Vacina contra 13 tipos de bactéria

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VITÓRIA, ES, DOMINGO, 29 DE JANEIRO DE 2012 ATRIBUNA
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Reportagem Especial
SAÚDE
Vacina contra 13 tipos de bactéria
ma vacina que protege contra 13 tipos da bactéria
pneumococo, responsável
por infecções como meningite e
pneumonia, foi liberada para adultos nos Estados Unidos e Europa.
No Brasil, a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa)
estuda a liberação da vacina para
adultos a partir de 50 anos. Atualmente, ela é utilizada para imunizar crianças de 2 meses a 6 anos.
De acordo com o infectologista
Lauro Ferreira Pinto, a vacina,
também conhecida como 13 valente, a Prevenar 13, da Pfizer, deve ser liberada no Brasil.
A bactéria pode provocar septicemia (infecções bacterianas do
sangue), meningite, pneumonia,
empiema (acúmulo de pus na cavidade em torno dos pulmões) e a
otite média (infecção do ouvido).
Outra novidade é a indicação
da vacina para HPV para homens entre 9 e 26 anos, chamada
Gardasil, do laboratório MSD.
Ela foi liberada pela Anvisa no
ano passado e atua contra qua-
U
tro tipos de HPV.
A imunização, que normalmente é feita em mulheres, tem o objetivo de prevenir a infecção pelo
vírus responsável por grande parte dos casos de câncer anal.
A prevenção da meningite também ganhou uma nova aliada. É a
vacina quadrivalente, que previne
contra quatro tipos do meningococo, bactéria que causa as meningites A, C, Y e W.
“A vacina é liberada de 9 até 55
anos. E não tem contraindicação”, explicou a infectologista Martina Zanotti.
Outra vacina que está
em estudos no Brasil é
contra o vírus Herpes
Zóster. Ele causa a doença
conhecida como cobreiro.
Ainda entre as novidades de
vacinas está a da poliomielite inativada injetável, que será usada
junto com a gotinha. “A pólio inativada está em fase de estudo de
custo de distribuição e fornecimento”, destacou a infectologista
Jaqueline Oliveira Roeda.
RODRIGO GAVINI/AT
LAURO FERREIRA PINTO diz que vacina deve ser liberada para adultos
KADIDJA FERNANDES/AT
Crianças testam combate à dengue
DIETZE coordena estudos na Ufes
Os 800 pacientes que participam da pesquisa da vacina que vai
prevenir contra a dengue vão tomar a segunda dose a partir do
próximo mês.
O estudo, que está sendo coordenado pelo infectologista e diretor do Núcleo de Doenças Infecciosas da Ufes, Reynaldo Dietze, já
está em sua última fase. O teste está sendo feito na faixa etária de 9 a
16 anos, onde há mais casos graves,
segundo o médico.
Os pacientes que vão receber a
segunda dose foram vacinados pela primeira vez em setembro. O
teste conta com três doses e elas
precisam ser dadas com um intervalo de seis meses.
Após essa fase, a pesquisa acompanha os pacientes por dois anos.
Por isso, Dietze acredita que a vacina deve estar no mercado em, no
máximo, três anos.
“Estamos testando a eficácia da
vacina, mas que funciona, funcio-
na, ou não teríamos chegado na fase final do estudo”, destacou.
Além de Vitória, as cidades de
Fortaleza, Natal, Campo Grande e
Goiânia também participam da
pesquisa, que tem centro coordenador na Ufes. De acordo com
Dietze, a vacina contém um vírus
vivo atenuado por um processo de
quimerização.
“A quimerização é uma nova
técnica muito eficaz e segura, pois
não produz doença”, explicou.
Prevenção
contra novos
tumores em
pacientes
Duas vacinas, uma em estudo e
outra aguardando liberação da
Anvisa, são a novidade no tratamento do câncer de pulmão e na
prevenção do aparecimento de
novos tumores em portadores da
doença.
Uma delas é a Cimavax, uma vacina desenvolvida por uma empresa cubana e que aguarda a liberação pela Anvisa.
“Os dados de fase 3 foram apresentados em novembro em Havana, Cuba, e mostram bons resultados. Essa vacina trabalha se ligando a uma substância que está normalmente no sangue chamada
EGF. É uma proteína que estimula
crescimento epitelial. A vacina se
liga às células que são destruídas.
Quando o EGF some do sangue, o
câncer para de crescer”, explicou
o gerente de produtos de Oncologia do laboratório Eurofarma, que
trabalha com o produto no Brasil,
Arynauá Silveira.
A outra vacina está em estudo. A
pesquisa envolve 400 pessoas no
mundo, sendo cerca de 250 no
Brasil. A vacina também é terapêutica e ativa o sistema imunológico do doente. O produto, chamado de 1E10, deve levar três anos
para chegar ao mercado.
O oncologista Gláucio Bertollo
afirmou que o tratamento com a
vacina tem objetivo de fazer o sistema imunológico do doente reconhecer o câncer como corpo estranho e atacá-lo.
“No Brasil, ainda não temos nenhuma vacina para usar contra o
câncer. Mas, nos próximos anos,
vamos ter novas terapias imunológicas atuando nesse sentido.”
AS DOENÇAS E A PREVENÇÃO
23 Hepatite B
EXAMES
> MULTITESTE: detectável no teste do
Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
> DIAGNÓSTICO por PCR: pode ser detectada por biologia molecular.
VACINAS
> ESTARÁ na vacina heptavalente.
26 Leishmaniose
Tegumentar Americana
> PODE SER detectada no multiteste
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
27 Leishmaniose
Visceral
> PODE SER detectada no multiteste
24 Poliomielite
EXAMES
> DETECTÁVEL no multiteste do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
VACINAS
> A POLIOMELITE inativada injetável
está sendo pesquisada pela Fiocruz.
25 HIV/Aids
EXAMES
> PODE SER detectado em teste com
PCR (biologia molecular).
> NOVO TESTE rápido confirmatório de
HIV: desenvolvido pela Fiocruz, os
testes podem ser feitos com sangue,
soro, plasma, saliva, fezes e urina.
> PODE SER detectada no multiteste
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
VACINAS
> UMA NOVA vacina está sendo testada e foi capaz de manter ratos imunes ao vírus. Ainda não foram feitos
testes com pessoas.
tuto Carlos Chagas Fiocruz.
32 Rubéola
EXAMES
> DETECTÁVEL no multiteste do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
VACINAS
> COBERTA pela tetraviral.
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
28 Leptospirose
> PODE SER detectado no teste confir-
matório HIV-1/2.
> PODE SER detectada no multiteste
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
29 Malária
EXAMES
> PODE SER detectada no multiteste
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
VACINAS
> UMA NOVA VACINA foi desenvolvida
pela Universidade de Oxford. Os testes em pacientes devem começar
dentro de dois ou três anos.
30 Sarampo
> É COBERTA pela vacina tetraviral.
31 Raiva Humana
> DETECTÁVEL no multiteste do Insti-
33 Hepatite C
EXAMES
> PODE SER detectada no multiteste
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
36 Tétano
VACINAS
> ESTARÁ NA vacina heptavalente.
EXAMES
> PODE SER detectado no multiteste
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
34 Sífilis
EXAMES
> TESTE RÁPIDO: o teste para sífilis detecta a doença em cerca de 15 minutos.
> DETECTÁVEL no multiteste do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
VACINAS
> ESTARÁ coberta pela vacina hepta-
valente.
> DUAS VACINAS contra a doença,
Adacel e Refortrix, foram lançadas
recentemente.
35 Sars (gripe asiática) 37 Tularemia
> DETECTÁVEL no multiteste do Insti-
tuto Carlos Chagas Fiocruz.
> PODE SER detectada no multiteste
do Instituto Carlos Chagas Fiocruz.
ADRIANO HORTA/AT
ATÉ R$ 250 A DOSE
Vacinas em dia
Mãe de Mateus, 3, a
hoteleira Mychelle Motta, 33, contou que o filho
nasceu nos Estados Unidos e teve que fazer uma
complementação das
vacinas quando chegou
ao Brasil, há 2 anos.
Algumas vacinas, no
entanto, Mychelle só encontrou na rede particular. “Tive de buscar a
maioria na rede particular. É muito caro”.
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