REMOÇÃO DE METAIS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS USANDO CARVÃO VEGETAL DE AÇAI (EUTERPE OLERACEA MART) Simone de Fátima Pinheiro Pereira1, Antônio Eder Santos Maciel2, Davis Castro dos Santos3, Erica Karine Lourenço Mares4, Geiso Rafael Oliveira5, Jessica Amaral Bittencourt6, Johny da Silva Oliveira7 Abstract - Several alternatives have been proposed in order to minimize the harmful effects that the disposal of metals in Amazon rivers. The objective of this work was to study the use of acai (Euterpe Oleracea Mart.) to remove metals in surface Waters. Samples were collected from 19 sampling stations in the rivers Guama, Barcarena and Guajará Bay. The acai charcoal was prepared and used in the removal of metals using a low cost filter. The river water quality was performed using multiparameter probes and ICPOES in the analysis of metals. The results for water quality showed that the rivers assessed retain characteristics of preserved rivers with all parameters (average) in accordance with the 357/05 CONAMA Resolution. The use of acai coal showed variation from 41.67% to 67.46% in metals removal from water surface and can be an inexpensive alternative for use in low cost filters. Palavras-Chaves – Aproveitamento de resíduo, qualidade da água, comunidades ribeirinhas, Amazônia INTRODUÇÃO A explosão populacional, a rápida e desordenada urbanização, a expansão industrial e tecnológica, a utilização da geração energia a partir de resíduos, a inadequada deposição do lixo doméstico e industrial, a falta de tratamento de efluentes industriais e falta de obediência das leis ambientais tornaram muitas águas insalubres e perigosas para o homem e meio ambiente. Pouco ou nenhuma atitude dos órgãos públicos tem sido observada no sentido de coibir ou orientar as indústrias quanto ao lançamento inadequado de efluentes causando contaminação ambiental nos recursos hídricos de grandes centros metropolitanos (AMUDA & IBRAHIM, 2006). O rápido crescimento da demanda de bens de consumo como os produtos que tem em sua composição o alumínio, tem impulsionado um aumento exponencial da atividade industrial, que é acompanhada de um aumento na 1 quantidade de resíduos industriais sendo descarregados no meio ambiente. Os metais pesados entram no ambiente aquático de forma natural (deposição atmosférica, erosão e os processos intempéries que atingem a matriz geológica), ou a partir de fontes antropogênicas (efluentes industriais, mineração e eliminação de resíduos diversos) (EL BOURAIE et al., 2010). A intoxicação de seres humanos por poluentes orgânicos e inorgânicos, associados a sistemas aquáticos, ocorre principalmente devido ao consumo de água e pescado contaminado; este último é capaz de concentrar os metais pesados em até 105 vezes as concentrações observadas no meio ambiente (CHEEVAPORN et al., 1995). Os efluentes lançados indiscriminadamente nos rios da região metropolitana de Belém, principalmente na área do rio Barcarena, proveniente do polo industrial de Barcarena tem causado o aumento dos metais nos rios próximos a capital e há a preocupação que estes metais estejam se distribuindo no rio Guamá e baia do Guajará. É do rio Guamá que a COSANPA retira a água de consumo para a população de Belém. Alguns trabalhos mostram o aporte de metais pesados em rios da Amazônia, causados por constantes vazamentos oriundos das indústrias, como cádmio, mercúrio, chumbo, cobre, níquel, zinco e cromo, com risco significativo a água, solo e saúde humana (PEREIRA et al., 2007). Também a população ribeirinha, principalmente aquela que mora nas ilhas de Trambioca, das Onças, Combu e outras ilhas, consome, muitas vezes in natura a água destes rios. Os metais pesados podem causar problemas de saúde as populações que consomem a água do rio para diversas finalidades (BAILEY et al., 1999; NOMANBHAY & PALANISAMY, 2005). Assim é necessário pensar em uma alternativa de remoção de metais da água do rio que seja barata e que possa ser utilizada pela população pobre da região. Prof. Dra. Simone de Fátima Pinheiro Pereira - Universidade Federal do Pará - Laboratório de Química Analítica e Ambiental - LAQUANAM [email protected] 2 Antônio Eder Santos Maciel - Universidade Federal do Pará - Laboratório de Química Analítica e Ambiental - LAQUANAM [email protected] 3 Prof. Msc. Davis Castro dos Santos - Universidade Federal do Pará - Laboratório de Química Analítica e Ambiental - LAQUANAM [email protected] 4 Erica Karine Lourenço Mares - Universidade Federal do Pará - Laboratório de Química Analítica e Ambiental - LAQUANAM [email protected] 5 Prof. Msc. Geiso Rafael Oliveira - Universidade Federal do Pará - Laboratório de Química Analítica e Ambiental - LAQUANAM - [email protected] 6 Jessica Amaral Bittencourt - Universidade Federal do Pará - Laboratório de Química Analítica e Ambiental - LAQUANAM - [email protected] 7 Prof. Msc Johny da Silva Oliveira - Instituto Federal de Educação - Campus Marabá - Laboratório de Química Analítica e Ambiental – LAQUANAM [email protected] DOI 10.14684/INTERTECH.13.2014.397-401 © 2014 COPEC March 16 - 19, 2014, Guimarães, PORTUGAL XIII International Conference on Engineering and Technology Education 397 O açaizeiro faz parte da vida do ribeirinho que habita as várzeas do estuário amazônico e é de grande importância seja devido à ocorrência natural na área, como pelo interesse econômico e social de seus produtos. Quando queimado, o caroço é utilizado como um potente repelente de insetos. O fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea mart) (Figura 1) é uma palmeira constituída pelo unicaule, que produz vários perfilhos, formando touceiras. Esses perfilhos são manejados para exploração do palmito, ao longo da vida útil da palmeira. inulina é rico em lipídios. Um pericarpo fibroso, rico em sílica e um endocarpo pouco lenhoso (ROGÉZ, 2000). Este trabalho aborda uma alternativa de tratamento de água de rio, tendo em vista a remoção dos metais, utilizando o carvão de açaí com a finalidade de conservação de recursos hídricos e do meio ambiente. METODOLOGIA A coleta das amostras de água superficial foi realizada com auxílio de um barco da Polícia Fluvial (SEGUP-PA) nas águas dos rios do entorno do polo próximo à cidade de Barcarena (área de descarga de efluente industrial) e próximo a Belém (área de descarga de efluente doméstico) (Figura 2). Para o desenvolvimento do trabalho foi realizada a pesquisa de campo e o trabalho laboratorial. Para a pesquisa de campo foram selecionados 3 rios da região sendo dois da região metropolitana de Belém (Rio Guamá e Baia do Guajará) e um da região metropolitana de Barcarena (Rio Barcarena) onde os efluentes oriundos das industrias acabam se distribuindo. FIGURA 1 AÇAIZEIRO TÍPICO DA REGIÃO DAS ILHAS PRÓXIMAS A BELÉM FONTE: ACERVO LAQUANAM, 2012. Para Jimenez et al. (2004), a utilização de resíduos de frutas como cascas (mesocarpo), bagaços (endocarpo) e sementes, com a capacidade de acumular óleos, metais pesados são utilizados como biossorventes, haja vista que a floresta amazônica é possuidora de uma grande variedades de espécies frutíferas, o que pode de diminuir os custos do processo de produção desses adsorventes naturais, facilitando sua produção em escala industrial. Barcarena é o terceiro município com a maior produção de açaí do estado do Pará (REIS et al., 2002), devido a grande abundância do fruto, principalmente nas ilhas da região, o açaí se constitui um alimento importante junto a população ribeirinha e o seu caroço, depois do uso é descartado pela população, servindo inclusive de aterro para os locais de várzea. Segundo (ROGÉZ, 2000), o fruto do açaí é arredondado de 1 a 2 cm de diâmetro e um peso médio de 0,8 a 2,3g seu epicarpo é de cor violáceo - púrpura quase negro e muito fino. O mesocarpo também é bastante fino, tem apenas 1 a 2mm de espessura. O epicarpo e o mesocarpo constituem a parte comestível do fruto. O caroço constitui 83% do fruto e é formado por um pequeno endosperma sólido ligado a um tegumento que na maturidade é rico em celulose, hemecelulose e cristais de © 2014 COPEC FIGURA 2 PONTOS DE COLETA DE AMOSTRA DE ÁGUAS SUPERFICIAIS. FONTE: GOOGLE EARTH, 2013 E IBGE, 2012. As coletas das amostras de rio foram realizadas no mês de Dezembro com o auxílio de uma garrafa de coleta March 16 - 19, 2014, Guimarães, PORTUGAL XIII International Conference on Engineering and Technology Education 398 tipo Van Dorn. Os locais de amostragem foram georeferenciados através de um GPS (global positioning system). Para a análise dos parâmetros físico-químicos (T, OD, turbidez, pH, salinidade, condutividade, Cl-, NO3-, Clorofila a , NH3 , NH4+) foi utilizada a sonda multiparâmetros YSI 6600 e a análise foi realizada no campo. Para a análise dos metais (Al, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb e Zn) foram utilizados frascos de polietileno previamente descontaminados com ácido nítrico 10 % por 48 horas, sendo estes lavados com água destilada e água ultrapura, e no local da coleta com a própria amostra. Foram coletadas amostras de 19 estações amostrais, de cada estação foram coletadas três amostras, em três profundidades (superfície, intermediária e fundo), totalizando 57 amostras. Todas as amostras para a análise dos metais foram acondicionadas a 4 °C, e acidificada até pH < 2 com ácido nítrico concentrado (cerca de 1 mL para 500 mL de amostra) após filtragem. O tratamento das amostras foi realizado no LAQUANAM, as amostras foram pré-filtradas e filtradas em membranas tipo GFF (millipore 0,45 m), para posterior análises dos elementos químicos em triplicata por ICPOES. A produção do carvão ativado de caroço de açaí foi feita em duas etapas: carbonização e ativação. A carbonização consistiu no tratamento térmico do precursor em atmosfera inerte à temperatura em torno de 400 ºC. Nesta etapa, componentes voláteis do precursor (CO, H2, CO2 e CH4) foram removidos, resultando em um material homogêneo com alto teor de carbono e baixa porosidade. Na fase inicial da carbonização ocorreu a secagem do material em torno de 170 ºC. Acima desta temperatura, iniciou-se a degradação parcial das substâncias da matéria prima, com evolução de monóxido de carbono, dióxido de carbono e outros gases (SMÍSEK e CERNÝ, 1970). Essa é a primeira fase de ativação, onde há a formação de novos poros. Acima de 270 ºC ocorreu à decomposição exotérmica e a formação de alcatrão. A ativação, processo seguinte à pirólise, consistiu em submeter o material carbonizado a reações secundárias, que resultaram em aumento significativo da porosidade e da área superficial específica do carvão, pois a superfície dos cristalitos elementares torna-se exposta à ação do agente de ativação. (HSU & TENG, 2000). Na fase seguinte, ocorreu o alargamento dos poros já existentes ou a formação de poros de maior tamanho devido à combustão completa de paredes existentes entre microporos adjacentes. Nesta etapa, ocorreu um aumento no volume de meso e microporos (JANKOWSKA et al., 1991). Na ativação química do carvão, a matéria-prima foi previamente impregnada com uma solução concentrada de HNO3 (agente ativante) à temperatura elevada, e em seguida foi feita a carbonização. Os carvões ativados de açaí após sua produção foram pesados e suas medidas comparadas com valores estimados (Figura 3). © 2014 COPEC FIGURA 3 CARVÃO ATIVADO DE AÇAÍ. Na produção do carvão de açaí artesanal foi usado 5 kg de açaí seco ao sol, submetidos a aquecimento em bandeja de metal aquecida em churrasqueira (matérias normalmente encontrados nas residências dos ribeirinhos), até sua completa redução a carvão (Figura 4). Após sua redução a carvão o açaí foi submetido à trituração e peneiração para a homogeneização da granulometria do material. FIGURA 4 CARVÃO DE AÇAÍ PREPARADO ARTESANALMENTE EM ESTADO BRUTO FONTE: ACERVO LAQUANAM, 2012. March 16 - 19, 2014, Guimarães, PORTUGAL XIII International Conference on Engineering and Technology Education 399 A próxima etapa foi à fase de aplicação do carvão em soluções de água de rio. Foi adotado o procedimento a seguir. Pesados exatamente 1,0 g do carvão de vários tipos em 20 mL de amostra. Os contatos adsorvente/adsorbato em batelada foram realizados em mesa agitadora tendo sendo colocadas em frascos tampados. A mistura foi colocada em mesa agitadora à temperatura ambiente (30°C) e sob pressão atmosférica (1 atm). As determinações das concentrações finais dos metais, após 2 horas de contato entre o material adsorvente e a solução contendo o adsorbato foram realizadas, por espectrotometria de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Por último foi feita a análise estatística para avaliação dos dados gerados com o auxílio de programas estatísticos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Antes da discussão dos resultados foi realizado o teste de hipóteses com o objetivo de avaliar os resultados significativos e eliminar os resultados considerados anômalos. Observando a distribuição de frequência as concentrações que se apresentavam fora da gaussiana foram avaliadas segundo a aplicação do teste Q (teste de Dixon) (VERMA & QUIROZ-RUIZ, 2006). A partir do resultado do teste Q os resultados que apresentaram Qcalculado menor que o Qcritico foram considerados não anômalos e foram mantidos. Neste caso todos os resultados foram considerados válidos. A estatística descritivas dos resultados dos parâmetros físico-químicos e dos metais avaliados na água superficial dos rios avaliados está mostrada na Tabela 1. De maneira geral todos os parâmetros avaliados mostraram que as águas dos rios avaliados estão dentro dos padrões de qualidade exigidos pela resolução 357/05 do CONAMA. Somente dois parâmetros, turbidez (com uma amostra não conforme) e alumínio (com duas amostras não conforme), mostraram que as águas dos rios avaliados não representam um risco potencial quanto à presença de metais pesados avaliados e que pelo uso dos filtros com os carvões a água superficial poderá ser usada pela população ribeirinha usando processos simplificados de tratamento como o que utiliza o hipoclorito para a desinfecção das águas e remoção de sólidos sedimentáveis por filtração lenta usando carvões e outros materiais. Os resultados encontrados neste trabalho foram comparados com os resultados obtidos para outros rios da região e confirmam que as águas dos rios Barcarena, Guamá e baia do Guajará, embora recebam efluentes das indústrias do polo e efluentes domésticos, apresentam boa qualidade quanto aos parâmetros avaliados e, portanto os efluentes lançados diariamente pelas fábricas e efluentes domésticos lançados sem tratamento nos rios estão sendo diluídos não representando por enquanto risco iminente a população. A matriz dos resultados dos metais foi refeita levando em consideração apenas as amostras com resultados © 2014 COPEC representativos, já que alguns metais e algumas amostras apresentaram resultados abaixo do limite de detecção e que, portanto não haveria como demonstrar que houve a redução dos metais após a aplicação dos carvões. Na tabela 2 são apresentados os resultados da análise dos metais (Al, Cr e Zn) após adição do carvão de açaí quimicamente ativado. Tabela 1. Estatística descritiva para os resultados analíticos da água dos rios avaliados (N=19) TBD COND. CLF. a Estatística T oC pH (UNT) (S/cm) (μg/L) RC 6,0 a <100 <30 357/05 9,0 Média 27,87 34,13 6,65 29,74 3,87 Mediana 27,66 27,70 6,36 25,00 3,80 Desvio 0,59 25,79 0,45 8,50 0,57 padrão Mínimo 27,15 16,90 6,21 20,00 3,00 Máximo 28,81 121,10 7,34 41,00 5,30 (mg/L) Estatística SAL. ClNO3- OD NH3 RC <250 <10 >5 357/05 Média 0,0132 100,42 0,042 7,33 0,0002 Mediana 0,0100 75,50 0,042 7,20 <LD Desvio 0,0048 62,06 0,004 0,87 0,0004 padrão Mínimo 0,0100 27,84 0,035 5,87 <LD Máximo 0,0200 196,00 0,048 8,45 0,0010 Contagem 19 19 19 19 19 (mg/L) Estatística NH4* Al Cr Cu Hg RC 0,100 0,050 0,009 0,0002 357/05 Média 0,031 0,056 0,007 <LD <LD Mediana 0,033 0,042 0,001 <LD <LD Desvio 0,008 0,064 0,011 0,001 <LD padrão Mínimo 0,023 <LD <LD <LD <LD Máximo 0,048 0,229 0,043 0,004 <LD (mg/L) Estatística Ni Pb Zn RC 0,025 0,010 0,180 357/05 Média <LD 0,001 0,028 Mediana <LD <LD 0,005 Desvio <LD 0,002 0,044 padrão Mínimo <LD <LD <LD Máximo <LD 0,010 0,126 RC= Resolução do CONAMA; T=Temperatura; TBD= Turbidez; OD=Oxigênio Dissolvido; SAL.= Salinidade; COND.=Condutividade; CLF.=Clorofila. March 16 - 19, 2014, Guimarães, PORTUGAL XIII International Conference on Engineering and Technology Education 400 Após adição os metais apresentaram redução que variou de 41,67 % a 67,46%. Os melhores rendimentos foram observados para o elemento alumínio provavelmente devido condições favoráveis de adsorção nos carvões para este elemento nas águas de rio. Os menores rendimentos foram observados para o elemento cromo, devido o mesmo apresentar baixas concentrações na água analisada, após a aplicação dos carvões algumas amostras não apresentaram resultados válidos ficando abaixo do limite de detecção do aparelho o que pode ter influenciado nos resultados. Tabela 2. Análise dos metais após à aplicação do carvão de açaí ativado quimicamente nas amostras de água de rio Amostra BA01 BA04 BA05 BA06 BA10 BA13 Média Rendimento (%) Al (mg/L)a 0,073 0,184 0,098 0,088 0,082 0,229 0,126 - Al (mg/L)b 0,047 0,127 0,071 0,055 0,045 0,163 0,085 67,46 Cr (mg/L)a 0,010 0,043 0,001 0,002 0,016 0,001 0,012 - Amostra Cr (mg/L)b Zn (mg/L)a Zn (mg/L)b BA01 0,004 0,010 0,005 BA04 0,016 0,126 0,078 BA05 <LD 0,096 0,067 BA06 <LD 0,012 0,009 BA10 0,008 0,057 0,039 BA13 <LD 0,094 0,057 Média 0,005 0,066 0,043 Rendimento (%) 41,67 65,15 a metais na água sem a aplicação do carvão de açaí; b metais na água com a aplicação do carvão de açaí. CONCLUSÃO As ativações dos carvões apresentaram valores bem próximos dos estimados para outros carvões encontrados na literatura, significando que, quando foram adicionados nas amostras os metais, apresentaram uma boa atividade adsorvente. Destaca-se que o carvão ativado é uma solução para remoção de metais pesados em água de rios contaminados. Tendo em vista que os metais pesados podem causar doenças como o câncer nos seres humanos, sua remoção dos efluentes industriais, usando um resíduo do consumo popular como o caroço de açaí e outros tipos de resíduos diariamente produzidos e que após seu consumo é descartado no meio ambiente, representa ao mesmo tempo uma vantagem ambiental e de saúde e uma economia para as comunidades que podem optar por produzir os carvões dos resíduos hoje descartados dispensando o gasto com materiais de tratamento da água. Pelo fato do carvão ser produzido a partir do mesocarpo do fruto, não acarreta danos ao meio ambiente, sendo um método eficiente e ecologicamente correto. © 2014 COPEC AGRADECIMENTO Os autores agradecem ao CNPq pela bolsa dos alunos Antônio Eder Santos Maciel e Jessica Amaral Bittencourt. REFERÊNCIAS [1] AMUDA, O.S.; IBRAHIM, A.O. 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