augusto Moreira de Sá – 2ª.Edição- São Paulo: Atheneu, 2007.
83.
Secundigesta, apresenta sangramento vaginal discreto após atraso menstrual de 7 semanas. Queixa-se de dor em baixo
ventre. Ao exame clínico apresenta bom estado geral, mucosas corada, PA 100X70 mmhg, FC 90 bpm, FR 14 mrm, dor a
palpação profunda em abdomem inferior, toque vaginal: colo uterino fechado, dor importante à mobilização anexial
esquerdo. Sangramento vaginal discreto. Exames complementares: β HCG quantitativo acima de 1500 mUI/ml; HT 37%
Hb 12mg/dl, USG-transvaginal: útero AVF 101 cm3, endométrio linear com 7mm, OD 2cm3, anexo esquerdo apresentando
imagem heterogênea com 30 cm3. Presença de moderada quantidade de líquido em fundo de saco de Douglas. A conduta
frente a este quadro será;
a)
b)
c)
d)
Curetagem uterina.
Laparotomia exploradora ou laparoscopia se equipamento disponível.
Tratamento clínico conservador com metotrexato IV.
Culdocentese (punção de fundo de saco vaginal posterior).
Justificativa: No diagnóstico de gestação ectópica obrigatoriamente devemos descartar gestação incipiente sem ainda
imagem de saco gestacional intra-uterino ao USG-transvaginal, para tanto a dosagem do Bhcg deve ter ultrapassado a zona
discriminatória de 1500 mUI/ml. , com quadro clínico e ultrassonográfico de gravidez ectópica rota. Bibliografia:
Lipscomb,Stoval,Ling. Nonsurgical treatment of ectopic pregnancy.N Engl J Med 2000.
84.
Paciente de 45 anos, gesta III para III, com ciclos menstruais regulares, comparece para consulta de rotina. O ultrassom
pélvico demonstra um pólipo endometrial de 10 mm, sem fluxo sanguíneo aumentado ao estudo com Doppler. Os exames
restantes estão normais. A conduta neste caso será:
a)
b)
c)
d)
Histeroscopia.
Controle ultrassonográfico em curto período de tempo.
Histerectomia.
Uso de análogo do GnRH.
Justificativa: Os pólipos assintomáticos em mulheres no menacme só devem ser biopsiados se forem maiores que 20 mm.
Nas mulheres pós-menopausa ou sintomáticas, devem ser retirados se apresentarem-se com 10 mm ou mais. Bibliografia:
Rock JA & Thompson JD. Te Linde Ginecologia Operatória. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005.
85.
Mulher de 66 anos, menopausa aos 55 anos, queixa-se de sangramento vaginal há duas semanas. Nega uso de terapia
estrogênica. Portadora de diabetes mellitus e hipertensão arterial. Ao exame: 85 Kg; com 1,58 m de altura e tensão arterial
de 160/100 mm/Hg. Abdômen globoso sem massas palpáveis. Genitália externa normal. Ao exame especular: colo atrófico,
superfície regular sem lesões, com discreto sangramento pelo orifício cervical externo. Ao toque: corpo uterino com
tamanho normal sem massas anexiais. O próximo passo a ser dado neste caso será?
a)
b)
c)
d)
Solicitar uma ecografia transvaginal.
Medicar a paciente com estrogênio.
Conduta expectante.
Teste do Ca-125 sérico.
Justificativa: Essa paciente tem sangramento vaginal pós-menopáusico e a principal preocupação deve ser o câncer de
endométrio. Além disso, ela tem vários fatores de risco, obesidade, hipertensão e diabetes. A ecografia transvaginal vai
registrar a espessura do endométrio e com isso certificar a nossa preocupação nos levando a indicar um procedimento intrauterino com objetivo de obter amostragem do endométrio para estudo histopatológico. Bibliografia: Berek & Novak ,
Tratado de Ginecologia . Cap 10 , Guanabara Koogan , 2008.
86.
Paciente de 60 anos queixa-se de dor pélvica e abdominal. Ao exame ginecológico, massa pélvica volumosa. Ao ultrassom:
tumor misto de ovário esquerdo de aproximadamente 10 cm, com Dopplervelocimetria com baixa resistência ao fluxo. O
CA-125: 254 U∕ml, CEA: 8,5 U∕ml e alfa feto proteína: 0,8 U∕ml. A conduta neste caso será:
a)
b)
c)
d)
Videolaparoscopia diagnóstica.
Repetir ultrassom em 60-90 dias.
Uso de análogo do GnRH.
Laparotomia mediana para retirada do tumor.
Justificativa: Nas massas ovarianas suspeitas, apesar das evoluções tecnológicas das cirurgias videolaparoscópicas, ainda
indica-se a Laparotomia mediana como primeira abordagem, para um melhor inventário da cavidade abdominal.
Bibliografia: 1-Mann WJ, Chalas E, Valea FA. Up to Date, 2012; 2-Goff BA, Matthews BJ, Larson EH, et al. Predictors of
comprehensive surgical treatment in patients with ovarian cancer. Cancer 2007; 109:2031.
87.
Paciente de 32 anos de idade apresenta nódulo palpável de mama, de 2cm, móvel, livre de planos profundos, bilobulado,
liso, de consistência firme e elástica , sem retração de pele e confirmado por uma ultrassonografia (nódulo sólido). A
conduta neste caso será:
a)
b)
c)
d)
Biópsia incisional.
Punção com agulha fina – PAAF.
Biópsia excisional.
Quadrantectomia.
Justificativa: É um tumor de mama com características de benignidade (paciente jovem, tumor móvel, liso e elástico), o
quadro clínico sugere fibroadenoma. Geralmente a primeira propedêutica utilizada para o diagnóstico de um tumor de
mama é punção por agulha fina para diferenciar entre nódulo sólido ou cístico. Porém, neste caso foi realizado primeiro
uma ultrassonografia e como a imagem confirmou a hipótese clínica, não é necessário fazer PAAF. Em um nódulo pequeno
não há porque realizar uma biópsia incisional, esta estaria indicada em tumores grandes. Como o tumor apresenta
características benignas a indicação é uma biópsia excisional. Bibliografia: Schorge J.O. et al. ; Ginecologia de Williams.
1ª.Ed. ; Artmed Editora S.A. ,Porto Alegre,2011.
88.
Menina de 9 anos apresenta telarca e pubarca e um RX de punho com diagnóstico de idade óssea concordante com a idade
cronológica. A conduta adequada para esta paciente será:
a)
b)
c)
d)
Expectante.
Dosagem de estradiol, FSH e LH.
Dosagem de 17- hidroxiprogesterona e sulfato de dehidroepiandrostenediona.
Solicitar ultrassom pélvico.
Justificativa: Estamos diante de uma menina que apresenta caracteres sexuais secundários próprios da idade, não havendo
necessidade de dosagens hormonais. A conduta correta é a expectante. Bibliografia: SCHORGE J. O. et al.; Ginecologia de
Williams. 1ª Ed. Artmed Editora S.A. , Porto Alegre, 2011.
89.
Ao analisar um caso de uma gestante do primeiro trimestre (12 semanas e 03 dias), com gestação múltipla, dentre os
inúmeros dados relevantes, qual o mais importante a ser adquirido?
a)
b)
c)
d)
A idade da gestante.
A corionicidade.
Concepção espontânea ou por resultado de tratamento em reprodução humana.
O status da morfologia dos fetos.
Justificativa: É extremamente importante que seja definido o mais precoce possível a corionicidade da gestação múltipla,
pois a conduta de acompanhamento deverá ser diferenciada devido à possibilidade distinta de intercorrências e
complicações. Bibliografia: 1-BLICKSTEIN, I. Maternal mortality in twin gestations, J. Reprod. Med., v.42,n,11,p.680684,1997; 2-DEVOE, L. D.; WARE, D. J. Antenatal assessment of twin gestation. Semin. Perinatol., v. 19, n.5,p.413423,1995.
90.
O exame físico das genitálias externa e interna de mulher sexualmente ativa, compreendem, sequencialmente, os seguintes
passos:
a)
b)
c)
d)
Exame especular, toque bimanual e toque retal.
Especular, coleta para colpocitologia e inspeção visual.
Manobra de Valsalva, especular e toque bimanual.
Inspeção estática, inspeção dinâmica, especular e toque bimanual.
Justificativa: o exame físico da pélvis é iniciando pelo exame da genitália externa que compreende a inspeção estática
onde utilizando o olho desarmado avaliam-se os genitais externos, seguida da inspeção dinâmica na qual utilizando o olho
desarmado solicita-se à paciente que faça força, por exemplo, através da manobra de Valsalva. O exame da genitália interna
compreende o exame especular o qual proporciona a visualização do colo, paredes vaginais, observação de secreções ou
corrimentos e também a coleta da colpocitologia, seguido do toque bimanual (abdominovaginal). Bibliografia: 1-Camano
L, De Souza E, Sass N, Mattar R. Exame Ginecológico. In: Guia de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da
UNIFESP/EPM. 1ª ed. São Paulo: Manole Ltda, 2005; 2-D’Acampora JÁ, Grando LB. Exame Ginecológico. In: Manual
Terapêutico de Ginecologia e Obstetrícia da Associação Catarinense de Medicina. 2ª ed. Florianópolis: Departamento
Científico da ACM, 2006; 3-3. Freitas F, Martins Costa SH, Ramos JGL, Magalhães JA. Exame Ginecológico. In: Rotinas
em Ginecologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2011.
91.
Mulher de 25 anos, GESTAII/I, parto cesareano há 6 anos, 38 semanas de gravidez, soropositiva para o HIV, em uso de
TARV (terapia anti-retroviral ampliada) com carga viral menor que 1000 copias/ml nas 36 semanas de gestação.
Apresenta–se a maternidade em franco trabalho de parto, com 7 cm de dilatação e contrações uterinas 2/10 minutos com
bolsa integra. A conduta recomendada neste caso será:
a) AZT (ZIDOVUDINA) dose de ataque, e manutenção até o clampeamento do cordão, indicar cesárea de urgência,
evitar aspirar o bebê e realizar banho com água e sabão, não amamentar, zidovidina para o recém-nascido até 42
semanas e praticar alojamento conjunto.
b) AZT (ZIDOVUDINA) dose de ataque, e manutenção até o clampeamento do cordão, evoluir para parto vaginal,
fazer amniotomia, e epísiotomia, evitar aspirar o bebê e banho com água e sabão, não amamentar, zidovidina para
o recém-nascido até 42 semanas e praticar alojamento conjunto.
c) AZT (ZIDOVUDINA) dose de ataque, e manutenção até o clampeamento do cordão, evoluir para parto
vaginal, não proceder amniotomia, evitar epísiotomia, evitar aspirar o bebê e realizar banho com água e
sabão, não amamentar, zidovidina para o recém-nascido até 42 semanas e praticar alojamento conjunto.
d) AZT (ZIDOVUDINA) dose de ataque, e manutenção até o clampeamento do cordão, evoluir para parto vaginal,
não proceder amniotomia, evitar epísiotomia, evitar aspirar o bebê e realizar banho duas horas após o nascimento
com água e sabão, estimular a amamentação, zidovidina para o recém-nascido até 42 semanas e não praticar
alojamento conjunto.
Justificativa: Resposta correta é a letra A – pois paciente soropositiva para o HIV , com carga viral menor que mil após as
34 semanas de gestação em franco trabalho de parto , recomenda se parto vaginal, uso de zidovudina intravenosa em dose
de ataque por 1 hora e manutenção até o nascimento do bebê, evitar a epísiotomia , não praticar a amnitomia , não aspirar o
bebê para evitar trauma da mucosa e não amamentar pois todas estas práticas reduzem o risco de contaminação do bebê
para o HIV (transmissão Vertical) e deve ser praticado o alojamento conjunto para aproximar e fortalecer vínculo do
binômio -mãe-bebê. Bibliografia: 1-Ministerio da Sáude, Brasil, 2010. Pré natal e puerpério; 2-Rachid M, Schechter M.
Manual de HIV/AIDS. Rio de Janeiro ; Revinter, 2001.
92.
A hemorragia pós-parto é caracterizada como sangramento excessivo durante ou após o terceiro estágio do parto até uma ou
duas semanas depois do parto. É uma emergência obstétrica que pode ocorrer tanto após o parto normal como o parto
operatório. Com relação à hemorragia pós-parto é pode-se afirmar que:
a) O sangramento é considerado aumentado quando maior que 250ml no pós-parto e maior que 500ml no pós-cesária.
b) São fatores predisponentes: hiperdistensão uterina, trabalho de parto prolongado ou de rápida evolução e
multiparidade.
c) O manejo ativo do terceiro período, com uso de ocitocina intramuscular e tração mantida do cordão não altera a
incidência da hemorragia pós-parto.
d) No tratamento farmacológico, o uso de prostaglandina sintética – misoprostol, é a droga de primeira escolha.
Justificativa: A hemorragia pós-parto é uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna, principalmente,
em países em desenvolvimento. Portanto, o conhecimento dos fatores de risco é importante para identificar a mulher com
pré-disposição para que se invista em medidas de prevenção e vigilância intensificada. Bibliografia: 1-ZUGAIB, M. Zugaib
Obstetrícia. Editora Manole, São Paulo, 2012; 2-GUILHERME CJ, CALDERON IMP. Intervenções benéficas durante o
parto para a prevenção da mortalidade materna. Rev. Bras. Ginecol. Obstet 2005; vol.27, n.6:p.357-365; 3-ELBOURNE
DR, WJ P, G C, J W, S M. Uso profiláctico de la ocitocina en el alumbramiento (Revisión Cochrane traducida). In: La
Biblioteca de Salud Reproductiva (Traducida de The Cochrane Library, Issue 4, 2004. Chichester, UK: John Wiley & Sons,
Ltd.); 2005.
93.
Sabendo que a varicocele pode ser fator de esterilidade conjugal, pode-se afirmar que:
a) Homens que apresentam maior índice de anormalidades no sêmen estão mais associados à varicocele do que
homens que apresentaram sêmen normal.
b) Varicocele é uma dilatação anormal das veias do cordão espermático, ocorre com maior freqüência do lado direito.
c) Pacientes inférteis com varicocele têm níveis mais baixos de FSH e redução da concentração de espermatozóides
quando comparados aos homens férteis com ou sem varicocele.
d) Pacientes inférteis com varicocele apresentam testículos maiores e redução na motilidade dos espermatozóides
quando comparados aos homens férteis com ou sem varicocele.
Justificativa: A varicocele é uma dilatação anormal das veias do cordão espermático, ocorre com maior freqüência do lado
esquerdo, Pacientes inférteis com varicocele têm níveis mais altos de FSH e redução da concentração de espermatozóides
quando comparados aos homens férteis com ou sem varicocele. Pacientes inférteis com varicocele apresentam testículos
menores e redução na motilidade e na concentração dos espermatozóides. Bibliografia: Berek & Novak Tratado de
Ginecologia Ed Guanabara Koogan 2008. p. 885.
94.
A sorologia para a toxoplasmose é um dos exames bioquímico laboratoriais de rotina a serem realizados no pré-natal. O
resultado que qualifica uma infecção aguda é:
a)
b)
c)
d)
IgG positivo e IgM negativo com alta avidez para o anticorpo IgM.
IgG negativo e IgM negativo com alta avidez para o anticorpo IgG.
IgG positivo e IgM positivo e baixa avidez para o anticorpo IgG.
IgG positivo, IgM positivo e alta avidez para o anticorpo IgG.
Justificativa: O estudo sorológico define o momento da soroconversão, da parasitemia e conseqüentemente a idade
gestacional da presumida infecção placentária e ou fetal. A IgG positivo e IgM positivo, necessita de confirmação com teste
de avidez. Bibliografia: 1-DUARTE, G. Diagnóstico e conduta nas infecções ginecológicas e obstétricas. Ribeirão Preto:
Scala, 1997; 2-FOULON, W. et al. Treatment of toxoplasmosis during pregnancy: a multicenter study of impacto n fetal
transmission and children’s sequelae at age 1 year. Am. J. Obstet. Gynecol.,v. 180,p. 410-415, 1999.
95.
Mulher de 23 anos, nuligesta, tenta engravidar há 2 anos, sem sucesso. A menarca ocorreu aos 11 anos e, desde então, tem
ciclos menstruais regulares, percebe o período fértil pelo muco cervical, não tem cólicas menstruais ou dispareunia. Aos 15
anos foi operada de emergência por abdome agudo inflamatório, por apendicite aguda grau IV, perfurada, com peritonite. O
marido nega história de criptorquidia, dor ou trauma testicular e o espermograma é normal. Os exames a serem solicitados
visam confirmar o diagnóstico clínico de:
a)
b)
c)
d)
Endometriose pélvica.
Sinéquias intrauterinas.
Síndrome do ovário policístico.
Aderências pélvicas.
Justificativa: As cirurgias abdominais podem ser causa de infertilidade, mormente aquelas derivadas de casos de
emergência, entre elas o abdome agudo inflamatório, como nas apendicites complicadas, com derrame de conteúdo
purulento na cavidade abdominal e pelve e sua consequente cicatrização com extensa formação de aderências, interessando
no mais das vezes as tubas, ocluindo-as ou provocando restrições à sua mobilidade normal. Os sintomas relatados no caso
não são compatíveis com endometriose, que cursa normalmente com dor pélvica perimenstrual. A Síndrome dos Ovários
Policisticos pressupõe a irregularidade menstrual e anovulação, que a paciente não apresenta. Já as sinéquias uterinas
cursam com redução do fluxo menstrual ou amenorreia secundária, sendo normalmente consequentes à manipulação
intrauterina por curetagens, o que também não se aplica ao caso acima. Bibliografia: NASCIMENTO R. Infertilidade
conjugal. In: Manual de rotinas de Ginecologia e Obstetrícia da Maternidade Carmela Dutra. Abi-Saab Neto J, Silveira SK
&VitorelloDA, Editores. Gráfica Darwin – Florianópolis SC – 2009.
96.
Puérpera de 15 anos de idade, parto normal há 10 dias. Há 1 dia apresenta febre de 39°C. Ao exame, apresenta dor, edema e
eritema localizado em mama direita. Qual a melhor conduta para esta paciente:
a)
a)
b)
c)
Antibióticos e suspensão definitiva da amamentação
Esvaziamento das mamas e antipiréticos
Esvaziamento das mamas, iniciar antibiótico e manter amamentação.
Suspender amamentação e iniciar antipirético
Justificativa: Quadro de mastite necessita início precoce de antibiótico para evitar formação de abscesso mamário e a
amamentação deve ser mantida ou suspensa pelo menor tempo possível, somente até melhora da dor. Bibliografia:
Rezende , J. F. , Obstetrícia. Cap.91. Rio de Janeiro , Guanabara Koogan , 2010.
97.
Qual a conduta para uma paciente de 35 anos que retorna ao seu ginecologista com o resultado de uma biópsia do colo
uterino mostrando “Neoplasia Intraepitelial Grau III/ NIC III associada à infecção pelo Papilomavirus humano (HPV)”?
a)
b)
c)
d)
Realizar colposcopia a cada 3 meses.
Repetir a citologia oncótica (Exame de Papanicolaou) em 3 meses.
Cauterização do colo uterino (elétrica, nitrogênio ou laser).
Conização uterina.
Justificativa: A NIC III é uma lesão pré-cancerosa do colo uterino causada pelos HPV de alto risco oncogênico. A paciente
já tem o diagnóstico histopatológico, logo não faz sentido realizar nova colpopscopia em 3 meses, uma vez que esta lesão
deve ser tratada e nunca acompanhada. O mesmo acontece com a repetição da citologia, que pode ser repetida nos casos de
lesão de baixo grau ou atipias de caráter indeterminado, e mesmo assim, em 6 meses. A destruição da lesão com
cauterização(independente da técnica) é totalmente contra-indicada, uma vez que 10% das NIC III nas biópsias de colo
uterino (realizadas sob visão colposcópica) apresentam uma lesão invasora ou microinvasora. Bibliografia: 1-FEBRASGO.
Tratado de Ginecologia, vol 2, 2000, Ed RevinterLtda, Rio de Janeiro; 2-Freitas F, Menke CH, Rivoire W, Passo EP.
Rotinas em Ginecologia, 2011. 3ª Ed, Porto Alegre.
98.
Paciente de 34 anos, secundípara, chega a consulta por ausência de fluxos menstruais há 4 meses. Nega doenças de base,
cirurgias ou alergias. Há 30 dias com desconforto em baixo ventre, em peso, sem associação com coito. Utiliza condom
como método contraceptivo há 10 anos. Sem outras informações dignas de nota. A conduta será descartar:
a)
b)
c)
d)
Menopausa.
Sindrome de Sheehan.
Gestação.
Alteração mulleriana congênita.
Justificativa: Em paciente com vida sexual ativa há necessidade de se descartar gestação e amenorreia 2a. A utilização do
preservativo é um método com índice de falhas alto, assim como o Método de Billings e coito interrompido. Bibliografia:
Manual de orientação em ginecologia endócrina. FEBRASGO 2010.
99.
Gestante previamente hígida, 24 anos, GIP0, 36 semanas, vem à Emergência com queixa de mal-estar, cefaléia intensa e
dor em hipocôndrio direito que não aliviaram após automedicação (paracetamol e hidróxido de alumínio). Ao exame:
PA=160/110 mmHg, FC=90 bpm, lúcida. BCF=120 bpm, sem dinâmica. Traz cartão de pré-natal com PA máxima de
120/80 mmHg, sem outros achados dignos de nota. Nos exames solicitados na urgência pelo plantonista, o ácido úrico foi
6,5 mg/dl, exame parcial de urina=proteínas++ e o LDH de 367mg/dl. Os demais, exames estavam dentro dos limites da
normalidade. A conduta será:
a) Tratamento ambulatorial com anti-hipertensivos e repouso, e teste de vitalidade fetal e controle laboratorial
semanal até o termo.
b) Interrupção da gestação sendo a via de parto dependente das condições obstétricas e da existência de sinais
de sofrimento fetal.
c) Internação hospitalar para administração de corticóide e interrupção em 48h ou na presença de sofrimento fetal.
d) Internação hospitalar para observação e interrupção da gestação no termo ou na presença de sofrimento fetal.
Justificativa: Gestante IG>34 sem, com laboratório e clínica compatíveis com DHEG, sinais premonitórios (dor em
hipocôndrio e cefaléia). Não há vantagem na manutenção da gestação que sobrepuje os riscos. A indicação é interrupção do
parto, sendo a via de escolha obstétrica. Bibliografia: Williams Obstetrics. 23th ed. United States of America. Appleton &
Lange; 2010. Peraçoli JC, Parpinelli MA. Síndromes hipertensivas da gestação: identificação de casos graves. Rev Bras
Ginecol Obstet. 2005; 27(10): 627-34.
100. Em relação ao termo de consentimento livre e esclarecido, é correto afirmar:
a)
b)
c)
d)
Trata-se de um processo que envolve o esclarecimento, a deliberação e a assinatura do termo.
Não existem pesquisas éticas sem o termo de consentimento livre e esclarecido.
É um documento escrito que não precisa outro tipo de esclarecimento.
Limita-se apenas aos pacientes alfabetizados.
Justificativa: O TCLE mais do que um documento escrito, é um processo que envolve o esclarecimento por parte do
médico, a deliberação pelo paciente e a assinatura do documento escrito. Bibliografia: Urban CA. Bioética Clínica.
Revinter, Rio de Janeiro, 2003. RESOLUÇÃO 196/96.
Pediatria
101. Pré-escolar com 4 anos com quadro de osteoartrite de joelho. Há dois dias apresenta febre alta 39,7º.C, dispneia e
gemência. No exame clínico percebe-se hipoventilação em região posterior de hemitórax direito. O Rx mostrou
consolidação, derrame pleural e pneumatocele. O diagnóstico é de pneumonia por:
a)
b)
c)
d)
Pneumococo.
Micoplasma.
Vírus.
Estafilococo.
Justificativa: Quadro de persistência da febre após infecção de vias aéreas superiores com evolução para taquipneia e
sinais de localização pulmonar, tanto clínica (estertores), quanto radiológica (consolidação) derivam o raciocínio para
pneumonia pneumocócica. Bibliografia: KLIEGMAN,R.M.; BEHRMAN, R. E.; JENSON, H. B.; STATON, B. F. NelsonTextbook of Pediatrics. 19 ed, Saunders, 2011.
102.
Criança de 8 anos há seis dias iniciou com picos febris de, em média 38,5º.C, acompanhado de cefaléia, dor no corpo,
indisposição, odinofagia, obstrução nasal, rinorréia serosa e tosse seca. Há quatro dias a secreção nasal passou a amareloesverdeada pela manhã, mucosa ao longo do dia, serosa no final da tarde e piora da obstrução nasal noturna. Há dois dias
teve um aumento da média da temperatura para 39,2º.C, a secreção nasal ficou amarelo-esverdeada ao longo de todo o dia e
surgiu uma moderada dor facial. Seria, nesse caso, CORRETO afirmar:
a)
b)
c)
d)
Trata-se de uma Gripe em seu curso normal e não de um Resfriado Comum.
Há a necessidade de exame radiológico para confirmar o diagnóstico.
Essa criança deve ser internada para tratamento hospitalar.
A criança está com uma complicação bacteriana secundária.
Justificativa: Sinusites não complicadas não necessitam tratamento hospitalar. O diagnóstico de sinusite bacteriana é
clínico, não é radiológico. Persistência dos sintomas por mais de 10 a 14 dias, ou febre alta com dor facial indicam
complicação bacteriana. Bibliografia: KLIEGMAN,R.M.; BEHRMAN, R. E.; JENSON, H. B.; STATON, B. F. NelsonTextbook of Pediatrics. 19ed, Saunders, 2011.
103. Em uma criança um sopro inocente tem as seguintes características:
a)
b)
c)
d)
É mesosistólico e de baixa intensidade.
É sistólico e tem clique no início e no meio da sístole.
É diastólico e rude.
É diastólico e musical.
Justificativa: Sopros inocentes podem ser sistólicos ou contínuos, sopros diatólicos são quase sempre patológicos. Sopros
funcionais ou inocentes são mesosistólicos de intensidade moderada, musicais ou levemente rude e tom baixo a médio.
Sopro patológicos: intensos, rude, clique no início ou meio da sístole. Bibliografia:,Pediatria: Diagnóstico e Tratamento.
Jayme Murahovschi . 6 ed. 2003.
104. De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, qual medicamento deve ser utilizado na prevenção (quimioprofilaxia
primária) ou tratamento da infecção latente da tuberculose (quimioprofilaxiasecundária)?
a)
b)
c)
d)
Rifampicina.
Estreptomicina.
Isoniazida.
Etambutol.
Justificativa: Prevenção da infecção latente ou quimioprofilaxia primária: Recomenda-se a prevenção da infecção
tuberculosa em recém-nascidos coabitantes de caso índice bacilífero. Nestes casos, o recém-nascido não deverá ser
vacinado ao nascer. A isoniazida é administrada por três meses e, após esse período, faz-se a prova tuiberculínica (PT ou
PPD). Se o resultado da PT for ≥ 5mm, a quimioprofilaxia deve ser mantida por mais três a seis meses, caso contrário
interrompe-se o uso da isoniazida e vacina-se com BCG. Tratamento da infecção latente ou quimioprofilaxia secundária: O
tratamento da ILTB com isoniazida reduz em 60% a 90% o risco de adoecimento Esta variação se deve à duração e à
adesão ao tratamento. O fármaco utilizado é a isoniazida na dose de 5mg/kg a 10 mg/kg de peso até a dose maxima de
300mg/dia. Bibliografia: 1-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011; 2-Departamento
de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011.
105. Menina de 4 anos com queixa de dor nos membros inferiores e dificuldade de deambular de evolução de seis semanas.
Sintomas associados a febre baixa intermitente, dor articular, palidez e episódios de epistaxe. Exame físico: hipocorada;
equimoses difusas em membros; linfadenomegalia cervical e inguinal; hepatoesplenomegalia. O exame complementar
indicado inicialmente para a investigação diagnóstica é:
a)
b)
c)
d)
Hemograma.
Coagulograma.
Dosagem de ácido ascórbico.
Pesquisa de anticorpo antinuclear.
Justificativa: A investigação de dor em membros em pediatria visa a exclusão de outras causas, neste caso
especificamente, a paciente apresentava sinais indicativos de envolvimento sistêmico como adenomegalia, febre e
sangramento sugerindo doença hemato-oncológica e, portanto, o exame inicial seria hemograma. Bibliografia:
Reumatologia Pediátrica 2ª. Edição autor Sheila Knupp Feitosa de Oliveira editora Revinter.
106. Recém nascido de 37 semanas, peso adequado para a idade gestacional, nascido de cesárea. Mãe sem intercorrências
durante a gestação. Apresentou nas primeiras 6 horas de vida taquipneia (FR>80 rpm), cianose perioral e de extremidades,
retrações subcostais, batimentos de asas nasais. A ausculta pulmonar revelou uma boa entrada de ar com alguns estertores.
A radiografia de tórax mostrou uma trama peri-hilar proeminente e a triagem infecciosa foi normal. O recém nascido
permaneceu por 24 horas numa unidade de cuidados intermediários, recebendo oxigênio inalatório numa FIO2 de 0,3.
Apresentou melhora após este período. A respeito das afecções respiratórias do período neonatal, podemos afirmar que este
é um quadro clínico sugestivo de:
a)
b)
c)
d)
Pneumonia neonatal.
Taquipnéia transitória do recém-nascido.
Doença da membrana hialina.
Cardiopatia congênita cianótica.
Justificativa: A taquipneia transitória do recém-nascido (TTRN), também conhecida como “pulmão molhado” é um
distúrbio relativamente leve e autolimitado, que habitualmente afeta o recém nascido a termo ou próximo ao termo. A
TTRN se caracteriza por taquipnéia com sinais de leve desconforto respiratório, inclusive retrações e cianose,
habitualmente resolvida com oxigênio suplementar, requerendo FiO2 <0,4. Bibliografia: Cloherty, J., Eichenwald, EC.
&Stark, AR. Manual de Neonatologia. 5ª Ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005.
107. Ao nascimento, criança a termo apresenta-se hipotônica e em apneia. Após os passos iniciais de reanimação, o recémnascido mantém-se em apneia e verifica-se frequência cardíaca de 50bpm. A conduta a seguir será:
a) Realizar entubação traqueal para ventilação por pressão positiva e monitorizar a frequência cardíaca.
b) Iniciar ventilação por pressão positiva com balão e máscara com ar ambiente e instalar oximetria de pulso.
c) Iniciar massagem cardíaca sincronizada com ventilação por pressão positiva, preferencialmente com tubo
endotraqueal.
d) Estabelecer ventilação por pressão positiva e administrar adrenalina intratraqueal.
Justificativa: Após os passos iniciais de reanimação (aquecer em berço, posicionar cabeça em leve extensão, aspirar vias
aéreas se necessário, secar, avaliar respiração e frequência cardíaca), o bebê a termo que encontra-se em apneia deve ser
ventilado com balão e máscara (com FiO2de 21%) por 30 segundos com monitorização de saturação periférica de O2 e
reavaliado. Os passos a seguir, a cada 30 segundos, na ausência de melhora serão (em ordem): oxigênio suplementar,
entubação traqueal, massagem cardíaca sincronizada com ventilação, uso de medicação. Bibliografia: Perlman JM et al.
Circulation 2010;122 (16 Suppl 2):S516-38Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de
Pediatria:
Condutas 2011.
108. Primigesta de 26 anos, sem intercorrências clínicas durante a gestação e com tipagem sanguínea “O” negativo, dá a luz a
uma criança com tipagem sanguínea “A” positivo. Comparado com outra gestante em condições clínicas e obstétricas
semelhantes que apresente incompatibilidade somente pelo Rh, podemos supor que a chance da primeira desenvolver
sensibilidade e risco de próximo filho apresentar icterícia não fisiológica, por incompatibilidade sanguínea, é:
a)
b)
c)
d)
Menor.
Maior.
Igual.
Semelhante.
Justificativa: A chance é menor, pois, havendo as duas incompatibilidades, em função da incompatibilidade ABO em que a
mãe, mesmo primípara, costuma ter anticorpos anti-A ou anti-B, ao passar hemácias com antígeno “D” (Rh +) da criança
para a mãe, na primeira gestação ou parto, as hemácias do feto serão destruídas pelos anticorpos maternos pré-existentes e
não sensibilizarão (ou haverá grande chance de sensibilizar menos) para o sistema anti-D. Bibliografia: Segre, C.
PERINATOLOGIA. Fundamentos e Práticas. São Paulo: SARVIER, 2001.
109. Criança do sexo masculino, com 3 anos e 6 meses de idade, apresenta pelos pubianos (grau 3 de Tanner), pênis aumentado
de tamanho para a idade e testículos assimétricos, sendo o direito com volume de 2,0 ml e esquerdo de 8,0 ml (normal para
a idade até 3 ml). O diagnóstico é de:
a)
b)
c)
d)
Pilificação pubiana idiopática.
Tumor do córtex suprarrenal.
Tumor de testículo.
Puberdade precoce verdadeira.
Justificativa: A presença de pelos pubianos, aumento do tamanho do pênis com assimetria testicular e o volume de um
testículo aumentado para a idade da criança, indica que o local da origem da secreção dos andrógenos é este testículo, sendo
o diagnóstico tumor de testículo. Bibliografia: Monte O. Puberdade Precoce. In: Monte O, Longui CA, Calliari LEP.
Endocrinologia para a Pediatria. 2.ed. São Paulo: Atheneu; 1998. p.61-67.
110. Paciente de 8 meses recusa a mamadeira e não está ganhando peso. Apresenta-se hidratado e com palidez de +/4+, sem
outras alterações ao exame físico. Houve perda de 100 gramas em relação ao peso do mês anterior. Exame parcial de urina:
leucocitúria de 580.000 leucócitos/ml, proteinúria de + e presença de raras bactérias. Hemograma: 20.000 leucócitos;1% de
metamielócitos, 5% de bastões, 78% segmentados, 14% linfócitos e 2% de monócitos. A urocultura só estará disponível
em 72 horas. Podemos afirmar que:
a)
b)
c)
d)
O paciente deve ser internado para observação até o resultado da cultura.
O antimicrobiano deverá ser iniciado quando se obtiver o resultado da urocultura.
Deve-se iniciar tratamento antimicrobiano presuntivo ambulatorial.
Confirmado o diagnóstico de infecçãou rinária, solicita-se urografiaexcretora.
Justificativa: O principal agente causal nesta faixa etária é a E. Coli. Neste caso como trata-se de um lactente de 8 meses
que está recusando a mamadeira e não está ganhando peso que apresenta apenas palidez com restante do exame físico
normal e que não só não ganhou peso, mas perdeu 100 gramas em relação ao peso do mês anterior, com parcial de urina
observa-se: leucocitúria de 580.000 leucócitos/ml, proteinúria de + e presença de raras bactérias e hemograma
infeccioso (20.000 leucócitos;1% de metamielócitos, 5% de bastões, 78% segmentados, 14% linfócitos e 2% de monócitos)
deve-se iniciar precocemente o antimicrobiano e, se reavaliar a conduta quando se obtiver o resultado da urocultura. Caso
se confirme o diagnóstico de infecção urinária o paciente deve iniciar a investigação por imagem com ultrassonografia de
rins e vias urinárias. O principal agente causal é a Escherichia coli. Bibliografia: Silva JMP, Cardoso LSB, Diniz JSS.
Infecção do tratourinário. In: Lopez FA, Campos Junior, D. Tratado de Pediatria 2nd ed. São Paulo: Manole. 2010: 13171326.
111. Recém-nascida com 10 dias de vida apresenta pequenos lábios e o clitóris proeminentes, observando saída de uma secreção
hemorrágica. Qual a conduta adequada nesse caso?
a)
b)
c)
d)
Internar e investigar doença hemorrágica neonatal.
Iniciar antibioticoterapia.
Encaminhar a um ginecologista infantil.
Tranqüilizar a mãe, pois haverá resolução espontânea.
Justificativa: Ao nascimento os pequenos lábios e o clitóris estão proeminentes. Não é considerado patológico o
sangramento vaginal nos primeiros dias de vida, em função da supressão estrogênica que ocorre após o nascimento,
havendo a descamação do endométrio. Bibliografia: Ana GorettiK. Maranhão; Anamaria Cavalcante e Silva e cols Manual de protocolos clínicos na hospitalização- Livro da criança Hospital Infantil Albert Sabin.
112. A ocorrência de casos de coqueluche em lactentes tem uma relação direta com a duração da imunidade pós-vacina e pósdoença. Assinale a afirmativa CORRETA com relação à duração da imunidade:
a) Um esquema de vacinação completo com três doses e dois reforços confere imunidade duradoura (por toda a vida).
b) Após um quadro comprovado de coqueluche (doença) o indivíduo desenvolve imunidade duradoura (por toda a
vida).
c) As mutações que ocorrem periodicamente na bactéria fazem com que sejam necessários reforços anuais da vacina.
d) Nem a vacina nem a doença conferem imunidade duradoura, sendo que após 6 a 12 anos pode ocorrer
novamente susceptibilidade à infecção.
Justificativa: Estima-se que a duração da proteção após o esquema básico de vacinação e uma dose de reforço, como
também após a infecção natural, seja de 6 a 12 anos. Bibliografia: 1-WHO. Pertussis vaccines. Weekly Epidemiological
Record, n. 4, 28 Jan 2005; 2-ACIP. MMWR Dec 15 2006/55:RR-17.
113. Recém-nascido a termo, adequado para a idade gestacional, com escore de Apgar de 9 e 10 e pré-natal sem intercorrências.
Apresentou icterícia até zona IV de Kramer com 24 horas de vida. Foram realizados os seguintes exames laboratoriais:
Grupo sanguíneo materno “O” positivo, grupo sanguíneo do recém-nascido “B” negativo. Bilirrubina total de 20mg/dl,
bilirrubina indireta de 19mg/dl. Coombs direto positivo, hematócrito de 25%. Este quadro clínico é sugestivo de:
a)
b)
c)
d)
Incompatibilidade RH.
Incompatibilidade ABO.
Anemia hemolítica.
Icterícia colestática.
Justificativa: A incompatibilidade materno-fetal ABO é encontrada em cerca de 20% das gestações, porém a doença
hemolítica ocorre exclusivamente em recém-nascidos com tipagem sanguínea A ou B de mãe O, pois estas possuem
imunoglobulina G anti-A ou anti-B, que atravessam a placenta. A principal manifestação é a icterícia precoce, que aparece
nas primeiras 24 horas de vida. Os níveis de hemoglobina e hematócrito podem ser discretamente diminuídos. O Coombs
direto pode ser positivo em 20 a 40% dos casos, porém a sua positividade não tem associação com quadros graves de
hemólise. Bibliografia: Kopelman, BI., Santos, AMN., Goulart, AL., Almeira, MFB., Miyoshi, MH. & Guinsburt, R.
Diagnóstico e Tratamento em Neonatologia. Ed. Atheneu, São Paulo,2004.
114. Criança de 2 anos, consulta por sangramento anal, não relacionado com a evacuação. Ao exame você percebe uma criança
amedrontada, chorosa, pouco colaborativa ao exame das genitálias, e com presença de fissura anal e escoriações em
períneo. Na suspeita de abuso sexual, conforme as determinações do Estatuto da Criança e Adolescente, em seu artigo 13,
qual a conduta do médico imediatamente após o atendimento da criança?
a)
b)
c)
d)
Afastar do agressor e notificar o caso para o Conselho Tutelar.
Investigar laboratorialmente possíveis doenças sexualmente transmissíveis.
Notificar o caso para Vigilância Epidemiológica.
Investigar melhor o caso e denunciar para a polícia.
Justificativa: Os casos de suspeita ou configuração de Maus Tratos devem ser obrigatoriamente comunicados ao Conselho
Tutelar, órgão público, autônomo e permanente, composto por 5 membros eleitos a cada 3 anos pela comunidade, que tem
dentro das suas atribuições, a determinação do cumprimento dos direitos apresentados no Estatuto da Criança e do
Adolescente. Bibliografia: Pediatria de urgência I. Schvartsman, Cláudio II. Reis, Amélia Gorete III. Farhat, Sylvia Costa
Lima. IV. Schvartsman, Benita G Soares. V. Maluf Junior, Paulo Taufi.
115. Pré-escolar é trazida pelos pais ao hospital universitário, com queixas de febre, dor de cabeça e vômitos. Frente a uma
suspeita de meningite, é decidida a sua admissão na sala de observação e a realização de punção lombar. A menina é
colocada em sala de isolamento, sendo proibida a entrada de familiares. É mantida despida durante as três tentativas de
punção lombar. Da sua chegada à emergência até as tentativas frustradas, mais três acadêmicos examinaram a criança,
inclusive com pesquisa de sinais meníngeos, deixando a paciente mais assustada e irritada. Qual a afirmativa correta?
a) O acompanhamento da criança pelos pais é uma necessidade e não um direito da criança.
b) A questão do pudor, em pacientes pediátricos não tem grande importância, dando direito ao examinador de expor o
corpo da criança para a avaliação necessária.
c) O direito e respeito consistem na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança.
d) Em se tratando de ambiente universitário, é permitido, sem restrições o exame na criança como meio de
aprendizado.
Justificativa: Não somente pela necessidade que a criança tem de se sentir amparada e protegida, especialmente numa
situação de maior fragilidade como a de doença, a companhia dos pais ou responsáveis é um imperativo legal, uma vez que
os mesmos respondem juridicamente pela criança, considerada como indivíduo incompetente para a tomada de decisões.
Por outro lado, considerando a admissão em sala de observação como hospitalização, de acordo com o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA) - artigo 12, os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente, da
mesma forma como na Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados (DDCAH)(10-12). Embora
pareça não ser tão importante a questão do pudor, quando se trata de paciente pediátrico o dever de inspecionar, apalpar,
percutir, auscultar e observar o paciente, não dá ao médico o direito de expor o corpo da criança além do estritamente
necessário à sua avaliação. O que para nós, profissionais de saúde, é algo eminentemente técnico e profissional, no caso a
manutenção do paciente despido e exposto à observação clínica, para ele e familiares pode representar grande desrespeito e
humilhação. De acordo com o artigo 63 do CEM, é vedado ao médico desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus
cuidados profissionais. Bibliografia: Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069 de 13/07/1990. Código de Ética
Médica- CFM.
116. Um lactente com 3 meses de idade, nascido a termo com 3 kg, sem intercorrências patológicas até o momento, vem à
primeira consulta. Está em aleitamento materno exclusivo. À antropometria, encontra-se classificado quanto a peso e
comprimento em -1 do escore Z. A orientação do pediatra será:
a)
b)
c)
d)
Suplementar o aleitamento materno com fórmulas infantil de partida.
Suplementar o aleitamento materno com sopa de legumes e papa de frutas.
Solicitar parcial de urina, urocultura com antibiograma e hemograma.
Manter em aleitamento materno exclusivo e observar até a próxima consulta.
Justificativa: Se a criança não estiver ganhando o peso esperado, deve-se primeiramente reavaliar a técnica de
amamentação e se persistir, investigar problemas relacionados a mãe ou a criança, doenças na mama, medicamentos,
estresse, infecção, refluxo e síndromes genéticas. Bibliografia: 1-Leila Caradamone Gouvêa e Rosa de Fátima da Silva
Vieira Marques; Capítulo 6, páginas 377 – 383; 2-Tratado de Pediatria – Editora Manole – segunda edição, 2010.
117. Menino de 6 anos iniciou quadro de dor articular em joelhos e punhos, febre, dor abdominal e dor em região escrotal
acompanhada de máculas vemelho-arroxeadas, não prurigionosas em nádegas, coxas e pernas. O diagnóstico será de:
a)
b)
c)
d)
Arterite de Takayasu.
Púrpura de Henoch – Schönlein.
Doença de Kawasaki.
Artrite Reumatóide juvenil.
Justificativa: A púrpura de Henoch-Schönlein também é conhecida como púrpura alérgica ou púrpura anafilactóide. É
caracterizada por um processo inflamatório dos capilares das arteríolas e das vênulas, mediado pela imunoglobulina A, e
que provoca aumento da permeabilidade vascular e extravasamento sanguíneo para os tecidos adjacentes. O quadro cutâneo
com lesões purpúricas nos membros inferiores é o mais característico, seguido do acometimento osteoarticularem 60-90%,
e gastrointestinal em 30-70% dos casos. Bibliografia: Pediatria de urgência I. Schvartsman, Cláudio II. Reis, Amélia
Gorete III. Farhat, Sylvia Costa Lima. IV. Schvartsman, Benita G Soares. V. Maluf Junior, Paulo Taufi.
118. Menino de 4 anos é trazido a consulta por seu pai que refere que há 6 meses seu filho tem “sujado a cueca com fezes”, e o
quadro coincidiu com a época em que trocou de colégio. Sem perda de peso, febre ou elementos patológicos nas fezes. Ao
exame: bom estado geral, hidratado, ativo, obeso. Abdome globoso, sem visceromegalias ou massas evidentes. Assinale a
afirmativa CORRETA:
a) Devemos solicitar exames na primeira consulta para descartar hipotireoidismo, doença celíaca e doença
inflamatória intestinal.
b) É necessário solicitar exames laboratoriais para descartar intolerância à lactose, assim como realizar teste
terapêutico.
c) A presença de escape fecal é sugestiva de impactação fecal, devendo ser avaliado no exame físico com
palpação abdominal criteriosa, inspeção do períneo e toque retal.
d) Como não foi possível palpar fecaloma, está descartada a possibilidade de constipação intestinal.
Justificativa : A presença de escape fecal é um indicativo muito forte de impactação fecal devendo ser avaliado melhor no
exame físico com palpação abdominal criteriosa, inspeção do períneo e toque retal. Bibliografia: Pediatria: diagnóstico e
tratamento/ organizado por José Paulo Ferreira. Porto Alegre: Artmed,2005.
119. Menino de 8 anos apresenta lesão papulosa de coloração amarelada com ponto negro central, localizada na região plantar
esquerda. O diagnóstico é de:
a)
b)
c)
d)
Pedra preta.
Larva migrans.
Tunguíase.
Molusco contagioso.
Justificativa: Tunguiase: agente - Tunga penetrans: caracteriza-se por papúla amarela com ponto escuro central e ou
periféricos no seu interior; B) Pedra preta: Piedra ou Pedras (Pedra Preta – agente - Piedraia hortai: nódulos endurecidos e
negros de 1 a 2 mm de diâmetro firmemente aderidos ao pelo ; Pedra branca – agente - Trichosporum beigelii: nódulos
macios e múltiplos de cor esbranquiçadas aderidos à haste de pelos terminais, envolvendo toda a circunferência destes;); C)
Larva Migrans:agente - Ancilostoma caninum e Ancylostoma brazilienzis – localização mais frequente planta do pé –
caminho serpiginoso causado pelo germe devido ausência de enzimas necessárias para penetrar e sobreviver na derme –
associada a prurido intenso; D) Molusco contagioso: agente – vírus DNA do grupo posvirus caracterizada por pápulas com
umbilicação central típica, da cor da pele ou levemente eritematosas. Bibliografia: ANCONA LOPEZ, Fábio; CAMPOS
JÚNIOR, Dioclécio. Tratado de pediatria. São Paulo: Manole, 2010.
120. Em relação aos aspectos éticos na conduta do atendimento médico do paciente adolescente a opção correta é:
a) A ausência dos pais ou responsáveis deve impedir o atendimento médico do jovem, seja em primeira consulta ou
nos retornos.
b) Em todas as situações em que se caracterizar a necessidade da quebra do sigilo médico, o adolescente deve
ser informado, justificando-se os motivos para essa atitude.
c) O médico deve reconhecer o adolescente como indivíduo incapaz de resolver seus problemas e sempre solicitar o
consentimento dos pais ou responsáveis.
d) Em situações consideradas de risco (gravidez, abuso de drogas,risco à vida ou à saúde de terceiros) nem sempre é
necessária a participação dos pais ou responsáveis.
Justificativa: Segundo o ECA. O art. 3o descreve que "a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata essa lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual
e social, em condições de liberdade e de dignidade". Portanto, qualquer exigência que possa afastar ou impedir o exercício
pleno do adolescente de seu direito fundamental à saúde e à liberdade, como a obrigatoriedade da presença de um
responsável para acompanhamento no serviço de saúde, constitui lesão ao direito maior de uma vida saudável. Em outras
situações, como grávidas que se negam a comunicar esse fato aos responsáveis e avisam que vão abortar; pacientes com
vírus da imunodeficiência positivo (HIV+) que não aceitam compartilhar seu diagnóstico com a família, adolescentes
consumidores de drogas ilícitas, há necessidade de quebra do sigilo da consulta, mesmo que o paciente não concorde. A
resistência em informar determinadas circunstâncias de sua vida à família demonstra uma desarmonia que pode e precisa
ser enfrentada pela equipe de saúde, sempre priorizando a preservação do direito do adolescente à saúde. Bibliografia: 1Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069 de 13/07/1990; 2- Código de Ética Médica
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