MORFOMETRIA DO INTESTINO DA JAGUATIRICA (Leopardus pardalis) MORPHOMETRY OF OCELOT (Leopardus pardalis) INTESTINE Adriano Leão¹*; Gustavo Lobato¹; Érika Branco²; Luiza Corrêa³; Ana Rita de Lima² RESUMO: Nesta pesquisa estudaram-se dois espécimes, sendo um macho e uma fêmea de jaguatirica, provenientes da Mina de Bauxita Paragominas Vale do Rio Doce, doados após morte natural, ao Laboratório de Pesquisa Morfológica Animal (LaPMA) da Universidade Federal Rural da Amazônia- UFRA. Os animais foram fixados e posteriormente os intestinos foram divididos em delgado compreendendo duodeno, jejuno e íleo, e intestino grosso compreendendo o ceco, cólon ascendente, transverso, descendente e reto. Com os resultados das mensurações observou-se um intestino delgado longo e maior que o intestino grosso como ocorre em outros carnívoros. Palavras-chaves: Jaguatirica, intestinos, anatomia. ABSTRACT: In this research were studied two specimens, one male and one female of ocelot, coming from the Paragominas Bauxite Mine Vale do Rio Doce, donated after natural death to the Morphological Animal Laboratory Research (LaPMA) of the Federal Rural University of Amazonia (UFRA). The animals were fixed and the intestines were divided in small intestine comprising the duodenum, jejunum and ileum and large intestine comprising the cecum, ascending, transverse and descending colon and rectum. With the results of the measurements was observed a small intestine long and larger than the large intestine as occurs in other carnivores. Key-words: Ocelot, intestines, anatomy. A distribuição da jaguatirica (Leopardus pardalis) engloba todos os países da América Central e o do Sul, com exceção do Chile, além de porções do México até o sudoeste do Texas. Esta espécie tem grande plasticidade com relação à escolha de habitats ocupando, caatingas, pantanais, pampas, cerrados, florestas tropicais, subtropicais e matas ciliares habitando matas primárias e secundárias (EISENBERG, 1989; OLIVEIRA, 1994; SILVA 1994, NOWELL e JACKSON, 1996). Neste cenário o estudo da anatomia desta espécie é de vital importância para sua manutenção, principalmente no que tange aos aspectos macroscópicos e morfométricos. Quanto ao intestino, órgão alvo de nossos estudos, trata-se da região do trato alimentar que se estende do piloro estomacal até o canal anal, tem extensão variável de acordo com a espécie, podendo ser mensurado em escala absoluta. É dividido anatomicamente em delgado e grosso. O intestino delgado é constituído por três regiões sendo: duodeno, jejuno e íleo (FRANDSON, 2005; DYCE, 2007). O intestino grosso tem estrutura consideravelmente mais variável dependendo das espécies, é constituído pelo ceco; o cólon subdividido em ascendente, transverso e descendente; e o reto que se comunica com o canal anal (FRANDSON, 2005; DYCE, 2007). _______________________ ¹Acadêmico de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia ²Doutora e Docente da Universidade Federal Rural da Amazônia ³ Médica Veterinária da Mina Bauxita Paragominas - Pará. *Autor para correspondência: Passagem João de Deus N°1023 CEP 66035-400 [email protected] Foram utilizados dois espécimes de Leopardus pardalis sendo um macho e uma fêmea jovens, provenientes de Paragominas, sob autorização SEMA-PA nº485/2009 e 522/2009 doados após morte por causas naturais ao LaPMA da UFRA. Foi feita a análise topográfica e identificação dos segmentos intestinais. Os resultados da análise morfométrica para fêmea foram: duodeno 8,4 cm; jejuno e íleo 194 cm; ceco 4,0 cm; colón ascendente 3,9 cm colón transverso 2,9 cm colón descendente 8,8 cm; reto 3,5 cm. Para o macho foram: duodeno 8,7 cm; jejuno e íleo 214,4 cm; ceco 4,5 cm colón ascendente 5,7 cm; cólon transverso 3,9 cm; cólon descendente 10 cm; reto 4,8 cm. O duodeno se apresenta como um curto segmento. O jejuno e íleo representam não só a maior porção do intestino delgado como também a maior porção do intestino como um todo em ambos dos animais. Ao tratarmos do intestino uma das relações mais comuns é referente ao comprimento intestinal em relação ao habito alimentar. Os carnívoros possuem uma dieta com elementos de maior valor nutritivo e de fácil digestão requerendo um aparelho digestório simples com um intestino curto, enquanto que, nos herbívoros ocorre o contrário, devido sua dieta ser menos nutritiva e de baixa digestibilidade (DYCE, 2004). Os carnívoros apresentam o intestino relativamente curto e simples. O intestino delgado ocupa a maior parte da cavidade abdominal e é dividido em uma parte fixa e uma mesentérica. A parte fixa é constituída pelo duodeno e a parte mesentérica é arbitrariamente dividida em jejuno e íleo (GETTY, 1986). Por meio dos resultados das mensurações conclui-se que o L. pardalis, apresentou o intestino delgado longo e maior que o intestino grosso como ocorre em outros carnívoros. Observou-se o duodeno como um curto segmento, sendo o jejuno e íleo a porção mais longa deste e ocupando a maior parte da cavidade. O intestino grosso tem início com um pequeno ceco visível e continua-se como cólon ascendente, transverso e descendente terminando como reto. Os resultados encontrados corroboram com os dados descritos para outros carnívoros (DYCE, 2004). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DYCE, K. M. et al. Tratado de Anatomia Veterinária 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. EISENBERG, J.F. Mammals of de neotropic – Northem Neotropics. V.1. Chicago: University Chicago Press, 1989. 550p. FRANDSON, R. D. et al Anatomia e Fisiologia dos Animais da Fazenda 6.ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. GETTY, R. Sisson/Grossman Anatomia dos animais domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabra Koogan,v.2, Cap.55, p. 1497-1550. 1986. NOWELL, K.; JACKSON, P.; Wild cats, status survey and conservation action plan. Cat specialist group. Gland, Switzerland. 1996. OLIVEIRA, T. G. Neotropical cats: ecology and conservation. EDUFMA ( Uni. Fed. Do Maranhão), São Luís/MA. 1994. SILVA, J. A. dos S. Jaguatirica. In: Livro vermelho dos mamíferos brasileiros ameaçados de extinção. Fonseca, G.A.B. Ed. Fundação Biodiversitas. 1994. * Jusficativa à segunda pergunta do item dois das observações sobre a correção do trabalho em questão: o diâmetro dos segmentos não foi mensurado pelo fato de que, o valor apurado não seria real, em decorrência da presença e/ou ausência de fezes. 2