RESUMO O presente documento de referência sobre as melhores técnicas disponíveis na indústria de metais não ferrosos reflecte o intercâmbio de informações levado a efeito em conformidade com o Artigo 16 (2) da Directiva 96/61/CE do Conselho. Este documento deve ser visto à luz do prefácio, no qual são descritos os objectivos do documento e a sua aplicação. Para tratar de uma área tão complexa como a da produção de metais não ferrosos, foi adoptada uma abordagem com a qual se pretende englobar, num só documento, a produção de metais obtidos tanto a partir de matérias-primas primárias como a partir de matérias-primas secundárias e tratar dos metais em 10 grupos. Esses grupos são: • • • • • • • • • • Cobre (incluindo Sn e Be) e suas ligas. Alumínio. Zinco, chumbo e cádmio, (+ Sb, Bi, In, Ge, Ga, As, Se, Te). Metais preciosos. Mercúrio. Metais refractários. Ferro-ligas Metais alcalinos e alcalino-terrosos. Níquel e cobalto. Carbono e grafite. A produção de carbono e grafite foi também incluída num grupo separado, porquanto muitos desses processos estão associados à fusão redutora do alumínio primário. Os processos de ustulação e sinterização de minérios e concentrados e de produção de alumina foram também incluídos nestes grupos, onde aplicável. A exploração mineira e o tratamento dos minérios nas minas não são objecto do presente documento. As informações constantes deste documento são apresentadas em doze capítulos, que abrangem: informações de carácter geral no capítulo 1, processos comuns no capítulo 2 e, seguidamente, processos metalúrgicos de produção de dez grupos de metais nos capítulos 3 a 12. O capítulo 13 apresenta as conclusões e as recomendações. Também se incluem anexos que incidem nos custos e regulamentações internacionais. Os processos comuns, relativos ao Capítulo 2, estão divididos da seguinte maneira: • • • • • • • • • • • • • • • Utilização do capítulo – instalações complexas. Utilização e apresentação de dados relativos às emissões. Gestão, concepção e formação. Recepção, armazenagem e manuseamento das matérias-primas. Processamento prévio e tratamento prévio das matérias-primas e transferência para os processos de produção. Processos de produção de metais – tipos de fornos e técnicas de controlo dos processos. Recolha de gases e técnicas de tratamento de redução de poluentes atmosféricos. Tratamento de efluentes e reutilização da água. Minimização, reciclagem e tratamento dos resíduos do processo (incluindo subprodutos e resíduos). Recuperação de energia e de calor residual. Questões relacionadas com os efeitos colaterais. Ruído e vibrações. Odores. Aspectos relacionados com a segurança. Desactivação. i Cada um dos capítulos 2 a 12 inclui secções relativas aos processos e técnicas aplicados, aos níveis actuais de consumo e emissão, às tecnicas a considerar na determinação das melhores técnicas disponíveis e às conclusões sobre as melhores técnicas disponíveis. No que diz respeito ao capítulo 2, apenas são tiradas conclusões sobre as melhores técnicas disponíveis relativamente ao manuseamento e à armazenagem dos materiais, ao controlo do processo, à recolha e tratamento de redução de gases, à eliminação de dioxinas, à recuperação de dióxido de enxofre, ao tratamento de redução de mercúrio e ao tratamento de efluentes/reutilização da água. Devem consultar-se as conclusões sobre as melhores técnicas disponíveis contidas em todos estes capítulos, tendo em vista uma compreensão total desta matéria. 1. Indústria dos Metais Não Ferrosos NA UE são produzidos, pelo menos, 42 metais não ferrosos mais ferro-ligas, carbono e grafite, os quais são utilizados em múltiplas aplicações relativas às indústrias metalúrgica, química, da construção, dos transportes e de produção/transmissão de electricidade. Por exemplo, o cobre de elevada pureza é essencial para a produção e distribuição de electricidade e pequenas quantidades de níquel, ou o uso de metais refractários permite melhorar as propriedades de resistência à corrosão ou outras propriedades do aço. Estes metais também são usados em muitos desenvolvimentos de tecnologias de ponta, em particular nas indústrias da defesa, informática, electrónica e telecomunicações. Os metais não-ferrosos são produzidos a partir de uma grande variedade de matérias-primas primárias e secundárias. As matérias-primas primárias são extraídas de minérios que são explorados e submetidos a um tratamento subsequente, antes de serem objecto de um processamento metalúrgico para produzir o metal bruto. O tratamento dos minérios é normalmente levado a cabo na proximidade das minas. As matérias-primas secundárias são sucatas e resíduos nativos e podem também ser submetidas a um tratamento prévio para remover os materiais de recobrimento. Na Europa, os jazigos minerais que contêm metais em concentrações viáveis têm vindo a ser progressivamente esgotados, restando já poucas fontes nativas. A maior parte dos concentrados é importada de diversas fontes espalhadas por todo o mundo. A reciclagem constitui uma componente importante do abastecimento de matérias-primas de vários metais. O cobre, o alumínio, o chumbo, o zinco, os metais preciosos e os metais refractários, entre outros, podem ser recuperados a partir dos respectivos produtos ou resíduos e ser devolvidos ao processo de produção sem perda de qualidade ao nível da reciclagem. Por toda a parte, as matérias-primas secundárias são responsáveis por uma quota-parte importante da produção, reduzindo assim o consumo de matérias-primas e de energia. O produto industrial pode ser quer o metal refinado, quer os denominados produtos semiacabados ou semimanufacturados, ou seja, lingotes vazados de metais e ligas metálicas ou perfis laminados, perfis obtidos por extrusão, folhas, chapas, bandas, barras, etc. A estrutura da indústria varia de metal para metal. Nenhuma empresa produz todos os metais não ferrosos, embora hajam algumas empresas pan-europeias que produzem vários metais como, por exemplo, cobre, chumbo, zinco, cádmio, etc. A dimensão destas empresas que produzem metais e ligas metálicas na Europa varia entre um número reduzido que emprega mais de 5000 pessoas, e um elevado número que tem entre 50 e 200 trabalhadores. No que diz respeito aos proprietários destas empresas, a situação varia entre grupos pan-Europeus e grupos nacionais da indústria de metais, holdings industriais, empresas públicas independentes e empresas privadas. Alguns metais são essenciais como elementos em quantidades vestigiais, mas em concentrações mais elevadas caracterizam-se pela toxicidade do metal, do ião ou dos compostos, estando ii muitos deles incluídos em várias listas de materais tóxicos. O chumbo, o cádmio e o mercúrio contam-se entre os metais mais preocupantes. 2. Questões ambientais enfrentadas pela indústria As principais questões ambientais, que decorrem da produção da maioria dos metais não ferrosos a partir de matérias-primas, primárias, são as potenciais emissões de poeiras e metais/compostos metálicos para a atmosfera além do de dióxido de enxofre, caso seja feita a ustulação e a fusão redutora de concentrados de sulfuretos, ou caso sejam utilizados combustíveis ou outros materiais que contenham enxofre. A captura do enxofre e a sua conversão ou remoção são, pois, factores importantes na produção de metais não ferrosos. Os processos pirometalúrgicos constituem fontes potenciais de poeiras e metais provenientes dos fornos, dos reactores e da transferência do metal fundido. O consumo de energia e a recuperação de calor e energia são factores importantes na produção de metais não-ferrosos. Estes factores dependem do aproveitamento eficiente do teor energético dos minérios contendo sulfuretos, das necessidades energéticas das várias fases do processo, do tipo e do método de abastecimento de energia utilizados e do recurso a métodos eficazes de recuperação de calor. São apresentados exemplos práticos no capítulo 2 do documento. As principais questões ambientais associadas à produção de metais não ferrosos a partir de matérias-primas secundárias estão também relacionadas com os efluentes gasosos provenientes dos vários fornos e das várias transferências que envolvem poeiras, metais e, em algumas fases do processo, gases ácidos. Há também um potencial de formação de dioxinas devido à presença de pequenas quantidades de cloro nas matérias-primas secundárias; a destruição e/ou a captura de dioxinas e compostos orgânicos voláteis (COV) é uma questão que tem vindo a ser seguida de perto. As principais questões ambientais relacionadas com o alumínio primário são a produção de polifluoro-hidrocabonetos e de fluoretos durante a electrólise, a produção de resíduos sólidos a partir das células electrolíticas e a produção de resíduos sólidos durante a produção de alumina. A produção de resíduos sólidos constitui também um problema na produção de zinco e de outros metais durante as fases de remoção do ferro. Outros processos utilizam frequentemente reagentes perigosos, tais como HCl, HNO3, Cl2 e solventes orgânicos para a lixiviação e purificação. Existem técnicas de processamento avançadas, capazes de confinar estes materiais e de os recuperar e reutilizar. A boa vedação dos reactores é uma questão importante neste aspecto. Na maioria dos casos, estes gases resultantes do processamento são depurados em filtros de mangas de tecido, pelo que são reduzidas as emissões de poeiras e compostos metálicos, como, por exemplo, chumbo. A depuração dos gases por recurso a sistemas de lavagem de gases por via húmida e a precipitadores electrostáticos por via húmida é particularmente eficaz para os gases do processo que sejam submetidos à recuperação de enxofre numa instalação de ácido sulfúrico. Os sistemas de lavagem de gases por via húmida são também eficazes em alguns casos, quando as poeiras são abrasivas ou difíceis de filtrar. A utilização de uma boa vedação dos fornos, bem como as transferências do metal e a armazenagem em espaços fechados são medidas importantes para a prevenção de emissões resultantes de fugas. Em suma, as principais questões em ligação com os processos de produção de cada grupo de metais abrangem as seguintes componentes: • Relativamente à produção de cobre: SO2, poeiras, compostos metálicos, compostos orgânicos, água residual (compostos metálicos) e resíduos, tais como revestimentos dos iii • • • • • • • • • fornos, lamas, poeiras de filtração e escórias. Constitui também um problema a formação de dioxinas durante o tratamento dos materiais do cobre secundário. Relativamene à produção de alumínio: fluoretos (incluindo HF), poeiras, compostos metálicos, SO2, COS, PAH, COV, gases que contribuem para o efeito de estufa (PFC e CO2), dioxinas (secundárias), cloretos e HCl. Resíduos, tais como resíduos de bauxite, revestimentos já gastos das cubas de electrólise, poeiras de filtração, escórias contendo sais e água residual (óleo e amoníaco). Relativamente à produção de chumbo, zinco e cádmio: poeiras, compostos metálicos, COV (incluindo dioxinas), odores, SO2, outros gases ácidos, água residual (compostos metálicos) e resíduos, tais como lamas, resíduos ricos em ferro, poeiras de filtração e escórias. Relativamente à produção de metais preciosos: COV, poeiras, compostos metálicos, dioxinas, odores, NOx, outros gases ácidos, tais como cloro e SO2. Resíduos, tais como lamas, poeiras de filtração, escórias e água residual (compostos metálicos e compostos orgânicos). Relativamente à produção de mercúrio: vapor de mercúrio, poeiras, compostos metálicos, odores, SO2, outros gases ácidos, água residual (compostos metálicos) e resíduos, tais como lamas, poeiras de filtração e escórias. Relativamente à produção de metais refractários, pó de metal duro e carbonetos metálicos: poeiras, metal duro em fase sólida e compostos metálicos, água residual (compostos metálicos) e resíduos, tais como poeiras de filtração, lamas e escórias. Os produtos químicos do processo, como seja o fluoreto de hidrogénio (HF), utilizados para o processamento de tântalo e nióbio são altamente tóxicos. É preciso considerar este facto no manuseamento e na armazenagem destas substâncias. Relativamente à produção de ferro-ligas: poeiras, compostos metálicos, CO, CO2, SO2, recuperação de energia, água residual (compostos metálicos) e resíduos, tais como poeiras de filtração, lamas e escórias. Relativamente à produção de metais alcalinos e alcalino-terrosos: cloro, HCl, dioxinas, SF6, poeiras, compostos metálicos, CO2, SO2, água residual (compostos metálicos) e resíduos, tais como lamas, aluminatos, poeiras de filtração e escórias. Relativamente à produção de níquel e cobalto: COV, CO, poeiras, compostos metálicos, odores, SO2, cloro e outros gases ácidos, água residual (compostos metálicos e compostos orgânicos) e resíduos, tais como lamas, poeiras de filtração e escórias. Relativamente à produção de carbono e grafite: hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH), hidrocarbonetos, poeiras, odores, SO2, prevenção de água residual e resíduos, tais como poeiras de filtração. 3. Processos aplicados Há uma ampla gama de matérias-primas disponíveis para as várias instalações, o que significa que são utilizados diversos processos metalúrgicos de produção. Em muitos casos, a escolha do processo rege-se pelas matérias-primas. Os quadros seguintes apresentam uma síntese dos fornos utilizados para a produção de metais não ferrosos: iv Forno Secador com serpentina de vapor Secador em leito fluido Secador de acção rápida Forno rotativo Forno de leito fluidizado. Máquina de sinterização por sucção pela parte superior. Máquina de sinterização por sucção pela parte inferior Máquina de sinterização de correia sem fim de aço Herreshoff Metais Utilizados Cu e alguns outros A maior parte dos metais para secagem. Formação de fumos de ZnO. Calcinação de alumina, Ni e ferro-ligas. Queima de película fotográfica para a produção de metais preciosos. Extracção de óleo de sucatas de Cu e Al. Cobre e zinco Al2O3 Zinco e chumbo Materiais Utilizados Concentrados Minérios, concentrados, sucatas, e resíduos diversos. Comentários Aplicações em secagem, calcinação e formação de fumos. Utilização como incinerador Concentrados. Al(OH)3 Concentrados e materiais secundários Calcinação e ustulação Sinterização Zinco e chumbo Concentrados e materiais secundários Sinterização Ferro-ligas, Mn, Nb Minério. São possíveis outras aplicações Mercúrio. Molibdénio (recuperação de rénio) Minérios e concentrados Ustulação, calcinação Fornos de secagem, ustulação, sinterização e calcinação Forno Metais Utilizados Material Utilizado Comentários v Cadinhos fechados com revestimento refractário Forno de poço aberto Baiyin Forno de Arco Eléctrico Contop/Ciclone Forno de Arco Eléctrico Submerso Metais refractários, ferro-ligas especiais Metais refractários, ferro-ligas especiais Cobre Ferro-ligas Cobre Metais preciosos, cobre, ferro-ligas Óxidos metálicos Óxidos metálicos Concentrados Concentrados, minério Concentrados Escórias, materiais secundários, concentrados Forno rotativo Alumínio, chumbo, cobre, metais preciosos Forno rotativo basculante Alumínio Forno de revérbero Alumínio, cobre, outros Sucata e outros materiais secundários, cobre negro Vanyucov ISA Smelt/Ausmelt Cobre Cobre, chumbo QSL Chumbo Kivcet Chumbo Cobre Cobre Cobre Cobre (TBRC), metais preciosos Concentrados Materiais intermediários, concentrados e materiais secundários Concentrados e materiais secundários Concentrados e materiais secundários Concentrados Concentrados A maioria dos materiais secundários, incluindo lamas Sucata Noranda El Teniente TBRC TROF Miniforno de fusão redutora Alto-forno e ISF Forno de acção rápida Inco Forno de fusão redutora de acção rápida Outokumpu Processo Mitsubishi Peirce Smith Hoboken Cobre/chumbo/estanho Chumbo, chumbo/zinco, cobre, metais preciosos, ferromanganês com elevado teor de carbono Cobre, níquel Concentrados, a maioria dos materiais secundários Cobre, níquel Concentrados Cobre Concentrados e sucata de ânodos Mate e sucata de ânodos Cobre (convertidor), ferro-ligas, produção de óxidos metálicos Cobre (convertidor) Convertidor de acção Cobre (convertidor) rápida Outokumpu Convertidor Noranda Cobre (convertidor) Convertidor Mitsubishi Cobre (convertidor) Fornos de fusão redutora e refinação vi Sucata e outros materiais secundários, cobre poroso (ou cobre blister) Sucata e outros materiais secundários Concentrados Mate e sucata de ânodos Mate Mate Mate Para a produção de ferro-ligas utilizam-se os tipos aberto, semifechado e fechado Oxidação e reacção com substratos Minimiza a utilização de fundentes contendo sais Fusão redutora de concentrados de cobre noutras partes do mundo Para a produção de ferro-manganês só se utiliza em conjunto com recuperação de energia Forno Metais Utilizados Materiais Utilizados Forno de indução A maior parte dos metais Metais e sucatas depurados Forno de bombardeamento electrónico Forno rotativo Metais refractários Metais e sucata depurados Alumínio, chumbo Várias qualidades de sucata Forno de revérbero Alumínio (primário e secundário) Várias qualidades de sucata Contimelt Cobre Forno de cuba Cobre Tambor (Thomas) Cadinhos aquecidos (caldeiros indirectos) Cadinhos aquecidos directamente Cobre Chumbo, zinco Ânodos de cobre, sucata depurada e cobre poroso (ou cobre blister) Cátodos de cobre e sucata depurada. Sucata de cobre Sucata depurada. Metais preciosos Metais depurados Comentários A agitação induzida apoia a formação de ligas. Pode ser aplicado vácuo relativamente a alguns metais São utilizados fundentes e sais para matrizes complexas Pode variar a configuração do banho ou da soleira. Fusão ou conservação Sistema de forno integrado Condições redutoras. Fusão, refinação ígnea Fusão, refinação, formação de ligas Fusão, formação de ligas. Fornos de fusão São também utilizados processos hidrometalúrgicos. Utilizam-se ácidos e álcalis (NaOH e, por vezes, também Na2CO3) para dissolver o teor de metal de vários produtos de calcinação, minérios e concentrados, antes da refinação e da extracção por electrólise. O material a lixiviar encontra-se, normalmente, na forma de óxido, quer sob a forma de um minério oxidoso, quer sob a forma de um óxido produzido por ustulação. Também a lixiviação directa de alguns concentrados ou mates é levada a cabo tanto a pressões elevadas como à pressão atmosférica. Alguns minérios contendo sulfuretos de cobre podem ser igualmente lixiviados com ácido sulfúrico ou com outros meios, utilizando por vezes as bactérias naturais para promover a oxidação e a dissolução, mas os tempos de residência utilizados são muito longos. Pode adicionar-se ar, oxigénio, cloro ou soluções contendo cloreto férrico aos sistemas de lixiviação para lhes fornecer as condições adequadas à dissolução. As soluções produzidas são tratadas de várias maneiras para refinar e extrair os metais. É prática comum devolver as soluções empobrecidas à fase de lixiviação, nos casos em que isso seja apropriado, para conservar os ácidos e as soluções alcalinas. 4. Consumos e emissões actuais A gama de matérias-primas é também um factor significativo que afecta o consumo de energia, a quantidade de resíduos produzida e a quantidade utilizada de outros materiais. Disso é exemplo a remoção de impurezas, como do ferro para as escórias; a quantidade de impurezas que se encontram presentes rege a quantidade de escória produzida e a energia utilizada. vii As emissões para o ambiente dependem dos sistemas de recolha ou de tratamento de redução aplicados. O Quadro que se segue apresenta um resumo dos limites de variação relativamente a vários processos de tratamento de redução, referidos durante o intercâmbio de informações: Técnica de tratamento de redução Emissões referidas Componente mínimo Filtro de mangas Poeiras de tecido, PE a (metais em quente e ciclone função da composição) Filtro de carvão C total Pós-queimador C total (incluindo Dioxinas arrefecimento (TEQ) rápido da PAH (EPA) temperatura para HCN as dioxinas) Sistema de SO2 lavagem de gases Hidrocarbonepor via húmida ou tos semi-seca Cloro Sistema de Poeiras lavagem de Hidrocarbonealumina tos PAH (EPA) Recuperação de Cloro cloro Combustão NOx optimizada Queimador de redução de NOx Sistema de NOx lavagem de gases oxidante Instalação de de contacto produção de ácido duplo sulfúrico referida de contacto como fazendo a simples conversão de SO2 Arrefecedor, PE, PAH (EPA) adsorção em Hidrocarbonecal/carvão e filtro tos de mangas de tecido < 1 mg/m3N máximo 100 mg/m3N < 20 mg/m3N < 2 mg/m3N 100 mg/m3N < 0,1 ng/m3N 5 ng/m3N < 1 µg/m3N < 0,1 mg/m3N Emissões específicas (quantidade por t de metal produzida) 100 – 6000 g/t 10 - 80 g/t 5 - 10 µg/t 2500 µg/m3N 10 mg/m3N < 50 mg/m3N 250 mg/m3N 500 – 3000 g/t <10 mg de 200 mg de C/m3N C/m3N < 2 mg/m3N < 1 mg/m3N 20 mg/m3N < 1 mg de 50 mg de C/m3N C/m3N 2000 µg/m3N < 20 µg/m3N < 5 mg/m3N 10 mg/m3N 500 mg/m3N < 100 mg/m3N 99,3 % 99,7% 1 - 16 kg/t 95 99,1% 0,1 mg/m3N 20 mg de C/m3N 6 mg/m3N 200 mg de C/m3N Limites de variação das actuais emissões, referidos Os gases resultantes do processamento são capturados e seguidamente depurados em filtros de mangas de tecido, tendo em vista a redução de emissões de poeiras e compostos metálicos, como sejam os compostos de chumbo. Os tecidos dos filtros modernos apresentam melhorias significativas ao nível da sua eficiência, fiabilidade e vida útil. Utilizam-se pós-queimadores e absorção em carvão para eliminar as dioxinas e os COV. viii No entanto, os gases não capturados e as emissões resultantes de fugas não são objecto de qualquer tratamento. Também ocorrem emissões de poeiras provenientes da armazenagem, do manuseamento e do tratamento prévio das matérias-primas, casos estes em que as emissões de poeiras resultantes de fugas desempenham igualmente um papel importante. Isto é verdade tanto no que diz respeito à produção primária como no que diz respeito à produção secundária, pois essas emissões podem revestir-se de uma importância muito maior que a das emissões que são captadas e sujeitas a um tratamento de redução. São necessários, um projecto cuidado da instalação e operações de processamento cuidadosas para captar e tratar os gases resultantes do processamento nos casos em que as emissões resultantes de fugas sejam significativas. ix O Quadro que se segue mostra que as emissões não captadas ou resultantes de fugas são problemas importantes: Produção de ânodos t/ano Emissões resultantes de fugas Total da unidade de fusão redutora Linha da cobertura da unidade de fusão redutora Emissões na chaminé da unidade de fusão redutora primária Unidade de fusão redutora/ instalação de produção de ácido Chaminé-chapéus secundários Emissão de poeiras kg/ano Antes da recolha Após recolha secundária secundária adicional de adicional de gases (1996) gases (1992) 220000 325000 66490 32200 56160 17020 7990 7600 2547 2116 Comparação entre as cargas de poeiras que são objecto de tratamento de redução e aquelasque resultam de fugas numa unidade de fusão redutora primária de cobre Muitos processos utilizam sistemas bem vedados de água de refrigeração e de água de processamento, mas continua a haver a possibilidade de descarregar metais pesados para a água. No capítulo 2 são analisados os métodos que visam reduzir o consumo de água ou a produção de água residual, e tratar as águas utilizadas no processo. A produção de resíduos é igualmente um factor importante nesta indústria, mas os resíduos contêm, em muitos casos, uma grande quantidade de metais susceptíveis de serem recuperados, pelo que é prática comum utilizar os resíduos in situ ou noutras instalações com vista à recuperação dos metais. Muitas das escórias produzidas são inertes e não lixiviáveis, pelo que são utilizadas em muitas obras de engenharia civil. Outras escórias, tais como as escórias contendo sais, podem ser tratadas com vista à recuperação de outros componentes destinados a serem utilizados noutras indústrias, mas é necessário que a indústria assegure que essas operações de recuperação são levadas a cabo de acordo com elevados padrões ambientais. 5. Conclusões-chave sobre as melhores técnicas disponíveis O intercâmbio de informações, levado a efeito durante a elaboração do documento de referência sobre as melhores técnicas disponíveis para a produção de metais não ferrosos, permitiu tirar conclusões sobre as melhores técnicas disponíveis, aplicáveis aos processos de produção e aos processos associados. Por esse motivo, deve recorrer-se às secções de cada um dos capítulos que descrevem as melhores técnicas disponíveis para se compreenderem perfeitamente as melhores técnicas disponíveis e os processos e emissões que lhes estão associados. Apresentase abaixo um resumo dos principais resultados. • Actividades a montante A gestão do processo, a supervisão e o controlo do processo e dos sistemas de tratamento de redução são factores muito importantes. O recurso a boas acções de formação e a uma boa instrução e motivação dos operadores é também importante, em especial para prevenir a x poluição ambiental. A aplicação de boas técnicas de manuseamento de matérias-primas pode impedir a ocorrência de emissões resultantes de fugas. Outras técnicas importantes incluem o seguinte: • • • • Estudo das implicações ambientais de um novo processo ou de uma nova matéria-prima logo no início do projecto, seguido de revisões periódicas efectuadas posteriormente. Concepção do processo de forma que este aceite a gama de matérias-primas prevista. Podem advir problemas graves se, por exemplo, os volumes de gás forem muito elevados ou se o consumo de energia do material for superior ao esperado. A fase de projecto é o período mais eficaz em termos de custos, para que se introduzam as melhorias no comportamento funcional global em termos ambientais. Utilização de uma sucessão de relatórios de auditoria de projecto e processo de decisão que mostrem a forma como foram tidos em consideração os vários processos e as várias opções de tratamento de redução. Planificação dos procedimentos de entrada em funcionamento de novas instalações ou de instalações modificadas. O quadro que se segue apresenta um resumo das técnicas de armazenagem e manuseamento de matérias-primas com base no tipo e nas características do material. Matéria-prima Grupo de Método de Método de Comentários metais manuseamento armazenagem Concentrados Material granular de partículas de pequena dimensão (por exemplo, pós metálicos) Matérias-primas secundárias Fundentes Todos, se derem origem à formação de poeiras Todos, se não derem origem à formação de poeiras Metais refractários Todas – materiais de grande dimensão Todas – materiais de pequena dimensão Todas – materiais com partículas de pequena dimensão Todos, se derem origem à formação de poeiras Transportadores em espaços fechados ou transportadores pneumáticos Transportadores cobertos Edifício fechado Prevenção da contaminação das águas Armazém coberto Transportadores em espaços fechados ou transportadores pneumáticos. Transportadores cobertos Carregador mecânico Tambores, depósitos e tremonhas fechados Prevenção da contaminação das águas e de emissões resultantes de fugas para a atmosfera Aberto Vagonetas de carregamento Espaços cobertos Prevenção da contaminação das águas ou de reacções com a água. Escoamento das substâncias oleosas da limalha de ferro Em espaços fechados ou no estado aglomerado Em espaços fechados caso se tratem de materiais pulverulentos Transportadores em espaços fechados ou transportadores pneumáticos Edifício fechado Prevenção da contaminação das águas xi Combustíveis sólidos & coque: Todos,se não derem origem à formação de poeiras Todos Combustíveis líquidos e GPL Todos Gases do processo: Todos Solventes Cu, Ni, grupo do Zn, metais preciosos (MP), carbono Todos Produtos – cátodos, varão para o fabrico de fios, biletes, lingotes, massas, etc. Resíduos do processo para recuperação Resíduos para eliminação (por exemplo, revestimentos de fornos) Transportadores cobertos Armazém coberto Transportadores cobertos, se não derem origem à formação de poeiras Tubagem aérea Armazém coberto, se não derem origem à formação de poeiras Tubagem aérea Tubagem sob pressão reduzida (Cloro, CO) Tubagem aérea Manual Depende das condições Todos Depende das condições Todos Depende das condições Armazenagem certificada Zonas em aterro. Armazenagem certificada Tambores, reservatórios Área aberta de betão ou armazenagem em armazém coberto Armazém aberto, coberto ou em espaço fechado, em função da formação de poeiras e da reacção com a água Espaços abertos, cobertos ou fechados ou bem vedados (tambores), em função do material Retroventilação das condutas forçadas Monitorização das perdas de pressão, alarmes para gases tóxicos. Retroventilação das condutas forçadas. Sistema de escoamento apropriado Sistema de escoamento apropriado Sistema de escoamento apropriado Resumo das matérias-primas e das técnicas de manuseamento A concepção do(s) forno(s), a utilização de métodos adequados de tratamento prévio e o controlo do processo foram identificados como sendo características importantes das melhores técnicas disponíveis. O recurso à dosagem e mistura das matérias-primas para optimizar o processo evita que sejam utilizados materiais inadequados e maximiza a eficiência do processo. A amostragem e a análise dos materiais de alimentação e a segregação de alguns materiais são factores importantes nesta técnica. É importante haver uma boa concepção, uma boa manutenção e uma boa vigilância em todas as fases do processo e do tratamento de redução. A amostragem e a monitorização das emissões para o meio ambiente devem ser levadas a cabo em conformidade com métodos normalizados nacionais ou internacionais. Os parâmetros importantes que podem ser utilizados para o controlo do processo ou do tratamento de redução devem ser objecto de monitorização. Deve ser levada a cabo uma vigilância contínua dos parâmetros-chave, desde que tal seja exequível. • xii Controlo do processo As técnicas de controlo do processo concebidas para medir e manter os parâmetros óptimos, tais como a temperatura, a pressão, os componentes dos gases e outros parâmetros críticos do processo, etc., são consideradas as melhores técnicas disponíveis. Amostragem e análise das matérias-primas para controlar as condições da instalação. Deve conseguir-se uma boa mistura dos diferentes materiais de alimentação para se obter uma óptima eficiência de conversão e reduzir as emissões e quantidade de materiais rejeitados. A utilização de sistemas de pesagem e medição do material de alimentação, a utilização de microprocessadores para controlar a velocidade de alimentação do material, as condições críticas de processamento e de combustão e a adição de gases permitem optimizar a operação do processo. Para este efeito, podem ser medidos diversos parâmetros e fornecidos alarmes para os parâmetros críticos, que incluem: • • • • • • A monitorização em linha da temperatura, da pressão no forno (ou depressão) e do volume ou caudal de gases. A monitorização de componentes gasosos (O2, SO2, CO, poeiras, NOx, etc.). A monitorização em linha de vibrações com o objectivo de detectar obstruções e possíveis falhas do equipamento. A monitorização em linha da corrente e da tensão aplicadas nos processos electrolíticos. A monitorização em linha das emissões para controlar os parâmetros críticos do processo. A vigilância e o controlo da temperatura dos fornos de fusão para impedir a produção de fumos metálicos e fumos de óxidos metálicos por sobreaquecimento. Os operadores, os técnicos e as restantes pessoas envolvidas devem ser objecto de formação contínua e de avaliação quanto à aplicação das instruções de serviço, à aplicação das técnicas modernas de controlo e quanto ao significado dos alarmes e às acções a empreender quando os alarmes são accionados. Optimização dos níveis de supervisão por forma a tirar partido do acima exposto e a manter a responsabilidade dos operadores. • Recolha de gases e respectivo tratamento de redução Os sistemas utilizados para a recolha de fumos devem explorar os sistemas de vedação dos fornos ou dos reactores e ser concebidos para manter uma pressão reduzida que evite fugas e emissões resultantes de fugas. Devem ser utilizados sistemas que mantenham uma boa vedação dos fornos ou uma disposição correcta das coberturas. São disso exemplos: adições de material através dos eléctrodos; adições através de tubeiras ou lanças e a utilização de válvulas rotativas robustas nos sistemas de alimentação. A recolha secundária de fumos é dispendiosa e consome muita energia, mas é necessária no caso de alguns fornos. O sistema utilizado deve ser um sistema inteligente, capaz de direccionar a extracção de fumos para a fonte e determinar a duração dos fumos. Sendo utilizados em toda a parte para a remoção de poeiras e metais associados, os filtros de mangas de tecido (a jusante da recuperação de calor ou do arrefecimento dos gases) podem proporcionar o melhor desempenho, contanto que, sejam utilizados tecidos modernos, resistentes ao desgaste, que as partículas sejam próprias para o efeito, e que seja levada a cabo uma monitorização contínua para detectar falhas. Os tecidos modernos utilizados nos filtros (por exemplo, filtros de membrana) apresentam melhorias significativas em termos do seu comportamento funcional, da sua fiabilidade e da sua vida útil e, por conseguinte, proporcionam poupanças ao nível dos custos a médio prazo. Estes filtros podem ser utilizados em instalações já existentes e podem ser instalados durante as operações de manutenção. Têm, como característica, sistemas de detecção do rebentamento do(s) saco(s) e métodos de limpeza em linha. xiii Os precipitadores electrostáticos ou os sistemas de lavagem de gases por via húmida podem ser eficazes para as poeiras viscosas ou abrasivas, desde que sejam correctamente concebidos para a aplicação em vista. O tratamento de gases para a fase de fusão redutora ou de incineração deve incluir uma fase de remoção do dióxido de enxofre e/ou uma pós-combustão, se tal for considerado necessário para evitar problemas na qualidade do ar a nível local, regional ou a longa distância, ou se houver a hipótese de presença de dioxinas nos gases. Podem haver variações ao nível das matérias-primas que influenciem a gama de componentes ou o estado físico de alguns componentes, como sejam a dimensão e as propriedades físicas das poeiras produzidas. Estas variações devem ser objecto de uma avaliação a nível local. • Prevenção e destruição de dioxinas No que diz respeito a muitos dos processos pirometalúrgicos de produção de metais não ferrosos, é preciso ter em linha de conta a presença de dioxinas ou a sua formação durante um dado processo. São referidos exemplos específicos nos capítulos respeitantes especificamente aos metais e, nesses casos, considera-se que as seguintes técnicas correspondem às melhores técnicas disponíveis para a prevenção da formação de dioxinas e a destruição das dioxinas presentes. Estas técnicas podem ser utilizadas combinadas entre si. Há referências ao facto de alguns metais não ferrosos catalisarem a síntese de novo, pelo que é por vezes necessário dispor de um gás depurado antes de se proceder a um tratamento de redução ulterior. • • • • • • • Controlo da qualidade da sucata que entra no processo, em função do processo utilizado. Utilização do material de alimentação correcto para o forno ou processo em questão. A escolha e separação para prevenir a adição de material contaminado com substâncias orgânicas ou precursores podem reduzir o potencial de formação de dioxinas. Utilização de pós-queimadores bem concebidos e operados e arrefecimento rápido e expedito dos gases quentes até < 250°C. Utilização de condições óptimas de combustão. Utilização de injecção de oxigénio na parte superior do forno para assegurar a combustão completa dos gases do forno, se isso for necessário para o conseguir. Absorção em contacto com carvão activado num reactor de leito fixo ou de leito móvel ou por injecção no caudal de gases e remoção sob a forma de poeiras de filtração. Remoção de poeiras com alta eficiência, por exemplo, em filtros cerâmicos, filtros de mangas de tecido de alta eficiência ou no trem de depuração de gases que antecede uma instalação de ácido sulfúrico. Utilização de uma fase de oxidação catalítica ou de filtros de mangas de tecido que tenham um revestimento catalítico incorporado. Tratamento das poeiras recolhidas em fornos de altas temperaturas para destruir as dioxinas e recuperar os metais. As concentrações na emissão associadas às técnicas acima mencionadas variam entre <0,1 e 0,5 ng/m³N TEQ, em função do material de alimentação, do processo de fusão redutora ou do processo de fusão e das técnicas ou da combinação de técnicas utilizadas para remover as dioxinas. • Processos Metalúrgicos É ampla a gama de matérias-primas disponíveis para as várias instalações, o que significa que há necessidade de incluir vários processos metalúrgicos de produção nas secções da maioria dos grupos de metais respeitantes às melhores técnicas disponíveis. Em muitos casos, a escolha do xiv processo rege-se pelas matérias-primas, pelo que o tipo de forno não afecta significativamente as melhores técnicas disponíveis, desde que o forno tenha sido concebido para as matériasprimas utilizadas e seja aplicada uma recuperação de energia, sempre que tal seja exequível. Há excepções. A utilização de pontos de alimentação múltipla de alumina, por forma a centrar as células de pré-cozimento, foi identificada como a melhor técnica disponível para o alumínio primário, tal como a utilização de fornos bem vedados na produção de algumas ferro-ligas, para permitir a recolha de gases com elevado poder calorífico. O forno de revérbero não é considerado como a melhor técnica disponível no que diz respeito ao cobre primário. Os outros factores mais influentes são a dosagem e mistura das matérias-primas, o controlo do processo, a gestão e a recolha de fumos. A hierarquia na escolha de um novo processo ou de um processo modificado foi identificada como sendo: • • • • • • • • • • • O prévio tratamento térmico ou mecânico dos materiais secundários para minimizar a contaminação orgânica do material de alimentação. A utilização de fornos ou outras unidades de processamento bem vedados, para evitar emissões resultantes de fugas, permitir a recuperação de calor e possibilitar a recolha dos gases resultantes do processamento para outras aplicações (por exemplo, CO como combustível e SO2 como ácido sulfúrico) ou para serem objecto de um tratamento de redução. A utilização de fornos semivedados nos casos em que não hajam à disposição fornos bem vedados. A minimização das transferências de material entre os processos. Sempre que essas transferências sejam inevitáveis, a utilização de canais de vazamento de preferência à utilização de panelas para os materiais fundidos. Em alguns casos, a restrição das técnicas àquelas que evitam as transferências do material fundido poderá impedir a recuperação de alguns materiais secundários que iriam entrar então no caudal de resíduos. Nestes casos, é adequado recorrer à recolha secundária ou terciária dos fumos para que esses materiais possam ser recuperados. A concepção de sistemas de coberturas e de condutas de forma a capturar os fumos resultantes das transferências e da sangria do metal quente, do mate ou da escória. Pode ser necessário recorrer ao encapsulamento dos fornos ou reactores para prevenir a libertação de perdas de fumos para a atmosfera. Nos casos em que seja de esperar que a extracção primária e o encapsulamento sejam ineficazes, o forno poderá ser totalmente fechado e o ar de ventilação extraído por ventiladores-extractores para um sistema adequado de tratamento e descarga. O aproveitamento máximo do teor energético dos concentrados que contêm sulfuretos. Emissões para a atmosfera As emissões para a atmosfera provêm das fases de armazenagem, manuseamento e tratamento prévio e das fases pirometalúrgicas e hidrometalúrgicas. A transferência de materiais reveste-se de particular importância. Os dados fornecidos confirmaram a importância muito significativa das emissões resultantes de fugas em muitos processos e o facto de as emissões resultantes de fugas poderem ser muito maiores do que as emissões que são captadas e submetidas a um tratamento de redução. Nestes casos, é possível reduzir o impacte ambiental seguindo a hierarquia das técnicas de recolha dos gases provenientes da armazenagem e do manuseamento dos materiais, dos reactores ou fornos e dos pontos de transferência de materiais. Há que tomar em linha de conta potenciais emissões resultantes de fugas em todas as fases de concepção e desenvolvimento do processo. A hierarquia da recolha de gases a partir de todas as fases do processo é a seguinte: • • • Optimização do processo e minimização das emissões; Reactores e fornos bem vedados; Recolha de fumos direccionada. xv A recolha de fumos ao nível da linha de cobertura das instalações consome muita energia, pelo que deve ser considerada como último recurso. O quadro seguinte apresenta um resumo das potenciais fontes de emissão para a atmosfera e dá também uma perspectiva dos métodos de prevenção e de tratamento. As emissões para a atmosfera, referidas baseiam-se em emissões recolhidas. As emissões associadas são indicadas como médias diárias, baseadas numa monitorização em contínuo durante o período de operação. Nos casos em que não seja exequível levar a cabo uma monitorização em contínuo, o valor corresponderá à média do período de amostragem. Foram utilizadas condições normalizadas: 273 K, 101,3 kPa, medição do teor de oxigénio e gases secos sem diluição dos gases. A captura do enxofre é um requisito importante sempre que os minérios ou concentrados contendo sulfuretos são objecto de ustulação ou de fusão redutora. O dióxido de enxofre produzido pelo processo é recolhido e pode ser recuperado sob a forma de enxofre, gesso (se não acarretar efeitos secundários) ou dióxido de enxofre ou pode ser convertido em ácido sulfúrico. A escolha do processo depende da existência de mercados para o dióxido de enxofre a nível local. A produção de ácido sulfúrico numa instalação de ácido sulfúrico de contacto duplo, com um mínimo de quatro passagens, ou numa instalação de contacto simples com produção de gesso a partir dos gases de cauda e utilizando um catalisador moderno são consideradas como as melhores técnicas disponíveis. A configuração das instalações dependerá da concentração do dióxido de enxofre produzido na fase de ustulação ou de fusão redutora. Fase do processo Manuseamento e armazenagem de materiais Componentes nos efluentes gasosos Poeiras e metais Moagem, secagem Poeiras e metais Sinterização/ustulação Fusão redutora Conversão Refinação ígnea COV, dioxinas. Poeiras e compostos metálicos Monóxido de carbono Dióxido de enxofre Tratamento de escórias. Lixiviação e refinação química Refinação por carbonilo xvi Poeiras e metais. Dióxido de enxofre Monóxido de carbono Cloro Monóxido de carbono. Hidrogénio. Método de tratamento Armazenagem, manuseamento e transferência correctos. Recolha das poeiras e filtração em filtros de mangas de tecido, se necessário Operação do processo. Recolha dos gases e filtração em filtros de mangas de tecido Pós-queimador, adição de adsorventes ou de carvão activado Recolha dos gases, depuração dos gases em filtros de mangas de tecido, recuperação de calor Pós-queimador, se necessário Instalação de ácido sulfúrico (para os minérios contendo sulfuretos) ou sistema de lavagem de gases Recolha dos gases, arrefecimento e filtração em filtros de mangas de tecido Sistema de lavagem de gases. Pós-queimador Recolha e reutilização dos gases, sistema de lavagem de gases por via húmida utilizando produtos químicos Processo bem vedado, recuperação e reutilização. Pós-queimador e remoção de poeiras em filtros de mangas de tecido para os gases de cauda Extracção com solventes Refinação térmica COVs (depende do solvente utilizado, devendo ser feita a determinação in situ, a fim de se avaliarem os possíveis riscos). Poeiras e metais. Dióxido de enxofre. Electrólise em sais fundidos Fluoretos, cloro, PFCs Cozimento de eléctrodos, grafitização Poeiras, metais, SO2, Fluoretos, PAH, alcatrões Produção de pós metálicos Produção de pó Poeiras e metais Redução a altas temperaturas Extracção por electrólise Hidrogénio. Fusão e vazamento Poeiras e metais. Poeiras, amoníaco Cloro. Nevoeiro ácido. COVs, dioxinas (material de alimentação orgânico) Confinamento, recolha de gases, recuperação do solvente. Adsorção em carvão, se necessário Recolha dos gases e filtração em filtros de mangas de tecido Sistema de lavagem de gases, se necessário Operação do processo. Recolha dos gases, sistema de lavagem (alumina) e filtração em filtros de mangas de tecido Recolha dos gases, condensador e precipitador electrostático (PE), pós-queimador ou sistema de lavagem de alumina e filtração em filtros de mangas de tecido. Sistema de lavagem de gases, se necessário para o SO2 Recolha dos gases e filtração em filtros de mangas de tecido Recolha e recuperação dos gases. Sistema de lavagem de gases em meio ácido Processo bem vedado, reutilização Recolha dos gases e reutilização. Sistema de lavagem de gases por via húmida. Extracção de nevoeiro. Recolha dos gases e filtração em filtro de mangas de tecido Pós-queimador (injecção de carvão) Nota. A captura de poeiras mediante a utilização de um filtro de mangas de tecido pode requerer a remoção das partículas quentes para impedir a ocorrência de incêndios. Os precipitadores electrostáticos a quente devem ser utilizados num sistema de depuração de gases a montante de uma instalação de ácido sulfúrico ou para gases húmidos. Resumo das fontes e das opções de tratamento/redução xvii No quadro que se segue apresenta-se um resumo dos níveis de emissão associados aos sistemas de tratamento de redução, considerados como as melhores técnicas disponíveis para os processos de produção de metais não ferrosos. São dados mais pormenores nas conclusões sobre as melhores técnicas disponíveis, constantes dos capítulos respeitantes especificamente aos metais. Técnica de tratamento de redução Filtro de mangas de tecido Filtro de carvão ou biofiltro Pós-queimador (incluindo arrefecimento rápido da temperatura para remoção das dioxinas) Condições optimizadas de combustão Precipitador electrostático (PE) por via húmida Filtro cerâmico Sistema de lavagem de gases por via húmida ou semiseca utilizando álcalis Sistema de lavagem de alumina Recuperação de cloro Limites de variação associados Comentário Poeiras 1 - 5 mg/m3N Metais – em função da composição das poeiras C orgânico total < 20 mg/m3N Depende das características das poeiras C orgânico total < 5 - 15 mg/m3N Dioxinas < 0,1 – 0,5 ng/m3N TEQ PAH (OSPAR 11) < 200 µg de C/m3N HCN < 2 mg/m3N Projectado para o volume de gases. Há outras técnicas disponíveis para reduzir ainda mais as dioxinas por meio de injecção de carvão/cal, reactores catalíticos/filtros C orgânico total < 5 - 50 mg/m3N Poeiras < 5 mg/m3N Depende das características por exemplo, poeiras, humidade ou alta temperatura SO2 < 50 - 200 mg/m3N Alcatrão < 10 mg/m3N Cloro < 2 mg/m3N Poeiras 1 - 5 mg/m3N Hidrocarbonetos < 2 mg/m3N PAH (OSPAR 11) < 200 µg de C/m3N Cloro < 5 mg/m3N. Sistema de lavagem de gases oxidante NOx < 100 mg/m3N Queimador de redução de NOx Queimador de combustível com oxigénio < 100 mg/m3N < 100 - 300 mg/m3N Instalação de ácido sulfúrico > 99,7% de conversão (contacto duplo) Arrefecedor, PE, > 99,1% de conversão (contacto simples) PAH (OSPAR 11) < 200 µg de C/m3N xviii Fenol < 0,1 mg/m3N O cloro é reutilizado. Possíveis emissões acidentais resultantes de fugas Provenientes da utilização de ácido nítrico – recuperação seguida de remoção de vestígios Os valores mais elevados estão associados ao enriquecimento com oxigénio para reduzir o consumo de energia. Nestes casos, o volume de gases e o caudal mássico das emissões são reduzidos Incluindo o sistema de lavagem de mercúrio pelo processo de Boliden/Norzink ou o sistema de lavagem de tiossulfato Hg < 1 ppm no ácido produzido adsorção em cal/carvão e filtro de mangas de tecido Hidrocarbonetos (voláteis) < 20 mg de C/m3N Hidrocarbonetos (condensados) < 2 mg de C/m3N Nota: Só emissões recolhidas. As emissões associadas são indicadas como médias diárias, baseadas numa monitorização em contínuo durante o período de operação e em condições normalizadas de 273 K, 101,3 kPa, medição do teor de oxigénio e gases secos sem diluição dos gases com o ar. Nos casos em que não seja exequível levar a cabo uma monitorização em contínuo, o valor será a média do período de amostragem. No que diz respeito ao sistema de tratamento de redução utilizado, serão tidas em consideração as características dos gases e das poeiras na concepção do sistema e na temperatura correcta de serviço utilizada. Relativamente a alguns componentes, a variação da concentração nos gases brutos durante os processos de carregamento pode afectar o desempenho do sistema de tratamento de redução. Emissões para a atmosfera associadas à utilização das melhores técnicas disponíveis xix Há vários reagentes específicos que são utilizados no tratamento químico de soluções de metais ou em vários processos metalúrgicos. Passamos a indicar alguns dos compostos, algumas das fontes e alguns dos métodos de tratamento dos gases gerados pela utilização desses reagentes: Processos/reagentes utilizados Utilização de óxido de arsénio ou de antimónio (refinação de Zn/Pb) Pez, etc. Alcatrões e PAH Solventes, COV COV, odores Ácido sulfúrico (+ enxofre presente no combustível ou na matéria-prima) Água régia Dióxido de enxofre NOCl, NOx Cloro, HCl Cl2 Ácido nítrico NOx Na ou KCN HCN Amoníaco NH3 Cloreto de amónio Aerossóis Hidrazina N2H4 (possível carcinogéneo) Hidrogénio (perigo de explosão) Boro-hidreto de sódio Componentes presentes nos efluentes gasosos Arsina/estibina Ácido fórmico Formaldeído Clorato de sódio/HCl Óxidos de Cl2 (perigo de explosão) Método de tratamento Sistema de lavagem de gases com permanganato Pós-queimador, condensador e PE ou torre de absorção por via seca Confinamento, condensação. Carvão activado, biofiltro Sistema de lavagem de gases por via húmida ou semi-seca. Instalação de ácido sulfúrico Sistema de lavagem de gases com substâncias cáusticas Sistema de lavagem de gases com substâncias cáusticas Oxidação e absorção, reciclagem, sistema de lavagem de gases Oxidação com peróxido ou hipoclorito de hidrogénio Recuperação, sistema de lavagem de gases Recuperação por sublimação, sistema de lavagem de gases Sistema de lavagem de gases ou carvão activado Evitar, se possível, no processamento de metais do grupo da platina (MGP) (em especial Os, Ru) Sistema de lavagem de gases com substâncias cáusticas Controlo da parte final do processo Sinopse dos métodos de tratamento químico de alguns componentes gasosos • Emissões para a água As emissões para a água provêm de várias fontes, podendo ser aplicadas múltiplas opções de minimização e tratamento, em função da fonte e dos componentes presentes. Em regra, as águas residuais podem conter compostos metálicos solúveis e não solúveis, óleo e materiais orgânicos. O quadro seguinte apresenta um resumo das potenciais águas residuais, dos metais produzidos, dos métodos de minimização e dos métodos de tratamento utilizados. xx Fonte de água residual Água utilizada no processo Água de refrigeração indirecta Processo associado Produção de alumina Ruptura de acumuladores de chumbo-ácido sulfúrico Decapagem química Arrefecimento do(s) forno(s) para a maioria dos metais. Arrefecimento do electrólito para Zn Água de refrigeração directa Granulação de escórias Vazamento de Al, Cu e Zn. Eléctrodos de carbono Cu, Ni, Pb, Zn, metais preciosos, ferro-ligas Electrólise Cu, Ni, Zn Hidrometalurgia (descargas) Zn, Cd Sistema de tratamento de redução (descargas) Sistemas de lavagem de gases por via húmida. PE por via húmida e sistemas de lavagem de gases para instalações de ácido nítrico Todos Água superficial Métodos de minimização Devolução ao processo na medida do possível Métodos de tratamento Neutralização e precipitação. Electrólise Utilização de um sistema bem vedado ou de um sistema de refrigeração do ar. Vigilância do sistema para detecção de fugas Sedimentação. Sistema de refrigeração em circuito fechado Sedimentação. Sistema bem vedado. Recuperação electrolítica das purgas de electrólito Sistema bem vedado. Sedimentação. Precipitação, se necessário Sedimentação. Precipitação, se necessário. Neutralização e precipitação. Reutilização dos caudais de ácido fraco, se possível Sedimentação. Precipitação se necessário. Sedimentação. Precipitação se necessário Boa armazenagem das matérias-primas e prevenção de emissões resultantes de fugas Sedimentação. Precipitação, se necessário. Filtração Sinopse das melhores técnicas disponíveis para os caudais de água residual Os sistemas de tratamento de água residual podem maximizar a remoção de metais por meio de sedimentação e, possivelmente, de filtração. Os reagentes utilizados para a precipitação podem ser hidróxidos, sulfuretos ou uma combinação de ambos, em função da mistura de metais presentes. Em muitos casos também é viável reutilizar a água tratada. Água utilizada no processo Cu <0,1 Pb <0,05 Principais componentes [mg/l] As Ni Cd <0,01 <0,1 <0,05 Zn <0,15 Nota: As emissões para a água associadas baseiam-se numa amostra aleatória qualificada ou numa amostra composta de 24 horas.A extensão do tratamento da água residual depende da fonte em questão e dos metais contidos na água residual. Exemplo de emissões para a água associadas à utilização das melhores técnicas disponíveis • Resíduos do processo xxi Os resíduos de processamento são produzidos em diversas fases do processo e dependem, em larga medida, dos constituintes das matérias-primas. Os minérios e concentrados contêm quantidades de metais diferentes do principal metal que se visa extrair. Foram concebidos processos para obter o metal-alvo puro e recuperar também outros metais valiosos. Estes outros metais tendem a concentrar-se nos resíduos de processamento e, por sua vez, estes resíduos constituem a matéria-prima para outros processos de recuperação de metais. O quadro que se segue apresenta uma sinopse de alguns resíduos de processamento e das opções disponíveis para lidar com os mesmos. xxii Fonte dos resíduos Metais associados Todos os metais Resíduos Opções para lidar com os resíduos Poeiras, varreduras Material de alimentação para o processo principal Todos os metais Escórias Ferro-ligas Escórias ricas Forno de conversão Cu Escórias Fornos de refinação Cu Escórias Pb Metais preciosos (MP) Escuma Escuma e escórias Material de construção após tratamento da escória. Indústria de abrasivos. Parte da escória pode ser utilizada como material refractário por exemplo, a escória resultante da produção de metais contendo crómio Matéria-prima para outros processos de produção de ferro-ligas Reciclagem para a unidade de fusão redutora Reciclagem para a unidade de fusão redutora Recuperação de outros metais valiosos Reciclagem a nível interno Tratamento de escórias Forno de fusão Cu e Ni Escória depurada Todos os metais Refinação electrolítica Cu Extracção por electrólise Electrólise em sais fundidos Zn, Ni, Co, MP Escuma. Escórias e escória contendo sais. Purgas do electrólito. Restos de ânodos. Lama anódica Electrólito gasto Manuseamento de matériasprimas, etc. Forno de fusão redutora Al Na e Li Destilação Hg Lixiviação Zn, Cd Zn Cu Ni/Co Instalação de ácido sulfúrico Revestimentos dos fornos Fresagem, rectificação Decapagem química Sistemas de Todos os metais Carbono Cu, Ti A maioria – Material de construção. Mate produzido Devolução ao processo após tratamento. Recuperação dos metais, recuperação de sais e outras substâncias Recuperação de Ni. Devolução ao convertidor. Recuperação de metais preciosos Reutilização no processo de lixiviação Revestimentos já gastos das cubas de electrólise Excedentes do banho. Fragmentos de ânodos Material das células Resíduos (Hollines) Resíduos Resíduos ferríticos Resíduos Carburante ou eliminação. Venda como electrólito. Recuperação Resíduos de Cu/Fe Catalisador Lamas ácidas Ácido fraco Materiais refractários Poeiras de carbono e grafite Ácido usado Poeiras de Recuperação, eliminação Sucata de ferro após depuração Reutilização como material de alimentação do processo Devolução ao processo Eliminação segura, reutilização da lixívia Eliminação segura Regeneração Eliminação segura Lixiviação, eliminação Utilização como agentes escorificantes, eliminação Utilização como matéria-prima noutros processos Recuperação Devolução ao processo xxiii tratamento de redução por via seca Sistemas de tratamento de redução por via húmida Lamas do tratamento de águas residuais Digestão utilizando filtros de mangas de tecido ou PE A maioria – utilizando sistemas de lavagem de gases ou PE por via húmida A maioria Alumina filtração Recuperação de outros metais Lamas de filtração Devolução ao processo ou recuperação de outros metais (por exemplo, Hg). Eliminação Lamas contendo hidróxidos ou sulfuretos Lamas vermelhas Eliminação segura, reutilização. Reutilização Eliminação segura, reutilização da solução aquosa Sinopse dos resíduos e opções disponíveis para lidar com os mesmos As poeiras de filtração podem ser recicladas dentro da mesma instalação ou utilizadas para a recuperação de outros metais noutras instalações de metais não ferrosos, por terceiros ou para outras aplicações. Os resíduos e as escórias podem ser tratados com vista a recuperar metais valiosos e a tornar os resíduos aptos para outros fins, como, por exemplo, materiais de construção. Alguns componentes podem ser convertidos em produtos vendáveis. Os resíduos do tratamento de águas podem conter metais valiosos e, em alguns casos, ser reciclados. A entidade reguladora e o operador devem persuadir-se de que a recuperação de resíduos por terceiros é levada a cabo de acordo com elevados padrões ambientais e não dá lugar a efeitos secundários negativos. • Compostos tóxicos A toxicidade específica de alguns compostos que poderão ser emitidos (e seu impacte ou suas consequências em termos ambientais) varia de grupo para grupo. Alguns metais possuem compostos tóxicos que poderão ser emitidos a partir dos vários processos e que, consequentemente, precisam de ser reduzidos. • Recuperação de energia A recuperação de energia, antes ou depois do tratamento de redução, pode ser aplicada na grande maioria dos casos, mas há circunstâncias locais importantes, como, por exemplo, nos casos em que não haja escoamento para a energia recuperada. As conclusões sobre as melhores técnicas disponíveis relativamente à recuperação de energia são as seguintes: • • • • • • • xxiv Produção de vapor e electricidade a partir do calor gerado nas caldeiras de recuperação. Utilização do calor da reacção para reduzir ou ustular concentrados ou fundir sucatas metálicas num convertidor. Utilização dos gases quentes do processo para secar os materiais de alimentação. Pré-aquecimento de uma carga do forno utilizando o teor energético dos gases do forno ou dos gases quentes provenientes de outra fonte. Utilização de queimadores equipados com recuperadores ou de pré-aquecimento do ar de combustão. Utilização do CO produzido como combustível gasoso. Aquecimento das lixívias a partir dos gases quentes do processo ou das soluções aquosas quentes do processo. • • Aproveitamento do teor de plástico em algumas matérias-primas como combustível, desde que não possam ser recuperados plásticos de boa qualidade e não haja emissões de dioxinas e COV. Utilização de materiais refractários de baixa densidade sempre que seja viável. 6. Grau de consenso e recomendações relativas a trabalhos futuros O presente documento de referência sobre as melhores técnicas disponíveis teve um grande apoio por parte do GTT e dos participantes no 7º encontro do Fórum de Intercâmbio de Informações. As observações críticas incidiram principalmente sobre lacunas a nível das informações prestadas e sobre aspectos relacionados com a apresentação (o Resumo deve incluir pedidos de mais informações sobre os níveis de consumo e emissão associados às melhores técnicas disponíveis). Recomenda-se que este documento seja objecto de uma revisão no prazo de 4 anos. As áreas em que devem ser desenvolvidos mais esforços no sentido de se estabelecer uma base de informação correcta abrangem sobretudo as emissões resultantes de fugas e também dados específicos sobre consumos e emissões, resíduos de processamento, águas residuais e aspectos relacionados com as pequenas e médias empresas. O capítulo 13 contém mais recomendações. xxv