333 - SOVERGS

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MORFOMETRIA DO INTESTINO DA JAGUATIRICA (Leopardus pardalis)
MORPHOMETRY OF OCELOT (Leopardus pardalis) INTESTINE
Adriano Leão¹*; Gustavo Lobato¹; Érika Branco²; Luiza Corrêa³; Ana Rita de Lima²
RESUMO:
Nesta pesquisa estudaram-se dois espécimes, sendo um macho e uma fêmea de jaguatirica,
provenientes da Mina de Bauxita Paragominas Vale do Rio Doce, doados após morte natural,
ao Laboratório de Pesquisa Morfológica Animal (LaPMA) da Universidade Federal Rural da
Amazônia- UFRA. Os animais foram fixados e posteriormente os intestinos foram divididos
em delgado compreendendo duodeno, jejuno e íleo, e intestino grosso compreendendo o ceco,
cólon ascendente, transverso, descendente e reto. Com os resultados das mensurações
observou-se um intestino delgado longo e maior que o intestino grosso como ocorre em outros
carnívoros.
Palavras-chaves: Jaguatirica, intestinos, anatomia.
ABSTRACT:
In this research were studied two specimens, one male and one female of ocelot, coming from
the Paragominas Bauxite Mine Vale do Rio Doce, donated after natural death to the
Morphological Animal Laboratory Research (LaPMA) of the Federal Rural University of
Amazonia (UFRA). The animals were fixed and the intestines were divided in small intestine
comprising the duodenum, jejunum and ileum and large intestine comprising the cecum,
ascending, transverse and descending colon and rectum. With the results of the measurements
was observed a small intestine long and larger than the large intestine as occurs in other
carnivores.
Key-words: Ocelot, intestines, anatomy.
A distribuição da jaguatirica (Leopardus pardalis) engloba todos os países da América
Central e o do Sul, com exceção do Chile, além de porções do México até o sudoeste do
Texas. Esta espécie tem grande plasticidade com relação à escolha de habitats ocupando,
caatingas, pantanais, pampas, cerrados, florestas tropicais, subtropicais e matas ciliares
habitando matas primárias e secundárias (EISENBERG, 1989; OLIVEIRA, 1994; SILVA
1994, NOWELL e JACKSON, 1996). Neste cenário o estudo da anatomia desta espécie é de
vital importância para sua manutenção, principalmente no que tange aos aspectos
macroscópicos e morfométricos.
Quanto ao intestino, órgão alvo de nossos estudos, trata-se da região do trato alimentar que se
estende do piloro estomacal até o canal anal, tem extensão variável de acordo com a espécie,
podendo ser mensurado em escala absoluta. É dividido anatomicamente em delgado e grosso.
O intestino delgado é constituído por três regiões sendo: duodeno, jejuno e íleo
(FRANDSON, 2005; DYCE, 2007). O intestino grosso tem estrutura consideravelmente mais
variável dependendo das espécies, é constituído pelo ceco; o cólon subdividido em
ascendente, transverso e descendente; e o reto que se comunica com o canal anal
(FRANDSON, 2005; DYCE, 2007).
_______________________
¹Acadêmico de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia
²Doutora e Docente da Universidade Federal Rural da Amazônia
³ Médica Veterinária da Mina Bauxita Paragominas - Pará.
*Autor para correspondência: Passagem João de Deus N°1023 CEP 66035-400 [email protected]
Foram utilizados dois espécimes de Leopardus pardalis sendo um macho e uma fêmea
jovens, provenientes de Paragominas, sob autorização SEMA-PA nº485/2009 e 522/2009
doados após morte por causas naturais ao LaPMA da UFRA. Foi feita a análise topográfica e
identificação dos segmentos intestinais.
Os resultados da análise morfométrica para fêmea foram: duodeno 8,4 cm; jejuno e
íleo 194 cm; ceco 4,0 cm; colón ascendente 3,9 cm colón transverso 2,9 cm colón
descendente 8,8 cm; reto 3,5 cm. Para o macho foram: duodeno 8,7 cm; jejuno e íleo 214,4
cm; ceco 4,5 cm colón ascendente 5,7 cm; cólon transverso 3,9 cm; cólon descendente 10 cm;
reto 4,8 cm. O duodeno se apresenta como um curto segmento. O jejuno e íleo representam
não só a maior porção do intestino delgado como também a maior porção do intestino como
um todo em ambos dos animais.
Ao tratarmos do intestino uma das relações mais comuns é referente ao comprimento
intestinal em relação ao habito alimentar. Os carnívoros possuem uma dieta com elementos de
maior valor nutritivo e de fácil digestão requerendo um aparelho digestório simples com um
intestino curto, enquanto que, nos herbívoros ocorre o contrário, devido sua dieta ser menos
nutritiva e de baixa digestibilidade (DYCE, 2004). Os carnívoros apresentam o intestino
relativamente curto e simples. O intestino delgado ocupa a maior parte da cavidade abdominal
e é dividido em uma parte fixa e uma mesentérica. A parte fixa é constituída pelo duodeno e a
parte mesentérica é arbitrariamente dividida em jejuno e íleo (GETTY, 1986).
Por meio dos resultados das mensurações conclui-se que o L. pardalis, apresentou o
intestino delgado longo e maior que o intestino grosso como ocorre em outros carnívoros.
Observou-se o duodeno como um curto segmento, sendo o jejuno e íleo a porção mais longa
deste e ocupando a maior parte da cavidade. O intestino grosso tem início com um pequeno
ceco visível e continua-se como cólon ascendente, transverso e descendente terminando como
reto. Os resultados encontrados corroboram com os dados descritos para outros carnívoros
(DYCE, 2004).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DYCE, K. M. et al. Tratado de Anatomia Veterinária 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
EISENBERG, J.F. Mammals of de neotropic – Northem Neotropics. V.1. Chicago: University
Chicago Press, 1989. 550p.
FRANDSON, R. D. et al Anatomia e Fisiologia dos Animais da Fazenda 6.ed. - Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
GETTY, R. Sisson/Grossman Anatomia dos animais domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabra Koogan,v.2, Cap.55, p. 1497-1550. 1986.
NOWELL, K.; JACKSON, P.; Wild cats, status survey and conservation action plan. Cat
specialist group. Gland, Switzerland. 1996.
OLIVEIRA, T. G. Neotropical cats: ecology and conservation. EDUFMA ( Uni. Fed. Do
Maranhão), São Luís/MA. 1994.
SILVA, J. A. dos S. Jaguatirica. In: Livro vermelho dos mamíferos brasileiros ameaçados de
extinção. Fonseca, G.A.B. Ed. Fundação Biodiversitas. 1994.
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Jusficativa à segunda pergunta do item dois das observações sobre a correção do
trabalho em questão: o diâmetro dos segmentos não foi mensurado pelo fato de que, o
valor apurado não seria real, em decorrência da presença e/ou ausência de fezes.
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